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OFICINA DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO LITERÁRIO COM BASE NO CONTO UMA GALINHA,

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Setor de Educação de Jovens e Adultos 1 Caro Monitor,

Esta oficina tem como objetivo geral propor o desenvolvimento das habilidades de leitura e interpretação de textos literários no aluno da Educação de Jovens e Adultos – Ensino Médio. Para isso, faremos uso do conto Uma galinha, de Clarice Lispector, escritora modernista brasileira.

Propomos, a seguir, um plano de aula que deverá ser aplicado no dia da oficina, conforme determinado no calendário da escola ou do polo, previamente validado pelos professores especialistas do SEJA.

Recomendamos que estude previamente os conteúdos e estratégias indicados nesse plano para que esteja bem preparado para a realização da atividade. Caso surja alguma dúvida, orientamos o contato imediato com as professoras especialistas da área de Códigos e Linguagens.

Bom trabalho!

OFICINA DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO LITERÁRIO COM BASE NO CONTO UMA GALINHA, DE CLARICE LISPECTOR

I. Objetivos gerais

 Promover o contato do aluno do Ensino Médio com o texto literário.

 Desenvolver habilidades de leitura e interpretação de textos literários.

 Estimular o gosto pela literatura brasileira e pela literatura em geral. II. Objetivos específicos e habilidades a ser desenvolvidas

 Identificar elementos e estratégias de construção de tipos textuais (argumentação, descrição, dissertação, injunção, narração (H1);

 Identificar a superestrutura e os modos de organização textual (H2);

 Reconhecer o tema e/ou as informações principais e secundárias (H5);

 Reconhecer a interpretação adequada para um texto (H13);

 Reconhecer os efeitos de sentido decorrentes do uso da linguagem figurada (H25);

 Diferenciar o texto literário do texto não literário (H33);

 Identificar elementos estéticos, históricos e sociais em produções literárias (H34);

 Associar temas de textos literários a um contexto de produção (H35).

III. Conteúdos

 Contexto histórico e social do Modernismo na literatura brasileira

 Características da terceira geração modernista (geração de 45), da qual faz parte Clarice Lispector

 Síntese biográfica de Clarice Lispector

 Características da obra de Clarice Lispector

Estudo do conto Uma galinha:

o Características e estrutura do gênero textual conto o Ponto de vista do narrador no texto

o Sentido literal e sentido figurado

o Discurso indireto livre e fluxo de consciência o Características dos textos literários

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Material do Monitor

Setor de Educação de Jovens e Adultos 2 IV. Recursos

Material do Aluno – Oficina CL – Leitura e interpretação do texto literário: apostila com leituras e exercícios, que deve ser reproduzida para os alunos.

Caixa pedagógica, com livros da autora do conto, Clarice Lispector, e outros autores modernistas como Lygia Fagundes Teles, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Clarice Lispector (autores que constam no Plano de Leitura da Fundação Bradesco). Essa sugestão tem o objetivo de criar condições favoráveis aos alunos para que eles tenham contato com as obras literárias, observando a capa, lendo as “orelhas” e as sinopses dos livros ou atendo-se a outras informações interessantes sobre a obra e o autor. E, a partir disso, venham a se interessar pela leitura de algum título.

V. Metodologia/Estratégia

O trabalho será desenvolvido com base no recurso indicado. Será necessário providenciar cópias do Material do Aluno para todos os alunos, a fim de que possam acompanhar as atividades e fazer os exercícios. É fundamental que o monitor também estude o material antes da oficina e faça os exercícios com antecedência, podendo esclarecer suas dúvidas antecipadamente com as professoras da área de Códigos e Linguagens.

Incluímos no Material do Monitor a sugestão de sequência didática e as perguntas que recomendamos que sejam feitas aos alunos, bem como as respostas esperadas a cada questionamento. É importante que, nesses momentos, os alunos sejam incentivados a participar, mesmo os mais tímidos. A ideia é trabalhar ora com os conhecimentos prévios dos alunos, ora com perguntas retóricas para verificar se estão acompanhando o desenrolar da oficina.

Além disso, sugerimos uma quebra na rotina dos alunos, com a realização da oficina em ambiente diferente da sala de aula (jardim, praça, área de convivência, biblioteca). Ao fazer essa escolha, porém, o monitor deve estar atento para o fato de que o lugar deve ser convidativo e também propício à leitura (silêncio, temperatura e iluminação adequada). Deve haver também condições para que os alunos possam registrar suas anotações, nas atividades que requisitarem este procedimento deles. Apenas não recomendamos a utilização do laboratório de informática, pois, como a atividade não requererá o uso de computadores, o espaço não será plenamente utilizado.

O enfoque da oficina será prático, com base na resolução de exercícios. Espera-se do monitor uma postura de mediador da aprendizagem, cuidando para fazer as perguntas certas no tempo certo, não se antecipando às reflexões dos alunos, nem respondendo por eles algo que eles poderiam deduzir sozinhos e buscando unir as várias informações trazidas pela turma em um todo coerente. Caso o tempo não seja suficiente para se trabalhar todos os exercícios propostos nesta oficina, sugerimos sejam utilizados nas seguintes atividades:

 em aulas de reforço ou nos plantões de dúvidas (modalidade EAD);

 como tarefa de casa, reservando-se alguns minutos da aula para a correção;

 em substituição ou complemento dos exercícios do Novo Telecurso, nas aulas que abordarem o tema;

 nas revisões;

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Material do Monitor

Setor de Educação de Jovens e Adultos 3 VI. Sugestão de sequência didática:

(Obs.: pode ser adaptada pelo monitor conforme o perfil e as necessidades da turma, sem perder de vista as habilidades que se pretende desenvolver)

1. (10’) Perguntar aos alunos se eles já ouviram falar da escritora Clarice Lispector e se conhecem alguma obra da autora. Apresentar aos alunos algumas informações iniciais sobre o contexto histórico e cultural do Modernismo (se a oficina for realizada na sala de aula, o monitor pode construir uma apresentação de Power Point com essas informações)

Modernismo: movimento que propunha a renovação das artes e da literatura e um rompimento com todo o passado artístico e cultural

1ª Fase:

 Acontecimentos mundiais: virada do século 19 para o 20, industrialização, novas tecnologias. Clima político tenso – às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e com a Revolução Russa (1917).

 Brasil – São Paulo: crescimento trazido pela economia.

 Literatura: Semana de Arte Moderna 1922 – radicalismo contra as formas poéticas tradicionais, busca de literatura genuinamente brasileira. Oswald de Andrade, Mário de Andrade

2ª Fase (geração de 1930):

 Literatura: consolidação do romance regionalista – linguagem inovadora e tratamento de questões sociais. Vidas Secas, de Graciliano Ramos é uma das grandes obras do período. 3ª Fase (geração de 45):

 Acontecimentos mundiais: fim da Segunda Guerra Mundial (1945), avanços tecnológicos e sociais, o mundo em reconstrução (valorização do nacionalismo).

 Brasil: Constituição de 1946, novos pactos sociais. Modernização e crescimento.

 Literatura: Consolidação e crescimento da prosa literária (crônica, conto, romance), com inovações nas técnicas de expressão (Clarice Lispector, Guimarães Rosa). Maior profundidade de temas, preocupação social e investigação psicológica na poesia (Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Vinicius de Moraes e outros).

Entregar o Material do Aluno aos alunos e informá-los de que poderão encontrar maiores informações sobre o Modernismo e sobre a vida e obra de Clarice Lispector na seção Leitura Complementar, a partir da página 11.

2. (10’) Explicar que o texto a ser lido faz parte da obra Laços de Família, de Clarice Lispector, lançado em 1960 e considerado o livro de maior excelência da autora na arte do conto, aproveitando para levantar

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Setor de Educação de Jovens e Adultos 4 com os alunos os conhecimentos prévios que eles possuem sobre esse gênero textual. e solicitar que realizem individualmente uma primeira leitura do conto, em silêncio.

3. (5’) Após a leitura silenciosa individual, fazer para os alunos uma leitura em voz alta do texto. O monitor deve informar que iniciará a leitura em voz alta e pedir para que os alunos acompanhem em seus textos, fazendo anotações e grifando trechos e palavras que chamarem a atenção. O monitor também deve orientar os alunos a prestarem atenção na entonação correta dada ao texto e à fala dos personagens, a partir da observação do emprego dos sinais de pontuação ao longo do texto.

4. (Entre 10’ e 15’) Depois da leitura coletiva, recolher as impressões gerais dos alunos sobre o texto. Solicitar que comentem o que entenderam ou não, levantem aspectos que chamaram a atenção, julguem se o texto pode ser considerado como um texto literário e outras considerações. Neste momento, o monitor não deve direcionar a discussão para as respostas “corretas”; deve deixar os alunos expressarem-se livremente, ainda que possam apresentar entendimentos equivocados. Cabe ao monitor comentar que todas as hipóteses discutidas nesse momento serão verificadas durante a análise minuciosa que os alunos farão do texto.

Nesta etapa, também podem ser solucionadas dúvidas de vocabulário que porventura surgirem. Listamos, abaixo, algumas palavras cujo significado pode ser desconhecido pelos alunos no texto, mas recomenda-se que o monitor não repasse esta lista aos alunos. Caso algum aluno manifeste dúvida sobre vocabulário, o monitor deve primeiro perguntar à classe se há alguém que saberia explicar o significado dessa palavra no contexto em que ela está e, somente se a dúvida não puder ser esclarecida por nenhum colega, o monitor deve fazer a intervenção, esclarecendo o sentido da palavra.

consternada = triste, abalada, pesarosa solevava = erguia com dificuldade tepidez = calor

estarrecida = espantada

brusquidão = atitude brusca, grosseira ardor = amor intenso, paixão

apatia = falta de ânimo, indiferença, ausência de sentimentos sobressalto = inquietação inesperada

vibrátil = que vibra, vibrante

Após a segunda leitura do texto, comentar com os alunos que a leitura de um texto literário muitas vezes deve ser realizada mais de uma vez para que a maioria dos elementos possam ser apreendidos. Além disso, na literatura, a cada vez que revisitamos um texto descobrimos novos elementos, devido ao conhecimento de mundo que acumulamos ao longo de nossa vida, e que contribuem para o estabelecimento de relações com os elementos do texto.

5. (10’) Explicar que o processo de leitura e interpretação de um texto literário compreende três momentos: a compreensão, momento em que checamos se entendemos do que trata o texto, a análise, momento em que vamos investigar os recursos linguísticos que provocam os efeitos de sentido no

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Material do Monitor

Setor de Educação de Jovens e Adultos 5 conto, e a interpretação, momento em que chegamos ao entendimento do sentido profundo do texto, do que está escrito nas entrelinhas, a partir dos elementos que averiguados na análise.

Realizar oralmente com os alunos a resolução do exercício 1 do Material do Aluno (página 3). Aproveitar para retomar os conhecimentos prévios dos alunos acerca da estrutura e das características do conto que foram sondados no início da aula. O objetivo é fazer a turma construir oralmente uma paráfrase do texto, isto é, contar com suas próprias palavras como se dá o desenrolar da narrativa, ainda sem nenhuma análise ou juízo de valor. Recomendar aos alunos que não é necessário anotar as respostas neste momento, pois um gabarito deste exercício será entregue pelo monitor ao final da oficina

6. (30’) Informar aos alunos que, com a resolução do exercício 1, o momento da compreensão do texto foi atingido e que, a partir de então, passarão para a análise. Solicitar que, em duplas ou trios, resolvam os exercícios de 2 a 9, circulando pela turma para verificar como está o trabalho e auxiliando-os a superar suas dificuldades. Ressaltar que, para a resolução dos exercícios certamente será requerida dos alunos a releitura de parágrafos, ou até do texto inteiro.

7. (20’) Realizar oralmente com os alunos a resolução dos exercícios, solicitando que os próprios alunos mencionem a resposta dada a cada questão e a comentem. Caso a resposta não esteja plenamente de acordo, o monitor deve perguntar à classe se alguém deseja complementar e comentar a questão, mediando um debate até que se chegue a um consenso do grupo sobre a melhor resposta para o exercício. Nesta perspectiva, o monitor não deve assumir a postura de detentor da resposta correta, utilizando práticas como a cópia ou ditado da resposta, sem promover a reflexão sobre dos alunos sobre o texto. São os próprios alunos que devem construir os conhecimentos sobre a análise do texto.

8. (20’) Após a resolução dos exercícios de análise, propor a questão 10 para resolução em conjunto na classe, lembrando aos alunos que toda interpretação deve ser justificada por meio de elementos do próprio texto. Espera-se que nesse momento, os alunos tenham atingido uma compreensão mais aprofundada dos sentidos implícitos do texto, sendo capazes de identificar o que a galinha simboliza no conto e de estabelecer relações com a sociedade da época e a sociedade atual em torno da questão do papel da mulher na sociedade e da igualdade de gêneros. Caso o tempo permita, solicitar aos alunos que registrem em um parágrafo a síntese do debate realizado em grupo. Finalizar a oficina entregando o gabarito dos exercícios para os alunos e deixando-os à vontade para manusear o conteúdo da caixa pedagógica.

VII. Avaliação

Deve conter o relato significativo do monitor sobre a oficina, do qual ele pode extrair elementos que subsidiem o planejamento de outras oficinas e a proposição de outras estratégias. É também por meio desse registro que o OPE/OP tece suas considerações acerca da atividade desenvolvida, fazendo as intervenções adequadas.

Refletir sobre questões como:

As estratégias utilizadas permitiram o desenvolvimento das habilidades? • Há algo no planejamento que precisa ser repensado/alterado?

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Material do Monitor

Setor de Educação de Jovens e Adultos 6 • O que deu certo? Por quê?

• O que deu errado? Por quê?

• Em que habilidades é preciso investir mais esforços? VIII. Sugestão de leitura complementar e indicação de pesquisa

Monitor, você pode adicionalmente a este estudo, indicar aos alunos a leitura dos textos que fazem parte do item Leitura complementar do Material do Aluno. Também no item Indicação de pesquisa são mencionados outras fontes em que os alunos poderão encontrar conteúdos relacionados aos assuntos da oficina (filmes, livros e sites). Além destes, também indicamos os seguintes material que está à disposição dos alunos na biblioteca da escola ou polo e também no Portal EJ@, na Biblioteca Digital:

FUNDAÇÃO BRADESCO. Temas de Estudo de Língua Portuguesa – educação de jovens e adultos – ensino médio. 2008:

Textos informativos e literários – p. 170 a 183;

Arte com palavras – p. 211 a 231;

Gêneros literários – p. 268 a 278.

Para você, monitor, indicamos o livro abaixo para complementar seus estudos e auxiliá-lo na condução da oficina. As escolas da Fundação Bradesco já possuem o livro no acervo da biblioteca. Aos monitores dos polos, sugerimos a indicação desse título aos seus coordenadores.

LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência: Parte 2: Ajudar o aluno a tirar o máximo da leitura: técnicas e habilidades fundamentais. São Paulo: Da Boa Prosa: Fundação Lemann, 2011. p. 267-328.

IX. Indicação de atividade complementar

Como atividades complementares a esta oficina, que podem ser realizadas em outros momentos do calendário, sugerimos:

 Organização de uma peça de teatro/ dramatização deste ou de outros contos de Clarice Lispector

 Produção de uma expressão artística a partir do texto (desenho, pintura, fotografia)

 Elaboração de resumo: do Modernismo e da geração a que a autora pertence, do conto ou da biografia de Clarice Lispector

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Setor de Educação de Jovens e Adultos 7 X. Indicação de pesquisa

o Filmes A hora da Estrela

(1985 – Direção: Suzana Amaral – Colorido – 96min. Elenco: Marcélia Cataxo, José Dumont, Fernanda Montenegro)

Baseado no último romance de Clarice Lispector, o filme acompanha a história de Macabéa, que se muda do Nordeste para o Rio de Janeiro, trabalha como datilógrafa, sonha em ser uma estrela de cinema, como Marilyn Monroe, e perde o namorado para uma colega de trabalho. Depois de recorrer a uma cartomante em busca de conselhos amorosos, descobre que seus sonhos não se realizariam como o planejado.

Clandestina Felicidade

(1998 – Direção: Beto Normal, Marcelo Gomes. – Preto e branco – 15min. Elenco: Luisa Phebo, Nathalia Corinthia, Luci Alcântara) Curta metragem baseado no conto infantil Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector. Fragmentos de infância, descoberta do mundo pelo olhar curioso, perplexo e profundo da criança-escritora Clarice Lispector. O curta pode ser assistido no portal Porta Curtas Petrobras (www.portacurtas.com.br), link http://portacurtas.org.br/filme/?name=clandestina_felicidade.

o Livros:

FUNDAÇÃO BRADESCO. Temas de Estudo de Língua Portuguesa – educação de jovens e adultos – ensino médio. 2008:

 Textos informativos e literários – p. 170 a 183;

 Arte com palavras – p. 211 a 231;

 Gêneros literários – p. 268 a 278.

LISPECTOR, Clarice. Editora Rocco (Disponível em: <http://www.rocco.com.br>. Acesso em: 30 jan. 2014. 16h20min.):

o A maçã no escuro o Felicidade Clandestina o Laços de Família

o Perto do Coração Selvagem o Sites:

Portal Releituras – Clarice Lispector

Disponível em: <http://www.releituras.com/clispector_menu.asp>. Acesso em: 30 jan. 2014. 16h25min.

A Hora da Estrela – Análise da obra de Clarice Lispector

Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/literatura/a-hora-da-estrela-analise-da-obra-de-clarice-lispector.jhtm>. Acesso em: 30 jan. 2014. 16h30min.

Clarice Lispector – O mergulho do narrador

Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/literatura/clarice-lispector-1-o-mergulho-do-narrador.jhtm>. Acesso em: 30 jan. 2015. 16h35min.

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Material do Monitor

Setor de Educação de Jovens e Adultos 8 Clarice Lispector – Esperança e verdade

Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/literatura/clarice-lispector-2-esperanca-e-verdade.jhtm>. Acesso em: 30 jan. 2014. 16h35min.

Biblioteca Brasiliana Digital

Disponível em: <http://www.brasiliana.usp.br/>. Acesso em: 30 jan. 2014. 16h35min. LOL – Literatura Online

Disponível em: <http://www.lol.pro.br/>. Acesso em: 30 jan. 2015. 16h40min. Obras literárias em domínio público para baixar e imprimir - Domínio Público

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp>. Acesso em: 30 jan. 2015. 16h40min.

XI. Referências bibliográficas

ABRIL Coleções. Curso preparatório Enem 2010 – Linguagens e Códigos – Literatura. v. 11. São Paulo: Abril, 2010.

BRADESCO, Fundação. Matrizes de Referência para Avaliação da Educação de Jovens e Adultos: 6º ao 9º ano e Ensino Médio. Osasco: Fundação Bradesco, 2013.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Interpretação de textos: construindo competências e habilidades em leitura. São Paulo: Atual, 2009.

CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, 1. Ensino Médio. 3 ed. São Paulo: Atual, 2009.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação: uma proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos.

COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2008. p. 66. INFANTE, Ulisses. Curso de Literatura em Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 2001.

FARACO, Carlos Emilio; MOURA, Francisco Marto. Português: série Brasil: ensino médio: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

RODELA, Gabriela et. al. Português, a sua língua. 1. ed. São Paulo: Nova Geração, 2005.

esilveira@fundacaobradesco.org.br Estela Garcia da Silveira ggaldino@fundacaobradesco.org.br Gilda dos Santos Galdino DEPEJA − Setor de Educação de Jovens e Adultos

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Setor de Educação de Jovens e Adultos 9 Gabarito comentado dos exercícios:

1. H1, H2.

a) Os personagens do conto são a galinha, o pai, a mãe, a filha e a cozinheira. Note que os personagens não são identificados pelos nomes.

b) A história se passa na casa da família.

c) A narrativa se passa, em sua maior parte, em uma manhã de domingo.

d) No início do conto, a família escolhe uma galinha para o almoço de domingo e, inesperadamente, ela foge.

e) Após uma longa perseguição, a galinha é enfim capturada e, quando levada de volta para casa, ela bota um ovo, o que leva a família a desistir de comê-la. A galinha passa a ser tratada como um membro da família.

f) O tempo passa e, um dia, matam e comem a galinha. 2. H34.

Na época em que o conto foi publicado (1960) era muito comum as famílias criarem galinhas em casa para comê-las. A galinha era um prato tradicional do almoço de domingo. Uma “galinha de domingo” é aquela que já é vista como almoço, isto é, está em condições para ser abatida e cozida.

3. H1.

a) Na história, há diferença entre o ponto de vista do narrador e o ponto de vista da família a respeito da galinha. Enquanto a família vê a galinha apenas como um animal e como uma coisa: o almoço (A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé.), o narrador vê a galinha como um ser humanizado, investigando a sua intimidade (a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar). Para o narrador, a galinha é mais do que bicho ou coisa; ela é um ser que deseja a vida e a liberdade.

b) O grande acontecimento que muda o rumo da história é o ovo posto pela galinha. Com este fato, o olhar da família para a galinha passa a ser o mesmo do narrador. A família confere à galinha o status de “ser”, tornando-a o centro das atenções da casa. Essa visão, no entanto, não dura até o final do conto. Não se sabe por que (talvez porque a galinha tenha parado de botar ovos) um dia alguém acaba matando e comendo a galinha.

4. H13.

a) A menina entende que, ao botar um ovo, a galinha está fazendo um bem para a família, pois está fornecendo mais alimento, por isso não merece ser morta.

b) O pai demonstra arrependimento quando recorda o dia em que perseguiu a galinha pelos telhados. Se soubesse que o animal estava prestes a botar um ovo, isto é, iria tornar-se “mãe”, não a teria obrigado a se esforçar tanto para correr como fez.

5. H25.

Alternativa B. Estúpida, tímida e livre. Com essa caracterização, o narrador atribui à galinha as características de uma pessoa. A partir daí o que se segue é uma reflexão a respeito de a galinha ser ou não considerada um ser e sobre qual é a importância de sua existência no mundo. Essa reflexão, no entanto, não pertence ao narrador: é como se ele entrasse no pensamento da galinha e pudesse

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Material do Monitor

Setor de Educação de Jovens e Adultos 10 reproduzir tudo o que se passa naquele momento de tensão. O narrador faz perguntas, como se fosse a própria galinha (Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser?), um exemplo do discurso indireto livre. A forma do texto também acompanha o fluxo de consciência da personagem, podemos notar isso pela presença de frases curtas, uma após a outra, e pela pouca ou nenhuma pontuação empregada nelas. Essa construção sugere a rapidez e a não-linearidade do pensamento.

As alternativas A e D descrevem apenas aspectos físicos da galinha do conto, e que são comuns a qualquer outra galinha. A alternativa C traz o diálogo entre os membros da família, por meio do discurso direto. A alternativa E é o desfecho do texto, com o relato dos acontecimentos finais da narrativa. 6. H35.

Relógios que parecem estar moles, derretendo, formigas, um ser amorfo – um “pedaço” de rosto – morto ou adormecido no chão, uma árvore seca, uma parede rochosa sobre a qual o relógio desliza, o céu crepuscular e rochas ao fundo. Esse conjunto de elementos não possui aparente relação lógica e alguns deles também não existem na realidade; ao contrário, assemelha-se às imagens do inconsciente que povoam os sonhos, a imaginação. Persistência da memória é a obra do principal nome do Surrealismo nas artes plásticas, Salvador Dalí (1904-1989).

7. H33.

O conto Uma galinha é um texto literário, pois, além do caráter ficcional, apresenta um tratamento peculiar da linguagem, a linguagem poética, que se utiliza do sentido figurado das palavras com a finalidade de expressar os sentimentos do autor e provocar emoções e reflexão no leitor.

8.

a) H25.

 piscar (os olhos)

Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando e desabotoando os olhos.

 ser o membro mais importante, o centro das atenções A galinha tornara-se a rainha da casa.

 levantar-se (depois de muito tempo sentado)

Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos:

b) H25.

Quando se pensa na galinha apenas como uma coisa (o almoço) o seu coração (no sentido literal – órgão vital) é pequeno em relação ao tamanho de um prato. Porém, quando se enxerga a galinha como um ser humanizado, isto é, que pensa e possui sentimentos (porque é “mãe” e está cuidando de seu “filho”) ela passa a adquirir um “grande coração” (no sentido figurado – bondade, amabilidade). A expressão usada pelo narrador explora esse duplo significado, já que todo o texto oscila entre a humanização e a animalização da galinha.

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Setor de Educação de Jovens e Adultos 11 A humanização (que é a atribuição de características humanas) está relacionada ao ponto de vista do narrador – discutido na questão 3, letra a –, que vê a galinha como “gente”:

tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar quando a escolheram, apalpando sua intimidade Estúpida, tímida e livre.

lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, rodearam mudos a jovem parturiente

A animalização da galinha (que é a redução do personagem à sua condição de animal, irracional) relaciona-se ao ponto de vista da família na maior parte do conto, que a vê apenas como bicho e como almoço:

em outro voo desajeitado, alcançou um telhado

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo carregada em triunfo por uma asa

mataram-na, comeram-na e passaram-se anos

Das alternativas, a única cujo par de trechos retirados do texto está corretamente relacionado à humanização e a animalização da galinha é a D.

10. H5, H13. Exemplo de análise e interpretação do texto:

Quando a galinha bota um ovo, o olhar do narrador e o da família confluem: todos personificam o animal, vendo nela “uma velha mãe habituada”. É a maternidade que confere à galinha o estatuto de ser. No entanto, que ser é esse? Fora da função reprodutiva, ela volta a ser vazia de sentido, estúpida; volta a se confundir com os objetos da casa. Enquanto isso, o narrador projeta nela os dilemas da condição feminina.

Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já mecanizado.

Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a mesma que fora desenhada no começo dos séculos.

Na projeção do narrador (narradora?), a galinha/mãe/mulher gostaria muito de não ter o sentido de sua vida reduzido à maternidade. Não quer (ou não ousa) cantar como o galo (ou cantar de galo), mas ficaria feliz em saber que pode.

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Material do Monitor

Setor de Educação de Jovens e Adultos 12 Finalmente, os membros da família, alheios à personificação da galinha promovida pelo narrador, e longe de qualquer reflexão igualitária sobre a condição feminina, mataram-na, comeram-na e passaram-se anos.

ESCOLA, Nova online. Plano de aula “Literatura na escola - 8º ano: conto de Clarice Lispector”. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/literatura-escola-conto-clarice-lispector-566175.shtml>. Acesso em: 12 fev. 2014. 9h33min.

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