F r \1i_`\i\x'\\ __ 4 *z<‹r;'z;ff‹,
Rod.
Admar
G0nzaga,'1346 - Itacorubi - Caixa Postal 476 .zz - ,_ CEP: 88040-900 -FLORIANOPOLIS
-SANTA CATARINA
-BRASIL
Tel. (048) 234.2266/231.935? - Fax: 234.2014 - Tclex: 048.2240
-1
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
AGRÁRIAS
aí)"'£
T
4
`
GILCIMAR ADRIANO
VOGT
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A
INTEGRAÇÃO
ENTRE
PESQUISA,
EXTENSÃO
E
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PARA
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PROMOÇÃO
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BSCCA
DA
AGRICULTURA.
Trabalho de conclusão de curso
como
requisito .parcial para obtenção de título de EngenheiroAgrônomo
do
Centro de Ciências 'Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina.Orientador : Prof. Sandro Luis Schlindwein
FLORIANÓPOLIS
_
2002
AGRI
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A
PROMOÇÃO
DO
DESEN
VOL
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O
DA
AGRICULTURA.
por
GILCIMAR
ADRIANO
VOGT
Trabalho
de
conclusãode
cursocomo
requisito parcialpara
obtençãode
títulode
Engenheiro
Agrônomo
do
Centrode
Ciências Agráriasda
Universidade Federalde
Santa
Catarina.
BANCA
EXAMINADORA
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Dr.UFSC
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Pre dente1. ~.__` ¢w‹""'"" --.__ F0 \ , _. ...¬ \,
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os ves, Dr.-
embro
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Prof. Alfredo Celso Fantini, Dr.UFSC
-
Membro
FlorianópolisSUMÁRIO
IDENTIFICAÇÃO
... .. iAGRADECIMENTOS
... ..¡¡EPÍGRAEE
... ..¡i¡RESUMO
... .. iv 1.APRESENTAÇÃO
... .. 1 2.OBJETIVOS
... ..23.
O
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
NA
ESTAÇÃO
EXPERHVIENTAL
DA
EPAGRI
EM
CAN
OIN
HAS
... ..34.
REFLETINDO
SOBRE
AS ATIVIDADES
ACOMPANHADAS
NO
ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
... .. 54.1.
INTRODUÇÃO
... .. 54.2.
O
PADRÃO
TECNOLÓGICO
DA
AGRICULTURA CONVENCIONAL
... .. s 4.2.1.A
EXIENSÃO RURAL
... .. 114. 2. 2.
A PESQUISA
AGROPECUÁRIA
... .. 114. 2. 3.
A REIA
ÇÃO DA
EXIENSÃ
O
E
DA
RESQ
UISA
COMA
COMUNIDADE
RURAL
... .. 124.3.
O PADRÃO
TECNOLÓGICO
DA
AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL
... _. 13 4. 3. 1.A INIEGRA
ÇÃ
O
ENTRE PESQ
UISADORES, EXIENSIONISTAS
E
AGRICULIORES.
... ..Ió
5.CONCLUSÃO
... ..20
Figura
1.Forma
de tentar descrever as metodologias adotadas pelos profissionais e dedescrever as metodologias emergentes empregando-se a tipologia proposta pelo
filósofo
Habermas
(citado por Fourez, 1995) ... ..7Figura
2. Metodologiado
padrão de desenvolvimento convencional, tipicamentetecnocrático,
que
adota acomunicação
unidirecional, linear e autoritária ... ..9Figura
3. Metodologia de integraçãocom
um
processo ascendente de organização,Estagiário:
Nome:
Gilcimar AdrianoVogt
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Agrárias
Curso de
Graduação
em
Agronomia
Endereço: Rod.
Amaro
Antônio Vieira 2008, Bl 07Ap
402, ItacorubiCEP:
88034-101 - Florianópolis-
SC.Fone:
48
-334
2438
Endereço
de origem:Rua
Alois Stüeber, 263, Alto das PalmeirasCEP
89460-000
- Canoinhas -SC
Fone:
47
-622 0064
Empresa
onde
foi realizado o estágio:EPAGRI
~
Estação Experimental de CanoinhasEndereço:
BR-280,
km
219,5-
Caixa Postal216
CEP: 8946-000
-
Canoinhas -SC
Fone:
47-624
1144Orientador:
Professor Sandro Sandro Luis Schlindwein
Departamento
de Engenharia Rural-
CCA
- UFSC.
Fone: 48-3315434
Supervisor:
Eng.° Agr. M.sc. Gilson José Marcinichen Gallotti
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço aos
meus
pais, pela oportunidade de estar cursandouma
universidade, e aos
meus
irmãos que, desde o início, sempreme
apoiaram nesta jomada.Aos
grandesamigos
que sempre compartilharam as alegrias e tristezas eem
muitosmomentos
sempre
transmitiram força e incentivo para esta conquista.Ao
professor orientador Sandro Luis Schlindwein e aos demais professoresdo
curso de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina.Ao
supervisor Gilson JoséMarcinichen Gallotti e demais pesquisadores, técnicos e funcionários da Epagri, que
com
muita dedicação contribuíram para aminha
formação.E
essencialmente agradeço aDeus
pela proteção dada durante todos os dias, tornando possível a realização de maisuma
etapa."Não
éo
desafiocom
quedeparamos
que determinaquem
somos
eo que
estamos nostornando,
mas
a
maneira
como
respondemos
ao
desafio.Somos
combatentes, idealistas,mas
plenamente
conscientes,porque o
ter consciêncianão
nos obriga
a
tera
teoria sobre as coisas, só nos obrigaa
sermos
conscientes."RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido a partir
do
estágio de conclusãodo
curso deAgronomia
da Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC),
realizado naEmpresa
de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), na Estação Experimental deCanoinhas, nas áreas de pesquisa e extensão agropecuária.
A
partir deuma
reflexão sobre as atividadesacompanhadas
durante o estágio supervisionado, buscou-seuma
melhorcompreensão
decomo
ocorre a integração pesquisa/extensão/agricultor nos padrões, tecnológicos convencional e sustentávelde
produção agrícola, as metodologias adotadas e asmudanças
necessárias àpromoção do
desenvolvimento da agricultura.Discute-se a criação de
um
novo
modelo
de desenvolvimento agrícolaou remodelagem
deum
já utilizado,
que venha
a realçar o aperfeiçoamento dacomunicação
e de interação das atividades dos pesquisadores, extensionistas e agricultores.1.
APRESENTAÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido a partir
do
estágio de conclusãodo
curso deAgronomia
da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC),
realizado naEmpresa
de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri),na
Estação Experimental deCanoinhas, durante o periodo de 01 a
30
demarço
de 2001.As
atividades desenvolvidas durante a realizaçãodo
estágio diziam respeito, basicamente, aoacompanhamento
da rotina de trabalho dos pesquisadores da EstaçãoExperimental, dos extensionistas dos Escritórios Municipais, e de alguns instrutores
do
Centro de Treinamentoda
Epagri.Durante o
acompanhamento
das atividades desses profissionais, foi dada relevância àobservação dos procedimentos adotadospelos pesquisadores e extensionistas na elaboração e divulgação de
recomendações
técnicas, procurando enquadrá-losem
modelos
de pesquisa- extensão, e suas interaçõescom
a sociedade.2.
OBJETIVOS
A
partir deuma
reflexão sobre as atividadesacompanhadas
durante 0 estágio supervisionado, pretende-secom
este trabalho de conclusão de curso alcançar os seguintes objetivos):a. buscar
uma
melhor
compreensão
decomo
ocorre a integração pesquisa/extensão/agricultornos padrões tecnológicos convencional e sustentável de produção agrícola;
b. identificar metodologias adotadas pelos pesquisadores e extensionistas da Estação Experimental de Canoinhas
como
suporte para o desenvolvimento da agricultura local, procurando discutir e refletir sobre asmesmas;
c. discutir as
mudanças
institucionais necessárias àpromoção
deum
modelo
de desenvolvimento sustentável, que permita integrar pesquisadores, extensionistas e agricultores.3.
O
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
NA
ESTAÇAO EXPERIMENTAL
DA
EPAGRI
EM
CANOINHAS
As
atividades dos pesquisadores, extensionistas e instrutoresacompanhadas
durante oestágio supervisionado, foram as mais diversas, servindo de base para o desenvolvimeiito deste trabalho de conclusão de curso. Durante a realização
do
estágio, procurou-se observar e estudar a articulação das atividades desenvolvidas por estes profissionaiscom
os agricultores. Foi observado principalmente o trabalho de geração-difusão de tecnologias, de acordocom
ametodologia adotada por cada
um
desses profissionais, analisandomodelos
conceituais e processos de interaçãocom
acomunidade
rural.No
acompanhamento
das atividades dos pesquisadores,também
procurou-se conheceras linhas de pesquisa agropecuária conduzidas pela Estação Experimental de Canoinhas. Inicialmente procurou-se conhecer cada projeto, os dados preliminares existentes, fazendo visitas às áreas experimentais e coleta de dados. Nessas oportunidades, os pesquisadores
foram
questionados quanto a escolha dos projetos de pesquisa, possíveis utilidades práticas emetodologia para sua divulgação. Assim, procurou-se saber se havia
um
estudo prévio antesde determinar o assunto a ser pesquisado, se a forma de pesquisa procurava se adequar aos produtores e a realidade da região, e se os produtores
procuravam
a informação e os resultados das pesquisas.Quanto
aoacompanhamento
das atividades dos extensionistas, participou-se dasvisitas às propriedades agrícolas, da assistência técnica aos agricultores
no
escritóriomunicipal, das reuniões de crédito agrícola, e da execução de projetos e laudos técnicos.
Procurou-se saber dos extensionistas, principalmente, se as pesquisas estão adequadas a atual situação regional, se muitos e quais agricultores são atendidos
em
suas visitas acampo,
bem
como
questões relacionadas a sobrecarga de trabalho a qual os extensionistas estão submetidos.Além
do
acompanhamento
das atividades de pesquisa e extensão, outras atividadestambém
foramacompanhadas
durante o estágio:0 Participação
em
cursos profissionalizantes utilizados para a difusão de tecnologia aosagricultores, realizados
no
Centro de Treinamento de Canoinhas. Nesses cursos, ministradospor instrutores (pesquisadores, extensionistas e funcionários), são realizadas atividades teórico-práticas relacionadas a assuntos agronômicos atuais de importância regional,
como
agroecologia e alimentação de vacas leiteiras.o Reuniões entre pesquisadores e extensionistas para discussão de novos planos de ação
municipais e regionais.
ø Panicipação de dias de
campo
e palestras promovidas por diversas empresas de agroquímicos e sementes, durante os quais técnicos e agricultores participamda
apresentação comercial dos produtos. `O
acompanhamento
das atividades dos pesquisadores e extensionistas da Estação Experimental da Epagriem
Canoinhaspromoveu
muitos questionamentos, relacionados aosprocedimentos adotados pela pesquisa e extensão
em
busca da elaboração e da difusão detecnologia adotada pela Epagri,
bem
como,
a implicação positivaou
negativaquando
da4.
REFLETINDO SOBRE
AS ATIVIDADES
ACOMPANHADAS NO
ESTAGIO SUPERVISIONADO
4.1.
1NTRoDUÇÃo
A
importância de novas tecnologiasem
agropecuária para o desenvolvimentodo
setor rural é inegável. Contudo, é necessário que os produtores rurais ascompreendam
e aspratiquem e adotem.
Nas
etapas quecompõem
o processo de compreensão e adoção de novastecnologias, a
comunicação
éum
dos elementos-chave (Guadagnin, 1995).Um
novo
paradigma de desenvolvimento deve ser pensado e debatidocom
a sociedade, capaz de resgatar aenomre
divida socialque
setem
com
a população brasileira, que para ser alcançado depende deuma
nova
visão política na qual a transparência e a participação popular sejam efetivas.Mas
um
novo
paradigma de desenvolvimento implicauma
necessidade de evolução efetiva na açãodo
ensino, pesquisa, assistência técnica e extensão rural (Mussoi, 19??).O
Engenheiro agrônomo, pesquisador da Epagri, José Alfredo da Fonseca(Comunicação
pessoal),comenta
que a viabilidade social eeconômica
dascomunidades
rurais decorre de
um
desenvolvimento local, regional e nacional, sendo então necessária a criação denovos
modelos
para a sustentaçãodo
desenvolvimento rural, gerados pelanecessidade de se buscar qualidade e satisfação pessoal dos trabalhadores da área rural. Essa
viabilidade social e
econômica tomou-se
foco de preocupação, principalmente após a entradaem
um
novo
milênio, levando empresas de serviços agropecuárias a repensar aforma
de agir, tanto na área de recursoshumanos
como
dos recursos ambientais.A
criação deum
novo modelo
de desenvolvimento agrícolaou remodelagem
deum
já utilizado,que venha
a realçar o aperfeiçoamento dacomunicação
e de interação das atividades dos pesquisadores, extensionistas e agricultores, poderá minimizar os problemasatuais de âmbitos
econômicos
e sociais acarretadores da prorrogação de dívidas, dadescapitalização, da baixa qualidade de vida das famílias rurais e de
uma
desagregação familiar, utilizando-sede
metodologias participativas, nas quais serão discutidas as reais dificuldades e anseios dos agricultores. Isso implica abandonar a metodologiado modelo
convencional, na qual se busca somente o incremento de produtividade e de alta tecnologia,
Uma
questão relevante, pertinente à geração de novas práticas agrícolas é, portanto, aconscientização da
comunidade
rural de seus reais problemas e necessidades. Esses problemase necessidades
devem
ser examinados, analisados e incorporados ao processo de geração de novas tecnologias agrícolas.Resumidamente,
os pesquisadores agrícolas, agentes da extensão, técnicos de cooperativas agrícolas e profissionais de outras instituiçõesou
empresasparticipantes
no
desenvolvimento ruraldevem
dirigir grande parte de seus esforços à soluçãodos reais problemas da
comunidade
rural.Por
isso, nos últimos anos, cada vez mais tem-sedado
importância a processos altemativos de produção quelevem
à integração de esforços entre extensão e pesquisa ecom
resultados concretos aos produtores rurais, principalmente os de baixa renda (Tagliari, 1994).Todos
osnovos modelos
de aperfeiçoamento dacomunicação
entre pesquisadores, extensionistas e agricultores, propostosou que
começam
a ser vigentesem
instituições deserviço agropecuário, reforçam o
pensamento
básico que a visão unidimensional da ciênciadeve ser enriquecida
com
o lado ético e social dacomunidade
rural, para que ela possacontribuir de
forma
significativa e decisiva para o desenvolvimento agricola.A
dimensão
éticado
método
científico significaum
casamento harmonioso entre as necessidades reaisdo
homem
eum
respeito à Natureza, não por motivos sentimentaisou
poéticos, senão, sobretudo,por
um
motivobem
mais prático 1 a sobrevivência (Bonilla, 1992).Como uma
forma
de tentar descrever as metodologias adotadas pelos profissionais ede descrever as metodologias emergentes, empregou-se a tipologia proposta pelo filósofo
Habermas
(citado por Fourez, 1995), que considera que sepode
classificar a maneira de ver as interações entre a ciência e a sociedadeem
três grupos distintos: as interações tecnocráticas, as decisionistas e as pragmático-políticas.Em
resumo, estesmodelos
propostos porHabermas
podem
ser explicados daforma
que segue.
No
modelo
tecnocrático, as políticas a serem seguidas (objetivos e metas) seriamdeterminadas pelo conhecimento científico, e portanto pelos especialistas, que é a forma convencional de
comunicação
ainda utilizado pelos agentes da pesquisa e extensão.No
modelo
decisionista, pelo contrário, os objetivos seriam determinados por decisões livres, de maneira independente da ciência, e os meios seriam determinados pelos especialistas, demostrando jáuma
preocupaçãocom
0
produtor rural,mas sem
uma
interação efetiva.Por
fim,
omodelo
pragmático-político pressupõeuma
negociação euma
discussão na qual osconhecimentos e negociações sócio-políticas entram
em
consideração, apresentando o quequeremos denominar
de integração efetiva entre pesquisadores, extensionistas e produtorespelos especialistas 'Padrão de desenvolvimento Convencional ciência, e os Meios determinados pelos especialistas 'Fase transitória entre 0 Padrão de desenvolvimento Convencional e o Padrão de desenvolvimento Sustentável. políticas entram
em
consideração -Padrão de desenvolvimento Sustentável 'Integração Efetiva entre pesquisadores, extensionistas e agricultores.Figura 1.
Forma
de tentar descrever as metodologias adotadas pelos profissionais e dedescrever as metodologias emergentes empregando-se a tipologia proposta pelo
ñlósofo
Habermas
(citado por Fourez, 1995).Esses
modelos
podem
ser facilmente identificadosno
modo
de ação dos pesquisadores e extensionistas:o
modelo
tecnocrático é aquele utilizado durante o padrão de desenvolvimento convencional da agricultura;o modelo
decisionista,como
sendoum
fase transitória entre os padrões convencional e sustentável; eenfim, o modelo
pragmático-político, que representa
uma
meta
a ser atingida pelas instituições, permitindo fazeruma
integração entre os pesquisadores, extensionistas e agricultores realmente efetiva.A
pergunta a ser feita agora é:Como
o modelo
de integração pragmático-político,poderá ser
um
modelo
capaz depromover
o desenvolvimento rural e poderá se expressar de maneira prática, diretamente aplicável à realidade ?4.2.
O
PADRÃO TECNOLÓGICO DA AGRICULTURA CONVENCIONAL
A
mudança
do
padrão tecnológico na agricultura nos últimos50
anostem
sido crescente e nãomenos
surpreendente.A
partirdo
advento da "Revolução Verde" (1943), estabeleceu-seuma
concepção lineardo
processo de Geração - Difusão -Adoção
detecnologias na agricultura
que
se, porum
lado, traz efetiva incorporaçãodo
progresso tecnológico para determinados estratos/categorias de agricultores, por outro deixa àmargem
segmentos produtivos importantes, principalmente a agricultura familiar/camponesa (1\/Iussoi,
1994)
O
modelo do
padrão tecnológico da agricultura convencional, foi apontadocomo
uma
possibilidade de quebrar o ciclo da miséria e dafome
mundial. O_ ciclo da miséria consideraque a baixa tecnologia é a responsável por
uma
baixa produtividade e esta poruma
baixaprodução e
um
baixo rendimento, e o baixo rendimento fazcom
que se adotenovamente
uma
baixa tecnologia, gerando fome.
A
solução para a quebra desse ciclo da miséria veioem
forma
de crédito e da adoção deuma
alta tecnologia,na
qual todo o ciclo seria compensado_`com
uma
alta produtividade,com
alta produção ecom
um
alto rendimento, continuando ociclo
com
uma
nova adoção
de alta tecnologia.Na
concepçãodo
modelo
convencional de agricultura, a adoção de novas tecnologias permitiria, por si só, a elevação da renda dos agricultores, atravésdo aumento
da produção eda produtividade.
A
lógica subjacente a este raciocíniopode
assim ser resumido : a adoção de tecnologiasmodernas
gera maior rendimento, o qual resultaem
maiorbem
estar social (Paulus, 1999).As
agências de pesquisa, extensão e a assistência técnica rural agiram, historicamente, sobre o processo de produção agrícola. Neste sentido, utilizaram metodologias próprias para demostrar, ensinar e difimdir as técnicas e os resultados ñsicosdo aumento
de produção e produtividade.A
metodologia utilizada era definidasem
a participação consciente dosagricultores, levando os pesquisadores e extensionistas a se posicionarem
em
um
patamar desuperioridade, julgando ser somente eles os
donos
da verdade sobre o que produzir,como
produzir, quanto produzir e o que pesquisar ( Guadagnin, 1995).Com
o surgimento dessemodelo
convencional, tipicamente tecnocrático, as instituiçõescomeçaram
a adotar essemodelo
em
seus planos de serviço, e então, criaram-semetodologias de geração e difusão de práticas e tecnologias agrícolas que até hoje são adotadas por pesquisadores e extensionistas.
É
uma
metodologia que adota a comunicaçãode serviços às instituições estaduais e estas as repassam para os pesquisadores, sendo então difiàndidas pelos extensionistas e dispostas de forma autoritária aos agricultores (Figura 2).
Para Paulo Freire (citado por
Marques
&
Noronha, 1998) "ohomem
vem
sendo expulso da órbita de decisões.As
tarefas de seutempo
não são captadas pelohomem
simples,mas
a eleapresentadas por
uma
"elite" que as interpreta e as entregaem
forma
de receita, de prescrição a ser seguida".i
Pesquisador
.Extensionista
Agricultor
Padrao
de
Desenvolvimento
Convencional
Figura
2. Metodologiado
padrão de desenvolvimento convencional, tipicamente tecnocrático, que adota acomunicação
unidirecional, linear e autoritária.Nos
principios da metodologia 'adotada pelomodelo
convencional de geração, difusão e adoção de tecnologias, facilmentecomparado
ao sistema de marketing, segue-seuma
comunicação
linear entre a pesquisa básica para a pesquisa aplicada, sendo efetuados testes decampo,
a partir dos quais são elaboradas asmensagens ou
"pacotes" divulgados ao agricultor.O
resultado é analisado pela aceitaçãoou
não por partedo
agricultor, realizando a única retro-alimentaçãodo
sistema.I
O
padrão tecnológico da agricultura convencional foi a grande responsável pelaquebra de
comunicação
entre pesquisadores,que
buscavam
o desenvolvimento de cultivares altamente produtivas e de maquinariasque
reduziriam a intensidadedo
usoda
mão
de obra, e extensionistas e agricultores, que somenteeram
responsáveisem
implantar essas novastecnologias e fazê-las produzir a todo custo,
sem
mesmo
questioná-lasou
discutí-las.É
claroque
os reflexosda
quebra decomunicação
entre pesquisadores e extensionistas, são fmtos de umapolítica agrícola adotada pelosgovemos,
principalmenteno
caso brasileiro, que através da utilização de certos instrumentos políticos, patrocinaram a implantação da
Revolução
Verde.Nesse
contexto pode-se alinharo
Ensino Agrícola,formando
profissionais voltados àmodemização
e à especialização da agricultura, utilizando- se de tecnologiado
tipo capital intensivo,modulada
por "pacotes", priorizando produtos "nobres"ou
de exportação,no
que foi seguida pela pesquisa agrícola.O
Crédito Rural,priorizou, de forma discriminatória, os produtos nobres, o
pagamento
de fretes, reduzindo as taxasou
mesmo
isentando juros, criando subsídios para aquisição demáquinas
agrícolas einsumos “modernos”. Nesse modelo, coube à extensão rural transferir estas tecnologias
modernizadoras aos agricultores (Mussoi, 1985).
"A
extensão rural e a pesquisano
Brasilsempre
deram pouca ou
nenhuma
importância a participação das populações iruraisno
planejamento de suas ações de pesquisa e extensão.No
período dochamado
milagreeconômico
brasileiro, na década de 1970, a metodologiadifusionista de tais agências, baseadas
no
eixo difusão/adoção, propiciouum
relativo crescimentono
setor rural, principalmente dos grandes emédios
produtores, beneficiadosdevido a facilidade de crédito, que permitiu
um
crescimento na produção agrícola e a expansão da área cultivada.Mas com
o adventoda
recessão e da escassez de crédito rural subsidiado, na década de 1980,no
caso de Santa Catarina, ospequenos
produtorescomeçaram
a migrar para as cidadesou
então resistiram epermaneceram
explorando suapequena
parcela de terra,começando
a enfrentar dificuldades, principalmente quanto à aquisição dos insumos, o que resultouem
exclusãodo
homem
do campo,
principais atoresdo
processo de desenvolvimento agrícola" (Guadagnin, 1995).
Não
podemos
negar que este tipo demodelo
adotado não tenha gerado progresso técnico,embora
tenhapromovido
muita concentração de renda e deforma
excludente,adotando
um
modelo
decomunicação
que exclui as ciências sociais.O
progresso técnico não foiacompanhado
por transformações sociais equivalentes.Se
porum
lado verifica-seum
grande avanço técnico econômico, por outro constata-se
uma
notável regressão social (Mussoi, l9??).Indubitavelmente, porém, " o desenvolvimento tecnológico da agricultura, sobretudo a
partir
da
segundametade do
século passado, permitiu a incorporação deum
conjunto detecnologias "avançadas"
ou
"modemas"
queaumentaram
a produção e a produtividade das atividades agropecuárias a par de alterar relações sociaisno
campo. Contudo, a incorporação dessas tecnologias freqüentemente ocorreu de forma inadequada à realidadedo meio
rural, seja de maneiracomo
se deu esta implantação, seja pela natureza das tecnologias introduzidas "4.2.1.
A EXTENsÃo
RURAL
Tradicionalmente, o extensionista serve
como
uma
ligação entre o pesquisador e o agricultor, para a difusão de novas tecnologias.Mas
atualmente o trabalhodo
extensionistatambém
está voltado a execução de políticas públicas,como
a realização de projetos e laudos técnicos parafinanciamentos
e programascomo
oBanco
da Terra,o
Pronaf e oPrograma
de Reflorestamento, sobrecarregando-o e dificultando seu trabalho de visitas acampo,
fazendocom
que permaneça
maistempo no
escritório municipal e que os problemas dos agricultoressejam apenas parcialmente resolvidos.
Além
do
trabalho muito voltado à realização deprojetos técnicos para financiamentos, outros trabalhos ficam a cargo dos técnicos da
extensão, sendo encarregado da organização dos agricultores para reuniões, cursos profissionalizantes e dias de campo, o que resulta
em
sobrecarga de tarefas, acarretandoum
menor
conhecimento das atuais necessidades dos agricultores e prejudicando o repasse dos problemas ao setor de pesquisas.Na
opinião dos extensionistas rurais da região de Canoinhas, as pesquisas efetuadasencontram-se muito segmentadas,
tomando-se
uma
informação muito específica,devendo
os trabalhos serem realizados principalmentecom
questõesmenos
técnicas e específicas,tomando-se
mais gerais e mais facilmente adotadas pelos agricultores. Isso fazcom
que
os extensionistas, muitas vezes, difundam aos agricultoresum
pacote tecnológico pré-definido, criado deuma
forma
unidirecional pelos pesquisadores,sem
mesmo
questionaro
porquê da implantação dessa técnicaou
o porquê da opção por esta solução.4.2.2.
A
PESQUISA AGRo1›EcUÁRrA
Klopsteg
em
1945 (citado por Bonilla, 1992) definiu pesquisacomo
a atividade intelectual, original e criativa, levada a cabono
laboratório, na bibliotecaou no
campo
e queprocura descobrir
novos
fatos, avaliando-os e interpretando-os devidamente à luz dos conhecimentos prévios. Entretanto, ainda que procure ampliar os conhecimentos por simesmo
ou
obter resultados de valor específico,econômico ou
social, sua razão de ser é a contribuição aobem
estarhumano.
_Porém, na agricultura
modema,
após a revolução verde, essa definiçãonão
incorporouo ponto de vista
do
bem
estarhumano,
uma
vez que inúmeros pesquisadoresbuscaram
como
objetivo da pesquisa agropecuária apenas o
aumento
da produtividade,supondo
que esseMuitas vezes, pesquisas agrícolas são geradas independentemente,
ou
seja, não érealizado
uma
pesquisa conjunta entre as diferentes áreas, gerandoum
informação incompletaou
sem
trazer muitos beneficios aos agricultores esem
a preocupação social.A
metodologiaempregada
pela pesquisa encontra-se segmentada, devidoprincipalmente a quebra na articulação entre o difusor e o receptor de tecnologias, e a falta de interpretação dos fatos,
tomando
os resultados de experimentos inadequados à realnecessidade
do
produtor.O
que se apurou durante a realizaçãodo
estágio, é que os projetos de pesquisa agropecuária são determinados pelos próprios pesquisadores, sendo realizados de acordocom
uma
situação regional.A
escolha dos projetos de pesquisa agropecuária que serãoimplementadas na Estação Experimental de Canoinhas, é resultante de
um
processoem
quesão submitidos a
uma
comissão técnica de planejamento regional,formada
por dois pesquisadores, dois extensionistas,um
agente técnico eum
coordenador.Após
análise desta comissão, os projetos de pesquisa são analisados poruma
comissão técnica estadual, esomente após é
que
os projetos poderão ser incluídosno
planejamento da empresa.4.2.3.
A
RELAÇÃO DA
EXTENSÃO
E
DA
PESQUISA
COM
A COMUNIDADE
RURAL.
,.Na
metodologia imposta pelas instituições de pesquisa e extensão, dentrodo modelo
proposto
no
padrão de desenvolvimento convencional, o agricultor não é vistocomo
protagonista,expondo
seus desejos e seus anseios, sendo visto apenasum
receptor das novastecnologias,
ou
sejaum
"vaso a ser enchido", devido principalmente auma
estrutura hierarquizada de saber, na qual as decisões são tomadas pelos pesquisadores.As
dificuldades dos pequenos produtoresdevem-se
ainda ao fato de não seremorganizados e conscientes da importância de sua participação nas decisões sobre os planos de desenvolvimento de
que
são objeto.Os
técnicos, simplesmente, decidiam todas as ações.A
não participação dos produtores fez
com
que eles não se sentissemcompromissados
com
os trabalhos da extensão e pesquisa rural,em
prejuízo deles próprios (Guadagnin, 1995).Foi a falta de estratégia da pesquisa agropecuária e da extensão, quase
no
seu todo atuando autocraticamente ecom
pouca
comunicaçãocom
seu público consumidor, que fezcom
que não se alcançasse o objetivo depromover
o desenvolvimento dos produtores rurais. Entretanto, as agências atribuem o insucesso aos produtores rurais, considerando-os apáticos, ignorantes esem
perspectivas de desenvolvimento (Guadagnin, 1995).A
rejeição dos agricultores às tecnologias impostas pelos pesquisadores e extensionistas, muitas vezes deve-se ao fato de que existe algo erradocom
a apresentação dasrecomendações.
Notadamente
entre os pequenos produtores rurais, asmudanças
ocorrem atravésdo
processo educativo, iniciandocom
uma
estratégia de açãobem
esquematizada e utilizandométodos
apropriados,com
a participação efetiva e decisóriado
agricultorem
todas as fases, possibilitando-lhe assim transformações de acordocom
as suas necessidades e aspirações (Monegat, 1991).4.3.
O
PADRÃO
TECNOLÓGICO DA AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL
"Os riscos que se apresentam
à
humanidade
criados pela civilização,restituem
para
o
homem
a
aventura de retomar seu destino e controlá-lo.O
que ele antes fazia
temendo aos
deuses aos quaisjá não
teme,com medo
depragas que já
controla, submetidoao
desconhecido, quejá
conhece,agora
o
homem
terá que fazer diantedos
riscosque
criou. Teráque
enfrentarum
deus
maluco
chamado homem,
uma
praga
que ele criouchamada
poder
cientifico e tecnológico, e tentar desvendarum
desconhecidochamado
elemesmo,
seu sistema econômico, sua relaçãocom
a
Natureza,a
essência de seu processo civilizatório ". (Macedo, citado por Almeira e Navarro, 1998).O
desenvolvimento rural sustentável, idéia centralem
quase todas as interpretações, críticas e proposições alternativas aomodelo
de desenvolvimento convencional, buscarepensar a agricultura, buscando-se outras formas de produção que não prescindam
somente
das exigências de alta eficiência produtiva e econômica,
mas
que
assegurem aos agricultoresuma
fonte de rendaque
satisfaça melhores padrões de vida e que, aomesmo
tempo, preserve e renove os recursos naturais,em
vista deuma
nova
organização dos sistemas produtivos euma
estabilidade produtiva para as seguintes gerações, criando assim novas alternativas paraum
real desenvolvimento rural (Almeida
&
Navarro, 1998).A
criação de novas alternativas, paraum
desenvolvimento rural sustentável, deve ser obtida deforma
participativa e democrática entre pesquisadores, extensionistas rurais e agricultores, para que se alcanceuma
altemativacom
propósitos de ser ecologicamente limpa, socialmente justa,economicamente
viável, politicamente desejável ehumanamente
aceitávelAtualmente os problemas agronômicos são ordinariamente formulados e abordados de
forma
exclusivamente técnica, presupondo-se que as soluçõesdevam
sertambém
de naturezaeminentemente técnica. Todavia, ainda que as noções subjetivas não expliquem os
fenômenos
sociais, participam destes.
Por
isso sensibilizar as pessoaspode
ser tãoou
mais importantedo
que transmitir informações técnicas (Paulus, 1999).
É um
equívoco pensar que a única alternativa parapromover
o desenvolvimentoagropecuário seja através
do modelo
convencional (José Alfredo da Fonseca,comunicação
pessoal). Esse pesquisador
afirma
que omodelo
convencional de geração - difusão - recepçãode tecnologias,
na
qualtemos
uma
organização descendente, estáem
crise.E
está evidenteque
um
novo modelo ou
uma
readaptaçãodo modelo
em
uso precisa ser desenhada, e estemodelo
deve contemplar mais justiça social e maior participaçãodo
agricultor na definiçãodos seus destinos.
As
experiênciasdemonstram
que omodelo
modernizante, alémde
excludente e concentrador, foi desenvolvido para outras latitudes, sendo inadaptado aos ecossistemas nacionais.A
sustentabilidade nos traz a direção da construção de sistemas de produçãoreprodutíveis e diversificados, baseados nas condições e limitações dos agroecossistemas, necessitando a valorização da experimentação local e
do
conhecimento etnológicoacumulado
por diversas gerações (
Almeida
&
Navarro, 1998).'
Os
paísesdo
TerceiroMundo
estãodando
conta de que seusmodelos
de desenvolvimento nacional, incluindo seus programas de desenvolvimento rural, estãolevando-os a
uma
série de consequências indesejáveis. Entre elaspodemos
citar o aceleradoêxodo
rural, aberta penetração das empresas multinacionaisque
começam
adominar
aagricultura e a pecuária, a substituiçãodas granjas familiares diversificadas pelas empresas de monocultura, e destruição irracional dos recursos naturais.
Daí
ter-se levantado reações contrao verticalismo das políticas de desenvolvimento formuladas e dirigidas por tecnocratas,
geralmente aliados às classes empresariais e às empresas multinacionais.
As
reaçõescoincidem na absoluta e urgente necessidade de
modelos
de desenvolvimento rural orientados para o bem-estar da população e nos quais ela tenhauma
importante participação decisória(Bordenave, 1983).
A
busca deum
modelo
de desenvolvimento sustentável e deuma
efetiva participação comunitáriana
construçãodo
conhecimento ena
gestão das empresas estatais de pesquisa e extensão agropecuária, deve corresponder auma
reconformação das instituições de pesquisa e extensao rural, que deverão estar concretamente integradas, dentro deum
critérioascendente e partindo de
uma
perspectiva de democratização e descentralização das atividades.O
desenvolvimento sustentável, que tenhauma
maior preocupação social,pode
ser incorporadaem uma
metodologia institucional apenascom
o resgateou
a criação deuma
metodologiaque
aprimore acomunicação
rural, conceituado porBordenave
(1983)como
sendo o conjunto de fluxos de informação, de diálogo e de influência recíproca existentes entre oscomponentes do
setor rural e entre eles e os demais setores da nação afetados pelofuncionamento da agricultura,
ou
interessadosno melhoramento
da vida rural.A
comunicação
entre os agentes de desenvolvimento ruralno
Brasil pautou-se demétodos
mecanicistas, autoritários e antidialógicoscom
objetivo de aumentar a produçãoagrícola
sem
considerar ohomem
que participava nesteaumento da
produção (Freire citadopor Guadagnin, 1995).
As
estratégias mecanicistas de transferência de tecnologias,com
omodelo
decomunicação
vertical, decima
para baixo, quevisavam
oaumento
da produção e daprodutividade
com
omínimo
de participação dos produtores rurais,vem
sendo usadas pelaextensão rural até hoje. Especialmente nos
tempos
atuais estão sendo feitas várias análises críticas sobre a questão da exclusão dos agricultores, gerada pelomodelo
convencional, e destas análises críticas é que são feitas reflexões sobre novas formas metodológicas dearticulação pesquisa/extensão/agricultor, capazes de
promover
um
desenvolvimento integradodo meio
rural.As
agências de pesquisa agropecuáriatambém
desenvolveram suas atividadessem
buscar a participação dos produtores rurais nas decisões sobre suas linhas de pesquisa.
Os
produtores rurais se apropriarampouco
das tecnologias descobertas, experimentadasou
adaptadas pela pesquisa agropecuária
em
suas atividades de produção e administração denegócios,
embora
as agênciastenham
conseguido grandes avanços na descoberta,experimentação e adaptação de tecnologias que
aumentam
a produtividade das atividades agropecuárias (Guadagnin, 1995).É
nessenovo
modo
de ação institucional, enquadrado dentro deum
padrão de desenvolvimento sustentável,que
se propõeuma
mudança
no
modelo
de integração,comunicação
e de interação entre pesquisadores, extensionistas e agricultores,com uma
organização ascendente, que se inicie nacomunidade
rural, incluindo o agricultorcomo
protagonista e não maiscomo
simples receptor.4.3.1.
A DJTEGRAÇÃO ENTRE
PESQUISADORES, EXTENSIONISTAS E
AGRICULTORES.
"Existe
uma
classe especializadaem
pensar
demaneira
correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberadosda
obrigação depensar
epodem
simplesmente fazero
que os cientistasmandam.
Antes demais
nada, é necessárioacabar
com
o
mito de que o cientista éuma
pessoa
quepensa
melhor
do
que as outras" (Alves, 2000).Antes de discutir acerca dos processos de comunicação, interação e integração é importante conhecer o significado das palavras. Entende-se por
comunicação
a troca deinformações,
um
diálogo, troca de idéias; por interaçãouma
união de atividades, ação mútua,realização de ações conjuntas; e por integração a palavra que possui o sentido de inteirar,
completar,
tomar
parte integrante (Tagliari,1994). Todavia, os pesquisadores, extensionistas e agricultores,em
conjunto, precisam elaborar e construir procedimentos de comunicação,interação e articulação
que
facilitemum
julgamento das reais necessidades e problemasenfrentados pelos produtores rurais,
ou
seja, que mostrem-se efetivos.As
respostas requeridas pela sociedadedemandam
uma
ação realmente interiorizada e capilardos
serviços (ensino, pesquisa, extensão), efetivamente integrados organicamente, ecom
total grau de participação das famílias rurais,permeados
poruma
postura pedagógica que priorize o diálogo (Mussoi, 1994). Essa integração orgânica e a postura técnico-pedagógicadevem
ficar evidenciadas através da atuação conjunta e interdisciplinar entre agricultor- pesquisador-extensionista e demais instituições de desenvolvimento/áreasda
sociedade, desdea análise da realidade, passando pela priorização dos problemas, definição dos
problemas/projetos de pesquisa, implementação,
acompanhamento,
avaliação dos resultados destes projetos e socialização das conclusões (Mussoi, l9??).Um
fator a salientar é queno modelo
adotado dentrodo
padrão de desenvolvimentoconvencional, a integração existente é de forma tecnocrática
ou
decisionista, não adequada aum
modelo
de desenvolvimento sustentável, que propõeuma
integração efetiva entre os agentes de extensão e de pesquisacom
os agricultores, baseadano modelo
pragmático-político, nas quais são discutidos os reais anseios, desejos e proposições dos produtores rurais.
As
conseqüências dessenovo modelo
sobre acomunicação
rural são muitas e profundas.A
comunicação,com
efeito, torna-seuma
forte aliadana
promoçao
da organizaçaoaspirações, opiniões e
demandas
(Bordenave, 1983).O
que se visa aplicar nessenovo modelo
não é somente o
economicamente
viável e o tecnicamente justificável,mas também
o
socialmente desejado.
Essa preocupação para
uma
transiçãodo modelo
convencional paraum
modelo
sustentável já é presenteem
algumas instituições.Na
Epagri, atualmente já encontram-sealguns projetos elaborados sobre ideais de sustentabilidade,
mas
estes ainda encontram-seem
uma
fase que poder-se-iadenominar
de transição entre omodelo
decisionista e o pragmático-político,
comentados
anteriormente. Estamudança
está ocorrendo deforma
muito lenta,principalmente devido a atitude de alguns profissionais que ainda trabalham na crença da
existência de
uma
hierarquia de saberes, colocando o agricultorcomo
simples receptor de mensagens.Porém, a pesquisa e a extensão agropecuária atualmente ainda estão estruturadas nos
moldes
convencionais, sendo apenas algumas atitudes que estão inseridas na basedo modelo
proposto pelo padrão de desenvolvimento sustentável, buscando levantar fatos de acordo
com
cada situação local, analisando dados culturais, produtivos, econômicos, ambientais ehumanos,
pesquisando e levantando problemas potenciais e posteriormentemontando
um
plano de desenvolvimento. Essa análise e posterior
montagem
do
plano de ação são desenvolvidasem
conjunto, juntando conhecimentos geraisdo
pesquisador,do
extensionista eda
comunidade
rural.A
metodologia de integração deve atuar na busca deum
processo ascendente deorganização, sendo o agricultor
também
protagonista, colocando à disposição dospesquisadores e extensionistas seus anseios e desejos.
Mas
a Epagri e outras instituições depesquisa agropecuária e extensão agricola
sempre
adotaramem
seus planos de trabalho ametodologia dos "pacotes tecnológicos", tipicamente convencional, e
somente
passará autilizar a metodologia de integração a partir
do
momento
em
que a totalidadeou
a maioria dosprofissionais já tiverem adotado a metodologia
do novo
sistema, tipicamente integratória enão excludente, e aí sim haverá
uma
remodelagem
institucional.Mas
enquanto não houveressa
remodelagem
e reorganização ainda haverá instituições quedefendem
que omodelo
convencional ainda é conveniente.
O
extensionista_ rural, cercado deuma
equipe multidisciplinar de pesquisadores e outros profissionais, deverá ser o grande dinamizador dos grupos de agricultores ecomunidades
rurais, visto que esta é, na essência, sua funçãocomo
educador.A
dinamizaçãovisa ajudar a construir
uma
proposta de desenvolvimento local e a partir daí caracterizar as diversasdemandas
concretas e adequadas (Figura 3).Í,/Pesquisador
"_-_"'.fxtensionistai
\
//
.O
Agricultor
Figura
3. Metodologia de integraçãocom
um
processo ascendente de organização,colocando o agricultor
como
protagonista.Foi apresentado
um
novo
enfoque para o trabalho da pesquisa, a "geração participativade tecnologias", na qual extensionistas e produtores rurais participam, de maneira ativa, nas fases de formulação, desenvolvimento e experimentação da pesquisa
(Kamp
&
Schuthofcitado por Tagliari, 1994). Esta é
uma
situação nova, diferentedo modelo
institucional atualmente vigenteem
muitas instituições de pesquisa agropecuáriamundo
afora,na
qual os pesquisadores é quedefinem,
quase que exclusivamente, o que pesquisar,sem
consultaro
próprio beneficiário,
o
agricultor, desconsiderando os conhecimentosdo
homem
rural.Outra
forma
para auxiliar nessa integração entre os profissionais de extensão e pesquisa e os agricultores e a construção deuma
unidade demonstrativaou
propriedademodelo
ainda éum
método
apropriado na transferência de práticasou
tecnologias, principalmentequando
o público atingido são pequenos agricultores.Mas
para que ométodo
alcance os efeitos desejados é necessário que sejam atendidos os segmintes requisitos : aplicação de
uma
estratégia de ação adequada; atendimento deum
grupohomogêneo
deinteressados; elevado grau de interesse
do
colaborador, selecionado pelo grupo; programaçãoe planejamento da unidade pelo grupo e colaborador;
acompanhamento
técnico efetivoem
todas as fases e avaliação (Monegat, 1991).Os
entravesque
dificultam acomunicação
entre pesquisa agropecuária, extensão e produtores rurais são de natureza variada.Os
maiscomuns
se encontram nas áreas técnica,funcional e operacional.
Na
área técnica, via de regra, a extensão qualifica a pesquisacomo
sendo muita especifica
ou
até de excessivamente teórica; a pesquisa se refere à extensãocomo
não sendo apta
ou
disposta a cumprir seu papel.Na
área funcionalocorrem
disperdícios deesforços na articulação, visto que a estrutura para
desempenhar
este papel é constantementedemandada
em
ações marginais ao objetivo.E
na área' operacional, a rotatividade, tanto aquela voluntáriacomo
a determinada na estrutura organizacional, não permite odesenvolvimento de
uma
relação de confiança entre o extensionista e o produtor rural (Guadagnin, 1995).É
evidenteque
seria ingênuo considerar que todos os vícios institucionais, as disfunções e a falta de transparência, desapareçamno
toque deuma
varamágica
deuma
nova
metodologia.
Mas também
é verdade que a construção deuma
nova
cultura institucional devesurgir de
uma
prática concreta,que
permitao
surgimento deuma
_i¿1_st¿`t_uiç.ão_1nais..aberta, maisinvestigativa, mais curiosa, mais inovadora, mais científica, valorizando os saberes, sendo
menos
intolerante, eem
contatocom
a realidade, e principalmente,com
total transparência ecomprometida
com
a sociedade (Mussoi ,1998).Muitas limitações irão aparecer ( recursos, condições concretas de trabalho, etc) na
remodelagem
da metodologia institucional, considerando acomunidade
ruralcomo
protagonista junto aos pesquisadores e extensionistas, acomunidade
conhecerá e decidirá estas limitações, principalmente devido a possibilidade de participarem
sua gestão, e poderão assim pressionar o Estado (Mussoi, 1998).Percebe-se
em
algumas atividadesuma
integração mais afetiva entre o pesquisador,o
extensionista, e
o
agricultor,como
porexemplo
nas reuniões comunitárias,em
que são discutidos e tratados problemas da comunidade, ouvindo a opinião dos agricultores e suas propostas. Nessas ocasiões, realiza-seum
diagnóstico dos problemas, discute-se a realidade, as possíveis soluções, as adaptações das soluções aos seus problemas eum
plano de ação nacomunidade ou
talvezem uma
propriedadeque
servirácomo
modelo. Entretanto,o
trabalhonão
pode
ser encerrado neste ponto, restando aindauma
avaliação dos resultados alcançados,sendo este tipo de atividade ainda
pouco
desenvolvida epouco
adotada pelos pesquisadores agropecuários e pelos extensionistas.5.
coN‹:LUsÃo
A
integração entre pesquisadores, extensionistas e agricultores éuma
metodologia deatuação dentro dos padrões de desenvolvimento sustentável,
em
crítica aomodelo
de “pacotestecnológicos”, enquadrado
no
padrão de desenvolvimento convencional e adotado até os diasde hoje por pesquisadores, extensionistas e suas instituições.
Essa
nova
proposta surgecomo
capaz de resgatar aenorme
dívida social e ambientalacumulada
desde o advento daRevolução Verde
até os dias de hoje,com
a adoção deuma
tecnologia de aperfeiçoamento da
comunicação
rural, principalmentecom
uma
presençaconstante
do
agricultor nas tomadas das decisões, desde etapas de elaboração de projetos depesquisa até a concretização de novas práticas
ou
novas tecnologiasem
sua propriedade.Os
pesquisadores e extensionistas quebuscam
atuar dentro deuma
nova
forma decomunicação
com
os produtores rurais, levando na sua essência algo que torne os produtores ruraistambém
protagonistas nas decisões e inovações agrícolas, deverão terem
consciênciauma
dimensão
holística e ihumanizadora, contrapondo-se ao proposto até hoje pelomodelo
convencional,
que
foi parcial, persuasivo e dominador, e quetomou
ohomem
do
campo
apenas receptor de
um
"pacote tecnológico", desconsiderando seus anseios e proposições.Esse aperfeiçoamento poderá ocorrer
com
a realização constante de__r._euni®s comunitárias,com
a elaboração de metodologias de pesquisa participativa eda
elab_or¿çã_9__9i_1construção
de
propriedades modelos. Essenovo
enfoque surgecomo
solução à calamitosa situção da agricultura atual,promovendo
um
“real desenvolvimento rural”, e sustentabilidadedo
homem
no campo,
gerando condições de sobrevivência e dignidade.Pode-se
afirmar
que osmodelos
de interação propostos porHabermas
(citado por Fourez,l995),mesmo
que
desconhecidos pelos extensionistas e pesquisadores, expressam realmente o que está ocorrendo dentro das instituições de pesquisa e extensão.Assim
a metodologia adotada na difusão de "pacotes tecnológicos",no
padrão de desenvolvimentoconvencional,
pode
ser associado aomodelo
tecnocrático; na transição destemodelo
paraum
modelo
sustentávelpredominam
atitudes presentesno
modelo
decisionista; enquanto queem
um
padrão de desenvolvimento sustentável,com
integração efetiva, os procedimentos adotadospodem
ser identificadoscom
omodelo
pragmático político.Os
trabalhos de pesquisa agropecuária realizados são,em
sua maioria, trabalhos idecunho
científico, nas quais busca-seuma
melhor rentabilidade econômica, baseadosno
modelo
convencional.De
acordocom
a tipologia de interação proposto porHabermas
eapresentada por Fourez (1995), pode-se afirinar que estes trabalhos são inspirados tipicamente
na metodologia tecnocrática. Trabalhos
de cunho
social,que
busquem
o
desenvolvimento social eeconômico
dos agricultores,ou
seja, baseadosnuma
metodologiacomo
a decisionista são, porém,pouco
desenvolvidos, e trabalhos que utilizem-se de metodologia pragmático- político,com
participação e integração efetiva, são raramente executados.Um
grandeproblema
da não adoção generalizadado modelo
pragmático-político, dentro deum
padrão sustentável de desenvolvimento, muitas vezes se dáem
virtude da falta de recursos financeirosou
então de problemas advindoscomo
ordens descendentes de nível estadual e federal, muitas vezes vindasde
pessoassem
envolvimentoou
sem
conhecimento daatual situação agrícola regional e local, e que
devem
ser enquadradasno
plano municipal detrabalho. Outro fator que dificulta a execução de trabalhos nesse modelo, é a sobrecarga de
trabalho desses profissionais, devido ao reduzido
número
de profissionais dentro dasinstituições.
Não
podemos
negar o esforço de alguns profissionaisem
adotar novas metodologias participativas.Mas
paraque
essa integração e participação sejam mais efetivas será necessáriouma
reformulação da metodologia institucional, principalmentecom
decisões ascendentes eprovindas
da
identificação de reais problemas da agricultura,com
a realização de reuniõescom
a participação de todos os profissionais, realização de cursoscom
esses profissionais nas áreas de sociologia euma
maior concentração de recursos para projetoscom
metodologias integratórias.As
mudanças
necessárias para a transição da metodologia institucional atualmenteadotada, tipicamente convencional, para
um
modelo
sustentável de desenvolvimento serão lentas edevem
ter total apoio institucional,não
cabendo apenas asmudanças
da atitude dospesquisadores e extensionistas.
É
demonstrado que existeum
enorme
potencialhumano
disposto e ansioso pormudanças
profundas na estrutura organizativa ena
metodologia detrabalho da Epagii.
São
profissionais da pesquisa e da extensãocom
alta capacidadeintelectual e potencial
de
trabalho,mas sem
ter clarouma
metodologia integrativa etransformadora da realidade institucional e ambiental.
São
agricultorescom
enorme
vontade e voluntariedade parauma
participação mais protagonista,mas
excluídos desse processo ate'agora (Mussoi, 1998).
Mas
o que nos interessa sublinhar nestemomento
é que, ao lado da tecnologiamoderna ou
tecnologia de ponta, estácomeçando
a se desenvolver oque
agora sedenomina
tecnologia socialmente apropriadaou
simplesmente apropriada, que acaba incluindo a primeira (Bonilla, 1992).A
objeção que freqüentemente se faz a estenovo modelo
de integração entre pesquisadores agrícolas, extensionistas rurais e agricultores, dentrodo
proposto pelo padrão de desenvolvimento sustentável,com
o
aperfeiçoamento dacomunicação
rural,com
realização de reuniões nas quais os agricultores poderão expor seus anseios, seus desejos e suas dificuldades, é que seu caráter émeramente
"reformista" e a relativa inocuidade de seu alcance,no
contexto deuma
sociedade capitalista e opressora (Bordenave, 1983).õ.
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