GUSTAVO
NUNES
BENTO
CORRELAÇÃO
ENTRE
A
QUANTIDADE DE
TECIDO
REMOVIDO
PELA
RESSECÇÃO TRANS-URETRAL
E
MELHORA
CLÍNICA
DO
PACIENTE
COM
HIPERPLASIA
PROSTÁTICA
BENIGNA
Trabalho
apresentado àUniversidade
Federalde Santa
Catarina,para a
conclusãodo Curso
_
de
Graduação
em
Medicina.
_
Florianópolis
p '
Universidade Federal de Santa Catarina
GUSTAVO
NUNES
BENTO
CORRELAÇÃO
ENTRE
A
QUANTIDADE DE
TECIDO
~
REMOVIDO
PELA
RESSECÇAO
TRANS-URETRAL
E
MELHORA
CLÍNICA
DO
PACIENTE
COM
I _
HIPERPLASIA
PROSTATICA
BENIGNA
Trabalho
apresentadoà
Universidade Federal Ade
Santa
Catarina,para
a conclusãodo Curso
deGraduação
em
Medicina.Presidente
do
Colegiado:
Prof.
Dr.
Edson Cardoso
Professor:
Dr.
Rogério
Paulo Moritz
Florianópolis
Universidade Federal de
Santa Catarina
2002
Bento, Gustavo Nunes.
Correlação entre a quantidade tecido removido pela
RTU
e melhora clínicado paciente com
HPB/
Gustavo Nunes Bento. ~ Florianópolis, 2002.23p.
Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade Federal de
Santa Catarina - Curso de Graduação em Medicina. -
lp Hiperplasia Prostática Benigna. 2. Ressecção trans-uretral. 3. peso do material ressecado. 4. Evolução clinica dos pacientes. 5. Urologia. I. Moritz,
Rogério Paulo. 11. Correlação entre a quantidade de tecido removido pela
RTU
e melhora clínica do paciente com HPB. .As
minhas
avós,
Odete
_~ValesBento
e
Nair
Cidade da
Silva,que tinham
como
sonho ver-me
formado
ecuidando
delas.H
Ao
meu
orientador, Prof.
Dr.
Rogério
“Paulo
Moritz,
meu
muito
obrigado
pela
oportunidade de
trabalhar
a
seu lado
eadquirir experiências
que
permitiram
meu
amadurecimento
científico
eprofissional.
.'
AGRADECIMENTOS
A
Deus,
por
me
trazera
esperança
ea
confiança
num
mundo
melhor
emais
bonito,
onde
a família
continue
sendo
a
base
de
tudo;
`A
meu
pai,Tônio César
Bento, por
tersido
um
Verdadeiro
amigo
e
por
terme
dado educação
e
condições financeiras
de
concluir
este curso.Em
especial a
minha
mãe,
Marlene Nunes
Bento,
eminhas
irmãs
que
estiveram ao
meu
lado
nas melhores horas
da
minha
vida
eprincipalmente
me
acolheram
eme
deram
conforto
nos
momentos
de
tristeza.A
minha
namorada,
Luciana
Maria
Fornari,
pela
paciência
ecarinho
que
me
proporcionaram
tranqüilidade
para-terminar
este trabalho.Ao
Prof.
Dr. Sérgio
F.
Torres de
Freitas,
responsável
pela
análiseestatística
desta pesquisa.
'
`
Ao
Ultralitho
Centro
Médico, na
pessoa
do Dr.
Sérgio
Rubem
Porto por
permitir
que
estapesquisa
fosse realizada
naquela
instituição.Aos
pacientes, que,
apesar de
doentes,
contribuíram
de
fonna
espontânea
na
realização deste
trabalho. H_ Í
SUMÁRIO
DEDCATÓRIA
... ..AGRADECIMENTOS
... ..RESUMO
... ..SU-MMARY
... .. 1.INTRODUÇÃO
... .. 2.OBJETWO
... ., 3.MÉTODO
... .. 4.REsULTADoS..,;
... .. 5.DISCUSSÃO
... .. ó.CONCLUSÕES
... _. 7;REFERÊNCIAS
... ..APÊNDICES
... .. IVRESUMO
A
hiperplasia prostática benigna(HPB)
éum
problema de
saúde pública, pois ocorreem
até90%
doshomens
maiores de 80 anos. Por conseguinte, a ressecção trans-uretral de próstata(RTU)
éum
dos procedimentos cirúrgicos mais realizadosno mundo.
No
entanto, ainda existem dúvidascom
relação ao prognóstico destes pacientesna
avaliação antes e durante acirurgia. Este trabalho
tem
por objetivo relacionar a quantidade de tecidoremovido
pelaRTU
com
amelhora
clínica dos pacientes.Quinze
pacientescom
diagnóstico prévio deHPB
esubmetidos à
RTU
foram
selecionados para o estudo entrejunho
de2000
e outubro de 2001.Os
valores`
do
escore intemacional de sinais e sintomas prostáticos (EISSP), ultra-som eurofluxometria
(Qmax)
pré-operatórios,além do
pesodo
material ressecadoforam
obtidosdos prontuários.
Os
pacientesforam chamados
ao consultório entre 4 e 12meses
após acirurgia para realização de
novos
EISSP
eQmax..
Pacientes tinhamem
média'65,8 anos,com
próstatas de 60,7ml e ressecções de 24,4g
em
média.Houve
uma
diminuição significativado
EISSP
(t=5,46; p<0,0001),sem
aumento no
Qmax
(t=-0,66; p=0,522).Não
houve
relaçãoentre 0
volume
prostático e idade (r=0,19; p=0,673),mas
houve
com
material ressecado (r=0,629; p=0,012).Quando
procuramos
uma
ligaçãoentre~Qmax
e material ressecado,não
aencontramos (r=0,170; p=0,543).
O
mesmo
acontecena
relação EISSP/material ressecado(r=-0,024; p=0,933). Por último,
não
encontramos relação entre quantidade de material ressecado e evolução clínica dos pacientes.V
SUMMARY
Benign
prostatic hyperplasia(BPH)
isnowadays
a realproblem
in public Health. It appears to exist in90%
ofmen
over 80 years old.Because
of this, transurethral resectionof
the prostate(BPH)
hasbecome
one
of themost
common
surgery performed in thewhole
world.However,
there still doubts about the
outcome
of these patients whereas preoperative and during surgeryevaluation is done.
Our
objective is to trial the influence of theamount
of resected tissue atTURP
forBPH
on
symptom
impíšfovement. Fifteen patients with a previous diagnostic ofBPH,
preoperative Intemational ProstateSymptom
Score (IPSS), urinaryflow
ratemeasurement
(Qmax)
and
ultrasoundwere
selected for this studybetween
June2000 and
October 2001.They
also should havebeen
submitted toTURP
and
the resected tissueweighed.
They
were
called toretum
in a periodbetween
4and
12months
in order to repeatthe
ISSP and
Qmax.
Mean
patients ageWas
65.8 years, themean
prostatevolume
was
60.7mland
themean
weight of resected tissuewas
24.4g. Therewas
a significant decrease inIPSS
(t=5.46; p<0.000l),
which
didn°thappen
inQmax
(t=0.66; p=0.522).-AgeWas
not correlatedwith prostate
volume
(r=0.19; p=0.673), but prostatevolume
correlated well with resectedtissue weight (r=0.629;- p=0.012).
We
foundno
relationshipbetween
resected tissue weightand ISSP
variation (r=0.024; =0.933) nor withQmax
variation (r=0.170; p=0.543). Finally,clinical
improvement
Will notdepend
on
theamount
of tissue resected.1.
INTRODUÇÃO
Na
sua anatomia a próstata éum
órgão complexo,que
reúne elementos acinares,musculares e de sustentação estromal.
Começa
a desenvolver-se a partirda
décima
segundasemana
de gestação sob a influência dehormônios
androgênios.Embora
se acrediteque
ela seja derivada.do
seio urogenital, os ductos ejaculadores, partedo
veromontanum
e parte das glândulas acinarespodem
ter origem nos ductos de Wolff. Elatem
aforma
deum
cone invertido, situada na pelve verdadeira, abaixo da borda inferiorda
sínfise púbica.
Sua
base é contínuacom
o colo da bexiga e seu ápice repousana
face superiordo
diafragma urogenital.O
componente
fibromuscular localiza-se principalmentena porção anterior, enquanto
que
a porção glandular localiza-se principalmente nas faces posterior e lateral da próstatalA
porção glandular constitui95%
damesma
enquantoque
os outros5%
são formados pelazona
de transição, localizada ao redor da uretra,que
constitui a porção de maior proliferação acinar e é responsável pela grande maioria doscasos de hiperplasia prostática benigna (I-IPB).2
Ao
fim
da
puberdade a próstata atingeaproximadamente 26g
e assim semantém
anão
ser que a próstatacomece
a desenvolver tecido hiperplásico.3A
hiperplasia prostática benigna caracteriza-se,como
o próprionome
já cita, pelahiperplasia dos tecidos que a
compõem.
Estas alteraçõespodem
ocorrerno
estroma(fibromusculares), nos ácinos
ou
em
ambos.É
preciso lembrar que,em
média,50%
doshomens
entre 51 e60
anos e90%
doshomens
acima dos oitenta anosvão
ter sinaishistológicos de
HPB
e que suas próstatas aumentarão de tamanho, pesandoem
média
33i
16g.3
Várias são as hipóteses
que
justificam as alterações hiperplásicas,porém
a mais aceita levaem
consideração as alterações hormonais relacionadascom
produção e resposta aosandrógenos. Parece que o desenvolvimento de
HPB
está relacionadocom
a presençade
diidrotestosterona
(DHT)
durante o desenvolvimento embrionário, puberdade eenvelhecimento e, por isso, a castração antes da puberdade previne
HPB.3
Sabe-se aindaque enquanto os níveis de testosterona
no
organismodiminuem
com
a idade,o andrógeno
prostático,DHT,
continuaem
concentrações normais, assimcomo
seus receptoresna
2
o processo pelo qual se desenvolve a
HPB
parece ser através da inibição da apoptose enão
através da proliferação celular.3 '
A
histologia mostra a presença de nódulos de características estromaisna
região peri-uretral, enquanto
que
nazona
de transição a característica é de proliferação glandular,sendo que,
num
primeiromomento,
háuma
maior presença depequenos
nódulos enum
segundo
momento
estespequenos
novos
nódulos adquirem a capacidade de crescerem.3O
aparecimentoda
HPB
determinaum
aumento
da resistência da uretra prostática através de efeitos espásticos e mecânicos,com
aumento
da pressão intra-vesical, resultandoem
mudanças
compensatórias na funçãoda
bexiga e de seu sistema nervoso.Mesmo
que a bexiga tenha ótima capacidade de compensação, a obstrução por muitotempo
leva à instabilidadedo
detrusor e diminuiçãoda
sua complacência, sendo então esteo
mecanismo
pelo qual os sinais e sintomas se desenvolvem.3Os
sintomas são de origem obstrutivaou
irritativa.Os
sintomas de natureza obstrutivacaracterizam-se pela diminuição da força e
do
calibredo
jato, por hesitação, por intermitência, por gotejamento terminal e pela sensação de esvaziamento incompletolEstes sintomas
ocorrem
porqueo
detrusortem
de fazer mais força para vencer a resistência, oque
não consegue fazer por muito tempo.Os
sintomas de natureza irritativa caracterizam-se pela presença de nictúria, urgência, disúria eaumento
da freqüência. 1Estes sintomas
aparecem
porque háum
aumento no
volume
residual, deflagraçãodo
reflexo miccional
em
virtudedo aumento
da próstata e maior excitabilidadedo músculo
hipertrofiado.1
Os
efeitos daHPB
influenciam muito na qualidade de vidado
paciente, das maisvariadas formas, incluindo dificuldades para donnir, ansiedade,
menor
mobilidade,comprometimento
nas atividades diárias e de lazer, assimcomo
piora importantena
sensação de bem-estar.
O
escore internacional de sinais e sintomas prostáticos (EISSP),que
é idêntico ao escore da AssociaçãoAmericana
de Urologia, deve, portanto,sempre
serempregado
na tentativa de mensurar os sinais e sintomas e avaliar a qualidade de vida dospacientes.
Embora
ele não estabeleça diagnóstico, é importante na determinaçãoda
severidade dos sintomas e
no acompanhamento
dos pacientes, tanto naquelesque
só estãosendo observados quanto naqueles que estão recebendo tratamento
medicamentoso
ou
pós-3
sintomas são considerados leves se de O a 7,
moderados
se de 8 a 19 e severos se de20
a35.4
Os
pacientescom
HPB
têm
aindauma
predisposição a desenvolver quadros de cistite,pielo-nefrite, cálculos vesicais de estase e hematúria, esta
em
decorrência deuma
bexigafriável, de
uma
infecçãoou
da presença de cálculosf*A
HPB
pode
apresentar-secomo
um
quadro emergencial de retenção urinária aguda, necessitando tratamento cirúrgico imediato. Três são os sintomas
que
estão relacionadoscom
maior risco de retenção urináriaaguda: diminuição da força
do
jato, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga euma
próstataaumentada ao
toque retal.5Há
controvérsiasno
que diz respeito à relação entreo tamanho
da próstata e aseveridade dos sinais e sintomas. Alguns estudos isolados
demonstraram que
pacientescom
próstatas grandes,com
mais de 40ml,têm
duas vezes mais chancesde
terem sintomas queincomodam
e atrapalham as atividades diárias, ehomens
com
próstatas maioresque
30ml
têm
três vezes mais chances de desenvolverem retenção urináriaagudas
Já aAssociação
Americana
de Urologia(AUA)
nãotoma
como
verdade a existência deuma
relação entre o
tamanho
da próstata e a evolução dos sinais e sintomas.4”6Ao
exame
fisico, toque retal eexame
neurológico completodevem
ser feitosde
rotina.O
pacientepode
apresentar sinais de uremia, se aHPB
já levou auma
insuficiência renal,com
hipertensão arterial sistêmica,aumento da
freqüência cardíaca e respiratória, e hálitourêmico. Palidez
do
leito ungueal e sinais neurológicoscomo
neuropatia periférica ediminuição
da
capacidade mentalpodem
estar presentes edevem
ser pesquisados.Hemorróidas
e hémiasaparecem
por esforço miccional. Rins palpáveisou
dorem
flancos
também
aparecem
se houver acometimento renalcom
hidronefroseou
pielo-nefrite.No
toque retal, vê-se
um
aumento
da próstata,com
superficie lisa eaumento
assimétrico deum
dos lados.l
O
diagnóstico e avaliaçãodo
pacientedependem
ainda deexames
complementares, desde laboratoriais até os de imagem.Nos
exames
laboratoriais destacamos o parcial de urina (PU), para procurar alteraçõescomo
presença de leucócitos/piócitos, bacteriúria e hematúria.O PU
ajuda na distinçãoentre
HPB
e infecçõesdo
tracto urinárioou
câncer de bexigaflTemos
ainda osexames
sangüíneos para analisar eletrólitos, uréia e creatinina, que avaliam a função renal eo
4
diferenciação entre I-IPB pura e
uma
HPB
associadacom
câncer de próstata. Isso ocorre porque os valores nonnaisdo
PSA
variam de O a 4ng/ml, sendoque
oaumento
do
PSA
nospacientes
com
HPB
é proporcional aotamanho da zona
de transição (aumento deum
grama
dazona
de transição acarretano aumento
de 0.3ng/mldo
PSA)
eno
câncer depróstata, o
aumento do
PSA
não se correlacionacom
oaumento
da glândula, sendoque
aquele tem, na maioria das vezes,
um
aumento
muito maior.Na
urofluxometriapodem
aparecer diminuições das taxas defluxo
urinário eaumento
da urina residual.
Algumas
considerações são válidas aqui. Valores anonnais detectadosno
exame
urofluxométricopodem
ser detectadas por razões obstrutivascomo
HPB
e estenoseuretral
ou
de meato,ou
por hipocontractilidadedo
detrusorsem
que
seja possível, atravésdeste exame, distinguir os dois mecanismos.4 É, portanto,
um
exame
quetem
por objetivoavaliar o grau de obstrução e não sua etiologia.
O
melhor parâmetro analisadona
urofluxometria é o fluxomáximo
(Qmax).Não
se sabe qual o valordo
Qmax
a ser adotadopara determinar se
um
pacientetem
obstruçãoou
não,porém
estudos estimamque
o valor ideal para este ponto de corte varia entre IO e l5ml/seg.4Na
verdade, estudosdemonstram
que
em
tomo
de20
a30%
dos pacientescom
sintomasdo
trato urinário inferiornão
têm
obstrução à urofluxometria.
No
entanto, sabe-seque
quantomenor
oQmax
do
paciente,maior é o alívio dos sintomas após a
RTU.4
`Já nos
exames
de imagem, o mais importanteexame
utilizadono
diagnóstico eavaliação de
um
pacientecom
HPB
é a ultra-sonografia(U SG)
.I Esteexame
é de grande utilidade para a avaliação pré-operatória,onde
sãomedidos
osvolumes
da próstata,da
zona
de transição e da bexiga,volume
de urina residual, espessamento da parede vesical,divertículos
na
bexiga e cálculos vesicais.Há
a possibilidade,também,
de analisaro
trato urinário superior,como
ureteres e rins.O
ultra-somtem
por objetivo, então, estudar aanatomia da próstata doente e suas conseqüências ao trato urinário.
Na
avaliação pós- operatória eletambém
é importante na determinaçãodo volume
da loja prostática,que
corresponde ao espaço deixado pela ressecção prostática.
O
tratamento divide-seem
farmacológico e cirúrgico.O
tratamento farmacológico baseia-seem
duas grandes classes de medicações,que
sãoos. bloqueadores de receptores ot-adrenérgicos (ex.: doxazosin, terazosin,etc.) e os
5
.A
terapiacombinada
é segura e eficaz,onde
os bloqueadores ot-adrenérgicosfuncionam através de vários
mecanismos
como
o
relaxamentodo músculo
liso ao redordo
colo vesical e cápsula, indução da apoptose e inibição da conversão da testosterona
em
diidrotestosterona.7 Estes agentes
têm
repercussão sistêmica edevem
ser usadoscom
cuidadoem
pacientescom
algum
grau decomprometimento
cardiovascularalém
depoderem
trazer efeitos colateraiscomo
tonturas, cefaléia e fadiga. Deve-se lembrarque
eles
têm
efeito anti-hipertensivo, necessitando de atenção na associaçãocom
outros~ ~
agentes
que
visem a diminuiçao dos níveis pressóricos. Essesmedicamentos
saorecomendados
para pacientes que nãotêm
contra-indicações cardiovasculares eque
procuram
alívio imediato dos sintomassem
que tenham
de se submeter à cirurgia.7A
finasterida provocaum
decréscimomédio
de32%
no
tamanho
da próstata, tendo melhoresresultados
em
pacientescom
grandes próstatas eum PSA
elevado.7 Elatem
como
efeitos colaterais a diminuiçãoda
libido, disfunção erétil, problemasna
ejaculação eaumento
dasmamas.7
A
finasterida reduz ainda -a probabilidade de retenção urináriaaguda
ede
necessidade de cirurgia. Esse tratamento é indicado para pacientes
que
não
necessitamalívio imediato, pois há
uma
demora de
até seismeses
paraque
tenha seu efeito terapêutico.É
indicado, ainda, para aqueles quetambém
não são candidatos à cirurgia, porrazões de saúde
ou
por opção.7Ressecção trans-uretral
(RTU)
tem
sido o tratamento cirúrgico de escolha naHPB.
A
RTU
éum
dos procedimentos cirúrgicos mais executadosno mundo.
A
técnica surgiuem
1932 através de McCarthy, e estabeleceu-secomo
procedimento seguro a partirda
década
de
40.89 Tradicionalmente, os pacientestêm
sido selecionados paraRTU
principalmente segundo os sintomas
do
trato urinário inferior (EISSP),mas
também
pela diminuiçãodo
fluxo
urináriomedido
através da urofluxometria e peloaumento no tamanho
da glândula.6”8 Pacientescom
sintomas leves(EISSP
entre zero e 7) raramente sãosubmetidos a este procedimento, enquanto que aqueles
com
sintomas severos, assimcomo
aqueles
que
tiveramuma
piora importante na qualidade vidatêm
sido indicados paracirurgia.8”1° Pacientes
com
sintomasmoderados
muitas vezescomeçam
recebendo tratamento medicamentoso,podendo ou não
evoluir para tratamento cirúrgico.8As
indicações absolutas para
RTU
são: retenção urinária refratária à cateterização, infecçãodo
tracto urinário de repetiçao, hematúria severa, cálculos vesicais, insuficiência renal e
6
venha
a fazer este procedimento. Dentre elespodemos
citar a análise detalhada dos sintomasdo
paciente, urofluxometria, avaliaçãodo tamanho da
próstatamedida
peloUSG
e pelo toque retal (TR),
hemograma
completo,Rx
de tórax, eletrólitos séricos e creatininasérica.4
Os
princípiosda
RTU
são aremoção da
porçãoadenomatosa
obstrutivada
próstataatravés
da
uretra utilizandoum
ressectoscópio trans-uretral e eletrocautério. Existem váriostipos de ressectoscópios, todos utilizando iluminação por fibras ópticas e utilizando sistema
de
aumento
por lentes para melhor visualização.A
técnica inclui ressecção inicial dasfibras
do
colo vesical edo
adenoma
entre as posições 5:00 e 7:00h,com
ressecçãoda
glândula
em
quadrantes.É
preciso evitar a ressecção na porção proximal aoveromontanum
para
que
não haja lesãodo
esfincter intemoloApesar
de novas tentativas detomar
o tratamentoda HÍPB
menos
invasivocomo
tratamentos por laser, terrno-ablação e balões dilatadores, aRTU
normal continua a ter os melhores resultados,com
uma
mortalidade muito semelhante aosnovos
tratamentosmenos
invasivos.“
A
RTU
não éum
procedimentosem
problemas,uma
vezque
existem taxas deresultados insatisfatórios
que
podem
chegar a25%,
e necessidade de re-intervençãoem
até20%
dos operados nos dez anos seguintes à cirurgia.9'12 Elatem
uma
morbidadeem
tomo
de
18%
euma
mortalidadeem
tomo
de 0,2%.A
morbidade acontece por complicaçõescardiovasculares, tais
como
problemas na hemostase, necessidade de transfusão e síndromede
RTU,
que
se caracteriza pela presença de hipervolemia e hiponatremia decorrentesda
absorção de líquidos usados durante a
RTU
pelos seios venosos presentesno
local,podendo
-provocar
edema
cerebral, convulsões, distúrbios visuais e hemólisel Complicações de origem sépticascomo
epididimite,pneumonias
e pielo-nefritetambém
podem
aparecer.”Comorbidades
gênito-urináriastambém
acontecem, taiscomo
ejaculação retrógrada, impotência, retenção urinária, infecção
do
trato urinário ealgum
grau
de
incontinência.9'12As
taxas de mortalidadepós-RTU
diminuíramno
passar dos anose
com
a evolução da cirurgia,mas
as taxas de morbidademantêm-se
no decorrer dosúltimos anos, sofrendo influência direta
do tamanho
da glândula edo
tempo
de cirurgia. 12O
acompanhamento
em
longo prazo de pacientes após aRTU
varia muito e,além
disso,há
poucos
dados a respeitoda
relação existente entre a quantidade,em
peso,de
material prostático através daRTU
e a evolução clínica destes pacientes.V
2.
OBJETIVO
Este trabalho
tem
por objetivo averiguar a existência deuma
relação entre aquantidade de tecido
removido
pela ressecção trans-uretral e a melhora clínica dos3.
MÉTODO
3.1
DELINEAMENTO
DO
ESTUDO
Trata-se de
um
estudo- retrospectivo e prospectivo, longitudinal e interventor. 3.2LOCAL
Ultralitho Centro Médico,
em
Florianópolis, Santa- Catarina.3.3
POPULAÇÃO
DE
ESTUDO
Este trabalho foi realizado
com
pacientes- atendidos-no períodode
junhode
2000
aoutubro
de 2001 no
Ultralitho CentroMédico
eque
se encaixaram nos seguintes critériosde inclusão:
um Pacientes homens, sintomáticos e com- diagnóstico- de hiperplasia prostática
benigna. ,
U
Deve
haver informações pré-operatórias complementares,que
incluemEscore
Internacional de Sinais e Sintomas Prostáticos (EISSP), urofluxometria e ultra-sonografia trans-retalem
seus prontuários-médicos.ci Pacientes
devem
ter sido submetidos àRTU.
Os
critérios de exclusão englobam:E1 Pacientes cujos dados
no
prontuário estavam incompletos.U
Pacientescom
retenção urinária aguda,mesmo
que
tenham
sido submetidosà
RTU.
Ei- Pacientes
com
diagnóstico pré-operatóriode
hiperplasia prostática benigna,porém
com
exame
anátomo-patológico dos fragmentos cirúrgicosdemonstrando
adenocarcinoma de próstata.ci Pacientes
que
desenvolveram. estenosede
uretraou
de colo vesical pós-9
ci Pacientes que tiveram complicações. neurológicas
no
pós-operatórioque
comprometem
o funcionamento vesical.Foram
selecionados inicialmente 69 pacientes que foram submetidos àRTU,
onde 48
foram excluídos pela falta de dados,como
ultra-sonografia, EISSP, urofluxometriaou
por não terem sido pesados os fragmentos retirados na cirurgia.Dos
21 restantes, três não foram localizados,um
tinha seqüelas neurológicas porAVC
e outros dois tinham sidooperados
com
quadro de retenção- urinária. aguda. Restaram então quinze pacientes,que
permaneceram
num
único grupo para análise estatistica3.4
PROCEDIMENTOS
Os
dados sobre EISSP,USTR
eQmax
foram obtidos através da coleta dos prontuários dos pacientes submetidosàRTU,
onde foi preenchido o protocolo (apêndicel).Quando
do atendimento pré-operatório, os pacientes preencheram o questionário sobre EISSP' (apêndice 2).Os
dados referentes à ultra-sonografia foram conseguidos por via trans.-retalcom
oaparelho- Sonoline Prima (Siemens-Alemanha) usando transdutor endocavitáiio biplanar de
6,5lVIHz.
O
volume da
próstata foi calculado multiplicando os valores dos seus três diâmetros por urna constante de 0,55(Volume
=
Dl
XD2
xD3
x
0,5~5i)B'“*15.A
urofluxometria foi realizada atravésdo
aparelhoURO-BYTE
1000/E. Para realizar este exame, o paciente é orientado para chegar ao centro médicocom
a bexiga cheia, ecom
vontade
de
urinar.O
paciente fica sozinhona
sala, à vontade, e urinano
funil quedesemboca
num
frasco sobreuma
balança ligada aum
computador.O
programa lê asmedidas feitas.
Esses pacientes foram submetidos à
RTU.
A
técnica anestésica empregada foi aanestesia raquidiana
ou
peridural.O
paciente permanece na posição de litotomia.É
injetado soro fisiológico trans-uretral para a realização
do
globo vesical.É
realizada punção vesical supra-púbicacom
trocarte para pennitirfluxo
continuo-durante o procedimento. feita a lubrificação
da
uretracom
xilocaina geléia para apassagem do ressectoscópio 24 “french”. Solução de manitol a
3%
é utilizada para instilação durante a cirurgia Dá-se oz inícioda
ressecção, quecomeça
pelo lobo médio,10
quando
este está presente. Realizaçãode
“calha”em
hora 12,com
ressecçãodo
lobo lateralesquerdo e
do
lobo lateral' direito-,n e. acabamento finalcom
ressecçãodo
tecido apical.É
feita revisão da. hemostasia e aspiração- dos fragmentos ressecados. de dentro
da
bexigacom
evacuador de Ellick, er este material é então pesado.
O
trocarte é retirado e passadauma
sonda de Foley números.
22
ou 24
de três vias para permitir lavagem continua da bexiga afim
de evitar formaçãode
coágulos. no. pós-operatório.. Esta permanece até o segundoou
terceiro- dia pós-operatório.
O
paciente recebe alta ao urinar espontaneamente..Após
um
periodo de quatro a. doze meses, os. pacientes foram»chamados
aoambulatório e responderam novamente o. questionário sobre
o
EISSP
e: realizaramnova
urofluxometria.
3.5
ANÁLISE
EsTArÍsrr1cA
A
análise estatística foi feita utilizando o programaSTATISTICA
5.0..Foram
feitos vários. testes para as. diferentes categorias a.. serem estudadas segundoorientação
do
departamentode
saúde. pública da Estes. testes. são descritos abaixo.Para análise da relação entre a idade e or
volume
prostático à. ultra-sonografia eda
análise entre o peso do material ressecado e
o volume
prostático à.â ultra-sonografia, utilizou'-se o coeficiente de relação- simples.i
Para análise entre o
Qmax
antes e depoisda
cirurgia, utilizou-se o teste “t”` para grupospareados.
Para análise entre oz EISSP, antes
e
depois. da. cirurgia, utilizou-seo
teste “t” para grupos pareadoseo
teste de Mann.-Whitney.Para análise entre a quantidade de tecido removido pela (tanto
em
gramas quantoem
percentualde
material retirado)ea
variação doQmax,
utilizou-se o coeficientede
correlação
de
Pearson.Para análise entre
a
quantidade de tecido removido pela (tantoem
gramasquanto
em
percentual de material retirado),ea
variação do EISSP; utilizou-se o coeficientell
3.6
As1›EcTos
Érrcosr
Os
pacientes* foram esclarecidos sobre o estudo, sendo informados.que
em. nada seriaalterado seu- tratamento, caso a decisão fosse de não participar doz experimento. Aqueles que concordaram
em
participar assinaram o termode
consentimento livre e~ esclarecido.4.
RESULTADOS
Os
quinze pacientes selecionados tinham entre 55 e 73 anos,com
média de 65,8 anos,mediana
de64
anos,moda
também
de64
anos e desvio padrão de 5,46 anos.Ao
ultra-som, os pacientes tinhamuma
próstatacom
volume médio
de 60,7ml, sendo retirados,em
média
pela
RTU
24,4g.A
tabela 1 foi usada para melhor visualização dos dados coletados nesteestudo.
Os
pacientesretomaram
paranova
consulta e para realização denova
urofluxometriaem
média
8,4meses
após a cirurgia.Os
pacientes tiveramuma
melhora estatisticamente relevante nos valoresdo
EISSP
(t=5,46 e p<0,000l).Como
oEISSP
éuma
tentativa de transformaruma
medida
qualitativa
em
quantitativa, usou-se aindao
teste deMann-Whitney,
cujo resultadotambém
foi estatisticamente válido(U=207, U'=l8,
p<0,000l). Esta melhorano
EISSP
émelhor visualizada nos gráficos 1 e 2.
O
Qmax,
por sua vez,demonstrou
um
pequeno aumento
das suas medidasno
pós-operatório,
porém
esta melhora não foi estatisticamente válida (t=O,66 e p=O,522).Gráfico
1:Classificação
do
EISSP
segundo
intensidade
dos
sintomas
no
período
pré-operatório
13%
leve ~-:~:~:i:3;§:5$:3'¡'ÍIÍHm°defad°
Elsevero
33%
%"54%
13
Gráfico
2:
Classificação
do
EISSP
segundo
intensidade
dos
sintomas
no
período
pós-operatório
0% 7%
levemoderado
EIsevero
93%
Ao
se analisar a quantidade de tecidoremovido
pelaRTU,
tem-seque
levarem
contaos valores absolutos e a proporção de tecido
removido
(RTU%).
Há
uma
fraca relação, não estatisticamente válida, entre os valores absolutosda
quantidade de tecido
removido
e oaumento
nos níveis deQmax
(r=0,l70, r2=0,O29,DF=0,623
e p=0,543).No
que
diz respeito à percentagem de tecido removido eo
aumento
nos níveis deQmax,
vê-seuma
relação positiva estatisticamente válida entre eles (r=O,588, r2=O,346, t=0,26 e p=0,02). Pode-se, então, correlacionar os valoresdo
Qmax
no
pós-operatório
com
a quantidade relativa de tecido prostáticoremovido
em
aproximadamente
34%
dos casos,onde
quanto maior a quantidade relativa de tecido removido, maiores serão os valores pós-operatóriosdo
Qmax.
Já ao se confrontar os valores das quantidades de tecido
removido
com
os valoresde
EISSP
no
pós-operatório, é possível detectaruma
fiaca
relação negativa (r=-0,024 ep=O,933) entre os dois.
Ou
seja, quanto maior a quantidadede
tecido removido,menores
os valoresdo
escore, e maior a melhora clínica.Usando
os valores relativos de tecidoprostático removido, vê-se
também
uma
fraca relaçãocom
oEISSP,
porém, esta, positiva(r=0,352 e p=0,196).
Ou
seja, quanto maior o percentual de tecido removido, maiores serão14
Tabela
1 -Resultados
das
medidas
obtidas
para
os
parâmetros
EISSP,
Qmax
eRTU
dos
pacientes
com
HPB
submetidos
à
cirurgia.Paciente
EISSP-a*
EISSP-dt
Qmax-ai;
Qmax-d§
RTU"
RTU%¶
USG**
1 23
24
17 1422
45,848
2 14 1 54 3520
80
25 3 17 4 1720
20
28,969
4 7 2 23 16 55 75,3 73 5 2 5 1036
40
64,562
6 9 024
20
1220
58 7 14 1 3 8 30 29,4 102 8 14 140
14 1638
42
9 11 2 9 2536
48,3 74,5 10 32 5 9 21 12 25,547
11 9 1 10 1424
39,3 61 12 30 2 10 12 5 8,9 56 1324
3 4 12 16 31 51,5 1427
3 12 19 11 29,737
15 17 1 8 1747
45,7 104Média
16,70 3,67 16,67 18,87 24,4 40,68 60,63 Desvio 8,83 5,82 13,95 7,98 14,40 19,96 21,8 Padrão*EISSP-a: Escore Intemacional de Sinais e Sintomas Prostáticos pré-operatórios.
TEISSP-dz Escore Intemacional de Sinais e Sintomas Prostáticos pós-operatórios. iQmax-a: Fluxo Urinário Máximo pré-operatório
em
ml/s.Qmax-dz Fluxo Urinário Máximo pós-operatório
em
ml/s.í|RTU: Tecido removido através da ressecção trans-uretral
em
gramas¶RTU%:
Percentual de material removido (tecido removidoem
gramasX
100/volume prostático estimadopelo USG).
**USG: ultra-sonografia
Quando
secolocam
lado a lado os valores da idade dos pacientes e ovolmne
estimadopelo ultra-som, vê-se
uma
relação diretamente proporcional,porém
não estatisticamente15
os valores
do volume
estimado pelo ultra-som e o peso ressecado, quemostraram
uma
forte relação positiva entre
ambos
(r=-0,629, 12=0,395 e p=0,012).O
gráfico3
demonstraesta relação.
Gráfico 3: Correlação entre o volume prostático pelo
USG
e pesodo
material ressecado através da
RTU
secado pe a õn =;z;¿;â;é 1í›'iizzi-1ë11e52z~z2â¿=á55:íi¿¿ âzâ-25;; 2&;;zz:.z;zz:. ' z 5Í.'-ÊV..zzt{ÍÍ' 'fšzišz .f=§5=ÓšV`§zI 4° _ f az :IO ._ . zz-f'-..z=.-- _ za ': ' Í ÉÍ. šzz 'iai ..¿:=' iâigzfíffš z: ;z”§íš ›š§5í.zí:Í1."5šÍf'.: res RTU as so do mater a zu 15 ii:-. i i zÍÍ-ffÍVÊÍ5íí§.1'5`ʧÊ5Ê5-5f§Í=5=”'zí ÍÍÊ-~-`fÍ1ÊÊ~='z Íz 1° Pe oz 3. g. 8. 8. Ê”. Ê.
Volume Prostático estimado pelo USG
O
que
se viu na análise estatística deste trabalho éque houve
uma
melhora importantedo
EISSP
dos pacientesno
pós-operatório,o que não
aconteceucom
os valores deQmax.
No
que
diz respeito à quantidade de tecidoremovido
pelaRTU
e as variaçõesdos
5.DIscUssÃo
A
técnica convencionalda
RTU
requer aremoção
completado
tecidoadenomatoso
e a total retirada deste tecido parece ter implicaçãocom
amelhora
clínica do paciente.No
entanto,poucos
estudosforam
realizados até hoje afim
de estabeleceruma
conexão
entrea quantidade de tecidoremovido
pelaRTU
e amelhora
clínica dos pacientes.No
presente trabalhonão
se conseguiu estabelecer esta relaçãocomo
o trabalhopublicado por
Hakenberg
et al 16em
2001. Ele obteveuma
relação negativa entre aquantidade de tecido
removido
e oEISSP
trêsmeses
após o ato cirúrgico,ou
seja, quantomaior
a quantidade removida,menor
oEISSP
e maior amelhora
clínica dos pacientes.Porém,
ao analisar os parâmetros urofluxométricos,não
obteveuma
relação entre aquantidade de tecido
removido
e oQmax
do
paciente três e seismeses
após o ato cirúrgico.Esses resultados são semelhantes aos encontrados neste estudo,
onde
os valoresdo
Qmax
ea quantidade de tecido
removida
pelaRTU
tiveramuma
relação não estatisticamente válida, apesar de fracamente positiva.Ao
se discutir a respeito das quantidades relativas de material ressecado(RTU%)
e amelhora
clínicado
paciente, não se evidenciou melhoras, tantodo
EISSP
quantodo
Qmax.
Outros estudos,
como
os deHakenberg
et al 16 eChen
et al 17 prefeririam analisar a quantidade relativa de tecido remanescente(VPR%).
No
primeiro, aVPR%
não
estabeleceu nenhtuna relação
com
os parâmetros paramelhora
clínica dos pacientes.Exatamente
o contrário aconteceuno
estudo deChen
et al 17que
conseguiu estabeleceruma
relação estatisticamente válida entre aVPR%
e oEISSP
eQmax.
No
entanto,uma
nova
observação deve ser feita ao se analisar o artigo publicado porGreen
etal”
em
2000,que
visava determinarquão
completa erauma
RTU.
Ele multiplicou o pesodo
tecido prostático ressecado por 1,2 afim
decompensar
o materialque supostamente evaporou
ou
se perdeu durante o ato cirúrgico. Deve-se indagar se esses20%
adicionados ao peso ressecado teriam implicaçãono
resultado final deste trabalho seo incorporássemos ao peso ressecado.
O
volume
prostáticomédio
foi de 60,7ml,onde
nãohouve
relaçãocom
a idade,mas
sim
com
a quantidade de tecido removido, eforam
retirados,em
média,40%
do
volume
17
et
al”
estabeleceramuma
forte relação entre ovolume
prostático aoUSG
e a quantidadede tecido removido. Green et alls averiguou que foram retirados não mais que
50%
do
volume
prostático. Já Hakenberg et al”, conseguiutambém
encontraruma
relação positiva destevolume
estimado ao ultra-som, que foiem
média 49ml, e o peso ressecado através daRTU,
e encontrouuma
relação positiva entre ovolume
prostático e a idade dos seus pacientes.Apesar de não haver relação
com
a quantidade de tecido removido, demonstrou-seuma
melhora estatisticamente válida nos valoresdo
EISSP. Este aumentopode
ser visto aocomparar-se os gráficos 1 e 2, onde este mostra
um
aumento importanteno número
depacientes
com
sintomas levesno
pós-operatório.O
mesmo
acontece nos trabalhos deDominguez
et al”, que viuuma
diminuição de40%
dos sintomas obstrutivos ea de34%
dossintomas irritativos, e Hakenberg et alm que viu
uma
melhora importante nos valoresde
EISSP.Também
foi descrito que nãohouve
melhorado Qmax.
Houve
um
aumento doQmax
em
66,6%
dos casos,mas
com
um
aumento
médio de 13,1%. Estes resultados vão deencontro aos encontrados por
Dominguez
et al 19, que obteveuma
melhora do seuQmax
em
65%
dos casos,com
aumento de76%
em
média.-Entende-se ainda que este estudo
tem
limitações quedevem
ser sanadasem
próximostrabalhos e serão. discutidas a seguir. Dentre elas pode-se citar o pequeno tamanho
da
amostra, onde pequenas variações
podem
determinar grandes diferençasno
resultado final.O
período detempo
no pós-operatório deve ser mais rígidocomo
no
demonstrado por Hakenberg et alló que obtive seus resultados 3 e 6 meses após a cirurgia. Esses pacientesdevem
ainda ser seguidos por períodos mais longos,como
demonstrouem
seu trabalhoZwergel et al2°, que pesquisou seus pacientes 3 e
20
anos após o» ato cirúrgico.Um
outrodetalhe. que poderia ter sido feito é de relacionar quais sintomas mais freqüentemente
persistiam após a cirurgia
como
descreveram Hannapel et al” e Zwergel et al2° que discriminaram os sintomas remanescentesem
seus pacientescomo
freqüência, forçado
jato, disúria, etc.
Ou
até mesmo-Dominguez
et al”, que dividiu seus sintomasem
initativos e obstrutivos. Por fim, deixamos de mencionar as complicações pós-operatónasmais freqüentes,
como
fez Hannapel et al 15, e de relacioná-lascom
o peso removido.Mais
estudos são necessários para se obter urna relação final entre a quantidade deó.c0NcLUsÕEs
1.
Houve
uma
melhora importanteno
Escore Intemacional de Sinais eSintomas Prostáticos. (EISSP) no período pós-operatório dos pacientes
submetidos à ressecção trans-uretral de próstata.
2.
O
total de tecido removido através da ressecção trans-uretral» da próstataparece não ter relação
com
os valores doEISSP
e dofluxo
máximo
(Qmax) no
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Rohde
V, Zwergel T. long terms results following transurethral resection of the Prostate. European Urology 1998,; 33:476- 480.APÊNDICE
1
PROTOCOLO
Paciente: ... ..Médico: ... ..
Prontuário n°: ... .. Idade: .... .. Data:.../
AVALIAÇÃO
PRÉ-OPERATÓRIA
a. Escore Intemacional de Sinais Sintomas: ... ..
b. Urofluxometria: Fluxo
máximo
(Qmax)
... ..ml/sc.
USG
abdominal: - Hidronefrose:Úsim Únão
- Divertículos na bexiga:Usim
Elnão- Espessamento das paredes da bexiga: Elsim Elnão
- Resíduo pós-miccional: ... ..ml d.
USG
trans-retal de próstata: - Peso total ... ..g-
Zona
de transição: ... ..g-
Nódulos
hipoecóicos:Úsim Enão
e. Relato dos nódulos prostáticos suspeitos: ... ..
f.
PSA:
... ..ng PSA-densidade: ... ..ngPSA
livre/total: ... ..%g. Biópsia de próstata prévia: Elsim
Dnão
CIRURGIA
a.
RTU(
material ressecado) ... gramas.b.
Anátomo
patológico ... ..AVALIAÇÃO
PÓS-OPERATÓRIA
(4-12 meses)a. Escore Internacional de Sinais e Sintomas: ... ..
.
PSA
total: ... ..ng/mlPSA
livre/total: ... ..ng/ml. Urofluxometria:
Qmax:
... ..ml/sOO'
_D..O
USG
abdominal: - Resíduo pós-miccional: ... ..ml
USG
trans-retal da próstata: - Peso total ... ..APÊNDICE
2
Escore Internacional' de Sinais e Sintomas Prostáticos
Nenhuma
1 vezem
5 l vezem
3 1 2Quase
vez vezes sempre
em
em
32
No
últimomês
quantas vezes você teve a O 1sensação de não esvaziar completamente ~
a bexiga após terminar de urinar?
2 3 4 5
No
último mês, quantas vezes você teve de O 1urinar
novamente
menos
de 2 horas após ter urinado?i
-2 3 4 5
No
último mês, quantas vezes você observou O 1_gue, ao urinar, parou e
recomeçou
várias vezes?2 3 4 5
No
último mês, quantas vezes você observou que 0 1foi difícil 'conter a urina?
_2 3 4 5
No
último mês, quantas vezes vocêObservou
O 1_que ojato urinário estava fraco?
-2 3 4 5
No
último mês, quantas vezes você teve que 0 1fazer força para começar a urinar?
2 3 4 5
No
último mês, quantas vezes,em
média, você 0 1teve de se levantar à noite para urinar?
TCC
UFSC
CC
0296 Ex.l` N-ChfifflTCC UFSC CC
0296Autor: Bento, Gustavo Nun
Título:¿Correlação entre a quantidade de
91231 xóvó Az. 253118
1
EX.l UFSC BSCCSM ,