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Avaliação de condicionamento acústico de salas do Setor IV da UFRN

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JOÃO VITOR CUNHA SOUZA

AVALIAÇÃO DE CONDICIONAMENTO ACÚSTICO DE

SALAS DO SETOR IV DA UFRN

NATAL-RN

2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

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João Vitor Cunha Souza

Avaliação de condicionamento acústico de salas do setor IV da UFRN

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Artigo Científico, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz

Natal-RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Elaborado por Kalline Bezerra da Silva - CRB-15 / 327 Souza, João Vítor Cunha.

Avaliação de condicionamento acústico de salas do Setor IV da UFRN / João Vítor Cunha Souza. - 2019.

19 f.: il.

Artigo Científico (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil. Natal, RN, 2019.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz.

1. Desempenho acústico - Artigo científico. 2. Materiais absorventes - Acústica - Artigo científico. 3. Tempo de reverberação - Artigo científico. I. Queiroz, Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de. II. Título.

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João Vitor Cunha Souza

Avaliação de condicionamento acústico de salas do setor IV da UFRN

Trabalho de conclusão de curso na modalidade Artigo Científico, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 28 de novembro de 2019:

___________________________________________________

Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz – Orientador

___________________________________________________

Prof. Dr. José Luiz da Silva Junior. – Examinador interno

___________________________________________________

Prof. Me. Duílio Assunção Marçal de Araújo – Examinador externo

Natal-RN 2019

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RESUMO

O processo de ensino/aprendizagem pode ser afetado por vários condicionantes, dentre os quais, as características físicas da sala de aula. Nesse sentido o condicionamento acústico trata-se de uma variável importante, uma vez que a palavra falada é o principal instrumento de transmissão de conhecimento adotado pela maioria dos professores. Inadequações acústicas podem dificultar o aprendizado, causando distração ou não compreensão da fala, chegando a ocasionar o desenvolvimento de problemas de saúde tanto no aluno quanto no docente. Justifica-se, portanto, estudar formas de aperfeiçoar o condicionamento acústico de ambientes escolares com vistas à melhoria permanente do processo de ensino e aprendizagem. O presente trabalho tem como objetivo principal desenvolver um estudo comparativo entre duas salas de aula idênticas, após adequações acústicas realizadas em uma delas. A metodologia adotada envolveu a coleta de informações sobre todos os elementos que influenciam a reflexão, absorção e transmissão de ondas sonoras nos referidos espaços e os efeitos dos materiais construtivos, dimensões e parâmetros acústicos como variáveis capazes de influenciar a percepção da palavra falada. Os resultados obtidos apontam para o coeficiente de absorção dos materiais e o tempo de reverberação como variáveis a serem consideradas para a melhoria do condicionamento acústico de salas de aula.

Palavras-chave: desempenho acústico, materiais absorventes, tempo de reverberação.

ABSTRACT

The teaching/learning process can be affected by several conditions, including the physical characteristics of the classroom. In this sense, acoustic conditioning is an important variable, since the spoken word is the main instrument of knowledge transmission adopted by most teachers. Acoustic inadequancies can make learning difficult, causing distraction or non-perception of speech and causing the development of health problems in both students and teachers. Therefore, it is justified to study the ways to improve the acoustic conditioning of school environments with a view to the permanent improvement of the teaching and learning process. The present work aims to develop a comparative study between two identical classrooms, after acoustic adjustments performed in one of them. The adopted methodology involved the collection of information about all the elements that influence the reflection, absorption, and transmission of sound waves in the referred spaces and the effects of the constructive materials, dimensions and acoustic parameters as variables capable of influencing the perception of the spoken word. The results point to the material absorption coefficient and reverberation time as variables to be considered for the improvement of the acoustic conditioning of the classrooms.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 6

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 7

2.1. OCORRÊNCIA ... 7

2.2. CONDICIONAMENTO ACÚSTICO DE SALAS ... 9

2.2.1. DESEMPENHO ACÚSTICO E DIFUSÃO ADEQUADA ... 9

2.2.2. TEMPO DE REVERBERAÇÃO ... 10

2.2.3. COEFICIENTE DE ABSORÇÃO E ESCOLHA DE MATERIAIS ... 10

3. METODOLOGIA ... 11

4. RESULTADOS ... 15

4.1. SALA F1 (C/ PORTA E JANELAS ABERTAS) ... 15

4.2. SALA F1 (CLIMATIZADA) ... 16 4.3. SALA F4 (REFORMADA) ... 16 5. DISCUSSÃO ... 17 6. CONCLUSÃO ... 18 7. REFERÊNCIAS ... 19

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1. INTRODUÇÃO1

O processo de ensino/aprendizagem tem a palavra falada como a principal forma utilizada por professores para transmitir conhecimento. Para tal, deve se existir um ambiente favorável ao aprendizado, que conte com conforto adequado quanto a espaço físico, condicionamento térmico e condicionamento acústico.

Um problema bastante presente em salas de aula é falta de condicionamento acústico adequado. Que por muitas vezes é negligenciado na elaboração de projetos arquitetônicos. Ambientes que não possuem planejamento acústico acabam por ter problemas com ruídos excessivos, que podem atrapalhar muito na experiência dos usuários. Neste caso, salas de aula com ruídos excessivos tem a eficácia do processo ensino/aprendizagem comprometido.

Diante da complexidade do tema abordado, este estudo procura apontar quais materiais e métodos construtivos adotar, visando mitigar ao máximo as interferências sonoras externas e internas, auxiliando assim na inteligibilidade da palavra falada e a capacidade de concentração dos indivíduos presentes no ambiente.

Além dos problemas de atenção e concentração de alunos causados por interferências acústicas externas e internas, temos também o esforço vocal por parte dos docentes. Portanto, julga-se necessário encontrar meios para auxiliar as instituições de ensino na superação desse desafio.

Outro fato motivador do trabalho, é a falta de conexão existente entre os profissionais atuantes na prática e os pesquisadores dos centros de ensino, que se reflete na visível falta de aplicação de conceitos teóricos para a resolução de problemas do âmbito da acústica. Dessa forma, se faz necessário ressaltar não só a importância da acústica como também do estudo da mesma no âmbito acadêmico, área esta que sempre teve um grau de atenção menor nessas instituições quando comparada com as outras áreas.

Esta pesquisa objetiva abordar os conceitos de acústica para a análise de problemas de salas de aula, por meio da aplicação de ferramentas teóricas para a análise dos problemas de condicionamento acústico. No âmbito mais específico, tem como meta analisar medidas que visem a redução ou até erradicação dos efeitos negativos advindos da má escolha dos materiais e assim colaborar com as boas práticas para a execução de salas de aula.

João Vitor Cunha Souza, graduando em Engenharia Civil, UFRN

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. OCORRÊNCIA

De acordo com estudo feito com 700 estudantes do ensino fundamental das redes públicas e privadas de Campinas (SP), KNOBEL et al. (2014) afirma que cerca de 60% dos estudantes relatam que os ruídos na escola atrapalham durante os exercícios em sala de aula, interferindo na concentração e atenção. Outros 10,3% comentam que não conseguem entender a professora, 6,2% disseram que ficam com dor de cabeça e 6,5% sentem dor de ouvido.

LIBARDI et al. (2006), após estudo dos impactos dos ruídos em professores de uma escola estadual localizada em Piracicaba (SP), constatou que o ruído encontrado nas salas de aula dessa escola pode estar relacionado com os diferentes efeitos na saúde do professor, resultando em alterações como tonturas, dificuldades com o sono, e problemas digestivos e circulatórios. Além dessas alterações, pode também resultar em dificuldades como desatenção, irritabilidade, dificuldade de concentração e diminuição da inteligibilidade da fala, além de problemas vocais, como a disfonia.

Dentre os 36 professores entrevistados, a maioria apresentou queixas em relação à voz, que são desde o esforço ao falar, falhas na voz, cansaço ao falar, gritam demais, têm dor ou ardor após o trabalho e apresentam rouquidão. Somente 2 professores não apresentaram queixas. Existiram queixas auditivas e extra-auditivas, relacionadas a exposição ao ruído e as mesmas partiram da grande maioria, 31 professores. A tontura foi o sintoma mais relatado, seguido dos problemas digestivos, auditivos e circulatórios. (LIBARDI et al., 2006).

Quadro 1 - Queixas relatadas pelos professores(N=36)

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Em relação a interferência do ruído na performance profissional, nota-se que os professores sentem sintomas extra-auditivos ocasionalmente, porém os efeitos emocionais foram os mais relatados:

Quadro 2 – Percepção dos efeitos da exposição ao ruído na atividade profissional (N=36)

Fonte: A. LIBARDI et al., 2006.

Em relação aos efeitos do ruído na comunicação oral em sala de aula, foi destacado a necessidade de falar mais alto, dificuldade de se fazer entender, dificuldade de compreender o que lhes falam e intolerância a qualquer tipo de barulho, obtendo-se:

Quadro 3 – Percepção dos efeitos do ruído na comunicação (N=36)

Fonte: A. LIBARDI et al., 2006.

Para soluções de tais problemas foram dadas várias alternativas, como diminuição do número de alunos nas salas, conscientização dos alunos, e criação de espaços recreativos. Porém os professores não souberam indicar como poderiam reduzir o problema de ruído. (LIBARDI et al., 2006).

Este problema também está presente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Existem relatos de professores com problemas de saúde resultantes de esforços vocais, bem como dificuldade de inteligibilidade da fala, afetando diretamente na aprendizagem.

Tendo em vista que os problemas de ruído podem ser amenizados ou até mesmo erradicados com a realização de um bom condicionamento acústico, lançamos mão do mesmo para tal.

A UFRN, teve seu projeto arquitetônico concebido na década de 1970, privilegiando a ventilação natural como forma de proporcionar conforto térmico aos usuários. A partir da década de 1990, gradativamente, as salas de aula foram alvos de alterações arquitetônicas que visavam a climatização artificial. Sendo assim, foram modificados os tipos de esquadrias e

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vedados os elementos vazados (cobogós). Tais mudanças, provocaram alterações significativas na qualidade acústica dos ambientes. Resultando em problemas de ruído comuns aos citados nos estudos de LIBARDI et al. (2006) e KNOBEL et al. (2014).

2.2. CONDICIONAMENTO ACÚSTICO DE SALAS

2.2.1. DESEMPENHO ACÚSTICO E DIFUSÃO ADEQUADA

Ao encontrar uma superfície, o som é refletido, absorvido ou transmitido em proporções que dependem da dimensão, da forma e do material dessa superfície.

A Acústica de Salas ou de Recintos se dá pela interação entre formas, dimensões e materiais, distribuindo a energia sonora pelo ambiente, e as ondas sonoras adquirem direções. Quando a onda sonora se distribui em todas as direções, com igual energia e por todo o ambiente, temos uma sala com boa difusão, e essa característica é buscada acusticamente para as salas. Paredes, tetos, pisos, objetos e móveis, são responsáveis pela forma como o som de difunde, influindo na uniformidade do campo sonoro.

O bom desempenho acústico é dado em função de:

• Boa distribuição do som, onde a energia sonora atinge todas as áreas do ambiente com a mesma intensidade;

• Silêncio, que é o baixo nível de ruído de fundo;

• Nível sonoro adequado, o qual permite que todos os ouvintes em todos os pontos do ambiente, captem os sons com nitidez, sem fadiga ou esforço;

• Satisfatório tempo de reverberação, o mais próximo possível, em todas as frequências, ao valor ótimo recomendável para determinado ambiente, a fim de que a transmissão do som seja nítida.

No caso de salas de aula, a principal fonte sonora é a palavra falada, a qual necessita de uma recepção clara de sons para sua inteligibilidade, sons esse muitas vezes de curta duração e contam com uma a potência limitada da voz humana. A voz humana apresenta níveis sonoros de 30 dB a 60 dB e frequências entre 200 Hz e 6.300Hz. (SOUZA et al., 2012.)

Na figura abaixo temos um gráfico que contrasta as frequências sonoras audíveis pelo ser humano e o nível de pressão sonora (SPL, em inglês Sound Pressure Level) comum na sua emissão.

Figura 1 - Frequência e níveis de pressão sonora para a palavra e para a música

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2.2.2. TEMPO DE REVERBERAÇÃO

Na prática temos o som direto e o som reverberante, esse último bastante influente em nosso estudo, pois é o som que permanece no ambiente após sofrer sucessivas reflexões. Logo, ao cessar a emissão da fonte sonora, é necessário que decorra um espaço de tempo até que o som se torne inaudível. Chamamos esse tempo de tempo de reverberação, e utilizamos ele para aferir o desempenho acústico de uma sala. Tal variável depende da frequência sonora, do volume e da absorção total do ambiente. E de acordo com o objetivo da sala, existem tempos aceitáveis ou não.

O tempo de reverberação por definição, corresponde ao decaimento em 60dB na intensidade do som reverberante. Wallace Clement Sabine estabeleceu uma equação empírica que permite calcular o tempo de reverberação do som em função das dimensões do ambiente e do coeficiente de absorção sonora de cada material empregado no interior do ambiente estudado. Para cada uso, temos um tempo de reverberação apropriado, com base no volume da sala e nas frequências sonoras das fontes.

𝑇𝑅 = 0,161𝑉 𝐴 Onde:

• TR – Tempo de reverberação em segundos; • V – Volume do ambiente em m³;

• A – Área de absorção da superfície em m².

A área de absorção da superfície é adquirida a partir do produto do somatório das áreas dos matérias existentes pelo coeficiente de absorção de cada um deles.

𝐴 = * 𝑆. 𝛼

Onde:

• S – Área em m²;

• a – Coeficiente de absorção médio do recinto.

2.2.3. COEFICIENTE DE ABSORÇÃO E ESCOLHA DE MATERIAIS

Uma das formas de atingir uma boa difusão é pela aplicação balanceada de matérias de construção. Tendo cada material uma capacidade própria de absorção sonora, e a sua distribuição influi na reverberação da sala. Quanto menor a capacidade de absorção sonora dos materiais de um ambiente, maior o tempo de reverberação dessa sala.

A capacidade de um material absorver o som é dada por meio das transformações de energia vibratória mecânica em energia térmica, ou seja, a dissipação da energia sonora ao incidir no material. Que por sua vez está diretamente relacionado ao tamanho, à forma, à densidade e às fibras que constituem o material.

Os materiais fibrosos e porosos são os materiais acústicos mais comumente empregados para o tratamento de ambientes devido à sua grande capacidade de absorção sonora. Enquanto os fibrosos são aqueles que apresentam fibras cruzadas em sua constituição, os porosos são

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compostos por inúmeros poros vazios ou lacunas de ar. No material poroso, a absorção acontece também em função do tamanho dos poros e da proporção de lacunas de ar que o material possui. (GOMES et al.,2015)

O valor do coeficiente de absorção de um material pode variar de 0 a 1, e não é o mesmo para sons agudos, médios e graves.

3. METODOLOGIA

Tendo em vista o problema presente na UFRN, e da constante reclamação por parte de professores e alunos, foi feito um teste para verificar a melhoria do condicionamento acústico realizada em uma sala de aula do Setor IV.

Os principais problemas que causam a falta de adequação sonora nas salas de aula do Setor IV são:

• A climatização, que levou à vedação total dos espaços, ampliando o efeito de reverberação. Todos os ruídos, vozes e ar condicionado, refletem nas superfícies e afetam na nitidez em que o som chega aos ouvintes.

• O ar condicionado e as vibrações que ele provoca, geram ruídos. Principalmente pelo fato das unidades evaporadoras e condensadoras, e as janelas de alumínio e vidro estarem fixadas na mesma parede.

A UFRN está em uma cidade de clima tropical, onde a abertura das janelas é muito importante para trazer iluminação e ventilação natural aos ambientes. No entanto, em uma sala de aula, abrir as janelas traz ruídos externos e fontes de distração. E por se tratar de uma instituição de ensino superior, é comum o uso de projeção, que requer o escurecimento da sala. Portanto, apesar do clima tropical, o ambiente precisa ser fechado.

Através do comparativo de duas salas, uma com a condição comum as demais salas da instituição e outra com o emprego de novos materiais, o estudo de caso teve como unidade de análise o tempo de reverberação de cada sala, contrastado com o tempo de reverberação ótimo presente na literatura.

Os coeficientes de absorção sonora dos materiais foram retirados da NBR 12179-1992. E quando necessário, para alguns materiais, adotou-se o manual do fabricante. O coeficiente de absorção do piso não foi considerado, pois está ocupado com cadeiras e móveis. No quadro abaixo temos os coeficientes dos materiais analisados para determinadas frequências sonoras obtidos em laboratório.

Quadro 4 – Coeficiente de absorção sonora dos itens analisados

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As salas analisadas estão situadas no Bloco F, são as salas F1 e F4. Ambas possuem mesma dimensão, comportam a mesma quantidade de alunos, mesma quantidade de móveis, lousas de mesmo tamanho, mesma área de esquadrias e mesmos materiais empregados na construção. Que são:

• Dimensões: 8,00m (Largura) x 6,06 m (Comprimento) x 3,15 (Altura, pé-direito); • Capacidade de alunos: 36 alunos;

• Quantidade de móveis: 36 carteiras, 2 birôs e 1 armário; • Quantidade de Lousas: 2 lousas de 3,00 x 1,23 m;

• Área de esquadrias: 2 janelas de 2,95 x 1,45 m e 1 porta de 0,90 x 2,10 m;

As janelas são de alumínio e vidro (4mm/incolor), a lousa em laminado melamínico, cadeiras com estrutura metálica e assentos em polipropileno, paredes de alvenaria de tijolos, rebocadas, emassadas e pintadas em tinta látex, e vigas de concreto armado, emassadas e pintadas em tinta látex.

A sala de aula que sofreu a melhoria foi a F4. Nela foi colocado forro acústico em placas de fibra mineral, abaixo do nível de uma viga que é comum a todas as salas. Tal medida diminui o volume da sala e aumentou a área absorvente.

Figuras 2 – Corte da Sala de aula F1(sem reforma):

Fonte: Projeto Arquitetônico – Setor de Aulas IV, UFRN. Figuras 3 – Corte da Sala de aula F4(após reforma):

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Foi trocado o tipo do ar-condicionado, adotando maquinas mais silenciosas, e retirou-se as unidades condensadoras de baretirou-ses de mão-francesa fixadas na parede, colocando-as em suportes emborrachados fixados em bases de alvenaria sobre o solo, diminuindo vibrações que geravam ruídos.

Figuras 4 e 5 – Sala de aula F1(sem reforma)

Fonte: Autor.

Figuras 6 e 7 – Sala de aula F4 (com reforma)

Fonte: Autor.

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Ao utilizar a equação de Sabine, o tempo de reverberação foi calculado para frequências comuns à palavra falada, tendo em vista que este é o uso principal da sala de aula. Foi adequado utilizando as seguintes etapas:

• Identificação do tempo ótimo de reverberação para a palavra falada a uma frequência de 500 Hz, adotado pelo seguinte gráfico presente na NBR 12179-1992:

Figura 6 – Gráfico do tempo de reverberação para os diferentes usos

Fonte: SOUZA et al., 2012 adaptado da NBR 12179-1992.

• Determinação do tempo de reverberação real, ocorrido para frequências de 125 e 500Hz; • Comparação entre o tempo de reverberação ótimo e o real, obtido em ambas as salas. Em nosso caso, Salas de aula teórica, os tempos de reverberação devem estar igual ou abaixo de 1,20s para frequências graves, e igual ou abaixo de 1,00s para frequências médias e agudas.

Quadro 5 – Tempo de reverberação para recintos escolares

Fonte: SOUZA et al., 2012.

Também foi considerado, o caso em que as janelas da sala F1 estariam abertas. Neste caso, tais elementos não refletem ondas sonoras, tendo seu coeficiente de absorção igual a 1,0. Desta forma, tentamos reproduzir as condições de condicionamento acústico pensadas para o projeto inicial, que contava com as janelas e ventiladores para a climatização, e não aparelhos de ar-condicionado.

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4. RESULTADOS

Após mensurar todos os materiais presentes em ambas as salas e calcular separadamente cada caso, foi considerado que elas comportariam 36 alunos por aula, obtive-se os seguintes resultados.

Para a sala F1, que possui um volume de 152,23 m³, foram consideradas duas situações. Com a porta e janelas abertas, buscando aproximar a ideia da concepção do projeto inicial, e também na condição atual, com climatização por ar-condicionado. Para a sala F4, que possui volume de 130,41 m³, foi considerado somente a condição climatizada. Redução de aproximadamente 21 m³.

Nos próximos itens serão apresentados os quadros com as áreas dos materiais, os coeficientes de absorção sonora para as frequências de 125 Hz e 500 Hz, a área de absorção sonora (Sm, Sabine m²) dada pelo produto da área do material pelo coeficiente de absorção do mesmo, bem como seu somatório para cada frequência. E os quadros com os tempos de reverberação para cada frequência e caso, obtidos a partir da Fórmula de Sabine.

4.1. SALA F1 (C/ PORTA E JANELAS ABERTAS)

Quadro 6 - Tabela de somatório de coeficientes de absorção dos materiais. (Sala F1 - com portas e janelas abertas)

Fonte: Autor.

Quadro 7 - Tempo de reverberação (Sala F1 - com portas e janelas abertas)

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4.2. SALA F1 (CLIMATIZADA)

Quadro 8 - Tabela de somatório de coeficientes de absorção dos materiais (Sala F1 - climatizada)

Fonte: Autor.

Quadro 9 - Tempo de reverberação (Sala F1 climatizada)

Fonte: Autor.

4.3. SALA F4 (REFORMADA)

Quadro 10 - Tabela de somatório de coeficientes de absorção dos materiais (Sala F4 reformada)

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Quadro 11 - Tempo de reverberação (Sala F4 - reformada)

Fonte: Autor.

5. DISCUSSÃO

Com base nos resultados dos tempos de reverberação para 125 Hz, onde o ótimo seria

menor ou igual 1,20s, e para 500 Hz, onde o ótimo seria menor ou igual 1,00s. Fica clara a mudança ocorrida na Sala F1 pelo simples fato de fechar as janelas devido o uso de ar-condicionado.

Seus tempos de reverberação no primeiro caso (sem climatização), se aproximam do ótimo para uma Sala de Aula Teórica, 1,27s para 125 Hz e 1,08s para 500 Hz. No segundo caso, com climatização artificial, onde as janelas e a porta estão fechadas, 1,96s para 125 Hz e 1,71s para 500 Hz. O que justifica as reclamações quanto ao condicionamento acústico vindas de alunos e professores. E por fim, na Sala de aula F4, onde houve a reforma, foram obtidos tempos de reverberação satisfatórios, 0,64s para 125 Hz e 0,45s para 500 Hz.

O resultado da sala F4 fica além do esperado e significa que a área de absorção promovida pelo forro acústico de fibra mineral, melhora e devolve a sala o seu condicionamento acústico. O resultado é melhor do que o projetado inicialmente.

Outra melhoria realizada na sala F4 que trouxe benefícios quanto a diminuição de ruídos internos e externos foi a troca da posição dos aparelhos de ar-condicionado, retirando as unidades evaporadora e condensadora da parede comum as esquadrias, onde as vibrações geravam muitos ruídos.

Figura 8 e 9 - Ar-condicionado utilizado na F1, instalado na parede comum as esquadrias e novos aparelhos de ar-condicionado instalados na F4, fixados na parede maciça (blocos de

concreto):

Fonte: Autor.

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Figuras 10 e 11 – Suportes emborrachados e bases de alvenaria para unidades condensadoras:

Fonte: Autor.

6. CONCLUSÃO

A avaliação do condicionamento acústico das salas de aula do Setor IV buscou contribuir com a comunidade acadêmica, proporcionando uma discussão sobre o assunto e fomentando adequações para as demais salas da instituição que apresentam o mesmo problema. Os espaços físicos analisados foram construídos há muitas décadas. Constatou-se que as formas arquitetônicas e construtivas, que atendiam às necessidades da época em que os projetos foram implantados, hoje, quando novamente avaliados, retratam as dificuldades de atendimento às exigências acústicas.

A análise desses espaços viabilizou o conhecimento das dimensões e materiais, quanto a condição acústica, mostrando que há realidades que não podem ser reconstruídas, mas podem ser adequadas.

As condições atuais dificultam o processo de aprendizado dos alunos e trazem danos a saúde dos professores. Além de afetar na capacidade de concentração dos alunos, a falta da inteligibilidade da fala e o excesso de ruídos faz com que os professores e alunos demandem um esforço além do necessário para a comunicação.

As salas estudadas são um exemplo do problema que ocorre em muitas outras salas da UFRN. Pode-se associar o problema à troca da solução do condicionamento térmico, antes concebida por ventiladores e janelas e atualmente por aparelhos de ar-condicionado. Pois foi observado que um dos fatores mais relevantes para o aumento do tempo de reverberação foi a grande diferença do coeficiente de absorção sonora existente quando as portas e janelas estão abertas, e quando estão fechadas. Portanto, o aumento do coeficiente de absorção sonora total da Sala F4, foi suficiente para a adequação e resolução do problema.

A análise dos materiais mostrou que a escolha dos mesmos em relação ao coeficiente de absorção sonora é de extrema importância para o condicionamento acústico de salas. E que a escolha dos materiais, baseada no papel acústico que eles terão, é simples e traz resultados que definem se a sala terá um desempenho satisfatório ou não.

O tempo de reverberação adequado foi atingido com uma medida construtiva simples, a instalação do forro mineral. Que, por sua vez, alterou parâmetros relevantes para o cálculo, que são o volume e área de absorção sonora. Obtendo resultados ainda melhores que os planejados na concepção do projeto inicial.

Com esse estudo foi possível contribuir para a análise das demais salas de aula da UFRN que passam pela mesma problemática, auxiliando nas melhorias do condicionamento acústico. Bem como, poderá ser usado por outras instituições que possuam salas com os mesmos problemas e objetivos.

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7. REFERÊNCIAS

LIBARDI, A.C.G.O. GONÇALVES, T.P.G. VIEIRA, K.C.A. SILVERIO, D. ROSSI, R.Z. PENTEADO. O ruído em sala de aula e a percepção dos professores de uma escola de ensino fundamental de Piracicaba. Distúrbios da Comunicação. São Paulo, 2006.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12179 – Tratamento acústico em

recintos fechados. Rio de Janeiro, ABNT-1992.

GOMES, C.V.S. Comportamento acústico de materiais absorvedores em multicamadas. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2015.

KNOBEL, K.A.B. Ruídos em aula afetam e incomodam estudantes. Jornal da Unicamp. Campinas, 2014.

SOUZA, L.C.L., ALMEIDA, M.G., BRAGANÇA, L. Bê-á-bá da acústica arquitetônica: ouvindo a Arquitetura. 4 ed. São Carlos, EdUFSCAR, 2012.

Referências

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