• Nenhum resultado encontrado

Dois estágios, um propósito - a cooperação internacional

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Dois estágios, um propósito - a cooperação internacional"

Copied!
103
0
0

Texto

(1)

“Dois estágios, um propósito – A Cooperação Internacional”

Reitoria da Universidade do Porto

Serviço de Relações Internacionais

Sede da Organização das Nações Unidas

Departamento de Assuntos Políticos

Rui Oliveira

Setembro de 2010

Mestrado em História, Relações Internacionais e Cooperação Faculdade de Letras da Universidade do Porto

(2)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO REALIZADO POR: Rui Miguel Ribeiro de Oliveira Mestrado em História, Relações Internacionais e Cooperação Faculdade de Letras da Universidade do Porto

INSTITUIÇÕES DE ESTÁGIO: Parte I – Reitoria da Universidade do Porto Serviço de Relações Internacionais

Parte II – Sede da Organização das Nações Unidas Departamento de Assuntos Políticos

ORIENTADOR INTERNO: Prof. Doutor Jorge Ribeiro

ORIENTADOR EXTERNO: Dra. Cristina Ferreira

(3)

Agradecimentos

Gostaria de expressar a minha profunda gratidão a todos os que contribuíram, directa ou indirectamente, para que me fosse possível completar com sucesso esta etapa da minha vida.

Agradeço a todos os professores, colegas e amigos que me acompanharam ao longo deste percurso. Não esquecerei o vosso companheirismo, amizade, espírito de entreajuda e alegria com que sempre me brindaram ao longo de todo o mestrado.

De forma especial, agradeço ao Prof. Doutor Jorge Martins Ribeiro que se mostrou sempre disposto em ajudar em todas as situações decorrentes não só do estágio, mas ao longo de todo o mestrado. Estou grato pelas palavras de incentivo e apoio, pela sua competência e dedicação enquanto meu professor, e orientador de estágio.

À Dra. Cristina Ferreira pela disponibilidade em me acolher para a realização do estágio no Serviço de Relações Internacionais da Universidade do Porto. A sua experiencia, orientação e dinâmica profissional, foram para mim sinónimos de motivação acrescida. Agradeço todos os seus ensinamentos, bem como a confiança depositada no meu trabalho. Estou certo que me tornei uma pessoa mais capaz e mais responsável. Agradeço ainda a Dra. Elisabeth Ribeiro, e a todos os companheiros do Serviço de Relações Internacionais e do Serviço de Cooperação com os Países Lusófonos e Latino Americanos, pelo espírito de companheirismo, amizade e entreajuda.

À Dra. Valeria de Campos Mello, pela oportunidade concedida de estagiar ao mais alto nível na Sede da Organização das Nações Unidas e pela simpatia e receptividade. Agradeço a forma como facilmente me integrou na Divisão África I, e a confiança que me transmitiu no desempenho das minhas funções.

Em particular, agradeço ao meu pai e a minha mãe todo o apoio incondicional ao longo deste percurso, sem eles nada teria sido possível. Acima de tudo, obrigado pelo esforço

(4)

dispendido para que em momento algum me faltasse nada, e para que fosse sempre possível concretizar os meus sonhos. A minha irmã por me ter apoiado em todas as decisões e por ter sempre acreditado em mim. Estarão para sempre no meu coração.

À minha namorada, ao meu amigo de sempre, Adriano, e aos meus amigos mais próximos, agradeço todo o amor, carinho e alento que me deram sempre, em todos os momentos.

Manifesto ainda a minha gratidão a Universidade do Porto e a Fundação Calouste Gulbenkian pelo reconhecimento, e pelo apoio concedido no âmbito da realização do estágio na Organização das Nações Unidas.

Obrigado a todos!

(5)

Índice

Palavras-Chave e Acrónimos ...7

Introdução ...8

Parte I - Estágio na Reitoria do Porto ...10

1. Objectivos do Estágio ...11

2. A Universidade do Porto ...13

2.1. Reitoria da Universidade do Porto ...14

2.2. Cooperação Internacional ...14

2.3. Localização e Instalações de trabalho ...16

2.4. Cronograma das actividades de estágio ...16

3. O Programa Erasmus Mundus ...17

3.1. Projecto Erasmus Mundus EBW – Euro Brazilian Windows (Lot 16) ...19

4. Apoio na Implementação do projecto EBW ...20

4.1. Orientação sobre os Critérios de Elegibilidade ...21

4.2. Esclarecimentos sobre Bolsa e duração ...23

4.3. Promoção e apresentação do projecto na Universidade do Porto ...24

4.4. Informação sobre Áreas de Estudo ...24

4.5. Finalização do processo de candidatura ...25

5. IX Encontro de Reitores do Grupo Tordesilhas, Porto ...25

6. Kick off Meeting do Projecto EBW, Porto ...26

7. Processamento der dados dos alunos mobilidade “OUT” 2007/2008 ...27

8. Redefinição de conteúdos na nova página internet da UP – barra de “Cooperação Internacional” ...27

9. Tradução de documentos e envio de documentação ...28

10. Preparação de cabimentos e ofícios ...29

11. Organização da Festa de Natal para estudantes de mobilidade na UP ...30

12. Conclusão ...30

Parte II - Estágio na Sede da Organização das Nações Unidas ...32

1. Objectivos do Estágio ...33

(6)

3. Departamento de Assuntos Politicos (DPA) ...36

3.1. Divisão África I – África Austral e Oriental ...38

3.1.1. Secção África Austral e países do Oceano Indico, Divisão África I – DPA ...40

3.1.2. Secção Localização e instalações de trabalho ...41

4. Cronograma das actividades de estágio ...42

5. Sessão de recepção ...43

5.1. Procedimentos de Segurança e Emergência na ONU...43

6. Inserção na Divisão África I - DPA ...44

6.1. Reuniões de Divisão ...44

6.2. Análise de informação oficial e de informação externa ...45

7. Crise Politica em Madagascar (pesquisa e acompanhamento) ...46

7.1. Reuniões Inter-Agencias na ONU – “Task-force” - Madagascar ...47

8. Crise Politica no Zimbabué (pesquisa e acompanhamento) ...54

8.1. JOMIC ...55

8.2. Reuniões Inter-Agencias na ONU – “Task-force” - Zimbabué ...56

9. Análises biográficas ...59

9.1. Andry Rajoelina...59

9.2. Robert Mugabe ...60

10. Preparação de notas parra apresentação – R2P ...61

11. Comités e Visitas às Missões de Representação Permanente na ONU ...61

11.1. Organização da visita à Missão de Representação Permanente de Portugal na ONU ...62

12. Projecto de redefinição da página internet do DPA ...63

13. Apoio na organização dos Millenium Development Goals Awards 2009 ...65

14. Conclusão ...66

Fontes ...69

Sitografia ...69

Bibliografia ...70

(7)

Palavras-chave

- Conflitos políticos - Cooperação internacional - Diplomacia

- Instituição de Ensino Superior - Mobilidade académica

- Organização de eventos - Organização Internacional - Política internacional

- Programa de financiamento comunitário - Relações Internacionais

Acrónimos

DPA – Department of Political Affairs EBW – Euro Brazilian Windows

EM-ECW – Erasmus Mundus External Cooperation Window FAO – Food and Agriculture Organization

MDC –Movement for Democratic Change

OCHA – Office for the Coordination of Humanitarian Affairs. ONU – Organização das Nações Unidas

SADC – Southern African Development Community

SCPLLA – Serviço de Cooperação com os Países Lusófonos e Latino Americanos SRI – Serviço de Relações Internacionais

UNDP – United Nations Development Programme UNICEF – United Nations Children’s Fund UP – Universidade do Porto

(8)

Introdução

As Relações Internacionais foram desde muito cedo uma área de estudos pela qual tive particular interesse. Após a conclusão do ensino secundário decidi candidatar-me ao Ensino Superior tendo por objectivo frequentar um curso de Relações Internacionais na cidade do Porto. Nesse período, ano de 2002, não existia no Ensino Superior Público, e nesta cidade, um curso com esta referência e com as características que procurava. Contudo, e após recolher algumas informações, decidi concorrer e ingressei no curso de Estudos Europeus, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Este curso tinha por objectivo principal formar quadros superiores especializados para as instituições comunitárias, e por conseguinte, tinha uma forte componente teórica na área de Relações Internacionais. Após a conclusão do curso, tendo realizado o último ano de estudos na Republica Checa, decidi que seria enriquecedor complementar a minha formação inicial com um curso de segundo ciclo na área de Relações Internacionais.

Em 2007/2008, foi ministrado pela primeira vez na Faculdade de Letras da Universidade do Porto o Mestrado em Historia, Relações Internacionais e Cooperação, ao qual concorri e tive o prazer de frequentar.

Após ter concluído o primeiro ano de estudos, componente teórica, optei por seguir a via profissionalizante pois tinha como principal objectivo obter experiencia profissional no seio das Relações Internacionais, e por consequência poder colocar em prática os conhecimentos ate então adquiridos.

Por iniciativa própria contactei algumas instituições e organizações ligadas às Relações Internacionais, e em Setembro de 2008 tive o prazer de ser aceite para a realização de um estágio profissionalizante de 800 horas, distribuídas pelo ano lectivo de 2008/2009, na Reitoria da Universidade do Porto – Serviço de Relações Internacionais. Neste contexto, convidei o Professor Jorge Ribeiro para ser orientador de estágio, o qual amavelmente aceitou o pedido. No que respeita a Reitoria da Universidade do Porto tive o prazer de ter como orientadora a Directora do Serviço de Relações Internacionais, Dra. Cristina Ferreira.

(9)

Algumas semanas após o inicio do estágio no Serviço de Relações Internacionais, recebi da Organização das Nações Unidas um correio electrónico com a notícia de selecção para a realização de um estágio na Sede da ONU, em Nova Iorque. Neste contexto, comuniquei de imediato o sucedido a Dra. Cristina Ferreira e ao Professor Jorge Ribeiro. E desta forma, tendo em consideração que a selecção se revestia de grande importância para o meu currículo pessoal e profissional, fui autorizado a interromper o meu estágio no SRI para realização do estágio na ONU, pelo período de 3 meses, e ainda concedida a possibilidade de realizar estes dois estágios no âmbito do Mestrado em Historia, Relações Internacionais e Cooperação.

De acordo com o que anteriormente foi mencionado, este relatório de estágio encontra-se dividido em duas partes distintas. A primeira parte relativa ao estágio realizado no Serviço de Relações Internacionais da Reitoria da Universidade do Porto, e a segunda parte relativa ao estágio efectuado na Sede da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque. Num primeiro momento, e em partes distintas, efectuei a contextualização das instituições onde desempenhei as minhas funções, passando de seguida para os respectivos sectores onde desenvolvi as minhas actividades de estágio. Numa segunda fase, e no corpo do texto, são descritas as funções desempenhadas, bem como os objectivos e a natureza dos projectos que me foram atribuídos.

A aprendizagem de novas práticas profissionais e o conhecimento adquirido, bem como a avaliação crítica do meu desempenho, encontram-se expostos na conclusão do relatório, em ambas as partes.

(10)

Parte I

(11)

1. Objectivos do estágio

O principal objectivo da realização do estágio no Serviço de Relações Internacionais da Reitoria da Universidade do Porto visou essencialmente a aquisição de prática profissional, e de competências técnicas, no domínio das relações internacionais, aplicadas ao contexto de uma instituição de ensino superior.

Na formulação do projecto de estágio foi acordado com a orientadora externa, Dra. Cristina Ferreira, que o desenvolvimento do estágio estaria interligado com as necessidades específicas de cada secção do Serviço e com as necessidades do Serviço de Cooperação com os Países Lusófonos e Latino-Americanos, coordenado pela Dra. Elisabeth Ribeiro.

Um dos pilares centrais deste estágio foi o apoio prestado no âmbito dos projectos Erasmus Mundus1, nomeadamente nos projectos em vigor na Universidade do Porto em 2008/2009, os quais serão incluídos no presente relatório, com particular incidência para o caso de sucesso do projecto Euro Brazilian Windows e a sua implementação na Universidade do Porto.

De salientar ainda que me foi solicitado apoio no desenvolvimento de outras actividades, tais como:

- Monitorização dos processos dos estudantes de mobilidade IN2 e OUT3 (SRI – Serviço de Relações Internacionais) do ano académico 2007/2008, no que se refere ao processo de reconhecimento académico com avaliação do nível de concretização da transferência de créditos e de avaliações;

- Assistência e apoio “back-office” nos diversos eventos de carácter internacional realizados durante o período de estágio;

1 O Programa Erasmus Mundus, de financiamento da União Europeia, visa melhorar a qualidade no ensino superior através de bolsas de estudo e de cooperação académica entre a Europa e o resto do mundo. (URL:

http://ec.europa.eu/education/external-relation-programmes/doc72_en.htm#, consulta em 24-07-2010) 2 O termo mobilidade IN, refere-se aos estudantes de uma Universidade estrangeira (Europa) que realizaram um período de mobilidade na Universidade do Porto.

3 O termo mobilidade OUT, refere-se aos estudantes da Universidade do Porto que realizaram um período de mobilidade numa Universidade estrangeira (Europa).

(12)

- Percepção das várias funcionalidades do SRI e das tarefas desenvolvidas em cada uma das unidades:

- Apoio em geral ao Serviço de Cooperação com os Países Lusófonos e da América Latina

- Apoio na implementação de Programas Comunitários de Educação

- Apoio aos alunos que pretendem fazer um período de estudos no estrangeiro - Apoio aos alunos estrangeiros que pretendem fazer um período de estudos na UP - Acompanhamento na preparação de protocolos de cooperação e processamento de informação

- Apoio na recepção dos estudantes estrangeiros de mobilidade (IN) referente ao 2º semestre 2008/09;

A oportunidade de estagiar na Reitoria da Universidade do Porto foi para mim um importante estímulo do ponto de vista pessoal e profissional. Não será descabido referir que o facto de estagiar na instituição que me formou, numa área da minha especialidade, acarreta a uma maior responsabilidade em cumprir com as tarefas que nos são adstritas. No decurso do estágio procurei, fundamentalmente, demonstrar utilidade para o Serviço e para a Instituição. Os desafios que me foram colocados, nomeadamente no que respeita aos Projectos Erasmus Mundus, foram para mim muito interessantes uma vez que me permitiu compreender não só a forma como os programas de cooperação universitários são levados a cabo, mas também descobri as diferenças existentes entre os sistemas de educação europeus e de países terceiros, e que na realidade, este programa tem como objectivo principal, atenuar essas mesmas diferenças.

2. A Universidade do Porto

A Universidade do Porto, apesar de ter a sua constituição em 1911, após a implantação da República, formou as suas raízes em 1762, aquando da criação da Aula Náutica através de D. José I, mais tarde dando sucessão à Academia Real da Marinha e Comércio e à Academia Politécnica, criando assim pessoal qualificado em diversas áreas.

(13)

Actualmente a Universidade do Porto, é a maior instituição de ensino e investigação científica de Portugal, tendo aproximadamente 31.000 estudantes a frequentar as 15 escolas, distribuídas por três pólos universitários.

Mas a sua fundação é bem mais complexa. Das escolas acima referidas 14 são faculdades e uma Escola de Negócios, nomeadamente: FAUP (Faculdade de Arquitectura); FBAUP (Faculdade de Belas Artes); FCUP (Faculdade de Ciências); FCNAUP (Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação); FADEUP (Faculdade de Desporto); FDUP (Faculdade de Direito); FEP (Faculdade de Economia); FEUP (Faculdade de Engenharia); FFUP (Faculdade de Farmácia); FLUP (Faculdade de Letras); FMUP (Faculdade de Medicina); FMDUP (Faculdade de Medicina Dentária); FPCEUP (Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação); ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar) e EGP (Escola de Negócios). Mas a U.Porto não é apenas constituída por faculdades, são também parte integrante 69 unidades de investigação, 30 bibliotecas, 12 museus e a Reitoria.

A U.Porto tem uma vasta oferta formativa, tendo disponíveis cerca de 700 programas de formação, entre os quais, licenciaturas, mestrados integrados, mestrados, doutoramentos, pós-graduações, Especializações e Educação Continua.

A U.Porto teve ainda ao longo dos últimos anos uma brilhante ascensão nos rankings internacionais de universidades, posicionando-se mesmo no ranking das 500 melhores a nível mundial.4 É, em praticamente todas as categorias, a Universidade portuguesa mais bem posicionada nos rankings nacionais e internacionais.

2.1 Reitoria da Universidade do Porto

A Reitoria da U.Porto está situada na Praça Gomes Teixeira, em pleno coração da cidade do Porto, e é o órgão central de gestão académica e orientação estratégica da

4 Universidades Portuguesas nos Rankings, 2009, Página do Google Documents (URL:

http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:tC3pJeTjte8J:sigarra.up.pt/up/conteudos_service.conteudos_ cont%3Fpct_id%3D5427%26pv_cod%3D05TE8azoaa58+ranking+universidade+do+porto+arwu&hl=pt- PT&gl=pt&pid=bl&srcid=ADGEESgDIy8B6aRgWi0i0TYki-so8w9thaDVf1pxuBCIVy_M16o3HK_FVhAG0fcBA2BMfvs8OSVzSwwLA6sUN90YbNp9bVR4TE1FlT 4P7J4R5cgQO84asbampW40_l3Ri0X-jcWOYUWl&sig=AHIEtbSM992RihNyuJZ6gQCKEByCSVB4xQ, consulta em 25-07-2010)

(14)

Universidade do Porto. O seu papel é determinante na organização e administração das Unidades Orgânicas.

O actual Reitor da Universidade do Porto é, desde 2006, o Professor Doutor José Carlos Marques dos Santos, o qual foi reeleito para um novo mandato de 2010 a 2014.

Saliente-se que neste órgão funcionam: o Serviço de Administração Financeira e Patrimonial; Formação Académica; Apoio Jurídico; Comunicação e Imagem; Acção Social; Recursos Humanos; Relações Internacionais; entre outros.

2.2 Cooperação Internacional

A Cooperação Internacional, sob a alçada do Professor Doutor António Marques, é uma das principais apostas na estratégia de internacionalização e um pilar fundamental no próprio desenvolvimento da Universidade do Porto. Para o efeito os funcionam na Reitoria da Universidade do Porto dois Serviços de Cooperação Internacional, nomeadamente o Serviço de Relações Internacionais (SRI), coordenado pela Dra. Cristina Ferreira, e o Serviço de Cooperação com os Países Lusófonos e Latino Americanos (SCPLLA), coordenado pela Dra. Elisabeth Ribeiro. Essencialmente, procuram iniciar e estabelecer iniciativas de cooperação de carácter inovador através da procura e desenvolvimento de protocolos de cooperação com universidades de todo o mundo, da integração em várias redes académicas e em grupos de cooperação interuniversitária internacional, isto para além da participação activa num número significativo de programas comunitários de ensino, formação e investigação.5

Ambos os serviços têm em comum:

• Apoiar a política de cooperação com as universidades estrangeiras. • Promover acções para captar estudantes estrangeiros.

• Promover, em articulação com "Comunicação, Imagem" e as Unidades Orgânicas a captação e a realização de grandes eventos internacionais na U.Porto.

5 Universidade do Porto, Página da Cooperação Internacional, Apresentação (URL:

(15)

• Participar em mostras e feiras internacionais de educação.

• Promover e apoiar acções de mobilidade de docentes e investigadores. • Promover, apoiar, organizar e processar acções de mobilidade estudantil. • Apoiar o envolvimento em programas internacionais de educação e formação. • Promover e apoiar a concretização de acordos e protocolos de cooperação com

entidades estrangeiras.

• Promover, apoiar e coordenar institucionalmente o Programa Erasmus Mundus A diferença existente entre ambos deve-se ao facto de que no SCPLLA os pontos acima referidos aplicam-se apenas aos Países Lusófonos e Latino-Americanos, enquanto no SRI aplicam-se a todos os outros países com excepção dos Países Lusófonos e Latino-Americanos.

Compete, exclusivamente, ao Serviço de Relações Internacionais (SRI):

• Coordenar institucionalmente a participação no Programa SOCRATES /ERASMUS e gerir o financiamento ERASMUS concedido pela Agência Nacional.

• Coordenar a participação no Programa LEONARDO DA VINCI. • Funcionar como Centro de Informação Fulbright.

• Funcionar como Centro ERAMORE.

2.3 Localização e Instalações de trabalho

A Reitoria da Universidade do Porto, conforme referido anteriormente, está situada na cidade do Porto, mais propriamente na Praça Gomes Teixeira, também comummente apelidada de “Praça dos Leões”.

O Serviço de Relações Internacionais, onde realizei o presente estágio, está situado neste edifício, onde também funciona, harmoniosamente, o Serviço de Cooperação com os Países Lusófonos e Latino Americanos. Devo referir que as condições de trabalho propiciadas foram excelente, tal como o ambiente profissional no qual fui envolvido. Para

(16)

o cumprimento das minhas funções utilizei o equipamento informático e de comunicações existente, assim como outros materiais e recursos que em casos excepcionais tenha sido necessário para o desempenho das minhas funções.

2.4 Cronograma das actividades de estágio

Outubro Novembro Dezembro

IX Encontro de Reitores do Grupo

Tordesilhas X

Kick-off Meeting do Projecto EBW X Apoio na Implementação do Projecto

EBW X X X

Orientação sobre os critérios de

elegibilidade X X X

Esclarecimentos sobre Bolsas e Duração X X X Promoção e Apresentação do Projecto

EBW na Universidado do Porto X X X

Informação sobre Áreas de Estudo X X

Finalização do processo de candidatura X X

Processamento de dados dos alunos de

mobilidade “OUT” 2007/2008 X X

Redefinição de conteúdos na nova página internet da U.Porto - barra de

"Cooperação Internacional"

X X

Tradução de documentos e envio de

documentação oficial X X X

Preparação de ofícios e cabimentos X X X

Organização da Festa de Natal para

estudantes de mobilidade na U.Porto X

Mês Actividades / Projectos

(17)

3. O Programa Erasmus Mundus

O Programa Erasmus-Mundus External Cooperation Window, é financiado pela Comissão Europeia, e apoia a mobilidade entre Instituições de Ensino Superior Europeias e de Países Terceiros. Na Universidade do Porto, este Programa é gerido, conjuntamente pelo Serviço de Relações Internacionais e pelo Serviço de Cooperação com os Países Lusófonos e Latino Americanos.

O Programa Erasmus Mundus encontra-se organizado sob a forma de consórcios, nos quais universidades europeias e universidades de países terceiros, através da apresentação de uma candidatura conjunta, apresentam um projecto de cooperação institucional que tem como principal objectivo promover o enriquecimento mútuo e uma melhor compreensão, através do intercâmbio de pessoas, conhecimentos e competências.

O Programa EM-ECW pretende implementar e fomentar a cooperação no campo do ensino superior entre a União Europeia e os países terceiros através da cooperação e de um esquema de mobilidade destinado a estudantes, investigadores e pessoal académico.6

Os principais objectivos do EM-ECW são:

- Aumentar a capacidade de cooperação internacional das universidades dos países terceiros;

- Promover a cooperação entre instituições Europeias e universidades de todo o mundo; - Permitir aos estudantes beneficiar da preparação linguística e da interacção cultural e educativa inerentes à experiência de realizar estudos académicos noutro país, promovendo também os valores da União Europeia;

- Melhorar a transparência e o reconhecimento de estudos e qualificações, particularmente recorrendo aos progressos alcançados com o processo de Bolonha nesta área;

- Permitir aos bons alunos provenientes de grupos vulneráveis frequentar o ensino superior;

6 Euro Brazilian Windows, 2010, Página oficial do Projecto (URL: http://ebw.up.pt/, consulta em 25-07-2010)

(18)

- Melhorar as capacidades e qualificações do pessoal académico proveniente das instituições parceiras, de modo a que possam contribuir de uma forma activa para o aumento da qualidade;

- Formar a capacidade da administração do sector público e privado pela participação dos seus funcionários em actividades de mobilidade no ensino superior (especialmente através de actividades doutorais e pós-doutorais);

- Melhorar, a médio prazo, as relações políticas, culturais, educativas e económicas entre a União Europeia e os países terceiros.7

Todos estes projectos contemplam o pagamento de uma bolsa mensal; dos custos da viagem para o país seleccionado, seguro de saúde, de viagem e de acidentes pessoais.

A participarão da Universidade do Porto nestes consórcios, com contrapartidas financeiras, é da maior importância para a concretização do projecto de internacionalização da U.Porto.

3.1 Projecto Erasmus Mundus EBW - Euro Brazilian Windows (Lot 16)

O projecto Euro Brazilian Windows, comummente designado pela sigla EBW, organizado sob a forma de consórcio, foi aprovado no âmbito do Programa Erasmus Mundus para o estabelecimento de um modelo de cooperação entre universidades europeias e universidades brasileiras, e é liderado pela Universidade do Porto.

Refira-se ainda que a Universidade do Porto participa ainda, como instituição parceira, num outro projecto Erasmus Mundus, o projecto ECW México, liderado pela Universidade de Groningen, Holanda, o qual tem como instrumento principal a parceria entre Instituições de Ensino Superior europeias e mexicanas.

7 “Annex B to Call for Proposals: Model of the framework partnership agreement under the Erasmus

(19)

4. Apoio na Implementação do projecto EBW

Ao longo do estágio foi possível acompanhar e colaborar na implementação técnica do projecto Erasmus Mundus, uma vez que, conforme referido, a instituição coordenadora deste processo é a Universidade do Porto.

Para a execução do projecto foi constituída uma equipa de apoio que tinha como principal finalidade a implementação técnica, financeira e académica do esquema de cooperação aprovado.

Por outro lado, tendo em consideração que este tipo de projectos surgiu pela primeira na vez na U.Porto, existiu a necessidade de aplicar uma estratégia de informação e divulgação do projecto que possibilitasse a estudantes, pessoal docente e não docente compreender quais os principais objectivos do Programa Erasmus Mundus, quais os procedimentos a serem adoptados nas Unidades Orgânicas da Universidade do Porto, e por consequência, divulgar eventuais oportunidades de bolsa no âmbito deste projecto.

O esquema de mobilidade do projecto determina ainda que os candidatos europeus tenham que realizar um período de estudos numa universidade brasileira, e vice-versa, reforçando assim a cooperação entre estas duas regiões no contexto do Ensino Superior.

As instituições elegíveis para participar nos fluxos de mobilidade do projecto, membros do consórcio são as seguintes:

Instituições brasileiras

Universidade Federal do Amazonas, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas.

(20)

Universidade de Gent (Bélgica), Instituto Politécnico de Grenoble (França), Universidade Técnica de Dresden (Alemanha), Universidade de Tecnologia e Economia de Budapeste (Hungria), Universidade Politécnica de Valência (Espanha), Universidade Politécnica da Catalunha (Espanha), Universidade de Deusto (Espanha), Universidade de Lund (Suécia), Universidade Técnica de Eindhoven (Holanda), e a instituições coordenadora do projecto, Universidade do Porto (Portugal).

4.1 Orientação sobre os Critérios de Elegibilidade

As candidaturas ao projecto EBW obedecem a requisitos específicos. Para serem considerados elegíveis os candidatos devem estar inscritos num determinado ciclo de estudos, licenciatura ou doutoramento, no caso especifico deste projecto. No caso dos docentes, estes deverão estar vinculados a uma das universidades membros no consórcio. Neste contexto, foi-me solicitado apoio no esclarecimento de questões relacionadas com a elegibilidade de candidaturas na Universidade do Porto, bem como o apoio no preenchimento dos formulários. Estes devem ser preenchidos em língua inglesa, e submetidos electronicamente através da página internet do projecto. De salientar que o motivo pelo qual o formulário é preenchido em língua inglesa se deve ao facto de poder ser analisado pelas potenciais universidades de preferência do candidato.

Estas candidaturas devem ser apoiadas pela instituição de origem, sob a forma de uma carta de recomendação redigida pelo responsável pelo reconhecimento académico do candidato, e deverão ainda ser validadas pelo responsável do projecto na instituição de origem. O apoio prestado por mim neste processo, passou pela comunicação constante com os responsáveis pela mobilidade nas unidades orgânicas e pela orientação dos processos de candidatura para que as candidaturas submetidas cumprissem com os critérios de elegibilidade definidos.

Parte das minhas tarefas, neste ponto, passou ainda pelo esclarecimento das condições específicas de elegibilidade para candidatos da Universidade do Porto. Para o efeito, devo

(21)

referir que para se encontrarem numa situação de elegibilidade os candidatos deverão cumprir os seguintes requisitos:

- Ter nacionalidade portuguesa;

- Estar registado na Universidade do Porto;

- No caso de pós-doutoramento, ter apoio da instituição de origem, que neste caso se considerava o apoio da faculdade a que estava vinculado;

- No caso dos estudantes de licenciatura, ter completado com sucesso pelo menos um ano de estudos a nível do ensino superior;

No que respeita a pessoal docente, a mobilidade tem como objectivo essencial a realização de actividades de investigação e de partilha de conhecimentos entre docentes das instituições parceiras. Neste tipo de mobilidade, os docentes assumem um papel essencial na transmissão de novas práticas académicas nas instituições de destino, bem como actuam como agentes de representação das suas universidades, ao promover o intercâmbio de competências e experiência em métodos pedagógicos, no reforço da cooperação internacional e na consolidação de ligações entre instituições de diferentes países.

Deste modo, foi-me solicitada a divulgação destas oportunidades pelos diferentes departamentos existentes nas unidades orgânicas da Universidade do Porto, de forma a incentivar à mobilidade destes agentes como forma de promoção da instituição no exterior. As condições exigidas para a sua participação o projecto, devem satisfazer um critério fundamental, nomeadamente, o estabelecimento de um acordo de trabalho, sob a forma de um programa de aulas a ser leccionado, bem como actividades de investigação.

Considera-se concluído o processo de candidatura a partir do momento em que a candidatura é carregada online, na página internet do projecto.

(22)

Muitas das questões recebidas pelo grupo de trabalho Erasmus Mundus da Universidade do Porto, prendiam-se com os tipos de bolsa existentes e a sua duração em termos de período de estudos. Assim, o apoio prestado neste contexto, consistiu no desenvolvimento de material informativo e na resposta a pedidos de esclarecimento que surgiram por parte da comunidade académica.

Foi-me solicitado apoio no desenvolvimento de folhetos informativos, cartazes e correios electrónicos dirigidos à comunidade académica de forma a promover a oportunidade de bolsa no âmbito do projecto Erasmus Mundus EBW.

O projecto visa essencialmente apoiar os seguintes tipos de bolsa:

- licenciatura, bolsa com a duração de 6 meses, para prosseguir o ciclo de estudos numa universidade parceira no Brasil;

- doutoramento, bolsa com duração de 6 meses, para realizarem um período de investigação numa instituição parceira no Brasil;

- pós-doutoramento, bolsa de mobilidade de 10 meses, para actividades de investigação científica;

- docentes, bolsa de mobilidade de 3 meses, para o desenvolvimento de actividades lectivas e de partilha de conhecimentos, experiência e capacidades;

A bolsa mensal atribuída, consoante o tipo de mobilidade, é a seguinte: licenciatura – 1.000 euros; doutoramento – 1.500 euros; pós-doutoramento – 1.800 euros; docentes – 2.500 euros. Além deste montante, a bolsa contempla ainda o pagamento da viagem de ida e volta para a cidade de destino, da instituição de acolhimento, o pagamento de um seguro de saúde, responsabilidade civil e acidentes pessoais, e ainda o reembolso das despesas com a obtenção do Visto de Estudos.

4.3 Promoção e apresentação do projecto na Universidade do Porto

Durante o período de estágio, tive ainda a oportunidade de colaborar com a equipa Erasmus Mundus na apresentação do projecto nas Unidades Orgânicas, e nas instalações

(23)

da Reitoria da Universidade do Porto. Para o efeito, foi-me solicitado apoio no desenvolvimento da apresentação e na divulgação da mesma pelas unidades orgânicas. Estas apresentações tinham como principal objectivo promover o projecto pela comunidade académica e incentivar à apresentação de candidaturas.

A divulgação destas apresentações foi efectuada pelos canais de comunicação internos da Reitoria, em particular, através de correio electrónico dirigido aos estudantes e aos responsáveis pela mobilidade nas respectivas faculdades da U.Porto.

A apresentação foi efectuada através de projecção visual, em power-point, e permitiu aos interessados conhecer mais a fundo o projecto, bem como o esclarecimento de questões para efeitos de candidatura e elegibilidade.

4.4 Informação sobre Áreas de Estudo

Tendo em consideração as prioridades definidas pelo Programa Erasmus Mundus, para o projecto EBW, foi-me solicitado que no esclarecimento das questões à comunidade académica, tivesse em consideração as áreas de estudo abrangidas pelo projecto: engenharia e tecnologia, educação e formação de professores, e ciências sociais, pedido ao qual dei diferimento através da monitorização constante do cumprimento deste critério.

Para o efeito foi prestado apoio no estabelecimento de comunicação com as universidades parceiras para se verificar se as candidaturas efectuadas estariam de acordo com a oferta existente nas instituições brasileiras.

4.5 Finalização do processo de candidatura

Uma das actividades por mim desenvolvidas consistiu na verificação dos documentos electrónicos enviados pelos candidatos, e no contacto com os técnicos responsáveis pela mobilidade nas unidades orgânicas de forma a prestar todo o apoio necessário, e o esclarecimento de eventuais dúvidas, para a formalização das candidaturas.

(24)

Após a conclusão deste processo os candidatos aguardam pela decisão de um Comité Científico, responsável pela validação, avaliação e seriação de candidaturas, composto por representantes das universidades parceiras no consórcio. Posteriormente, este comité elabora uma proposta dos candidatos a serem seleccionados pelo projecto, de acordo com os critérios de selecção definidos para o efeito, tais como o mérito académico, a distribuição equilibrada de bolseiros pelas instituições parceiras e a igualdade de oportunidades. A selecção final é definida pelo Comité Directivo do projecto.

5. IX Encontro de Reitores do Grupo Tordesilhas, Porto

Nos dias 20 e 21 de Outubro de 2008, decorreu na Universidade do Porto o IX Encontro de Reitores do Grupo Tordesilhas. Este evento contou com a presença de reitores, presidentes e representantes de instituições de ensino superior de Portugal, do Brasil e de Espanha, numa iniciativa de cooperação institucional e de fomento das relações multilaterais entre as instituições.

Para além desta cooperação, o grupo promove entre si o estabelecimento de redes de investigação que estimulem a mobilidade dos investigadores, bem como a realização projectos estratégicos voltados para os problemas que afectam e influenciam o progresso da comunidade ibero-americana, e promove ainda um relacionamento vigoroso e progressivo com o mundo empresarial, de forma a criar acordos de longo prazo e estratégias que melhorem a qualidade de vida, a competitividade das empresas e o desenvolvimento das diferentes comunidades.

No âmbito deste evento, foi-me solicitado que prestasse apoio na organização logística do evento, nomeadamente no que diz respeito a alojamento, transporte, cumprimento de horários, alimentação e visitas de lazer, pedido ao qual atendi prontamente.

Na semana anterior ao evento, foram realizadas algumas reuniões internas, no Serviço de Relações Internacionais, nas quais tive presente, de forma a organizar e distribuir as tarefas pelos colaboradores Serviço. Entre as tarefas realizadas, destaco a participação nas reuniões do grupo e no apoio à sala de reuniões. Destaco ainda o acompanhamento

(25)

nas visitas às Caves de Vinho do Porto e edifícios históricos da cidade do Porto, uma vez que parte das minhas tarefas, era o apoio em todas as actividades extra-reuniões a este grupo.

6. Kick off Meeting do Projecto EBW, Porto

No âmbito do projecto Erasmus Mundus EBW, a Universidade do Porto, acolheu nos dias 23 e 24 de Outubro de 2008 a reunião de lançamento do projecto com todas as instituições parceiras.

O apoio prestado por mim na preparação desta reunião, consistiu na organização logística do evento, à semelhança do evento anteriormente descrito.

Ao nível do transporte, na reserva e pedido de orçamento de um autocarro para os dias do evento. Em termos de alimentação, nas informações prestadas ao restaurante sobre as preferências dos participantes e de necessidades especiais. No que respeita a alojamento, foi-me solicitado apoio na reserva e confirmação dos participantes no evento, bem como a elaboração de documentos de apoio sobre as horas de chegada e horas de partida, controlo de viaturas no transporte entre aeroporto e hotel, e vice-versa.

Tive ainda a oportunidade de acompanhar estes representantes nas visitas ao centro histórico do Porto, às caves de vinho do Porto e no cruzeiro pelo Douro, onde actuei como ponto de contacto.

7. Processamento de dados dos alunos de mobilidade “OUT” 2007/2008

Um dos projectos que realizei durante o período Novembro a Dezembro de 2008, tendo como base documental as pastas de arquivo referentes à mobilidade Erasmus estudos e estágios, foi o processamento de dados e estatísticas de mobilidade dos alunos da Universidade do Porto no ano lectivo 2007/2008, em termos de taxa de sucesso académico.

(26)

Assim, elaborei uma tabela excel, onde constavam todos os estudantes de mobilidade OUT da U.Porto, e na qual era possível verificar a taxa de sucesso académico referente ao período de mobilidade Erasmus de cada um destes.

8. Redefinição de conteúdos na nova página internet da U.Porto - barra de "Cooperação Internacional"

A Universidade do Porto realizou em 2009 uma alteração, de imagem e conteúdos, da sua página internet. Para o efeito procedeu a uma remodelação, estética e funcional, da página internet, tornando-a mais apelativa e atractiva, sobretudo a potenciais interessados a ingressar nesta instituição.

A modificação da imagem foi um dos principais propósitos desta alteração, passando o logótipo a Universidade do Porto a utilizar de forma permanente “U.Porto”, como referência, e por consequência o logótipo com a mesma inscrição em tons de branco e preto. Além desta mudança, a nova imagem da página internet, o lay-out, passou a ser mais colorido, existindo agora um conjunto de cores vivas, as quais representam as diferentes faculdade da U.Porto, a dominar a o efeito visual da nova página internet. Relativamente à elaboração de novos conteúdos, houve a necessidade de adaptar e actualizar os já existentes, inserir informação nova, e transformá-los para que a mensagem passada ao público fosse clara, simples e concisa.

Neste contexto, foi-me solicitado apoio na construção dos textos a inserir na secção “Cooperação Internacional” na nova página internet da Universidade do Porto. Assim, procedi à recolha de um vasto conjunto de textos publicados na anterior página de internet, e recolhi novas informações junto dos técnicos adstritos aos novos programas de cooperação. Após recolher toda esta informação, em conjunto com a direcção e os colegas do Serviço, foi estruturada a forma como deveria ser distribuída a informação, no interior da barra “Cooperação Internacional”. Esta definição foi em traçada em função daquilo que se considera ser prioritário a um estudante internacional procurar quando manifesta interesse em estudar na U.Porto, nomeadamente:

(27)

i. Apresentação da universidade e da cidade (unidades orgânicas, oferta académica, instalações, serviços)

ii. Custo de vida na universidade e na cidade em geral (alojamento, alimentação, transportes)

iii. Programas de mobilidade e oportunidades de bolsa

iv. Proposta de inserção de novas barras de navegação, e respectivas barras interiores, com conteúdos informativos mais específicos;

v. Colocação de apresentações da Universidade do Porto em ficheiro digital, e em idiomas distintos;

A elaboração da proposta final consistiu na apresentação de um novo modelo de apresentação da “Cooperação Internacional” direccionada em grande parte ao público jovem, académico, com interesse em frequentar a Universidade do Porto. Esta ideia vai de encontro aquilo que é a estratégia da Universidade do Porto, em atrair e captar novos estudantes estrangeiros, através de bolsas e financiamento comunitário, para realizarem um período de estudos na universidade.

Refira-se ainda que prestei apoio na tradução da nova informação a disponibilizar na barra “Cooperação Internacional”, a qual foi traduzida para a língua inglesa.

9. Tradução de documentos e envio de documentação

Ao longo de todo o estágio foi-me solicitado por diversas ocasiões o apoio na tradução de documentos, nomeadamente de Acordos de Cooperação Bilaterais, de informação a ser colocado na página internet da Universidade do Porto, na secção de Cooperação Internacional. Normalmente as traduções eram efectuadas de língua portuguesa para língua inglesa, todavia, também me foi solicitada a tradução de documentos para língua castelhana.

De igual modo, foi-me solicitado por inúmeras vezes o tratamento e envio de correspondência oficial da Universidade do Porto para outras universidades estrangeiras, nomeadamente, envio de material promocional da instituição.

(28)

10. Preparação de cabimentos e ofícios

No decurso do estágio, foram ainda minhas competências, ocasionalmente, o preenchimento de ofícios e cabimentos da U.Porto.

Os ofícios eram normalmente preparados, a pedido dos colegas do Serviço, aquando do envio de documentação oficial da instituição para o estrangeiro. Normalmente, estes ofícios funcionam como “folha de rosto” no envio de documentação do Serviço de Relações Internacionais, e normalmente acompanham o envio de material informativo e promocional da U.Porto e o envio de acordos bilaterais e outros documentos relevantes, do Serviço de Relações Internacionais.

Os cabimentos são documentos internos da Reitoria da Universidade do Porto, que são utilizados para prever e justificar todos os custos directos ou indirectamente relacionados com a execução de um determinado procedimento, no respectivo Serviço. Após elaborado, este documento é apresentado ao Reitor de forma a obter a sua aprovação para a realização da respectiva despesa. Os documentos que preparei no SRI tinham como principal objecto de despesa a implementação do projecto Erasmus Mundus, e estavam adstritos a um centro de custos e um orçamento próprios para este projecto. Saliente-se que estes documentos são vitais para o controlo dos custos associados aos diferentes projectos de cooperação e mobilidade administrados pelo Serviço de Relações Internacionais.

11. Organização da Festa de Natal para estudantes de mobilidade na U.Porto

Em Dezembro de 2008 foi organizada na Reitoria da Universidade do Porto a Festa de Natal para estudantes de mobilidade na U.Porto, a qual consistia na recepção dos estudantes no edifício da Reitoria. Esta recepção tinha como principal propósito reunir os

(29)

estudantes de várias culturas no mesmo local num ambiente relaxado e descontraído promover o convívio entre eles numa época tão especial. O Vice-reitor para a Cooperação Internacional desejou a todos os estudantes um Bom Natal, e foi promovido ainda uma divertida troca de prendas entre os participantes neste evento.

O apoio concedido por mim nesta actividade, consistiu na divulgação do evento e na articulação com a Erasmus Student Network Porto, grupo de estudantes que acolhe e orienta os estudantes de mobilidade na Universidade do Porto, de todas as questões logísticas necessárias para o evento.

12. Conclusão

O estágio realizado na Reitoria da Universidade do Porto foi uma mais-valia do ponto de vista pessoal e profissional.

Primeiramente, saliento o excelente ambiente profissional que me foi proporcionado. Procurei sempre tirar partido dos recursos existentes: materiais e humanos. Devo salientar o bom ambiente, a receptividade e a simpatia de todos os colaboradores, que contribuíram largamente para o bom desempenho das minhas profissionais no Serviço. De igual modo avalio como tendo sido extremamente benéfica a orientação da direcção do Serviço ao longo de todo o estágio. O sentido de responsabilidade que me foi incutido foi extremamente importante para cumprir com as minhas obrigações com maior empenho e dedicação.

O Serviço de Relações Internacionais encontra-se estruturado de acordo com os diferentes programas de mobilidade existentes na Universidade do Porto, e com o próprio sentido da mobilidade IN e OUT. As exigências e as especificidades dos diferentes programas fazem com que seja necessário criar pequenas equipas de gestão dos projectos e programas de cooperação em ambos os Serviços. Estes por sua vez coordenam com os gabinetes de mobilidade das Unidades Orgânicas a implementação dos projectos e acordos de mobilidade e cooperação académica em vigor.

(30)

No decurso do estágio tive a oportunidade de perceber que a existência e o bom funcionamento destes gabinetes, autónomos, mas em constante articulação da Reitoria, são vitais para uma correcta implementação dos acordos e dos projectos em vigor. As actividades académicas de cooperação, estão normalmente relacionadas com o intercambio de estudantes, e na sua maioria, entre instituições europeias. Todavia, a Universidade do Porto, apresenta excelentes níveis de captação de estudantes não europeus, nomeadamente, oriundos do Brasil. Esta relação, tornou, por consequência, mais fácil a implementação do projecto Erasmus Mundus – EBW. Este projecto, coordenado pela Universidade do Porto, foi um dos projectos pioneiros no âmbito do Programa EMECW na U.Porto. Este projecto permitiu à U.Porto redefinir a sua estratégia de internacionalização, apostando cada vez mais, em anos recentes, no Programa Erasmus Mundus, e sobretudo, de cooperação com a América Latina.

A implementação deste tipo de projectos é extremamente complexa, em particular do EBW, uma vez que houve a necessidade de apresentar, divulgar, promover este projecto pela comunidade académica. Os múltiplos procedimentos, alguns específicos do próprio projecto, e as regras do Programa foram algo que ao longo do estágio aprendi a dominar. Os conhecimentos técnicos adquiridos são uma mais-valia na área académica das Relações Internacionais. De entre as várias tarefas desempenhadas, destaco ainda a organização de eventos, recepção dos representantes e vistas de acompanhamento que realizei, com os representantes das IES parceiras da U.Porto. O contacto e convivência com estes responsáveis permitiram-me conhecer realidades de ensino diferentes, e novas visões sobre o Ensino Superior.

Em conclusão, considero que este estágio foi muito enriquecedor para mim. O sentido de responsabilidade e a organização pessoal saíram claramente reforçados. Tenho consciência que ao longo do estágio fui melhorando gradualmente os meus conhecimentos, e aperfeiçoando técnicas de execução de procedimentos.

O acesso a novas ferramentas e instrumentos de trabalho permitiram-me ganhar um conhecimento mais profundo do Ensino Superior, designadamente no que respeita à cooperação internacional e a programas de financiamento comunitário. A necessidade de contactar e comunicar com diversos agentes (estudantes, professores, faculdades, IES)

(31)

consubstanciou os conhecimentos técnicos adquiridos, dado que nesse âmbito, uma das principais funções consistiu no provimento de uma linha de orientação ao nível de regras e procedimentos, no âmbito do projecto EBW.

Estou certo que atingi todos os objectivos a que me propus foram cumpridos. Adicionalmente, a realização de um estágio, na área das Relações Internacionais, pela primeira vez, permitiu-me compreender um pouco melhor a burocracia existente por detrás de uma grande instituição como é a Universidade do Porto.

(32)

Parte II

(33)

1. Objectivos do estágio

De acordo com a Organização, o Programa de Estágios das Nações Unidas contém três objectivos fundamentais:

- Proporcionar a estudantes de diferentes áreas de estudo o reforço das suas capacidades académicas, através da atribuição de trabalho prático na Organização;

- Expô-los ao trabalho das Nações Unidas, e das respectivas divisões a que são adstritos; - Providenciar a Organização de estudantes altamente qualificados que oferecem apoio especializado em diversas áreas profissionais8;

Um dos principais objectivos de estágio centrou-se na compreensão in loco da Organização, nomeadamente no que respeita ao papel crucial que esta desempenha na regulação da paz, na diplomacia internacional e nas relações entre os estados membros. A oportunidade de realizar um estágio ao mais alto nível permitiu-me ainda assimilar a estrutura organiza da organização e o seu modus operandi. Para o efeito, senti que diariamente tinha a necessidade de conhecer melhor a sua história, os seus valores e as suas normas de procedimento internas. Deste modo, procurei sempre interagir ao máximo com os oficiais e colaboradores da ONU, pois só assim descobrimos o verdadeiro trabalho que diariamente é levado a cabo pelos diferentes departamentos e divisões desta Organização.

Do ponto de vista linguístico, esta foi ainda uma verdadeira oportunidade para enriquecer as minhas capacidades linguísticas, dado que o idioma oficial de trabalho9 é o inglês, tendo, inclusivamente, em muitas situações utilizado outros idiomas como o Espanhol, o Francês ou mesmo o Português. Em termos de profissionais, procurei sempre responder positivamente a todas as solicitações dos diplomatas com quem trabalhei, demonstrando interesse e empenho nas tarefas que me foram conferidas. No que respeita à minha

8 United Nations Internship Programme, 2010, Página do Programa de Estágios da Organização das Nações Unidas (URL: http://www.un.org/Depts/OHRM/sds/internsh/index.htm, consulta em 10-08-2010)

9 A Organizacao das Nacoes Unidas utiliza seis linguas oficiais: Ingles, Frances, Espanhol, Russo, Chines e Russo.

(34)

formação pessoal, procurei assistir a diversas conferências realizadas na Sede da ONU, com a participação dos principais actores políticos, económicos e científicos da actualidade mundial.

2. A Organização das Nações Unidas

O termo “Nações Unidas” deriva de Franklin Roosevelt, referindo-se aos países aliados em plena Segunda Guerra Mundial, e foi utilizado pela primeira vez na “Declaração das Nações Unidas” no dia 1 de Janeiro de 1942, quando representantes de vinte e seis nações comprometeram os seus governos na luta contra as potências do Eixo10.

Contudo é em 1945, que cerca de cinquenta países, reunidos em São Francisco, nos Estados Unidos da América, decidem redigir a Carta das Nações Unidas11, a qual se tratava de um acordo constitutivo, contendo os direitos e as obrigações dos estados membros como um objecto de cooperação e diálogo mútuo entre os estados, e que viria a ser ratificada pela grande maioria das nações presentes. As suas acções seriam desenvolvidas por um conjunto de organizações subsidiadas para realizar as suas missões.

Os princípios e os propósitos das Nações Unidas são fundamentalmente os seguintes:

- Manter a paz e segurança internacional;

- Desenvolver relações de diálogo profícuas entre os estados baseando-se no respeito pelo princípio de igualdade dos direitos e auto-determinação dos povos;

- Desenvolver mecanismos de cooperação económica, social, cultural e humanitária na esfera internacional e promover o respeito pelos direitos humanos;

10 As Potências do Eixo, no âmbito da Segunda Guerra Mundial, eram encabeçadas pela Alemanha de Adolf Hitler, pela Itália de Benito Mussolini e pelo Japão de Tojo Hideki e do Imperador Hirohito, e os seus membros referiam-se a esta facção como "Eixo Roma-Berlim-Tóquio". Os seus inimigos eram os Aliados, constituídos principalmente pelas forças da União Soviética, Estados Unidos da América e pelo Império Britânico. Em ambos os grupos, além destas nações principais, faziam parte outras menores. 11 Anexo 1 – Preâmbulo da Carta das Nações Unidas

(35)

- Actuar em harmonia com as acções dos estados no sentido de atingir estes fins comuns;12

A ONU é constituída actualmente por 192 estados membros. A organização está dividida em instâncias administrativas, nomeadamente: a Assembleia Geral, que é a principal assembleia deliberativa; o Conselho de Segurança, que actua no que respeita a determinadas resoluções de paz e segurança; o Conselho Económico, focado essencialmente nas questões económicas e sociais; o Secretariado, onde está sedeada administrativamente a organização, sendo um dos principais órgãos de informação, estudos e informação da estrutura.

O mais alto representante das Nações Unidas, ou seja o seu mais alto funcionário, está presente na figura do Secretário-geral. Com um papel de extrema relevância na política internacional, o Secretário-geral é o porta-voz dos interesses dos povos do mundo, em particular dos mais desfavorecidos. Nas suas funções destaca-se a capacidade de “convocar um Conselho de Segurança em qualquer matéria que possa interferir ou ameaçar a manutenção da paz e segurança a nível mundial”13.

Desde 2007, o actual Secretário-geral da Organização das Nações Unidas é Ban Ki Moon, diplomata e antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros da República da Coreia do Sul, que sucedeu ao ganês, Kofi Annan, primeiro africano a ocupar o lugar, de 1997 a 2006.

Saliente-se ainda a importância dos orgaos complementares da ONU, nomeadamente as suas agencias e cuja actuacao se desenvolve em várias partes do globo, como por exemplo a Organização Mundial de Saúde, o Programa Alimentar Mundial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), entre outras.

A organização é financiada através de contribuições voluntárias dos seus estados membros. Para o biénio de 2006-2007 as Nações Unidas aprovaram um orçamento de 3.8

12

United Nations Department of Public Information, 2008, The United Nations Today. In Chapter 1: The United Nations Organization: Purposes and Principles (New York: United Nations Publication), pp. 5. 13 In Carta das Nações Unidas

(36)

biliões de dólares americanos, os quais são direccionados para os gastos com os Programas da ONU em execução em áreas distintas como a diplomacia, justiça e direito internacional, cooperação para o desenvolvimento, informação pública, direitos humanos e assuntos humanitários. Contudo ao longo dos anos nem sempre os estados cumprem com as suas obrigações tendo muitas das vezes as Nações Unidas de sobreviver graças a doações voluntárias que permitem manter as operações em curso um pouco por todo o mundo.14

3. Departamento de Assuntos Políticos (DPA)

O Departamento de Assuntos Políticos das Nações Unidas é um dos órgãos vitais da Organização uma vez que tem como principal papel contribuir para a prevenção e resolução de conflitos em qualquer parte do mundo.

Este departamento monitoriza e avalia de forma permanente a evolução das actividades políticas a nível global, deste modo torna possível a detecção de eventuais crises políticas que possam surgir entre povos ou governos. Em casos de maior tensão o DPA, envia para o terreno oficiais, mandatos pela Organização, que trabalham no sentido de ajudar a resolver crises ou promover soluções duradouras para os conflitos. O DPA tem evoluído ao longo dos anos de forma a tornar-se mais flexível e móvel, isto no que respeita às respostas a dar em situações de crise. Através do envio de mediadores especializados para o terreno e na cooperação estreita com as organizações regionais este departamento pretende em primeiro lugar estar na linha da frente para a resolução de conflitos e disputas.

No entanto, este departamento tem outro tipo de funções das quais se destacam o apoio em actos eleitorais, e no provimento de pessoal especializado para acompanhar as

14

United Nations Department of Public Information, 2008, The United Nations Today. In Chapter 1: The United Nations Organization: Budget of the United Nations (New York: United Nations Publication), pp. 18-20.

(37)

actividades do Conselho de Segurança da ONU15. De salientar ainda o papel da diplomacia preventiva e de pacificação que este departamento está encarregue. Este trabalho, como referido anteriormente, diário, é muito importante na medida em que permite ao Secretário-geral identificar focos de tensão e requer o envio de diplomatas e oficiais para determinados países com o objectivo de trabalhar nos bastidores da crise em prol de um resolução pacífica e não armada das tensões criadas, sendo muitas das vezes bem sucedida.

A base do sucesso deste departamento está sem dúvida alguma na capacidade de resposta, e no reconhecimento do tipo e crise que possa estar a evoluir ou que já exista. Este é um trabalho coordenado entre oficiais na Sede e no terreno, em estrita colaboração com governos e organizações regionais e locais. Os meios de comunicação e informação permitem oferecer oportunamente relatórios e análises dos acontecimentos, praticamente em tempo real. Este trabalho de acompanhamento na evolução dos acontecimentos políticos é fornecido ao Secretário-geral na forma de relatórios analíticos e notas informativas, orientado deste modo as suas decisões para melhor servir os estados-membros, organizações regionais e as organizações não governamentais envolvidas nos processos.

A assistência eleitoral da ONU é também da área de competências e responsabilidades do DPA. A sua acção de suporte a actividades eleitorais tem como principal objectivo assegurar que os processos eleitorais decorram de forma transparente e democrática, especialmente em países que vivem em tensões políticos, ou recém saídos de cenários de crise, e que enfrentam nesse momento um processo de transição política de forma a restabelecer a governabilidade democrática.

15 O Conselho de Segurança das Nações Unidas é composto por 15 membros, sendo 5 membros permanentes: Estados Unidos da América, França, Rússia, China e Reino Unido; e 10 membros rotativos com um mandato de 2 anos. O Conselho de Segurança das Nações Unidas concentra em si as responsabilidades pela segurança mundial, tendo a capacidade para autorizar uma intervenção militar em determinado país. Aqui devem ser discutidos todos os conflitos e crises políticas do mundo e definidos os termos das intervenções militares, bem como das operações de manutenção de paz.

(38)

O DPA, como referido anteriormente actua ao nível global, e emprega actualmente aproximadamente 2000 funcionários, onde apenas 250 de concentram na Sede em Nova Iorque.16

O Secretário-geral adjunto (ASG) para os assuntos políticos, e chefe do DPA, nomeado pelo Secretário-geral Ban Ki Moon, é o norte-americano B. Lynn Pascoe, detentor de uma vasta e reconhecidíssima experiência nas actividades diplomáticas, com especial enfoque para o continente asiático, que actua como órgão consultar do Secretário-geral para as questões relacionadas com processos de paz e segurança mundial.

3.1 Divisão África I – África Austral e Oriental

O Departamento de Assuntos Políticos da ONU é composto na sua estrutura orgânica por diferentes divisões, cada uma focando o seu trabalho numa determinada área específica do globo.

O presente estágio, como referido anteriormente, foi realizado na Divisão África I – África Austral e Oriental17, que cobre a região dos Grandes Lagos18, da África Austral e dos países do Oceano Índico.

Um dos principais objectivos desta divisão, para além dos definidos anteriormente e aplicados no Departamento, é o de assegurar a criação de condições que permitam a estabilidade política e governativa segundo os princípios basilares da democracia. Neste sentido, torna-se também essencial a prestação de assistência eleitoral, que é outra das funções da divisão. Saliente-se que este é um importante mecanismo de apoio aos países

16 United Nations, 2010, Página Departamento de Assuntos Políticos (URL: http://www.un.org/depts/dpa/, consulta em 10-09-2010)

17 Esta divisão orienta o desenvolvimento das suas actividades para o seguinte conjunto de países: Eritria, Etiópia, Somália, Angola, Moçambique, Zimbabué, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Suazilândia, África do Sul, Zâmbia, Botswana, Comores, Ilhas Maurícias, Namíbia, Seychelles, Burundi, Tanzânia, Ruanda, Uganda e Quénia.

18 A região dos Grandes Lagos, localizada na África oriental, abrange a Etiópia, Quénia, Egipto, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi, República Democrática do Congo, Malawi e Moçambique. Para a região dos Grandes Lagos, foi nomeado, em 2008, o enviado especial do Secretário-geral da ONU, o ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, principalmente para a mediação de tensões entre o Governo da República Democrática do Congo e de grupos rebeldes.

(39)

que compõem esta região na medida em que permite criar condições de estabilidade e de livre exercício do direito de voto em períodos que normalmente são e que podem mesmo levar em algumas situações a ataques, repressões ou guerras civis.

Poder-se-á dizer que muitos destes países sofrem ainda de claras debilidades no que respeita ao funcionamento democrático da sociedade, bem como, sofrem de imensas lacunas no que respeita ao acesso à educação, à saúde e por vezes à própria alimentação. A União Africana19 é um dos parceiros de maior relevo e destaque na ONU e para a Divisão África I do Departamento de Assuntos Políticos. As boas relações de cooperação com esta organização são fulcrais para o sucesso das operações levadas a cabo pelas Nações Unidas no continente africano.

De entre as várias actividades desempenhadas pelos oficiais desta divisão, destaca-se em primeiro lugar o esforço que é concentrado na criação de condições necessárias à manutenção da paz e da segurança, com particular incidência para a mediação e resolução de antigos conflitos instalados nesses territórios.

Outro mecanismo essencial no desenvolvimento das actividades desta divisão é a monitorização da vasta rede de informação que diariamente reporta à Organização os últimos acontecimentos, bem como o ponto de situação dos projectos em curso nesta área do globo. Para o efeito, existem inúmeras fontes de informação internas e externas que são cuidadosamente analisadas diariamente. Ademais, neste contexto torna-se imperial a comunicação com as diversas agências que actuam sob o espectro da ONU, como por exemplo a UNICEF20, a UNDP21, e também com as organizações não governamentais locais.

19 A União Africana (UA) foi fundada em 2002 e baseia-se essencialmente no modelo da União Europeia. A sua criação deve-se à necessidade de ajudar na promoção da democracia, direitos humanos e no desenvolvimento de África. Os seus principais objectivos são a unidade e a solidariedade entre os povos de África, bem como a eliminação do colonialismo e o garantir da soberania dos estados africanos, promovendo a integração económica e a cooperação política e cultural no continente. O seu primeiro presidente foi o presidente sul-africano Thabo Mbeki, e actualmente é liderada pelo Presidente do Malawi, Bingu wa Mutharika.

20

UNICEF – United Nations Children’s Fund (em português: Fundo das Nações Unidas para as Crianças). Esta agência da Organização das Nações Unidas tem como objectivo promover a defesa dos direitos das crianças, ajudar a dar resposta às suas necessidades básicas e contribuir para o seu pleno desenvolvimento.

Referências

Documentos relacionados

Todavia, segundo Ajeje (2015), existem dificuldades para determinar com precisão a ocorrência de falhas, tais como: os fatores de ocorrência, severidade e

As concentrações de azoto e de fósforo no solo mineral foram analisadas um ano após incêndio e as perdas por escorrência durante o segundo ano, em três zonas de pinhal com

As investigações sobre a distribuição dos knickpoints e/ou knickzones, na bacia de drenagem, sobretudo abrangendo grandes áreas, são limitadas (Hayakawa & Oguchi, 2006), em

O conjunto de high-availability Synology integra dois RackStation RC18015xs+ como nós de computação duplos e várias unidades de expansão RXD1215sas como unidades de

O Synology high-availability cluster integra dois RackStation RC18015xs+ como nódulos de computação duplos, e múltiplas Unidades de Expansão como unidades de

Nota: Para obter mais informações sobre a edição dos privilégios de acesso de um grupo às pastas compartilhadas ou aplicativos, consulte "Permitir o acesso dos usuários ou

replicação/dispositivo para dispositivo: Copie facilmente os arquivos de e para as unidades USB conectadas ou qualquer compartilhamento de rede – incluindo os locais do

A presente Convenção Coletiva de Trabalho regulará as condições jurídicas de emprego entre as empresas de transporte de passageiros, interestaduais, internacionais e