O Músculo na Artrite
Reumatoide
Ricardo M. Xavier
Prof. Associado – FAMED/UFRGS
Chefe do Serviço de Reumatologia – HCPA
Potenciais Conflitos de Interesses
• Consultorias – Janssen – Pfizer – AstraZeneca • Conferências – Abbott – AstraZeneca – Roche – Janssen – Pfizer • Pesquisas Clínicas – Bristol-Myers Squibb – Janssen – Novartis – Pfizer – RocheAR: Além da Articulação
Risco cardiovascular
Infecção
Distúrbios do Humor
Fadiga
Sono
Alteração da composição corporal
Perda Muscular
Atrofia Muscular Redução do diâmetro da fibra e perda da função contrátil
Sarcopenia
Perda de massa muscular e força associada ao envelhecimento
Muscle wasting (perda de massa muscular) (myopenia)
Caquexia
Perda de massa celular corporal
Rall & Roubenoff, Rheumatology 2004,43:1219-1223, Rocha et al, Rev Bras Reumatol 2009;49(3):288-301,
Caquexia
• Perda de massa celular corporal (BCM)
– BMC: massa muscular + massa visceral + massa
imune
• Sem perda de peso: ↑ massa gorda
(obesidade caquética)
• Morbimortalidade importante
– 5% ↓ força muscular, ↑ infecções
– 40% morte
Walsmith J, Roubenoff R Rheumatology 2004; 43:1219 Summers GD et al Rheumatology 2008; 47:1124
Caquexia
Reumatoide
• 2/3 dos pacientes têm diminuição BMC
– 13 a 14% de diminuição
– 45% com massa gordurosa > percentil 90
• Mecanismos
– Baixa atividade física
– Drogas
– Alterações metabolismo energético
– Alterações hormonais
– Citocinas pró-inflamatórias
Walsmith J, Roubenoff R Rheumatology 2004; 43:1219 Engval Il et al . Scand J Rheumatol 2008 e-pub
- Coorte (40 anos seguimento) - residentes Minnesota – USA - diagnóstico AR/ não-AR
Papel do TNF
no Catabolismo Muscular
TNF
IL1 NF-kB Proteassoma 26S Núcleo MURF-1 MAFbx Ubiquitinação proteínas das miofibrilas Degradação Caspases Apoptose ROS ↓ Insulina, IGF-1 ↓ Síntese proteicaCaquexia Reumatoide: Tratamento
• Exercícios
– Não piora atividade da doença
– Melhora força, função física e fadiga
– Diminui massa gorda e aumenta massa magra
• Dieta: não efetivo
• Anabolizantes: risco-benefício controverso
- Hurkmanns E et al 2009 Cochrane Database Syst Rev 7:CD006853 - Strasser B et al 2011 Clin Rheumatol 30:623
• Anti-TNF:
– Não efetivo em modelo animal
– Estudo observacional 12 sem sem melhora na massa magra (Metsios GS, 2007)
– ECR 26 pcts. MTX x ETN, 24 sem sem diferença composição corporal (Marcora SM, 2006)
– ECR em 40 pcts: IFX x SZA ou HCQ: IFX levou a aumento significativo (3,8 kg) na massa gorda (Engvall IL et al, 2010)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS MÉDICAS
EFEITOS DA ARTRITE REUMATOIDE
NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E
MORFOLÓGICAS DO SISTEMA
MUSCULOESQUELÉTICO
DENISE BLUM
MATERIAIS E MÉTODOS
MEDIDAS DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO QUADRÍCEPS
TORQUE VELOCIDADE : (T – V) em 60°/s TORQUE ÂNGULO: (T – A) em 60°
RESULTADOS
VALORES DE TORQUE NORMALIZADO (Kg) (T-V) 60° NAS FAIXAS ETÁRIAS A, B e C
* p =0,001
INTRODUÇÃO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS • Arquitetura Muscular • Eletromiografia • Fadiga muscular
Fraqueza Muscular na AR: Perda muscular
vs Qualidade do músculo
Perda Muscular na AR
Grande impacto funcional
Os mecanismos moleculares envolvidos na
perda muscular na AR foram pouco
estudados
Mecanismos de Atrofia
Teixeira, et al, Rev Bras Reumatol, 2012
Apoptose Autofagia Proteólise Proteossomo Proteases ativadas por Ca+2 Déficit de regeneração (células satélites) Células satélites Miofibra Sarcômero
Autofagia
Sinalização intracelular:
Proteases lisossomaisHasselgren, PO et al. Biochem Biophys Res Commun. 2002; 290,1: 1-10.
Purintrapiban, J et al. Comp Biochem Physiol B Biochem Mol Biol. 2003;136,3: 393-401.
Sistema Ubiquitina-Proteossomo
Hasselgren, PO et al. Biochem Biophys Res Commun. 2002; 290,1: 1-10.
Purintrapiban, J et al. Comp Biochem Physiol B Biochem Mol Biol. 2003;136,3: 393-401.
Ubiquitina-Proteossomo
MuRF-1 Atrogina
Células satélites são progenitores
miofibrilar
o quiescentes no músculo esquelético
o regeneração das fibras lesadas e hipertrofia muscular
o progenitores mononucleares encontradas no músculo esquelético maduro
Mecanismos de Atrofia
Teixeira, et al, Rev Bras Reumatol, 2012
Apoptose Autofagia Proteólise Proteossomo Proteases ativadas por Ca+2 Déficit de regeneração (células satélites) Células satélites Miofibra Sarcômero
Objetivo
Descrever o envolvimento muscular e algumas vias moleculares de proteólise em ratas com artrite
induzida por colágeno (CIA)
Modelo Experimental de Artrite
Ratos Wistar, fêmeas, 8-12 semanas
Controle
(n=10)
CIA
Colágeno bovino to tipo II + adjuvante completo de Freund
(n=10)
Imobilizado (IM)
Avaliação
Padrão da locomoção
Peso do animal e do músculo gastrocnêmio
Escore histopatológico de artrite do tornozelo Mudanças hitopatológicas do músculo
gastrocnêmio
Diâmetro e área cross-seccional da miofibra
Avaliação da Locomoção
Monitor de Atividades IR, Insight Equipamentos
Resultados
Escore histopatológico da severidade da artrite no
tornozelo (dia 21)
Controle (n=10) CIA (n=10) Significância
Inflamação sinovial 0,0 0,0 2,6 0,70 p=0,000 Hiperplasia sinovial 0,0 0,0 0,3 0,48 p=0,060 Extensão do pannus 0,0 0,0 2,1 0,88 p=0,000 Fibrose sinovial 0,0 0,0 1,1 0,32 p=0,000 Erosão cartilaginosa 0,0 0,0 1,5 1,27 p=0,013 Erosão óssea 0,0 0,0 0,7 0,48 p=0,000
Padrão de locomoção antes e
depois do desenvolvimento da
artrite
Mudanças histopatológicas (HE)
Controle (n=10) CIA (n=10) Significância Atrofia Perifascicular 0,05 0,16 0,40 0,84 p=0,217 Multifocal 0,20 0,26 1,20 0,92 p=0,007 Infiltradoinflamatório Endomisio Perimisio 0,15 0,00 0,24 1,10 0,00 0,90 0,74 0,74 p=0,003 p=0,005 Edema 0,15 0,24 0,80 0,79 p=0,020 Vacúolo
Medida do diâmetro da miofibra
Área da miofibra do músculo
gastrocnêmio
Redução de 34% no grupo CIA e 60% na área da
miofibra no grupo imobilizado
Controle (n=10) Imobilizado (n=5) CIA (n=10) Significância Diâmetro da miofibra (m) 69,2 9,6 40,96 3,9 59,9 9,1 p = 0,001 Área da miofibra (m2) 7175,6 1418,2 1396,32 121,3 4233,6 1066,1 p = 0,001
Perda de massa muscular em
modelo experimental de artrite
crônica e impacto do
metotrexato e agente anti-TNF
Vivian de Oliveira Nunes Teixeira
Paulo Alabarse, Lidiane Filippin, Jordana Souza, Adriano Linhares, Ricardo Xavier
Laboratório de Doenças Autoimunes – Hospital de Clínicas de Porto Alegre Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Brazil
20-23 de novembro de 2013
Perda Muscular em CIA –
Tratamentos com ETN e MTX
Indução dia 0
Booster dia 18
Morte
Semanas após o booster 1 2 3 4 5 6
Escore da artrite, edema, peso
Tratamentos Etanercept (ETN) 5,5 mg/kg 2x por semana Metotrexato (MTX) 35 mg/kg 2x por semana
Escore Clínico da Artrite
TratamentosMiogenin a CIA ETN MTX 34 kDa a) b) GAPDH 36 kDa
Expressão da Miogenina
MuRF-1 CIA ETN MTX 44 kDa a) b) GAPDH 36 kDa
Expressão da MuRF-1
Piloto: Exercício Aeróbico
Moderado em CIA
Indução dia 0 Booster dia 18 4 MorteSemanas após o início da artrite 1 2 3
Protocolo de corrida
3X/semana 30 min/dia por 4 semanas Fase ativa do treinamento: Vel = 15 m/min
Piloto: Exercício em CIA
Não foi capaz de alterar os parâmetros clínicos
avaliados
• Escore clínico • Edema
Piloto: Exercício em CIA
•Redução da perda muscular
–↑ 24% área da miofibra
Composição das dietas
Hiperlipídica
• Acréscimo de 10% de óleo de soja
Hipercalórica
• Acréscimo de 10% de sacarose
Hiperprotéica
• Acréscimo de 10% de albumina
Padrão (Ração comercial AIN-93)
63
Ratos com CIA aumentam ingesta
proteica espontaneamente
Acompanhamento Alimentar
Os animais serão expostos as 4 dietas
durante todo tempo do experimentos
A cada 3 dias será pesado o consumo
de cada dieta e o animal
Dia 0 - Indução
Dia - 14 Dia 20 - Morte
Ambientação das dietas Acompanhamento da
alimentação
Acompanhamento do desenvolvimento da artrite Acompanhamento da alimentação
Ratos com CIA aumentam ingesta
proteica espontaneamente
0-2 3-5 6-8 9-11 12-14 15-17 18-20 60 70 80 90 100 110 120 * * A
Days after immunization
F o o d I n ta k e ( g ) 0-2 3-5 6-8 9-11 12-14 15-17 18-20 180 190 200 210 220 230 240 250 260 * * B
Days after immunization
Bo d y W e ig h t (g ) 0-2 3-5 6-8 9-11 12-1 4 15-1 7 18-2 0 0 5 10 15 20 25 Da ys after immunization * * * Hi g h p ro te in I n ta k e ( % )
Conclusões
O desenvolvimento da artrite experimental estava
associada a perda muscular:
Diminuição da locomoção Atrofia muscular
Degradação e proteólise muscular Proliferação de células satélites
Diferentes mecanismos da atrofia por desuso
Regulação da miostatina
W Hamrick MW. IBMS BoneKEy (2010) 7, 8–17. Smith RC & Lin BK. Curr Opin Support Palliat Care 2013, 7:352-60