FOLHA D A SEXT A FOLHA DE LONDRINA 28 DE NO VEMBRO DE 2014
TURISMO
16
Viagens
dos sonhos
Roteiros
temáticos
unem paixões
e viagens em
itinerários
exclusivos e
nada
convencionais
U
ma nova maneirade viajar tem con-quistado os turis-tas. As viagens te-máticas, que unem o prazer de viajar a hobbies específi-cos, viraram moda e garan-tem roteiros diferenciados. Trabalhando na área de tu-rismo há 27 anos, o consul-tor de viagens Ricardo Oka-da, de Londrina, conta que esse tipo de viagem vem ga-nhando força nos últimos 10 anos. Para ele, optar por roteiros temáticos significa conhecer mais a fundo o co-tidiano do destino visitado. “Nesse tipo de roteiro o via-jante conhece muito mais coisa e interage de forma mais intensa com o dia a dia do pessoal da região por fu-gir um pouco da rota turísti-ca convencional”, expliturísti-ca. Quem curte automóveis pode embarcar em um mochilão temático pela Europa e dirigir carros emblemáticos
Chega uma
hora em que o
viajante quer
algo mais
personalizado”
As gerentes de produtos da CI (Central de Intercâm-bios e Viagens)Paula Rome-ro e Gisele Mainardi concor-dam e avaliam que a maio-ria das pessoas que opta por pacotes temáticos já conhe-cem o destino viajado da maneira tradicional. “Hoje o brasileiro viaja muito e já conheceu muitos países e destinos. Por isso, chega uma hora em que o viajante quer algo mais personaliza-do”, analisa Gisele.
Ainda assim, é possível unir as duas coisas. No esti-lo mochilão, entre os paco-tes mais procurados, con-forme Paula, estão aqueles que oferecem ao viajante a possibilidade de conhecer várias baladas estrangeiras. No “Bue Nights”, por exem-plo, o turista pode desven-dar Buenos Aires durante o dia e aproveitar as baladas e bares da cidade portenha durante a noite, com direito até a entradas VIP. “Neste caso a hospedagem é em al-bergues e o público-alvo são pessoas entre 18 e 35 anos de idade.”
Já quem curte automó-veis pode embarcar em um mochilão temático pela Eu-ropa. “Esse roteiro tem nove noites e passa por Munich, na Alemanha, onde é possí-vel visitar o museu da BMW; Nice, na França, onde ocor-re o Ferrari Tour e o viajante pode dirigir uma Ferrari ao longo da Riviera Francesa; e Bologna, na Itália, cidade próxima do museu da Ferra-ri e onde fica o museu da Lamborghini”, conta Paula.
Ainda no mundo dos mo-tores, há o roteiro para os amantes da Harley David-son, organizado por Ricardo Okada. Nesta viagem os tu-ristas podem rodar de moto pelas estradas da Califórnia, n o s E s t a d o s Un i d o s, i n -cluindo a rota 66, e visitar cidades como São Francisco e Las Vegas em 12 dias de viagem. Segundo Okada, o roteiro já inclui as motos, hotéis e um carro de apoio. Aqui, a ideia também é unir
o passeio temático com os pontos turísticos tradicio-nais. “Vamos passando por vários pontos turísticos de cada cidade, além de lojas e museus da Harley e cidades fantasmas da Califórnia”, comenta.
Outro roteiro de sucesso, s e g u n d o O k a d a , l e v a o s amantes da pesca em uma viagem a Barcelos, na Ama-zônia, sempre entre setem-bro e novemsetem-bro. “Esse é um roteiro de pesca bem dife-rente. Fretamos um avião em Manaus para ir até Bar-celos e lá alugamos um bar-co privado para o grupo, que passa uma semana
pes-Há pacotes que oferecem ao turista
a possibilidade de desvendar Buenos Aires durante o dia
e aproveitar as baladas portenhas à noite, com direito
à entrada VIP
A partir da
viagem você
começa a ver a
Bíblia de
maneira
ilustrada”
Ver como os
franceses
comem e se
relacionam
com a comida é
muito legal.
Não tem como
medir essa
experiência”
cando na região.” Oconsul-tor lembra também que não há limites para as viagens dos sonhos. “Teve um clien-te que foi pescar no Alasca”, relembra.
Bruna Quintanilha
Reportagem Local
Fotos: Shutterstock e
Amantes da pesca podem escolher roteiros pouco comuns, como uma aventura pela região amazônica
Turismo
e fé
Há quatro anos Fabiana Ga-lhardo visita Israel todos os anos ao lado do marido, Mar-celo Galhardo, e de alguns amigos. Segundo ela, a viagem religiosa tem como objetivo conhecer os lugares relatados na Bíblia. “Não é uma viagem com algum objetivo místico ou algo assim. Somos cristãos evangélicos e, para nós, que estudamos a Bíblia, ter essa vi-vência faz todo o sentido. A partir da viagem você começa a ver a Bíblia de maneira ilus-trada.” Para montar o roteiro, Fabiana procura colocar no iti-nerário lugares que tenham registro de passagens de Jesus, além de pontos turísticos da cidade.
Dentre os lugares preferidos em Israel, Fabiana destaca o Monte das Oliveiras, o Muro das Lamentações e principal-mente o Monte do Templo, também chamado de Esplana-da Esplana-das Mesquitas. “É um dos meus locais favoritos, onde eu gosto de estar. Também é onde existia o Tabernáculo e onde hoje está o Domo da Rocha. Além disso, é o ponto mais próximo de onde existiu o tem-plo de Deus, ao lado do Muro das Lamentações”, comenta.
Para que a viagem não se torne repetitiva, Fabiana sem-pre tenta mesclar a ida a Israel com outros destinos como Egi-to, Jordânia, Turquia e Grécia. “Sempre com lugares que te-nham alguma relação com a Bíblia”, conta. Para ela, além de cheios de significados, os pas-seios proporcionam memórias inesquecíveis. “Na Jordânia, visitar Petra é poder ver a mão de Deus naquele lugar. Já no Egito, subir o Monte Sinai foi uma experiência de superação com a recompensa de uma vis-ta maravilhosa”, relembra. O Monte Sinai possui 2.285 me-tros de altitude e, conforme a Bíblia, foi o local onde Deus entregou a Moisés os Dez Man-damentos. (B.Q.)
Fotos: Arquivo Pessoal
No Cairo, capital do Egito “Na Jordânia, visitar Petra é poder ver a mão de Deus naquele lugar” Monte Sinai, no Egito: experiência de superação Fabiana e Marcelo Galhardo no Mar da Galiléia, em Israel
Roteiro com sabor
Conhecer uma culinária típi-ca é desejo de todo viajante. Mas já pensou em fazer uma viagem toda voltada para a gastrono-mia? Segundo a gerente de pro-dutos da CI, Gisele Mainardi, esse tipo de roteiro está em alta e atrai tanto os amantes da gas-tronomia quanto profissionais interessados em aprender mais sobre o assunto. “A gastronomia hoje é um tema bastante difun-dido e muitas pessoas têm isso como um hobby. Temos um pro-grama de visitas gastronômicas pelo norte da Espanha que pas-sa pelas cidades de Madri, El-ciego, Bilbau, San Sebatián, Fuente De e Tordesilhas e inclui, além de visitas de degustação em restaurantes, algumas ativi-dades práticas.”
Segundo Gisele, o grande di-ferencial desse pacote é a possi-bilidade de visitar lugares e par-ticipar de atividades exclusivas e que dificilmente o viajante conseguiria visitar sozinho. “Costumamos incluir visitas a restaurantes com chefs interes-santes em horários exclusivos para o grupo.” A parte turística também está no pacote. “Os ro-teiros costumam incluir uma parte de turismo. Pois é interes-sante entender um pouco da ci-dade”, comenta Gisele.
PabloValentini e a esposa Lais Kataoka são sócios em uma pa-daria em Londrina e há dois anos resolveram fazer uma via-gem gastronômica em Paris. O roteiro? Muitas padarias! “Nós estávamos a caminho de um evento de gastronomia no Japão e tínhamos que fazer escala em algum lugar. Resolvemos passar por Paris e aproveitar para co-nhecer melhor as padarias da cidade”, conta Valentini. O nú-mero de padarias visitadas foi tanto que Pablo até perdeu as contas. “Visitávamos o máximo que conseguíamos no dia”, diz.
Para montar o roteiro, o casal entrou em contato com alguns padeiros para poder conhecer os estabelecimentos por dentro. “Valeu muito a pena. Consegui-mos obter muito mais informa-ção do que esperávamos. Tam-bém tivemos algumas surpresas positivas pelo caminho. Encon-tramos uma padaria muito inte-ressante no subsolo da praça Madeleine, por exemplo”, re-lembra. “Além disso, ver como os franceses comem e se rela-cionam com a comida é muito legal. Não tem como medir essa experiência”, acrescenta. (B.Q.)
Fotos: Arquivo Pessoal e
Shutterstock
Pablo Valentini e Lais Kataokanum