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Balanço da oferta de biomassa e demanda energética do setor de cerâmica vermelha no Rio Grande do Norte

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

BALANÇO DA OFERTA DE BIOMASSA E DEMANDA ENERGÉTICA DO SETOR DE CERÂMICA VERMELHA NO RIO GRANDE DO NORTE

ANA LUIZA DA SILVA LOPES

Orientador: Prof. Dr. Malcon do Prado Costa

Macaíba/RN Novembro, 2019.

(2)

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

BALANÇO DA OFERTA DE BIOMASSA E A DEMANDA ENERGÉTICA DO SETOR DE CERÂMICA VERMELHA NO RIO GRANDE DO NORTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à graduação de Engenharia Florestal como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

Orientador: Prof. Dr. Malcon do Prado Costa

Macaíba/RN Novembro, 2019.

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3 ANA LUIZA DA SILVA LOPES

BALANÇO DA OFERTA DE BIOMASSA E A DEMANDA ENERGÉTICA DO SETOR DE CERÂMICA VERMELHA NO RIO GRANDE DO NORTE

Aprovado em: 28/11/2019

Orientador:

Prof. Dr. Malcon do Prado Costa Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Banca examinadora:

Adailton José Epaminondas de Carvalho Engenheiro Florestal

MSc Fellipe Ragner Vicente de Assis Engenheiro Florestal

Macaíba/RN Novembro, 2019.

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4 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí - EAJ

Lopes, Ana Luiza da Silva.

Balanço da oferta de biomassa e demanda energética do setor de cerâmica vermelha no Rio Grande do Norte / Ana Luiza da Silva Lopes. - 2019.

40 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, curso de graduação em Engenharia Florestal. Macaíba, RN, 2019. Orientador: Prof. Dr. Malcon do Prado Costa.

1. Desmatamento - Monografia. 2. Lenha clandestina - Monografia. 3. Manejo florestal - Caatinga - Monografia. I. Costa, Malcon do Prado. II. Título.

RN/UF/BSPRH CDU 504.122

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5 Ao meu marido (Lucas Jean Nunes) e aos meus pais (José Rogério Lopes e Maria das Graças da Silva), por todo incentivo, dedicação e amor.

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6

AGRADECIMENTOS

Minha gratidão, antes de tudo, a Deus e sua infinita bondade, por ser lâmpada para os meus pés e consolo nos dias difíceis;

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, especialmente à Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, por cada oportunidade de ampliar meus horizontes intelectuais e culturais;

Ao Dr. Malcon do Prado Costa, pela orientação, paciência e ensino a cada conversa; Ao Engenheiro Florestal Adailton Epaminondas de Carvalho, por toda orientação e apoio;

Aos professores que tanto me ensinaram nesses cinco anos de graduação;

Ao meu marido e melhor amigo, Lucas Jean Nunes, por todo incentivo, companheirismo e por nunca me deixar desistir;

Aos meus pais, José Rogério Lopes e Maria das Graças da Silva, por todos os sacrifícios feitos ao longo desses anos e por todo incentivo e amor;

Aos meus amigos da graduação, especialmente, à Kely por toda ajuda direta e indireta; A todos os meus amigos e à minha família,

(7)

7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. REVISÃO LITERÁRIA ... 4

2.1. Caatinga ... 4

2.2. Consumo de lenha para fins energéticos ... 5

2.3. Indústria de Cerâmica Vermelha no RN ... 6

2.4. Plano de Manejo Florestal Sustentável ... 7

3. OBJETIVOS ... 10 3.1. Objetivo Geral ... 10 3.2. Objetivos Específicos ... 10 4. METODOLOGIA ... 11 4.1. Coleta de dados ... 11 4.2. Unidades ... 11

4.3. Cálculo da Oferta Potencial Disponível para Energia ... 11

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 13

5.1. Oferta atual de lenha no RN pelos PMFS ... 13

5.2. Oferta potencial de lenha no RN ... 15

5.3. Oferta potencial das demais fontes de biomassa ... 15

5.4. Balanço de oferta e demanda energética ... 16

5.5. Plano de Suprimento Florestal ... 20

3. CONCLUSÕES ... 22

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 23

ANEXO I ... 27

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8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa de vegetação e uso do solo do Rio Grande do Norte. Fonte: SFB, 2018. ... 4 Figura 2. Mapa de distribuição dos PMFS ativos em 2019 no Rio Grande do Norte. .. 13 Figura 3. Gráfico das fontes de suprimento da demanda energética do setor de cerâmica vermelha no RN. ... 18

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9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Dados dos Planos de Manejo Florestal Sustentável com atividade nos anos de 2018 e 2019 no estado do Rio Grande do Norte. ... 14 Tabela 2. Disponibilidade de diferentes fontes de biomassa no Rio Grande do Norte. 16 Tabela 3. Balanço e relação entre a demanda energética do setor de cerâmica vermelha no RN e as fontes de oferta atual e potencial de biomassa. ... 17 Tabela 4. Dados dos remanescentes de PMFS solicitados em 2019, no RN. ... 19 Tabela 5. Balanço e relação entre a demanda energética do setor de cerâmica vermelha no RN e a oferta potencial de lenha disponível nos remanescentes de Caatinga do RN.19

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10

LISTA DE SIGLAS

AUTEX - Autorização para exploração florestal APNE - Associação Plantas do Nordeste

APP - Área de Preservação Permanente DAP - Diâmetro a Altura do Peito DOF – Documento de Origem Florestal ha - Hectare

IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais IDEMA - Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente IMA - Incremente Médio Anual

INT - Instituto Nacional de Tecnologia m³ - Metro Cúbico

MMA - Ministério do Meio Ambiente

PMFS - Plano de Manejo Florestal Sustentável POA - Plano Operacional Anual

PSS - Plano de Suprimento Sustentável SFB - Serviço Florestal Brasileiro st - Estéreo

tMS - Toneladas de Matéria Seca UC - Unidade de Conservação

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RESUMO

O desmatamento ilegal na Caatinga, por vezes, corresponde ao suprimento da demanda energética local, ainda que opções de lenha legalizada estejam disponíveis no mercado. Estudos recentes mostram que a indústria de cerâmica vermelha é o maior consumidor de lenha no estado do Rio Grande do Norte. Considerando a lenha proveniente dos PMFS como uma alternativa viável ao suprimento desse setor, objetivou-se neste trabalho analisar a atual situação da oferta de biomassa florestal no RN, em consonância com a demanda deste insumo na indústria de cerâmica vermelha. A obtenção do número, área e volume dos atuais PMFS foi concedida pelo órgão responsável pela gestão florestal no Rio Grande do Norte, o IDEMA. Foram analisados os Planos Operacionais Anuais (POA’s) com a finalidade de obter o volume de madeira disponível no período de um ano. Com o levantamento, constatou-se a existência de 22 PMFS com autorização para exploração florestal válida para o ano de 2019, distribuídos em 20 municípios do estado, somando uma área de 988,99 hectare. Calculou-se uma oferta atual de lenha disponível para energia, no RN, de 26.223,13 tMS.ano-1. Nota-se que a oferta atual de lenha oriunda dos PMFS atende apenas 5,5% da demanda energética do setor ceramista do estado. Por outro lado, a oferta potencial de lenha disponível nos remanescentes de Caatinga do estado, supera em mais de seis vezes a demanda do setor. Conclui-se que há a necessidade de reforço na esfera governamental, para propor medidas que estimulem o uso do recurso florestal de forma legalizada em escala proporcional ao consumo atual.

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12

ABSTRACT

Illegal deforestation in Caatinga sometimes corresponds to the supply of local energy demand, even though options for legalized firewood are available in the market. Recent studies show that the red ceramic industry is the largest consumer of firewood in the state of Rio Grande do Norte. Considering PMFS firewood as a viable alternative to supply this sector, this study aimed to analyze the current situation of forest biomass supply in the NB, in line with the demand for this input in the red ceramic industry. Obtaining the number, area and volume of the current PMFS was granted by the IDEMA responsible for forest management in Rio Grande do Norte. Annual Operational Plans (POAs) were analyzed to obtain the volume of wood available over a period of one year. With the survey, it was found the existence of 22 PMFS with authorization for forest exploitation valid for the year 2019, distributed in 20 municipalities of the state, totaling an area of 988.99 hectares. A current supply of available firewood for energy in the NR of 26,223.13 tMS.year-1 was calculated. Note that the current supply of firewood from the PMFS meets only 5.5% of the energy demand of the state's ceramic industry. On the other hand, the potential supply of firewood available in the state's Caatinga remnants exceeds the sector's demand by more than six times. It is concluded that there is a need for reinforcement at the governmental level, to propose measures that stimulate the use of the forest resource in a legalized way proportional to the current consumption. Key-words: deforestation, clandestine firewood, forest management of Caatinga

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1. INTRODUÇÃO

1

O bioma Caatinga ocupa uma área de 844.453 km2, equivalente a 11% do território brasileiro. Ocorre nos nove estados da região Nordeste, além do norte de Minas Gerais. O clima na região é caracterizado como semiárido quente, com altas temperaturas, baixa precipitação (variando entre 250 e 1000 mm/ano), com estação seca prolongada e temperatura média anual de 24 a 26 ºC (RADAMBRASIL 1983, ANDRADE-LIMA 1981). Estudos florísticos no bioma listaram 18 gêneros e 318 espécies endêmicas, pertencentes a 42 famílias (GIULIETTI et al., 2002). Entre as espécies endêmicas, a família Leguminosae se destaca por apresentar o maior número de espécies (80), além desta, a família Cactaceae também apresenta um expressivo número de espécies endêmicas (41).

Embora a Caatinga seja destaque por sua exuberante diversidade, ainda assim, tem sido alvo da devastação provocada pelo desmatamento indiscriminado. Os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite, promovido pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente - SBF/MMA, estimam que 45,6% da Caatinga foi desmatada até 2009. Entre os anos de 2009 e 2012, novas Unidades de Conservação (UC’s) federais foram inauguradas em áreas de ocorrência do bioma, o que aumentou a área protegida para cerca de 7,5%. Entretanto, pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção Integral, logo, a Caatinga continua como um dos biomas menos protegidos do país (MMA, 2011). Sendo o terceiro bioma mais degradado do Brasil (ALVAREZ; OLIVEIRA, 2013).

O desmatamento indiscriminado dos recursos deste bioma tem levado a uma redução da sua biodiversidade, ampliando as áreas degradadas e gerando riscos à qualidade de vida das populações inseridas na sua área de ocorrência (RIO GRANDE DO NORTE, 2010). Frequentemente, o desmatamento na Caatinga é seguido de queimadas e essa prática, além de ser danosa à diversidade florística e faunística, acelera os processos de erosão, reduzindo a fertilidade do solo e a qualidade da água resultante da sedimentação e assoreamento dos corpos hídricos (PEREIRA, 2007).

O atual estado de devastação da Caatinga é decorrente, principalmente, da exploração extensiva de suas espécies para lenha e carvão. Esses insumos são destinados às indústrias alimentícias, de curtume, cerâmica, olarias, reformadoras de pneus, panificadoras e pizzarias (EMBRAPA, 2004).

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2 Um dos maiores contribuintes para a exploração da vegetação nativa no estado do Rio Grande do Norte, é o setor de cerâmica vermelha. Silva (2007) diz que a vegetação nativa é o insumo principal na produção de cerâmica vermelha em Carnaúba dos Dantas - RN e essa exploração, por sua vez, implica na expansão do desmatamento irregular no entorno do município. O autor expõe, além disso, que o último diagnóstico da cobertura vegetal da região, feito pelo IBAMA local, data de 1984-85; não sendo realizado, até o ano de sua pesquisa, outro levantamento do potencial energético florestal. Em seu trabalho sobre os impactos ambientais da expansão da cerâmica vermelha em Carnaúba dos Dantas - RN, o mesmo autor relata que 44% dos ceramistas entrevistados, não concordam com a ideia de que essa atividade gera qualquer problema para o homem ou para a natureza.

Em 2005, o consumo de lenha e carvão vegetal no Rio Grande do Norte foi de 24,2% em comparação com as demais fontes energéticas, ficando abaixo apenas dos derivados de petróleo (33,3%), sendo mais alta que o consumo de Gás Natural; representando 47,4% da demanda total no setor industrial e 53,4% no setor residencial (SEDEC, 2006).

A partir de uma breve avaliação dos dados de consumo energético no estado, é possível constatar a forte demanda por biomassa florestal. Entretanto, a utilização dos recursos florestais da Caatinga de modo sustentável e de acordo com os termos legais, ainda não faz parte do senso comum da população e dos produtores.

Uma alternativa viável e legalizada para obtenção de vários produtos florestais, atualmente, é o manejo florestal sustentável, que atua como um importante instrumento de gestão ambiental. Quando comparado às atividades agrícolas e pecuárias, o manejo florestal se destaca pela sua capacidade de conservar a biodiversidade local (BRASIL, 2008). O manejo florestal está previsto na legislação ambiental em vigor, especialmente no artigo 31 do Código Florestal, Lei n° 12.651/12. Entretanto, a competência pela gestão dos recursos florestais, incluindo o seu manejo, passou a ser dos Estados, através dos seus órgãos de meio ambiente, por força da Lei n° 11.284/2006. No Rio Grande do Norte, a gestão florestal é efetuada pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - IDEMA.

Áreas sob manejo florestal na Caatinga conciliam a conservação da biodiversidade, sustentando populações de espécies vegetais e animais, e a oportunidade de emprego e renda para a população rural. Desta forma, os Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) constituem uma alternativa à exploração predatória.

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3 É de suma relevância, portanto, a identificação dos gargalos na relação de oferta e demanda de biomassa florestal no setor ceramista do estado, além da avaliação das fontes de abastecimento que tem suprido sua demanda energética, a fim de delimitar ações que compatibilizam a atividade à sustentabilidade no uso dos recursos.

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4

2. REVISÃO LITERÁRIA

2.1.Caatinga

Em mapeamento realizado no ano de 2002, constatou-se a existência de remanescentes bem conservados no Nordeste brasileiro, ocupando 309.373,97 Km2 que correspondem a 40,56% do território nordestino; destes, porém, apenas 184.957,37 Km2 (24,25%) correspondem à Savana Estépica, Caatinga propriamente dita (MMA, 2007).

Estima-se que 93,5% da área territorial do Rio Grande do Norte seja de domínio da Caatinga, ou seja, 49.402,20 Km2 (MMA, 2011). Segundo o Serviço Florestal Brasileiro (2018), a área do RN coberta por florestas naturais é de aproximadamente 2,2 milhões de hectares, o que equivale a 42% do território total do Estado (Figura 1).

Figura 1. Mapa de vegetação e uso do solo do Rio Grande do Norte. Fonte: SFB, 2018.

Além das altas taxas de desmatamento anual da Caatinga, as áreas de proteção ao bioma no estado constituem apenas 2% de sua extensão total, são 108.510 hectares de áreas protegidas em 13 UCs. O órgão responsável pelo gerenciamento destas unidades no RN é o

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5 IDEMA e que, segundo publicações recentes, afirma o investimento na criação de novas Unidades Estaduais de Conservação, estimando-se um acréscimo nas áreas protegidas para cerca de 6,8% do território estadual (IDEMA, 2017).

De acordo com a EMBRAPA Semiárido (2004), uma das lacunas que podem ser identificadas no contexto da exploração florestal insustentável da Caatinga, trata-se do ajuste da oferta de matéria prima na região e o não cumprimento da reposição florestal obrigatória. Entre os problemas concernentes a esta lacuna, destacam-se: a superexploração da vegetação nativa (manejo inadequado); comércio ilegal de plantas; não reposição florestal obrigatória; desconhecimento de espécies potenciais indicadas para reflorestamento em cada zona agroecológica da região; não cumprimento de leis governamentais de consumo e reposição de lenha; falta de fiscalização por parte de órgãos governamentais junto às indústrias de transformação; e distância entre áreas produtoras de matéria-prima e indústrias transformadoras.

2.2.Consumo de lenha para fins energéticos

Segundo MMA (2018), o uso irregular de lenha como insumo energético intensificou-se após o primeiro choque de preços do petróleo em 1974, nesse período, o Brasil tomou medidas para redução do consumo de derivados petrolíferos. Foi criado o Conselho Nacional do Petróleo, que entre regimes de quotas decrescentes também estabeleceu a proibição de uso do óleo BPF em indústrias. Essas medidas geraram um impacto significante, principalmente, nas indústrias de cerâmica vermelha e cimento no Nordeste brasileiro, que passaram a depender quase exclusivamente de lenha e carvão vegetal como fonte energética.

Após o aumento drástico no consumo de lenha e carvão vegetal na década de setenta, a fim de amenizar o desmatamento gerado, foram estabelecidos alguns mecanismos legais e financeiros para controlar a exploração das matas nativas. Alguns destes mecanismos foram:

- O cadastramento dos consumidores;

- Exigência de elaboração de um Plano Integrado Floresta Indústria (PIFI) para grandes consumidores;

- Obrigação de Reposição Florestal (ou pagamento de taxa equivalente) para médios e pequenos consumidores.

(18)

6 Entretanto, a limitada capacidade de monitoramento dos órgãos de fiscalização tornou estas medidas ineficientes. Não houve registro adequado de um expressivo número de pequenos consumidores e muitos não cumpriram suas obrigações ou declararam consumos menores que os reais (MMA, 2018).

O desmatamento na Caatinga, por vezes, corresponde ao suprimento da demanda energética local. Em 2006, foi estimada uma demanda de lenha de 25,1 milhões de estéreos por ano no Nordeste, sendo dividida nos setores industrial e comercial, e mais 9,4 milhões de st/ano para o setor residencial, o que totaliza 34,5 milhões de st/ano na região (RIEFELHAUPT; PAREYN, 2010).

Estudos no Nordeste (Projeto PNUD/FAO e SEMARH/SE) identificaram 26 ramos e sub-ramos industriais consumidores de biomassa energética. Em 2015, o consumo concentrava-se em sete ramos: cerâmica vermelha, celulose e papel, siderurgia, beneficiamento de mandioca, padaria, gesso e óleos vegetais. Estes respondiam por 80% ou mais da demanda total. Considerando que a indústria de cerâmica vermelha é o maior consumidor de lenha no estado, será priorizada neste estudo.

2.3.Indústria de Cerâmica Vermelha no RN

O consumo de biomassa pelo segmento cerâmico no RN, estimado pelos cadastros do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e Associação Plantas do Nordeste (APNE), está dividido entre cerca de 265 estabelecimentos contabilizados, sendo o terceiro maior consumidor da região Nordeste, 474.262 tMS.ano-1 (MMA, 2018). Essa demanda será utilizada neste estudo com a finalidade de classificar a sua relação com a oferta disponível de biomassa pelos PMFS no estado.

O Rio Grande do Norte é um dos três maiores produtores de cerâmica vermelha do Nordeste e o maior produtor de telhas do país (SCHWOB et al., 2017). Sua produção é na ordem de 111.000 milheiros/mês, sendo 54% de produção de telhas, 42% de tijolos/blocos de vedação e 4% de outros produtos (SCHWOB et al., 2017).

Segundo Carvalho et al (2001), as indústrias de cerâmica vermelha no Rio Grande do Norte estão distribuídas em 8 regiões que englobam 53 municípios. Sendo a produção, no ano 2000, de aproximadamente 82.799.000 peças/mês.

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7 A região da bacia do Seridó tem a maior produção de peças por mês (32.327.000 peças/mês), seguida da região do baixo Assú (18.523.000 peças/mês). Levando em consideração o consumo médio de lenha de 2,0 m³/1000 peças, as duas regiões consomem mensalmente, 64.654 m³ e 37.046 m³ de lenha, respectivamente (CARVALHO et al, 2001).

O consumo energético na cadeia produtiva da cerâmica vermelha varia de acordo com o tipo de forno empregado. Os fornos em atividade com maior número no estado são: caipira (0,7 a 0,9 m³ de lenha por tonelada de produto queimado), corujinha (1,0 a 1,2 m³ de lenha por tonelada de produto queimado) e igreja (0,6 a 1,5 m³ de lenha por tonelada de produto queimado) (CARVALHO et al, 2001).

De acordo com Riegelhaupt & Pareyn (2010), o volume e a distribuição geográfica da oferta de lenha e carvão dependem da presença de consumidores que ofereçam preços interessantes para os produtores. Quanto à lenha, o custo de transporte é alto em relação ao valor do produto e as demandas localizadas a mais de 200km ou 300km tornam-se pouco atrativas para os produtores.

Segundo Chaves (2016), os municípios com maior número de cerâmicas no RN são: Assú, Itajá e São Gonçalo do Amarante. Estes municípios também constituem os destinos mais frequentes de lenha proveniente do manejo florestal sustentável, recebendo, respectivamente, lenha de 9,8 e 7 áreas com PMFS no estado (Anexo II).

2.4.Plano de Manejo Florestal Sustentável

Os PMFS constituem uma das fontes legalizadas para suprimento da demanda do setor ceramista e devem contemplar técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme, previsto na Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, o Novo Código Florestal. Esse sistema de manejo segue três princípios: deve ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo (SFB, 2013).

A exploração madeireira na Caatinga a partir do manejo sustentável se dá, na maioria das vezes, por corte raso, em ciclo de corte de 15 anos. Este ciclo é definido pelo Incremente Médio Anual (IMA) e o estoque disponível, considerando-se que a recuperação do estoque ocorre por meio de regeneração natural, a partir de rebrota e cepas (MEUNIER, 2014).

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8 De acordo com Pareyn (2010), o manejo da Caatinga não restringe a área à atividade florestal, ao contrário, possibilita o desenvolvimento de outras atividades produtivas, como apicultura e extração de produtos não madeireiros, que podem garantir renda complementar ao proprietário. Além disso, o autor descreve três grandes beneficiários desse sistema de exploração: o produtor rural, uma vez que o manejo pode representar uma alternativa produtiva e com retorno financeiro; o consumidor, como indústrias e comércio que obtém uma fonte de energia legalizada; e o Estado, que ao exercer a gestão sustentável dos recursos florestais, possibilita a geração de emprego e renda.

Esse sistema de manejo tem como finalidade conseguir que as florestas forneçam continuamente benefícios econômicos, ecológicos e sociais, a partir de um planejamento que vise o aproveitamento dos recursos madeireiros e não madeireiros disponíveis (GAMA; BENTES-GAMA; SCOLFORO, 2005).

Os produtos não madeireiros, por sua vez, constituem importante complemento de renda, além de fonte de energia primária (CARVALHO et al., 2000). Durante o ciclo de corte do plano de manejo, esses produtos promovem o melhor aproveitamento da terra, conservação da paisagem florestal e dos recursos naturais, promovendo, ainda, uma valorização econômica ao empreendimento (MARINHO et al, 2009).

O preço da lenha proveniente do manejo florestal pode variar de acordo com a região. No RN, Chaves (2016) encontrou valores variando de R$ 20,00 a R$ 35,00, sendo o preço médio de R$ 24,50/st. Nos municípios de Macaíba e Santa Cruz foram encontrados os menores valores.

Entre as espécies florestais mais utilizadas pelo setor de cerâmica vermelha do RN, destacam-se a Mimosa tenuiflora e a Anacardium occidentale por suprir a demanda com custo mais baixo (SANTOS, 2013; TAVARES, 2014; SANTOS, 2016). Carvalho (2018), relata em seu estudo que a jurema preta (Mimosa tenuiflora) se sobressai quanto à produção de energia, destacando-se pelos altos valores de carbono fico, poder calorífico superior e densidade básica, além de apresentar baixo valor de cinzas, o que a torna indicada para implantação de floresta energética. Além desta, a catingueira (Poincianella pyramidalys) e a jurema branca (Piptadenia stipulacea) também apresentaram alta densidade.

Além das espécies nativas e da poda do cajueiro, destaca-se o uso da espécie exótica algaroba (Prosopis juliflora) e outros resíduos florestais (SCHWOB et al.,

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9 2017). Entretanto, para Tavares (2014), a madeira das espécies nativas possui maior poder calorífico do que resíduos florestais como a poda do cajueiro.

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10

3. OBJETIVOS

3.1.Objetivo Geral

Nessa perspectiva, o presente trabalho pretende analisar a atual situação da oferta de biomassa florestal no RN, em consonância com a demanda deste insumo na indústria de cerâmica vermelha.

3.2.Objetivos Específicos

- Avaliar os aspectos quantitativos (oferta de biomassa) dos atuais Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) no estado do Rio Grande do Norte;

- Avaliar a demanda energética do setor ceramista e as atuais fontes de suprimento; - Relacionar os parâmetros avaliados.

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4. METODOLOGIA

4.1.Coleta de dados

A obtenção do número, área e volume dos atuais PMFS foi concedida pelo órgão responsável pela gestão florestal no Rio Grande do Norte, o IDEMA. Para tal, dois bancos de dados foram consultados: o Cerberus que constitui o sistema interno do IDEMA e o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), desenvolvido pelo IBAMA. A partir desses dados, foi possível mensurar o volume real disponível pelo conjunto de PMFS, logo, a oferta de biomassa florestal.

Foram analisados os Planos Operacionais Anuais (POA’s) com a finalidade de obter o volume de madeira disponível no período de um ano. O POA é um documento que define o cronograma de atividades, os procedimentos do manejo florestal a serem aplicados em um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS); possui validade de 1 ano somado a um período de 3 meses para renovação. Caso o POA não seja renovado ou não haja novas solicitações, o PMFS permanece sem autorização para exploração (AUTEX) até que um POA seja enviado ao órgão. Por esse motivo, nesta pesquisa, priorizou-se os empreendimentos com emissão de POA a partir de agosto de 2018, ou seja, que possuem, até o momento do estudo, autorização para exploração e venda de lenha.

4.2.Unidades

Para comparação dos dados obtidos, realizou-se a conversão dos dados para as mesmas unidades: a área expressa em hectares (ha), o volume em estéreos (st) e biomassa em toneladas de Matéria Seca (tMS). Para converter metro cúbico (m³) para metro estéreo (st) de lenha utilizou-se o fator de empilhamento 3,4, conforme a nota técnica do projeto PNUD/FAO/IBAMA no Rio Grande do Norte, de 2000. Seguindo a equivalência de medidas proposta em MMA (2018), utilizou-se 1 st de lenha da Caatinga correspondente a 0,214 tMS.

4.3.Cálculo da Oferta Potencial Disponível para Energia

Adaptando-se a metodologia em MMA (2018), para o cálculo da oferta potencial de lenha disponível para energia em 2019 no Rio Grande do Norte, utilizou-se a área total do

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12 estado ocupada por remanescentes de Caatinga e a produtividade média considerada para o bioma de 3,03 tMS.ha-1.ano-1 (MMA, 2018), afetada por três fatores:

a. fator de acesso (FA): a fração da área que pode ser atingida pela colheita. As limitações de acesso são determinadas pela exclusão de 20% de Reserva Legal e 5% de Área de Preservação Permanente (APP). Logo, FA é igual a 0,75.

b. fator de colheita sustentável (FC): razão entre a biomassa efetivamente colhida e a existente. O FC médio é de 0,75 porque uma parte das árvores ou das áreas em PMFS não é cortada; e

c. fator de uso energético (FUE): fração da biomassa colhida que é utilizada para obter energia. Considerando que 10% da madeira são utilizados para estacas e mourões, o fator de uso energético é 0,9.

A disponibilidade efetiva de biomassa (tMS.ha-1.ano-1) resulta da fórmula:

Oferta potencial disponível para energia (tMS.ano-1) = Área (ha) x produtividade

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13

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1.Oferta atual de lenha no RN pelos PMFS

Com o levantamento, constatou-se a existência de 22 PMFS com autorização para exploração florestal (AUTEXFL) válida para o ano de 2019, distribuídos em 20 municípios do estado (Figura 1). Carvalho (2018), analisando os PMFS com licença vigente até o início de 2018, encontrou 21 planos.

Para o ano de 2019, foram autorizados 22 talhões para exploração, somando uma área de 988,99 hectares com o rendimento médio de 126,52 st/ha (Tabela 1). A área manejada no período de agosto de 2018 a novembro de 2019, corresponde a apenas 0,0002% da área que o bioma Caatinga ocupa no RN. Em outros estados do Nordeste, como Pernambuco, a área autorizada para desmate alcançou 11.104 ha, no período de 2001 a 2005 (PAREYN, 2010). No Ceará, há a maior concentração de PMFS do Nordeste, o estado possui 44% do número total de Planos, 35% de sua área manejada e 32% do volume anual autorizado (APNE, 2014). Segundo Chaves (2016), apenas 26,7% dos proprietários rurais no RN consideravam o manejo florestal como principal atividade econômica, enquanto a pecuária apresentou 70% das considerações.

(26)

14

Tabela 1. Dados dos Planos de Manejo Florestal Sustentável com atividade nos anos de 2018 e 2019 no

estado do Rio Grande do Norte.

Ano do PMFS Município Nº do talhão Ano do POA Área do talhão (há) Volume do talhão (st) Rendimento (st/ha) 2010 Touros 7 2018 37,33 7734,13 207,16 2012 Santa Cruz 8 2019 34,98 8612,52 246,21 2012 Pedro Avelino 4 2018 69,81 6589,51 94,40 2014 Assú 2 2018 20,55 2085,93 101,51 2014 Campo Grande 5 2018 58,56 7100,11 121,25 2014 Tangará 5 2018 41,21 3430,02 83,24 2014 Parazinho 4 2018 46,00 4707,18 102,33 2015 Sítio Novo 2 2019 19,00 1817,84 95,68 2015 Caraúbas 3 2019 45,36 4499,45 99,19 2015 Currais Novos 3 2019 45,25 7554,00 166,94 2016 Pendências 3 2019 41,00 4229,68 103,16 2016 Currais Novos 3 2019 45,26 166,94 3,69 2016 Acari 2 2019 28,42 8801,18 309,68 2017 São Fernando 2 2019 46,61 3178,11 68,18 2017 Touros 4 2019 13,96 2688,00 192,57 2018 João Câmara 2 2019 13,96 2688,00 192,57 2018 São Paulo do Potengi simultâneo 2018 111,7166 10909,13 97,65 2019 Alto do Rodrigues 1 2019 25,36 2289,00 90,27 2019 Serra Negra do Norte 1 2018 221,62 39392,17 177,75 2019 Angicos 5 2019 44,13 2375,5179 53,83 2019 Parelhas 1 2019 65,44 1407,4889 21,51 2019 Serra Caiada 1 2019 25,20 3897,4300 154,66

Nos 22 PMFS avaliados, o volume total obtido foi de 136.153,33 st.ano-1. Esse valor corresponde ao volume de lenha autorizado para comercialização no período de um ano no RN e equivale a apenas 0,1% do estoque de madeira para a área total de floresta no estado, de 131.944.945,8 st (38.807.337 m3) - para indivíduos com DAP ≥ 5 cm - estimado pelo Inventário Florestal Nacional do RN. Segundo Pareyn (2010), em 2007, no estado de Pernambuco, foi estimado uma produção de 232.000 st.ano-1 nas áreas manejadas.

Utilizando o fator de conversão 0,214 para biomassa florestal sobre o volume total obtido, tem-se 29.136,81 tMS.ano-1, ou seja, a oferta atual total de lenha disponível em um ano.

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15 29.136,81 tMS.ano-1 x (0,9) = 26.223,13 tMS.ano-1 ou 2,6 x104 tMS.ano-1 disponíveis, no

mercado, para energia no RN.

5.2.Oferta potencial de lenha no RN

De acordo com o IFN-RN (MMA, 2018), a área de florestas naturais no estado equivale a 2.212.322,05 hectares. Desse total, 92,31% corresponde à Savana-Estépica (Caatinga), variando entre as tipologias de Savana-Estépica Florestada e Savana-Estépica Arborizada. Logo, a área de Caatinga no estado é de 2.042.194,484 hectares. Excluindo-se, desse total, as áreas ocupadas pelas UC’s, tem-se 1.933.683,925 hectares.

Cálculo da oferta potencial de lenha disponível para energia no RN:

1.933.683,925 ha x 3,03 tMS.ha-1.ano-1 x 0,75 x 0,75 x 0,9 = 2.966.150,285 tMS.ano-1 ou

296,6 x104 tMS.ano-1

Um estudo feito pelo MMA (2018), estimou a oferta potencial de biomassa disponível para energia no Nordeste em 29,2 x106 tMS.ano-1, logo, o valor encontrado para o RN equivale a cerca de 10% da oferta potencial total na região brasileira.

5.3.Oferta potencial das demais fontes de biomassa

Segundo Riegelhaupt & Pareyn (2010), além da lenha proveniente do manejo florestal, a poda de frutíferas (caju) e a exploração de algaroba (Prosopis juliflora Griseb.) abastecem uma parte da demanda industrial no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba. Nascimento (2011), em pesquisas sobre o setor ceramista no Seridó potiguar, diz que em todas as empresas visitadas, os ceramistas entrevistados alegaram utilizar a algaroba como principal insumo, seguido da poda de cajueiro (Anacardium occidentale).

A algaroba é uma espécie de fácil adaptação a regiões semiáridas, com uso extenso para produção forrageira e madeireira. Sua dispersão pode ser feita pelos animais, que criam povoamentos homogêneos, densos e com rápido crescimento. Atualmente, esta classifica-se como exótica invasora, com dispersão restrita às áreas de várzeas e baixios (MMA, 2018).

Os plantios de cajueiro são amplamente difundidos no estado, visando a produção do pseudofruto e da castanha. Devido a idade avançada da maioria dos plantios na região, faz-se necessário a poda a fim de promover a frutificação. Essas podas constituem uma alternativa

(28)

16 sustentável de biomassa, uma vez que que as árvores podadas continuem crescendo. É considerado um insumo acessível, com baixo preço aquisição e que não possui exigência de DOF (TAVARES, 2014). Entretanto, a biomassa disponível de poda de cajueiro limita-se ao estoque atual e estimativas dos extensionistas da EMATER e comerciantes de lenha dizem que toda essa biomassa será utilizada nos próximos 10 anos (MMA, 2018).

Além dessas duas fontes, a biomassa de frutíferas diversas, oriundas de poda de mangueira, goiabeira, entre outras, será considerada neste estudo por ter ganho, nos últimos anos, interesse dos consumidores de biomassa devido à inexistência de restrições legais para o seu uso (MMA, 2018).

A Tabela 2 mostra a disponibilidade das demais fontes de biomassa para abastecimento do setor ceramista no RN, segundo estimativas do MMA (2018). A soma da oferta potencial de lenha de algaroba, poda de cajueiro e poda de outras frutíferas, disponível para energia no RN, é de 0,363 x106 tMS.ano-1.

Tabela 2. Disponibilidade de diferentes fontes de biomassa no Rio Grande do Norte.

Fonte de Biomassa Área (ha) Produtividade (tMS.ha.ano-1) FA FC FUE Disponibilidade total (tMS.ano-1) Disponibilidade para energia (tMS.ano-1) algaroba 17.465 0,00426 0,67 1,0 0,87 49,82 43,34 poda de cajueiro 107.020 3,7 1,0 0,9 1,0 356.376,60 356.376,60 outras frutíferas 3.847 1,8 1,0 0,9 1,0 6.232,14 6.232,14 Total 362.658,56 362.652,08

FA: fator de acesso; FC: fator de colheita; FUE: fator de uso energético. Fonte: MMA, 2018

A ocorrência de algaroba concentra-se em áreas de baixio no Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Piauí, áreas de várzeas - regiões próximas a corpos d’água. Consequentemente, estas populações estão inseridas, em sua maioria, em Áreas de Preservação Permanente (APP), segundo o Código Florestal, com corte não autorizado. Logo, esse fato contrasta com a alegação dos ceramistas quanto ao uso principal dessa espécie para fins energéticos (NASCIMENTO, 2001).

5.4.Balanço de oferta e demanda energética

Em estimativa realizada pelo MMA (2018), a partir das médias de consumo anual por estabelecimento de cerâmica vermelha em cada estado (segundo o INT) multiplicado pelo

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17 número de estabelecimentos do cadastro da APNE, foram contabilizados 265 estabelecimentos que consomem, anualmente, 474.262 tMS. ano-1, correspondendo ao terceiro maior consumo entre os estados nordestinos, 19% do total.

A Tabela 3 expressa a relação entre a demanda anual do setor ceramista e a oferta atual e potencial de biomassa no estado. Nota-se que a oferta atual de lenha oriunda dos PMFS atende apenas 5,5% da demanda. Considerando a oferta potencial das demais fontes de biomassa (algaroba, poda de cajueiro e frutíferas diversas), a porcentagem de suprimento da demanda passa a atingir 82,0%. Entretanto, ainda que a indústria de cerâmica vermelha seja o maior consumidor e com maior perspectiva de crescimento, deve-se considerar a existência de outros setores consumidores de biomassa no RN, como domiciliar, padarias, indústria de gesso, caieira, entre outras (MMA, 2018). Portanto, a oferta potencial utilizada neste estudo atende uma parcela ainda menor do setor ceramista, por dividir a comercialização do insumo com os demais setores. Além disso, os dados de oferta potencial das demais fontes de biomassa compõe uma estimativa do MMA (2018), podendo não corresponder a oferta real destes insumos no estado.

Tabela 3. Balanço e relação entre a demanda energética do setor de cerâmica vermelha no RN e as

fontes de oferta atual e potencial de biomassa.

Diante disso, conclui-se que há um déficit no suprimento da demanda do setor ceramista por parte das ofertas legais, restando uma quantidade significativa que pode estar sendo atendida por lenha proveniente do desmatamento ilegal (Figura 3). Pareyn (2010) obteve a mesma conclusão quanto ao balanço energético do estado de Pernambuco, em 2007, onde a oferta legalizada de vegetação nativa atendia apenas 13,7% da demanda, sendo a oferta do manejo florestal sustentável apenas 5,8%.

No estado de Sergipe, 53% do insumo energético consumido pelas cerâmicas provem de floresta nativa, sendo o restante de Pinus (24%), bambu (12%) e Eucalyptus (11%) (MACHADO; GOMES; MELLO, 2010). O balanço energético da Paraíba revela que a demanda de lenha pela indústria e comércio foi atendida por 13,9% de lenha proveniente do manejo florestal (SUDEMA, 2004).

Demanda (tMS.ano-1) Oferta atual dos PMFS (tMS.ano-1) Relação Oferta/ Demanda (%) Oferta potencial das demais fontes (tMS.ano-1) Relação Oferta/ Demanda (%) Balanço (tMS.ano-1) Total demanda atendida (%) 474.262,000 26.223,130 5,53 362.652,082 76,467 -85.386,79 82,00

(30)

18

Figura 3. Gráfico das fontes de suprimento da demanda energética do setor de cerâmica vermelha no RN.

MMA (2018) afirma que Pernambuco é o estado com pior desempenho no suprimento legal da demanda energética total dos setores, sendo quase sete vezes maior que a oferta legal. Nascimento (2011) diz que registros informais relatam o transporte de lenha nativa feito à noite, com queima imediata ao chegar nas cerâmicas a fim de impedir a notificação do IDEMA durante as fiscalizações.

O desmatamento ilegal no RN tem preenchido uma parcela do suprimento de biomassa no setor de cerâmica vermelha do estado. Em contrapartida, proprietários de PMFS no estado têm tido dificuldades na comercialização do seu estoque de lenha. Um reflexo disso é percebido nos dados de emissão de POA’s no último ano.

A Tabela 4 expõe a solicitação de dois remanescentes de vegetação nativa, em dois PMFS distintos, solicitados no ano de 2019. Em resumo, um remanescente é solicitado ao órgão quando, no ano em que o POA foi emitido, o empreendedor não conseguiu comercializar 100% do seu volume autorizado no talhão; este, por sua vez, tem a possibilidade de solicitar ao órgão, no ano seguinte, a área remanescente para exploração. Em 2018, duas áreas de manejo florestal venderam, respectivamente, 18,27% e 64,27% do seu volume autorizado para o ano. Segundo Chaves (2016), 80% dos proprietários de PMFS entrevistados no RN consideram a falta de fiscalização sobre a exploração e comércio de lenha clandestina como o principal entrave, pois reduz a demanda por lenha legalizada.

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 fonte desconhecida outras frutíferas algaroba poda de cajueiro lenha dos PMFS % de atentimento à demanda

Principais fontes de biomassa para o setor de

cerâmica vermelha no RN

(31)

19

Tabela 4. Dados dos remanescentes de PMFS solicitados em 2019, no RN.

Ano do POA Área do talhão (ha) Volume Inicial (st) Área do Rem. (ha) Volume Rem. (st) Volume vendido no POA (st) Volume vendido no POA (%) 2018 69,81 6.589,5100 69,81 5.385,4885 1.204,0215 18,27 2018 221,62 39.392,1729 79,17 14.072,9474 25.319,2255 64,27

As ofertas atuais de biomassa que compõem a Tabela 2, constituem uma alternativa sustentável para suprimento da demanda energética no setor ceramista do estado, entretanto, com os dados do MMA (2018) de oferta potencial disponível, nota-se que estes insumos não são suficientes, havendo margem para o consumo de lenha clandestina.

Além disso, apesar do amplo uso da poda de cajueiro como insumo energético e seu baixo preço de aquisição, estudos recentes mostram que a madeira da A. occidentale possui baixa densidade e poder calorífico que elevam o consumo desse combustível em m³, elevando, consequentemente, o custo total da aquisição para produção (SANTOS, 2019). Ao contrário da madeira da M. tenuiflora (jurema preta) que mostrou-se uma espécie potencial para geração de energia na queima de tijolos, apresentando valores de carbono fixo, poder calorífico superior e densidade básica que promoveram a redução do consumo em m³ e, consequentemente, uma economia no custo total da aquisição para queima (SANTOS, 2019; CARVALHO, 2018).

Considerando a oferta potencial de lenha nas áreas de remanescente florestal do estado (Tabela 5), percebe-se que o balanço entre oferta e demanda é bastante positivo e que o RN possui área de Caatinga suficiente para suprir toda sua demanda energética apenas com lenha proveniente do manejo florestal sustentável.

Tabela 5. Balanço e relação entre a demanda energética do setor de cerâmica vermelha no RN e a oferta

potencial de lenha disponível nos remanescentes de Caatinga do RN.

Demanda (tMS.ano-1) Oferta potencial no RN (tMS.ano-1) Balanço (tMS.ano-1) Relação Oferta/Demanda (%) 474.262,000 2.966.150,285 2.491.888,285 625,42

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20 A oferta potencial de lenha disponível supera em mais de seis vezes a demanda do setor ceramista. Portanto, o problema nesse balanço não está relacionado a escassez de biomassa legal no estado, mas a facilidade dos produtores no acesso a lenha clandestina frente à produção de lenha nos manejos sustentáveis. Em estudo com os proprietários de PMFS no RN, Chaves (2016) relata que 46,6% dos entrevistados afirmaram ter dificuldade na comercialização da lenha legalizada, devido a concorrência com a lenha ilegal que é adquirida por preços mais baixos.

De forma geral, essa área manejável no estado pode ser, em sua maioria, de propriedades privadas. Logo, o manejo adequado das florestas no RN depende da iniciativa dos proprietários individuais e dos estímulos governamentais. Segundo Molnar et al (2011), a ampliação do mercado para os produtos oriundos no manejo sustentável será possível a partir do aumento das fiscalizações sobre as atividades ilegais.

5.5.Plano de Suprimento Florestal

Em conformidade ao Art. 34 da Lei Federal n° 12.651/12, as empresas industriais que utilizam grande quantidade de matéria prima florestal ficam obrigadas a elaborar e implementar um Plano de Suprimento Sustentável (PSS) que será submetido à aprovação do órgão ambiental competente no ato do licenciamento ambiental da atividade. Ou seja, no caso das indústrias de cerâmica vermelha, o produtor deveria comprovar a vinculação de sua produção com Planos de Manejo Florestal Sustentável. Senda esta etapa de vinculação uma parte integrante do processo de licenciamento ambiental do empreendimento, a fim de assegurar seu suprimento de matéria-prima florestal, conforme sua capacidade de produção.

O acesso por parte dos órgãos ambientais aos relatórios técnicos elaborados pelo empreendimento contendo os dados referentes a sua produção anual, consumo total de matéria prima e comprovação da origem dos insumos utilizados, aumentaria o poder de monitoramento e reduziria a necessidade das visitas dos agentes fiscais à indústria.

Entretanto, as indústrias que usam matéria prima florestal no Estado, não possuem Plano de Suprimento Sustentável vinculado às suas atividades produtivas. Esta seria, portanto, uma alternativa de recriminação ao uso de lenha clandestina, possibilitando a expansão da comercialização da lenha legalizada.

(33)

21 O sistema de comando e controle dos órgãos ambientais e a política para o setor florestal no estado demonstra-se deficiente nesse aspecto. Com isto, o uso da madeira pelas indústrias, ocorre de forma descontrolada, sem atender aos requisitos mínimos de sustentabilidade. Com o agravante de executar atividades industriais em discordância com preceitos legais vigentes no atual Código Florestal do país.

(34)

22

3. CONCLUSÕES

A oferta atual de lenha proveniente dos PMFS no RN supre uma pequena parcela da demanda energética do setor ceramista no estado (5,8%).

A oferta potencial que o RN apresenta em relação às suas áreas de remanescente poderia suprir em mais de seis vezes a demanda do setor.

A implantação do Plano de Suprimento como requisito obrigatório às indústrias de cerâmica vermelha no estado consiste em uma alternativa para redução do desmatamento ilegal provocado pelo setor.

Há, ainda, a necessidade de reforço na política de gestão de comando e controle do órgão ambiental, para propor medidas que estimulem o uso do recurso florestal de forma legalizada em escala proporcional ao consumo atual.

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23

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(36)

24 CARVALHO, A. C. Potencial energético da madeira de espécies florestais em área sob manejo sustentável, após corte raso, no Rio Grande do Norte. Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (PPGCFL), UFRN. 2018. CARVALHO, A. J. E. et al. Potencial econômico de recursos florestais em áreas de

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(37)

25 MEUNIER, I. M. J. Análises de sustentabilidade de planos de manejo florestal em Pernambuco. Tese - Doutorado em Ciências Florestais, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. 2014.

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(38)

26 SANTOS, R. C. et al. Potencial energético da madeira de espécies oriundas de plano de manejo florestal no Estado do Rio Grande do Norte. Ciência Florestal. 23(2): 491-502. 2013.

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(39)

1

ANEXO I

0 PMFS POA AUTEXFL ANO ÁREA AUTEX (ha) RENDIMENTO (st/ha) VOLUME TOTAL (st)

AUTEXFL TALHÃO N° ANO

2012-054179/TEC/ExpFl-0010 2012 1177,57 77,15 90848,680 2018-117979/TEC/ExpFl-0001 4 2018 2016-097307/TEC/ExpFl-0010 2016 652,20 103,16 67280,590 2024.2.2019.06497 3 2019 2015-093230/TEC/ExpFl-0028 2015 869,98 166,94 145234,380 22400300 3 2019 2018-118744/TEC/ExpFl-0004 2018 332,78 130,54 43441,510 22400288 2 2019 2016-099831/TEC/ExpFl-0017 2016 543,88 143,71 78161,250 2024.1.0201.908658 2 2019 2014-080549/TEC/ExpFl-0029 2014 127,92 101,51 12985,560 2018-118878/TEC/ExpFl-0006 2 2018 - - - - - 22400258 2 2019 2014-075886/TEC/ExpFl-0015 2014 727,25 102,33 74419,9018 2018-121322/TEC/ExpFl-0008 4 2018 2018-121850/TEC/ExpFl-0010 2018 111,72 97,65 10909,126 2018-121850/TEC/ExpFl-0010 simultâneo 2018 2013-069683/TEC/ExpFl-0061 2014 643,9362 121,25 78077,264 2018-122555/TEC/ExpFl-0011 5 2018 2014-082374/TEC/ExpFl-0040 2014 335,51 83,24 27926,810 2018-123146/TEC/ExpFl-0013 5 2018 2010-035495/TEC/ExpFl-0003 2010 - 207,16 - 2018-123571/TEC/ExpFl-0014 7 2018 2012-052405/TEC/ExpFl-0005 2012 39,63 187,07 7413,580 22400247 8 2019 2015-085817/TEC/ExpFl-0009 2015 338,32 40,07 13555,380 2024.1.0201.909978 2 2019 2015-089938/TEC/ExpFl-0018 2015 222,32 99,20 22053,180 127688 3 2019 22400088 2019 1123637,00 90,28 10144,190 2024.2.2019.06461 1 2019 2017- 116227/TEC/ExpFL-0025 2019 4935,77 177,75 877333,811 2017- 116227/TEC/ExpFL-0025 1 2018 2009-032669/TEC/ExpFl-0004 2019 6740034,00 53,83 362816030,220 2024.2.2019.08065 5 2019 22400129 2019 125,23 73,13 9158,045 2024.2.2019.07481 1 2019 2017-116546/TEC/Expl-0026 2017 206,82 192,90 39896,730 22400288 4 2019 0.2016.01478 2016 59,58 166,94 9945,820 22400300 3 2019 22400171 2019 345,00 116,13 40065,560 22400273 1 2019

Tabela 6. Levantamento dos PMFS ativos em 2019 no Rio Grande do Norte.

(40)

1 1

2 POA (cont.) REMANESCENTE

ÁREA

(ha)

VOLUME

(st) AUTEXFL TALHÃO N° ANO

ÁREA (ha) VOLUME (st) 69,81 6589,510 22400251 4 2019 69,81 5385,489 41,00 4229,680 - - - - - 45,25 7554,000 - - - - - 13,96 2688,000 - - - - - 28,42 8801,180 - - - - - 20,55 2085,930 - - - - - 46,61 3178,108 - - - - - 46,00 4707,180 - - - - - 111,7166 10909,126 - - - - - 58,56 7100,110 - - - - - 41,21 3430,020 - - - - - 37,3341 7734,1300 - - - - - 34,98 8612,520 - - - - - 19,00 1817,840 - - - - - 45,36 4499,450 - - - - - 25,36 2289,000 - - - - - 221,62 39392,173 2024.2.2019.09119 1 2019 79,17 14072,947 44,13 2375,518 - - - - - 65,44 1407,489 - - - - - 13,96 2688,000 - - - - - 45,26 166,940 - - - - - 25,20 3897,430 - - - - -

Cont. Tabela 6. Levantamento dos PMFS ativos em 2019 no Rio Grande do Norte.

(41)

1 3

DADOS GERAIS

EMPREENDIMENTO LOCAL EMPREENDEDOR CONSULTOR

FAZENDA BENTINHOS PEDRO AVELINO EURIMAR NOBREGA LEITE EVANDRO W. LOPES

FAZENDA SANTO ANTÔNIO PENDÊNCIAS ROLDAO BRUNO DE MEDEIROS MIRANDA EVANDRO W. LOPES FAZENDA SERRA DOS ANGICOS CURRAIS NOVOS JOSE AUGUSTO GALVAO PEREIRA RAFAEL DANTAS

FAZENDA PRIMAVERA JOÃO CAMÂRA MARILDO TEIXEIRA RAFAEL DANTAS

SÍTIO SAGUIN ACARI JARLENO BRAZ GALVAO RAFAEL DANTAS

FAZENDA POASSÁ ASSÚ SIDNEY ROCHA DE OLIVEIRA FONSECA sd

FAZENDA SANTA BÁRBARA SÃO FERNANDO JOAO BATISTA NOGUEIRA FELIPE C. P. ALMEIDA

FAZENDA REUNIDAS NOVA ESPERANÇA PARAZINHO MARIA DO CARMO DANTAS DE ARAUJO sd

FAZENDA SANTA INÊS SÃO PEDRO DO POTENGI MAGALI MELO DE OLIVEIRA sd

FAZENDA HORIZONTE CAMPO GRANDE SEBASTIAO F. DE MELO DE FARIAS CALDAS sd

FAZENDA GUARITA TANGARÁ JORGE EDUARDO DE CARVALHO BEZERRA sd

FAZENDA SÃO PEDRO/RIACHO SECO TOUROS MARIA DO CARMO DANTAS DE ARAUJO sd

RIACHO DO CABRA SANTA CRUZ GUSTAVO MOURA FERREIRA DE SOUZA ADAILTON CARVALHO

FAZENDA OITICICA SÍTIO NOVO JM CERAMICA LTDA ME sd

SITIO TIROL CARAUBAS LICURGO FERNANDES DE OLIVEIRA sd

FAZENDA PROGRESSO ALTO DO RODRIGUES EIDER ASSIS MEDEIROS MARIANA CUNHA

FAZENDA SOLIDÃO SERRA NEGRA DO NORTE VIGOLVINO WANDERLEY MARIZ EVANDRO W. LOPES

FAZENDA ESPERA ANGICOS JOAO EUDES FERREIRA EVANDRO W. LOPES

FAZENDA BEIRA RIO PARELHAS ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DE BEIRA RIO RAFAEL DANTAS

SANTA MARIA TOUROS MARILDO TEIXEIRA DE FARIAS RAFAEL DANTAS

SERRA DO ANGICOS CURRAIS NOVOS sd RAFAEL DANTAS

FAZENDA SERRA CAIADA SERRA CAIADA KLEBER DE CRVALHO BEZERRA ADAILTON CARVALHO

Cont. Tabela 6. Levantamento dos PMFS ativos em 2019 no Rio Grande do Norte.

(42)

2

ANEXO II

4

Figura 4. Mapa do fluxo de transporte da lenha proveniente de PMFS no RN, em 2016. Fonte: CHAVES, 2016.

5 6

Referências

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