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Estudo da aderência no betão auto-compactável (BAC)

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Academic year: 2021

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E

STUDO DA

A

DERÊNCIA NO

B

ETÃO

A

UTO

-C

OMPACTÁVEL

(BAC)

M

ARIA

M

ANUELA

S

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N

OGUEIRA DA

H

ORA

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS

Orientador: Professora Doutora Sandra Conceição Barbosa Nunes

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MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2009/2010 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Tel. +351-22-508 1901 Fax +351-22-508 1446  miec@fe.up.pt

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440  feup@fe.up.pt  http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2009/2010 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2009.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respectivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer

responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão electrónica fornecida pelo respectivo Autor.

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i

No presente estudo analisa-se o comportamento da aderência aço-betão e aderência betão-betão (juntas de betonagem) recorrendo a revisão bibliográfica, a modelos de cálculo existentes e a investigação experimental.

O bom desempenho das estruturas de betão armado é assegurado, entre outras coisas, pela aderência entre a armadura e o betão que a envolve, garantindo que os materiais quando solicitados se deformam em conjunto, quer sejam esforços de tracção ou compressão. Por outro lado, a qualidade da aderência entre camadas de betão de betonagens distintas (junta fria) pode igualmente comprometer o bom comportamento estrutural e a durabilidade da estrutura, em particular, na ausência de vibração como é o caso do betão auto-compactável.

Os efeitos da exsudação e de segregação do betão fresco fazem com que haja acumulação de água sob os varões de aço que ao ser posteriormente absorvida na fase de endurecimento do betão aumenta o risco de aparecimento de vazios na sua face inferior. Por outro lado, a concentração de agregados grossos, em determinadas zonas, também compromete a zona de transição entre o aço e o betão, afectando assim a qualidade da aderência. Com vista à análise destes efeitos foram preparados provetes com diferentes alturas e com os varões de aço em posições variáveis (vertical e horizontal) relativamente ao sentido de betonagem, simulando diferentes condições reais em obra. Para análise do deslocamento relativo entre o aço e o betão procedeu-se à realização de ensaios de arrancamento (pull-out test) em provetes de betão auto-compactável e de betão convencional.

A influência do faseamento de betonagens nas propriedades mecânicas do betão na zona das “juntas frias” foi avaliada através da realização de ensaios de rotura à compressão simples em provetes prismáticos incluindo uma junta inclinada relativamente ao eixo do provete (slant shear test), e comparando os valores da carga máxima e o modo de rotura na superfície de separação entre betões com idades diferentes.

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(5)

iii

In the present study the behaviour of steel-concrete bond and of concrete-concrete bond (cold joints) is analysed by means of literature review, existing models and experimental investigation.

The good performance of reinforced concrete structures is provided, among other things, by adhesion between the reinforcement and concrete that surrounds it, ensuring that the materials deform together when subjected to stresses, whether tensile or compression. On the other hand, the quality of adhesion between layers of concrete from distinct casting phases (cold joints) can also degrade the structural performance and durability of the structure, particularly, in the absence of vibration as is the case of self-compacting concrete.

The effects of bleeding and segregation of fresh concrete can lead to accumulation of water under the steel rods which when absorbed during cement hydration increases the risk of appearance of voids under steel rods. Moreover, the concentration of coarse aggregate in certain areas also alters the transition zone between the steel and concrete, thus affecting the quality of adhesion. In order to analyze these effects, specimens with different heights and with steel rods in different positions with respect to the casting direction (vertical and horizontal) were prepared, simulating actual conditions on site. To analyze the relative displacement between steel and concrete, pull-out tests were carried out on specimens of both self-compacting concrete and conventional concrete.

The influence of time interval between casting phases in the mechanical properties of concrete in the zone of "cold joints" was assessed by evaluating the compressive strength of concrete prisms including an inclined joint (slant shear test), and comparing values of maximum load and mode of rupture on the surface of separation between concretes of different ages.

(6)

Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC) v ÍNDICE GERAL RESUMO...i ABSTRACT...iii

1. INTRODUÇÃO

...1

1.1. ÂMBITO E OBJECTIVOS DO TRABALHO...1

1.2. LIMITAÇÕES DO TRABALHO...2

1.3. ORGANIZAÇÃO...2

2. ESTADO DA ARTE

...5

2.1. DESENVOLVIMENTO DO BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL...5

2.2. DEFINIÇÃO DE BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL...20

2.3. VANTAGENS E APLICAÇÕES DO BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL...20

2.4. ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DO BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL NO ESTADO FRESCO...23

2.4.1.ENSAIO DE ESPALHAMENTO (SLUMP FLOW TEST) ...23

2.4.2. ENSAIO DE ESCOAMENTO (V-FUNNEL TEST) ...24

2.4.3.ENSAIO NA CAIXA L(L-BOX TEST) ...25

2.4.4. ENSAIO ANEL JAPONÊS (J-RING TEST) ...26

2.4.5.ENSAIO DE SEGREGAÇÃO (SIEVE SEGREGATION TEST) ...27

2.4.6.VALORES RECOMENDADOS PARA OS RESULTADOS DOS ENSAIOS...28

2.5. MATERIAIS CONSTITUINTES...28

2.5.1.CIMENTO...29

2.5.2. ADIÇÕES...30

2.5.3.AGREGADOS –AREIA FINA,AREIA MÉDIA,BRITA...31

2.5.4. ADJUVANTES –SUPERPLASTIFICANTE...32

2.5.5.ÁGUA DE AMASSADURA...33

2.5.6.PROPORÇÕES NA MISTURA...33

2.6. MÉTODOS DE ESTUDO DA COMPOSIÇÃO...36

3. ADERÊNCIA

...43

3.1. AÇO-BETÃO...43

(7)

vi

3.1.3.BETÃO CONVENCIONAL VS.BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL... 47

3.1.4.ENSAIOS DE ADERÊNCIA AÇO-BETÃO... 48

3.2. BETÃO-BETÃO...53

3.2.1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS (JUNTAS FRIAS) ... 53

4. INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL

...59

4.1. INTRODUÇÃO...59

4.2. CARACTERIZAÇÃO DO BAC ...59

4.2.1.CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS, COMPOSIÇÃO E PROCEDIMENTO DE AMASSADURA... 59

4.2.1.1. Cimento ... 59 4.2.1.2. Fíler calcário ... 61 4.2.1.3. Agregados ... 61 4.2.1.3.1. Areia fina... 61 4.2.1.3.2. Areia média... 62 4.2.1.3.3. Brita ... 63 4.2.1.4. Adjuvantes ... 64 4.2.2.COMPOSIÇÃO DO BAC ... 65

4.2.3.CARACTERIZAÇÃO NO ESTADO FRESCO... 66

4.2.4.CARACTERIZAÇÃO NO ESTADO ENDURECIDO... 67

4.3. CARACTERIZAÇÃO DO BETÃO CONVENCIONAL...69

4.4. CARACTERIZAÇÃO DO AÇO...71

4.5. PREPARAÇÃO DOS PROVETES...72

4.5.1.ADERÊNCIA AÇO-BETÃO... 72

4.5.2.ADERÊNCIA BETÃO-BETÃO... 75

4.6. ENSAIOS REALIZADOS/ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS...79

4.6.1.RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS CAROTES... 79

4.6.2.ADERÊNCIA AÇO-BETÃO... 82

4.6.3.ADERÊNCIA BETÃO-BETÃO... 92

5.

CONCLUSÕES

FINAIS

E

PROPOSTA

PARA

INVESTIGAÇÕES FUTURAS

...97

(8)

Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)

vii

(9)
(10)

Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)

ix

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1.: Ponte Akashi-Kaikyo (Japão) ...21

Figura 2.2.: Edifício habitacional (Suécia) ...21

Figura 2.3.: Tanque destinado ao armazenamento de gás natural liquefeito (Japão) ...22

Figura 2.4.: Viga de edifício do Alto Parque (Portugal) ...22

Figura 2.5.: Reforço de uma laje (Portugal) ...22

Figura 2.6.: Ensaio de Espalhamento (Slump Flow Test) (EFNARC (2002); Gomes et al. (2002)) ...24

Figura 2.7.: Ensaio de Escoamento (V-Funnel Test) (EFNARC (2002); Gomes et al. (2002)) ...25

Figura 2.8.: Ensaio na Caixa L (L-Box Test) (Gomes et al. (2002)) ...26

Figura 2.9.: Ensaio Anel Japonês (EFNARC (2002))...26

Figura 2.10.: Tipos de aplicação do BAC em relação às classes de consistência (Walraven (2003))..27

Figura 2.11.: Comportamento reológico de diferentes tipos de betão (Nunes (2001))...29

Figura 2.12.: Fotografia do microscópio electrónico de filer calcário...30

Figura 2.13.: Fotografia do microscópio electrónico de cinzas volantes ...31

Figura 2.14.: Metodologia para alcançar a auto-compactabilidade ...35

Figura 2.15.: Materiais constituintes do BAC versus Betão Convencional (Oliveira e Almeida (2007))36 Figura 2.16.: Método de concepção da composição proposto por Okamura et al. (2000) ...38

Figura 2.17.: Método de concepção da composição proposto pela UPC (Gomes (2002)) ...40

Figura 2.18.: Método proposto pela FEUP (Figueiras (2006)) ...41

Figura 3.1.: Desenvolvimento das trajectórias das tensões principais junto a uma barra de armadura (Leonhardt (1979)) ...43

Figura 3.2.: Formação de espaços vazios ou poros sob as barras betonadas em posição horizontal, devida à segregação e à acumulação de água (Leonhardt (1979)) ...46

Figura 3.3.: Ensaio de arrancamento directo proposto pela RILEM (1973) ...49

Figura 3.4.: Ensaio de flexão “beam test” proposto pelo Comité Euro-International du Béton (1983) ..50

Figura 3.5.: Ensaio de extremo de viga “beam end test” (França (2004)) ...51

Figura 3.6.: Ensaio especificado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (1982) ...51

Figura 3.7.: Vista da parte lateral da peça betonada onde é visível a junta de betonagem ...54

Figura 3.8.: Ensaio “pull-off” (ASTM C1583-04 (2004)) ...55

Figura 3.9.: Forma e dimensões dos provetes em “Z” e linha prevista de rotura (Cuenca e Serna (2010)) ...56

Figura 3.10.: Geometria e forma do provete (BS EN 12615:1999) ...56

(11)

x

Figura 4.3.: Ensaio de espalhamento... 66

Figura 4.4.: Ensaio caixa em L ... 66

Figura 4.5.: Ensaio funil em V ... 67

Figura 4.6.: Ensaio para determinação do módulo de elasticidade ... 68

Figura 4.7.: Carregamento utilizado na determinação do módulo de elasticidade ... 68

Figura 4.8.: Curvas de força - deslocamentos dos cilindros ... 69

Figura 4.9.: Ensaio de abaixamento... 70

Figura 4.10.: Curva tensão - extensão aparente do ensaio do aço à tracção ... 72

Figura 4.11.: Moldes dos provetes ... 73

Figura 4.12.: Extracção de carotes das paredes... 73

Figura 4.13.: Identificação e localização dos provetes retirados das paredes... 74

Figura 4.14.: Aspecto do varão inserido no interior do provete de betão. Zona isolada com manga plástica... 74

Figura 4.15.: Provetes de betão convencional ... 75

Figura 4.16.: Posicionamento dos moldes dos prismas de modo a formar uma junta inclinada ... 76

Figura 4.17.: Aspecto final de um prisma betonado de uma só vez ... 77

Figura 4.18.: Aspecto final de um prisma betonado em duas fases ... 78

Figura 4.19.: Identificação dos moldes... 78

Figura 4.20.: Ensaio à compressão simples de carotes... 79

Figura 4.21.: Ensaio à compressão – carotes BAC ... 80

Figura 4.22.: Ensaio à compressão – carotes betão convencional... 80

Figura 4.23.: Variação da resistência do betão com a altura ... 82

Figura 4.24.: Esquema do ensaio de arrancamento directo (pull-out test) ... 83

Figura 4.25.: Aspecto da superfície de aderência ... 83

Figura 4.26.: Variação da tensão de aderência com a altura... 84

Figura 4.27.: Curvas força - deslocamento relativo entre barra de aço e BAC... 86

Figura 4.28.: Curvas força - deslocamento relativo entre barra de aço e BAC... 86

Figura 4.29.: Modos de rotura dos provetes de BAC ... 87

Figura 4.30.: Curvas força - deslocamento relativo entre barra de aço e betão convencional... 88

Figura 4.31.: Curvas força - deslocamento relativo entre barra de aço e betão convencional... 89

Figura 4.32.: Modos de rotura dos provetes de betão convencional ... 89

Figura 4.33.: Curvas tensão de aderência - deslocamentos para BAC e betão convencional... 91

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Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)

xi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1.: Principais seminários/conferências, projectos de investigação e recomendações e

normas...6

Tabela 2.2.: Critérios de aceitação para o BAC tendo em conta a classificação da consistência (ACM Centre (2005)) ...28

Tabela 2.3.: Proporções dos materiais do BAC versus Betão Convencional (Rodríguez (2006)) ...35

Tabela 2.4: Misturas típicas de BAC (Rodríguez (2006)) ...36

Tabela 2.5.: Recomendações do Comité Técnico 174-SCC da RILEM (2001) ...39

Tabela 2.6: Recomendações da EFNARC (2005) ...39

Tabela 4.1.: Caracterização do Cimento (valores típicos) ...60

Tabela 4.2.: Caracterização do Fíler Calcário...61

Tabela 4.3.: Curva Granulométrica da Areia Fina...62

Tabela 4.4: Caracterização da Areia Fina...62

Tabela 4.5.: Caracterização da Areia Média ...62

Tabela 4.6.: Curva Granulométrica da Areia Média...63

Tabela 4.7.: Curva Granulométrica da Brita...63

Tabela 4.8.: Caracterização da Brita...64

Tabela 4.9.: Propriedades do Superplastificante ...64

Tabela 4.10: Composição do Betão Auto-compactável (kg/m³) ...65

Tabela 4.11.: Resultados obtidos nos ensaios do BAC no estado fresco ...67

Tabela 4.12.: Resultados do módulo de elasticidade e resistência à compressão ...69

Tabela 4.13: Composição do Betão Convencional (kg/m³) ...70

Tabela 4.14: Resultados de ensaio à compressão - betão convencional...71

Tabela 4.15.: Características de forma e dimensão dos varões...71

Tabela 4.16.: Resultados do ensaio à tracção do aço ...72

Tabela 4.17.: Procedimento adoptado na betonagem dos prismas ...77

Tabela 4.18.: Resultados de ensaio à compressão das carotes ...81

Tabela 4.19.: Resultados dos ensaios de arrancamento directo...85

Tabela 4.20.: Cálculo da tensão de rotura da aderência segundo o EC2 ...91

Tabela 4.21.: Resultados obtidos no ensaio de rotura por compressão simples ...92

Tabela 4.22.: Valores tensão de aderência obtidos...92

(13)

xii

(14)

Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)

(15)

1

1

INTRODUÇÃO

1.1. ÂMBITO E OBJECTIVOS DO TRABALHO

O betão auto-compactável pode-se definir como um betão com propriedades resistentes menos dependentes do processo de colocação em obra, permitindo melhorar significativamente a qualidade final da estrutura, a durabilidade e a vida útil das estruturas. Estas características estão directamente relacionadas com a qualidade da aderência entre o betão e o aço, e entre camadas de betonagens distintas. O betão auto-compactável tem como vantagens escoar pelos moldes devido unicamente ao peso próprio, evitando assim a necessidade de vibração, que pode ser bastante difícil em zonas de acesso complicado ou com grande densidade de armadura.

Os objectivos deste trabalho foram analisar o comportamento da aderência entre aço e betão auto-compactável e entre betões auto-compactáveis com betonagens desfasadas. Como referência também se estudou o comportamento da aderência entre o aço e um betão convencional.

A aderência pode ser entendida como a ligação que existe entre a armadura e o betão, impedindo o deslocamento relativo entre os dois materiais e, consequentemente, diminuindo o aparecimento de fissuração. No entanto, a aderência é afectada pela posição, diâmetro e estado superficial dos varões da armadura, pela composição, compactação e resistência mecânica do betão, pela espessura de recobrimento das armaduras e pela exsudação e segregação do betão antes do seu endurecimento. A fluidez e a coesão do betão auto-compactável minimizam alguns destes efeitos negativos, especialmente nas armaduras da parte superior da secção, em grandes secções de betão armado. Em geral, com o BAC há uma maior homogeneidade da mistura com diminuição da exsudação que elimina os defeitos decorrentes de um deficiente envolvimento das armaduras, encontrados em alguns betões convencionais. As diferenças entre um BAC e um betão convencional fazem antever a existência de diferenças no comportamento da aderência aço-betão quando se utiliza o BAC, daí a necessidade de efectuar mais estudos neste âmbito.

As propriedades do betão no estado endurecido são essenciais para a verificação da segurança das estruturas e para a previsão do seu comportamento ao longo da vida útil. Para avaliar a resistência e o desempenho das ligações de aderência, foram realizados ensaios mecânicos (conhecidos como ensaios de arrancamento) através de provetes prismáticos de betão.

A formação de uma junta fria, decorrente do faseamento de uma betonagem, implica a existência de um ponto fraco no elemento de uma estrutura de betão, no estado endurecido, impedindo a correcta transmissão dos esforços nesta zona do elemento. Por ser uma região de maior porosidade do betão, a falta de ligação, pode facilitar o aparecimento de infiltrações e provocar a corrosão precoce das armaduras.

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Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)_____ ___________________________________________________

2

Num betão convencional os agregados permanecem frequentemente visíveis na superfície após a betonagem, o que aumenta a rugosidade. No caso do betão auto-compactável, como a superfície de contacto não sofre qualquer tipo de tratamento, nem vibração, levanta-se uma questão acerca da força de aderência entre duas camadas de betão resultantes de fases de betonagem distintas.

Têm sido propostos diversos modelos, ao longo das últimas décadas, com o intuito de prever o comportamento do BAC no que diz respeito a viscosidade, a resistência ao bloqueio ou a resistência à segregação no estado fresco, ou a resistência à compressão e à tracção, no estado endurecido. De uma forma sintética, é apresentada no presente trabalho uma revisão de diversos estudos levados a cabo por outros autores, para caracterizar o BAC, quer no estado fresco quer no estado endurecido.

1.2. LIMITAÇÕES DO TRABALHO

Todos os ensaios foram efectuados, utilizando os recursos do LABEST, sediado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Apenas foi testado neste trabalho um tipo de BAC cujos constituintes e quantidades utilizados fundamentaram-se numa composição estudada no âmbito da tese de Mestrado intitulada “Estudo e desenvolvimento experimental de composições de betão auto-compactável. Aferição das suas propriedades mecânicas e durabilidade”, Figueiras (2006). Como referência tentou-se utilizar um betão convencional cujas características mecânicas se aproximassem das características mecânicas do BAC. Relativamente aos varões de armadura apenas se considerou o diâmetro 16 mm.

A distribuição dos agregados num

BAC homogéneo é diferente da distribuição obtida num betão convencional na proximidade da superfície. O conhecimento existente sobre a influência da rugosidade da superfície de contacto do betão na capacidade de aderência entre BAC´s ou entre um BAC e um betão convencional é ainda limitado devido à diversidade de tipos de misturas de betão, tratamentos da superfície e força compressiva aplicados.

1.3. ORGANIZAÇÃO

O presente trabalho está dividido em 5 capítulos:

O primeiro capítulo apresenta-se como sendo a presente introdução.

No segundo capítulo, intitulado “Estado da Arte”, é feita uma revisão do desenvolvimento e conhecimentos sobre o betão auto-compactável, descritos por diversos autores, são indicadas as principais vantagens da utilização deste material e algumas aplicações nas quais foi adoptado o BAC. Para além disso, é feita uma descrição detalhada sobre os ensaios de caracterização do BAC no estado fresco, são referidos os materiais constituintes e apresentados alguns modelos propostos por diversos autores e entidades para a sua composição.

No terceiro capítulo, denominado “Aderência”, é feita uma revisão bibliográfica dos conhecimentos sobre a aderência entre o aço e o betão, dos factores que afectam o seu comportamento, e são também indicados os ensaios que permitem determinar a tensão de aderência aço-betão. Neste capítulo é também feita uma revisão bibliográfica dos conhecimentos sobre a aderência entre camadas de betão

(17)

3

dessa aderência.

No quarto capítulo, “Investigação Experimental”, é efectuada uma descrição detalhada dos materiais utilizados, dos ensaios realizados neste trabalho e são apresentados os principais parâmetros avaliados, seguido, da análise e discussão dos resultados obtidos.

Finalmente, no quinto capítulo, “Conclusões Finais e Proposta para Investigações Futuras”, apresenta-se um breve resumo das conclusões retiradas na elaboração do preapresenta-sente trabalho e propõe-apresenta-se assuntos relevantes para futuros trabalhos de investigação.

(18)

Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)_____ ___________________________________________________

(19)

5

2

ESTADO DA ARTE

2.1. DESENVOLVIMENTO DO BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL

As primeiras investigações do que hoje se conhece como Betão Auto-Compactável (BAC) realizaram-se nos anos 80 na Universidade de Tóquio (Japão). A ideia original deste tipo de betão foi proposta pelo Prof. Okamura com a intenção de solucionar os problemas de falta de homogeneidade do betão convencional e a consequente falta de durabilidade nas estruturas de betão armado, que se haviam detectado e que se atribuíam a deficiente compactação. O objectivo consistia em criar um produto que garantisse uma perfeita compactação, sem que o factor humano fosse uma variável capaz de afectar o produto final. No Japão as dificuldades de compactação são agravadas pelo acréscimo de armadura devido a requisitos relacionados com a acção sísmica. Além disso, o decréscimo de mão-de-obra especializada na indústria da construção japonesa conduziu a uma redução da qualidade da construção. Em 1988 o Professor Ozawa obteve o primeiro protótipo de BAC, utilizando materiais existentes no mercado Japonês. Este protótipo apresentou um desempenho satisfatório no que respeita à retracção, calor de hidratação, densidade após endurecimento, entre outras propriedades, e foi inicialmente denominado de “High Performance Concrete”, simultaneamente, o Prof. Aitcin definiu “High Performance Concrete” (betão de elevado desempenho) como um betão com elevada durabilidade devido à sua baixa razão água/cimento e, por isso, Okamura et al. (1997) alteraram a designação do betão para “Self-Compacting High Performance Concrete (SCHPC)”.

Na Tabela 2.1. identificam-se os principais seminários e conferências que foram realizados nos últimos 20 anos, através dos quais se divulgou o conceito do BAC a nível mundial, e os principais projectos de investigação desenvolvidos nesta área a nível europeu. Neste quadro identificam-se também as recomendações e normas que foram publicadas nos últimos anos em diversos países.

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E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C )_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 6 T a b e la 2 .1 .: P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 1 9 8 9 “S e c o n d E a s t-A s ia a n d P a c if ic C o n fe re n c e o n S tr u c tu ra l E n g in e e ri n g a n d C o n s tr u c ti o n (E A S E C -2 )” – P ri m e ir o a rt ig o s o b re B A C (O z a w a ) 1 9 9 2 “C A N M E T & A C I In te rn a ti o n a l C o n fe re n c e ”, e m Is ta m b u l (T u rq u ia ) – D iv u lg a ç ã o d o c o n c e it o d e “S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” p e lo m u n d o i n te ir o 1 9 9 4 S e m in á ri o A C I s o b re b e tã o d e e le v a d o d e s e m p e n h o p ro m o v id o p e lo P ro f. P a u l Z ia , e m B a n g k o k 1 9 9 6 “F e rg u n s o n L e c tu re b y O k a m u ra ” n a “ A C I F a ll C o n v e n ti o n ”, q u e d e c o rr e u e m “ N e w O rl e a n s ”

(21)

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C ) 7 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s “R e c o m m e n d a ti o n s fo r M ix D e s ig n a n d C o n s tr u c ti o n P ra c ti c e o f H ig h F lu id it y C o n c re te ” e la b o ra d o p e lo “T h e A rq u it e c tu ra l In s ti tu te o f J a p a n ” “M a n u a l fo r M a n u fa c tu ri n g S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” e la b o ra d o p e la “T h e R e a d y -M ix e d C o n c re te I n d u s tr y A s s o c ia ti o n , J a p a n ” 1 9 9 7 C ri a d o o “ S ta te o f th e A rt o f R IL E M T e c h n ic a l C o m m it te e 1 7 4 -S C C ” p re s id id o p o r S k a re n d a h l e P e te rs s o n 1 9 9 7 V á ri a s e m p re s a s e u n iv e rs id a d e s d e ra m i n íc io a u m p ro je c to d e g ra n d e d im e n s ã o f in a n c ia d o p e la C o m u n id a d e E u ro p e ia , “B ri te -E u ra m B E 9 6 -3 8 0 1 – R a c io n a l P ro d u c ti o n a n d Im p ro v e d W o rk in g E n v ir o n m e n t T ro u g h U s in g S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” (1 9 9 7 -2 0 0 0 )

(22)

E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C )_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 8 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 1 9 9 8 O s 2 4 m e m b ro s d a “ P re c a s t C o n c re te I n d u s tr y ” h o la n d e s a ( B E L T O N ) in ic ia ra m u m p ro je c to d e in v e s ti g a ç ã o i n d e p e n d e n te 1 9 9 8 “T h e I n te rn a ti o n a l W o rk s h o p o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” e m K o c h i (J a p ã o ) - “I n te rn a ti o n a l N e tw o rk f o r S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ( S C C -N e t) “ d e s d e F e v e re ir o d e 1 9 9 9 : h tt p :/ /w w w .i n fr a .k o c h i-te c h .a c .j p /s c c n e t/ 1 9 9 9 “T h e J a p a n e s e S o c ie ty o f C iv il E n g in e e rs (J S C E )” p u b lic o u “ R e c o m m e n d a ti o n f o r S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” 1 9 9 9 “F ir s t In te rn a ti o n a l R IL E M “ S y m p o s iu m o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” o rg a n iz a d o p e lo C o m it é T é c n ic o 1 7 4 -S C C d a R IL E M e m E s to c o lm o (S u é c ia )

(23)

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C ) 9 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 1 9 9 9 “3 a s J o rn a d a s d e E s tr u tu ra s d e B e tã o ” e m P o rt u g a l – P ri m e ir o a rt ig o q u e a p re s e n ta v a o c o n c e it o d e s te n o v o m a te ri a l e d o s e u i n te re s s e n o f a b ri c o e c o lo c a ç ã o d o b e tã o e s tr u tu ra l 2 0 0 0 “P ro p e rt ie s o f H a rd e n e d C o n c re te – F in a l R e p o rt – T a s k 4 ”, c o m a p a rt ic ip a ç ã o d e “A d v a n c e d C o n c re te a n d M a s o n ry ( A C M ) C e n tr e ” e “ U n iv e rs it y o f P a is le y ( S c o tl a n d )” 2 0 0 0 “S e m in a r o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te )” e m M a lm ö ( S u é c ia ) 2 0 0 0 “B é to n s A u to p la ç a n ts – R e c o m m a n d a ti o n s P ro v is o ir e s ” p re p a ra d a s p e la “ A s s o c ia ti o n F ra n ç a is e d e G é n ie C iv il (A F G C )” . 2 0 0 1 “S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” d e “ S ta te o f th e A rt R e p o rt o f R IL E M T e c h n ic a l C o m m it te e 1 7 4 -S C C ”

(24)

E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C )_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1 0 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 1 “F if th C A N M E T /A C I In te rn a ti o n a l C o n fe re n c e o n R e c e n t A d v a n c e s i n C o n c re te T e c h n o lo g y ” e m M ic h ig a n ( S in g a p u ra ) 2 0 0 1 “A d v a n c e d C o n c re te a n d M a s o n ry ( A C M ) C e n tr e ”, o rg a n iz o u u m “ W o rk s h o p o n S C C ” e m c o n ju n to c o m a “ T h e C o n c re te S o c ie ty ” 2 0 0 1 “S e c o n d I n te rn a ti o n a l R IL E M S y m p o s iu m o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” e m T ó q u io ( J a p ã o ) 2 0 0 1 “F P 5 B ri te -E u ra m S C C P ro je c t” ( 2 0 0 1 -2 0 0 4 ) – O o b je c ti v o e ra d e s e n v o lv e r o s e n s a io s d e v e ri fi c a ç ã o d a c o n fo rm id a d e d o b e tã o , n o e s ta d o f re s c o

(25)

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C ) 1 1 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 2 “E u ro p e a n F e d e ra ti o n o f N a ti o n a l A s s o c ia ti o n s o f S p e c ia lis t C o n tr a c to rs a n d M a te ri a l S u p p lie rs to t h e C o n s tr u c ti o n I n d u s tr y ( E F N A R C )” p u b lic o u “ S p e c if ic a ti o n a n d G u id e lin e s f o r S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” 2 0 0 2 “F ib C o n c re te S tr u c tu re s i n t h e 2 1 s t C e n tu ry ” e m O s a k a ( J a p ã o ) 2 0 0 2 “F ir s t N o rt h A m e ri c a n C o n fe re n c e o n t h e D e s ig n a n d U s e o f S e lf -C o n s o lid a ti n g C o n c re te ”, e m C h ic a g o ( U S A ) 2 0 0 2 “I n te rn a ti o n a l S y m p o s iu m o n B o n d i n C o n c re te – f ro m R e s e a rc h t o S ta n d a rd s ” e m B u d a p e s te (H u n g ri a )

(26)

E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C )_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1 2 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 2 “S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te , R e c o m m e n d a ti o n s fo r U s e – R e p o rt n º1 0 ” d e “ S w e d is h C o n c re te A s s o c ia ti o n ´s C o m it é ” 2 0 0 3 “H o rm ig ó n A u to c o m p a c ta b le , u n h o rm ig ó n p a ra e l s ig lo X X I” e m V a lê n c ia ( E s p a n h a ) 2 0 0 3 “I n te rn a ti o n a l C o n fe re n c e o n P e rf o rm a n c e o f C o n s tr u c ti o n M a te ri a ls i n t h e N e w M ill e n n iu m (I C P C M )” n o C a ir o ( E g ip to ) 2 0 0 3 In ic io u -s e e m P o rt u g a l p ro je c to d e i n v e s ti g a ç ã o e m c o n s ó rc io B A C P O R -“ D e s e n v o lv im e n to d e u m a T e c n o lo g ia R o b u s ta p a ra o F a b ri c o , T ra n s p o rt e e A p lic a ç ã o d o B e o A u to -C o m p a c v e l” , o n d e p a rt ic ip a ra m a F E U P , o G ru p o M o ta -E n g il, a S ik a e a M a p re l e q u e c o n to u c o m o a p o io f in a n c e ir o d a A d i-A g ê n c ia d e I n o v a ç ã o

(27)

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C ) 1 3 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 3 “S ix th C A N M E T /A C I In te rn a ti o n a l C o n fe re n c e o n R e c e n t A d v a n c e s i n C o n c re te T e c h n o lo g y ”, e m B u c a re s te ( R o m é n ia ) 2 0 0 3 “T h ir d I n te rn a ti o n a l R IL E M S y m p o s iu m o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” e m R e y k ja v ik ( Is lâ n d ia ) 2 0 0 3 “I n te rn a ti o n a l C o n fe re n c e o n R e c e n t T re n d s i n C o n c re te T e c h n o lo g y & S tr u c tu re s – IN C O N T E S T 2 0 0 3 ”, e m C o im b a to re ( Ín d ia ) 2 0 0 4 F u n d a d o o “ S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te E u ro p e a n G ro u p ” (B IB M , C E M B U R E A U , E F C A , E F N A R C , E R M C O ) q u e p u b lic o u , e m M a io d e 2 0 0 5 , o g u ia “ T h e E u ro p e a n G u id e lin e s f o r S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te – S p e c if ic a ti o n , P ro d u c ti o n a n d U s e ”

(28)

E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C )_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1 4 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 4 “G ro w th P ro je c t – G R 2 -2 0 0 0 -3 0 0 2 4 ” c o m p a rt ic ip a ç ã o d a A le m a n h a , S u é c ia , H o la n d a , In g la te rr a , D in a m a rc a , Is lâ n d ia , F ra n ç a e B é lg ic a – o b je c ti v o s o ri e n ta v a m -s e n a n o rm a liz a ç ã o d o B A C 2 0 0 4 T e c h n ic a l C o m m it te e 2 0 5 -D S C – D u ra b ili ty o f S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te 2 0 0 5 “F ir s t In te rn a ti o n a l S y m p o s iu m o n D e s ig n , P e rf o rm a n c e a n d U s e o f S e lf -C o n s o lid a ti n g C o n c re te ( S C C 2 0 0 5 )” e m C h a n g s h a ( C h in a ) 2 0 0 5 “S e c o n d N o rt h A m e ri c a n C o n fe re n c e o n D e s ig n a n d U s e o f S e lf -C o n s o lid a ti n g C o n c re te ” e o “F o u rt h I n te rn a ti o n a l R IL E M S y m p o s iu m o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” e m C h ic a g o ( U S A )

(29)

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C ) 1 5 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 5 “G u ia P rá c ti c a p a ra l a U ti liz a c ió n d e l H o rm ig ó n A u to c o m p a c ta n te ” d o “ In s ti tu to E s p a ñ o l d e l C e m e n to y s u s A p lic a c io n e s ( IE C A )” “C o n s e je rí a d e O b ra s P ú b lic a s y T ra n s p o rt e d e la J u n ta d e A n d a lu c ía ” p u b lic o u a s “R e c o m e n d a c io n e s p a ra l a F a b ri c a c ió n , T ra n s p o rt e y P u e s ta e n O b ra d e l H o rm ig ó n A u to c o m p a c ta n te ” e m S e v ilh a ( E s p a n h a ) 2 0 0 6 “T h e E u ro p e a n G u id e lin e s f o r S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te – S p e c if ic a ti o n , P ro d u c ti o n a n d U s e ”, “D ir e c tr ic e s E u ro p e a s p a ra e l H o rm ig ó n A u to c o m p a c ta n te – E s p e c if ic a c io n e s , P ro d u c c ió n y U s o ”, p ro m o v id a p e la s q u a tr o a s s o c ia ç õ e s e s p a n h o la s A N D E C E , A N E F H O P , A N F A H e I E C A 2 0 0 6 “R IL E M T e c h n ic a l C o m m it te e 1 8 8 -C S C : C a s ti n g o f S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ”

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E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C )_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1 6 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 7 P u b lic a ra m -s e a s p ri m e ir a s n o rm a s U N E p a ra a a v a lia ç ã o d a a u to -c o m p a c ta b ili d a d e 2 0 0 7 O “ A m e ri c a n C o n c re te I n s ti tu te C o m m it te e 2 3 7 ” p u b lic o u o d o c u m e n to “ S e lf -C o n s o lid a ti n g C o n c re te ( A C I 2 3 7 R -0 7 )” 2 0 0 7 “F if th I n te rn a ti o n a l R IL E M S y m p o s iu m o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” e m G h e n t (B é lg ic a ) 2 0 0 7 “R IL E M T e c h n ic a l C o m m it te e T C 2 0 5 -D S C : D u ra b ili ty o f S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ” 2 0 0 7 T e c h n ic a l C o m m it te e 2 2 8 -M P S – M e c h a n ic a l p ro p e rt ie s o f s e lf -c o m p a c ti n g c o n c re te

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_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C ) 1 7 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 7 p rE N 1 2 3 5 0 -8 – “ T e s ti n g f re s h c o n c re te – P a rt 8 : S e lf -c o m p a c ti n g c o n c re te – S lu m p -f lo w t e s t” p rE N 1 2 3 5 0 -9 – “ T e s ti n g f re s h c o n c re te – P a rt 9 : S e lf -c o m p a c ti n g c o n c re te – V -f u n n e l te s t” p rE N 1 2 3 5 0 -1 0 – “ T e s ti n g f re s h c o n c re te – P a rt 1 0 : S e lf -c o m p a c ti n g c o n c re te – L b o x t e s t” p rE N 1 2 3 5 0 -1 1 – “ T e s ti n g f re s h c o n c re te – P a rt 1 1 : S e lf -c o m p a c ti n g c o n c re te – S ie v e s e g re g a ti o n t e s t” p rE N 1 2 3 5 0 -1 2 – “ T e s ti n g f re s h c o n c re te – P a rt 1 2 : S e lf -c o m p a c ti n g c o n c re te – J -r in g t e s t” 2 0 0 8 “1 e r C o n g re s o E s p a ñ o l s o b re H o rm ig ó n A u to c o m p a c ta n te ( H A C 2 0 0 8 )” e m V a lê n c ia (E s p a n h a ) 2 0 0 8 “1 1 th I n te rn a ti o n a l C o n fe re n c e o n D u ra b ili ty o f B u ild in g M a te ri a ls a n d C o m p o n e n ts ( 1 1 D B M C )” e m I s ta m b u l (T u rq u ia )

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E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C )_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1 8 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 8 A “ A s o c ia c ió n C ie n tí fi c o -T é c n ic a d e l H o rm ig ó n E s tr u c tu ra l (A C H E )“ p u b lic o u “ H o rm ig ó n A u to c o m p a c ta n te : D is e ñ o y A p lic a c ió n ” e m M a d ri d ( E s p a n h a ) 2 0 0 8 “I n te rn a ti o n a l P h D W o rk s h o p o n D u ra b ili ty o f R e in fo rc e d C o n c re te ”, e m Z a g re b ( C ro á c ia ) 2 0 0 8 A “ C o m is ió n P e rm a n e n te d e l H o rm ig ó n ”, c o m a a p ro v a ç ã o d o “ C o n s e jo d e M in is tr o s ”, p u b lic o u a “ In s tr u c c ió n d e H o rm ig ó n E s tr u c tu ra l E H E -0 8 ”, q u e v e io s u b s ti tu ir a “ In s tr u c c ió n E H E -9 8 ” a n te ri o r, i n tr o d u z in d o a lg u m a s n o v id a d e s n o m e a d a m e n te a i n c o rp o ra ç ã o d e n o v o s m a te ri a is n ã o i n c lu íd o s a té à d a ta ( b e tã o re c ic la d o , b e tã o a u to -c o m p a c tá v e l, b e tã o c o m fi b ra s , e tc .) , n o m e a d a m e n te o s a n e x o s 1 7 e 2 1 re fe re n te s a r e c o m e n d a ç õ e s p a ra B e tã o A u to -C o m p a c tá v e l

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_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E s tu d o d a A d e n c ia n o B e o A u to -C o m p a c v e l (B A C ) 1 9 T a b e la 2 .1 ( c o n ti n u a ç ã o ). : P ri n c ip a is s e m in á ri o s /c o n fe rê n c ia s , p ro je c to s d e i n v e s ti g a ç ã o e r e c o m e n d a ç õ e s e n o rm a s A n o S e m in á ri o s /C o n fe n c ia s P ro je c to s d e I n v e s ti g a ç ã o e C o m it é s T é c n ic o s R e c o m e n d a ç õ e s e N o rm a s 2 0 0 8 “T h ir d N o rt h A m e ri c a n C o n fe re n c e o n t h e D e s ig n a n d U s e o f S e lf -C o n s o lid a ti n g C o n c re te ”, e m I lli n o is , C h ic a g o ( U S A ) 2 0 0 9 “S e c o n d I n te rn a ti o n a l S y m p o s iu m o n D e s ig n , P e rf o rm a n c e a n d U s e o f S C C ( S C C 2 0 0 9 )” e m B e iji n g ( C h in a ) 2 0 0 9 “7 th A s ia P a c if ic S tr u c tu ra l E n g in e e ri n g a n d C o n s tr u c ti o n C o n fe re n c e ” e o “ 2 n d E u ro p e a n A s ia n C iv il E n g in e e ri n g F o ru m ( A P S E C -E A C E F 2 0 0 9 )” , e m L a n k a w i (M a lá s ia ) 2 0 1 0 “2 º C o n g re s s o I b é ri c o s o b re B e tã o A u to -c o m p a c tá v e l (B A C 2 0 1 0 )” e m G u im a rã e s (P o rt u g a l) 2 0 1 0 R e a liz a r-s e -á a “ F o u rt h N o rt h A m e ri c a n C o n fe re n c e o n t h e D e s ig n a n d U s e o f S e lf -C o n s o lid a ti n g C o n c re te ”, e m M o n tr é a l (C a n a d á ) e o “ S ix th I n te rn a ti o n a l R IL E M S y m p o s iu m o n S e lf -C o m p a c ti n g C o n c re te ”

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Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)________________________________________________________

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2.2. DEFINIÇÃO DE BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL

O betão auto-compactável pode-se definir como um betão capaz de fluir no interior da cofragem, preenchendo-a, passando entre os varões da armadura, e consolidar unicamente sob a acção do próprio peso, sem necessidade de vibração (nem outro tipo de compactação). Além disso, a composição do betão deve ser homogénea após a colocação, ou seja, deve ter uma boa resistência à segregação. Para que isto seja possível é necessário um comportamento adequado do betão auto-compactável no estado fresco. A auto-compactabilidade exige elevada fluidez da mistura, com suficiente viscosidade e coesão entre os componentes, para garantir um fluxo contínuo e uniforme em toda a massa, sem exibir segregação e sem que se produza bloqueio do betão entre os varões da armadura, ou nas zonas estreitas da cofragem. A elevada fluidez confere ao betão a capacidade de se mover livremente e preencher o interior da cofragem, sem necessidade de vibração. A viscosidade e coesão moderadas evitam a segregação dos componentes garantindo a uniformidade e homogeneidade do material durante colocação e após a colocação.

Neste sentido, a facilidade de preenchimento e passagem entre as armaduras são parâmetros essenciais na definição das prestações destes betões. Estas propriedades essenciais do BAC apresentam certo antagonismo, já que um aumento da fluidez leva a uma perda de viscosidade da pasta, o que pode aumentar a tendência à segregação. Estes betões exigem um equilíbrio estável entre a elevada fluidez e a boa resistência à segregação durante todo o tempo que implique o transporte e a sua colocação em obra.

Do ponto de vista da mistura, os parâmetros de máxima relação água/cimento (a/c) e a mínima quantidade de cimento a empregar, são controlados e regulados em função da agressividade do ambiente a que vai estar submetido o betão para garantir certa durabilidade. No entanto, uma aplicação em obra inadequada (desde um tempo de transporte excessivo, adição de água no camião ou mesmo a aplicação inadequada de vibração) pode fazer com que o betão perca todas as suas propriedades, pondo em risco a durabilidade da estrutura. O problema reside em que, enquanto a concepção da mistura em laboratório pode ser bem controlada, o sucesso da aplicação em obra depende de diversos factores, nomeadamente, a qualificação da mão-de-obra para o uso do BAC, controle de qualidade dos materiais constituintes, variação das condições ambientais, o tipo de aplicação, etc.

2.3. VANTAGENS E APLICAÇÕES DO BETÃO AUTO-COMPACTÁVEL

O betão auto-compactável responde à necessidade de se desenvolver um betão cujas propriedades resistentes sejam menos dependentes do processo de colocação em obra (em particular, da necessidade de compactação por vibração), permita obter maior homogeneidade do material ao longo da estrutura, melhorando significativamente a qualidade final da obra, a durabilidade e a vida útil das estruturas. Ao eliminar a necessidade de utilização de meios de compactação, diminui-se o nível de ruído provocado pelos vibradores, melhora-se o ambiente de trabalho da obra e reduz-se os incómodos nas edificações vizinhas, melhorando as condições de segurança e saúde dos trabalhadores. Outro aspecto a ter em conta é a economia na construção, já que permite obter uma maior produtividade, reduzindo o prazo de execução da obra e os custos com a mão-de-obra e os equipamentos de vibração. Para condições de difícil colocação, o BAC é capaz de dar uma resposta eficaz a novos desafios estruturais, como estruturas muito esbeltas e/ou com elevada concentração de armaduras, onde a compactação por vibrador de agulha é muito difícil e onde surgem frequentemente sérios problemas na qualidade do

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betonagem. Além disso, as propriedades do BAC permitem o desenvolvimento de novos procedimentos de bombagem e preenchimento de cofragens.

As vantagens associadas à utilização deste tipo de betão tem sido demonstrada num número de aplicações crescente em diversos países (por exemplo, Japão, Suécia, França, Espanha, Holanda, Reino Unido, Suíça, Dinamarca, Islândia, Canadá, Austrália, Tailândia, Dubai, Brasil e Portugal) em:

• Pontes;

Figura 2.1.: Ponte Akashi-Kaikyo (Japão)

• Pré-fabricação; • Edifícios;

Figura 2.2.: Edifício habitacional (Suécia)

• Colunas de aço preenchidas com betão; • Túneis;

• Barragens; • Tanques;

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Estudo da Aderência no Betão Auto-Compactável (BAC)________________________________________________________

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Figura 2.3.: Tanque destinado ao armazenamento de gás natural liquefeito (Japão)

• Secções com elevada percentagem de armadura e cofragens complexas; • Secções delgadas;

Figura 2.4.: Viga de edifício do Alto Parque (Portugal)

• Trabalhos de reabilitação; • Trabalhos de reparação;

• Trabalhos de reforço de estruturas.

Referências

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