A
IlN`_lVERSIDAI)E ÍFEDEÍRAL
DE
SANTA'
CATARINA
'|›1RoGiRAM;A
DE
PÓS-GRA.DUAÇÃ,o
EM
ENGENHARIA
ELETRICA
ANÁLISE
CONIPUTADORIZADA
DE
SINAIS
BIOELÉTRICOS
D'lSSERTAÇÃO
SU'BME'I`IDAA
UNIVÍERSIDAÍDE
FEDERAL
DE SANTA
CATARINA
"
PARA
A
o;mjENÇÃo
Do GRAU
DE
MESTRE
EM
ENGENHARIA
ELETRICA
`› w
“
ALEXANDRE
JOSE
F
.ERÂNÁNDÍEZCOIMBRA
ANÁLISE
coMPU'rADomzAnA
DE
s1NAIs
BIoELETR1cos
z
ALEXANDRE
JOSÉ
FERNANDEZ
COIMBRA
EsTA DISSERTAÇÃQ
FoxIULGADA
ADEQUADA
PARA
QETENÇÃO
Do
TÍTULO
DE
MESTRE
EM
ENGENHARIA
'ESPECIALIDADE
ENGENHARIA
ELÉTRICA,
E
APROVADA
EM
SUA
FORMA
FINAL
1 - ~
PELO
PROGRAMA
DE POS-GRADUAÇAO
/E
› “"_
PROF.
WALTER
CELSO
DE
LIMA,
Sc. D., L.D. Orientador '
MARINO
NETO,
sz
D. Co-Orien tador A ~ _\'».›‹z«..L'. 'PROF.
ROBERTO
DE
SO
ZA
SALGADO,
Ph.D.Coordenador
Da
Pós-Graduação Eng. Elétrica'U «I 9 Â
Banca
Examinadora:PROF.
WALTER
CELSO DE
LIMA,
Sc. D., L.D. (Presidente)1
,.J
sÉ
MARINO-NETO,
sc. D.ex-~\
`.\-'
PROF.
FERNAND
zE
DE
AzEvEDo,
Ph.1›.Í
fi
`~
A ÀÁL-PROF.
REN
1JEDA,
SC. D.`
BIOGRAFIA
Do AUTOR
'Nascido
em
Belém, PA,em
1969. Graduou-se Engenheiro Eletricista,opção
eletrônica,pela Universidade Federal
do
Pará(UFPa)
em
1992.Teve
sua iniciação científica,durante
a
graduação,no
então Laboratóriode
Fisiologia dosTecidos
Excitáveisdo
Departamento de
Fisiologiada UFPa,
sob orientaçãodos
Professores Dr. Luis Carlos de-Lima
'Silveirae
Dr. CristovamWanderley
Picanço-Diniz,onde
participou dasatividades
de
pesquisaem
Neurofisiologiado
Sistema Visual ali desenvolvidas.ingressou
no Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia Elétricada
Universidade Federalde
Santa Catarina (UFSC), áreade
concentração Engenharia Biomédica,em
1992.Em
1993
iniciouo
desenvolvimento deste trabalhode
dissertaçãode
mestradojunto
ao Grupo de
Pesquisasem
Engenharia Biomédicado
Depto.de
EngenhariaElétrica
e
Laboratóriode
Neurofisiologia Ido
Deptode
Ciências Fisiológicasda
UFSC.
Desde
então,vem
auxiliando, neste último,em
atividadesde
pesquisasem
Neurofisiologia.
Seus
principais interessesde
pesquisa são: análisee processamento
de
sinais biológicos, emodelamento de
sistemas biológicosno
sistema nervoso.iv
V
AGRADECIMENTOS
Gostaria
de
agradecerao
Prof. Walter Celsode
Lima pela orientação neste trabalho;Agradeço ao Coordenador do Grupo de
Pesquisasem
Engenharia Biomédica (GPEB),Prof. Carlos lnácio Zanchin,
ao
GPEB
eao
Laboratóriode
Neurofisiologia l (LNFI)da
UFSC,
pelo "apoio logístico",espaço
fisico e equipamentoscom
os quais foi possívelo
desenvolvimento deste trabalho; ç
A
UF
Pa/CAPES
pelo apoio financeiro;Aos
Professores Renato Garcia Ojeda,Fernando de
Azevedo
e Julibio Ardigo,e aos
Drs. Li Li Min e Li Shih Min, pelos comentários e sugestõesao
trabalho;Ao
Prof.Cândido
Geraldode
Freitas,também
no
valioso "apoio logístico"no
LNFI;A
Ana
Luiza, Celito e família,e Leticia, Ronchie
familia, pela recepçãoe
acolhidaem
F
lorianópolis;Aos
amigos do
GPEB,
Adilson, Aurora, Beli, Dorian, Eduardo, Fernanda, Fernando,Flávio, Guido, Heitor, Jurandir, Lourdes, Márcia, Molina, Rafael, Silvia, Spalding,
Vânia, e
de
república,Aberides, ldmilson, Juniore
Otávio, porme
toleraremno
dia adia;A
Anibal, Stefi, Rafael 'e Rafael Bruno, primeiros usuáriosdo
produto gerado por estetrabalho, pela paciência
com
os problemasdas
versões iniciais deste produtoe
pelogrande auxilio na identificação
e
solução dosmesmos;
Agradeço
especialmente a_ José Marino Neto,meu
Grande
co-Orientador, por todasas
palavras
e
"tapinhasnas
costas"que
faziam este trabalho parecer interessante;E, é claro, a Jarbas,,Sylvia, Carolina, Luis e Hugo, Felipe, Gabriela e
Sandra
que,mesmo
à distância, faziamde
suas presençasum
porto seguro.SUMÁRIO
Capitulo I - Introdução ... ..Preâmbulo
... .. 1 Justificativa ... _. Objetivos ... .. Organizaçãodo
Trabalho... ... ...f ... ..Capitulo Il - Sinais Bioelétricos, Registro e Análise ... ..
V
2.1 -
Origem dos
Sinais ... .... ., ... ..2.2 - Tipos e_Caracteristicas dos Sinais Bioelétricos ... ._
2.2.1 - Eletroencefalograma ... ..
2.2.2 - Eletromiograma ... _.
2.2.3 - Eletro-Oculograma ... ..
. 2.2.4 - Eletrocardiograma ... .. 2.3 -
Formas de
Aquisição dos Sinais ... ._2.4--Análise
de
Sinais Bioelétricos ... ..2.4.1 - Visão Geral ... _.
2.4.2- Análise Visual ... ..
2.4.3 -
Processamento
Digital e Análises Quantitativas2.4.4 - Análise
de
Frequência ... ..2.4.5 - Filtros
de
Frequência ... ._2.4.7 - Outras Medidas'
de
Amplitudee
Tempo
... ..Capitulo III - Metodologia ... ... ..
3.1 - Introdução ; ... ... ..
3.2 - Sistema
de
Aquisiçãoe
Análisede
Sinais Bioelétricos:SAASBIO
3.3 -
Módulo de
Calibração (CAL) ... ..3.4 -
Módulo de
Aquisição (REGIS) ...3.5 -
Módulo de
Análise(VIEW)
... ..3.6 - Análise off-line ... ..
Capitulo IV - Resultados Experimentais ... ._
4.1 - Introdução ... ..
4.2 - Estudo
de
Efeitosde
Bloqueadoresde
Neuro~receptoresMuscarinicos
e
Nicotinicos Sobre oEEG
do
Pombo
... ... ._4.3 - Estudos Experimentais
do
Sono
UtilizandoRedes
Neurais ... ._Capítulo
V
- Discussõese
Conclusões ... _.viii
RESUMO
Foram
estudadose
avaliados váriosmétodos de
análise computadorizadade
sinaisbioelétricos. Alguns
métodos
foram selecionadose
implementadoscomo
técnicasauxiliares
em
estudos .eletrofisiológicos realizadosno
Laboratóriode
Neurofisiologia ldo
Depto.de
Ciências Fisiológicas ,daUFSC
(LNFI). Aproveitou-sea
estrutura existenteno
'LNFI para registro convencionalde
sinais eletrográficos e,com
o
auxíliode
um
conversor A/D, elaborou-seum
sistema para aquisição,armazenamento
e
análise off-line-
de
até quatro canais independentesde
sinais biológicos-
com
caracteristicas especiais para analisar atividade elétrica cerebral,o
SAASBIO. Duas
linhasde
trabalho estãosendo
desenvolvidasbaseadas nas
análises realizáveis peloSAASBIO:
estudosde
efeitosde
bloqueadoresde
neuro-receptores sobreo
EEG
do
pombo
e estudosde
analisadores automáticosdo sono
utilizandoo
paradigma de
redes neuronais.
Os
resultados obtidosdesses
estudos atéo
momento
'são
apresentados ze 'mostram-se satisfatórios. Finalizando, -comenta-se
dos
fatorespositivos
do
SAASBIO
e pontosa serem
melhoradose
incrementados para aplicações inclusiveem
análisede
outros 'tiposde
sinal.Os
rumos da
análise computadorizadaix
ABSTRACT.
Several computerized' bioelectrical signals analysis
methods were
studiedand
evaluated.Some
were
selectedand
implemented as auxiliary techniques inelectrophysiological investigations held at the Laboratory of Neurophysiology l of the
Dept. of Physiological Sciences of
UFSC
(LNFI). Keeping thesame
convencionalpoligraph recording structure already existent at the LNFI
a
systemwas
developed foracquisition, storage
and
off-line analysis-
of up to four independent,_recordingchannels of biological signals
-
with special features for cerebral electrical activityanalysis, the
SAASBIO.
Two
investigation mainframes arebeingdeveloped based on
the analysis available through the
SAASBIO:
investigation of the effects of neuro- receptors blockers'on
the pigeon'sEEG,
and
studies of automatic sleep-waking analysers using neural networks. Results obtained so far are presentedand have
shown
themselves satisfactory. Positive features of theSAASBlO, and
possibleupgradings are discussed for the analysis of other types of biological signals.
Computerized analysis is discussed as a whole,
and
future workson
the field aresuggested. _
,
Capítulo
l -Introdução
zPreâmbulo
Os
organismos vivossão
sistemas altamente complexosem
sua estruturae
funcionamento.Seu
funcionamentoé
regido por leis bioquímicas, físicase
químicasque
aindanão
sãoplenamente
compreendidas.O
estudo dosmecanismos
intrínsecosdesses
sistemas é objetode
interessenão
sóem
pesquisa básica,mas também
representam
uma
das bases
sobre as quais se assenta a prática clínica. Entretanto,o
acesso
a
estesmecanismos
intrínsecosem
sistemas biológicosnada
tem de
-trivial,em
particular
no que
se refereao
funcionamento cerebral.O
SistemaNervoso
(SN)nos
seres mais desenvolvidosna
escalada
-evoluçãoé o
grande regente dos
demais
sistemas biológicos. Eleé
constituido por células nervosasque são os
elementos principais»nos mecanismos de comunicação e
controle intemosdos
sistemas biológicos._ Muitas das funções das células nervosassão de
natureza química. Estas funções, entretanto,produzem
mudanças
noscampos
elétricosque
podem
ser monitorados por eletrodos. Portanto, as células nervosas, juntamentecom
as musculares, são ass- fontesdos
sinais bioelétricos (Cohen, 1986a). Estes sinaisbioelétricos
ajudam
os neurofisiologistas a estudar as funções celulares,e
ajudam
osclínicos a distinguir entre
o que
seja estado fisiológícoe
patológicodos
sistemasenvolvidos.
Os
primeiros registrosde
atividade elétricano
SN
datam de
1875,quando o
fisiologistabritânico Richard Caton, fazendo experiências
em
gatos,macacos
e
coelhos registroutênues variações
de
correntes elétricas entre dois pontosno
cérebro(Cooper
et al.,1974). Ele pesquisava
a
atividade elétricacom
eletrodos corticais colocadosem
Capítulo l - Introdução 11
sistema
de
espelhosque
magnificava sua deflecção.Desde
então outros trabalhos se seguiram lançandomão
das
mesmas
técnicas para registrode
EEG.
As
primeiras investigações sobre a variação localizadada
atividade elétrica 'corticalem
respostaa
estímulos externos (Potenciais Evocados) _
datam do
final
do
século passado.O
primeiro registro
de
crises epilépticas, caracterizadas por alterações profundasnos
potenciais corticaisde
fundo, foi realizadoem
cães por Cybulskiem
1914.Os
primeiros registros
de
EEG em
humanos
são
de 1929
atribuídosa
Hans
Berger (1929,apud cooper
ei ai., 1974).A
,
Até então os registros
eram
obtidos earmazenados
pelo seguinte processo:uma
fontede
luzera acopladaao
galvanômetro, a deflecçãode
seus raios era magnificada pelo sistemade
espelhose
as deflecçõeseram
fotografadas.Somente na
década
de
30
com
o advento das válvulasé
que
os galvanõmetros foram trocados por amplificadores a válvulacom
acoplamentoAC
e
aí entãoo
sinal era visualizadoem
CRTs
de
osciloscópios e ainda registrado por fotografias.Os
registradorescom
tintade pena
em
papel, os eletroencefalógrafosem
papel, vieram a aparecerna década de 40 e
tomaram
possível terum
registro imediatoe
permanente.Os
amplificadoresdiferenciais entraram
em
cena
também
por esta época, reduzindo consideravelmenteas interferências
causadas
por fontes e›‹temas.As
técnicas analógicasde
registroforam evoluindo
no
sentidode
aumentar
a relação sinal/ruído eaumentar
o
número
de
canais
de
aquisição simultâneos.Na
década de
60
começam
a
ser desenvolvidos osprimeiros sistemas híbridos
de
registroe
análise digital/analógico,que
aparecem nos
laboratórios científicos
e meios acadêmicos na década de
70.Os
sistemas digitais, porquestões tecnológicas
e de
custos, sóvêm
começar
a se popularizarnas
clinicase
hospitaisna década de 80
com
o avanço da
tecnologiano
sentidode
-maior integração (compactação) dos circuitos digitaise
memórias,e aumento de
velocidadede
processamento dos microprocessadores. Por
sua
flexibilidade, capacidade `dearmazenamento de
registros, portabi-lidadee
franco desenvolvimento tecnológico, acapnwoi-inwúduçâo
12
tendência hoje, é
cada
vez mais usar conversores analógico/digitaleo
computador
para realizar os registros
e
análises dos sinais bioelétricos.V ç
›
A
análise-de sinais biológicosde
natureza elétricatem
várias aplicações.De
especial interesse neste trabalhode
dissertaçãohá
uma
aplicação acadêmico-científica realizadano
Laboratóriode
Neurofisiologia ldo
Departamentode
CiênciasFisiológicas
do
Centrode
Ciências. Biológicasde
Universidade Federalde
SantaCatarina.
Justificativa
O
tema
centralde
uma
das
linhasde
investigação desenvolvidas no Laboratóriode
Neurofisiologia lé
o da
evolução dos sistemasde
regulaçãoda
atividade elétricade
fundo (eletroencefalograma, EEG),
e de suas
relaçõescom
o
sono.No
momento,
investiga-sea
participaçãode
sistemas centrais- colinérgicos (que utilizam aacetilcolina
como
neurotransmissor)na
regulaçãodo
EEG
obtidoem
diversosterritórios telencefálicos (homólogos
ao
neocortexde
mamíferos) nas aves,e
o animal experimental escolhidoê
opombo
(Co/umba
livia).Uma
abordagem ampla da
evoluçãodo sono e de fenômenos
a ele relacionados (e.g.,o
EEG
e sua regulação)ao
longoda
filogênese
pode
estabeleceruma
base
mais sólida parao
entendimentodos
aspectos fundamentais, centrais,dos mecanismos
subjacentesà
regulaçãodo
ciclo vigília-sono.A
despeitode numerosas
investigações envolvendoum
grandenúmero
de
espéciesde
vertebrados (ver, para revisões, Bullocke
Basar, 1988; Karmanova, 1982; Tauber,1974; Tobler, 1985),
a abordagem
filogenéticaa
este problematem
rendidomenos
respostasdo que
especulaçõesem
relaçãoà
naturezado sono
e,em
especial,dos
fenômenos
eletroencefalogáficosa
ele relacionados.Uma
das
razões para esta situaçãopode
residirna
limitaçãode
atributosdo
EEG
que
são
analisados nestas investigações. VA grande maioria destes estudos, por forçada
inexistênciade dados na
literatura sobre espéciesnão
comuns
em
laboratório,são
Capitulo l - Introdução 13
exploratórios e
de
natureza descritiva/qualitativa. Tais explorações,além de
muitasvezes assistemáticas, utilizam
apenas
um
ou
alguns critérios para a análisedo
EEG,
principalmente aqueles
que
são mais usuaisem
análisesde
eletrooscilogramasde
mamíferos.Com
este procedimento, corre-seo
riscode
perdade
aspectosdo
fenómeno
que
são especificosda
espécieem
estudo,e que
escondem
os verdadeiros\
V
.
atributos fundamentais da regulação
do
fenômeno. Assim, toma-se importante, nestes estudos exploratórios, oemprego de métodos de
análisee
algoritmos que, alémde
flexíveis,
possam
extrair informações sobreuma
ampla
gama
de
atributosdo
sinal.Objetivos
'Dado
este panorama,o
trabalhoque
ora se apresentatem
por objetivos fazeruma
breve revisão dosmétodos
de
análise computadorizadade
sinais bioelétricos,e
realizar
um
sistemade
registroe
análisede
sinaisque
ofereçaao
Laboratóriode
Neurofisiologia
a
possibilidadede
fazer avaliações quantitativasdas
atividades eletrográficasno
pombo
(e, por extensão,em
qualquer animal submetido a estudodestes sinais).
As
etapas aserem cumpridas
neste trabalho são: 1) Revisãobibliográfica
de métodos e
sistemasde
análise computadorizadade
sinais bioelétricos.2) implementação
no
Laboratóriode
Neurofisiologia lde
um
sistemade
aquisição earmazenamento
em
memória de
massa
de
até quatro sinais simultâneos, aproveitandoa
própria estruturade
registro convencionalem
poligrafode
papel já existente. 3)implementação de
um
softwarede
análisede
sinaisbaseado
em
plataformaIBM
PC
compativel,com
caracteristicasde
fácil visualizaçãode
múltiplos canais simultâneos,processamento
dos sinaise
extraçãode
caracteristicas quantificadasdos
mesmos.
4)Demonstração de
aplicaçõesem
avaliações quantitativasdos
sinais eletrográficosde
pombo
e
rato (animais experimentaisdo
Laboratóriode
Neurofisiologia l).Dadas
as
caracteristicas
do
sistema proposto nesta dissertação asua
aplicação, longede
Capítulo I - Introdução 14
estudos e
mesmo
rotinasde
avaliaçãoem
outras situações, incluindo a análisedo
EEG
humano.
,'
,
Organização
do
Trabalho
O
presente trabalho está divididoem
cinco capitulos incluindo esta introduçãocomo
capitulo I.O
capítulo ll .(Sinais Bioelétricos, registroe
-análise) constituiuma
visão geralsobre origem e tipos
de
sinais bioelétrlcos, importante parao
entendimentode sua
natureza e das justificativa e objetivos deste trabalho;
um
rápido comentário sobreformas
de
aquisiçãodos
sinais bioelétricos,ea
revisão (breve) sobremétodos de
análise visuale
quantitativade
sinais bioelétricos.O
capítulo Ill (Metodologia) tratado
sistema
de
aquisiçãoe
análisede
sinais implementado,o
SAASBIO.
A
estruturados
módulos componentes do
sistema (calibração, aquisiçãoe
análise) e seusmodos
de
operação
são
(apresentadoscom
alguns. exemplos. Neste capitulo apresenta-setambém
osmétodos
“numéricos utilizados no' sistemade
aquisiçãoe
análisedesenvolvidoscomo
partedos
objetivos deste trabalho.O
capitulo IVcomenta duas
aplicações realizadasno
Laboratório de Neurofisiologiaonde
utilizou-seo
SAASBIO
e
os resultados obtidos a partir
do
seu uso;O
quintoe
último capitulo discute os resultados experimentais obtidos, sugere tendências e possiveis trabalhos futuros-Capítulo
Il -Sinais
Bioelétricos,-Registro
e
Análise
2.1 -
Origem
dos
Sinais
Um
sinal éum
meio de condução de
informação.Algumas
vezes aqueleé
geradona
própria fonte originária
da
informação (Cohen, 1986a). Nestes casos,onde
se incluem os sistemas biológicos geradoresde
potenciais bioeiétricos,é
possível aprender muito sobre a estruturae
funcionamentoda
fonte a partirdo
sinal.Em
sistemas biológicos,muito frequentemente se
usam
algumas
informações a pfion` sobreo
sistema geradordo
sinalde
interesse para auxiliar nos procedimentosde
análisee
processamento. Daía
importânciade
se conhecer algo sobre agênese dos
potenciais bioeiétricos.t,_
As
unidades geradorasdos
sinais bioeiétricossão
as -células nervosase
musculares.Entretanto, estas
não
funcionam individualmente,mas
em
grandes agrupamentos.Os
efeitos
acumulados de
todas as células ativadasem
uma
vizinhançaproduzem
um
campo
elétricoque
se propagano volume
condutor «constituido pelos vários tecidosdo
corpo.A
atividadede
um
músculoou
de
alguma
rede neuronal pode, portanto, sermedida
atravésde
eletrodos posicionados, por exemplo,na
superficieda
pele.A
aquisição deste tipo
de
informaçãoé
fácil. Entretanto, estaé
dificilde
analisar.É
o
resultado
de
toda a atividade neuronale
muscularem
localizações desconhecidastransmitidas através
de
um
meio não homogêneo.
A
despeito dessas -dificuldades ossinais bioeiétricos monitorados
na
superficieda
pelesão de
enorme
importânciaclinica
e
fisiológica. Sinaisde
EEG,
EMG,
ECG
e
outrosdo
gênero,são usados
rotineiramente para diagnósticos
de
sistemas muscularese
neuronaisna
clínica.A
seguir procura-se expor os
fenômenos
geradores básicosdos
sinais bioeiétricosque
ocorrem a nível
de
células nervosas e musculares.`
‹>
O
neurônio é a unidadede
processamento básico dos sistemas neurofisiológicos. Está envolvidoem
tarefasde
processamento, transferência e aquisiçãode
informação.› Capítulo
II - Sinais Bioelétricos, Registro e Análise 16
Existem vários tipos
de
neurônios.A
despeito desta variedade todos os neurôniosapresentam
uma
mesma
estrutura básica.A
z “B
Cl
. _ ._ ._¡f ` "'--lt ` i Vcsículas de ' ' ' -- -"" . soma%
Transmissores . l I-II. › ñ .,-P'....- Ni:ii==iiTo . " .-' .-" - _ _ * . *`x
.‹. .¿.- .' ~'_.[ , Mitocnondria ° _¢ ° ._ . 'r--. ' ' - . I z-._- . -_ . .-P.. .I :un __.ü~
s _gw
' ° _ z . _» , -_ -;\ TERMINAL ' . = __ . - ._ 5,;-_ _ ._ * '× Pnasimúvric « «O , £.z-.fz do ` _\"._ '._` 0--I: ,_. = J,¡_,._.,l_'_,_,.. receptor ' "-" '-'- Fenda Sin5Plica i *¡,"“ pôs'-fi"5Pt¡C° ` '. _ __,--11" ..` ' '- \ (zoo-soo _ ' Í . 'ingzfzomzl -' soma no r~iEur=iNio
..;_-\- --_. \ l"Q:/-ll-:Í ` I
D
\" '.`h,-' I ,. I. m _ *-.-'__z'j;¡-_:-. (Á __ . _ . _., _.1-_ .-' _: \\ ä\ÔLJ_š:., X. 'I I I fix.-f., 1 » ~.," .Tm -.-z/
\ _ ` _ .. . ¡ ' '|-.-'\-:'. ;: . . 'Ju' " J' I' f""'Í.L_-.- ..._,..'; '~r ,¿ _. \ :_ :__`_. . '_.', I' f . ` .-t \ - _ '_' Q' *f. "\` \' . -Í '-°. F' \ . .._,I ~\` _É
f A â- , ' ‹› , ‹› H Q ¡-,aí ° Uh I v. .z n . n vn Q 1 vn. 11.01-^ n . .-_; ` `.' '\'_ WII; .*. -- ' ,- .- _ __¡- ._`___.- ._'. \\- ¡. ~ ~ ~Fig. 2.1 - Neurônio tipico (A) e anatomia fisiológica da sinapse (B). Modificado de Guyton, 1992.
A
figura 2.1 .A mostraum
neurônio típico.As
estruturas básicas são os dendritos, corpocelular
ou
soma
e
axônio (que servecomo
saídade dados da
unidade celular).O
interior
da
célulacontém
corpúsculose
moléculasde
proteínaem
suspensão ,numa
solução eletrolitica
composta
basicamentede
íonsde
sódio [Na+], potássio [K+]e
cloro [Cl-1.Em
situações normais a célula 'encontra-se -imersaem
solução eletroliticacomposta
basicamente dosmesmos
íons supracitados.Uma
membrana
de
gordurae
proteina especializada envolve a célula. Estamembrana
tem
permeabilidades distintaspara
cada
íon, -quejuntamentecom
um
mecanismo
ativomantém
uma
diferençade
concentração iônica atravésda membrana.
Esta diferençade
concentração resultano
aparecimento
de
uma
diferençade
potencial elétrico estável entreo
interiore
o
exterior
da
célulachamado
de
potencialde
repouso. Existe aindana
membrana
celularestruturas que,
quando
estimuladas elétrica,mecânica ou
quimicamente, alteramCapítulo ll - Sinais Bioelétricos, Registro e Análise 17
causam mudanças
nos potencias. elétricos transmembrana.Quando
o
estímuloé
suficientemente grande
pode
chegar a inverter o gradiente 'de potencial elétricodesencadeando
uma
reaçãoque
vai se propagar atravésda membrana, o
potencialde
ação
(Guyton, 1992; Mountcastle, '1982).Um
neurõnio recebe informaçõesde
outros neurônios atravésde
junçõeschamadas
sinapses (figura 2.1.B).
A
sinapse se constituiem um
sitio pré-sináptico(uma
terminação
do
axônio),um
sítio pós-sináptico(uma
terminaçãode
um
dendritoou o
próprio
soma
de
outro neurônio) euma
fenda sináptica (região entre os sítios prée
pós-sinápticos).
Quando
um
potêncialde ação
se propaga atéum
sítio pré-sinápticoocorrem mais
mudanças
nas caracteristicasda membrana.
Estasmudanças aumentam
a capacidade
de
difusãode
certas substâncias químicas (neurotransmissores)do
sítiopré-sináptico à fenda.
Os
neurotransmissoresque
atravessam a fendasão
capturados por receptoresno
sítio pós-sinápticoe
causam
outra alteraçãode
potencialde
membrana.
A
alteraçãopode
serno
sentidode
diminuiro
gradientede
potencialelétrico
ou de
aumenta-lodependendo dos
transmissorese
receptores envolvidos.Os
potenciais resultantes
são
conhecidos respectivamentecomo
excitatório (EPSP,potencial pós-sináptico excitatório)
e
inibitório (IPSP, potencial pós-sinápticoinibitório)(Guyton, 1992; -Mountcastle, 1982).
Os
músculos esqueléticostambém
constituem-se 'de célulascom
membranas
excitáveis.
A
membrana
é
similarà
membrana
dos
neurônios. Entretanto sua funçãonão
é transferirou
processar informação,mas
geraruma
traçãoou
tensão.Os
músculos são
constituídosde
muitas fibras. Estas fibrascontêm
dois tiposde
proteinas, actina
e
miosina. Estas por sua vez estão arranjadasem
camadas
paralelas entrelaçadasque
podem
deslizarumas
sobre as outras fazendo variaro
comprimentodo
músculo. Estes deslizamentospodem
'ser provocados por reações químicas.A
Capítulo ll - Sinais Bioelétricos, Registro e Análise 18
membrana
celular.Um
potencial deação
se propagaao
longoda
membrana
celulardisparando a reação química
que
por sua vez causa a contraçãoda fibra.Quando
um
músculo
se contrai os potenciaisde ação geram
campos
elétricosque
podem
sermedidos
por eletrodos de superfície colocados sobrea
pele. Estescampos
resultam
da
contribuiçãode
muitas fibras musculares ativadasem
tempose
taxasdiferentes.
O
sinalde
EMG
medido
desta forma será, portanto,um
sinal aleatóriocom
propriedades estatísticas
que
dependem
da
função muscular.2.2 -
Tipos
e
Características
dos
Sinais Bioelétricos
Esta
seção
trata das característicasde
alguns tiposde
sinais.É
dada
ênfase especialaos sinais relacionados
ao
estudode
sono,EEG,
EMG, EOG.
.2.2.1 - Eletroencefalograma
Eletroencefalograma é
o
nome
que
sedá
aos registrosde
atividade elétrica coletivados neurônios
do
córtex cérebral.O
EEG
é largamente utilizadoem
pesquisa ena
prática clínica.
As
teorias mais consagradas sobrea
geraçãodo
EEG
dão
contaque
ospotenciais corticais são devidos aos potenciais pós-sinápticos excitatórios
e
inibitóriosdas células
do
córtex apresentadosna seção
anterior (Cooper et al., 1974). Existe,portanto,
uma
correlação entre as atividades individuaisdos
neurônios (oscilaçõesdos
potenciais transmembrana)
e o EEG. Foram
desenvolvidosmétodos
para investigaro
funcionamento
de
várias partesdo
cérebro atravésdessetipo de
atividade elétricaoscilatória.
`
São
usados
três tiposde
registrode EEG.
São
realizados registrosde
profundidadecom
a introduçãode
eletrodos dentrodo
tecido cerebral. Eletrodospodem
serCapítulo ll - Sinais Bioelétricos, Registro e Análise 19
eletrocorticograma (ECoG). E-
o método mais
utilizadoé
ode
registronão
invasivocom
eletrodos posicionados na superfície
do
oourocabeludo.As
características geraisdos
registrosde
superfíciedo
EEG
dependem
da
localizaçãodos
eletrodos.Em
exames
clínicosusam-se
múltiplos canaisde
registrode
EEG.
Existem
algumas normas de
posicionamentodesses
eletrodos, sendo mais popular a10-20descrita
em
Cooper
et al., 1974.O
número de
canais utilizadosdepende do
estudo
a
ser realizadoƒ2 ou
3 canaisde
EEG,
em
geral, são suficientes paracaracterizar os diversos estágios
do
sono. Estudos mais minuciosos (para localizarfocos epilépticos por exemplo) se utilizam
de
até32
canais.8 ou
16 sãonúmeros
mais usuaisem
exames
clínicosde
rotina.'
-
A
faixade
frequênciado
EEG
de
superfícieem
humanos
vaide 0 a 100
Hz,com
a
maior parte
da
energiado
sinal distribuída entre 0,5e
60
Hz.As
amplitudesdo
EEG
medidas no
couro cabeludo variam de-2 a200
pv.A
densidade espectralde
potênciado
EEG
varia bastantecom
estados físicose de
comportamento..A
análisede
frequênciado
EEG
tem
sido bastanteusada
em
diagnósticosde
epilepsia, disfunções psiquiátricas e distúrbiosdo sono
(Cohen, 1986b). -Existemalgumas
atividades rítmicas"espontâneas" importantes
na
caracterizaçãodo
EEG
que
se encontramem
faixasde
frequências específicas, Atividade deltaocupa
faixasdo
espectrode
0,5 a4
Hz. Atividade teta ocorre na faixade 4
a8
Hz. Atividade alfa ocorre entre8
e 13 Hz.E
entre13 e 22
Hz
tem-se atividade -beta. Estas atividades espontâneas estão relacionadascom
idade, estados comportamentais, ~e outros fatores. Eventos fásicoscom
formasde ondas
mais complexas (e.g. fusosdo
sono, complexos ponta-ondaepilépticos, complexos-K),
mas bem
definidos ocorrem,também,
em
conjunçãocom
estes fatores.
A
presençaou não
desses ritmosou
eventos fásicospode
indicarestados fisiológicos
ou
patológicosdo
indivíduo (Cohen, 1986b).Em
pesquisas. Capitulo ll
- Sinaisgg_BioeletricoSg, *Registro e Análise
Í
(20
seja, quais são as regiões corticais,' os tipos
de
neurônios e neurotransmissoresenvolvidosna geração destes sinais; .
- A . V ' ' 2.2.2 -
Eletromiograma
«EMG
é o registro dos potenciais' elétricos gerados pelos músculos. _A atividademuscular.
pode
ser monitorada através-de eletrodos posicionados sobre a pele._Ossinais monitorados resultam
em
informação relacionada à atividade elétrica totalassociada .à contração muscular.
Há
três.métodos
de
registrode
atividade elétricamuscular. _' ,
' -
SF
EMG'
(Sing/ei Fiber Electromyography) são atividades registradas,de
uma
única fibramuscular. Tipicamente os potenciais
de ação das
fibras 'muscularestêm
duraçãode
1m_seg,,e amplitudes de alguns mV,i
sendo
que
.a faixade
-frequênciausada
para processaro
SFEMG
vaide 500
Hz
a 10kHz
(Cohen, 1986b). 0_
O'
complexo
constituido pelos neur`ônios',_fibras nervosas (gruposde
axõnios), junçõesneuromusculares ("sinapses"«neurônio~músculo),
e
fibras musculares,é chamado
de
unidade motora.
Os
potenciaisde ação
'medidos nestescomplexos
com
eletrodos especiais sãochamados de
potenciaisde ação de
unidade motora (Motor Unit Actioneqieniciâ/,
MUAP), As
durações aos ev_erimsde
um
MuAPesfâ‹:›na
fai×ade 2
a 10ifi`sÍeg,~
com
-'iamplitudiesde 100
(pv a2
mV.iAs bandas
-de frequência] paraprocessamento' vão de
5
Hz
a 10kl~_lz.,Os
MUAP
sãoiimportantesna
clinica paradeteta_r.i.miopa_tias, lesões neu`rogênicas,.e outros distúrbios neuromusculares (Cohen,
ieassy
~›
i'oii
H *
H ii'
› site
i Informações
menos
refinadas sobre atividadede
um
músculo
podem
ser-obtidas porr__eg.is_tros~'de
'EMG
de superficie,As
amplitudesdo
EMG
nestecaso
dependem
do
músculo
sob investigação,sendo
faixa tipica,50
pv
a
5mV.
A
banda de
frequênciade
Capitulo ll - Sinais Bioeletricos, Registro e Análise 21,
lisos (Cohen, _1986b).
O
tõnus muscular é informação importante nas investigaçõesneurológicas e
pode
ser avaliado pela simples integração do sinal no tempo.Duchène
e Goubel (1993)
apresentam
uma
revisão interessante sobre aplicações e ferramentas1
para tratamento
desses
sinais.2.2.3 -
Eletro-Oculograma
iExiste
uma
diferençade
potencial entre córnea e retina que formaum
dipolo elétricoentre os dois extremos
do
eixo córnea-fundo-de-olhono
globo ocular. Variações nas posições relativas deste dipolocom
relação a pares de eletrodosde
superfície posicionados aesquerda
e a direita, e acima e abaixo dos olhoscausam
variações nospotenciais
medidos
por esses eletrodos.O
registro destas variações è oque
sechama
EOG. Os
níveisde
amplitude são de 10 ¡zV a 5mV,
e as faixasde
frequênciade
interesse,
DC
a100
Hz. Estes sinais são importantesempesquisas
do sono
eem
averiguações clínicas
(Boukadoum
e Ktonas, 1986; Cohen, 1986b).2.2.4 - Eletrocardiograma
ECG
(ouEKG)
é o registro da atividade elétricado
coração.A
atividademecânica da
função cardíaca está intimamente relacionada à atividade elétrica. Portanto, o
ECG
éuma
importante ferramentade acesso
à atividade cardíaca (Cohen, 1986b).O
ciclo elétricodo
coraçãocomeça
no nó sino-atrial (SA) no átrio direito.O
nó
SA
é omarca-passo natural
do
coração.Os
impulsosdo
nóSA
causam
a contração dos átriosgerando as
ondas
P
do
ECG.
Os
impulsos sepropagam
entre as fibrasdos
átrios até onó átrio-ventricular (AV)
que
controla a transmissão de impulsos entre átrio eventrículo.
O
tempo de condução
átrio-vetricular é daordemde
120 a220
mseg.Um
sistema especial
de condução
constituído pelos feixes de His e de Purkinje transfere os impulsos para regiões mais baixas e- exteriores dos ventriculos.A
contração dosCapitulo ll - Sinais Bioelétricosbfiegistro e Analise C 22,
no
ECG.
Cerca de 150mseg
depois os ventriculos se 'repolarizamcausando o
aparecimento
daonda
T.A
repolarização dos átrios raramente e percebidano
ECG.,mas
eventualmentepode
ser percebida entre asondas
Pe
Q
eé chamada' de onda
TA. Ocasionalmente 'registra-se ainda aonda
U, que-, acredita-se, .seja -oriundada
repolarização dos músculos papilares dos ventrículos (Cohen, 1986b)_ - `
_
O ECG
-'consistedo
complexo
PQRST.com'
amplitudesde
vários milivolts.É
usualmenteprocessado
nabanda de
0,05 .a' 100.Hzonde
esta concentradaa
maiorparteçde sua energia (Cohen, 1986b). V » ' _ - ` , . '
O
rítmo~l'eardiaod~é¬L usualmentemedido
coimo.1ëzo-,intei'valo entreduas
ondas
R
consecutivas. Durante o
sono
diminui (bradicardia). .Acelera (taquicardia) durante exercícios fí~s'icos,' stress emocional, ou febres (Cohen, 198Gb). Perturbações do.rítmo,as arritmias,
podem
ocorrerem
diversas situações anormais.vezeszuma
porçãodo
miocárdio."disp'ar¡a" independentemente
causando
um
batimento forada
sequëncia':1SAnormal,
Quando
-es‹tes.__disparos independentes se,mantêm ou
seavolumam
de
for-ma'desordenada
o coraçãopode
entrarem um
estadode
fibrilação atrialou ventricular. ' .2.3-Formas
de
Aquisição
.dosíSinais
. , '_ .
_
_
Os
.registroszde Ísinaisnbioelétricossão
realizados, de-modo.
geral,no
domínio, _ _ . _ _ ._ ti .z
'amplitude
xtempo.
Por
outro lado,na
grande maioriadas
aplicaçõesa
variávelespacial é importante' (posicionamentodos eletrodos) e o registro de múltiplos canais 'propiciamelhores~insights›sobre osistemaafonte*
da
atividade bioeletri-ca. Ademais,determinadas .aplicações avaliam simultaneamente, uma.~zva_riedade
de
tiposde
sinais bioelétricosrelacionados entre si,como
porexemplo
polissonografia noturnae
outrasaplicações em- estudos
do sono
(verCarskadon
e Dement, _1988; Delamonica, 1984;Gottesmann, 1992; Jones, 1988; Li e
Machado,
1992; Reimão, 1990;Reimão_e
Diament; 1985)..Os
equipamentos-que
registram .simultaneamente vários .sinaisna
forma gráficaconvencionalsão chamadospolígra,-fos.
ä Q
'
` `
Capitulo tl: Sin@iS_Bioelétrl¢0â, ,Registro e Análotsew
z23
O
registrode
sinais, biológicos na forma gráfica evoluiudo
século.passado
aos nossos.
\ .
-
dias
passando
por meios dearmazenamento
como
tintaou
grafiteem
rolode
papel,emulsão
fotografica e papel térmico (ver, Ardigo, 1994). Poligrafos de tintaem
papel ficaram popularesem
regi-strosprolongados(como
os realizados neste' trabalho) porseu custo reduzido. Contudo, quantidades
enormes de
papel sãoconsumidas
em
cada
registro' e vão ocupar
espaço
nas prateleirasdas
clínicas e laboratórios.Métodos
alternativos
usam
gravadores especiaisde
fitas magnéticasque
podem
reproduziro
sinal gravado inclusive'
em
papel (Berftram,1991; Rodrigues, 1990).Os
meiosde
registroe
armazenamento
digitalde
sinais estão se tornando mais e mais popularescom
a evolução, barateamento, e versatilidadedos
instrumentose técnicas digitais.Os
- ' » _ - . _ .ii .l - V ‹ .› UA i\.:;.~<.1 . , - . ç.
sinais (normalmente analógicos)
são
convertidosde ranalógicospara
digitaise
armazenados
em
'memóriasde
massa: chipsou
cartões eletrônicosde memória
(Bertonha, 1993), discos rígidos decomputador
(Coimbra, 1993;Coimbra
'et al, 1993,'
.«
1994), fitas magnéticas (Bertram e Lothman, 1991; Fernandes, 1991),' discos. óticos regravãveis(PfurtschellereLitscher, 1991). .
“ _
_'
‹» «_
A
conversão análogico-digitaldo
sinal envolve' seu: condicionamento, i.e. filtrageme
amplificaçãoz analógica.
A
seguir, o processode
conversão envolveamostragem,
quantificação e” codificação.
A
amostragem normalmente
é uniforme e a frequência éescolhida de acordo
com
o Critério_de Nyquist. (Cohen, 1986a). Dentre os váriosmétodos de
quantificação a mais simples (e utilizada neste trabalho)é
a linear. Este tipode
“quantização atribui omesmo
peso acada
faixa deamplitude,dado
por:`
2V
1v v
A=--Fi
~ 2.12,, ‹ ›
Por exemplo, tipicamente usa-se uma velocidade de rolamento do papel de 30 mm/seg
em
registrospolissonográficos de até 8 horas, o que resulta, no final do registro,
em
864m
de papel d-e registro. _'
Capítulo ll f Sinais Bioelétricos, Registro e`Análise
24
onde
A
é a resoluçãodo
conversor, V,.ç. a tensãode
fundode
escala,B
éoƒnúmero de
bits
de
conversão. Considerandoque
o processode
quantização linear envolveum
ruido branco estacionãrio
não
relacionadoao
sinalde
entrada a relação sinal/ruídodevida a quantização é
SNR(dB)
= 613 (Ardigo, 1994). Realizada. a digitalização o sinalestá pronto para ser
armazenado
em
memória de
massa
e posteriormente analisado. _2.4-
Análise
de
Sinais Bioelétricos
2.4.1 - Visão Geral
Muito emb.or_a...e×istam, para
algumas
apl.ioações,` técnicas de ...registro/aná_,lisesimultâneos, ainda
são
mais usuais (principalmenteem
pesquisas científicas)os
procedimentos
de
registropara
posterior análise off-line.Uma
vezque
se tenha ofregistro
em
algum meio físicopermanente
(papel, fita magnética, disco rígidode
computador, disco.s...óticos regraváveis) pode-se .proceder
uma
descrição e análisew _mais
apuradas dos sinais.A
maneira mais simples'de
fazê-Io é atravésde
inspeçãovisual dos sinais originais. Entretanto, pode-se extrair várias .outras informações
desses sinais lançando
mão
de
outrosmétodos de
análise e derivação dosmesmos:
Estes ,métodos
podem
serenquadrados
em
duasclasses. `'
\..
A
primeira classe inclui técnicas demedida
e análise e desenvolvimentodo
sinal por instrumentação analógica ou pormétodos
computacionais.Pode
ser subdivididaem
técnicas para analisar_o sinal quantitativamentede
forma a descreve-lonumericamente
e
não
verbalmente-
oque
constituium
requisito essencial para melhorar a exatidão das- descrições; 'estas técnicas transformam .o- sinalde
tai formaque
'atributosespecíficos são enfatizados
em
detrimento de outros- um
exemplo
são astécnicasde
filtragemde
bandasde
frequência.O
outro subitem diz respeito a técnicasde
apresentação do sinal
em
outros meiosquenão
-o papel. Estas técnicaspodem
serusadas
em
conjunto e projetadas para medir caracteristicasque
nãoípodem
ser~
Çapituloll-$inaisçBioelétricos,çRegistroçeAnálise
2§
"resolvidas" pela inspeção visual.
Como,
por exemplo,pequenas
diferençasde
tempo
entre eventos similares. ' '» › . ' . `
A
segunda
classe preocupa~seem
controlar as condições sob as quais os sinais -sãoregistrados.
Em
particular inclui estudosde
respostas normaise
anormaisa
estímulosdiscretos, a níveis
de
atenção e a estados psicofisiológicos mais complexos,no EEG;
resposta a estímulos' elétricos no
EMG,
eECG
em
avaliações ergométricas.Tanto para propósitos clínicos
como
científicosénecessário
classificar os sinais e,portanto, descrevë-los
em
palavras ou números.Quanto
mais quantitativa a descriçãotanto mais objetiva ela
pode
ser,e
portanto,. mais confiável tende a ser a classificação.~ . ¡....`.\.z ---.v. .. s ....:__. _.›¡7,., _,__,M_, ___?
,_› A A ,_ _”
' I
._
Esta
seção
tratade
vários tiposde
análise. Çomefliš. 8. êflállse V¡$Ua|› ÔQSCYGVG. a.¡9Ufl$métodos de
análises quantitativase
avalia ouso
do
computador
nestas análises.É
dada
ênfase à análisede EEG,
especialmente os fatores relacionadosao
sono- e. V 1 ›-Q efeitos
de
drogas; ` - ' ` 2.4.2- Análise Visual r e-Emilinhasgerais, a" análise
dos
sinais "por inspeção' visualdos
registrosdependebasicamente
do
reconhecimentode
padrõescomuns
e sua associaçãocom
condições normaisou
patológicas na rotina clinica;em
trabalhosde
pesquisa trata-sede
associar os padrões a eventos comportamentais elou às influênciasdo meio
externo.O
usouniversal desses
métodos
sedeve
àrelativa facilidade técnica da' realizaçãodos
registros. _em papel
e
o baixo custoda
interpretaçãode grandesquantidades de
registros por inspeção visual. .
i f i ' . . Y V* J ' `
Além
disso, olho e o cérebro são ótimas ferramentasde
reconhecimentode
padrões. Por outro lado, computadores e outros instrumentos -analógicos ou digitais afinsoferecem
desempenhos
ainda bastante inferiores nestas tarefasde
reconhecimento.Cagit1ulo-ll -.iSinais Bíøelétricos, Registro e Análise ,__2_ç_E§
que
apresentemalgum
ritmo, periodicidadeou
formasde ondas
particulares. Estes ritmos são normalmente classificados por seus periodos e amplitudes característicosV z
(na realidadevsão faixas zde periodos e amplitudes).
E
de
interesse,também,
a duração, padrões de repetição e localiz_ação topográficados mesmos. Ocorrem
ainda formas deondas
especificasque não apresentam
periodicidade,como
fusos,complexos-ponta-onda e outros eventos fásicos importantes
na
caracterizaçãode
algumas
moléstiasou
estados comportamentais (e.g., complexos ponta-onda,complexos-K).
A
associação destes eventos tanto' fásicos quanto ritmicoscom
fatores externos ou comportamentais' é de especial-~ interesse para a descrição/avaliaçãodos
registros.
-.
Cooper, Osselton e~.Shaw›em seu
"EEG
Technology" (Cooper et al., 1974) afirmamque
a interpretação dos registros
de
EEG
requer conhecimentode
quatro fontesde
informações relacionadas. Primeiramente é necessário aprenderareconhecer
eclassificar
formasdeionda
do
EEG
que tenham alguma
"identidade individual"e
padrões temporais
que
resultamde
sua apresentaçãoem
sequência.Em
segundo
lugar é importante teruma
base
teórica para a análisedos
sinaisuma
-vezque
istoajuda
no
entendimento dosmétodos de
análises visuais eautomáticos..O
terceiro quesito refere-se às características espaciaise
topográficasdo
-EEG.A
maneiracomo
os ,sinais__e_stã.o distribuidos sobre a superficie
do
crânio resultaem
importanteinformação sobre sua origem.
Lembrando sempre que
a ocorrênciados
padrõesde
EEG
no tempo
e noespaço não
podem
ser separadas, e portanto, deve-se aprender aclassificar padrões espaço-temporais.
A
quarta fontede
informação é derivadade
observações empíricas
da
associação entreEEG'
e condições clínicas.`
Esta
abordagem pode
ser aplicada a qualquer tipode
sinal bioelétrico.' ' - . ' ‹ ¬ z _ -
Infelizmente, estes
métodos
tradicionaistêm algumas
desvantagens (Cooper et al,1974). Patologias distintas
podem
resultarem
anormalidades aparentemente similaresCapitulo- ll ç- Sinais B_ioelétric,os,¿lÊ2egistro e Analise
27
1988; Monroe, 1969, apud.
Cooper
et al., 1974).Pode
ocorrerque
o sinal originalnào
contenha maioresiinformações
que
possam
incrementar sua exatidão' et valordo
diagnóstico,
mas
existem outrosmétodos
alternativos para analisar e derivardados
dosinal original.
As
próximas sessões deste capítulo tratamde
alguns destes métodos. _2.4.3 -
Processamento
Digital e Análises QuantitativasAs
análises visuaisde
sinais bioelétricos baseiam-seem
'critérios muitasvezes
subjetivos.
As
variações dos sinaise seus padrõesde
atividadesão geralmentedescritos
de
forma verbal e as publicações especializadasnormalmente
vêm
acompanhadas
de trechos degráficode
sinal para exemplificaçâo (ver.Carskadon
eDement, 1988; Delamonica, 1984; Gottesmann, 1992; Jones, 1988; Langen, 1983; Reimão, 1990;
Reimão
e Diament, 1985;. Sepúlveda, [s.d.]).A
própria descrição verbalde
atividades elétricas e formasde ondas
carecede
padrõese
formas maisbem
definidos (Kumar, 1977).
Um
trabalhode
Leewen
et al (1966) tenta estabelecerum
vocabulário próprio para identificar padrõesde
atividade.A
parametrizaçãodos
sinais,ou seja, a tradução em-
números de
alguns aspectosdos
sinais-,não
só constituiuma
formade
modo
geral mais objetiva .de descrever osinalcomo
também
proporcionamais
e
por vezesmelhoresdimensões
para análise.Deve-se
terem
mente,tambem,
que
os sinais biológicos são processos estocasticos, e que, portanto, existe PIO- C) CJ.GJ
gama
de
parâmetros estatísticos mensuráveisque descrevem
seus possíveismodelos
de
geração, composição, dependência estatisticacom
relação a outras variáveis. -A' evolução dos parâmetros dos sinais
notempo
em
algumas
aplicações constitui-seem
forma conveniente para resumir osdados do
registro, facilitando .análisesde
dinamica
de
sinal e propiciandodados
básicos para análises automáticas. "Clark e .Radulovacki (1988) utilizaram Va ”integral definida
do quadrado'
de- -sinaispolissonográficos
em
intervalos detempo
consecutivos para caracterizar e detetarCap~itulo__ll - (Sinais Bioelétricos, Registro e Análise
28
indicar variações de tônus muscular e caracterizar estágios
do sono
(Tobler e Borbaly,1988). Potências
de bandas
de frequênciasno
EEG
também
são
parâmetros importantes para análises clínicas e estudos científicos (ver Anderer et al, 1993;Bodenstein e Praetorius, 1977; Coimbra, .et al, 1993,
Coimbra
et al, 1994;Cooper
et al,1974; Gaillard e Tissot, 1973;
Nakamura
etal, 1992; Pfurtschellere
Litscher, 1991; Praetoriuset al, 1977; Ribeiro et al, 1994; Schaltenbrand et al, 1993; Tobler e Borbély,1988) e
no
acompanhamento
de
efeitosde
drogas sobre o sistema nervoso central(Bührer et al, 1990a,b; Stanski, 1992). Parâmetros 'relacionados a
medidas de
periodose amplitudes'de`*'ondastambém são utilizados
como
alternativos na representação;-eanál:ise›.dosidado's‹=de EEG;,*EM'Ge
EOG
(ver .Bioukadoum-,e Ktonas, 1986;Büher
e_t:~al;,«1z9.9tila,¬b;*Campbellfe Feinberg, 1993; Gregory e; Pettus,-~;1986; li'/lamelak et al, 1988;;
1991;
Cooper
et al, 11974; Principe et al, 1989; Geering et al., 1993;Kemp,
1993;Principe e Smith; 1986; Smith et al, 1975;,_;Stanski, 1992). Outros parâmetros
de
natureza estocást-ica
também
têm
sido. utilizadoscomo
descritoresdos
sinaisbioelétricos
em
aplicaçõesde
análises automáticas (verBentrupe
Ray;
1993;Friedman'-e Jones, 1984;
Gevins
et al, 1975; Hjorth, 1970,~1973; -lnoue et al,1982;
Jansen
eia|,;19a1;i<e;mp eiai.,~19s7;;Roberis eTarasseni<o;1ssä2)_;. ~ _~
P
9
Alguns - parâmetros'
são
usados
como
"marcadores biolÓgico;s".de
distúrbiospatológicos. Potências *decrescentes
na banda de
frequenciade
12-35_Hz
no
EEG
(correspondente a atividade beta) e crescentesna banda de
2-8Hz
(correspondente as atividades delta e teta)podem
auxiliarno
diagnósticodo
Malde
Alzheimer (Prinz etal, 1992). 'A diminuição
do tempo
delatênciado
sono
REM
edas
duraçõesdas
fases '3e«4
do
sono (estabelecidosna
análise polissonográfica) são típicosem
pacientescom
quadros de.Depressão
Endógena
(Lapierre e Montplaisir,'1992; Timsit-Berthier, 1990).Nakamura
et al (1992) 'apresentamum
trabalho sobre o uso de periodogramase
_Cagitg_l_o ll - Sinaisfiioelétricos,__Reqistro e-Análise
29
Uma
das grandes questões científicas na análisede
sinais bioeletrlcos é, portanto,saber quais são os parâmetros
que
se alteramem
'situações específicas.É
importante sabercomo
e quais são as variáveis (parâmetros) dos sinaisque
se relacionamcom
eventos comportamentais, reflexos, atuação
de
agentes físicos e químicos externos.O
conhecimento dessas relações propicia' insights sobre a dinâmica dos
mecanismos
'geradores dos sinais. -
As
análises quantitativasde
sinais e seuprocessamento
podemser
realizadas pormétodos
anaiogicos ou digitais.A
maioria dos sinaisde
interesseem
biomedicina são.‹><2.ntirt.u..Q..S. §1‹..>tsmi>0...mas a. tecnol.@9ia_d.i9í1.ê.l
mfldema.
Visageem
termosde
.hardittazzâucomo de
softwares-torna o ,processamento digital maisvantajosoque o
analógico. Ass» ¬vantagens .são .tais
que
muitas vezes é mais interessante converter sinais contínuosno
tempo
em
sinais discretos.A
seguir descrevem-se sucintamente algunsmétodos
digitais
de
parametrização e processamento dos. sinais bioelétricos utilizadosem
trabalhos descritos
na
literatura; »'
V
-
2.4.4- Anâiiâe
de
i=réqu.ênz¡a`
Sinais biomedicos. resultam de processos
que ocorrem
no dominiodo
tempo.Entretanto, é por vezes mais conveniente e eficaz analisar estes sinais
no
dominioda
frequência.. lsto ocorre tanto no caso
de
sinais deterministicos quanto estocásticos,(Cohen, 198621)
onde
seja importante, por exemplo, analisar 'padrões rítmicosde
atividade. Análise
de
frequência noEEG
tem
sido muitousada
tanto para propósitosclínicos
como
acadêmico-cientifico-s.Podeser
útilna
classificação automáticade
fasesdo