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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTARÉM

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTARÉM Processo N° 0000290-85.2017.4.01.3902 - 1ª VARA FEDERAL

Nº de registro e-CVD 00126.2017.00013902.1.00624/00032

PROCESSO: 0000290-85.2017.4.01.3902 CLASSE: AÇÃO CIVIL PÚBLICA

AUTOR: DEFENSORIA PUBLICA DA UNIAO

RÉU: CENTRO DE PROCESSOS SELETIVOS - CEPS, UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARA

DECISÃO

Deferimento de tutela de urgência

Trata-se de Ação Civil Pública proposta pela Defensoria Pública da União em face da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA e do Centro de Processos Seletivos da Universidade Federal do Pará – CEPS/UFPA, pleiteando a disponibilização do acesso às redações corrigidas dos candidatos que se submeteram ao concurso para os cargos previstos no edital n. 26 de 30/08/2016, bem como reabertura do prazo para interposição de recursos a todos os que se submeteram a essa etapa de avaliação.

Junta documentação de f. 08/39, reforçando sua pretensão com o teor da cópia do Of. 008/2017/CEPS/UFPA (doc. 04 – f. 37 e verso), destacando que o segundo requerido alegou ser inviável a disponibilização das provas por meio eletrônico, em razão da falta de condições operacionais, considerável impacto orçamentário e a ausência de previsão editalícia.

Por fim, pede tutela provisória de urgência para determinar que as partes requeridas disponibilizem vista das redações corrigidas dos candidatos com a reabertura do prazo para interposição dos recursos.

É a síntese do pedido. Decido.

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTARÉM Processo N° 0000290-85.2017.4.01.3902 - 1ª VARA FEDERAL

Nº de registro e-CVD 00126.2017.00013902.1.00624/00032

Nesse primeiro contato, verifico atendidos os pressupostos formais da petição inicial para processamento da presente demanda.

Para deferimento da tutela pretendida, imprescindível a demonstração dos requisitos previstos no art. 300 caput do CPC, estando a argumentação corroborada com lastro probatório que permita assegurar a plausibilidade do direito vindicado, havendo o perigo e o risco de dano de resultar inócuo o provimento jurisdicional com a tramitação regular do processo.

A análise preliminar dos autos permite formular um juízo de convencimento sobre a pretensão da Autora em favor da concessão da tutela pretendida, mormente porque além de não atendida a recomendação da DPU, o seguimento do cronograma previsto importaria em prejuízo a uma parcela dos candidatos que pretendem recorrer de possíveis equívocos das notas que lhe foram atribuídas.

A indisponibilidade de vista às redações corrigidas afronta não apenas os princípios da publicidade dos atos administrativos e da isonomia entre os participantes, quanto ao direito subjetivo de cada candidato saber exatamente quais os critérios utilizados pelos examinadores na correção de sua prova, direcionando assim as razões de possível recurso para os tópicos que consideram passíveis de reavaliação.

Soa ainda estranha a afirmação da CEPS em negar acesso às provas sob as evasivas justificativas apontadas no documento de f. 37 e verso. É de se supor que qualquer banca organizadora de concurso público mantenha as condições necessárias de zelar pela observância das regras contidas no edital e dos princípios atinentes aos concursos públicos, garantindo assim a lisura do certame e tratamento isonômico para os pretendentes aos cargos

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTARÉM Processo N° 0000290-85.2017.4.01.3902 - 1ª VARA FEDERAL

Nº de registro e-CVD 00126.2017.00013902.1.00624/00032

disponibilizados.

Sobre temas idênticos, a jurisprudência assim firmou o entendimento:

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. EMPRESA DE TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - DATAPREV. PROVA DISCURSIVA. VEDAÇÃO DE ACESSO À PROVA E AOS CRITÉRIOS DE CORREÇÃO. ILEGALIDADE. SENTENÇA MANTIDA. 1. A vedação de acesso do candidato à prova discursiva de concurso público, impedindo, assim, o conhecimento dos critérios de correção utilizados pela banca examinadora, viola o direito de petição e à informação, bem como o direito ao contraditório e à ampla defesa, garantidos pela Constituição Federal, em seus artigos 5º, incisos XXXIII; XXXIV, "a" e LV. 2. A atuação do Poder Judiciário, assegurando o direito de vista da prova discursiva, bem como o fornecimento de cópia da prova e dos critérios de correção, não implica em invasão do mérito administrativo, uma vez que tal proceder se restringe ao exercício do controle da legalidade de regra fixada no edital, suscetível de causar lesão ao direito dos candidatos. 3. Remessa oficial a que se nega provimento.

(REMESSA 0043446-24.2010.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES, TRF1 - QUINTA TURMA, e-DJF1 DATA: 24/08/2015 PAGINA: 483).

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. CAUTELAR. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. PROVA DISCURSIVA DE CONCURSO PÚBLICO. PROCEDÊNCIA. SENTENÇA REFORMADA. 1. "Tendo em vista a necessária observância aos princípios norteadores de toda atividade administrativa, mormente os da publicidade - que se desdobra no direito de acesso a informação perante os órgãos públicos -, da ampla defesa e do contraditório, o candidato em concurso público deve ter acesso à prova realizada com a indicação dos erros cometidos que culminaram no seu alijamento do certame" (STJ, RMS 27.838/SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, DJ de 19/12/2008). 2. Provimento à apelação, reformando-se a sentença, para julgar procedente o pedido da Autora.

(APELAÇÃO 2003.34.00.027040-4, DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO BATISTA MOREIRA, TRF1 - QUINTA TURMA, e-DJF1 DATA: 21/01/2011 PAGINA: 485).

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. _________________________________________________________________________________________________________________

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTARÉM Processo N° 0000290-85.2017.4.01.3902 - 1ª VARA FEDERAL

Nº de registro e-CVD 00126.2017.00013902.1.00624/00032

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE VAGAS DESTINADAS AO CARGO DE PROFESSOR de educação básica, técnica e tecnológica, na área de educação artística, do Instituto Nacional de Educação de Surdos. ENCERRAMENTO DO CONCURSO PÚBLICO. PERSISTÊNCIA DO INTERESSE DE AGIR. NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DOS MOTIVOS QUE JUSTIFICARAM A ATRIBUIÇÃO DA PONTUAÇÃO CONCEDIDA AO CANDIDATO NA PROVA DISCURSIVA E O INDEFERIMENTO DO RECURSO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. DIREITO CONSTITUCIONAL À INFORMAÇÃO. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA PUBLICIDADE, DA INFORMAÇÃO E DA MOTIVAÇÃO. RECURSO DE APELAÇÃO PROVIDO. 1 - O Superior Tribunal de Justiça possui orientação firme no sentido de que a homologação final do resultado do concurso público não enseja a perda de objeto da demanda nos casos em que se discute a ocorrência de ilegalidade em uma de suas etapas. 2 - A simples homologação do resultado do concurso púbico e a consequente nomeação de alguns candidatos não retira da parte autora o interesse no reconhecimento de eventual direito ao acesso à correção de sua prova discursiva e às razões do indeferimento do recurso administrativo por ela interposto contra o resultado de tal prova, uma vez que, se deferido o pleito e constatada a existência de equívoco na conclusão do examinador, pode a parte autora questionar o resultado por outro meio, oportunidade em que, caso obtenha pontuação e classificação suficientes, a administração pública deve reinclui-la no concurso público, submetendo-a a todas as etapas posteriores. 3 - O ordenamento jurídico pátrio adota, em tema de concurso público, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, sendo o edital um ato vinculante tanto para a administração pública quanto para os candidatos que se submetem ao concurso, de forma que todos devem observar as regras ali estabelecidas. 4 - Ademais, não cabe ao poder judiciário interferir nos critérios de conveniência e oportunidade adotados pela administração na elaboração do concurso público e na definição dos requisitos necessários para o preenchimento de seus cargos, podendo, entretanto, haver controle jurisdicional quanto à observância dos princípios, valores e regras legais e constitucionais. 5 - A regra editalícia que impede o acesso do candidato à correção de sua prova discursiva e às razões pelas quais teve seu recurso administrativo indeferido viola, dentre 1 outros, os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, previstos no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, sobretudo porque impossibilita que sejam questionadas a _________________________________________________________________________________________________________________

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

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validade do resultado e a avaliação dos examinadores. 6 - A subsidiar a pretensão da parte autora, tem-se, ainda, o disposto no artigo 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, que assegura a todos o acesso à informação de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, que se encontre em poder dos órgãos públicos. 7 - Em obediência aos princípios constitucionais da publicidade, da transparência e da motivação, que devem pautar a atuação da administração pública, revela-se imprescindível que a correção efetivada pela banca examinadora, com a apresentação dos motivos que justifiquem a atribuição da pontuação concedida, bem como as razões do indeferimento do recurso administrativo interposto sejam levadas ao conhecimento do candidato, seja para permitir a apuração de equívoco na conclusão do examinador ou para viabilizar o questionamento do resultado por outro meio. 8 - Deve ser afastada a sentença que decretou a extinção do processo sem resolução do mérito e, com base no artigo 515, §3º, do Código de Processo Civil, deve ser julgado procedente o pedido deduzido na petição inicial, para determinar que a parte ré permita que a parte autora tenha acesso à correção de sua prova discursiva e às razões do indeferimento do recurso administrativo por ela interposto contra o resultado de tal prova.

9 - Recurso de apelação provido.

(AC 00067687920144025101, ALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 - 5ª TURMA ESPECIALIZADA).

Com base nessa linha de raciocínio, concedo a tutela de urgência pretendida, de modo a determinar à UFOPA e ao CEPS/UFPA que através da expedição de Edital, no prazo de 30 (trinta) dias, adotem as seguintes providências:

• Disponibilização adequada aos candidatos, por meio eletrônico ou

outro meio apropriado, do espelho de suas redações, devidamente corrigidas pela banca examinadora, informando as condições necessárias para acesso dos interessados à sua avaliação. O prazo para disponibilização não deverá ser inferior a 48 (quarenta e oito) horas.

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• Reabertura do prazo e das condições previstas para interposição

de recurso, divulgando essa informação através de seus endereços eletrônicos, jornais locais e diário oficial.

Fixo a pena de multa em R$ 1.000,00 (mil reais) por dia de descumprimento, sem prejuízo de apuração de responsabilidade pessoal.

Intimem-se. Na ocasião, citem-se. Santarém/PA, 03/02/2017.

DOMINGOS DANIEL MOUTINHO DA CONCEIÇÃO FILHO JUIZ FEDERAL TITULAR

Referências

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