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GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO ANA LUIZA SANTOS WALYSSON REGINALDO SANTOS

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GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

ANA LUIZA SANTOS

WALYSSON REGINALDO SANTOS

COMPORTAMENTO DE RISCO PARA TRANSTORNO ALIMENTAR EM ESCOLARES ADOLESCENTE DE MACEIÓ, ALAGOAS

MACEIÓ – AL 2019

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ANA LUIZA SANTOS

WALYSSON REGINALDO SANTOS

COMPORTAMENTO DE RISCO PARA TRANSTORNO ALIMENTAR EM ESCOLARES ADOLESCENTE DE MACEIÓ, ALAGOAS

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Tiradentes – UNIT, como parte das exigências para a obtenção do titulo de bacharel em Nutrição.

Orientadora: Msc. Danielle Alice Vieira da Silva

Coorientador: Vinicius Araújo Félix de Oliveira

MACEIÓ – AL 2019

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter proporcionado sabedoria nos ter dado garra para não desistíssemos antes da vitória final.

Aos nossos pais nosso muito obrigado por nunca terem desistido do nosso sonho. A nossa orientadora Danielle Alice por ter aceitado a ficar ao nosso lado neste momento importante e ao nosso coorientador Vinicius Felix pela dedicação e paciência do seu tempo para nos ajudar.

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COMPORTAMENTO DE RISCO PARA TRANSTORNO ALIMENTAR EM ESCOLARES ADOLESCENTE DE MACEIÓ, ALAGOAS

RESUMO

Introdução: Os Transtornos Alimentares (TAs) constituem um grupo de agravos com diagnóstico psiquiátrico caracterizado por alterações que ocorrem no comportamento dietético dos indivíduos. Objetivo: Identificar risco de transtorno alimentar (TA) em adolescentes escolares. Métodos: Estudo transversal, realizado em adolescentes de uma escola privada no município de Maceió – AL. O Eating Attitudes Test (EAT-26) foi o instrumento utilizado para identificar o risco de transtorno alimentar e para a avaliação da percepção corporal foi utilizada a Escala de Stunkard. A classificação do estado nutricional foi avaliada pela curva da OMS do ano de 2007 que classifica o IMC/idade. Os dados foram analisados no software EpiInfo 7.2.2 Resultados: A amostra foi composta por 51 adolescentes. Foi constatado que 30% apresentaram um risco de desenvolvimento de transtorno, com uma prevalência estatisticamente maior no sexo feminino (p=0,023). Após a avaliar a percepção de imagem corporal dos adolescentes foi possível notar que mais da metade se enxergam acima do seu peso corporal atual, sendo esse resultado também mais expressivo no sexo feminino (p=0,001). Conclusão: Os resultados da presente pesquisa evidenciaram comportamentos de risco para TAs como as condutas referidas através do EAT-26 e da distorção da imagem corporal verificada pela análise das escalas de silhuetas. As meninas são as que mais possuem distorção da imagem física e susceptibilidade para TAs.

Palavras chaves: adolescentes, comportamento alimentar, percepção corporal; estado nutricional.

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RISK BEHAVIOR FOR EATING DISORDER IN MACEIÓ TEEN SCHOOLCHILDREN, ALAGOAS

ABSTRACT

Introduction: Eating Disorders (EDs) are a group of disorders with psychiatric diagnosis characterized by changes that occur in the dietary behavior of individuals. Objective: To identify the risk of eating disorder (ED) in school adolescents. Methods: Cross - sectional study, performed in adolescents from a private school in the city of Maceió - AL. The Eating Attitudes Test (EAT-26) was the instrument used to identify the risk of eating disorder and for the assessment of body perception the Stunkard Scale was used. The classification of nutritional status was assessed by the WHO curve of 2007, which classifies BMI / age. Data were analyzed using EpiInfo 7.2.2 software. Results: The sample consisted of 51 adolescents. It was found that 30% had a risk of developing the disorder, with a statistically higher prevalence in females (p = 0.023). After evaluating the perception of adolescents' body image, it was observed that more than half see themselves above their current body weight, and this result is also more expressive in females (p = 0.001). Conclusion: The results of this research showed risk behaviors for EDs such as the behaviors referred through the EAT-26 and the distortion of body image verified by the analysis of silhouette scales. Girls are the ones with the most physical image distortion and susceptibility to EDs.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO---6 2. MÉTODOS---7 3. RESULTADOS---8 4. DISCUSSÃO---13 5. CONCLUSÃO---15 REFERÊNCIAS---16 ANEXOS---21

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1. INTRODUÇÃO

Os Transtornos Alimentares (TAs) constituem um grupo de agravos com diagnóstico psiquiátrico caracterizado por alterações que ocorrem no comportamento dietético dos indivíduos, resultando em consumo e/ou absorção alterada de alimentos/nutrientes, causando vários prejuízos psicológicos e biológicos que contribuem para um aumento na morbimortalidade (ALMEIDA, 2012; APA, 2013).

Esses agravos possuem grande incidência em crianças que estão durante a fase final da infância, mas as maiores prevalências são encontradas em adolescentes, sobretudo no sexo feminino (CUBRELATI et al., 2014). Atualmente são considerados problemas graves de saúde pública de difícil manejo, principalmente devido a sua complexidade, dificuldade de diagnóstico e tratamento (FORTES et al., 2015).

O TA mais comum é a anorexia nervosa (AN), havendo também muitos registros de bulimia e vigorexia (AZEVEDO et al, 2012; VALDANHA, ORNELAS e SANTOS, 2017). Ressalta-se que a presença desses transtornos na adolescência contribui negativamente no perfil alimentar e no estado nutricional, uma vez que esses transtornos são marcados por redução do consumo ou práticas purgativas, gerando um comprometimento na oferta calórica em um período de grande importância, pois constitui uma fase de pico de crescimento e de desenvolvimento (GONÇALVES et al., 2013).

A insatisfação corporal, entendida como um incômodo que o indivíduo vivencia em relação a aparência física, também ocorre com maior prevalência entre os adolescentes e normalmente é a principal desencadeadora dos TA (MIRANDA et al., 2011).

Um dos fatores que contribuem para que os adolescentes sejam os mais acometidos é a idealização do corpo, com peso e medidas padrão, impostos na maioria das vezes pela mídia, favorecendo o quadro de distorção da imagem corporal (FORTES et al., 2014). Devido à busca do corpo ideal, estes indivíduos iniciam mais cedo uma rotina excessiva de exercícios, procedimentos estéticos e dietas sem planejamento para que consigam, em um curto intervalo de tempo, o peso estabelecido (UZUNIAN; VITALLE, 2015).

Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de comportamentos de risco para transtornos alimentares em adolescentes escolares do município de Maceió – AL.

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2. MÉTODOS

Desenho do estudo

Estudo do tipo transversal, realizado em 2019 em adolescentes matriculados em uma escola da rede privada de Maceió, AL.

Aspectos éticos

A pesquisa foi previamente autorizada pelo responsável legal da escola e, encontra-se em apreciação no Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Tiradentes. Todos os participantes foram inicialmente esclarecidos sobre os objetivos da investigação, sendo incluídos apenas os que concordaram em participar por meio da assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), por partes dos mesmos (quando a idade foi igual a 18 anos) ou pelos responsáveis legais (para os com idade inferior a 18 anos).

Coleta de dados e instrumentos utilizados

Foi previamente estabelecido critérios de inclusão, sendo: Alunos do primeiro e terceiro ano do ensino médio de uma determinada escola e concordarem para cooperação da pesquisa, e como critério de exclusão: Para os alunos que não quiserem participar da pesquisa.

A coleta de dados se deu por meio de autopreenchimento de um questionário semiestruturado, elaborado pelos pesquisadores, para caracterização socioeconômica, demográfica e de saúde dos adolescentes. Ressalta-se que antes da aplicação, o formulário foi lido na íntegra e no momento do preenchimento os pesquisadores se mantiveram presentes no local para sanar possíveis dúvidas no decorrer dessa etapa.

Para avaliação antropométrica foi aferido o peso atual em quilograma com uma balança digital Omron Bioimpedância Analisador (Hbf-514c) e a estatura em metros aferido com um estadiômetro portátil. A classificação do estado nutricional foi realizada por meio do software AnthroPlus, tomando como base o Índice de Massa Corporal para Idade (IMC/I), sendo adotados os pontos de corte estabelecidos pela da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007) e incorporados pelos Sistema de vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN): < Escore-z -3 Magreza acentuada, ≥Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza, ≥Escore-z -2 e ≤Escore-z +1 Eutrofia, ≥Escore-z +1 e < Escore-z +2 Sobrepeso, ≥Escore-z +2 obesidade.

Para avaliar a percepção de imagem corporal foi adotada a escala de Silhuetas de Stunkard que tem como metodologia a exposição de 9 figuras do corpo humano, em que o entrevistado tem que assinalar três silhuetas: uma que represente seu corpo atualmente (eu);

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uma de como ele gostaria que estivesse (desejado) e, uma que ele considera como saudável (MORGADO; FERREIRA, 2010).

Foram utilizadas atribuições de IMC para cada figura escolhida pelos indivíduos, baseados no estudo de Kakeshita e Almeida (2006), onde: 17,5-19,9 km/m2 (figura 1); 20,0-22,4 kg/m2 (figura 2); 22,5-24,9 kg/m2 (figura 3); 25,0-27,4 kg/m2 (figura 4); 27,5-29,9 kg/m2 (figura 5); 30,0-32,4 kg/m2 (figura 6); 32,5 ou mais (figura 7); 35,0 (figura 8) e 37,5 (figura 9).

A partir do IMC/I real estabelecido pelas curvas da OMS e da silhueta assinalada como “EU”, foi avaliada a discordância entre o estado nutricional real e o auto avaliado pelos adolescentes, admitindo-se as categorias: sem discordância, com discordância para menos quando o indivíduo se enxergava com o IMC dentro da sua margem real e, com discordância para mais, quando o indivíduo se enxergava com IMC superior à sua condição real. Também foi realizado o cálculo da média da silhueta assinalada como “Eu” e da silhueta assinalada como “desejável”, sendo posteriormente avaliada a diferença entre as médias segundo sexo.

Para avaliar o risco de Transtorno Alimentar (TA) foi aplicado o Eating Attitudes Test (EAT-26). O EAT-26 é um questionário de autopreenchimento, composto por 26 questões na forma de escala Likert de pontos (sempre = 3; muitas vezes = 2; frequentemente = 1; poucas vezes, quase nunca e nunca = 0). A questão 25 apresenta pontuação invertida, ou seja, as alternativas sempre, muitas vezes e frequentemente são avaliadas com peso 0, a resposta poucas vezes apresenta peso 1, quase nunca peso 2 e nunca valor 3. O escore foi calculado a partir da soma das respostas de cada item, variando de 0 a 78 pontos, onde o escore superior a 21 pode ser considerado um indicativo para comportamento alimentar de risco para TA, sendo que quanto maior o escore, maior o risco de desenvolvimento de TA (GARNER et al., 1982).

Análise dos dados

Os dados foram digitados em planilha do Excel® (2016) e posteriormente analisados no software epi info versão 7.2.2. Para testar a diferença entre as variáveis foi adotado o teste t de student, admitindo-se um nível de significância de p <0,05.

3. RESULTADOS

A amostra foi composta por 51 adolescentes, sendo a distribuição dos sexos bastante semelhante, havendo um discreto predomínio do sexo masculino (52,94%). Praticamente todos os adolescentes possuíam uma boa renda familiar mensal, por serem alunos de escola

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particular e, na composição familiar, pouco mais da metade tem no máximo quatro membros residindo no mesmo domicilio (Tabela 1).

Ainda na tabela 1, pode-se verificar os dados de estilo de vida, onde aproximadamente ¼ dos adolescentes referiram à prática do etilismo e o sedentarismo esteve presente em pouco mais da metade dos indivíduos.

Tabela 1 – Características socioeconômicas, demográficas e de estilo de vida de adolescentes matriculados em uma escola de rede privada em Maceió, Alagoas, 2019.

Variáveis Frequência N % Gênero Masculino Feminino 27 24 52,94 47,06 Escolaridade Primeiro ano Terceiro ano 28 23 54,90 45,10 Renda familiar*

Até dois salários mínimos

Mais de dois salários mínimos

Número de membros da família Até 4

Mais de 4

Realiza atividade física Sim Não Etilismo Sim Não 2 25 26 25 25 26 12 39 7,41 92,59 50,98 49,02 49,02 50,98 23,53 76,47

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10 Tabagismo Sim Não 2 49 3,92 96,08

*Valor referente ao salário mínimo vigente em 2019. Fonte: Os autores, 2019.

A figura 1 apresenta a comparação da curva do índice a IMC/idade da população estudada com as curvas de referência propostas pela Organização Mundial de Saúde em 2007. Os adolescentes do presente estudo apresentam, de forma geral, valores mais elevados para o índice IMC/idade, quando comparados aos pontos de referência analisado, sendo essa elevação mais expressiva no sexo feminino, onde há um desvio mais acentuado.

Figura 1: Comparação da curva de crescimento dos adolescentes, com a curva da OMS (2007), segundo índice IMC/Idade, Maceió, AL, 2019.

.

Fonte: Os autores, 2019

Foi possível verificar também que parte dos adolescentes apresentam uma discordância entre seu estado nutricional atual, verificado por meio do IMC/I e a silhueta corporal que representa o seu “eu” segundo a auto avaliação. Enfatiza-se que a discordância em todos os casos registrados foi para mais, ou seja, uma parcela da amostra se enxerga com maior IMC do que realmente têm, sendo esse achado sugestivo de uma distorção da imagem corporal (Tabela 2).

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Tabela 2: Avaliação da discordância na percepção da imagem corporal através da análise do IMC/Idade atual e do “EU” por meio da escala de silhuetas em adolescentes de uma escola em Maceió, Alagoas, 2019.

Sem discordância

n (%)

Discordância para mais

n (%)

“IMC/Idade atual” vs. “EU”

Meninos 16 (59,25) 11 (40,75)

Meninas 11 (45,83) 13 (54,17)

Fonte: Os autores, 2019

Ao que se refere a diferença entre a forma que eles se enxergam (eu) e a imagem corporal que eles idealizam (desejável), pode-se observar que há, no sexo feminino, uma distorção da imagem corporal, uma vez que as meninas desejam uma silhueta estatisticamente inferior à que elas se veem (Tabela 3).

Tabela 03. IMC das figuras escolhidas como Eu e desejável, apresentados em média, segundo sexo, em adolescentes de uma escola em Maceió, Alagoas, 2019.

IMC “Eu” IMC “Desejável” p-valor*

Meninos 24,28 23,72 0,11

Meninas 23,71 21,57 0,01

Fonte: Os autores, 2019

O risco para desenvolvimento de TA, mensurado por meio do EAT-26, pode ser observado na figura 2. Cerca de 30% dos adolescentes foram classificados como com risco, sendo esse estatisticamente mais prevalente (p=0,023) entre o sexo feminino.

Figura 2: Gráfico do risco de transtorno alimentar em adolescentes, segundo gênero, de adolescentes do município de Maceió, Alagoas.

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*Diferença entre a prevalência de TA entre os sexos: p valor = 0,023

Fonte: Os autores, 2019

Dentre as atitudes alimentares avaliadas pelo EAT-26, as mais frequentes entre os escolares avaliados foram: “Fico apavorado (a) com a ideia de estar engordando”, “Passo muito tempo pensando em comer”, “Corto meus alimentos em pedaços pequenos” e “Me exercito pensando em queimar calorias”, estando presente em mais de 30% dos avaliados (tabela 4).

Tabela 4: Tabela com respostas sugestivas de alteração da atitude alimentar dos adolescentes referente ao EAT-26.

Variáveis n %

Fico apavorado (a) com a ideia de estar engordando 19 37,26

Evito comer quando estou com fome 7 13,72

Sinto-me preocupado (a) com os alimentos 13 25,49

Continuar a comer sem exagero faz com que eu sinta que não sou capaz de parar

6 11,76

Corto meus alimentos em pedaços pequenos 16 31,37

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Evito, particularmente os alimentos ricos em carboidratos (ex. pão, arroz, batatas, etc.)

1 1,96

Sinto que os outros gostariam que eu comesse mais 6 11,76

Vômito depois de comer 0 0

Sinto-me extremamente culpado (a) depois de comer 5 9,8

Preocupo-me com o desejo de ser magro (a) 10 19,6

Penso em queimar calorias a mais quando me exercito 19 37,26

As pessoas me acham muito magro (a) 9 17,65

Preocupo-me com a ideia de haver gordura em meu corpo 11 21,56

Demoro mais tempo para fazer minhas refeições do que as outras pessoas 10 19,6

Evito comer alimentos que contenham açúcar 3 5,88

Costumo a comer alimentos dietéticos 4 7,84

Sinto que os alimentos controlam minha vida 3 5,88

Demostro autocontrole diante dos alimentos 23 45,1

Sinto que os outros me pressionam para comer 4 7,84

Passo muito tempo pensando em comer 15 29,42

Sinto desconforto após comer 3 5,88

Faço regime para emagrecer 5 9,8

Gosto de sentir meu estomago vazio 2 3,92

Gosto de experimentar novos alimentos ricos em calorias 11 21,56

Sinto vontade de vomitar após as refeições 2 3,92

Fonte: Os autores, 2019

4. DISCUSSÃO

Alguns hábitos do estilo de vida podem associar-se com o aparecimento de Transtorno Alimentar (TA), sendo portanto, fatores de risco para esses agravos. Um hábito adverso é o consumo de bebidas alcoólicas. Na fase da adolescência geralmente acontece a experimentação de bebidas contendo álcool e, apesar de ser proibido a venda para menores de 18 anos, a prática de etilismo pelos jovens ainda é muito comum (MALTA et al, 2014).

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Silveira, Santos e Pereira (2014), ao avaliar dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2015) revelam que quase 1/3 dos adolescentes brasileiros teriam consumido bebida com álcool nos últimos 30 dias que antecederam o estudo, sendo este resultado semelhante ao aqui encontrado. A pesquisa ainda refere que essa prática na adolescência está interligada aos fatores socioculturais e ambientais.

Semelhantemente ao presente estudo, Pivetta e Gonçalves-Silva (2010) encontraram que cerca de 30% dos adolescentes de uma escola consumiam bebidas alcoólicas. Apesar de não ter sido feita a análise da relação entre o consumo de álcool e o risco de TA, a literatura reporta que os TA apresentam uma relação estreita com o uso abusivo de álcool devido a fatores como ausência de autocontrole, a falta de vínculos afetivos, além de comorbidades como crises de ansiedade e depressão (WILLIAMS; RICCIARDELLI, 2003).

O tabagismo é desaconselhado em todas as faixas etárias em detrimento aos efeitos adversos que o mesmo pode ocasionar como alterações cardiovasculares, aumento dos níveis pressóricos e distúrbios na função pulmonar, além de diminuir o rendimento nas atividades físicas. De forma semelhante, um estudo conduzido por Teixeira, Guimarães e Echer (2017) em adolescentes encontrou que menos de 4% tinha a prática de fumar. Em outro artigo é sinalizado que o tabagismo pode ser um fator associado o transtorno alimentar uma vez que essa prática comumente é utilizada para substituir a refeição e diminuir o apetite (GOMES et al, 2010).

O aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade tem sido evidenciado entre os adolescentes e em especial as do sexo feminino, sendo fruto principalmente do sedentarismo, e hábitos alimentares inapropriados (LIMA et al., 2017). A presença de excesso de peso nesse público, além de contribuir para o aparecimento doenças crônicas não transmissíveis, pode ocasionar insatisfação com o próprio corpo e favorecer o aparecimento de transtornos alimentares (TA) como apontado no estudo de Bolognese et al. (2018).

Em uma pesquisa conduzida com adolescentes escolares do Rio Grande do Sul foi observado que mais da metade dos adolescentes estudados (61,1%) estavam insatisfeitos com o próprio corpo, no mesmo estudo foi verificado uma relação com a insatisfação da imagem corporal e o excesso de peso, onde 88,9% dos adolescentes com excesso de peso e 93,7% dos obesos apresentaram insatisfação com a imagem corporal (SANTOS; POLL; MOLZ, 2016).

A distorção da imagem corporal foi evidenciada em ambos os sexos, com a presença de uma percepção de IMC superior ao seu IMC real. Uma recente revisão ressalta que entre jovens e adultos jovens são mais suscetíveis a isso e que o excesso de peso favorece o aparecimento desse quadro (FLORÊNCIO et al, 2016).

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Em dois estudos foi observado que a distorção é mais comum entre as meninas e, que a possível causa é a influência midiática que estabelece um padrão de magreza como beleza neste sexo (BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006; GRAUP et al, 2008). A alteração da imagem pode corroborar para adoção de hábitos alimentares que destoam das recomendações e que podem contribuir para inadequações nutricionais, além de ser um dos principais receptadores nos desencadeamentos dos TAs (PETROSK et al, 2012; MIRANDA et al., 2014).

Uma pesquisa que avaliou o risco de TA em adolescentes por meio do EAT-26 encontrou prevalência de risco similares ao presente estudo, com cerca de 30% manifestando classificação positiva no instrumento. Todavia diferente do atual estudo, não foram encontradas diferenças estatísticas entre os sexos (FERREIRA; VEIGA, 2008). Já no estudo de le, Kerr e Bosi (2011) às mulheres, semelhante ao nosso estudo, foram as que apresentaram maiores risco para TA.

Os aparecimentos dos diversos TA são multifatoriais, todavia a internalização do corpo perfeito, imposto pela mídia e, na maioria das vezes inatingível, é o principal desencadeador dos agravos, que culmina na adoção de dietas restritivas e os comportamentos compulsivos e purgativos (FORTES et al.; 2015).

Com relação aos comportamentos mais prevalentes elencados através do EAT-26, Neumark-Sztainer e colaboradores (2006) evidenciaram que alguns comportamentos podem indicar preocupação excessiva com a imagem corporal em adolescentes, dentre os quais o medo de engordar e a prática de exercícios com o objetivo primário de queimar calorias. O receio em ganhar peso esteve presente em mais de 50% do estudo conduzido em adolescentes da cidade de Fortaleza (VALE; KERR; BOSI, 2011).

Leal et al. (2013) em seu artigo de revisão também enfatizam que a forma como as refeições são dispostas também podem revelar comportamentos alimentares sugestivos de distorção da imagem corporal e de transtornos alimentares, como por exemplo, a exclusão de grupos alimentares específicos e a disposição dos alimentos em tamanhos pequenos.

5. CONCLUSÃO

Os resultados da presente pesquisa evidenciaram comportamentos de risco para transtornos alimentares (TAs), como as condutas referidas através do EAT-26 e da distorção da imagem corporal verificada pela análise das escalas de silhuetas. As meninas são as que mais possuem distorção da imagem física e susceptibilidade para TAs.

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Diante dos resultados é de extrema importância que se faça o monitoramento contínuo de atitudes de risco, uma vez que é possível nessa fase a promoção de ações e intervenções que corroborem para que o quadro não evolua para um TA. Sugere-se que outras pesquisas sejam conduzidas com o público a fim de avaliar de forma mais específica o risco de transtornos mais prevalentes, como anorexia, bulimia e vigorexia.

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ANEXOS

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Referências

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