UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
CATARINA'
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHAR|A
ELÉTR|cA
Sistema
Especialista
de
Apoio ao
Controle
TensãoIPotência
Reativa, Incluindo
Manobras
Sobre
a
Topologia
da
Rede
Tese
Submetida
à Universidade
Federalde
Santa
Catarinapara
Pöbtençäo
do
Títulode
Doutor
em
Engenharia
Elétrica (Dr. Eng.)JAcQuEL|NE
G|sÊLE
RoL|M
Sistema
Especialista
de
Apoio
ao'Controle Tensão/Potência Reativa,
Incluindo
Manobras
sobre
a
Topologia
da
Rede
JACQUELINE
GISELE
RoLIM
"Esta
Tese
foi julgada adequada para a obtençãodo
título deDOUTOR
EM
ENGENHARIA
ELÉTRICA,
e aprovada
em
suaforma
final peloPrograma
dePós
Graduação.".›, 4)
Luiz Jai-ff ã ra» co
Machado,
Dr. Ing."/'f'0rientador
z
ízzšl
Ênio
Valmor
Kassick, Dr.Coordenador
de Pós-Graduação Qdízif%\\
\BANCA EXAMINADORA
g ,, ‹ - 1: 1/
Luiz
J`
ncoMachado,
Dr. Ing.'y Orientador ~\
z .
Maéolm
¡Russell_,_Irving/, Ph.D.Co-orientador/7¿'Brune fUniversity - Inglaterra
/zzzzfáz A
wii»
Germano
L(ambert`Torres, Ph.D. A 'I ; \`\Í:()}:\.j"°\.)\,!\¿\/1.André
Luiz Morélato França, Dr. Eng. Eletr.Roberto de
Souza
Salgado, Ph.D.\\* l\ I/ ...¬ /='¬ \ ' -'_ - '- I '¬" 'I/I/..›'v\.z\_ K--«I z:/¬(/\›`‹. 1,;
Hans Helmut
Zürn, Ph.D.RESUMO
A
correçãoem
violações nos níveis de tensão,mesmo
em
modernos
centros de gerenciamentoda
operação existentes hojeem
dia, costuma ser feita ainda na baseda
tentativa eerro. Desta
forma
o operador, baseadoem
sua experiência, seleciona controles que ele julga os mais apropriados para corrigir eventuais problemas de subou
sobretensãono
sistema.Este trabalho
propõe o
uso deum
sistema baseadono
conhecimento,chamado
SECTE
(Sistema Especialista para Controle de Tensão), para apoiar o operador nesta tarefa,sugerindo os controles mais sensíveis para corrigir
uma
determinada violação. Esta seleção éfeita baseada
em
sensibilidades dos controlesx
barras de carga, calculadasem
um
programa
em
FORTRAN,
enquanto oSECTE
foi desenvolvidoem
PROLOG.
O
uso de diferentes linguagens levou a necessidade de desenvolvimento deuma
interface entre as linguagens, oque
foi feitoutilizando-se o ambiente
POPLOG.
O
SECTE
consideracomo
variáveis de controles, selecionadas via sensibilidades, as tensões nas barras de geração e as posições de tap dos transformadorescom
comutação
sob carga.Além
destas possibilidades de controle são utilizados os chaveamentos de elementos shunt e,em
casos mais extremos, de linhas de transmissão. Para possibilitaruma
análise maisrápida
do
efeito destes chaveamentosno
perfil de tensões, foi desenvolvidoum
programa,também
em
FORTRAN
e baseadoem
técnicas de diacóptica, que calcula a variaçãodo
estadodo
sistema após
o chaveamento
deum
ramo.Na
etapa de validaçãodo
sistema completo foi utilizadoo
simuladorem
desenvolvimentono
laboratório de sistemas de potência daUFSC
(LABSPOT)
para geração dos CãSOS Í€SÍ€.ABSTRACT
The
correction of violations in voltage levels, even inmodern
energymanagement
systems is usuallydone on
a-trial and error basis. In thatway
the operator, basedon
his experience, selects the controls he thinks are themost
appropriate to correct occasional problemsof
under orovewoltage
in the system.This
work
proposes the use of aknowledge
based system, calledSECTE
(ExpertSystem
for Voltage Control), to support the operator in this task, suggesting themost
sensitivecontrols to correct a specific violation. This selection is
done
basedon
the sensitivities ofcontrols versus load buses,
which
are obtainedfrom
aFORTRAN
program, whileSECTE
was
developed usingPROLOG. The
use of different languages lead to the necessity of developing an interfacebetween
these languages, using thePOPLOG
environment.SECTE
uses as controls, selected according to their sensitivities, the voltage atgenerator buses
and
the position of transfonner taps withon
load tap changer. Besides thesepossibilities, the use
of
the switching of shunt elements and, inmore
severe cases, transmissionlines are considered. Another
FORTRAN
program, basedon
the diakoptics technique,was
developed in order tomake
possible a quicker analysis of the effectsof
switching over the voltage profile and it calculates the variation of the system state after the switchingof
a branch.A
simulator, currently under development in thepower
system laboratory ofUFSC
(LABSPOT),was
used during the Validation of thewhole
system to generate the testAo
meu
marido,Raimundo, que
tivea
felicidade de conhecer neste curso.AGRADECIMENTOS
0
Ao
Prof. Luiz JairoBranco
Machado
pela orientação, amizade e entusiasmodemonstrados
no
decorrer deste trabalho.0
Ao
Dr
Malcolm
R. Irving pela orientaçãono
período na Universidade de Brunel.0
Ao
Prof.Roberto
Salgado e aoAndré
DellaRocca Medeiros
porcederem
osprogramas
defluxo
de
potência, sensibilidades e otimizaçãodo
perfil de tensões,em
especial aoAndré
pela assistênciano
uso ecompreensao
destes programas.0
Ao
JoséEduardo
Giacomelli(UFSC),
ao Marcelo TardioArze
(UFSC)
e ao JeremyGann
(Brunel) pelo auxílio na solução dos problemas computacionais.0
Aos
engenheiros Walter Zelindro (CELESC) eVera
Lúcia de Castro Soares(ELETROSUL)
pelas informações sobre procedimentos práticos utilizados pelas empresasno
controle de tensão.
0
À
minha
família e a família Ghizoni Teive por estarem sempre comigo.0
Aos
professores, funcionários e colegas de pós-graduação,em
especial aosdo
Grupo
de Sistemas de Potência, pela convivência alegre e produtiva.0
À
amiga Maria do
Socorro Rangel pelo apoio nas primeiras semanas na Inglaterra.0
À
Universidade Federal de Santa Catarina pelos recursos fisicos e pelo conhecimento recebido.0
Ao
CNPq
pela concessão de bolsa e demais recursos necessários aoprograma
de doutorado sanduíche.íND|cE
CAPÍTULO
1 -1NTRoDUÇÃo
1.1 -
Ações
de Controle naOperação
de Sistemas Elétricos de Potênciaem Tempo
Real ... _.
1.2 - Análise de Segurança
em
Tempo
Real ...._
1.3 - Influência da Experiência
do Operador
nas Decisões de Controle... ..
1.4 - Objetivos e Principais Contribuições deste Trabalho ...
..
1.5 - Organização deste Trabalho... ...
..
CAPÍTULO
2 -UTILIZAÇÃO
DE
MAN
OBRAS
PARA
CONTROLE
DA
REDE
2.1 - Introdução ...
..
2.2 - Revisão Bibliográfica ... ..
2.3 -
Formulação do Problema
de Seleção demanobras
sobre a Topologiada
Rede
para Alívio de Sobrecargas ... ..
2.4 -
Formulação do Problema
de Seleção deManobras
sobre a Topologiada
Rede
para a Correção dos Perfis de
Tensão
... ..2.5 - Restrições à Utilização de
Chaveamentos
de LT's e TF's... ..
2.5.1 - Efeitos de Transitórios de
Manobras
.....
2.5.2 - Diminuição da
Vida
Útil de Disjuntores ... ..2.5.3 -
Redução
da Confiabilidadedo
Sistema Elétrico ... ..CAPÍTULO
3 -FORMULAÇÃO
DO PROBLEMA
DE
CONTROLE
DE
TENSÃO/
POTÊNCIA REATIVA
~ 3.1 - Introduçao ... .. 3.2 - Variáveis de Controle ... ._3.3 -
Exame
de Alternativas Existentes na Literatura para Tratardo Problema
... ..
3.4 - Cálculo de Sensibilidades ...
..
3.5 - Conclusões ...
..
CAPÍTULO
4 -SISTEMAS
ESPECLALISTAS
E SUAS
APLICAÇÕES
EM
s1sTEMAs
DE POTÊNCIA
4.1 - Introdução à Inteligência Artificial e Sistemas Baseados
no
Conhecimento
... . .4.2 - Estrutura de
um
Sistema Especialista... _.
4.3 - Verificação e Validação de
um
Sistema Especialista... ..
4.4 - Aplicações
em
Sistemas de Potência... ..
4.5 - Conclusões ...
_.
CAPÍTULO
5 -DESENVOLVIIVIENTO
DE
UM
SISTEMA ESPECIALISTA
APLICADO
AO
CONTROLE
DE TENSÃO/POTÊNCIA REATIVA
5. 1 - Introdução ... ._ 5.2 -.Revisão Bibliográfica ... .. 5.3 -
Opções
de Projeto ... .. 5.3.1 -Linguagem
... .. 5.3.2 - Aquisiçãodo Conhecimento
... .. 5.3.3 - Representaçãodo Conhecimento
... ..5.4 - Interface entre O Sistema Especialista e Programas
Numéricos
... .. 5.4.1 - Introdução ... .. 5.4.2 -
O
SistemaPOPLOG
... .. 5.4.3 -A
IntegraçãoSECTE/SENSIB/SI1\/IULA
... ._ 5.5 - Conclusões ... ... _.CAPÍTULO
6 -RESULTADOS
E
CONCLUSÕES
6.1 - Introdução ...
_.
6.2 - Resultados da Simulação de
Chaveamentos
... ..6.3 - Resultados
do
SECTE
... ._6.3.1 - Introdução ... ..
6.3.2 -
Caso
1 - SistemaNew
England 39 Barras ... ._6.3.3 -
Caso
2 - SistemaNew
England 39 Banras ... ._6.3.4 -
Caso
3 - Sistema Sul-Sudeste 176 Barras (Simulador) ... _.6.3.5 -
Caso 4
- Sistema Sul-Sudeste 176 Barras (Simulador) ... ..6.3.6 -
Caso
5 - Solução Através deChaveamento
- Sistema 176 Barras6.4 - Dificuldades Encontradas
no
Desenvolvimento deste Trabalho ... ._6.5 - Conclusões Gerais ... _.
6.6 - Sugestões para Futuros Trabalhos ... ..
REFERÊNCIAS
B1BL1oGRÁF1cAs
... _.APÊNDICE
A
-UTDJZAÇÃQ
DE
TÉCNICAS
DE
DIACÓPTICA
... ..cAPhuLo1
|NTRoDuçÃo
1.1
-AÇÕES DE
coNTRoLE NA
o1>ERAÇÃo
DE
s1sTEMAs
ELÉTRrcos DE
POTÊNCIA
EM
TEMPO
REAL
No
dia a dia da operação de sistemas de potência, busca-se atender a carga de maneira confiável,com
qualidade e economia.C
A
questãoda
confiabilidade está ligada à capacidadedo
sistema suportar a perda de determinados equipamentossem
que isto leve à perda de carga, enquantoque
a qualidade é traduzida por níveis de tensão e frequência dentro dos limites de operação, e aeconomia
pelo controleda
distribuiçãoda
geração e intercâmbios entre empresas, reduzindo custos.u
Várias tarefas são executadas nos centros de controle de operação, os quais são dotados de recursos computacionais e de
um
sistema de aquisição de dados e comunicações,que permitem que
sejam executadas as seguintesfimções
principais:- Controle
de
Geração: alocação da geração, regulação da frequência e intercâmbios,- Controle Supen/isório: apresentação ao operador do centro de controle de informações
lógicas e analógicas pré-processadas
do
sistema de monitoramento(SCADA
- SupervisoryControl and
Data
Aquisition),-
Operação
em
Tempo
Real:fimções
relacionadas à segurança do sistema e controleautomático de geração (intercâmbio e frequência).
Em
maiorou menor
grau deautomação
são aqui incluídas tarefas
como:
. Configurador de rede - constrói e atualiza o grafo da rede,
.
Modelador
deRede
- a partirdo
grafo da rede, constrói e atualiza omodelo do
sistema, . Estimação de estado - determina o estado (magnitude e ângulo das tensões nodais);Cap. 1 -
Introdução
2.Análise de contingências - verifica se o sistema é capaz de suportar
um
determinadoconjunto de contingências;
.Controle automático de geração - através de
um
sinal de erro que considera desvios defrequência e intercâmbios, fornece sinais de controle para determinadas unidades geradoras;
_
Despacho econômico
- fornece fatores de distribuição que expressam as proporçõescom
que
cada unidade geradora, sob controledo
CAG
(controle automático de geração), deve assumir variações na carga.O
planejamentoda
operação a curtíssimo prazo (operação semanal e diária)estipula previamente valores horários para a escala das unidades geradoras, configuração da rede e intercâmbios
com
outras empresas para cada período, baseado na previsão de carga e levandoem
conta a disponibilidade e limitações dos equipamentos. Estaprogramação
sofre alterações devido àmodificação
das cargas, modificações nas condições hidrológicas e saídas forçadas [94].Normalmente
na operação são consideradas as seguintes variáveis de controle:- potência ativa gerada, - potência reativa gerada,
- magnitude das tensões nas barras de geração,
- magnitude das tensões
em
dispositivos de geração de potência reativa,- taps de transformadores,
-
fluxos
de potênciaem
elosCC
e - corte de carga.Através
da
alteração destas variáveis (considerando-se sempre seus limites de capacidade), controla-se:- magnitude das tensões nas barras de carga, - potência ativa na barra de folga,
- ângulos de tensão
em
todas as barras (exceto a de folga) e, conseqüentemente, -fluxos
e perdas nas linhas e transformadores.Cap. 1 -
Introdução
3A
função destes controlespode
ser a de eliminaralguma
violaçãoem
limiteoperacional,
ou
otimizar o estado de operaçãodo
sistema,com
objetivoseconômicos ou
de segurança.1.2 -
ANÁLISE
DE
SEGURANÇA
EM
TEMPO
REAL
`.
Durante a operação de 'sistemas de potência
devem
ser constantemente verificadas e obedecidas as restrições de carga e de limites operacionais (basicamentefluxo
máximo
em
linhas de transmissão e faixa para magnitude de tensão nas barras).É
importantetambém
observar se estas restrições continuarão a ser atendidas caso ocorraalguma
contingênciacomo,
por exemplo, a perda de determinada linha de transmissaoou
unidade geradora.Esta análise antecipada faz parte da
chamada
"análise de segurança", a qual apartir de
um
ponto inicial de operação simulaum
conjunto pré-definido de contingências e classifica o estado de operação atualdo
sistemacomo,
por exemplo, da maneira apresentada na figura 1.1 [90]. ` 'No
casodo
sistema estar operandono
nível 2, edependendo
do
grauda
violaçãoou
violações causada pela contingência,pode
ser interessante armazenar-se a solução encontrada para corrigir as eventuais violações, de forma a já tê-la disponível se a contingênciavir a ocorrer. Outra possibilidade seria alterar o estado pré-contingência de
forma
a levá-lo a operarem
um
estado seguro (nível 1),no
entanto esta éuma
tarefa cada vez mais dificil seconsiderarmos sistemas de grande porte e interligados [90].
No
presente trabalho os esforços estarão direcionados para as correçõesno
nível2 (potenciais)
ou no
nível 4(reais), particularmente nas relativas a violações nos limites deCap. 1 -
Introdução
~4Nível 1
Carga
totalmente atendida,S€gUr0
sem
violações de operaçãoNo
evento deuma
contingên-cia, não haverá violações.
Nível 2 ~ Carga totalmente atendida,
sem
violações de Segurocom
correçoes operação.No
evento deuma
contingência haverá violações que poderão ser corrigidas por controles,sem
perda de carga.V
Carga
totalmente atendida,sem
violações de operação.Algumas
violações causadas por contingências sópodem
ser corrigidas por corte de carga.Nível 3 Alerta
V
,
1
Carga totalmente atendida,
mas
com
Nlve
4, . . , limites de operação violados. Estespodem
Emergencla
Corrigivel . .ser corrigidos
sem
corte de carga.\/
Carga
totalmente atendida,mas
com
limites NÍ\/61 5 violados. Estes sópodem
ser corrigidosEmergencla
naocom
corte de carga.corrigível
Ações
de controleNÍV€16
_
Sem
limites de operação violados,mas
Restaufatwo
houve
perda de carga.Cap. 1 -
Introdução
5
1.3-
INFLUÊNCIA
DA
EXPERHÊNCIA
DO OPERADOR
NAS
DECISÕES
DE
CONTROLE
Os
despachantes localizadosno
centro de operaçõesdo
sistematêm
as seguintes funções básicas [94]:- controle de tensão:
. atuaçao sobre
LTC's
remotamente,. solicitação às unidades e outras empresas para providências. - controle de carga e frequência:
~
. atuaçao sobre
CAG,
_ redespacho de usinas, . reprogramações. - controle de serviços: . preparaçãodo
sistema, V . autorização de manobras, _ liberação dos serviços, . acionamentoda
manutenção. - coletade
dados:. preenchimento
de
planilhas, . emissão de relatórios. - recomposiçãodo
sistema.Estas tarefas são executadas de acordo
com
programações, instruções e manuais de operação recebidos previamente pelos despachantes.Relacionados ao sistema sul/sudeste brasileiro
(ELETROSUL)
existem, por exemplo, procedimentos elaborados peloGCOI
(Grupo Coordenador
daOperação
Interligada).Estas instruções
possuem
grandevolume
de informações,como
faixas de controle de tensão por período de carga, limites .defluxo
nas interligações e procedimentos a serem seguidosquando
houver perda de determinado equipamento
(em
período de carga pesada,média ou
leve),Cap. 1 -
Introdução
6Muitas vezes, face às situações de emergência, o operador
toma
uma
decisão não apropriada .que acabaprovocando o
agravamento da situação, ocorrência quevem
a serchamada
posteriormente de "falha humana".Esta situação tende a agravar-se
com
o crescimento dos sistemas, e conseqüenteaumento da
complexidade, ecom
a operação de muitas redesem
estadopróximo
ao limite decapacidade.
Além
destes fatores, estudosmostram
[33] que otempo médio de
experiência dos operadoresvem
diminuindo, assimcomo
o número
de oportunidades de lidarcom
contingências severas.i
Em
modernos
centros de gerenciamento de energia(EMS)
o
operador contacom
várias ferramentas numéricas disponíveis,mas
ainda cabe a ele grande parte das decisões,como
verificaçãoda
seqüência correta de chaveamentos e processamento de alarmes.Observa-se então
que
seria útil extrair o conhecimento qualitativo, incluído nos manuais e obtidoda
experiência passada de operadores, de maneiraque
omesmo
estivesse disponívelem
situaçõesonde
o operador necessitasse de suporte. Este conhecimento seriaarmazenado
e manipulado pelosdenominados
"sistemas especialistas" a serem introduzidosno
capítulo 4. Estes sistemas
podem
ser utilizados para aliviar o operador de tarefas rotineiras e/ou auxiliá-loem
situações de emergência, e evitam a perdado
conhecimento adquirido durante anos de experiência dos operadoresno
momento
da aposentadoria.1.4 -
OBJETIVOS
E
PRINCIPAIS
CONTRIBUIÇÕES DESTE
TRABALHO
O
objetivo deste trabalho foi desenvolverum
sistema especialista,ou
seja,um
sistema
que
dê soluções sirnilares às queum
especialista encontraria, para controle de tensão/potência reativa.Este é
um
sistema híbrido, que coordena a utilização de alguns algoritmos numéricos disponíveis,em
FORTRAN,
com
um
sistema baseadono
conhecimento,em
PROLOG,
que
considera heurísticas observadasem
manuais de operaçãoou
em
testes sobre oCap. 1 -
Introdução
7Além
dos controles usuais,como
tensão de geração e taps de transformadores, é incluído tratamento para a retirada de linhasem
período de carga leve para controle de sobretensões, prática prevista nas instruções de operaçãodo
sistema sul/sudeste brasileiro[101].
O
chaveamento
de elementos shunttambém
é tratado através de regras. Para possibilitaruma
verificação rápidado
efeito destes chaveamentos no perfil de tensões foi desenvolvidoum
método
de simulação baseado na técnica de diacóptica.Desta forma
o operadortem
disponível, para cada tipo e localização de violação de tensão, a ferramenta mais eficaz para controle e indicações de quanto amesma
precisa ser alterada.Na
versão completa,com
interface entreFORTRAN/PROLOG,
o próprio sistema especialista fazuma
verificação da solução apresentadachamando
um
Fluxo de Potência completo e apresentando os resultados ao operador.Além
da
utilização para soluçãoem
situações reais, este sistemapode
fazer parteda
análise de segurança, buscando soluções para violações potenciais,ou
ainda serempregado
no
treinamento de despachantes.1.5 -
ORGANIZAÇÃO
DESTE
TRABALHO
Como
este trabalho propõe a utilização de técnicas de sistemas esgecíalistas para o controle de tensão,com
inclusão de chaveamentoscomo
ferramentade
controle, estestrês tópicos serao objetos
da
abordagem
nos capítulos 2 a 4._
No
capítulo 2 são apresentadas as formulações para utilização demanobras
de inclusão/retirada de linhas de transmissão, para alívio de sobrecargasou
correçãono
perfil de tensões.Também
são analisadas as restrições normalmente apresentadas à utilização demanobras
como
ferramenta de controle.No
capítulo 3 é abordado o problema do controle de tensãoem
sistemas de potência.A
formulação das sensibilidades entre variáveis dependentes / variáveis de controle,Cap. 1 -
Introdução
8No
capítulo 4 é feitauma
introdução à técnica de sistema especialista e suas aplicaçõesem
sistemas de potência eno
capitulo 5 são tratados os sistemas especialistas aplicados a controle de tensão e é feitauma
descrição das características e principais regras quecompõem
o
sistemaem
desenvolvimentojA
apresentação dos resultadosdo programa
de simulação de chaveamentos e vários testesdo
sistema especialista aplicado a dois sistemas teste é feitano
capítulo 6,onde
também
são listadas as conclusões.O
apêndiceA
descreve as técnicas de diacóptica utilizadasno
capítulo 2 para simulação de chaveamentos.O
apêndiceB
apresenta os sistemas de dados utilizados nos testes.cAPíTu|_o
2
ou
UTILIZAÇAO
DE
MANOBRAS
PARA
CONTROLE
DA
REDE
2.1 -
INTRODUÇÃO
O
chaveamento
(inclusãoou
retirada) deuma
linha de transmissão (LT) e a alteração da posiçãodo
tap deum
transformador são exemplos demanobras
na rede de transmissão. Estasmanobras
alteram o estadodo
sistema e, conseqüentemente, a distribuiçãodos fluxos, das perdas e correntes de curto
em
detemiinados pontos desta rede [10].A
mudança
de taps de transformadoresou
de bancos de capacitoresou
reatores, sãomanobras
usuaisdo
controle de sistemas de potência,mas
a prática de retiradas de linhasou
transformadorescomo
opção
para solucionar sobrecargas ainda é vistacom
bastante restrição pelos departamentos de operação de sistemas elétricos,embora
sejauma
idéia surgida já noinício dos anos
80
[3,4].No
entanto,manobras
sobre linhas e transformadores são efetuadas ocasionalmenteem
alguns sistemas reais para corrigir problemas de tensão.Neste capitulo serão apresentadas técnicas para busca da topologia Ótima
considerando-se vários objetivos e através de diversas metodologias, procurando-se
também
avaliar eventuais riscos
que
uma
manobra
possa trazer ao sistema.O
trabalho será dividido da seguinte forma:no
item 2.2 será feitauma
revisão bibliográfica dos artigosque
tratam daCap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
10
manobra
como
opção
de controleou
amodelam
para análise de contingências; amodelagem
e o processo de buscada
manobra
Ótima são apresentadosno
item 2.3 para controle de sobrecargae
no
item 2.4 para controle de tensão;no
item 2.5 serão discutidas as restrições normalmentefeitas à utilização de
manobras
como
opção
de controle eno
item 2.6 serão apresentadas as conclusões e recomendações.2.2 -
REVISÃO BIBLIQGRÁFICA
Os
estudos de análise de contingências, vistosno
item 1.2,fazem
parte da operaçãoem
tempo
real eprocuram
verificar os efeitos que seriam sentidos na rede caso houvesse a saída forçada de determinado(s) elemento(s),como
por exemplo, perda deuma
unidade geradora.No
caso de observar-se que determinada contingência causaráalguma
violação às restrições de operação, é possível definir-se antecipadamente as medidas corretivas
que
deveriam ser aplicadas se este evento vier a ocorrer.Por
serum
estudoem
tempo
real, não é possível simular cada contingência utilizando técnicas defluxo
de potência ("load flow"), as quais consumiriam elevadotempo
computacional.
Foram
desenvolvidas então técnicas que simulam a saída deuma
linha de transmissãoou
transformador de maneiramenos
precisa,mas
que possibilitam a seleção dascontingências mais severas, as quais são posteriormente estudadas
com
mais rigor.Com
a inclusão de chaveamentos deramos
como
uma
das ferramentas disponíveis para controle de sistemas de potência, osmesmos
métodos
utilizados para simulação de retiradas de elementos para análise de contingências, passaram a ser utilizadosCap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
11Desde
os primeiros trabalhos quetemos
conhecimento [3],[4] sobre aplicação dechaveamentos no
controle corretivo,vêm
sendo destacados problemas relativos à naturezadiscreta deste tipo de controle, o que nos leva geralmente a
um
algoritmo que utilizeprogramação
inteira e mista [5],[15] para busca da topologia ótima.As
operações de chaveamento consideradas usualmente são inclusão/retirada delinhas, transformadores, e abertura/fechamento de disjuntores acopladores
de
barras.Mudança
de taps de transformadoresou
de elementos shunttambém podem
ser incluídasem
um
modelo
de
chaveamento
[12].No
entanto, Bakirtzis e Meliopoulos [14]sugerem
que sejadado
um
tratamento diferente ao ajuste de taps,
podendo
osmesmos
serem tratadosde
forma contínua e,após a minimização da função objetivo, sofrerem
um
ajuste nos seus valores, de acordocom
fatoresde
penalidadeque
possibilitam a decisão entre aproximar o valor intermediário, obtidono
ponto ótimo, parao
passo superiorou
inferior.Transformadores e linhas de transmissão
podem
ter tratamento semelhante para simulação de chaveamentos, necessitando de atenção especial apenas os transformadoresdefasadores [11].
Geralmente não há muitos elementos
em
disponibilidade para inclusãono
sistema, portanto o trabalho de busca neste sentido não é grande..
Quanto
à retirada deelementos,
podemos
chegar aum
número
intratável de configurações possíveis,uma
vezque
asmesmas
crescem exponencialmentecom
onúmero
de circuitos chaveáveis.A
busca da topologia ótima requer então o uso de técnicas de busca sistemáticacomo
a de separação e avaliação progressiva ("branch and bound") [13],[l5],[18], ouuma
pré-seleção dentre os elementos chaveáveis disponíveis, que leve auma
análise posterior apenas dasmanobras
com
possibilidade de amenizar o problema [11],[l4],[l9].
O
chaveamento
de disjuntores acopladores de barras altera onúmero
de nós da rede e exige tratamento especial.Mazi
e outros [11] sugerem queum
disjuntor acoplador deCap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
12
barras,
com
chaveamento
permitido para controle, seja representado por dois circuitosem
série,com
impedâncias de valores iguaismas
opostos. Desta forma é criadauma
barra fictícia que,como
alertam os próprios autores, possuirá valor zero na diagonal correspondenteda
matriz dereatância de barras, o
que
poderá causar transtornos' na fatoração desta matriz.Em
[20] o acoplamento entre barras é mostradocomo
um
ramo
de baixa impedância.A
busca damanobra
ótima deve ser feita de maneiraque
possibilite sua utilizaçãoem
tempo
real, o que inviabiliza a idéia de testar-se cada altemativa de configuração através deum
fluxo
de potência completo.Alguns algoritmos trabalham
com
fatores de distribuição, os quais relacionam ofluxo
na
LT
chaveadacom
a variaçãodo
fluxo
das demais LT's [8],[11]ou
tensão nas barras[9]. Estes fatores são calculados a partir-de
um
modelo
linearizado, permitindo classificar asmanobras que
aliviam a sobrecargaou
violação de tensão existente,sem
causar outras.A
operação escolhida é verificada por
um
fluxo
de potênciaem
corrente altemada.Bakirtzis e Meliopoulos [14] evitam o teste de todas as
manobras
possíveisatravés de
uma
pré-classificação das prováveismanobras
mais eficazes. Isto é feito através deum
índicechamado
performance da manobra, quemede
a distânciado
ponto de operação simulado ao estado normal, utilizando omodelo
deum
fluxo
de potência desacoplado rápido.As
melhoresmanobras
são verificadas porum
fluxo
de potência completo.O
teorema dacompensação
é bastanteempregado
para simularmudanças
na matriz de admitância nodal. Este teoremaafirma
que a alteração da admitância deum
ramo
da redetem
efeito semelhante à ligação deuma
fonte de corrente, de intensidade apropriada, aos nós terminaisdo
ramo
alterado [l]. Isto permite a utilização dos fatores triangularesda
matrizadmitância nodal original para simular alterações na rede, bastando para tanto
que
se obtenha osvalores apropriados das injeções.
Em
[7] os autores fazemum
apanhado dos váriosmétodos
deCap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
13
método
ou
outro deve ser selecionado,ou
aindaquando
a refatorização da matriz admitância é mais aconselhável.De
maneira similar, váriosmétodos
utilizam o artificio de simular a inclusãoou
retirada de
um
elemento através da modificação da injeção de corrente (ou potência) nas barras terminais deste elemento [2],[8], evitando assim alterar a matriz Jacobianado
caso base erodando
um
fluxo
de potência completo apenas para verificação da solução obtida.Em
uma
variante são alterados inicialmente os
fluxos
das demais linhas conectadas às barras terminaisdo
elemento retirado, considerando
que
asdemandas
programadasdevem
ser atendidas pelas ligações remanescentes [6]. Skokljev [20]modificou
estemétodo
para incluir, além dasmanobras
de retiradas de ramos, chaveamentos para inclusão de elementos, tratamento paraacopladores de barras e
permuta
entre ramos. Nestes trabalhos [2],[6],[20], os autores utilizamtécnicas
CA
e matrizes de sensibilidade e não visam o objetivo de controlemas
de simulação de contingências.Cavati e Prada [18] trabalham
com
a função objetivomínimo
desvio quadrático das tensões nos barramentos, aomesmo
tempo
em
quebuscam
que os limites operacionais sejam respeitados e a carga atendida. Inicialmente é resolvidauma
versãodo
problema relaxado,com
todas as LT'sem
operação.Em
seguida são resolvidos sub-problemas para cadaopção
de chaveamento.Também
é utilizado o artificio de simular a retirada deuma
linha pelométodo
da compensação,com
modelagem
CA, sem
alterar efetivamente a topologia inicial.Gorenstin e outros [15] integram as decisões de chaveamento à otimização
com
redespacho de geração, corte de carga e outras ações de controle. Inicialmente o problemacompletamente relaxado é resolvido, e a partir deste resultado inicial é aplicado
um
algoritmodo
tipo "branch and bound".A
função custo inclui minimizaçãodo
custo de geração e custodo
corte de carga.
São
desenvolvidas duas formulações.A
primeira trabalhacom
variáveis binárias {O,l} representando chaveamentos e na segunda (a qual apresenta melhores resultados) asCap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
14
variáveis de decisão de
chaveamento
são representadas por injeção de compensação.A
rede émodelada
porum
fluxo
de potência linearizado.Em
outras referências [5],[l2],[13]também
são aplicadosmodelos
linearizados associados a buscada
topologia ótima atravésdo
método
de "branch and bound".As
funções objetivo variam entre minimizaçãodo
custo de geração e alívio de sobrecargasem uma
ou
mais LT's
ou
transformadores.Paillet e
Dubost
apresentamem
[34]um
sistema baseadono
conhecimento queutiliza heurísticas
no
processo de busca deuma
manobra
pararemoção ou
alívio de sobrecargas. Este sistema inclui idéiascomo
a de analisar a direção dosfluxos
na vizinhança deuma
linha sobrecarregada para selecionar partes da rede interessantes ao processo, diminuindo o espaçode busca.
O
objetivo é encontraruma
reconfiguração que reduza a sobrecarga na rede, nãouma
topologia “ótima”.Em
[16] é aplicadoum
.algoritmo tendocomo
função objetivo o alívio de sobrecargas,com
busca damanobra
ótima através de técnicas de "branch andbound"
e simulaçãoda
eliminação/inclusão deramos
por alteração na injeção das barras terminais.O
modelo
da rede é o linearizado, sendo executadoum
fluxo
de potênciaCA
apenas para amanobra,
ou
conjunto de manobras, Ótima.É
esta a idéia básica a ser seguidano
presente trabalho, considerando-se a aplicação demanobras
na correção de sobretensões.Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
15
2.3 -
FORMULAÇÃO
DO PROBLEMA
DE SELEÇÃO DE
MANOBRAS
SOBRE
A
TOPOLOGIA
DA
REDE PARA
ALÍVIO
DE SOBRECARGAS.
Dentre as várias alternativas citadas no item 2.2 para
modelagem
do
chaveamento
e buscada
manobra
Ótima, será aqui apresentada a indicada por Ungaretti [16].A
busca
da
manobra
(adiçãoou
retirada simples)ou
subconjunto demanobras
é feita procurando-se minimizar
uma
função objetivo,no
caso igual àsoma
total das sobrecargas na rede. NLsc_zY=
2
|Ti - |Ti||(21)
i=l
Onde:
NLSC
=
número
de elementos sobrecarregados,T
i=
trânsitomáximo
nos elementos,Ti
=
trânsitono
elemento i.A
soluçãodo
problema édecomposta
em
dois níveis.O
primeiro procura encontrar amanobra mi
(adiçaoou
retirada simples),ou
o subconjuntode
manobras {m}
(alterações múltiplas de adição),
que
mais contribui para o alívioou
eliminação das sobrecargasdo
casoem
estudo.No
segundo nível, caso ainda persistam sobrecargas após as manobras, é aplicadoum
redespacho de geração e, em' última instância, é feito alívio de carga.A
simulação da adição/retirada de circuitos é baseadano
Teorema
daCompensação.
A
rede é representada através deum
fluxo
de cargaem
corrente contínua,descrito por:
B
=
BQ
(2.2)Sendo:
B
=
vetor das injeções líquidas de potência ativa,Q
=
vetor dos ângulos das tensões nodais,Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
16
No
caso daremoção
deum
circuito i-m evita-se a alteração da matrizB
através das injeções decompensação
Ic, exemplificadas na Figura 2.1:Tim
i
m
I ci I
cm
Ici
=
-Icm
=
Tim
(Tim
é o trânsitono
circuito)Figura 2.1 - Injeções de
compensação
Trabalhando-se as equações da rede pode-se obter a relação entre os trânsitos de
potência ativa nos
ramos
e as injeções nas barras:I
=
S12 (2.3)Sendo:
S
=
matriz que relaciona as injeções de potência ativa nos nóscom
os trânsitos de potência ativa nosramos
(dimensãoNLx(NB-1)).
H
I
=
vetor dos trânsitos de potência ativa na redeNL=
número
deramos
da redeeNB=
número
de barras da rede. Spode
ser descritacomo:
S
=
y.A.B'1 (2_4)Onde:
Y
=
matriz diagonal cujos elementos são as susceptâncias primitivas dosramos(NLxNL)
eA
=
matriz de incidência dosramos
nos nós da rede, excluindo onó
de referência(NLx(NB-1))
Por
sua vez, a variação da injeção líquidanuma
barrapode
ser expressa por:ä
=(BG
-BC) +
HI;
(25)Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
1 7BG
=
vetor das injeções de geração de potência ativa,BC
=
vetor das injeções de carga de potência ativa,Ig
=
vetor das injeções decompensação
de potência ativa,H
=
matriz de incidência barra-injeção de compensação.Cada
linha deH
écomposta
de zeros, exceto nas posições correspondentes às barras terminaisdo
circuito associado à injeção de compensação,que valem respectivamente 1 e -1.Aplicando-se (2.5)
em
(2.3) encontra-se a relação:I
= S[BG
-BC
+
H.I¿] ' (2-6)ou
I
= S[BG
-BC]
+
S.H.I£ (2.7) definindo-se:I°
=
S°(13G°-Bc°)(28)
e A_T=
R.1c_ (2.9)onde
R
=
SH
(2.1o)e de posse
do
vetorQ,
que
dá a variaçãodo
trânsito nos elemento i após a adiçãoou remoção
de
um
elemento de conjunto {L} (elementos chaveáveis), pode-se verificaro
efeito de cadachaveamento
ou
conjunto de chaveamentos na função objetivo, transformada em:NLSC `
zY=
2
|T¡ _ |râ° +AT¡||(211)
I=l
A
soluçaodo
sub problemado
primeiro nível é amanobra
ou
conjunto de manobras, dentre as possíveis, que mais contribui para o alívio de sobrecargas.Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
18
2.4 -
FORMULAÇÃO
DO PROBLEMA
DE SELEÇÃO DE
MANOBRAS
SOBRE
A
TOPOLOGLA
DA
REDE PARA A
CORREÇAO
DOS
PERFIS
DE
TENSAO
Para análise
do
efeito deum
chaveamentono
perfil de tensões é necessário quese
busque
uma
modelagem
CA,
evitando-se porém, a execução deum
fluxo
de potênciacompleto.
Sachdev
e Ibrahim [2] apresentamum
método
para simulação de retiradas de elementos similar aométodo
das injeções de compensação, apresentadono
item 2.3.Inicialmente o sistema de
N
barras é descrito por2.N
equações não lineares:1>1¡
=
PG¡
-PD¡
=
2
Pü
(i=1,2,...N) (2.12.a) 18 A¡ 4 Q1¡= QG¡
-QD¡
=
2
Qü
(i=1,2,...N) (2.12.b) j8 A¡ onde:PI¡+jQI¡ - injeção de potência
complexa
na barrai;
PG¡+jQG¡
- geração de potênciacomplexa
na barrai;
PD¡+jQD¡
- cargacomplexa
na barrai;
P¡j+jQ¡j -
fluxo
de potênciacomplexa
da barra i para a j;Ai - conjunto de barras
do
sistema, conectadas a i.O
fluxo
em
uma
linha que liga as barras i e j édado
por:Pij
=
V¡2Y¡jsenot¡j+
V¡VjY¡jsen(õ¡ - õj - oqj) (2.13.a)Qij
=
V¡2(Y¡jcosot¡j - 1/2B¡j) - V¡VJ'Y¡jcos(õ¡ - õj - oqj) (2.13.b)sendo:
Vi, VJ' -
módulo
das tensões nas barras i e j;ôi, õj - ângulo das tensões nas barras i e j;
Yij -
módulo
da admitância da linha ij;oqj - 90° - ângulo da impedância da linha ij e
Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
19
A
partir das equações 2.12 e 2.13 e utilizando-se ométodo
deNewton
Raphson, são formuladas as seguintes equaçõesdo
sistema [82]:=
(2. 14E
Matriz Jacobianalã:
É
E
E
___¬____ 7'Z
ä
sendo:H
=
õi;N
= õl
Õ6;ÕV
(2.15)M=
_õ_Q;L=
69
61/_Q
=
Ilesp - B(Y,Q)AQ
=
Qesp
-Q(Y,Q)
(2-16)A
matriz Jacobiana é calculada inicialmente considerando o estado estimadodo
sistema; os erros nas injeções nas barras são calculados utilizando as restrições operativas e o
estado inicial.
O
vetor de correções é então calculado e o estado é re-estimado até aconvergência
da
solução.O
que Sachdev
e Ibrahim sugeremem
[2] é que a inversa da matriz Jacobianaseja utilizada
como uma
matriz de sensibilidade e que amudança
nas injeções nas barras terminaisdo
elemento desligado sejam iguais aofluxo
neste elementono
estado final.Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
20
APIÍ Aêi APIj ABj_
(2.18) AQIi AVi AQIj AVjNão
é necessárioque
se calcule toda a matriz S.Uma
vez que o vetor decorreção
de
potência ativa e reativa teráno
máximo
4 posições não nulas,quando
as barra i ejsão
PQ,
bastaque
se obtenha as colunasda
matriz S correspondentes a estas posições.O
método
é iterativo.Nas
primeiras iterações são calculados apenas AVi, AVj, A9i, A9j e as tensões nas barras i e j são atualizadas.Somente
após a convergência,ou
seja,quando
as correções nas injeções de potência não variam mais, são calculadas as tensões nasdemais barras.
No
presente trabalho será analisadoum
método
similar ao apresentado até aqui.O
número
de PI¡'s e QI¡'s dependedo
tipo dasbanas
conectadas àLT
cuja retirada está sendo simulada, de acordocom
a tabela a seguir [2]:Barra i Barra j Injeções Calculadas
PV
Referência APIiPQ
Referência APIi;AQIiPv
Pv
APn;AP1jPQ
Pv
AP1i;AQ1i;AP1iCap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
21Ao
invés de utilizar fatores de aceleração [2], estemétodo
procurarácompensar
o fato da matriz J acobiana não ser alterada,
quando
da ocorrência deuma
mudança
na topologia da rede,com
a utilização de técnicas de diacóptica (Ver Apêndice A).A
formulação apresentada no apêndiceA
é adaptada para este caso específico.A
matriz A'1 (Jacobiana neste problema) já é disponível na forma fatorada eB
(matriz de perturbação) apresenta elementos não nulos apenas nas posições referentes às linhas e colunas da matriz Jacobiana correspondentes às barras terminais da linha cuja retirada está sendosimulada,
ou
seja,no
máximo
os 16 elementos destacados na figura 2.2,no
caso deambas
as barras terminaisserem PQ.
barra i barraj
rn
m+1
n ni]Ann Aun
... .. AHâjAN¡jAtvrài
Ami
.... ..Aivfijmj
Anji ANjâ ... .. AHjjANjj .... ..
Aivrjà Atji ... _. AMjjALjj .... ._
Figura 2.2 - Estrutura da Matriz de Perturbação
Os
elementos da matriz de perturbaçãoB
não mostrados na figura 2.2 são nulos.Os
elementoscom
índice ¡_j e j_¡anulam
os elementos correspondentes na matriz Jacobiana, eos elementos
com
índice ¡_¡ e j_j subtraem dos elementos correspondentes na matriz Jacobiana aparte referente à ligação i-j, de forma que:
Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
22
O
procedimento para estacompensação
é bastante simples(ver Apêndice A):1)
Formar
o vetor de desvios de potência, aquidenominado
Ay;2) Resolver 1.;
=
Ay;3)
Formar
as colunas não nulasda
matriz de perturbação,B';4) Resolver X=J'1.B',
onde
B' possuiráno
máximo
4 colunascom
elementos não nulos eX
pode
ser obtido aplicando J'1 (já fatorada) a cada coluna de B';5) Separar
X
nas submatrizesX,
e X,,..,onde
X, é formada pelas linhas deX
correspondentes às variáveisem
z, e Xn., éformada
pelas demais linhas de X.6) Obter gr
=
( 1+Xr)'1._>gr. Observarque
a matriz (1+Xr), a ser invertida, teráno
máximo
dimensão
4x4; '7) Obter zn_r
=
gn_r - Xn_¡.zr;8)
Formar
z,ou
seja,Q/AQ
, a partir de gr e zn_r.9) Atualizar as tensoes.
Podem
ser simulados chaveamentos de linhas, transformadoresou
elementosshunt, estando a diferença apenas
no
cálculo da matriz B, que representa a contribuiçãodo
elemento
em
questão à matriz jacobiana. Observa-se ainda que o procedimentopode
ser interrompidono
passo 6,quando
se desejar conhecerapenas amodificação da
tensão nas barrasterminais
do
elemento desconectado.Os
resultados obtidos da aplicação deste algoritmopodem
ser observadosno
capítulo 6.
V
2.5 -
RESTRIÇÕES
À
UTILIZAÇÃO
DE
CHAVEAMENTOS
DE
LT's
E
TES
2.5.1 - Efeitos
de
Transitóriosde
Manobras
As
sobretensoesem
sistemas elétricos sao geralmente causadas por: surtos de manobra, descargas atmosféricas (estas primeiras interessam ao planejamento), rejeição totalou
Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
23
parcial de carga, efeito Ferranti, auto-excitação, curto circuitos monofásicos e ferrorressonância
(sobretensões dinâmicas, interessam à operação).
O
ajustedo
sistema de proteção e a coordenação de isolamento dos sistemas para tensões iguaisou
superiores a 345kV
são definidos pelas sobretensões demanobra
[l7].Os
surtosdependem
das condições iniciais,como
pontoonde
ocorre amanobra
nas ondas detensão e corrente,
comprimento
daLT,
configuraçãodo
sistema, etc.As
manobras
de maior interesse são:- energização de linha terminada por transformador
sem
cargaou
com
odisjuntor
da
outra extremidade aberto;- re-energização de linha
com
carga residual;- rejeição
de
carga pela aberturado
disjuntor da outra extremidade da linha,-
manobras
em
transformadoressem
carga,ou
com
reatores shunt ligadosno
terciário e
em
- reatores de AT.-
As
LT's
e seus equipamentos terminais são dimensionados para suportar asmanobras
de energização e desenergização dentro deuma
ampla faixa de condições operativasdo
sistema.A
abertura deuma
LT
com
alto carregamentoou
com
algum
tipo de curto circuito produz surtosbem
pioresque
a aberturacom
carga baixa,como
é feito para controle de tensão.O
equipamento terminal mais solicitadonuma
abertura de linha sob condições normais(com
ou
sem
curto) é o disjuntor. Para cada classe de tensão padronizada existeum
valor normalizado de tensão transitória suportável e de corrente capacitiva interrompida, sendoque
estes valores são definidoscom uma
boa
margem
de segurança para abertura normalsem
curto.
A
Tabela 2.2 apresenta valores definidos naNBR
7118
para a capacidade de interrupção nominal dos cabos,ou
seja, a correntemáxima
que cabosem
vaziopodem
interrompersem
Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
24
Tabela 2.2 - Capacidade de Interrupção
Nominal
de Linhasem
VazioTensão
Nominal
Capacidade de interrupção(kV
eficaz) nominal de linhasem
vazio.(A
eficaz) 72,5 1092
20
145 -50242
125362
315460
V400
550
500
A
tensão transitória através dos contatosdo
disjuntor ao abrir vai dependertambém
daLT
terou não compensação
shunt.Como
os disjuntores de alta tensão são rápidose, por especificação, livres dos problemas de reignição
do
arco,o
uso de chaveamentos paracontrole
não
deve causar danos aos equipamentos.A
experiência daELETROSUL
confima
estes pontos.Não
há registro de problema por abertura mais freqüente de qualquerLT
de230 ou
525 kV.2.5.2 -
Diminuição
da Vida
Útil dos DisjuntoresEmbora
haja relação entre onúmero
demanobras
sofridas porum
disjuntor e a necessidade demanutenção do
mesmo,
verifica-seem
catálogos e manuais destes equipamentosque
hátambém
uma
relaçãocom
otempo
de operação e a intensidade da corrente interrompida.Na
maioria dos catálogos consultados onúmero
de interrupções permitidas entre inspeçõescom
corrente de interrupção nominal não é superior a 10,mas
onúmero
deinterrupções permitidas
com
corrente de carga nominal costuma ultrapassar a 1000.Como
pretende-se utilizar o recurso de chaveamento neste trabalhocomo uma
Cap.
2
- Utilizaçãode
manobras
para
Controleda
Rede
25
Apenas, ressalta-se
que
a manutenção periódica dos disjuntorespode
ter que sermais freqüente
ou
ainda ocorrerem danosem
alguma parte mecânicado
disjuntor construídacom
material demenor
qualidadeou
com
imperfeições.2.5.3 -
Diminuição
da
Confiabilidade do
Sistema ElétricoO
termo
confiabilidadetem
várias definições.Do
ponto de vistado
consumidor significanormalmente
qualidade e continuidade de serviço. Já do ponto de vistado
fornecedor,a confiabilidade está ligada à preocupação
com
a reserva de energia atual e futura e restrições operacionaisque não
são sentidas diretamente pelos consumidores [l05].A
avaliação da confiabilidade deum
sistema é feita muitas vezes atravésdo
custo das interrupçõesde
fornecimento [105]ou
através de índices taiscomo
[106]: probabilidade defalha, freqüência das falhas,
número
esperado de cortes de carga, corte de carga esperado, energianão
suprida esperada, duração esperada dos cortes de cargas,número
.esperado deviolações de tensão, etc.
Em
[106] é feita distinção entre adequabilidade e segurança, dois termos associados à confiabilidade.A
adequacidade se refere a capacidadedo
sistema atender a carga,ou
seja, ter geração suficiente euma
rede de transmissão/distribuição que atenda aos pontos deconsumo
sob condições estáticas. Já a segurança se relaciona a habilidadedo
sistema responder a distúrbios taiscomo
perda de elementos de geraçãoou
transmissão.No
caso deste trabalho, o objetivo é avaliar a diminuição da confiabilidadedo
sistema após o desligamento de determinada linha para controle de tensão.
Esta avaliação poderia ser feita através de alguns dos índices acima citados.