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A formação do jovem pesquisador e as três tradições de pesquisa em contabilidade

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A formação do jovem pesquisador e as três tradições de pesquisa em

contabilidade

Marcelo Sanches Pagliarussi

Faculdade de Economia, Administração, e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP), da Universidade de São Paulo (USP), Brasil.

marcelosp@usp.br

(2)

Resumo: o presente estudo apresenta uma proposta de disciplina de Metodologia de Pesquisa em Contabilidade, em nível de mestrado, desenvolvida no âmbito do Programa

de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia,

Administração, e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP), da Universidade de São

Paulo (USP), Brasil. A motivação para a proposta da disciplina se baseia em

questionamentos a respeito do estado atual da pesquisa em contabilidade, marcado pela

estagnação, distanciamento da realidade da profissão, excessiva valorização de uma

única forma de fazer pesquisa e insularidade. Na disciplina, os alunos percorrem três

tradições de pesquisa: pesquisa positivista, pesquisa interpretativa e estudos críticos em

contabilidade, as quais variam em relação aos seus pressupostos ontológicos,

epistemológicos e metodológicos, e permitem a ampliação do repertório dos jovens

pesquisadores no que se refere às possibilidades de pesquisa em contabilidade.

Apresenta-se a estrutura da disciplina, os detalhes práticos da sua execução e uma

reflexão dos resultados obtidos.

Palavras-chave: Ensino e investigação em contabilidade. Pesquisa positiva. Pesquisa interpretativista. Estudos críticos em contabilidade.

Abstract: This work presents a proposal for a course on Research Methods in Accounting, developed in the Graduate Program in Accounting at the School of

Economics, Business Administration and Accounting (FEA-RP), from the University of

São Paulo, Brazil. The course structure and practices are motivated by several criticisms

found in the literature with respect to the current situation of accounting research,

characterized by stagnation, isolation from practice, and a narrow definition of what

constitutes a high quality research. In the course proposed students travel over the three

(3)

in terms of their ontological, epistemological and methodological premises. The course

is planned to enhance student’s repertoire regarding the possibilities of accounting research, and this paper presents the course details, such as contents, activities,

execution and a reflection of the results produced.

Keywords: Accounting research. Positivism. Interpretive accounting research. Critical studies.

1. Introdução

O presente artigo apresenta os detalhes da concepção, desenvolvimento e

condução de uma disciplina de Metodologia de Pesquisa, oferecida no Programa de

Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia,

Administração, e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP), da Universidade de São

Paulo (USP), Brasil.

A disciplina foi estruturada levando-se em consideração as críticas feitas por

diversos autores a respeito do estado atual da pesquisa em contabilidade. Por exemplo, o

foco na obtenção de publicações em um conjunto muito restrito de journals elitizados,

usualmente condição essencial para a progressão na carreira acadêmica nas principais

universidades norte-americanas e europeias, desencoraja a inovação e promove um

conservadorismo metodológico (Wilmott, 2011; Gendron, 2015), resultando em uma

agenda de pesquisa que avança com base na disponibilidade de dados e métodos

(Dyckman e Zeff, 2015; Moser, 2012), ao invés de uma curiosidade intelectual mais

profunda (Parker e Guthrie, 2012).

O processo de formação dos novos doutores nas universidades norte-americanas,

que usualmente exclui as abordagens clássicas da pesquisa contábil, como análise

(4)

Durden (2015). Mais contundentemente, Moser (2012) sugere que os novos doutores

são formados como clones dos seus orientadores.

Em conjunto, o processo de treinamento dos novos doutores e a pressão por

conformidade exercida pelos rankings de journals e de programas resultam na

objetificação de certas crenças e valores a respeito do que caracteriza uma boa pesquisa

em contabilidade, constituindo o chamado mainstream: estudos em contabilidade

financeira, sustentados por teorias de finanças ou economia, e que aplicam técnicas de

análise estatística a dados obtidos a partir de fontes secundárias (Oler, Oler e Skousen,

2010).

Apesar da visão menos otimista de Wilkinson e Durden (2015), para os quais a

probabilidade de mudança de tal cenário é remota a menos que ocorra um choque

externo, o presente estudo compartilha a percepção de Oler et al. (2010) de que os

editores dos periódicos não podem publicar artigos que não são submetidos, de modo

que os autores precisam assumir a responsabilidade pela inovação. Este artigo também

se baseia na proposição de Basu (2012), de que é preciso estimular os jovens

pesquisadores a correrem riscos e desenvolver pesquisas que se diferenciem do

mainstream. Para isso, é necessário educá-los a respeito da história do pensamento

contábil (Basu, 2012).

Deste modo, o artigo contribui com a literatura que aborda os desafios da

pesquisa em contabilidade ao apresentar um processo estruturado de formação de novos

pesquisadores, baseado em uma visão pluralista no que se refere aos aspectos

ontológicos, epistemológicos e metodológicos do processo de pesquisa em

contabilidade. O presente artigo pode constituir um ponto de partida para outros

professores e orientadores que desejam oferecer uma formação mais eclética aos novos

(5)

refere ao desenvolvimento de conhecimentos e habilidades relacionadas às três

principais tradições de pesquisa na área: estudos positivistas, interpretativos e críticos.

2. O Estado Atual da Pesquisa em Contabilidade

A discussão a respeito do estreitamento da agenda de pesquisa em contabilidade

ocorre há pelo menos 30 anos. Chua (1986) descreveu a existência de um mainstream da

pesquisa em contabilidade, caracterizado pela noção de que a teoria existe separadamente

das observações, que por sua vez podem ser usadas para verificar ou falsificar a teoria.

Além disso, a autora destacava que os métodos quantitativos para coleta e análise de

dados são preferidos, com ênfase na generalização dos resultados. Por fim, o mainstream

enfatiza a aplicação de determinados padrões de validade, rigor e objetividade na

condução das pesquisas. Chua (1986) alertava para o fato de que tais premissas são

aplicadas de modo impositivo, resultando na desconsideração de questões importantes

levantadas por outras disciplinas e na restrição severa do que é considerado conhecimento

genuíno na pesquisa contábil.

Em sintonia com Chua (1986), Lukka e Kasanen (1996) chamavam a atenção

para o fato de que os métodos estatísticos eram usados em 80% dos artigos publicados

nos journals norte-americanos, e 43% dos não norte-americanos. Já a ênfase na pesquisa

contábil baseada em mercado de capitais foi questionada por Peasnell (1981), o qual

avaliava que alguns estudos publicados empregavam um elevado grau de sofisticação

metodológica para testarem hipóteses que por sua vez pareciam óbvias demais. Crítica

semelhante é feita por Zeff (1983) em editorial para o The Accounting Review, no qual o

autor manifestava sua preocupação com a observação de que muitos manuscritos

submetidos ao periódico pareciam resultar de um processo de busca questões de

(6)

A situação não parece ter se modificado em períodos recentes. Demski (2007)

lamenta a falta de dinamismo da pesquisa em contabilidade, destacando a existência de

uma agenda de pesquisa que pode ser caracterizada como insular, em grande parte

derivativa, e sem a variedade necessária para a inovação. Dyckman e Zeff (2015)

argumentam que os artigos publicados nos principais journals norte-americanos de

contabilidade frequentemente parecem testar hipóteses que se encaixam

convenientemente às bases de dados disponíveis. Wilkinson e Durden (2015), por sua

vez, observam que a agenda de pesquisa em contabilidade continua a se estreitar. Os

autores argumentam que os candidatos a doutor têm pouca familiaridade com journals

fora do grupo de elite, especialmente nos programas de doutorado das universidades

mais bem ranqueadas nos Estados Unidos da América.

Na mesma linha, Moser (2012) observa que a maior parte dos artigos publicados

nos principais journals de contabilidade aborda um conjunto limitado de tópicos, como

gerenciamento de resultados, previsão dos analistas, aspectos de compensação de

gestores, regulação, governança corporativa e orçamento. Os tópicos são estudados a

partir dos mesmos métodos, quase sempre a partir de bases de dados secundárias. Além

disso, a maior parte dos artigos publicados representam pequenas extensões de trabalhos

previamente publicados, não trazem grandes implicações, e são motivados pelo uso de

novas métricas ou técnicas (Moser, 2012). Na visão do autor, muitos estudos parecem

ser publicados simplesmente porque usam as técnicas mais recentes, mesmo que o

assunto em si seja pouco interessante.

Um argumento frequentemente articulado para explicar a estagnação da pesquisa

em contabilidade envolve a existência de uma combinação de incentivos que distorce a

alocação dos esforços dos pesquisadores no processo de investigação científica. Por

(7)

abrangentes nos EUA, como a Compustat e o CRSP, facilitam a obtenção e o

processamento de grandes amostras de dados, e que tal facilidade, associada a uma

ausência de aprofundamento na teoria e na filosofia que apoiam a pesquisa, reduzem as

barreiras de entrada para a publicação de artigos quantitativos baseados em mercados de

capitais. Deste modo, é bem mais fácil colocar em prática um estudo quantitativo do que

um normativo ou um trabalho baseado em estudo de campo, com o benefício de que o

primeiro é muito mais valorizado pelos periódicos.

Hopwoood (2007), por sua vez, chamou a atenção para o fato da pesquisa em

contabilidade ter se tornado excessivamente voltada para si mesma, e cada vez mais

ligada à progressão na carreira acadêmica, tornando-se assim um meio para alcançar um

fim. Wilmott (2011) estende tal argumento ao sugerir que o uso disseminado de

rankings de journals para classificar a produção científica dos pesquisadores de

contabilidade, e a vinculação de tal classificação à promoção na carreira, contribui para

a redução da diversidade da pesquisa contábil em termos de tópicos pesquisados, dos

métodos empregados e da pluralidade de perspectivas adotadas pelos pesquisadores. Tal

efeito ocorre pois os rankings são dominados pelos journals norte-americanos, os quais

praticamente só publicam estudos baseados em teorias econômicas e métodos de análise

estatística.

Gendron (2015) reforça os argumentos de Hopwood (2007) e Wilmott (2011) ao

destacar que a mentalidade do pay-off está predominando na academia em

contabilidade, de modo que os pesquisadores são direcionados pelos benefícios e

recompensas que podem obter no curto prazo, a partir das publicações que conseguem

obter nos top journals. O autor chama a atenção para o fato de que o uso de rankings de

journals resulta em incentivos de curto prazo que homogeneízam o tipo de pesquisas

(8)

objetivos relacionados à originalidade e inovação em suas publicações. Ou seja, está

predominando uma cultura na qual o veículo de publicação é mais importante que o

conteúdo e a contribuição intelectual trazida pelo artigo (Parker e Guthrie, 2012).

Em síntese, o peso excessivo colocado na obtenção de publicações em poucos

journals elitizados para a progressão na carreira acadêmica nas principais universidades

norte-americanas desencoraja a inovação e promove um conservadorismo

metodológico, resultando em uma agenda de pesquisa que avança com base na

disponibilidade de dados e métodos, ao invés de uma curiosidade intelectual mais

profunda. Tal situação tende a se manter com a tendência de tais práticas de avaliação

de carreira acadêmica se disseminarem em outras regiões do mundo, como a Europa,

Ásia e América Latina.

Como contraponto, Oler, Oler e Skousen (2010) argumentam que a seleção de

artigos publicados em um periódico é uma escolha conjunta determinada por autores,

revisores e editores. Deste modo, é preciso de algum modo estimular os jovens

pesquisadores a desenvolverem pesquisas fora do padrão do mainstream. A este

respeito, Basu (2012) recomenda maior foco na significância prática do conhecimento,

ao invés da significância estatística. Argumenta que a redação dos artigos deve ser

simplificada, para que a pesquisa se torne mais acessível para o público leigo, e que os

pesquisadores devem ativamente buscar explorar domínios da contabilidade além

daqueles capturados em bases de dados secundários.

O exemplo de Hermanson (2012) pode ser útil neste sentido. O autor explica que

inicia seus projetos de pesquisa identificando uma questão relevante para a prática,

preferencialmente algum aspecto do mundo da contabilidade que requeira a atenção,

conforme sinalizado por reguladores, meios de comunicação, empresas de auditoria,

(9)

questões de pesquisa tenham sido geradas, Hermanson procede com a identificação da

abordagem metodológica mais apropriada à investigação. A definição do periódico para

o qual o resultado da pesquisa será submetido é a última etapa do processo.

O processo descrito por Hermanson (2012) contrasta com aquele que é

usualmente transmitido aos novos entrantes na pesquisa em contabilidade, os quais

devem aprender as regras vigentes do jogo da publicação acadêmica e tentar jogá-lo da

melhor maneira possível. O resultado é que os novos pesquisadores usualmente

selecionam primeiro o periódico no qual pretendem ter um artigo publicado.

Subsequentemente, observam qual abordagem metodológica é favorecida pelo

periódico, e então procuram descobrir uma questão de pesquisa que se encaixe no

método. A conexão da pesquisa com a prática contábil é o último aspecto a ser

trabalhado no estudo, quando muito (Hermanson, 2012).

A discussão precedente fomentou a escolha da abordagem para a disciplina de

Metodologia de Pesquisa oferecida regularmente no Mestrado em Controladoria e

Contabilidade da Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto, Brasil. A

disciplina foi estruturada com base nas três abordagens de pesquisa em contabilidade:

positivismo, interpretativismo e estudos críticos. Os detalhes da proposta e da execução

da disciplina são apresentados nas seções seguintes.

3. A Proposta da Disciplina de Metodologia de Pesquisa em Contabilidade

A disciplina de Metodologia de Pesquisa, desenvolvida em nível de Mestrado,

teve três objetivos principais a serem alcançados com os alunos: desenvolver uma

reflexão crítica sobre a produção científica na área de contabilidade; entender o

processo de investigação científica em contabilidade; e desenvolver competências na

(10)

pluralista, no sentido de englobar os aspectos fundamentais da concepção, do

planejamento e da execução de estudos positivistas, interpretativos, e críticos.

Os conteúdos temáticos a trabalhados na disciplina, com suas respectivas cargas

horárias, foram:

 Apresentação da disciplina e critérios de avaliação (2 horas)  Visão geral da pesquisa em contabilidade (10 horas)

 Tradições de pesquisa em contabilidade: positivismo, interpretativismo e estudos críticos (8 horas)

 Estratégias de pesquisa positiva (8 horas)  Estratégias de pesquisa interpretativa (8 horas)  Estudos críticos em contabilidade (4 horas)  Elementos do projeto de pesquisa (8 horas)  Aspectos de redação científica (8 horas)  Encerramento (4 horas)

Os conteúdos foram desenvolvidos nas 60 horas da disciplina, em 15 encontros

distribuídos ao longo do 1º semestre de 2017. Adicionalmente aos aspectos de conteúdo,

levei em consideração, ao estruturar a disciplina, um desafio que a maioria dos

estudantes brasileiros enfrenta, que é o de se expressar na forma escrita. Evidências

mostram que os estudantes brasileiros do ensino médio, em comparação com estudantes

dos países membros da Organisation for Economic Co-operation and Development

(OECD), apresentam desempenho abaixo da média no Programme for International

Student Assessment (PISA), que avalia o desempenho em leitura, matemática e ciências

(Brasil, 2016). Neste cenário que antecede a entrada do aluno no curso superior, é pouco

provável que a graduação em ciências contábeis, administração ou economia reverta tal

(11)

Assim, além de incluir na disciplina dois módulos de conteúdo abordando

estrutura e redação de artigos científicos, compreendendo 16 das 60 horas do curso,

estruturei um conjunto de atividades de redação com o objetivo de contribuir para

melhorar a capacidade de expressão escrita dos alunos. As atividades envolveram a

produção de ensaios curtos, entre 1.200 e 1.500 palavras, os quais foram devolvidos aos

alunos corrigidos e comentados uma semana após sua submissão.

Os critérios de avaliação dos ensaios e do projeto a ser submetido ao final da

disciplina foram definidos não apenas para delimitar o desempenho esperado, mas

também para orientar a redação das atividades dos alunos, e foram apresentados no

primeiro encontro da disciplina, conforme a seguir:

1. O texto é claro:

a. Termos técnicos são usados quando estritamente necessários.

b. Termos técnicos são definidos assim que aparecem no texto.

c. A linguagem coloquial é usada com parcimônia e cuidado.

d. Os conceitos são definidos corretamente.

e. Os relacionamentos entre conceitos são apresentados de forma consistente

com a teoria que os embasa.

2. O texto é livre de erros ortográficos, gramaticais e de pontuação.

3. O texto é fluido:

a. As sentenças têm no máximo 60 palavras.

b. Os parágrafos têm no máximo 10 linhas.

c. Há conexão entre os temas e ideias presentes em parágrafos sucessivos.

4. O texto segue a estrutura e a formatação solicitada.

5. O texto apresenta citações de forma a dar crédito aos autores que originalmente

(12)

A estrutura detalhada dos módulos de conteúdo é apresentada a seguir. O

módulo 1 engloba a obtenção de uma visão geral da pesquisa em contabilidade. A

distribuição de aulas e as leituras selecionadas para o módulo são apresentadas no

Quadro 1.

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

1, 2 e 3

Apresentação da disciplina e critérios de avaliação Visão geral da pesquisa em Contabilidade

Aula 1

Kumar, P., Langberg, N., & Sivaramakrishnan, K. (2016). Voluntary Disclosure with Informed Trading in the IPO Market. Journal of Accounting Research, 54(5), 1365-1394. Lamberton, G. (2015). Accounting and happiness. Critical Perspectives on Accounting, 29, 16-30.

McLaren, J., Appleyard, T., & Mitchell, F. (2016). The rise and fall of management accounting systems: A case study investigation of EVA™. The British Accounting Review,

48(3), 341-358.

Aula 2

Brown, R., & Jones, M. (2015). Mapping and exploring the topography of contemporary financial accounting research. The British Accounting Review, 47(3), 237-261.

Dyckman, T. R. and Zeff, S. A. (2015). Accounting Research: Past, Present, and Future.

Abacus, 51: 511–524. doi: 10.1111/abac.12058

Oler, D. K., Oler, M. J., & Skousen, C. J. (2010). Characterizing accounting research.

Accounting Horizons, 24(4), 635-670.

Aula 3

Baldvinsdottir, G., Mitchell, F., & Nørreklit, H. (2010). Issues in the relationship between theory and practice in management accounting. Management Accounting Research, 21(2), 79-82.

Merchant, K. A. (2010). Paradigms in accounting research: A view from North America.

Management Accounting Research, 21(2), 116-120.

Moser, D. V. (2012). Is accounting research stagnant?. Accounting Horizons, 26(4), 845-850. Wilkinson, B. R., & Durden, C. H. (2015). Inducing structural change in academic

accounting research. Critical Perspectives on Accounting, 26, 23-36. Quadro 1: Conteúdos desenvolvidos e leituras utilizadas no módulo 1

(13)

Em seguida, o curso prosseguiu com a discussão das bases filosóficas das três

tradições de pesquisa em contabilidade. O Quadro 2 a seguir apresenta a distribuição

dos textos que os alunos precisavam ler para participar das discussões do módulo 2.

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

4 e 5

Tradições de pesquisa em Contabilidade e Finanças: positivismo, interpretativismo e estudos críticos

Aula 4

Ryan, B., Scapens, R.W., Theobald, M., (2002). Research Method and Methodology in

Finance and Accounting, second ed. Thomson, London. Capítulos 1, 2 e 4

Chua, W. F. (1986). Radical developments in accounting thought. The Accounting Review,

61(4), 601-632.

Kumar, P., Langberg, N., & Sivaramakrishnan, K. (2016). Voluntary Disclosure with Informed Trading in the IPO Market. Journal of Accounting Research, 54(5), 1365-1394. Lamberton, G. (2015). Accounting and happiness. Critical Perspectives on Accounting, 29, 16-30.

McLaren, J., Appleyard, T., & Mitchell, F. (2016). The rise and fall of management accounting systems: A case study investigation of EVA™. The British Accounting Review,

48(3), 341-358.

Aula 5

Luft, J., & Shields, M. D. (2014). Subjectivity in developing and validating causal explanations in positivist accounting research. Accounting, Organizations and Society,

39(7), 550-558.

Richardson, A. J. (2012). Paradigms, theory and management accounting practice: A comment on Parker (forthcoming) “Qualitative management accounting research: Assessing deliverables and relevance”. Critical Perspectives on Accounting, 23(1), 83-88.

Quadro 2: Conteúdos desenvolvidos e leituras utilizadas no módulo 2

A partir do sexto encontro do curso iniciamos a discussão das três tradições de

pesquisa, uma de cada vez. O Quadro 3 a seguir apresenta as leituras selecionadas para

orientar a discussão das estratégias de pesquisa positiva em contabilidade. Destaco que

ao longo do curso procurei repetidamente lembrar os alunos a observação de Richardson

(2012), de que é impossível inferir o posicionamento ontológico e epistemológico de

um pesquisador apenas observado suas escolhas metodológicas. Ou seja, apesar de ser

(14)

se baseiam em posicionamentos idealistas e interpretativistas. Por outro lado, é menos

incomum observar a utilização de métodos qualitativos em estudos com

posicionamentos realistas e positivistas.

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

6 e 7

Estratégias de pesquisa positiva Aula 6

Ryan, B., Scapens, R.W., Theobald, M., (2002). Research Method and Methodology in

Finance and Accounting, second ed. Thomson, London. Capítulos 1, 2, 6 e 7

Gassen, J. (2014). Causal inference in empirical archival financial accounting research. Accounting, Organizations and Society, 39(7), 535-544. APENAS AS DUAS PRIMEIRAS PÁGINAS, AS DEMAIS SÃO OPCIONAIS.

Sutton, R. I., & Staw, B. M. (1995). What Theory is Not. Administrative Science

Quarterly, 40(3), 371-384.

Whetten, D. A. (2003). O que Constitui uma Contribuição Teórica? RAE-Revista de

Administração de Empresas, 43(3).

Carvalho, C. J., & Schiozer, R. F. (2015). Determinantes da Oferta e da Demanda de Créditos Comerciais por Micro, Pequenas e Médias Empresas. Revista Contabilidade &

Finanças, 26(68), 208-222.

Salotti, B. M., & Yamamoto, M. M. (2008). Divulgação voluntária da demonstração dos fluxos de caixa no mercado de capitais brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças, 19(48), 37-49.

Aula 7

Ohlson, J. A. (2011). On successful research. European Accounting Review, 20(1), 7-26. Akbas, F., Meschke, F., & Wintoki, M. B. (2016). Director networks and informed traders.

Journal of Accounting and Economics, 62(1), 1-23.

Kumar, P., Langberg, N., & Sivaramakrishnan, K. (2016). Voluntary Disclosure with Informed Trading in the IPO Market. Journal of Accounting Research, 54(5), 1365-1394. Luft, J., & Shields, M. D. (2014). Subjectivity in developing and validating causal explanations in positivist accounting research. Accounting, Organizations and Society, 39(7), 550-558.

Quadro 3: Conteúdos desenvolvidos e leituras utilizadas no módulo 3

De qualquer modo, as discussões do módulo foram desenvolvidas assumindo o

planejamento e a execução de um estudo positivista-quantitativo, em que se busca

desvendar as relações de causalidade relacionadas a um fenômeno. Foram retomados os

(15)

centrada nos aspectos metodológicos relacionados a desenhos de pesquisa experimental

e não experimental, e a questões de validade interna, externa, e de construto.

O módulo seguinte foi dedicado às discussões sobre as estratégias de pesquisa

interpretativa. Novamente foram trazidos à discussão os aspectos ontológicos e

epistemológicos da pesquisa em contabilidade, para permitir aos alunos a compreensão

de que estudos baseados em análise de dados qualitativos podem ser desenvolvidos

tanto a partir de uma orientação idealista-interpretativista como a partir de uma

abordagem realista-positivista (Richardson, 2012). Ou seja, procurei reforçar nos alunos

a percepção de que não há vínculo obrigatório entre as escolhas dos métodos e as

orientações ontológicas e epistemológicas do pesquisador. O Quadro 4 a seguir

(16)

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

8 e 9

Estratégias de pesquisa interpretativa Aula 8

Ryan, B., Scapens, R.W., Theobald, M., (2002). Research Method and Methodology in

Finance and Accounting, second ed. Thomson, London. Capítulos 1, 2, 4 e 7

Ahrens, T., & Chapman, C. S. (2006). Doing qualitative field research in management accounting: Positioning data to contribute to theory. Accounting, Organizations and Society,

31(8), 819-841.

Lukka, K., & Modell, S. (2010). Validation in interpretive management accounting research. Accounting, Organizations and Society, 35(4), 462-477.

McLaren, J., Appleyard, T., & Mitchell, F. (2016). The rise and fall of management accounting systems: A case study investigation of EVA™. The British Accounting Review,

48(3), 341-358.

Aula 9

Richardson, A. J. (2012). Paradigms, theory and management accounting practice: A comment on Parker (forthcoming) “Qualitative management accounting research: Assessing deliverables and relevance”. Critical Perspectives on Accounting, 23(1), 83-88.

Cooper, D. J., & Morgan, W. (2008). Case study research in accounting. Accounting

Horizons, 22(2), 159-178.

Evans, M., & Tucker, B. P. (2015). Unpacking the package: Management control in an environment of organisational change. Qualitative Research in Accounting & Management, 12(4), 346-376.

Imam, S., & Spence, C. (2016). Context, not predictions: A field study of financial analysts. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 29(2), 226-247.

Leitura sugerida

Ritchie, J., Lewis, J., Nicholls, C. M., & Ormston, R. (Eds.). (2013).Qualitative research

practice: A guide for social science students and researchers. Sage.

Quadro 4: Leituras solicitadas para o módulo 4

A discussão dos aspectos que envolvem a realização de estudos críticos em

contabilidade foi formalmente confinada a apenas um encontro, ou 4 horas. Tal decisão

foi tomada pois os estudos críticos usualmente envolvem os mesmos posicionamentos

ontológicos e epistemológicos dos estudos interpretativos, diferindo apenas na posição

que os autores assumem a respeito do relacionamento entre a teoria e a prática (Chua,

1986). Deste modo, boa parte da discussão metodológica realizada no módulo de

pesquisa interpretativa se aplica aos estudos críticos. O Quadro 5 a seguir apresenta as

(17)

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

10

Estudos críticos em contabilidade

Ryan, B., Scapens, R.W., Theobald, M., (2002). Research Method and Methodology in

Finance and Accounting, second ed. Thomson, London. Capítulos 1, 2 e 4

Cho, C. H., Laine, M., Roberts, R. W., & Rodrigue, M. (2015). Organized hypocrisy, organizational façades, and sustainability reporting. Accounting, Organizations and Society,

40, 78-94.

Lamberton, G. (2015). Accounting and happiness. Critical Perspectives on Accounting, 29, 16-30.

Dillard, J, Vinnari, E. (2017). A case study of critique: Critical perspectives on critical accounting. Critical Perspectives on Accounting, 43, 88-109.

Quadro 5: Leituras solicitadas para o módulo 5

Conforme observado dos Quadros 1 a 5, os 10 primeiros encontros do curso, que

correspondem a dois terços da carga horária da disciplina, foram dedicados aos

fundamentos ontológicos, epistemológicos e metodológicos das três tradições de

pesquisa em contabilidade. Assim, o terço final da disciplina foi quase todo reservado

para trabalhar os aspectos de estrutura, conteúdo e redação dos projetos de investigação

que os alunos estavam desenvolvendo no Programa de Pós-Graduação em

Contabilidade e Controladoria. Neste sentido, as próximas duas aulas foram dedicadas à

discussão dos elementos estruturais e do conteúdo dos projetos. O Quadro 6 a seguir

apresenta as leituras recomendadas aos alunos para que os mesmos participassem das

(18)

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

11 e 12

Elementos do projeto de pesquisa Aula 11

Reuber, A. R. (2010). Strengthening your literature review. Family Business Review, 23(2), 105-108.

Reuber, A. R., & Sharma, P. (2013). The anatomy of a paper. Family Business Review, 26(2), 113-120.

Pearson, A. W., & Sharma, P. (2015). Referencing in Scholarly Articles What Is Just Right? Family Business Review, 28(3), 188-192.

Aula 12

de Villiers, C., & Dumay, J. (2013). Construction of research articles in the leading interdisciplinary accounting journals. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 26(6), 876-910.

Moizer, P. (2009). Publishing in accounting journals: A fair game?. Accounting, Organizations

and Society, 34(2), 285-304.

Quadro 6: Leituras solicitadas para o módulo 6

As aulas 13 e 14 foram dedicadas à discussão sobre a importância que a

qualidade da redação tem na avaliação do mérito de um relatório de pesquisa, seja uma

dissertação de mestrado ou um artigo submetido a um periódico. O Quadro 7 a seguir

(19)

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

13 e 14

Aspectos de redação científica Aula 13

Huff, A. S. (1999). Writing for scholarly publication. Sage.

de Villiers, C., & Dumay, J. (2013). Construction of research articles in the leading interdisciplinary accounting journals. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 26(6), 876-910.

Moizer, P. (2009). Publishing in accounting journals: A fair game?. Accounting,

Organizations and Society, 34(2), 285-304.

Aula 14

Ohlson, J. A. (2011). On successful research. European Accounting Review, 20(1), 7-26. Baxter, J., & Fong Chua, W. (2008). The field researcher as author-writer. Qualitative

Research in Accounting & Management, 5(2), 101-121.

Quadro 7: Leituras solicitadas para o módulo 7

Finalmente, o Quadro 8 apresenta as leituras sugeridas para a sessão de

encerramento da disciplina. O objetivo estabelecido para o último encontro foi o de

obter dos alunos uma reflexão sobre as perspectivas futuras que se apresentavam no seu

(20)

AULAS TÓPICOS E LEITURAS

15

Encerramento

Willmott, H. (2011). Journal list fetishism and the perversion of scholarship: reactivity and the ABS list. Organization, 18(4), 429-442.

Gendron, Y. (2015). Accounting academia and the threat of the paying-off mentality. Critical

Perspectives on Accounting, 26, 168-176.

Parker, L. D., & Guthrie, J. (2012). Accounting scholars and journals rating and

benchmarking: risking academic research quality. Accounting, Auditing & Accountability

Journal, 26(1), 4-15.

Chua, W. F. (2011). In search of ‘successful’ accounting research. European Accounting

Review, 20(1), 27-39.

Ribeiro, R. (2014). É preciso correr riscos. Revista Contabilidade & Finanças, 25(66), 211-213

Basu, S. (2012). How can accounting researchers become more innovative?. Accounting

Horizons, 26(4), 851-870.

Hopwood, A. G. (2007). Whither accounting research?. The Accounting Review, 82(5), 1365-1374.

Hermanson, D. R. (2015). “Model 2”—A personal journey in pursuit of creativity and impact. Critical Perspectives on Accounting, 26, 130-140.

Quadro 8: Leituras solicitadas para o encerramento da disciplina

A seguir apresento os detalhes de como a disciplina foi conduzida, as atividades

solicitadas aos alunos e as reflexões a respeito dos resultados obtidos.

4. A condução da disciplina

A disciplina foi iniciada com a exposição dos objetivos gerais, da abordagem

selecionada para alcançar os objetivos, e com a apresentação do programa de aulas.

Expliquei que os alunos seriam avaliados por meio de atividades individuais e pelo

projeto de pesquisa. As atividades individuais seriam realizadas e submetidas durante o

decorrer do curso, e cada aluno deveria submeter seu projeto de pesquisa 15 dias após o

encerramento da disciplina.

Posteriormente, iniciei a discussão dos artigos do primeiro encontro. Os textos

(21)

alunos alcançassem uma compreensão a respeito do estado atual da pesquisa em

contabilidade. Para orientar a discussão durante as três primeiras aulas, elaborei uma

lista de questões norteadoras para motivar o debate e as discussões. São elas:

1. Qual o objetivo da pesquisa em ciências contábeis?

2. O que é um paradigma?

3. Como se caracteriza o paradigma dominante na pesquisa em ciências

contábeis?

4. Como se deu o desenvolvimento histórico desse paradigma?

5. Como a dominância do paradigma vigente é exercida e reforçada?

6. Quais as consequências de haver a dominância desse paradigma na pesquisa

em ciências contábeis?

7. Como pode ser descrita a influência da pesquisa científica na prática da

contabilidade?

8. Qual a extensão da comunicação entre pesquisadores e praticantes da

contabilidade?

9. Com quem os pesquisadores da área de contabilidade dialogam?

Em paralelo iniciei, no primeiro encontro, a discussão dos elementos de um

projeto de pesquisa. Fiz isso com base nos três artigos indicados: Lamberton, (2015);

Kumar, Langberg e Sivaramakrishnan (2016) e McLaren, Appleyard e Mitchell (2016).

Para cada um dos artigos, pedi aos alunos que identificassem o fenômeno de pesquisa, a

lacuna, a abordagem selecionada pelos autores, a teoria que sustentava o estudo, e a

forma de apresentação das evidências. Com tais questionamentos, busquei que os alunos

percebessem que, mesmo os artigos sendo bastante diferentes em termos de temática,

abordagem teórica e metodologia, ainda assim apresentavam uma estrutura

(22)

Sendo assim, enfatizei a necessidade de pensar no projeto de pesquisa naqueles

termos: fenômeno, lacuna, abordagem, teoria e metodologia. Solicitei que os alunos

submetessem, em no máximo uma semana, a primeira tarefa da disciplina, que consistia

da submissão de um texto com duas páginas apresentando os elementos dos seus

projetos de pesquisa: fenômeno; objetivo; motivação; sustentação teórica; estratégia de

pesquisa; técnicas de coleta de dados; e as técnicas de análise de dados planejadas.

Um aspecto que talvez mereça destaque é que, no primeiro dia da disciplina, um

dos alunos perguntou qual tinha sido o critério adotado para selecionar as leituras do

primeiro encontro, uma vez que um artigo envolvia modelagem analítica (Kumar,

Langberg e Sivaramakrishnan, 2016) e o outro era sobre contabilidade e felicidade

(Lamberton, 2015). Respondi que o objetivo tinham sido mostrar, logo no início, que

era possível fazer pesquisa em contabilidade sobre os mais variados temas, inclusive

combinando contabilidade e felicidade, sob uma perspectiva budista.

É importante destacar que conduzi as aulas sem usar o formato tradicional de

palestra ou lecture, em que um especialista discursa ou ensina os alunos que

permanecem como uma plateia passiva. As aulas foram conduzidas como uma

discussão. Eu iniciei as discussões apresentando questionamentos aos alunos, e buscava

estimulá-los a oferecer respostas. Para evitar que apenas os mesmos alunos

participassem, frequentemente eu dirigia as perguntas a um aluno em particular.

Em algumas situações, nas quais as respostas aos questionamentos começam a

ser fundamentadas em opiniões pessoais, procurei enfatizar a necessidade de construir

respostas com base no conteúdo dos artigos selecionados para cada módulo, e até

mesmo incluindo artigos discutidos em módulos anteriores ou outros artigos que eles

tenham lido. Procurei forçá-los a desenvolver o argumento já usando citações, mesmo

(23)

Para ajudar a manter o foco da discussão, preparei uma lista de anotações com

trechos selecionados dos artigos, a qual usei para ajudar orientar as perguntas que

apresentadas aos alunos durante a aula. Em determinado momento, a discussão alcança

um estágio em que já é possível responder as questões norteadoras usando as próprias

contribuições dos alunos. Então eu resgato a questão pertinente e destaco como as

contribuições oferecidas por cada um permitem formular uma resposta à questão.

A dinâmica descrita nos parágrafos precedentes foi aplicada em todos os

módulos de conteúdo que formam a disciplina. Ao final dos três primeiros encontros, e

o consequente encerramento do primeiro módulo, apresentei aos alunos a atividade que

deveria ser realizada para efeito de avaliação. A atividade foi planejada para, ao mesmo

tempo, fixar o conteúdo e trabalhar o desenvolvimento das capacidades de redação dos

alunos. Assim, eles tiveram duas semanas para submeter um ensaio, com no máximo

1.200 palavras, que discorresse sobre as nove perguntas norteadoras da discussão do

primeiro módulo. O ensaio deveria ser escrito de forma dissertativa, ou seja, não deveria

ser estruturado no formato de perguntas e respostas, e sim na forma de um texto que

contemplasse as nove questões

Os próximos dois encontros da disciplina foram dedicados ao módulo intitulado

“Tradições de pesquisa em contabilidade: positivismo, interpretativismo e estudos críticos”. Ao promover a discussão dos fundamentos ontológicos, epistemológicos e

metodológicos que sustentam cada uma das abordagens, trabalhei com os alunos a

compreensão de que, quando o pesquisador assume um determinado posicionamento a

respeito da realidade física e social (ontologia), isto usualmente impacta suas escolhas

epistemológicas e metodológicas (Tomkins e Groves, 1983). Além do mais, a visão que

o pesquisador tem a respeito da realidade física e social influencia os fenômenos que

(24)

Ou seja, a seleção da metodologia de pesquisa mais apropriada para uma

investigação científica depende da natureza do fenômeno em questão, e da forma como

o conhecimento a respeito do fenômeno pode ser obtido (Tomkins & Groves, 1983).

Logo, a escolha da metodologia apropriada em um projeto de pesquisa não pode ser

feita de modo isolado das premissas ontológicas e epistemológicas que sustentam a

investigação (Scapens e Theobald, 2002).

Seguindo a abordagem iniciada no primeiro módulo, as aulas foram

desenvolvidas em formato de discussões centradas nos artigos indicados para o módulo,

sem apresentação de slides. As discussões foram orientadas por duas questões gerais:

10. No que se diferenciam as três tradições de pesquisa em contabilidade, a

saber, pesquisa positiva, pesquisa interpretativa e estudos críticos?

11. Faz sentido dizer que uma das tradições de pesquisa é melhor que a outra,

do ponto de vista da produção de conhecimento científico?

A discussão dos aspectos ontológicos, epistemológicos e metodológicos da

pesquisa em contabilidade, foi mais desafiadora para os alunos, que demonstraram mais

dificuldade em entender as implicações dos diferentes posicionamentos ontológicos do

pesquisador na atividade de pesquisa. Tal dificuldade transpareceu pela menor

participação durante as aulas, pois boa parte das perguntas que eu fazia ficava sem

resposta por parte dos alunos. Deste modo, eu precisava reformular as perguntas para

induzir a participação.

Minha interpretação é que inexperiência dos alunos, em termos da pouca leitura

e de pouca diversidade na leitura de artigos empíricos em contabilidade, torna difícil o

(25)

resultam em diferenças nos fenômenos a serem pesquisados, nas teorias utilizadas e na

abordagem metodológica empregada no processo de pesquisa em contabilidade.

Após o encerramento do módulo optei por não solicitar nenhuma atividade de

produção de texto, uma vez que os alunos teriam uma carga de leitura maior para a aula

da semana seguinte, na qual seria iniciado o terceiro módulo de conteúdo, intitulado

“Estratégias de pesquisa positiva”. As discussões do terceiro módulo do curso, dedicado à pesquisa positiva, foram centradas em torno das seguintes questões norteadoras:

12. Quais são os posicionamentos ontológicos e epistemológicos usuais de um

pesquisador que segue a tradição positivista?

13. Quais são, usualmente, os objetivos da pesquisa positivista em

contabilidade?

14. Qual o papel da teoria em estudos positivistas?

15. Quais são os desenhos de pesquisa empírica positivista que podem ser

empregados em contabilidade? O que diferencia cada um?

16. Quais são os principais desafios enfrentados pelos pesquisadores que

adotam estratégias de pesquisa positivistas em contabilidade?

Para deixar mais clara a estrutura da discussão que deveria ser desenvolvida no

módulo, os alunos receberam a tarefa de produção de texto antecipadamente. A

(26)

Caros alunos,

Vocês devem submeter um ensaio que aborde os seguintes temas:

1. Os posicionamentos ontológicos e epistemológicos usuais de um pesquisador que segue a tradição positivista;

2. O principal (ou principais) objetivo da pesquisa positivista em contabilidade; 3. O papel da teoria em estudos positivistas;

4. Os desenhos de pesquisa empírica positivista que podem ser empregados em contabilidade e as diferenças entre cada um;

5. Os principais desafios enfrentados pelos pesquisadores que adotam estratégias de pesquisa positivista em contabilidade;

O texto não precisa, nem deve, apresentar a discussão dos temas nessa ordem. Vocês devem refletir e estruturar o argumento envolvendo os temas, mas na ordem que for apropriada para suportar o seu argumento.

O ensaio deve ser escrito de forma dissertativa, sem divisões por seções.

A formatação solicitada é: folha A4, margens 2,5 cm, fonte Times New Roman, parágrafos com espaçamento 1,5 e recuo na 1a linha. O limite máximo é de 1.200 palavras, excluindo as referências, que devem ser apresentadas no formato APA. Escolham um título para o ensaio. O documento deve ser submetido até quinta-feira, XX/XX/2017, às 23:00, em formato Word.

Quadro 9: descrição da atividade de produção de texto solicitada aos alunos relativa ao conteúdo do terceiro módulo de conteúdo

Optei por apresentar a atividade logo no início do módulo para estimular os

alunos a trabalharem a construção do seu argumento desde o início das leituras do

módulo, e também para permitir que eles usassem a discussão em sala de aula para

refinar o argumento em construção.

Novamente as aulas foram desenvolvidas em formato de discussões centradas

nos artigos indicados, sem apresentação de slides. Como nos módulos anteriores,

guiei-me pelas anotações de trechos selecionados dos artigos indicados para orientar as

discussões. Frequentemente eu fazia perguntas aos alunos questionando o que um

determinado autor argumentava a respeito de um aspecto específico que estava sendo

discutido. Esta abordagem não apenas me permitia inferir se os alunos estavam lendo o

material com antecedência, mas também mostrava a eles como as contribuições de cada

(27)

Na sequência, as aulas 8 e 9 foram dedicadas à discussão dos aspectos

envolvendo a realização de estudos interpretativos em contabilidade, e a aula 10 foi

centrada na condução de estudos críticos. As questões norteadoras da discussão

desenvolvida nas três aulas foram:

17. Quais são os posicionamentos ontológicos e epistemológicos usuais de um

pesquisador que segue a tradição interpretativista em contabilidade?

18. Quais são, usualmente, os objetivos da pesquisa interpretativa em

contabilidade?

19. Qual o papel da teoria em estudos interpretativos em contabilidade?

20. Quais são os desenhos de pesquisa empírica interpretativa que podem ser

empregados em contabilidade?

21. Quais são os principais desafios enfrentados pelos pesquisadores que

adotam estratégias de pesquisa interpretativistas em contabilidade?

22. Quais são os posicionamentos ontológicos e epistemológicos usuais de um

pesquisador que segue a tradição crítica?

23. Quais são, usualmente, os objetivos dos estudos críticos em contabilidade?

24. Qual o papel da teoria em estudos críticos em contabilidade?

25. Quais são os desenhos de pesquisa que usualmente são empregados em

estudos críticos em contabilidade?

26. Quais são os principais desafios enfrentados pelos pesquisadores que

desenvolvem estudos críticos em contabilidade?

Seguindo a mesma abordagem do módulo anterior, apresentei aos alunos

antecipadamente a tarefa, relativa ao módulo 4. A descrição da tarefa é exibida no

(28)

Atividade módulo 4 Caros alunos,

vocês devem submeter um ensaio que aborde os seguintes temas:

1. Os posicionamentos ontológicos e epistemológicos usuais de um pesquisador que segue a tradição interpretativa ou crítica;

2. As diferenças entre a abordagem interpretativa e a abordagem crítica na pesquisa em contabilidade, no que se refere aos objetivos;

3. O papel da teoria em estudos interpretativos e críticos;

4. Os desenhos de pesquisa empírica que podem ser empregados em estudos interpretativos ou críticos em contabilidade;

5. Os principais desafios enfrentados pelos pesquisadores que desenvolvem estudos interpretativos ou críticos em contabilidade;

O texto não precisa necessariamente apresentar a discussão dos temas nessa ordem. Vocês devem refletir e estruturar o argumento envolvendo os temas, mas na ordem que for apropriada para suportar o seu argumento.

O ensaio deve ser escrito de forma dissertativa, sem divisões por seções.

A formatação solicitada é: folha A4, margens 2,5 cm, fonte Times New Roman, parágrafos com espaçamento1,5 e recuo na 1a linha. O limite máximo é de 1.500 palavras, excluindo as referências, que devem ser apresentadas no formato APA. Escolham um título para o ensaio. O documento deve ser submetido até XX/XX/2017, às 23:00, em formato Word.

Bom trabalho a todos.

Quadro 10: descrição da atividade de produção de texto solicitada aos alunos relativa ao conteúdo do terceiro módulo de conteúdo

Os dois módulos seguintes trataram dos elementos do projeto de pesquisa e de

redação científica, respectivamente. Iniciei as discussões pedindo aos alunos que

explicassem, oralmente, qual era o seu fenômeno de pesquisa e qual objetivo seria

buscado no projeto que eles estavam desenvolvendo. As apresentações e a discussão

consumiram as quatro horas do 11º encontro. Um aspecto notável das apresentações foi

que todos os 14 alunos do curso estruturaram seus projetos seguindo uma abordagem

positivista-quantitativa. Entretanto, dois depoimentos chamaram a atenção. Uma aluna

relatou que ainda estava discutindo com seu orientador a viabilidade de realizar sua

dissertação de mestrado com um enfoque crítico. Ela mencionou ainda não havia

conseguido, com o orientador, estruturar sua pesquisa de acordo com uma abordagem

(29)

veio das aulas e das leituras que havia feito do periódico Critical Perspectives on

Accounting, que ela descobrira ser seu periódico favorito.

Outro aluno comentou, em conversa particular comigo, que também gostaria de

mudar seu projeto de dissertação para que o mesmo se tornasse um estudo

interpretativista com abordagem qualitativa. O aluno confidenciou que, o desenho atual

do seu projeto de mestrado, embora estivesse de acordo com o modelo

positivista-quantitativo, não o inspirava mais, pois ele tinha a sensação de que era uma pesquisa

“mais do mesmo”, e que ele tinha a impressão que os estudos na sua área de pesquisa, estrutura de capital, eram muito parecidos e pouco interessantes. Na sua percepção, os

estudos qualitativos apresentavam maior potencial para trazer contribuições inovadoras,

interessantes e mais próximas do mundo real. Sua dificuldade, no entanto, residia no

alinhamento do seu interesse com o orientador, não nenhuma experiência prévia em

conduzir e orientar estudos interpretativos, ou mesmo um estudo qualitativo com

orientação positivista.

Os próximos três encontros da disciplina foram dedicados à discussão das

seguintes questões norteadoras:

27. Qual é a “anatomia” de um relatório de pesquisa?

28. Como usualmente é estruturada a introdução de um relatório de pesquisa?

29. Como usualmente é estruturada a seção teórica de um relatório de pesquisa

positivista-quantitativo?

30. Como usualmente é estruturada a seção teórica de um relatório de pesquisa

interpretativista-qualitativo?

31. Como usualmente é estruturada a seção de métodos de um relatório de

(30)

32. Como usualmente é estruturada a seção de métodos de um relatório de

pesquisa interpretativista-qualitativo?

33. Como usualmente é estruturada a seção de resultados e discussão de um

relatório de pesquisa positivista-quantitativo?

34. Como usualmente é estruturada a seção de resultados e discussão de um relatório de pesquisa interpretativista-qualitativo?

35. Como usualmente é estruturada a conclusão de um relatório de pesquisa?

Em complemento aos artigos já utilizados ao longo da disciplina, as discussões

também foram ilustradas com exemplos reais de projetos de mestrado de alunos que se

encontram sob orientação do autor do presente artigo. Os projetos em questão estão em

fase de intermediária de desenvolvimento. Um dos projetos tem orientação positivista, e

outro é interpretativo, e ambos serviram como bons exemplos para a aula. Informei aos

alunos o fenômeno de pesquisa e o objetivo de cada projeto, expliquei detalhes teóricos

e contextuais dos mesmos, e junto com os alunos fizemos exercício de definir a

sequência de assuntos que poderia ser usada para apresentar os estudos anteriores

relevantes, a teoria e o desenvolvimento de hipóteses, no caso do projeto positivista; o

quadro teórico, no projeto interpretativista; e a seção de métodos de ambos os projetos.

Logo no início dos encontros definidos para a discussão do projeto de pesquisa e

de redação científica, apresentei aos alunos as três tarefas finais do curso, as quais

consistiam da submissão das seções de referencial teórico (estudos anteriores mais

desenvolvimento de hipóteses; ou estudos anteriores mais quadro teórico, no caso de

estudos interpretativos), metodologia e introdução dos respectivos projetos de pesquisa.

(31)

discussões em sala para esclarecer dúvidas a respeito dos seus projetos de pesquisa, e

também para definir a estrutura dos textos que iriam submeter.

Finalmente, o último encontro foi planejado para proporcionar a uma reflexão a

respeito do trabalho desenvolvimento ao longo de toda a disciplina. A discussão foi

orientada pelas seguintes questões norteadoras:

36. Como os rankings de journals afetam a pesquisa em ciências contábeis?

37. Quais atores institucionais e individuais estão envolvidos na

institucionalização do uso de rankings de journals na área de ciências

contábeis?

Alguns alunos relataram sentimentos de frustração, impotência e conformismo.

Nos dois primeiros casos, os sentimentos derivavam da percepção de sua incapacidade

de romper com a estrutura que praticamente os obrigava a prosseguir com projetos

positivistas e desenho de pesquisa quantitativa. Alguns destacaram a falta de

orientadores abertos e capazes de orientar projetos interpretativos. Outra fala comum foi

que o processo de negociação com os orientadores foi realizado antes da entrada no

curso e antes de cursarem a disciplina de metodologia de pesquisa, e portanto num

momento em que sua visão de pesquisa era muito limitada. Finalmente, outros

declararam que no momento precisavam jogar o jogo dentro das regras vigentes, e que

depois, quando tivessem obtido seus títulos de mestrado e doutorado, poderiam ousar e

desenvolver pesquisas fora do mainstream.

Conclusão

O presente artigo apresentou a proposta de uma disciplina de Metodologia de

Pesquisa para cursos de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade. A disciplina

(32)

aplicada em cursos de doutorado. A estrutura da disciplina foi planejada levando-se em

consideração as reflexões que têm sido publicadas a respeito do estado atual da pesquisa

em contabilidade. Muitos dos aspectos críticos da pesquisa na área, e que são discutidos

em artigos recentes, são problemas recorrentes. Em alguns casos, há mais de 30 anos

alguns autores chamavam a atenção para questões importantes, como a predominância

da abordagem positivista-quantitativa e a excessiva ênfase em aspectos técnicos dos

métodos de pesquisa.

Com base nas críticas identificadas na literatura a respeito da estagnação e do

estreitamento da agenda pesquisa da pesquisa em contabilidade, o presente artigo

buscou oferecer uma contribuição para a melhoria do processo de formação de novos

pesquisadores na área, pesquisadores capazes de reconhecer o potencial de diferentes

abordagens ontológicas, epistemológicas e metodológicas na pesquisa em contabilidade.

Assim, a disciplina de Metodologia de Pesquisa no curso de Mestrado em

Controladoria e Contabilidade da FEA-RP/USP foi estruturada e conduzida buscando

estimular os jovens pesquisadores a correrem mais riscos, no sentido de desenvolver

pesquisas que se diferenciem do mainstream, que sejam mais criativas, e com maior

potencial de impacto acadêmico e prático.

Em termos de resultados imediatos, avalio que os alunos alcançaram uma

compreensão adequada a respeito das três tradições de pesquisa abordadas no curso, no

que se refere ao seu potencial, aplicabilidade e desafios que apresentam ao pesquisador.

Tal avaliação é feita com base nos textos que os alunos produziram ao longo do curso.

Por outro lado, todos os alunos desenvolveram projetos de pesquisa que

apresentam características semelhantes ao mainstream da pesquisa em contabilidade. A

reflexão que faço da situação é que é difícil motivar os alunos a desenvolverem estudos

(33)

dos alunos, usualmente oriundos de cursos de contabilidade, administração ou economia

todos com forte orientação funcionalista. Complementarmente, há a questão do papel

dos orientadores. Entre os 17 professores que são orientadores no Programa de

Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA-RP/USP, um número muito

pequeno desenvolve estudos interpretativos com alguma regularidade, e mais raros

ainda são os que desenvolvem estudos críticos em contabilidade. Deste modo, a

tendência é que continue a predominância de projetos de pesquisa com orientação

positivista entre os candidatos a mestre no programa de pós-graduação em questão.

Conforme destacam Wilkinson e Durden (2015), é necessário que ocorra um

choque externo para que os incentivos vigentes para a produção de conhecimento

científico em contabilidade mudem, e para que o cenário que se desenha há mais de três

décadas seja alterado. Entretanto, entre esperar que tal choque ocorra sem fazer nada ou

tomar alguma atitude, ainda que em nível local, como autor do presente estudo e

docente responsável pela disciplina eu optei pela segunda opção, e modestamente

ofereço minha contribuição para a melhoria da formação dos futuros pesquisadores em

contabilidade.

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