MARIANA
FERREIRA
DAMO
TUMOR
DE
MEDIASTINO
NA
CRIANÇA.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso
de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS-SANTA
CATARINA
TUMOR
DE
MEDIASTINO
NA
CRIANÇA.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso
de Graduação
em
Medicina.Coordenador
do Curso:
Prof. Dr.Edson
JoséCardoso
Orientador: Prof. Dr. JoséAntonio
de Souza
FLORLANÓPQLIS-SANTA
CATARINA
Ao
Dr. José Antonio de Souza, pelo conhecimento e constante presençana
realização deste trabalho.
Aos meus
pais, por estarem sempre aomeu
lado.À
minha
irmã, pelo carinho e compreensão.À
minha amiga
e dupla de intemato Gabriela Didoné, pelo apoio e amizade.Aos meus
amigos, pelo companheirismo.O
mediastino é delimitado pelo diafragrnana
sua parte inferior, pleuraparietal laterahnente,
estemo
na
fiente, coluna vertebral e costelas adjacentes atrás,e intróito torácico
na
parte superiorl. Parafms
práticos,tem
sido divididoem
anterior,
médio
e posterior; ondeo
compartimento anteriortem
como
limite aporção posterior
do estemo
à frente, e posteriormente,uma
linha imagináriaformada
pela face anterior dos grandes vasos e pericárdio; o posterior está limitadoanteriormente pelo coração e pericárdio, e posteriormente, pelos corpos vertebrais e costelas adjacentes; o médio' está entre os limites do mediastino anterior e
do
posteriorl.
A
importância dessa divisão estána
predileção que determinadasdoenças apresentam por
um
desses compartimentosz.Na
criança, as massas mediastinaisformam
mn
grupo heterogêneo de lesões congênitas, infecciosasou
neoplásicas3. Essas neoplasiaspodem
originar-se deestmturas próprias do mediastino
ou
de estruturas extra-mediastinais que o invadem4.O
mediastinotem
sido descritocomo
sítio de origem da maioria dostumores malignos torácicos
na
idade pediátrica3.i
A
incidência de cistos e tumores primáriosdo
mediastinoem
criançastem
sido estimadaem
uma
para cada 3.400 admissõesem
hospitais terciários, o quecorresponde a aproximadamente 0,03%. Sessenta e sete por cento desses estão localizados
no
compartimento posterior,20%
no
anterior e11%
no
médiol.Segundo Ximenes
Nettol,70%
de todas asmassas
mediastinais são constituídaspelos tumores neurogênicos, cistos enterógenos e o grupo dos linfomas,
Hodgkin
O
mediastino posteriortem
sido descritocomo
localização preferencial detumores
como
neuroblastoma, ganglioneuroma e cisto neurentérico.No
médio
surgem
preferencialmente linfomas e cistos broncogênicos.Timoma,
teratoma ehemangioma
têm
predileção pelo mediastino anterior. Linfomastêm
sido relatadostambém
nesse compa1timento1°5°6.Com»
freqüência os pacientes apresentam-se assintomáticos ao diagnóstico,sendo o
tumor
um
achado radiológico2”4'5.Os
sintomas,quando
presentes,podem
ser distribuídos
em
inespecíficos, secundários à compressão de estmturas vizinhas, e por síndromes sistêmicas.Os
inespecíficos são desconforto torácico, astenia,perda de peso,
mal
estar, entre outros.Os
compressivos são tosse, sibilos, dispnéia, infecção recorrente, por compressão traqueobrônquica; disfagia, sialorréia, porcompressão esofágica; síndrome compressiva da veia cava superior;
tamponamento
cardíaco; ClaudeBemard-Homer,
por compressão neurológica.As
manifestações sistêmicas são conseqüentes 'às secreções endócrinas por partedo tumor
(tireotoxicose, hipercalcemia, etc.)
ou
ainda de natureza não muitobem
determinada,
como
na
associação entre miastenia gravis e timo, febre de Pel- Ebstein e doença de Hodgkin1'2°4.Segimdo
Lobo
et al3, a sintomatologia varia de acordocom
a localizaçãodo
tumor,
com
a infiltração local ecom
a presença de metástases à distância.Tumores
e cistos
no
mediastino anterior, etambém
no médio
situados superiormente, sãopropensos a produzir sintomas respiratórios e cardiovasculares devido à
compressão dos brônquios principais, coração e vasos da base.
Os
do mediastino posterior e baixospodem
atingir silenciosamente grandes volumes,mas
quando
penetram
no
canal raquiano ecomprimem
a medula,podem
causar graves e irreversíveis lesões neurológicasió.Na
avaliaçãoda
etiologia deum
tumor
do mediastino (TM),uma
radiografia simples de tórax, fiente e perfil,tem
sido descritacomo
oexame
mais importanteno
sentido de definjr a posição e extensão do tumor; pois ao localizar amassa
em
um
dos compartimentos, possibilita o diagnóstico presuntivo pré-operatório, baseando-se nas localizações preferenciais das massas mediastínicas1”2”7.A
tomografia
computadorizada(TC) pode
esclarecer a localização da massa,o contorno, e seu relacionamento
com
outras estruturas vizinhasl,além
de mostrar a densidade radiológica, diferenciando entre tumores sólidos e císticos4.A
ressonância nuclear magnética(RNM)
tem
sido indicadano
estudo de tumores neurogênicoscom
provávelcomprometimento
vascularou
do canal medular4.Outros
exames
deimagem
como
a ultra-sonografia (USG), estudo contrastadodo
esôfago, cintilografia, aortografia,podem
ser usados tanto paraauxiliar
no
diagnósticocomo
para planejamento cir(1rgico4°5.A
mediastinoscopiatem
sido utilizadacomo
método
auxiliarno
diagnóstico de certos tumores, sendoindicada
quando há
suspeita deum
tumor
localizadono
mediastinomédio ou
anterior, e nos quais se pretende excluir
ou confirmar
tumores de origem linfáticaou
metástases de outros carcinomasno
mediastinos. Filler et als referiram não usaresse
exame
como
método
diagnósticoem
crianças,não
sendorecomendado
pois amassa pode
estar intimamente relacionadacom
vasos importantes e o procedimentoresultar
em
hemorragia incontrolável.O
mielograma tem
sido descritocomo
necessárioem
criançascom
hipótesediagnóstica de linfoma
ou
neuroblastoma para avaliar ocomprometimento
damedula
óssea, analisando celularidade total, relação granulócitos/eritrócitos,, . . . , A 1,5,9
Exames
laboratoriaiscomo
hemograma
completo, ácido úrico sérico, fosfatase alcalina, testes de função renal, transaminases,têm
sido relatadoscomo
necessários para avaliação clínicado
paciente4'9.Dependendo
da localização e caracteristicas damassa
mediastinal sãoindicados outros
exames
como
o teste tuberculinico, excreção do ácido vanilmandélico e biópsia demedula
óssea5.O
diagnóstico, baseado nosexames
radiológicos e laboratoriais,
tem
sidoconfirmado
pela biópsiaou
pela ressecçãodo
tumor7°8.No
TM
a exérese totaltem
sido realizada sempre que possível,com
exceçãodo
linfoma, onde aremoção
cirúrgica damassa
mediastinal não é indicada, anão
ser nos casos de compressão das vias aéreas”.Nos
portadores de tumores malignosou quando não
é possível a exérese total, é utilizadano
préou
pós-operatório, aquimioterapia, radioterapia
ou
acombinação
de ambas, de acordocom
o tipo e estadiamentodo tumor
diagnosticado2°4'6”8.O
prognóstico dependedo
tipo e estadiodo tumor
encontrado.Quando
a exérese total é possível e otumor não
possuicomponente
maligno, o prognóstico geralmente é bom2”4. Já os tumores malignospodem
recidivar, tendoum
prognóstico mais reservado2°4”8.Com
intuito dechamar
a atenção para a diversidade de sintomas dostumores
do
mediastino, assimcomo
dar ênfase à importânciado
diagnóstico2.
OBJETIVO
Analisar pacientes portadores de
tumor
de mediastino intemadosno
HospitalInfantil Joana de
Gusmão
no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de3.
MÉTODO
_
Em
um
estudo clinico, descritivo e retrospectivoforam
analisados 59prontuários de pacientes portadores de
tumor
de mediastino, intemadosno
HospitalInfantil Joana de
Gusmão
(HIJG),em
Florianópolis, Santa Catarina, entre 01 dejaneiro de 1980 a 31 de
dezembro
de 2000.Os
prontuários foram fornecidos pelo Serviço de ArquivoMédico
e Estatísticodo
HIJG.Foram
coletados dados sobre: sexo, procedência, idade ao diagnóstico,quadro clínico, localização da massa, tipo
do
tumor,exames
deimagem
e laboratoriais, procedimentos cirúrgicos diagnósticos e tratamento realizado.Quanto
à procedência, os pacientesforam
distribuídos conforme amesorregião de origem (segundo os critérios
do
Instituto Brasileiro deGeografia
eEstatísticas- IBGEIO): procedentes da mesorregião da
Grande
Florianópolis e deoutras mesorregiões de Santa Catarina.
Segimdo
a idade, os pacientesforam
distribuídos utilizando-se a classificaçãode Murahovschiu,
conforme
o quadro I.Quadro
I- Classificação por faixa etária segundo Murahovschin.Período neonatal O a 28 dias
Lactente
29
dias a 2 anosPré-escolar 2 a 7 anos Escolar 7 a 10 anos Pré-puberal 10 a 12-14 anos Puberal 12-14 a 14-16 anos /> `s
Foram
considerados pré-puberes os pacientes de 10 a 12 anos e púberes os de12 a 16 anos.
Quanto
ao quadro clínico,foram
analisados dados daanamnese
eexame
físico
no
momento
do diagnóstico.Os
sinais e sintomas analisados foram:desconforto torácico, tosse, dispnéia, perda de peso, disfagia, síndrome
compressiva da veia cava superior, síndrome de
Homer,
entre outros.A
localização dotumor
foi analisada conforme divisãodo
mediastinoem
compartimento anterior,
médio
e posteriorl.O
tipodo tumor
foi classificadocom
baseem
informações obtidas daevolução diária dos pacientes e
no
resultado doexame
anátomo-patológico.Os
exames
deimagem
analisados foram: radiografia de tórax,tomografia
computadorizada, ressonância nuclear magnética, radiografia contrastada de
esôfago, ultra-sonografia, entre outros.
Foram
analisadosexames
laboratoriaiscomo
hemograma,
marcadorestumorais e mielograma.
Procedimentos cirúrgicos diagnósticos
como
biópsiado tumor
por agulhafina
ou
a céu aberto, biópsia ganglionar e biópsia demedula
óssea,foram
analisadosquando
realizados.Segimdo
o tratamento, os pacientesforam
distribuídos entre aqueles querealizaram excisão cirúrgica, quimioterapia (QT), radioterapia (RT),
ou alguma
4.
RESULTADOS
Tabela I- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
de mediastino internadosno
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000, segundo o sexo,em
número
(n) eem
percentual (%).Sexo
n
%
Masculino
29
49,15Feminino 30 50,85
Total 59 100,00
Fem;
SAME- HIJG, 1980- 2000.Tabela II- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
de mediastino internadosno
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000, segundo a procedência,em
número
(n) eem
percentual (%).Procedência
n
%
Grande
Florianópolis 19 32,20Outras mesorregiões 40 67,80
Total ~
5 9 100,00
Tabela III- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
de mediastinointemados
no
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000, segundo a faixa etária ao diagnóstico,em
número
(n) eem
percentual (%). Faixa etárian
%
Período neonatal 02 3,39 Lactente 17 28,81 Pré-escolar 20 33,90 Escolar 07 1 1,86 Pré-puberal 08 13,56 Puberal 05 8,47 Total 59 100,00FONTE: SAME- HIJG, 1980- 2000.
A
idade dos pacientesno
momento
do
diagnóstico variou de 1 dia de vida aTabela IV- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
de mediastinointemados
no
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000, segundo a localizaçãodo
tumorno
mediastino,em
número
(n) eem
percentual (%). Localizaçãon
%
Posterior 35 60,34 Anterior 12 20,69Médio
1 1 18,97 Total 58 100,00Fom-Ez SAME- HIJG, 1930- 2000.
Em
1 paciente portador de linfomanão
foi possível definir a localização deorigem
do
tumor, estando esteocupando
o mediastinomédio
e o anterior aodiagnóstico.
Dos
35 tumores localizadosno
mediastino posterior somente 3não
eram
deTabela
V-
Distribuição dos pacientes portadores detumor
de mediastino internadosno
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000, segundo o diagnóstico e localização do tumor,em
número
(n) eem
percentual (%). Diagnóstico Localização%
NeuroblastomaLinfoma
Teratoma
Ganglioneuroma GanglioneuroblastomaRabdomiossarcoma
Lipoma
Timolipoma
LinfangiomaNeurofibrossarcoma
Hamafioma
vascular Posterior AnteriorMédio
Anterior Posterior Posterior Posterior Anterior PosteriorMédio
AnteriorMédio
Posterior Anterior 32,20 20,34 11,86 11,86 8,47 5,08 3,39 1,69 1,69 1,69 1,69 Total 1 100,00FONTE: SAME- HIJG, 1980- 2000.
Dos
pacientescom
linfoma otumor
estava localizadono
mediastinomedio
em
8 casos,no
anteriorem
3, eem
1não
foi possível determinar a localizaçãono
momento
do
diagnóstico.Em
6 dos pacientescom
teratoma a localização era mediastino anterior, eem
Tabela VI- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
demediastmo
internados
no
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de1980 a 31 de
dezembro
de 2000, segundo o quadro clinicono
momento
do
diagnóstico,em
número
(n) eem
percentual (%).Quadro
Clínico%
Dispnéia Assintomático Tosse Perda de peso Desconforto torácico FebreAbaulamento
em
região torácicaAumento
devolume
em
região cervicalLinfonodomegalia periférica
Diminuição de força
em
membros
inferioresSíndrome de
Homer
Outros* 37,29 33,90 13,56 13,56 11,86 11,86 6,78 6,78 5,08 5,08 3,39 11,86* Outros: vômitos, anorexia, disfagia, dor lombar, dor abdominal, cefaléia, astenia e síndrome de compressão da veia cava superior.
Nos
pacientes assmtomáticos otumor
foium
achado radiológico após quadro de infecção respiratória.Dos
pacientes sintomáticos 16 apresentaram 1 sintoma, sendo a dispnéia omais freqüente a aparecer isoladamente. Treze crianças tiveram 2 sintomas , onde a
dispnéia associada
com
desconforto torácicoou
tosse foi o mais freqüente.Dez
pacientes apresentaram 3 sintomasou
mais.Das
com
tumor
localizadono
mediastino anterior (12), 3eram
assintomáticas, e das sintomáticas (9) todas apresentaram dispnéia, isolada (3)
ou
associada
com
outro sintoma (6)como
desconforto torácico, tosse, perda de pesoou
astenia.D
Quando
otumor
tinhacomo
localização o mediastinomédio
as crianças (l 1)apresentaram sintomas
como
dispnéia, linfonodomegalia periférica, febre, perda de peso, disfagia e tosse.Dos
35 pacientescom
tumor no
mediastino posterior, 17eram
assintomáticosao diagnóstico. Quatro apresentaram abaulamento
em
região torácica (destes, 3apresentaram associado enfraquecimento dos
membros
inferiores), dois síndrome deHomer,
1 dispnéia associada à síndrome da veia cava superior, e os outros (1 1)sintomas
como
tosse, dispnéia, perda de peso, dor lombar, febre e dor abdominal.Os
3 pacientescom
rabdomiossarcoma apresentaram dispnéiano
momento
do
diagnóstico, e 1 deles tinha tosse associada.Nenhuma
das 12 criançascom
linfoma era assintomática, sendo perda de pesoem
6, dispnéiaem
5 e febreem
5 os sintomas que mais apareceram.Dos
32 pacientescom
tumores de origem neurogênica, 16eram
assintomáticosquando
do diagnóstico.As
duas criançascom
síndrome deHorner
abaulamento torácico tiveram
como
diagnósticotumor
neurogênico, sendo que 3 tiveram associado enfraquecimento demembros
inferiores.Com
relação aosexames
e procedimentos realizadosforam
estudados 57casos, tendo
em
vista que 2 crianças realizaram a investigação diagnósticaem
outro serviço sendo encaminhadas somente para tratamento.Tabela VII- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
de mediastino internadosno
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
periodo de 01 de janeiro de1980 a 31 de
dezembro
.de 2000, segundo osexames
deimagem
realizados,em
número
(n) eem
percentual (%).Exames
n
%
Radiografia simples de tórax 57 100,00
TC
de tórax 39 68,42USG
de tórax 27 47,37Radiografia de esqueleto 20 35,09
USG
deabdome
18 31,58Urografia
excretora 05 8,77Radiografia contrastada de esôfago 05 8,77
RNM
de tórax 04 7,02TC
deabdome
04 7,02Outros* 13 22,81
*Outrosz radiografia de crânio, radiografia de coluna cervical, radiografia de abdome, cintilografia óssea,
eeocardiograma e mielografia.
TC= tomografia computadorizada; USG= ultra-sonografia;
RNM=
ressonância nuclear magnética FONTE: SAME- HIJG, 1980- 2000.massa
em
100%
dos casos.A
ultra-sonografia possibilitou a diferenciaçãodo tumor
em
sólidoou
císticonos
27
pacientes que realizaram o exame.Em
3 das 5 crianças que realizaram a radiografia contrastada de esôfago oexame
mostrou alterações.Tabela VIII- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
demediastmo
intemados
no
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de1980 a 31 de
dezembro
de 2000, segimdo osexames
laboratoriais realizados,em
número
(n) eem
percentual (%).Exames
%
Hemograma
Mielograma
Ácido vanilmandélico Alfa-feto proteína Teste tuberculínicoHormônio
gonadotrófico coriônicoBAAR
100,00 54,38 33,33 10,53 8,77 8,77 1,75BAAR=
pesquisa no escarro do bacilo álcool-ácido resistente.Das
31 crianças que realizaram mielograma 3 tiveramcomo
resultadocomprometimento da medula
óssea.Tabela IX- Distribuição dos pacientes portadores de
tumor
de mediastinointemados
no
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000, segimdo os procedimentos diagnósticos realizados,em
número
(n) eem
percentual (%).Procedimentos
n
%
Biópsia
do
tumor
a céu aberto ll 19,30Biópsia ganglionar
09
15,79Punção
pleural 104 7,02Biópsia
do tumor
por agulha 03 5,26Punção
lombar 02 3,51Biópsia de
medula
óssea 01 1,75FONTE: SAME- HIJG, 1980- 2000.
Vinte e cinco crianças realizaram
algum
procedimento diagnóstico.Somente
3
foram
submetidas a mais de 1 destes procedimentos.Os
procedimentoforam
realizados, sempre que possível,dando
prioridade aos demenor
risco para o paciente.Tabela
X-
Distribuição dos pacientes portadores detumor
de mediastino intemadosno
Hospital Infantil Joana deGusmão, no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000, segundo o tratamento realizado,em
número
(n) eem
percentual(%)- Tratamento
n
%
Excisão cirúrgica 23 38,98 Excisão cirúrgica+
QT
14 23,73QT
1 1 18,64QT
+
RT
07 1 1,86 Excisão cirúrgica+
QT
+
RT
04 6,78 Total 59 100,00 QT=QurMioTERAP1A; RT=RAD1o'rERAP1AFoNu‹:: SAME- HIJG, 1980- 2000.
Nas
59 crianças estudadas foi realizado tratamento de acordocom
o tipodo
5.
DISCUSSÃO
Os
tumoresdo
mediastino(TM)
em
crianças representamum
desafio
diagnóstico, tanto pela sua apresentação clínica, que varia de assintomática a
quadros
com
sintonras graves e significantes, assimcomo
pela sua diversidade, exigindoum
exercício diagnóstico afm
da sua elucidação e conduta terapêutica”.Segrmdo
a literatura pesquisada nãotem
sido descrita predileção dosTM
na
criança, pelo sexo, e
quando há alguma
diferença o predomínio édo
masculino,como
ocorre nos linfomasnão
Hodgkin
onde essa predominância é universalmentemencionada2T3'8”9”l2'l3°”. Neste estudo
não houve
diferença significativa deincidência entre os sexos (Tabela I).
No
presente estudo40
(67,80%) das criançasnão
eram
procedentes daGrande
Florianópolis, o quepode
ser justificado pela procura porum
centro de referência para investigação e tratamento (Tabela II).A
idade ao diagnóstico varia muito de acordocom
o tipo de tumor, sendo que a maioria dos casos descritosna
literatura estudadaforam
de lactentes e criançasno
período pré-escolar3”9”12°13°15°16”17”18”l9.Nessa
casuística aproximadamente62,70%
dos casos ocorreram nesta faixa etária (Tabela III).-
Ximenes
Nettol relatou havernítida prevalência dos
TM
posterior, seguidopelo compartimento anterior e
em
menor
proporção pelo médio.Dados
semelhantesforam
encontrados nesse estudo, onde 35 (60,34%) dos tumores estavamlocalizados
no
mediastino posterior, 12 (20,69%)no
anterior e ll (18,97%)no
médio. Esse percentual para os
TM
posteriorpode
ser explicado pelo grandeDe
acordocom
a literatura pesquisada a maioria dos tumores localizadosno
mediastino posterior é representada pelos tumores de origem neurogênica1°3°5. Isso foi observadono
presente trabalho,onde
somente 3 de 35 tumores nestecompartimento
não
tinham essa origem.Os
tumores neurogênicostêm
origemem
qualquer estrutura nervosa dentrodo
tórax,compreendendo
a cadeia simpáticaou
nervos intercostais.Tem
sidoreferido que esses tumores
compreendem
de 10 a34%
de todas as massasdo
mediastino1°5, percentual abaixo do encontrado nesse estudo, que foi de 54,22%.
Fato esse que poderia ter sido influenciado pelo
pequeno
número
de casos analisados (Tabela V).Os
linfomastêm
sido apontadoscomo
causas significantes de morbidade e mortalidadena
infância, e segundo Porta et al9em
28%
a localização primária dotumor
é o mediastino.Lobo
et al3 relataramem
um
estudo sobre tumores malignosdo
mediastino,em
crianças, que os linfomas correspondem ao maiornúmero
decasos, seguidos dos neuroblastomas.
De
acordocom
Ximenes
Nettol, oneuroblastoma é o
tumor
sólido maiscomum
na
infância, que juntocom
os outrostumores de origem neurogênica, correspondem a
35%
do
total dosTM,
seguidospelos linfomas
(20%)
e teratomas (13%),mesma
ordem
descrita por Filler et als _Nesse
estudo foi encontrada freqüência semelhante à literatura para os linfomas(20,34%) e teratomas (11,86%) e maior para os tumores neurogênicos (54,22%)
(Tabela V).
Segimdo
Darryl et alzo os teratomas correspondem a aproximadamente20%
das massas
do
mediastino anterior. São raros os casos de teratomas de mediastinoposterior, sendo que somente 9 casos
foram
descritosna
literatura estudada17°21.No
localização posterior.
Os
6 anteriores corresponderam a50%
dos tumores dessa localização (Tabela V).Filler et als relataram que
um
terço das massas mediastinais nãoproduzem
sintomas e são descobertas acidentalmente, o que
também
foi encontrado neste trabalho onde33,90%
dos casosforam
assintomáticos. Isso poderia ser explicado pelos diagnósticos queforam
feitos precocemente, a maioria por radiografia detórax realizada
quando
a criança apresentavaum
quadro de infecção respiratória.Também
pelo grandenúmero
de casos de criançascom
TM
posterior, quepodem
crescer silenciosamente até atingir grandes volumes,como
referido por váriosautores4”5”6 (Tabela VI).
Os
sintomas descritoscom
maior freqüênciatêm
sido aqueles provocados por compressão traqueobrônquica”.No
presente estudo a dispnéia foi o maisobservado isoladamente
ou
associada à tosseou
desconforto torácico (Tabela VI).*
Lobo
et a13 relataram que as manifestações clínicas variam de acordocom
alocalização
do
tumor,bem
como
com
a infiltração local e presença de metástases àdistância.
Nas
criançascom
tumor
no
compartimento anterior os sintomasrespiratórios
foram
os mais freqüentes descritosna
literatura. Febre, perda de pesoe astenia
também
foram
referidos3”5.Nesse
trabalho, concordandocom
o relatado acima, dispnéia ocorreuem
todas as crianças sintomáticascom
diagnóstico deTM
anterior. Outros sintomas
como
desconforto torácico, tosse, perda de peso e asteniaocorreram
em
66,60%
destas.De
acordocom
o relatado por Filler et als asmassas do
mediastinomédio
tomam-se
sintomáticasquando
comprimem
a árvore traqueobrônquicaou quando
provocam
alterações sistêmicas.As
crianças estudadasno
presente trabalhocom
tumor
nessa localização apresentavam sintomascomo
dispnéia, tosse, disfagia,Conforme
o descritona
literatura,no
compartimento posterior os tumorespodem
atingir silenciosamente grandes volumes,mas
quando
comprimem
amedula
podem
causar lesões neurológicas graves e irreversíveisó.Segundo Ximenes
Nettol, nesta localização,em
menos
de10%
das lesõespode
ocorrer envolvimentodo
forâmen
intervertebraldo
canal medular emesmo
nestas circunstâncias, 30 a40%
são assintomáticos. Neste estudo 17 (48,57%) dos pacientes
com
TM
posterioreram
assintomáticos ao diagnóstico, 5 (14,29%) apresentavam sintomatologianeurológica
como
enfraquecimento dosmembros
inferiores e sindrome deHomer,
e 13 (37,14%) outros sintomas que incluíam sintomas respiratórios e sistêmicos.
Esse achado
pode
ser explicado pelo crescimento silencioso relatadona
literatura4”5”6,
bem
como
pelo diagnóstico realizado precocemente porum
achadoradiológico.
Segundo
a literatura estudada váriosexames
deimagem
têm
sido utilizadospara realizar o diagnóstico de
TM,
sendo a radiografia simples de tórax o maisimportante
no
sentido de definir a posição e extensãodo
tumor1”2°5'22.Ximenes
Nettol e Filler et als relataram que a
TC
e aUSG
sãoexames
que possibilitam adiferenciação entre lesões cisticas e sólidas, sendo a
TC
também
útilquando
alocalização anatômica exata é necessária para o tratamento.
Nesse
estudo a radiografia de tórax foi oexame
inicial realizadoem
todos os pacientes, mostrandoa
massa
em
100%
dos casos. . Foi realizadaUSG
de tóraxem
27
pacientes(47,37%) diferenciando entre
tumor
sólido e cístico, direcionando a investigação econduta terapêutica.
A
TC
de tórax foi realizadaem
39
crianças (68,42%) para definir a localização anatômicacom
maior exatidão (Tabela VII).Filler et als referiram que a radiografia contrastada de esôfago
pode
localizaresofágico. Esse
exame
foi realizadoem
5 crianças (8,77%), mostrando sinais decompressão extrínseca do esôfago
em
3 delas (Tabela VII).O
mielograma
tem
sido descritocomo
necessário principalmenteem
criançascom
linfomaou
neuroblastoma para avaliação docomprometimento
damedula
óssea LS.
No
presente estudo esseexame
foi realizadoem
31 (54,38%) pacientes,mostrando
comprometimento
damedula
ósseaem
3 casos (Tabela VIII).Segundo
a literatura estudada a angiografia poderia ser indicadaquando
alesão estivesse localizada
na
região dos grandes vasos, delineando aneurismas emonstrando o deslocamento de vasos por tumores
ou
cistos. Atualmente aTC
e aRNM
quase substituíram inteiramente osexames
angiográficos, tendo a grandevantagem
deserem
menos
invasivos, e desvantagem da disponibilidade limitada ecusto operacionall. Neste estudo
não
foi realizadonenhuma
angiografia tendoem
vista que a
TC
e aRNM
foram
usadas sempre quehouve
necessidade deste tipo de avaliação.A
mielografia foi realizadaem
2 pacientesno
início dessa casuística, oque
também
mostra a substituição cada vez maior dosexames
invasivos porexames
como
aTC
e aRNM
(Tabela VII).De
acordocom
a literatura pesquisada ohemograma
é indicadoem
todas as criançasna
avaliação inicial, servindo para auxiliarna
investigação diagnóstica.Alguns testes
como
o tuberculínico, excreçãodo
ácido vanilmandélico(VMA),
dosagem
do hormônio
gonadotrófico coriônico(B-HCG)
e alfa-feto proteína são indicadosconforme
a localização e característicasdo
tumor6”8”23.O
VMA
é catabólito da noradrenalina livre e produzidoem
maior quantidade por tumoresneurogênicos mais diferenciadosô.
O
B-HCG
e a alfa-feto proteína são realizadosna
avaliação diagnóstica de pacientescom
suspeita de teratoma, assimcomo
para seguimentozs.Nesse
estudo 19 pacientes realizaram adosagem do
VMA,
6 depelo valor diagnóstico,
mas
sim prognóstico e deacompanhamento;
a sua elevaçãono
pós-operatóriopode
ser o primeiro sinal de recidivamesmo
antes de qualquer manifestação clínicaou
radiológica6”23 (Tabela VIII).A
tuberculosecomumente
afeta os linfonodos do mediastinoem
crianças,sendo descrito
como
necessário afastar esse diagnóstico nos pacientescom
massa
mediastinal que poderia ter origem nos linfonodoss. Nesse estudo o teste tuberculinico foi realizado
em
5 crianças, sendoum
exame
não invasivo e de fácilrealização (Tabela VIII).
Dependendo
da localizaçãodo tumor
e da hipótese diagnóstica,procedimentos
como
biópsia ganglionarou
dotumor têm
sido descritoscomo
necessários,como
nos casos de linfoma onde o diagnóstico deve sersempre
baseado
no
resultado da biópsia, pois o tratamento é determinado pelos achadoshistológicos1°5”6.
No
presente estudo, dos 57 pacientes que realizaram a investigaçãodiagnóstica, 25 (43,86%) realizaram
algum
procedimento.Nove
(15,79%)foram
submetidos à biópsia ganglionar, 3 (5,26%) à biópsia por agulha e ll (19,30%) à biópsia a céu aberto.
Quando
a criança apresenta derrame pleural,como
aconteceuem
4 casosno
presente estudo, é interessante apunção
para estudodo
líquidopleural, possibilitando a investigação diagnóstica através de
um
método pouco
invasivo (Tabela IX).
Sempre
que exeqüíveltem
sido descritocomo
método
de preferência os demenor
risco,como
biópsia de gânglio periféricoou punção
pleural1”5”6.De
acordocom
o observado nesse estudo deve-se sempre optar pelosmétodos
menos
invasivos e
com
menos
riscos para a criança para se chegar ao diagnóstico,submetendo-a a outro procedimento somente se isto
não
for possívelou
o resultado inconclusivo.O
tratamento dosTM
dependedo
tipo e estadio dotumor
em
questão, sendodescrito
na
literatura estudadacomo
opções terapêuticas a excisão cirúrgica, radioterapia(RT)
e quimioterapia (QT).Quando
a excisão cirúrgica é possível, estetem
sido descritocomo
o tratamento de escolha, sendo decidido sobre o uso deQT
ou
RT
nos casos de lesão maligna, onde a excisão completa não foi possívelou na
dependência
do
estadiodo
tumor. Quimioterapia eRT
também
têm
sido usadascom
o intúito de diminuir amassa
tomando
possível o ato cirúrgico.Apenas não
tem
sido indicada aremoção
cirúrgicacomo
tratamento nos casos de linfoma, anão
ser que a
massa
mediastinal esteja causando compressão das vias aéreascom
insuficiência respiratória. Esses tumores
têm
sido tratados porRT,
QT
ou
ambos, conforme o tipo histológico e estadio da doença1°3”5'13”16°17'24.Nessa
casuística 41(69,49%) crianças
foram
submetidas à excisão cirúrgicado
tumor. Dessas, 18(43,90%) necessitaram associação de
QT
ou
QT
eRT,
conforme o tipodo tumor
e estadio da doença. Sete pacientes (11,86%) realizaramQT
eRT
associados,enquanto 11 (18,64%) somente
QT.
Esses valorespodem
ser explicadosnão
só pelos tipos de tumores encontradoscom
maior freqüência nessa casuística,como
pela escolha
do
tratamento mais adequado, que conforme já foi descrito, prioriza a excisão cirúrgicasempre
que indicada e possível.Espera-se, dessa forma, que este trabalho tenha
chamado
a atenção sobre a diversidade de manifestações clinicas queuma
criançacom
TM
pode
apresentar, permitindo a realização deum
diagnóstico precoce ebem
conduzido, possibilitanto6.
CONCLUSÕES
A
localização dotumor no
mediastino sugere o provável diagnóstico etiológico.A
presençaou não
de sintomas precoces está relacionada à localização dotumor.
Netto
XM.
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mediastinoem
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2000;5: 17 9-84.NORMAS
ADOTADAS
As
normas
adotadas para a confecção deste trabalhoforam
as detemiinadaspelo colegiado
do
curso de graduaçãoem
Medicina da
Universidade Federal de Santa Catarina, pela resolução 001/99.Para as referências bibliográficas
foram
utilizadas asnormas
detenninadasRESUMO
Este trabalho teve
como
objetivo analisar pacientes portadores detumor
demediastino (TM).
Foram
analisados os prontuários de 59 crianças intemadasno
Hospital Infantil Joana de
Gusmão
no
período de 01 de janeiro de 1980 a 31 dedezembro
de 2000. Vinte enove
pacientes (49,15%)eram do
sexo masculino e30
(50,85%)
do
sexo feminino.A
média
de idade ao diagnóstico foi de 5 anos e 1 mês.Em
35 crianças (60,34%) otumor
era posterior,em
12 (20,69%) anterior, eem
ll(18,96%)
ocupava
o mediastino médio.O
neuroblastoma foi o mais freqüente (32,20%), seguidodo
linfoma (20,34%) edo
teratoma (11,86%). Vinte e dois pacientes (37,29%) apresentaram dispnéia ao diagnóstico, e20
(33,90%)eram
assintomáticos.
A
radiografia simples de tórax foi realizadaem
todas as crianças investigadas, e mostrou amassa
em
100%
dos casos. Trinta eum
pacientes(54,38%) realizaram mielograma e 30 (52,63%) pesquisa de marcadores tumorais. Vinte e cinco crianças
foram
submetidas a procedimentos diagnósticos.Os
mais fieqüentesforam
biópsia a céu abertoem
ll (19,30%) e biópsia ganglionarem
9 (15,79%). Foi realizada excisão cirúrgicado
TM
em
41 crianças (69,49%). Destas, 18 (43,90%) realizaram quimioterapia(QT) ou
radioterapia(RT)
adjuvante. Sete pacientes (11,86%) realizaramQT
eRT,
e 11 (18,64%) somenteQT.
Concluiu-seque a localização
do
ttunorno
mediastino sugere provável diagnóstico etiológico, apresença
ou não
de sintomas precoces está relacionada à localizaçãodo tumor
e a radiografia simples de tórax faz a suspeita diagnóstica.SUMMARY
The
aim
of thiswork
studywas
to analyse patientswho
had
a mediastinumtumour
(MT).The
medical records of 59 children,who
was
attended in the Joanade
Gusmão
Children's Hospital between the 01/01/1980and
31/12/2000, were examined.Twenty
nine patients (49,15%)were
malesand
30 (50,85%) werefemales.
The
average ageof
diagnosiswas
5 years and 1 month. In 35 children(60,34%) the
tumour was
posterior,and
in 12 (20,69%)was
anterior, whilst 11(18,96%) occupied the middle of the mediastinum.
The
neuroblastomawas
themost
frequent (32,20%) followedby
the linfoma (20,34%)and
teratoma (11,86%).Twenty two
patients (37,29%) were dyspnea to the diagnosis, and 20 (33,90%)assymptomatic.
A
thorax X-ray takenof
all the children investigated,showed
themass
in100%
of the cases. Thirty one patients (54,38%)had
a mielogramaand
30(52,63%)
were
researched for tumoural scoring.Twenty five
children weresubjected to diagnostical proceedings.
The most
frequentwere open
air surgery byopsis in ll (19,30%) cases,and
ganglionic byopsis in 9 (15,79%). Surgical excision of theMT
was
carried outon
41 children (69,49%).Of
these, 18 (43,90%)had
chemotherapy(CT)
or helpful radiotherapy (RT).Seven
patients (11,86%)had
CT
andRT, and
ll (18,64%) only CT.One
can conclude that the localisation ofamediastinum
tumour
suggest a probable etiologic diagnosis,and
the presence or notof precocious
symptoms
is related to the localisation of the tumour,and
the simpleFICHA
DE
COLETA
DE
DADOS
1.
Dados
do
paciente:Nome:
... ..Registro: ... ..Idade ao diagnóstico: ... .. Sexo: ... ._
Procedência: ... .. 2.
Quadro
clínico: ( ) Desconforto torácico ( ) Anorexia ( ) Perda de peso ( )Rouquidão
( ) Tosse ( ) Dispnéia 3. Localização: ( ) Mediastino Anterior ( ) Mediastino Posterior ( )MediastinoMédio
4.Tipo tumor: ()Neuroblastoma
( )Teratoma
. . ‹ . « . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ( )Disfagia( ) Síndrome compressiva da veia cava sup
( ) Síndrome de
Homer
( ) Assintomático ( ) Sibilo ( ) Outros: ()Linfoma
()Ganglioneuroma
( )Ganglioneuroblastoma ()Rabdomiossarcoma
( )Lipoma
( ) Outros:( ) Radiografia de (
)USG
( )TC
()RNM
( ) Outros: 6.Exames
laboratoriais: ( )Marcadores
tumorais- ... .. ()Hemograma
( )1\/Iielograma ( ) Teste tuberculínico ( ) Outros:7. Procedimentos cirúrgicos (diagnóstico):
( ) Biópsia por agulha
( ) Biópsia a céu aberto
( ) Biópsia ganglionar
( ) Outros:
8. Tratamento:
( )
QT
( )Excisão cirúrgica+
QT
( )
QT
+
RT
( )Excisão cirúrgica+
RT
( )Excisão cirúrgica ( )Excisão cirúrgica+
QT
+
RT
0420
Ex..l 972803932 Ac. 254016 Ex.l UFSC BSCCSM