PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
ELÉTRICA
DESENVOLVIMENTO
DE
UM
CONTROLADOR
DIGITAL
PID'
AUTO-AJUSTÁVEL BASEADO
NUM
SISTEMA ESPECIALISTA
DISSERTAÇÃO
SUBMETIDA À
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
CATARINA
PARA
OBTENÇÃO
DE
GRAU
DE
MESTRE
EM
ENGENHARIA
DANIEL JUAN
PAGANO
ll
DESB*lVOI.VIMl¶ITO
DE [H
CII*l'IROl'_AlX)RDIGITAL
PID AU1'O-AJUSTÁVELBASEAIX)
NUM SISTEMA ESPECIALISIA
DANIEL JUAN PAGANO
ESTA DISSERTAÇÃO
FOIJULGADA
PARAA
OBTENÇÃO DO
TÍ'I'UT.O DEMESTRE
EMENGENHARIA
-ESPECIALIDADE ENGENHARIA ELETRICA
EAPROVADA
Em sUAFORMA
FINAI PEr_o
cURso DE
Pós-GRADUAÇÃO./
› 'Y
/<
Prof.
Au
sto _ ruciapaglia, Dr. Ing.i:7fador
\
I
À
,__Prof.
Joseueirà
B rmudez, Ph. D.Coordenador
do
sode
Pós-graduação emEngenharia E1' rica
BANCA EXAMINADORA
Prof.
Aug
o rucíapaglía, Dr. Ing.Oríe ador
~
W×Àz~/i»z«~/
Prof.
Hervé
Eric Garnousset, Dr.Co-orientador
' of.
Liu
Hsu, Dr../
/o r
Eng. Lui rf cisco Gerbase, M.Sc.
SUMÁRIO
RESUMO
... ..viii
ABSTRACT
... ..ix
SIMBOLOGIA
... _.×
CAPÍTULO
1 -INTRODUÇÃO
... .. 1 \CAPÍTULO
II -MÉTODOS
PARA
AJUSTE
DE
CONTROLADORES
PID
2.1 - Introdução ...
._ 5
2.2 -
Levantamento
das técnicas de ajuste... .. 5
2.2.1
Métodos
clássicos ... .. 62.2.1.1
Métodos
empíricosou
iterativos por tentativa e erro2.2.1.2
Método
de Ziegler-Nichols2.2.1.3
Método
de alocação de pólos e zeros2.2.1.4
Métodos
baseadosem
otimização2.2.1.5
Métodos
baseadosem
margem
de fase e/ou
margem
deganho
2.2.2
Métodos
adaptativos ... .. 1 l2.2.2.1
Métodos
baseadosno modelo
("model-based")2.2.2.2
Modelo
de referência2.2.3
Métodos
auto-ajustáveis ... ..2.2.3.1
Método
deÁstrõm-Hzgghmó
2.2.3.2
Método
de Bristol2.2.3.3
Baseados
num
sistema especialista2.3 - Conclusao ... ..
CAPÍTULO
III -METODOLOGIA
DE
AJUSTE
DESENVOLVIDA
3.1 - Introdução ... ..
3.2 -
Formulação do problema
... ..3.2.1 Hipóteses de trabalho ... ..
a) Universo de processos considerado
b) Estrutura
do
controladorc) Objetivos de controle
d) Sinais de entrada
3.2.2 Trabalhos prévios
(ZN,
Shinskey, Bristol) ... ..3.3 - Estratégia de soluçao ... ..
3.4 -
Metodologia
de
ajuste desenvolvida ... ..zzzzzzzzzzzzzzzzzzz -0 zzzzzzzzzzzzzzzzz no 15 22 24 25
26
31
33
35
3.4.1 Aquisição
do conhecimento
... .. 35a) parâmetros de
malha
abertab) reconhecimento e classificação
da
resposta demalha
fechadac) parâmetros de orientação para o ajuste
3.4.2 Estratégias
de
ajuste ... .. 4 7a) estratégia de ajuste global b) estratégia de ajuste por grupos
c) metodologia de fase 3.4.3
Exemplos
... ..53
3.5 - Ajustede
Ziegler-Nicho1s-Modificado(ZNM)
... ..57
3.6 - Síntesedo procedimento
... ..59
3.7 - Conclusão ... .. 61CAPÍTULO
IV
-APRESENTAÇÃO
DO
SISTEMA
ESPECIALISTA
DESENVOLVIDO
4.1 - Introdução ...
._ 52
4.2 - Justificativa
do
uso deum
SE
no
ambiente industrial ..... 62 4.3 - Características gerais de
um
SE
... .. 64 4.3.1Memória
de trabalho ... .. 55 4.3.2Memória
de regras ... .. 65 4.3.3Máquina
de inferência ... .. 6 64.4 -
A
linguagem
de representação desenvolvida ... _. 4.4.1Os
elementos manipulados(MT)
... .. 4.4.2As
regras ... .. a)A
parte esquerda b)A
parte direita 4.4.3A
máquina
de inferência ... .. 4.5 -Modelagem
do
conhecimento ... .. 4.5.1 Identificação ... .. 4.5.2 Conceitualização ... .. 4.5.3 Estruturaçãodo
conhecimento ... .. 4.5.4 Teste ... .. 4.5.5Regras
deprodução
... .. 4.6 -Funcionamento do
sistema ... .. 4.7 - Conclusão ... ..CAPÍTULO
V
-RESULTADOS
DE
SIMULAÇÃO
5.1 - Introdução ... .. 5.2 - Processos estacionários ... .. 5.2.1 Análise
da
convergência ... .. 5.2.1.1 Ajuste inicial deZN
5.2.1.2 Ajuste inicial de
ZNM
5.2.1.3 Ajuste inicial a partir de
um
estado qualquerdo
sistema5.2.1.4 Conclusões 5.2.2 Análise estatística ... .. 5.3 - Processos não-estacionários ... .. 5.4 - Conclusão ... ..
CAPÍTULO
VI
-CONCLUSAO
E
PERSPECTIVAS
... ..APÊNDICE
A
-SISTEMA
DE
DESENVOLVIMENTO
... ..APÊNDICE
B
-CONTROLADOR
PID
... ..APÊNDICE C
-EXEMPLOS
DE
CASOS
SIMULADOS
..... ooooooooooooooo às QI . 91 _ 97 ¡OI! .... ..101
105
... ..l11REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..124
viii"
RESUMO
A
presente dissertação aborda oproblema
de desenvolvimento deum
controladordigital
PID
auto-ajustável utilizandoum
sistema especialistabaseado
em
regras deprodução.
Este controlador está habilitado para (a) auto-ajustar-se até alcançar as
especificações de controle de
malha
fechada e (b) adaptar-se amudanças na
dinâmica da planta.A
abordagem
adotadanão
requer informação sobre omodelo
matemáticodo
processo a controlar. Esta baseia-se
no
reconhecimento e classificação da respostano
tempo,
do
sistema,em
grupos pré-estabelecidos de formas de onda. Define-se, para estes,diferentes estratégias de ajuste
que garantem
a convergênciado
sistemaparao
objetivodefinido pela resposta desejada (especificada).
Também
são destacados aspectos relativos à metodologia de ajuste implementada, à arquiteturado
sistema especialista e às regras deprodução
utilizadas.Resultados
de
simulaçãopermitem
concluir sobre odesempenho
do
sistema proposto.ABSTRACT
The
present dissertation deals with theproblem
of developing a self-tunePID
digitalcontroller using
an
expert system basedon
production rules.This controller is able (i) to self-tune in order to reach the specified closed-loop step response
and
(ii) to adapt to changes in the dynamics of the plant.The
approach
adopted does not require a mathematicalmodel
of the process. It isbased
on
the recognitionand
classification of the output signal in groups of wave-patterns.For
these groups, different tune strategies are defined, thus guaranteing the convergence of the system to the goal defined by the desired output signal.Some
aspects related to theimplemented
tuning method, the expert system architectureand
the production rules usedare highlighted.
Simulation results allow the drawing of conclusions about the proposed system performance.
SIMBOLOGIA
u(t) sinal
de
controle (sinal de entradado
processo)y(t) variável controlada (saída
do
processo)yr(t) sinal de referência
do
sistema de controlee(t) sinal
de
errodo
sistemaw(t) perturbação
de
cargau(k) sinal
de
controleno
instantek
y(k) variável controlada
no
instantek
yr(k) referência
do
sistema de controleno
instantek
e(k) sinal de erro
do
sistemano
instantek
U(s) transformada de Laplace
do
sinal de controleY(s) transformada
de
Laplacedo
sinal de saídado
processo E(s) transformada de Laplacedo
errodo
sistemaW(s)
transformada de Laplaceda
perturbação de cargaG(s) função de transferência
do
processoU(z) transformada
Z
do
sinal de controleY(z) transformada
Z
do
sinal de saídado
processo E(z) transformadaZ
do
erro de seguimentoP
ação proporcionaldo
controladorT
período deamostragem
Kc
ganho
proporcionaldo
PID
Ti
tempo
de integraçãodo
PID
("reset-time") [ s/ rep]Td
tempo
derivativodo
PID
("rate-time") [ s ]s operador de Laplace
A
z operador
Z
w
operador freqüencialKp
ganho
estáticodo
processoL
atraso de transportedo
processo'r constante
de
tempo
do
processoTu
período ,de oscilação críticodo
laçoKu
ganho
críticodo
laçoSo
sobrepassodo
sinal de saídado
processoSu
subpassodo
sinal de saídado
processoTa
período de oscilação amortecido demalha
fechada Oc fasedo
controladorTaxal taxa de ajuste
da
ação integral1
Capítulo
IINTRODUÇÃO
Por não
ser possívelmodelar
os sub-processos presentesnuma
planta industrialtípica de
forma
aimplementar
um
controle específico para cadaum
deles, empregam-se,na
prática, controladores
de
estrutura fixa e parâmetros ajustáveis. Estes controladores sãosimples e de propósito geral, e são otimizados
conforme
as característicasdo
processo a controlar.Dentre
estes controladores, o mais utilizadona
indústria nas últimas quatro décadas, nas suas versões analógica e, recentemente, digital, é oque implementa
a lei decontrole dita: Proporcional
+
Integral+
Derivativa, conhecidocomo
PID.Este controlador, nas suas diferentes formas de
implementação
digital, constitui o núcleode
grande parte dos softwares desenvolvidos para controle digital direto(CDD)
deprocessos industriais e é, atualmente, o
mecanismo
básico dos sistemas de controledistribuído
(SDCD)
comerciais. ^Engenheiros e/
ou
operadores de planta ajustam estes controladoresusando
critériosempiricos (representações conceituais)
ou
regras formuladassem
um
alto grau deconhecimento
da
teoria de controleou do
comportamento do
próprio processo.Na
prática, apesarda
existência deuma
certa variedade de técnicas de ajuste dosparâmetros
do
PID
[Lipták 85], écomum
observar muitas malhas de controlemal
ajustadasou, pior ainda, trabalhando
em
modo
manual
(malha aberta). Isto é devido, entre outras possíveis causas, às características inerentes dos processos sob controle - não-linearidades,ruído,
mudanças
dos parâmetros dos processos, interaçãocom
outros processos, etc.- assimcomo,
também,
a ajustes inadequados dos controladores, realizados por pessoalnão
especializadoou que
careceda
necessária dedicação para fazê-lo.Todos
estes elementos contribuem paraque
amalha
de controle tenhaum
mal desempenho.
Os
motivos acimalexpostos justificam o interesse existenteno
desenvolvimento decontroladores
do
tipoPID com
a capacidade de se adaptar automaticamente frente aestiver inicialmente desajustado. Isto é viabilizado pelos avanços recentes
em
microeletrônica.
Duas
abordagenspodem
serempregadas
para atender este objetivo[Carmon
86]:a) a introdução de
conhecimento
adicional sobre o processona
estruturado
controlador,usando
técnicas taiscomo
o planejamentodo ganho [Rodhe
85]ou
o preditor de Smith[Hang
80];b) o ajuste
do
controladormediante alguma
das seguintes técnicas:- projeto de controlador adaptativo baseado
num
modelo
de referência [Astrom87];
- projeto de controlador adaptativo baseado
na
identificação dos parâmetros
do
processo através de
métodos
conhecidoscomo:
mínimos
quadrados recursivo,variáveis instrumentais, etc. [Astrom 87],
[Fong-Chnee
88];- projeto de controlador auto-ajustável baseado
num
sistema especialista (inteligência
artificial) [Krauss 84], [Porter 87],
[Carmon
86], [Bristol 87], [Shinskey 87].A
primeiraabordagem,
necessita de dados suplementares sobre o processonem
sempre
acessíveis e,além
disso, reduz a flexibilidadedo
controlador pois torna-o dedicado.Na
segunda abordagem,
as duas primeiras técnicas, clássicasdo
controle adaptativo,apresentam
os seguintesproblemas
[Astrom 87]:- a estrutura a identificar deve ser
adequadamente
definida;
- identificação se vê prejudicada pela presença de
ruido;
-
não apresentam
uma
interface simples para o operador;3
Por
estas razões, estesmétodos não
têm
alcançadoum
grau ótimo dedesempenho
apresentando
em
alguns casos graves problemas [Seborg 86].Recentemente,
considerando o aspecto empírico e declaratívodo
conhecimento deum
operador de planta, algumas pesquisastêm
sido direcionadas parauma
abordagem do
problema baseada
em
sistemas especialistas. Estes sistemastêm
sucitadoum
grande interesseem
engenharia desde a década de 80, poispennitem
expressar problemas para osquais
nenhuma
solução algorítmica é conhecida.A
característica fundamental dos sistemasespecialistas, reside
na forma
declarativa de se expressar o conhecimento ena
separaçãodeste dos
mecanismos que
0 utilizem.O
conhecimento é representado porum
conjunto deregras
do
tipo<condições>
/<ações>,
especificando as ações a realizar se as condiçõesforem
verificadas. 'O
presente trabalhoaborda
oproblema
de desenvolvimento deum
controladorPID
auto-ajustável utilizando esta última técnica apresentada.
Neste primeiro capítulo realizou-se
uma
breve introdução apresentando oproblema
que
originou este trabalho,mencionando
algumas das propostas existentescomo
soluçãoprática.
Também
destacou-se o interesse industrial pelo desenvolvimento de controladoresdo
tipoPID
com
a capacidade de se adaptar automaticamente frente a variaçõesdo
processo controlado, dados os beneficios decorrentes
da
sua utilização.O
capítulo II será dedicado a apresentaros
métodos, a nosso critério, mais importantes para o ajuste de controladores PID.Também,
neste capítulo, será justificada aabordagem
adotada para o desenvolvimento deum
controladorPID com
característicasauto-ajustáveis.
No
capítulo III serão identificadas as característicasdo
problema, formulando-se certas hipótesesde
trabalho e a estratégia de solução utilizada.Além
disso, analisar-se-á a metodologiade
ajuste desenvolvida resultanteda
nossa aprendisagem, sobre o ajustedo
PID, realizada sobre
um
sistema de simulação digital desenvolvido para_estes fins.No
capítulo IV, apósuma
breve introdução aos sistemas especialistas, apresentar-se-á o sistema especialista de ajuste desenvolvido, descrevendo-se a linguagem de
Ainda
neste capítulo, explicitar-se-á o funcionamento deste sistema integrado aocontrolador PID.
O
capítuloV
mostrará os resultados de simulaçãodo
controladorPID
auto-ajustável atuando sobre diferentesmalhas
de controle industrial.Finalmente, o capítulo
VI
será dedicado as conclusões gerais e as perspectivas de continuidadedo
trabalho desenvolvido.. 5
Capítulo II
MÉTODOS
PARA
AJUSTE
DE
CON'I`ROLADORES
PID
2.1 Introdução
Desde
o surgimento dos primeiros controladoresPID
industriais, há mais de cincodécadas atrás,
uma
grande quantidade e diversidade demétodos
de ajustetêm
sidopropostos por diferentes autores.
Dentre
estes, ométodo-mais
difundido e utilizadono
ambiente industrial é o proposto por Ziegler e Nichols [Ziegler 42], devido a sua relativasimplicidade, confiabilidade e
ampla
aceitação.Os
métodos
de ajuste de controladores de processos estão usualmente baseadossobre critérios
no domínio do
tempo.No
método
de Ziegler-Nichols, por exemplo, ocritério
empregado
corresponde a verificarum
amortecimento de 1/4 deonda na
respostado
sistema. Outros critérios utilizadosna
prática para otimizar 0 ajustedo
PID
[Rohde
85], considerando odesempenho
da
resposta de saídada
malha, são:- Critério
da
áreamínima
:tem
por objetivo minimizar a área delimitada pela curva daresposta de saída e o sinal de referência.
- Critério
do
distúrbiomínimo
: consisteem
estabilizar o processonum
tempo
mínimo,evitando qualquer oscilação.
- Critério
da
amplitudemínima:
objetiva minimizar a diferença entre avariávelmedida
e o valor desejado (referência),
sem
restrição importanteno
tempo
deestabelecimento.
Selecionado
um
destes critérios, consideram-secomo
parâmetros ótimosdo
PID
aqueles
que
produzem
uma
resposta de saídado
sistema, apósuma
mudança
de referênciaEste capítulo objetiva apresentar e avaliar os
métodos
mais utilizados para determinar os parâmetros ótimos do PID.Porém, não
se pretende realizarum
levantamento exaustivo de todas as técnicas de ajuste existentesmas
sim apresentar osmétodos
mais relevantes.Como
resultado desta análise, detemxinar-se-áuma
proposta de ajustedo
PID.2.2
Levantamento
das técnicas de ajuste doPID
Alguns
dosmétodos empregados fundamentam-se
em
resultados empíricos,enquanto
que
outros baseiam-seem
considerações matemáticas.A
primeira classificação realizável,do
ponto de vistado
grau de participaçãohumana,
divide osmétodos
em
manuais
e automáticos.Os
métodos manuais
dividem-seem
experimentais e analíticos.Dentre
os experimentaispodemos
mencionar
ométodo
iterativopor tentativa e erro e o de Ziegler-Nichols para
malha
aberta emalha
fechada.Os
métodos
analíticos baseiam-se
num
conhecimento detalhadodo
processo e de seucomportamento
dinâmico.
Dentre
osmétodos
automáticospodemos
citar aqueles própriosdo
controleadaptativo e dos sistemas auto-ajustáveis.
A
A
nossa classificação divide osmétodos
de ajusteem
três grupos diferentes:clássicos, adaptativos e auto-ajustáveis.
2.2.1
Métodos
clássicos2.2.1.1
Métodos
empíricosou
iterativos por tentativa e erroOs
métodos
empíricos são geralmente aplicados nos casosonde não
existeconhecimento
suficiente sobre o processo a controlar. Consistemfundamentalmente no
ajuste empírico e iterativo dos parâmetros
do
PID, a partirda
observaçãoda
variávelcontrolada
do
sistema edependem
do
grau de conhecimento e experiênciado
engenheiro7
assegurar a estabilidade
da malha
de controle, obtendoum
comportamento
aceitável, doque
lhe oferecerum
comportamento
específico.A
metodologia utilizada por estes baseia-seno
seguinteprocedimento
iterativo:Enquanto
a respostano tempo do
sistemanão
verificar o objetivo de controle:(1) Produzir
uma
pequena
mudança
na
referênciada
plantaquando
o sistema es-tiver
em
regimepermanente ou
esperar poruma
perturbação de carga;(2) observar as características temporais
da
respostada
malha;(3) modificar o ajuste dos parâmetros
do
PID
deforma que
a respostado
sistematenda à resposta desejada. '
Esta técnica está baseada
em
critérios empíricos, própriosdo
operador, enão
necessita
de
um
modelo
matemático do
processo.2.2.1.2
Método
de Ziegler-NicholsEste
método
éum
dos mais divulgados e utilizadosno
ambiente industrial decontrole de processos. Consiste, basicamente,
em
dois conjuntos de regras de ajuste obtidasempiricamente [Ziegler 42].
O
primeiro deles baseia-sena
informação extraídada
respostade
malha
abertado
processo auma
excitaçãodo
tipo degrau (curva de reação). Sobre estacurva é traçada a tangente ao ponto de inflexão, determinando-se três parâmetros: o atraso de transporte efetivo (L), a constante de
tempo
equivalente(1
) e oganho
estáticodo
WA
::QM
: : 45.. . . . . . . . . ¬ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _. ›1L'_... . . . . . . . 4 . . . . . . . . ¢ . . . .. . Q. kn-A O. _¡._____ _z-_1_--‹-- U-¡ __ ..:. ._. .§. ... .._- N I I I I 0-. 1 ‹ '^:' N I I I I U1-. 1 . .- u.1 I I É I ©-¬-. \ . 1 Lu Í Í I É u-1 --. . ¬-. .- .c I Í Í É Ov
- ~ f ~ 42.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. b . 1 . « - z 8... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6-. . . . . . . . . . . . . - . . . . . . .-. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ~ . . . . . . . ¬ . . . . . .. L|__. . . . . . . . . . . . . . . . . . _.. 2... , . . . ..z . . . . ..; . . . . . . . ..z . . . . . . . ..z . . . . . . . ..z . . . . . . . ..z . . . . . . . . . . . . . ..; . . . . z v ‹ - Ú ¬Í
I }--'-_..|...'¡í_..| 'r(4oE1>sFig. 2.1 Resposta de
malha
abertado
processoO
ajuste dos parâmetrosdo
controladorPID
é então realizado utilizando asrelações empíricas (válidas para 0.1
<
L/
T
<
1.):Kc
=
1.2 T/(LKp)
Ti
=
2L
-
Td
=
0.5
L
O
segundo
conjunto de regras está baseadono conhecimento do
pontoem
que acurva
de
Nyquistda
função de transferênciado
processo, intercepta pela primeira vez oeixo real negativo. Este ponto é caracterizado por parâmetros
Ku
eWu,
denominados
deganho
crítico e frequência crítica.Em
geral utiliza-se o períodode
oscilação crítico damalha
(Tu)em
lugar deWu,
resultando as seguintes fórmulas (válidas para 2< k ku <
20,onde k
é oganho
estáticodo
processo):Kc
=
0.6Ku
Ti=
0.5Tu
L9
Estes conjuntos de regras
foram
obtidos atravésda
análise de diferentes processos,modelados
como
uma
combinação
de atraso de transporte euma
constante detempo
dominante. Este
método
requermínima
informaçãoda
planta,mas
não
é efetivo paraaqueles casos
onde
a simplicidadedo
modelo
utilizadonão pode
"representaradequadamente"
ocomportamento
do laço (p.e. procesoscom
atraso de transporte dominante).Também
existem outras regras de ajuste,como
as propostas porCohen
eCoon
[Cohen
53] eYuwana
eSeborg
[Yuwana
82], baseadasem
parâmetros obtidosda
curva dereação
do
processo. .2.2.1.3
Método
de alocação de pólos e zerosEste
método
analítico consisteem
determinar os pólos e zerosdo
controlador, apartir
do conhecimento
dos pólos e zerosdo
modelo da
planta, paraque
o sistemaem
malha
fechada apresente singularidadesem
lugares pré-fixadosdo
plano complexo. Estassingularidades são dados presentes
no
projeto de controle ecorrespondem
aalgum
objetivode.controle dado. Este
método
é aplicável a sistemas lineares, invariantesno
tempo
e cujomodelo
matemático
é conhecido. Portanto,na
maioria dos casos, o seuemprego impõe
certas restrições
quando
aplicado à classe de processos encontradosno
ambiente industrial.O
método
de alocaçãoou
posicionamento de pólos e zeros é extensamente tratadono
caso dos controladores digitais [Stojic 86], [Hagglund 85],[Amaral
85].2.2.1.4
Métodos
baseadosem
otimizaçãoOs
parâmetrosdo
PID
são otimizados deforma
a minimizar (ou maximizar)uma
função custo, sujeita a certas restrições de projeto.Esta função custo
pode
seralgum
índice dedesempenho
como
os integrais do: erro aoquadrado
(ISE), erro' absoluto (IAE), erro absoluto pelotempo
(ITAE),
etc. [Liptak 85]J
=
Z
e(l()2+
W
[e(k+1)-
e(k)]2
RIOonde
o primeirotermo
penaliza oquadrado do
afastamentodo
errodo
valor desejado(zero) e
o segundo
penaliza as variaçõesdo
erro, oque
equivale a penalizar oconsumo
deenergia [Tonelli 88].
Outros
métodos
equivalentesforam
apresentados porMc
Gregor
e outros[Mc
Gregor
75] eIsermann
[Isermann 81].2.2.1.5
Métodos
baseadosem
margem
de fase e/oumargem
deganho
Estes
métodos
propõem
o ajuste dos parâmetrosdo
PID
de forma
a verificarespecificações de
margem
de fasee/ou
margem
de ganho,em
uma
frequência prê-estabelecida
[Âström
82]. Para sua aplicação é necessário conhecerum
ponto dacaracterística de Nyquist
do
sistema,que
pode
ser aquele utilizadono
método
de Ziegler-Nichols
de
malha
fechada.Conhecido
este ponto, é possível deslocá-lo atéuma
posiçãoarbitrária
no
plano S, através deuma
estrutura de controle PID.Na
fig. 2.2 , o pontoA
pode
ser deslocado nas direções de G(jw), G(jw) /jw
ejw
G(jw) modificando os valores dosparâmetros proporcional, integral e derivativo respectivamente. `
Â/m
E
í:U7_G(/.(4)) I\
_»
Re
G
Á
Õ//.(11) i /iu) Õ//lw)11
Desta
forma,movimentando
o pontoA
sobre o círculo unitário é possível obter sistemascom
uma
certamargem
de fase especificada.Analogamente,
especificações demargem
deganho
são obtidas variando omódulo
da
função complexa.2.2.2
Métodos
adaptativos2.2.2.1
Métodos
baseadosno
modelo
("model-based")Consiste
na
introdução de conhecimento adicional sobre o processona
estruturado
controlador,
usando
técnicas taiscomo
o planejamentodo ganho [Rhode
85]ou
o preditorde Smith
[Hang
801.A
técnicabaseada no
planejamentodo ganho
parteda
premissa deque
0ganho
ótimo é necessário
somente no
entornodo
valor desejado (referência).Além
deste, muitasvezes é conveniente
que
oganho
incrementeou decremente na medida que aumente
odesvio (erro),
de forma
a limitar a excursãoda
variável de saída e obteruma
rápidarecuperação
do
laço às perturbações.A
fig. 2.3 mostra a característicado ganho
variáveldo
controlador funçãodo
erro, utilizadano
controle dePH
[Rhode
85]:Kc .à Líl*'r`|iT›1.~' GG.
Güñhü
_-._-.___ -__.--._ F~:I.1'~:‹r' -:leGüflhü
G«:».nh~:~ z§f›:Í.':-li E=o.š~z «:||.I~1t‹r-1 ou I | 'Í . 1!'ERRÚ
Sobre esta característica, os seguintes parâmetros são ajustáveis:
ganho
de base, pontos de quebra, fatores de ganho, limitesdo
ganho.Para
aplicar esta técnica é necessário conhecer característicasnem
sempre
acessíveis
do
processo.Este
método
não
é considerado, por alguns autores,como
pertencente à classe dosmétodos
adaptativos.Porém,
neste trabalho, foi analisadocomo
um
método
adaptativodado que o ganho do
controladorpode acompanhar
as variaçõesdo ganho do
processo.2.2.2.2
Modelo
de referênciaNesta abordagem,
as especificações de controle são colocadasna forma
deum
modelo
de
referência. Este deterrninacomo
deveria responder, idealmente, a saídado
processo, a
um
sinal de controle.O
diagrama de blocosdo
sistema émostrado na
fig. 2.4abaixo: r-1-:›-:|-z|-:- aa. zé... 2 R-:.+'‹1r'‹:'.n-:i-:I. 1.' r~1-:~-:|-.~|-:‹ z-1-z 'W' , _] .-J_¡›.‹.‹-1-z '
I*
1w
. *-'- 1 u.L
uz' -' fPID
Proc
Fig. 2.4
Modelo
de referênciaO
modelo
de referência é partedo
sistema de controle, e juntamentecom
omódulo
13
parâmetros
do
PID. Este ajuste é realizado deforma
talque
o erro, existente entre a saídado
modelo
Ym
e a saídado
processo Y, tenda a zero.O
sistema, assim definido, é robusto.No
entanto, o principalproblema
destemétodo
reside
na
determinaçãodo
mecanismo
de ajustedo
PID
deforma que
o sistema seja estávele verifique os objetivos de controle [Âström 87].
Por
razões de estabilidade, omodelo
de referênciada
plantausado
no
projeto da lei de controle deve ter amesma
complexidadedo
sistema real. Esta suposição é bastanteaproximada
pois os processos reais,em
geral, apresentamuma
dinâmica mais complexa quea utilizada para a detenninação
da
lei de controle [Âström 87].'
2.2.2.3
Baseados
na
identificação dos parâmetros do processoNesta técnica os parâmetros estimados
do
processo são atualizados via identificaçãoe os parâmetros
do
PID
são obtidos a partirda
soluçãodo
problema
de projeto, utilizando técnicas taiscomo
posicionamento de pólos e zeros, minimização deuma
função de custo,etc.
A
fig. 2.5 apresenta oesquema
completo deste sistema:f--1-Z-~:I|.II«C› -IG.
Eƒfi-
C-ll-ILII-2 rn-:I.-:|‹:-r'
1
1”
¡*'”--IÍIÍÍPLI
PID
u
Proc
3”Fig. 2.5
Método
baseadona
identificaçãodo
processoEste sistema
pode
ser analisado considerando-ocomo
composto
por dois laços de controle.O
primeiro coresponde à realimentação clássica.O
segundo
laço écomposto
deum
estimadorde
parâmetros recursivo e deum
módulo
de cálculo dos parâmetrosdo
PID.O
sistema total deve ser vistocomo
um
processo demodelagem
e projeto de controleautomatizado,
onde
omodelo
e o cálculodo
controle são atualizados a cada período deamostragem.
O
módulo
de projeto calcula os novos parâmetrosdo
controladorcom
basena
informação obtida
do
processo. Por exemplo,Âström
eWitenmark
[Âström 73]propuseram
um
regulador cujo objetivo era minimizar a variânciado
sinal de saídado
processo controlado.
Os mesmos
autores, apresentaramuma
outra versâofundamentada
num
controle Gaussiano-Linear-Quadrático [Âström 74]. Wellstead e outros [Wellstead 79] sugeriram o projetodo
controlador atravésdo
método
de posicionamento de pólos e zeros(com
certas limitações).Âström
eWitenmark
[Âström 80]extenderam
a propostaanterior para o caso
do
servomecanismo.Cameron
e outros[Cameron
83]propuseram
uma
versão modificadada
solução obtida por Clarke eGawthrop
[Clarke 75].O
mecanismo
de
identificaçãopode empregar
diferentes técnicas,como: mínimos
quadrados recursivo, variáveis instrumentais,
máxima
de verossemelhança, etc.Os
problemas
operacionais dos algoritmos de estimaçãode
parâmetros sãodiscutidos extensamente por Seborg,
Edgar
eShah
[Seborg 861.Este
método
tem
sidoimplementado
em
controladores comerciaiscomo:
EletromaxV
(Leeds&
Northrup)que
utilizaum
modelo
de segundaordem
na
estimação eum
algoritmo de posicionamento de pólosno
projetodo
controle;ASEA-Novatune
(Novatune)baseado
na
estimação demínimos
quadrados e controle por minimizaçãoda
variância; e ocontrolador
da
Turnbull Control Systemsque emprega
estimação demínimos
quadradossobre
um
modelo
de segunda
ordem
eum
projetodo
controle seguindo o critério de15
2.2.3
Métodos
auto-ajustáveis2.2.3.1
Método
deÃsúrõm-Hagglund
Este
método
automático está baseadona
determinação de pontos específicos nacurva
de
Nyquistdo
sistema, a partir dos quais aplica-se ometodo
de Ziegler-Nichols demalha
fechadaou
as técnicas demargem
de 'fase e/ou
margem
deganho
[Âström 82, 841.A
idéia básica consistena
determinaçãodo ganho
crítico (Ku) edo
período crítico(Tu)
do
laço, atravésda
introdução deuma
não-linearidade (relé)no
sistema, durante a fase de ajuste,como
mostrado
na
fig. 2.6 abaixo.'I'-'I
W
~
tz
V_ Fig. 2.6
Método
de Âstrom-I-IagglundNesta fase (chave
L
na
posição 2), a saídado
sistema é levada auma
condição de oscilação controladamediante
o trem de pulsos, gerado pela característicado
relé, aplicado4
Y
o -1 z 1 1 lÚ'
0 5 io zõ tFig. 2.7 Sinais de entrada e saída da planta
Se o processo atenua as altas frequências correspondentes ao espectro
do
trem de pulsos,no
desenvolvimentoem
série de Fourier deste sinal, pode-se considerarsomente
acomponente harmônica
fundamental(método da
função descritiva), sendoque
a amplitudedesta é
dada
pela seguinte expresão:A
=
4M
/ TIonde
M
é a amplitudedo
sinaldo
relé.Se a amplitude de saída
do
processo é Y, então oganho do
processo é TIY /4M,
para essa frequência crítica. Portanto, oganho
crítico é deduzidoda
condição de oscilaçãodo
sistemacomo:
K¢Kp=
1==>
K‹z=
1/Kp=4M/Yn
O
período crítico émedido
sobre a resposta de saída, considerando otempo
entrepicos
ou
entre pontos de cruze.Obtidos os valores de
Ku
e Tu, os parâmetrosdo
PID
são determinados através dosmétodos mencionados
anteriormente.A
chaveL
é colocadana
posição 1 desligando-se o relé e conectando-se o PID.1 7
Outros pontos
da
curva de Nyquistdo
sistemapodem
ser obtidos mediante a introdução deuma
histeresena
característicado
reléou
dealguma
dinâmica conhecida.A
partir destes, aplicam-se
métodos
baseadosem
margem
de fase e /ou
margem
de ganho.A
versão comercial deste tipo de controlador é fabricada pela SwedishCompany
Satt Control, sob o
nome
de
Sattcontrol Auto-tuner.2.2.3.2
Método
de BristolEste
método
[Bristol 70, 77, 83] baseia-seno
reconhecimentoda forma da
respostade saída
do
laço, amudanças
de
referênciae/ou
perturbações de carga.A
fig. 2.8.mostrao
diagrama
esquematizado deste sistema:--1 I "' I
J
I . If-1
I I I II II II I I I I II I It. I I I I I I I I ___J 'u‹- f=‹~'›--+‹
-' '-1 suPE|=z- _PII:
Proc
I I . Ii-+4' I Q I I I I I I I I I I I I II I I III I I I I IIFI:
D Fu. FI-JUSTE 51 |¡z|E¡‹|-|~|_ Ê* 52 F|‹:fln›:zRFig. 2.8
Método
de BristolBasicamente
consisteem
comparar
as característicasda
respostado
laçocom
as daresposta desejada.
A
diferença entre estas duas respostas é utilizada para adaptar osparâmetros
do
PID.A
fig. 2.9 mostra a resposta decorrente demudanças
de referência aplicadasno
sistema, e os parâmetros através dos quais é identificada.'
WH
_.: ML uTL-_ “_ YTL /ll ______ __'Í_ W////._“'
fl‹ R,Í
__F
__
25c°_.____ _..._,___._._.¢__. ...._|_¿i
À
í
í
...__ |._.__.-__ -__..sm----
---
---
As ~'l
-
-
-- -
-
- -
--|--
1
-~~
rs°.---
- ~~
- --
--
-
------
--
-
--- _-Mm -P lo W H Í¡ Í; .I ‹- ft À ` . 1»¬-¬
9 L_1¬ _1_ 'F9'Fig. 2.9 Parâmetros de identificação
da
respostaO
mecanismo
de
reconhecimento e auto-ajustedo
PID,começa
a funcionarquando
a resposta
de
saída excedeum
certo limiar de ruído, especificado pelo usuário.A
seguir, asseguintes etapas são executadas:
( 1) Identificação
da
resposta: os seguintes parâmetros caracterizam a resposta:Tr
:tempo
de
subida (entre o25%
e o75%
do
valor de pico)Td
:tempo
de
atraso (entre0%
e 25%
do
valor de pico)T1=T‹1+(1+
«z)Tr
T2=T1+
BTT
T3=T2+ÕTf
onde
oz , B, 5 são determinadas deforma que
o primeiro picoda
resposta situe-seentre
T1
e T2, eque
amaior
partedo
transitório seja contidono
intervalo detempo
[T1›T3l-19
S1, S2 : integrais
do
sinaldo
errodo
sistema, avaliadasno
intervalo detempo
T
-T
eT
-T
res ectivamente.Ambos
valores são normalizados2 1 3 2
P
em
relação ao intervalo de integração e ao valordo
primeiro picodo
erro. S1 e S2 são os parâmetros
empregados
pelomecanismo
de auto-ajuste.
(2)
Mecanismo
de auto-ajuste:As
especificações de controle são definidasno
domíniotemporal pelo usuário, através dos parâmetros R1,
R2
(vide fig. 2.9).As
diferenças (S1
-
R1) e (S2-
R2) representamuma
medida do
afastamento daresposta atual,
em
relação à desejada. Portanto, são utilizadas para calcular os novos parâmetrosdo
PID
mediante as seguintes fórmulas empíricas:K¢=K°'
1/(1
+
KP1(31'R1)
+ KP2
(52 'R2))
TÍ=TÍ,
(1+
KÍ1(S1'R1)+
Kiz(S2-R9)
Kc', Ti' : parâmetros atuaisdo
PID
Kc, Ti : parâmetros novos
do
PID
Kp¡, Ki¡ :valores empíricos
O
ajusteda
ação derivativanão
é explicitado nas referências consultadas.Desta
forma, os parâmetrosdo
controlador são calculados iterativamente atéque
asespecificações sejam verificadas. Se este objetivo
não
for alcançado o sistema éreinicializado
começando
novamente
a operação de ajuste.2.2.3.3
Baseados
num
sistema especialistaO
surgimento dos sistemas especialistastem
possibilitado a aquisição e utilizaçãodo
Um
sistema especialista éum
programa
para resolução de problemas,que contém
uma
base de
conhecimento
emecanismos
de inferência,que
seassemelham
ao conhecimento e procedimentos utilizados por especialistashumanos
em
domíniosbem
definidos.A
idéia básica é obterum
conjunto de regrasdo
tipo<condições>
/<ações>,
cuja função é, entre outras, determinar os parâmetrosdo
PID
a partirda
informaçãoda
respostade saída
da
planta, deforma
que
o laçopermaneça
aceitavelmente ajustadona
presença demudanças
no
processo e se auto-ajuste caso estiver inicialmente desajustado.O
diagramada
fig. 2.10 ilustra estes conceitos. _'U
nn
I-14-_
E
~
Fig. 2.10 Sistema especialista de ajuste
É
importante ressaltarque
estaabordagem não
requer informação sobre omodelo
matemático do
processo.Entre os controladores
PID
auto-ajustáveis baseadosnum
sistema especialista,destaca-se o controlador
EXACF
(Expert Adaptíve Controller Tuning) desenvolvido pelaempresa
Foxboro.A
técnicaempregada
baseia-sena
análiseda
resposta de saída, frente a variações de referênciae/ou
carga,como
descrita porKraus
eMyron
[Kraus 84], e nas21
O
mecanismo
de
auto-ajuste consta de duas fases:(1)
Estimação
dos parâmetros:O
sinaldo
errodo
sistema é monitoradoem
forma
contínua.Quando
este excede o limiar de ruído, especificado pelo usuário, ativa-seo
mecanismo
de detecção e validação dos picosdo
sinal. Assim, são determinadosos picos E1, EQ,
E3
e o períododa
reposta (Ta),como
mostrado
na
fig. 2.11.,-ra,
:--“L--1
eu
4-
~
_ |
'
_ ¡E2 E¡
Mudanças
de referência Perturbações de cargaE
<!'. m- 0' &f m -mÚ ff' . _Fig. 2.11 Estimação dos parâmetros
A
partir dos parâmetros estimados, sobre esta curva, determina-se osvalores
de
sobrepasso(OVR)
e relação de amortecimento(DMP),
como:
0VR='Ez/E1
DMP=-(E3494)/(E1-Fa)
(2) Cálculo dos parâmetros
do
PID
:As
regras de ajuste deZN
paramalha
fechada,definem
os valores de Ti eTd
como:
Ti =_ 0.5
Tu
Td
=
0.12Tu
Analogamente, na
soluçãoimplementada
por Foxboro, os valores de Ti eTd
são estimadosaproximando
o período de oscilação crítico pelo período deoscilação amortecida,
medido
sobre a resposta de saída, e adaptando as constantes0.5 e 0.12,
com
baseem
estudos empíricos[Carmon
86], adequando-as àscaracterísticas dos diferentes processos.
O
ganho
proporcional ajusta-se paracompensar
asmudanças
provocadas> pelo ajuste de
Tie
Td, e para diminuir a diferença entre os valores de sobrepasso eamortecimento
estimados e os especificados. .Também
deve-semencionar
o sistema para ajuste de controladores PI,desenvolvido por Porter e outros [Porter 87]. Este fundamenta-se
no
reconhecimento ena
classificação
da
resposta demalha
fechada emalha
abertaem
padrões pré-definidos de formasde
onda. Para cadacombinação
destas respostas existem diferentes conjuntos deregras
de
ajuste, obtidas através da síntese dos conhecimentos de muitos engenheiros de controle.Existem outras abordagens utilizando sistemas especialistas,
como
a desenvolvidapor
Âström
e outros[Âström
86]denominada
de "expert control", cuja base é a seleção de diferentes estratégiasde
estimação e controle, através de certas regras lógicas exploradasmediante
um
sistema especialista.Outra
aproximação considerada porVan
Nauta
Lemke
eoutros
[Van Nauta
Lemke
85]emprega
a teoria de conjuntos difusos para 0desenvolvimento de
um
controladorPID
supervisor. 2.3Conclusão
A
nivel industrial, o ajuste de controladoresPID
para sistemas monovariáveis éum
dos aspectos
menos
dominados
emal
resolvido, apesar de seruma
parteextremamente
importante
da
aplicaçãoda
teoria de controle automático.As
conseqüências derivadas domal
ajuste destes controladores refletem-se diretamente sobre aprodução
e a qualidadedo
23
Levando
em
consideraçao este fato, dedicou-se este capítulo aabordagem
dosdiferentes
métodos
existentes para o ajuste'ou
auto-ajuste de controladoresPID como
base para desenvolvimentosde
novos métodos.Dentre
osmétodos
levantados, os baseadosem
sistemas "inteligentes"aparecem
como
uma
nova
e promissora alternativa para solucionar este problema.Os
resultadosobtidos
com
controladores comerciais deste tipo validam estaabordagem.
Entretanto, por se tratarde
tecnologia de alto valor comercial, as informações existentes sobre oscontroladores
PID
auto-ajustáveis baseadosem
sistemas especialistas são confusas eincompletas.
Apesar da
existência destes controladores comerciais nas plantas industriais, osigilo industrial
impõe
sérias restrições ao seu conhecimento. Estas razõesfundamentam
nosso interesse
em
realizar pesquisasno
sentido de desenvolverum
controladorPID
auto- ajustávelbaseado
num
sistema de conhecimento (sistema especialista).Esta
abordagem impõe
como
condições necessárias a obtençãode
conhecimento para o ajustedo
PID
e o desenvolvimento deum
sistema especialista de ajuste, a ser abordados nos próximos capítulos.Capítulo III
METODOLOGIA
DE
AJUSTE
DESENVOLVIDA
3.1 Introdução
No
capítulo anterior, foi realizadauma
apresentação de alguns dosmétodos
mais utilizados para o ajuste de controladores PID.Dentre
estes, osmétodos
baseadosem
sistemas "inteligentes" (sistemas especialistas)
parecem
seruma
interessante solução aoproblema,
como
demonstram
os resultados obtidosem
ambientes industriais. Entretanto,pouca
informação é conhecida sobre eles. Estes dois fatos nos levaram a pesquisarno
sentido de desenvolverum
controladorPID
auto-ajustável deste tipo.O
Neste capítulo são identificadas as características
do
problema, assimcomo
sãoformuladas certas hipóteses
de
trabalho e a solução adotada.Também
analisa-se a metodologia de ajuste desenvolvida, resultante dia integração de conceitos próprios da teoria de controlecom
a nossa aprendisagemno
ajustedo
controladorPID
realizada sobreum
sistema de desenvolvimento(programa
de simulação de sistemas contínuos controladospor PID), especialmente projetado para essa finalidade (vide apêndice A).
A
metodologia utilizada baseia-sena
classificaçãoda
resposta temporaldo
sistemaem
grupos de padrões deonda
ena
aplicação, para cadaum
destes, de estratégias de ajusteque garantem
a convergência globaldo
sistema para o objetivo definido pela resposta desejada.25
3.2
Formulação do problema
Considere-se o sistema de controle monovariável representado pela fig.3.1 abaixo:
W
*
E
U
Fig.3.1
Diagrama do
sistema de controle- Proc : representa
uma
planta industrial cujomodelo matemático não
é conhecido,com
parâmetros variantes
no
tempo. -Med
:medidor
-
Ac
: atuador-
PID
: controlador digitalde
estrutura clássicacom
parâmetros otimizáveis Kc, Ti, Td.- y (t) : referência pertencente à classe de sinais constantes.
- y(t) : variável controlada
- u(t) : variável de controle
- w(t) : perturbação de carga pertencente à classe de sinais constantes, atuando
em
diferentes pontos
do
processo.No
que
se segue,denominaremos
"processo"ou
"sistema a controlar" à associaçãoem
serie de atuador, processo propiamente dito e medidor.O
problema
consisteem
ajustar automaticamente os parâmetrosdo
PID, de talforma que
o laço de controle apresenteuma
respostano
tempo
dentro das especificações de controle colocadas pelo usuário; e isto, apesardo
desconhecimentodo modelo do
3.2.1 Hipóteses de trabalho
Dada
a grande variedade de situações apresentadasno
controle de processosindustriais foi necessário limitar a análise
do
problema
através de certas hipóteses de trabalho, as quais são colocadas a seguir.Também
define-se a estruturado
controladorPID
utilizado e os objetivos
de
controle.a) Universo de processos considerado
«
No
estudo realizado limita-se o universo de processos reais àqueles cuja resposta demalha
aberta (curvade
reação) apresentauma
característica sobreamortecida (curvaem
"S"),
como
mostrada
na
fig. 3.2.4@gA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., 90- ... ... ... ... ... .. 89. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .L . . . . . . . . .L . . . . . . . . . . . . . . . . _. 70- ` . i , . . . _ . . . . . . i , . . . . .. 60.. . . , . . . . ' . . . . . I. . . . ..\.‹...| SQ.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i . . . .. HQ... - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - . . . . . . . . . . ‹ . . . ._ 39. . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . .; 29.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. E 19 ; : ; ; 5 Au. : o¬ i .. i i i 5
>
0 10 20 30 *I0 50 60 'I'(40E -HSFig. 3.2
Curva
de reação sobreamortecidaEsta curva corresponde à dinâmica de
um
processo, representadacom
razoávelaproximação
porum
modelo
das seguintes características:Y(s)
Kp
|_| ( 1 +TZ
s) e'15G‹s›=
--- -=
--- --- -- U‹s›H
‹1+
Tps›
_27
desde
que
a presença dos zeros do processonão
afete a característica sobreamortecida demalha
abertado
sistema.A
aproximação
anteriormodela
a maioria dos processos industriais (trocadores decalor, fornos, colunas de destilação, etc.) [Shinskey 79].
No
entanto,na
prática, existemprocessos
de
maior
complexidade (reatores nucleares, turbinas hidraúlicas, unidadesquímicas
de
alta complexidade, estruturas espaciais, etc.), os quaisnão
são abordados neste trabalho.b) Estrutura
do
controladorbl- Algoritmo
PID
A
lei de controle discretaque
representa a estruturado
controladorPID
utilizadaneste trabalho é descrita pela
equação
(3.1) abaixo:u(k)
=
u(k-1)+ K1
e(k)+ K2
e(k1)+ K3
e(k2) (3.1)COIIII
T
Tó
K1=K¢
(1+
-----+
... --)2Ti
T
2T‹1T
K2
=
-Ke
(1
+
--- --) (32)T
2Ti
Tó
K3 =
Kc
--- --TiEste algoritmo é obtido a partir de seu equivalente contínuo (algoritmo clássico
PID) por
discretização ,considerando o período deamostragem
T, das ações proporcional,integrativa e derivativa (vide apêndice B).
b2-
Tempo
de
amostragem
A
escolhado
tempo
deamostragem depende da
dinâmicado
processo a controlar.Por
exemplo,no
caso dos processos químicos otempo
deamostragem pode
serda
ordem
de segundossem
que
isso degrade o controle. Diferentes regras empíricaspodem
ser encontradasna
literatura para a escolhado
tempo
de amostragem. Estas são função dealgum parâmetro da
respostado
sistemaou
das constantes detempo
do
processo [Âström84].
Na
nossaimplementação do
controlador PID, otempo
de
amostragem
foiestabelecido
no
valor de 100 ms, eliminando, desta forma,um
grau de liberdadedo
controlador. Este valor é compatívelcom
o tipo de processos a tratar.b3- Estratégia de eliminaçao
da
sobrecarga de açao integralPara
sistemasque apresentam
a necessidade de freqüentesmudanças no
sinal dereferência (ou
na
inicialização da planta) o beneficio aportado pela ação integral éacompanhado
peloproblema
de sobrecarga, e eventual saturação,da
ação integral ("resetwind-up").
Com
efeito, nas grandes transiçõesem
que
a ação de controle(soma
dos trêstermos) satura, o sinal atuante evolui mais lentamente
que
o previstono
projeto,provocando
uma
sobrecargada
ação integralque
deverá ser eliminada às custasda
inversãodo
sinaldo
errocom
conseqüentes sobresinais, severos e indesejáveis,da
variávelcontrolada.
Para
evitar este problema, a maior parte dos controladores comercializados, particularmente os digitais, são dotados de dispositivos adicionais para prevenir a29
sobrecarga
da
ação integral e, conseqüentemente, as consideráveis ultrapassagensquando
de grandes transições [Apolônio 881.Na
nossaabordagem,
esteproblema
é contornado utilizando-seuma
estratégia de elin1inaçãoda
sobrecargada
ação integral por atualização das variáveis (vide apêndice B).c) Objetivos de controle
Os
objetivos de controle são definidos sobre a respostano
tempo
do
sistemaem
malha
fechada (Fig. 3.3) amudanças
de referênciaou
perturbações de carga, .pelasseguintes especificações:
- Erro nulo
em
regimepermanente
para referências e perturbaçoes constantes(garantido pela ação integral
do PID)
- Sobrepassomáximo
admissível(Somax)
-Subpasso
máximo
admissível(Sumax)
E. ,.,A*_f.*.'?...“.Í ... ... ... ... ... _, 42__._._....¬¡..._. ._.§ - ë ë da í 5 ë S»-‹í Mr
W
. . . . , . . 1----2---t-- í---í---í----+-
°`°¿~`~Í- 5_... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . _. |.|.._ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . ..z . . . . . . . . . . . .. 2.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . t . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . EIEA #8550713 e¬ I l E l I ' I 3> e 3 s 9 42 1; 19 21 1‹‹ar1›sFig. 3.3a
Mudanças
de referênciaNo
caso de perturbações de carga (Fig. 3.3b), considera-se o primeiro picoda
resposta
como
se fosseuma
mudança
de referência, sendo, portanto, definidas asNzmmààiàãàëi f~%-4-4-4-4-+-4--F-4--L- i~/iiíieiiifiii~oifiifiíffii.ÍÍ~ Y
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íííífíííiifjfífíííí*í ~ T» 7--¬_ ;_.¿_-_ ._ ::;_. ;_ __ __.;_. ;_ ;_ .__ __ ;.SU“~¡ J É* _4_L-
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°"" ë ¢ J 2 H 6 8 16 12 TíiüííišFig. 3.3b Perturbações de carga
Estas duas restrições,
no
entanto,não garantem
um
tempo
de
estabelecimentomínimo
da
respostado
sistema.Na
figura 3.4pode
observar-se a existencia de duasrespostas
que
verificamuma
dada
faixa de especificação.MA
AY'4D' L u :`-_;f`~À==-a»-*ff 9 8 'I 6 5 É-\'\7LIJ.EEsta última restrição
no tempo
deverá ser atendida pela seguinte especificaçaoTempo
de resposta"mínimo
Y(10E-4) ... .. . . . .. 1 . . . , . .¬ . . . , . . . . . . . . . . ..||:|::|š5|3>
G 1 7 3 H 5 6 7 9 9 40 14 Fig. 3.4 T(40E1)S31
d) Sinais de entrada
Neste trabalho,
somente
são consideradas as excitações exógenasdo
sistema:mudanças
de
referênciaou
perturbações de carga (atuandoem
diferentes partesda
planta),pertencentes à classe dos sinais constantes (degrau).
3.2.2 Trabalhos prévios (ZN, Shinskey, Bristol e outros)
Os
primeiros trabalhos, sobre ajuste de controladoresPID
foram
realizados porZiegler e Nichols [Ziegler 42].
Os
resultados empíricos obtidos por estes, a partir de informações extraídasda
resposta demalha
abertaou malha
fechadado
sistema, sugeriram fórmulaspara
ajustar o PID.Também
propuseram
um
método para
classificação dos processos industriaisem
termos dos parâmetros obtidosda
‹curva de reaçãodo
processo,onde
a relação entre otempo
de atraso de transporte efetivo e a constante detempo
equivalente (L/ 'I ),medidos
sobre esta curva, é consideradacomo
um
índice decontrolabilidade
do
processo.Na
década
do
70 as pesquisasforam
continuadas por Shinskey [Shinskey 79],obtendo
, entre outras, as seguintes conclusoes:-
Os
controladoresPID podem
ser ajustados variando a sua contribuição de faseao
laço decontrole.
Neste sentido propôs