Comocitaresteartigo:SantosC,etal.Mesoteliomadeciduóidepleural---umaentidaderaranumamulherjovem.Rev www.revportpneumol.org
CASO
CLÍNICO
Mesotelioma
deciduóide
pleural
---
uma
entidade
rara
numa
mulher
jovem
C.
Santos
a,∗,
F.
Gamboa
a,
F.
Fradinho
a,
A.
Pêgo
a,
L.
Carvalho
be
J.
Bernardo
caServic¸odePneumologia,HospitaisdaUniversidadedeCoimbra,Coimbra,Portugal bServic¸odeAnatomiaPatológica,HospitaisdaUniversidadedeCoimbra,Coimbra,Portugal cCentrodeCirurgiaCardiotorácica,HospitaisdaUniversidadedeCoimbra,Coimbra,Portugal
Recebidoa20desetembrode2011;aceitea16dedezembrode2011
PALAVRAS-CHAVE Mesotelioma deciduóide; Pleura; Cisplatina; Pemetrexed
Resumo Omesoteliomadeciduóide éum subtiporarode mesoteliomaepitelióide, inicial-mente encontrado apenas no peritoneu de mulheres jovens, sem relac¸ão comexposic¸ão a asbestos. Noentanto, desde as primeiras descric¸ões tem sidoigualmente diagnosticado na pleuraenopericárdioepodeestarassociadoaosasbestos.Deummodogeral,tempior prog-nósticoquandocomparadocomomesoteliomaepitelióide.Há apenas45casos descritosna literaturaaté àdata, 22destes localizadosna cavidadepleural.Osautores descrevem um caso demesoteliomadeciduóide pleuralnuma mulherde 40anoscomtoracalgia pleurítica direita,semhistóriadeexposic¸ãoaosasbestos,submetidaaquimioterapiaseguidaderessecc¸ão cirúrgica,queveioafalecernopós-operatório.
© 2011SociedadePortuguesa dePneumologia. PublicadoporElsevier España,S.L.Todosos direitosreservados. KEYWORDS Deciduoid Mesothelioma; Pleura; Cisplatin; Pemetrexed
DeciduoidPleuralMesothelioma---aRareEntityinaYoungWoman
Abstract DeciduoidMesotheliomaisararevariantofepithelioidmesothelioma;itwasinitially thoughtthatitonlyoccurredintheperitoneumofyoungwomenandhadnothingtodowith asbestosexposure.However,sincetheseearlyfindingsithasalsobeenobservedinthepleura andthepericardium, withpossibleassociationtoasbestos.In generalthe prognosisispoor compared toepithelioidmesothelioma. 45caseshavebeenreportedintheliteratureup to now,22ofthesewerelocatedinthepleuralcavity.Theauthorsdescribeacaseofdeciduoid pleuralmesotheliomaina40-year-old-womanwhopresentedwithrightpleuriticchestpain, withnohistoryofasbestosexposure,treatedwithchemotherapyfollowedbysurgeryandwho diedpostoperatively.
© 2011SociedadePortuguesa dePneumologia. Publishedby Elsevier España,S.L. Allrights reserved.
∗Autorparacorrespondência.
Correioeletrónico:claudiaraimundo80@gmail.com(C.Santos).
0873-2159/$–seefrontmatter©2011SociedadePortuguesadePneumologia.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todososdireitosreservados.
ARTICLE IN PRESS
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2 C.Santosetal.
Introduc
¸ão
O mesotelioma maligno é o tumor maligno primário da pleuramaiscomumeasuaincidênciatemvindoaaumentar nosEstadosUnidos,naEuropa,noJapãoenaAustrália.Há quatrosubtiposhistológicosprincipais---epitelióide, sarco-matóide,desmoplásicoebifásico.
Omesoteliomadeciduóide,umavarianterarado meso-telioma epitelióide, foi descrito pela primeira vez por Talerman et al.1 em 1985 e Nascimento et al.2 em 1994
noperitoneu demulheresjovens, tendosidoinicialmente consideradorestritoaestegrupodedoentes.
Noentanto,desde essaaltura têmsidodescritoscasos destetipo de tumor em homens, mulheres maisvelhas e tambémaníveldapleuraedopericárdio.Apesardetersido consideradoinicialmentenãorelacionadocomaexposic¸ão aosasbestos,foramjárelatados várioscasosrelacionados comesta exposic¸ão. Em 2000, foramdescritos os primei-roscasos demesotelioma deciduóidepleural3, tendosido
referenciados atéàdata22 casosdeste tipodetumor na cavidadepleural4.
Osautores descrevemumcaso clínico demesotelioma deciduóidepleuralnumamulherde40anossemhistóriade exposic¸ãoaosasbestos.
Caso
clínico
Umamulherde40anos,previamentesaudável,não fuma-dora, referia toracalgia pleurítica direita com um mês e meiodeevoluc¸ão,semoutrasintomatologiaesemmelhoria comterapêuticaanalgésicaeantibiótica.Atelerradiografia do tórax pedida pelo médico assistente evidenciou hipo-transparência homogénea no terc¸o inferior do hemitórax direito e oclusão do seio costofrénico, compatível com derrame pleural, tendo por isso sido enviada ao Servic¸o de Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Dos antecedentes pessoais, há a referir uma cesariana 2semanasantesdoiníciodatoracalgia.Adoentenãotinha hábitosmedicamentososnemhistóriaocupacionalderisco, incluindo exposic¸ão a asbestos (trabalhava como secretá-riaem Repartic¸ão Pública).Nãotinha igualmente história familiardeneoplasia.
Ao exame objetivo, apresentava-se febril (38◦C), sem sinais dedificuldade respiratória e o exametorácico evi-denciavadiminuic¸ãodomurmúriovesicularnoterc¸oinferior dohemitóraxdireito,macicezàpercussãoediminuic¸ãoda transmissãodasvibrac¸õesvocaisaestenível.
AgasometriaarterialapresentoupH7,45;PaO278mmHg;
PaCO2 37mmHg; SatO2 96%. Os exames laboratoriais
evi-denciaramanemianormocrómicanormocítica(hemoglobina 11,9g/dL; limites de referência 12-15g/dL), tromboci-tose(742 x109 plaquetas/L; limitesdereferência 150-400
x109 plaquetas/L), leucocitose (10,9 x109 células/L;
limi-tesdereferência4-10x109células/L),coagulac¸ãoalterada,
elevac¸ão da proteína C-reativa (19,77mg/dL; limites de referência0-0,5mg/dL)edasenzimashepáticas.A telerra-diografiadotóraxrealizadanoServic¸odeUrgência eviden-ciouagravamentoradiológicoeprogressãododerrame pleu-ral,que ocupava nestafase oterc¸oinferior dohemitórax direito.AdoentefoiinternadanoServic¸odePneumologia tendosidoefetuadatoracocentese diagnóstica.Ao5.◦ dia
deinternamentofoicolocadotubodedrenagemtorácicana cavidadepleuraldireita,poragravamentododerrame pleu-ral,queocupavanestaalturamaisdemetadedohemitórax direito.Macroscopicamente,olíquidopleuraleraserosoeas análisessubsequentesmostraramumpredomíniode neutró-filos(44%)com38%delinfócitos,exameculturalnegativo, pHde7,71,adenosinadesaminasebaixa(15,5U/L),LDH ele-vada(1.359U/L)ecitologianegativaparacélulastumorais. Foramdrenados2.500ccdelíquidopleuraldurante9dias. Ashemoculturas ea pesquisaurináriadeantigénios de
S. pneumoniaedoserogrupo1daLegionellapneumophila
foramnegativos.OsmarcadorestumoraisCYFRA21.1,SCC, CA125eCA15.3encontravam-seelevados.
Atomografiacomputorizada(TC)dotóraxmostrouáreas de densificac¸ão parenquimatosa inflamatória com bronco-grama aéreo no lobo superior direito, lobo médio e lobo inferior esquerdo, adenopatias hilares direitas, derrame pleuraldireitoorganizadoelesãonodularcom5,8X3,3cm nosulcocostofrénicodireito queinvadiaa8.a costelae a paredetorácica,comorigempleural.
Abroncofibroscopianãoevidencioualterac¸ões endobrôn-quicaseosexamesculturaisdoaspiradotraqueo-brônquico foram negativos. A ecografia abdominal era normal. A tomografiaporemissãodepositrões/tomografia computori-zada(Positronemissiontomography/computedtomography -PET/CT)demonstrouextensoenvolvimento hipermetabó-licodapleura direitasuspeitodeenvolvimentoneoplásico maligno, uma massa na porc¸ão postero-inferior que inva-diaaparedetorácicaadjacente(SUV-standardizeduptake valuemédioemáximode15e22,respetivamente),derrame pleuralhomolateralsuspeitodederramedeorigem neoplá-sica e envolvimento ganglionarsecundário mediastínicoe bronco-hilardireito(fig.1).
Foiefetuadabiopsiatranstorácicadamassapleural, evi-denciandooexameanatomopatológicocélulasepitelióides malignas, grandese descoesas, com citoplasma eosinófilo enúcleosgrandesredondos(fig. 2A).Estascélulas mostra-vampositividadecitoplasmáticaparacitoqueratina7,bem comopositividadecitoplasmáticaenuclearparacalretinina (fig.2B)epositividadenuclearparap53.Assim,foifeitoo diagnósticodemesoteliomadeciduóidepleural.O estadia-mento,deacordocomoInternationalMesotheliomaInterest Group(IMIG)5eraT3N2M0(EstadioIII).
Adoenteiniciou quimioterapiacom cisplatinae peme-trexed, tendo sido realizada PET/CT para reavaliac¸ão ao fim de 3 ciclos de quimioterapia, que mostrou envolvi-mentoprogressivodaparedetorácica,massemmetástases extra-torácicas. A doente foi aceite para cirurgia radi-cal,queincluiupneumonectomiaextra-pleuraldireitacom ressecc¸ãodos5.◦,7.◦e8.◦arcoscostais.Odiagnóstico histo-lógicofoiconfirmadomorfologicamentenapec¸aoperatória, após observac¸ão de múltiplassecc¸õesde tumor amarele-cidoaenvolveropulmão,mantendoopadrãopreviamente observado.Adoente morreuno2.◦ dia dopós-operatório, de falência multi-orgânica, 3 meses após o diagnóstico inicial.
Discussão
Omesoteliomamalignodeciduóideéumavarianterarado mesoteliomaepitelióide,correspondendoamenosde5%dos
Comocitaresteartigo:SantosC,etal.Mesoteliomadeciduóidepleural---umaentidaderaranumamulherjovem.Rev Figura1 PET/CT.Extensoenvolvimentohipermetabólicodapleuradireitasuspeitodeenvolvimentoneoplásicomaligno,uma massanaporc¸ãopostero-inferiorqueinvadiaaparedetorácicaadjacente,derramepleuralhomolateralsuspeitodederramede origemneoplásicaeenvolvimentoganglionarsecundáriomediastínicoebronco-hilardireito.
Figura2 A)eB):HEX400CalretininaX400;células epitelióidesmalignas,grandesedescoesas,comcitoplasmaeosinófiloe núcleosgrandesredondos,compositividadenuclearecitoplásmicaparacalretinina.
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4 C.Santosetal.
mesoteliomas6eamenosde2%deacordocomoutroautor7.
Talermanetal.1em1985foramosprimeirosadescreveros
aspetosdeciduóidesdomesoteliomamalignonoperitoneu deumajovemde13anos.Em1994,Nascimentoetal.2
des-creveramumcasodelesãoperitonealnumamulherjovem, comcaracterísticas morfológicassemelhantesàsdescritas por Talerman, designando-a de mesotelioma deciduóide. Inicialmente,estaentidadeeraconsideradarestritaao peri-toneu de mulheres jovens sem história de exposic¸ão aos asbestos.Noentanto,asdescric¸õesposterioresmostraram igualmente a sua presenc¸a na pleura e no pericárdio de doentesmaisvelhos,deambosossexos,eporvezes associ-adoàexposic¸ãoaosasbestos.Nocasodescritoadoentenão tinhahistóriadeexposic¸ãoaosasbestos.
Foram descritos alguns casos de mesotelioma maligno deciduóide, quer na pleura quer noperitoneu, diagnosti-cadosduranteagravidez2,8etambémumcasonoperitoneu
de uma mulher 6 semanas após uma cesariana9,
errone-amente interpretado como deciduose pseudotumoral. O presentecasoocorreu também2 semanasapósuma cesa-riana.É,noentanto,difícilestabelecerumarelac¸ãoentre ashormonassexuaiseascaracterísticasdeciduóides.
Estão descritosna literaturaapenas45 casosde meso-teliomadeciduóide,comidadesentre13e78anos(média de51anos),22dosquaisnacavidadepleural4.Vinteeseis
dos45casosforamdescritosemmulheres.Aexposic¸ãoaos asbestosfoidocumentadaapenasem15casos,commédia deidadedeiníciode59,1anos,diferentede47,7anosdos doentessemexposic¸ãodocumentadaaosasbestos.
Estavariantedomesoteliomaepitelióidecaracteriza-se pela sua morfologia típica, com proliferac¸ão de grandes célulasredondas,citoplasma eosinófilo abundante, carac-terísticas deciduóides e núcleos vesiculares redondos9. A
imuno-histoquímica é útil na diferenciac¸ão entre mesote-liomaeadenocarcinoma10.Nocasodescrito,omesotelioma
deciduóideexpressavacalretininademodoevidente. É importante realc¸ar algumas características descritas nosdoentes commesoteliomadeciduóide.É semelhanteo número de casos descritos na pleura e no peritoneu, ao contrário domesotelioma em geral, 4vezes mais comum na pleura11. Verifica-se um predomínio do sexo feminino
no mesotelioma deciduóide, que difere do ligeiro pre-domínio no sexo masculino no mesotelioma em geral. É significativoonúmerodedoentesjovens(<40anos)nesta variante do mesotelioma, como também se verificou na doentereferida,oquecontrastacomaidademaisavanc¸ada dosdoentescommesoteliomaemgeral.Outracaracterística éabaixapercentagemdeexposic¸ãoaosasbestosno meso-teliomadeciduóide.Todas estasdiferenc¸assugeremqueo mesotelioma deciduóide possa ser uma varianteclínica e patológicadistinta6.
Amelhoropc¸ãoterapêuticanomesoteliomacontinuaa sertemadedebateeumdesafio.Váriosestudos descreve-rambonsresultadoscomapneumonectomiaextra-pleural associadaaquimioterapianeo-adjuvanteouadjuvante12---15.
No entanto, terá sido sobrestimado o benefício desta terapêutica multimodal e deve ter-se em atenc¸ão que a pneumonectomia extra-pleural é um procedimento com-plexo, associado a elevada morbilidade e mortalidade, inclusivenoperíodoperi-operatório,comonocasoque des-crevemos.Defacto,algunsestudosretrospetivos sugerem queapneumonectomiaextra-pleuralnãooferecevantagens
em relac¸ãoaprocedimentosmenosradicais,comoa pleu-rectomia e a descorticac¸ão16---20, eficazes como medidas
paliativas. Tem sido sugerida a realizac¸ão de radiotera-piahemitorácica,apóspneumonectomiaextra-pleural,mas é necessária avaliac¸ão posterior para melhor definir o seu papel. As terapêuticas intrapleurais ou locais, como terapêuticafotodinâmica,quimioterapiaintrapleural hiper-térmica e imunoterapia, foram estudadas para tratar a doenc¸aresidualmicroscópicaquepermaneciaapósa cirur-gia. No entanto, todas estas modalidades necessitam de maisavaliac¸ão.Estudosrandomizadosdemonstraramquea quimioterapia sistémicaé aúnicamodalidade terapêutica queaumentaasobrevida.
Anossadoenteinicioucisplatinaepemetrexed,a tera-pêutica standard do mesotelioma sistémico, seguida de ressecc¸ão cirúrgica, tendo falecido no pós-operatório. A causadamortenãofoiesclarecida.
Omesotelioma maligno deciduóide tem habitualmente mau prognóstico e 68% dos doentes morrem no primeiro anoapósiniciarterapêutica4.Noentanto,hácasos
descri-tosdedoentescommesoteliomadeciduóidecomsobrevida mais longa5,8, desafiando a inevitabilidade de um mau
prognóstico21. São necessários mais estudos e mais casos
clínicosparamelhoresclarecerestaentidade.
Em suma, descrevemos umcaso de mesotelioma deci-duóidedapleuranumamulherde40anos,comapresentac¸ão clínica2semanasapósumacesariana,semexposic¸ão conhe-cida aos asbestos.Salientamos a raridade destavariante, o facto de ser o primeiro caso descrito em Portugal, o papel dapatologia noestabelecimento dodiagnóstico, as características que distinguem o mesotelioma deciduóide do mesoteliomaem geral e asvárias opc¸õesterapêuticas disponíveis.
Conflito
de
interesses
Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.
Agradecimentos
OsautoresagradecemaJessicaCemlynJonespelarevisão linguística.
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