InSI~lloNonnativa n? 1/89
Instrucao
Normativa n? 1, de 19 de outubro de 1989
o
presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis - Ibama, no uso de suas atribuicoes legais, tendo em vista0 disposto na Lei n? 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, econsideran-do 0 que dispoe a Lei n? 7. 173, de 14 de dezembro de 1983 e a Portaria
n~ 283-P, de 18 de maio de 19891e considerando a necessidade de estabe-lecer os requisitos recomendaveis para a ocupacao de alojamentos em jar-dins zool6gicos, resolve:
Art. I? Os jardins zool6gicos estao obrigados a cumprir as
recomenda-coes
desta Instrucao Normativa, excetuando-se os casos em que haja0en-dosso conjunto dos biologos e medicos veterinaries da Instituicao, atraves de declaracao escrita submetida ao Instituto, comprovando que os aloja-mentos estao atendendo ao bem-estar ffsico-psicologico dos animais que neles se encontrem.
§ I? A Comissao formada por tecnicos do Instituto, da Sociedade de Zool6gicos do Brasil e pelas entidades ambientalistas, referidas no artigo 8? da Portaria n? 283, de 18 de maio de 1989, emitira parecer instrutivo quanta ao uso dos alojamentos de adequacao duvidosa, ouvindo-se outros especialistas quando necessario.
§ 2? Os alojamentos projetados para certos grupos de animais pode-rao, eventualmente, ser utilizados para expor grupos de outras especies desde que seja respeitado0 atendimento da situacaode bem-estar ffsico-psicologico, referido neste artigo e cuja utilizacao nao podera exceder ao prazo de 90 (noventa) dias.
Art. 2? As recornendacoes para alojamentos com repteis sao: A) Gerais:
1 - repteis, independentementedas especies, precisam regular sua tem-peratura corp6rea por:
a)exposicao ao calor ambiente seja ele de fonte natural ou artificial; ou
b) contato direto com superffcies aquecidas.
I Vide Lei n? 5.197, de 3 de janeiro de 1967 e Portaria n? 283-P, de 18 de maio de 1989. pags, 359 e 412, ncstclema.
Instrucao Normativa n? 1/89
2 - todos os alojamentos devem ter local sombreado;
3 - todos os alojamentos devem ter pisos ou de areia ou terra ou gra-rnaou folhico;
4 - todo reptil deve ter facil aeesso a agua de beber;
5 ~ exclufdas as especies marinhas, os alojamentos que abriguem fe-meas adultas de quelonios devem ter substrato propfcio a desova;
6 -
quando existir tanque ou lago no alojamento, seu fundo naopo-dera ser aspero. B) Especfficas:
1 -
testudinidae
(quelonios terrestres)Recomendam-seasseguintes DensidadesMaximasdeOcupacao"DO": Comprimento daCarapaca
at~ IOcm
de 10 a 20cm acima de 20cm
"DO" Outros Aspectos Recomendaveis 10 animais/m" necessidade de vegetacao 10 animais/crrr' necessidade de vegetacao 10 animais/20m2necessidade de vegetacao
2 - quelonios aquaticose semi-aquaticos de agua doce (varias farnflias). Recornendarn-se as seguintes Densidades Maximas de Ocupacao: Comprimento da Carapaca
a~ IOcm de 10 a 20cm
de20 a 40cm mais que 40 em
•• DO" Outros Aspectos Recomendaveis 10 animais/m' 60% da area formada par agua
profundidade minima 15cm 10 animals/am' 60% da area formada par agua
profundidade minima de 20cm 10 animais/lOm260% da area formada par agua
profundidade minima de 30cm 10 animais/20m26O% da area formada par agua
profundidade minima de 60cm 3 -
crocodilia
(generosCaiman, Melanosuchus, Paleosuchus, Tomis-toma, Crocodyllus etc.)Recomendarn-se as seguintes Densidades Maximas de Ocupacao: Observacoes Importantes:
Instrucao Normativa n? 1/89
- Nas areas secas devera existir folhiscos para eventuais desovas. - Pelo menos 50% (cinqiienta por cento) dasuperffcie dos alojamen-tos devera ser fonnada por agua.
Comprimento do animal ate 40cm
de 40 a 100cm
acima de 300cm
"DO" Outros Aspectos
10 animais/lOm2profundidade minima da agua
=
30cmprofundidade minima da agua
=
60cmurn individuo de mesmo sexo para cada 10m2ou urn casal para cada 50m2 + 10% da area porfemea
introduzida no haren. A profundi-dade minima da agua
=
l00cm urn indivfduo do mesmo sexo para cada 20m2 ou urn casal para cada 150m2 + 10% da area porfemeaintroduzida no harem. A profundi-dade minima da agua
=
120cm4 - Sauria (todos os generos). Recomendacoes gerais:
- Os alojamentos devem obrigatoriamente ter vegetacao.
- Se abrigar especies arborfcolas, 0 alojamento devera conter galhos.
- Se abrigar especies de habitos
semi-aquaricos,
0 alojamento teratan-que condizente ao tamanho dos anima is.
Recomendarn-se as seguintes Densidades Maximas de Ocupacao:
Comprimento do animal ate 15cm (total)
de IS a 30cm de 30 a 100cm acima de 100cm
"DO" Outros Aspectos 10 animais/m2 alturaminima 40cm 10 animais/2,5m2altura mfnima 80cm 10animais/Iflm"altura minima 150cm 10 animais/40m2altura minima 200cm
Instrucao Normativa n:' 1/89
5 - Aphidia (todos os generos).
Recomendam-se as seguintes Densidades Maximas de Ocupacao: Comprimento do Animal
ate 50cm de 50 a 100cm de 100 a 300cm acima de 300cm
"DO" Outros Aspectos 10animais/m/ altura minima 50cm 10 animais/Zm' altura minima 100cm
01 animais/2,5m2o al~amentodeve possuir area de 40m . Altura minima 150cm 01 animal/4m2 0 alojamento deve possuir area
mi-nima de 10m2. Altura de 150cm
Art.
3? As recornendacoes para alojamentos com aves sao: A) Gerais:1 - a altura mfnima dos alojamentos sera de 2 (dois) metros; 2 - 0 afastamento mlnimo do publico sera de I (urn) metro;
3 - nao expor aves ao publico em gaiolas. Exposicoes ternporarias deverao receber tratamentos especiais;
4 - todo alojamento devera dispor de agua renovavel;
5 - alojamentos cuja parte superior
e
limitada por alambrado deverao ter uma porcao com cobertura para protecao contra a chuva;6 - piso, vegetacao e outras caracterfsticas encontram-se especifica-das por famflias;
·7 - 0 ruimero maximo de indivfduos em relacao a area da base do
alojamento (Densidade Maxima de Ocupacao), ("DO") refere-se a aloja-mentos convencionais a ceu aberto;
8 - em caso de alojamentos coletivos0 mlmero total de aves deve
cor-responder
a
somat6ria do que comportam as areas individuais;9 - os valores maximos de ocupacao nao deverao ser ultrapassados de 50% (cinqiienta por cento).
B) Especificas: Inst~ioNormativan~ 1/89 Phoenicopteridae 1 ave/Srrr' Familia TInamidae pequenos medics grandes Struthionidae Rheidae Casuaridae Spheniscidae Ciconiidae pequenos medics grandes Threskiornitidae Anhimidae "DO" 1 ave/l.5m2 1ave/3m2 1 ave/Sm! 1ave/50m2 1 ave/25m2 1 ave/25m2 1ave/Jrrr' 1ave/Jrn' 1ave/10m2 1ave/10m2 1 ave/10m2 1 ave/50m2 Outros Aspectos
Especies tlorestais
=
piso de folhico. Veg~oherbacea em parte do viveiro. Sombreamentoparcial.
Poleiros horizontais dediametroconveniente para
macuco. Terra para espojar. Especies campestres = Piso de terra compacto e arenoso. vegetacsode gramfneas. Terra para espojar. Pouca sombra. Piso compacta e arenoso. Vegetacao herbacea (gra-mfneas). Abrigo contraintemperies. Necessidade de dispositivo deseguranca
Piso compacto e arenoso. Vegetacao herbacea e
ar-bustiva. Pouca sombra. Abrigo contra intemperies. Terreno horizontal.
Piso parcialmente de folhico. Vegetacao arbustiva e arb6rea para sombreamento. Tanque para banho. Abrigo contra Intemperies. Necessidade de dispositi-vos de seguranca,
Piso de areia fina e compactado. Tanque deagua re-novavel para pesca e exercfcio com profundidade minima de 6Ocm. Alojamento com tamanho mfnimo de 9m2. Condicoes de climatizacao: frio e seeo.
Piso brejoso ou argiloso. Vegetacao
ribeirinha e aquatica. Pouca sombra.
Desejavel 20%da area em agua para pesca e paravadear. Piso brejoso ou argiloso. Vegeracao arb6rea arbusti-va e aquatica ribeirinha. Alguma sombra. Desejavel 10% da area em agua para vadear.
Piso brejoso e argiloso. Vegetacao arbustiva para sombra, 20% do recinto com agua rasa. Barreiros para a construcao de ninhos.
Piso brejoso e argiloso. Vegetacao ribeirinha e aquatica, Alguma sombra.
1 ave/Snr' 1 ave/l Orrr' 1 ave/l Om" 1 ave/Sm' 1ave/rrr' 1 ave/Sm" 1 ave/10m2 1ave125m2 Instrucao Normativa n:' 1/89 Familia "DO" Anatidae
Cisnes 1 ave/1 OOm2
Gansos (e patos) 1 ave/JOrrr'
Marrecas 1 ave/Sm" Gathartidae, Accipitridaee Falconidae pequenos medics grandes Cracidae pequenos grandes Phasianidae pav6es fais6es urns Outros Aspectos
Piso argiloso. Vegetacao ribeirinha e arbustiva para sombreamento. Agua renovavel em forma de
"espe-Iho d'agua", laguinhos, lagos ou represas.
Piso de terra ou gramado. Vegetacao arb6rea para sobreamento. "Espelho d'agua" para banho. 0 alo-jamento deve permitir liberdade de voo.
Piso de terra e folhico. Vegetacao arb6rea e
arbusti-vapara sombreamento. Terra para espojar.
Piso de terra arenosa. Vegetacao arbustiva para so-breamento decaracterlsticas variaveis de acordo com0 grau dedomesticacao dasespecies (faisao).
Para as especies tlorestais 0 piso sera de folhico,
com vegetacao herbacea e polciros para dormir.
Gruidae pequenos grandes Psophidae Rallidae pequenos medics grandes Cariamidae Columbidae pequenos medics grandes 1 ave/25m2 1 ave/50m2 1 ave/Srrr' 1 ave/2m2 1 ave/3m2 1 ave/Sm" 1 ave/10m2 1 ave/Zm" 1ave/Jnr' 1 ave/Sm'
Piso de terra, gramado e brejoso, sombreamento. Agua renovavel para banhos.
Piso de terra com folhico. Vegetacao arbustiva e ar-berea desejavel, herbacea necessaria. Muita sombra. Piso de terra e brejoso. Vegeracao arbustiva e ri-beirinha para sombreamento. "Espelho d'agua" para vadear.
Piso de terra. Vegetacao rasteira. Meia sombra. Po-leiros para dormir.
Piso de terra. Vegetacao arbustiva. Sombreamento parcial. Agua de beberrenovavel, Terra para espojar.
Instrucao Normativa n? 1/89
Familia "DO" Outros Aspectos
Psitacidae
~llenos 1 ave/m2 Piso de terra ou cimento liso. Vegetacao arbustiva medics 1 ave/2,5m2 ou arb6rea desejavel, porem diffcil de manter. Som-grandes 1 ave/Snr' breamento
e
parcial. Agua renovavel inclusive parabanhos. Troncos e galhos para debicar.
Strigidae
pequenos I ave/rrr' Piso de terra, vegetacao desejavel. Sombreamento medics 1 ave/Snr' parcial. Necessidade de espaco para voo. Poleiros grandes I ave/10m2 ao abrigo do sol direto.
Trochillidae
pequenos ] ave/rn' Piso de terra. Vegetacao herbacea, arbustiva e arbo-medics ] ave/3m2 rea.0 sombreamento
e
parcial. Agua renovavelpa-ra banhos. Amplo espac;o papa-ravoo. Poleiros de ga-Ihos finos ou de arame n? 8.
Ranohastidae
pequenos 1 ave/2m2 Piso de terra ou cirnento liso. Vegetacao arborea medics 1 ave/4m2 para sombra parcial. Agua para banho renovavel. grandes
Picidae
pequenos 1 ave/2m2 Piso de terra. Vegetacao arbustiva e arborea deseja-vel. Troncos verticais para locomocao. Possibilidade de v60 livre.
Pipridae 1ave/rn" Piso de terra. Vegetacao arbustiva. Sombreamento parcial.
Cotingidae
pequenos 1 ave/m2 Piso de terra. Vegetacao arbustiva ou arb6rea dese-grandes javel, Meia sombra.
Carvidae I ave/Zm" Piso de terra. Vegetacao arbustiva ou arb6rea. Som-breamento parcial. Espaco para voo livre.
Turdidae 1 ave/3m2 Piso det~rra. Vegetacao arbustiva. Sombreamento parcial. Agua renovavel para banhos.
lcteridae
pequenos 1 ave/rn' Piso de terra. Vegetacao arbustiva. Sobreamento grandes 1 ave/3m2 parcial.
Instrucao Normativa n:' 1/89 Familia Thraupidae pequenos grandes Fringillidae pequenos grandes "DO" 1 ave/m2 1 ave/2m2 1ave/rn" 1 ave/2m2 Outros Aspectos
Piso de terra. Vegetacao arbustiva. Sobreamento parcial.
Piso de terra. Vegetacao arbustiva. Sobreamento parcial. Terra para espojar.
Art. 4?
As recornentacoes para recintos com mamfferos sao: A) Gerais:As recomendacoes encontram-se sob a forma tabular, segundo a siste-matica zool6gica, devendo-se entender, pelos tftulos das colunas:
1 - Area: e a area da base da parte do alojamento em que o(s) ani-mal(is) esta exposto
a
observacao do publico.2 - Abrigo e tanque, quando existentes, suas areas estarao implicita-mente inclufdas no valor da area do alojamento.
3 - Cabiamentos e maternidades nao tern suas areas inclufdas na area do alojamento.
4 - Niimero medic de crias e 0 ruimero de filhotes, que em media
costurna ocorrer para a especie.
,5 - Nas tocas a altura
e
calculada como sendo 0 valor da metade dassomas das extensoes dos lados. Se a toea tiver I (urn) metro de largura e 2 (dois) metros de profundidade, a altura sera calculada somando 1
+
2=
3 e 3/2=
1,5. A altura que se recomendae
entao 1,5 metro.6 - Nas linhas onde surge m3 (metro ciibico)0 valor refere-se ao vo-lume do alojamento e sera sempre dependente da altura do mesmo. Essa altura
e
calculada dividindo0 volume pela area recomendada. Se 0aloja-mento tiver a area de 8m2(oito metros quadrados) e0 volume recomenda-do for 16m3(dezesseis metros cubicos), sua altura sera 16/8
=
2, portanto, de 2 (dois) metros.7 - Com referencia a barreiras, se forem fossos com agua, a profun-didade estara sendo dada como a soma de dois mimeros, 0 primeiro sendo
a parte que esta por cima da superffcie livre da agua e 0 segundo sera a
recomen-Instrucao Normativa n? 1/89
dado ser 2 (dois) metros
+
4 (quatro) metros sera no total de 6 (seis) me-tros, sendo 4 (quatro) metros a profundidade da agua.8 - A legenda para a col una de
seguranca
6 a que se segue: I - 0 tratador pode entrar estando 0 animal solto no alojamento;II - deve-se prender 0 animal para 0 tratador entrar;
III - deve-se prender 0 animal e travar a porta para que 0 tratador possa entrar;
IV - alem de se prender0 animal e travar a porta de seu cabiamento,
devera
existir corredor deseguranca.
9 - Quando a especie alojada for de habitos aquaticos e a barreira usa-da for fosso C9m
agua
que 0 animal possa usar, a area do fossofara
parteda area recornendada.
10 - Se a ocupacao maxima recomendada aumentar de mais que sua metade, a area do alojamento, cabiamento e maternidade, tanques e abri-gos, devera ser dobrada.
II - Se a ocupacao maxima recomendada diminuir em ate 40% (qua-renta porcento), as areas recomendadaspoderaodiminuir 30% (trinta por cento).
12 - As especies em que aparece 0 sinal"
+"
sao aquelas que, ate o momento, nunca foram expostas nos zool6gicos do Brasil.13 - Nas especies assinaladas com 0 sinal "0", este sinal
reaparece-ra
na col una do tanque indicando as dimens6es que este deve ter. 14 - Nas especies assinaladas com 0 sinal "0", este sinal iraressur-gir na coluna de area indicando que este deve ser de dimens6es menores que das outras
especies
do genero a que pertence aespecie
assinalada. Art. 5? Qualquer alojamento que, embora atendendo as recomendacoes destaInstrucao
Nonnativa, comprovadamentenao
esteja proporcionando o bem-estar ffsico-psicologico a urn ou mais dos animais que abriga, pode-ra ser interditado pelo Instituto, ouvida antes a comissao ffiDF/SZB detee-nicos, referida no artigo
6?
da Portaria n? 283-P, de 18 de maio de 1989. Art. 6? as casos omissosserao
resolvidos pela presidencia do Ibama, ou-vidasa
Diretoria de Ecossistemas e a Comissao de Tecnicos Ibama/SZB. Art.7? Esta Instrucao
Nonnativa entra ern vigor na data de suapublicacao.
Fernando Cesar de Moreira MesquitaPresidente