Duquesne University
Duquesne Scholarship Collection
Angola:1904-1967
Spiritana Monumenta Historica
1971
Bula «Solemnibus Conventionibus» —
(4-IX-1940)
António Brásio
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B U L A «SO L L E M N IB U S C O N V E N T IO N IB U S» (4-IX -1940)
SOMMAIRE— 1V id. do cu m en t ■ precedent.
PIO BISPO
SERVO DOS SERVOS DE DEUS PARA PERPETUA MEMORIA
!Nas solenes Converges assinadas a 7 de !Maio e ratificadas a 1 de Junho deste ano entre a Se Apostolica e a Repub'lica Portuguesa, pelas quais se estabelece de urn modo novo, alem de outras coisas, a hierarquia eclesiastica nas Colonias Portu- guesas de Africa e Timor, Nos, que nada mais ardentemente desejamos do que a exalta^ao cada vez maior da doutrina cato- lica naquelas regioes longinquas, depois de tudo atentamente ponderado, e suprido, ate onde for necessario, o consenso daqueles que tenham ou presumam ter interesse no assunto, com a plenitude do Nosso poder apostolico, resolvemos decretar o seguinte:
I. Dividimos e separamos da Diocese de Santiago de Cabo Verde o territorio da G u in e
Missao s u i iu ris.
II. Suprimimos na Co'lonia de A n g o la a Diocese de A n g o la e C o n g o , as Prefeituras Apostblicas do C o n g o In fe rio r e do C u b a n g o em A n g o la , as 'Missoes da L u n d a e do C u n e n e , e com elas criamos novas Dioceses, a saber:
1) A Igreja metropolitana de L u a n d a , cujo territorio abrangera a provmcia civil do mesmo nome, que consta dos distritos de C a b in d a , Z a ire , C o n g o , L u a n d a e C u a n z a - N o r te ,
o distrito do C m n z a - S u l, pertencente a provincia civil de B en - g u e la , e o de M a la n je , da provincia do mesmo nome.
Constituimos a sede desta nova Igreja metropolitana na cidade de Luanda, da qual a mesma Arquidiocese toma o nome; elevamos ao grau e dignidade de Igreja metropolitana a igreja paroquial dedicada a Santfssima Virgem, sob a invocagao de N o s s a S e n h o ra d o s R e m e d io s, existente naquela cidade e que ate agora desempenhou a fungao de Catedral da extinta Dio cese de Angola e Congo; queremos que ela seja intitulada, simultaneamente, de S . S a lv a d o r e da Santfssima Virgem Ma ria sob a invocagao de N o s s a S e n h o ra d o s R e m e d io s, em memo- ria da antiga Igreja de S. Salvador. O Cabido da referida Igreja Catedral sera de hoje em diante honrado com o tftulo de Cabido Metropolitano, com os direitos e insignias que por direlto lbe pertencem, mantendo-Se firmes todavia os indultos de que ja goza.
2) Da mesma forma erigimos e estabelecemos a Diocese de N o v a L is b o a s que abrangera a provincia civil da H u ila com os seus distritos de M o g a m e d e s e H u ila , e os distritos de B en - g u e la e H u a m b o, pertencentes a provincia civil de B e n g u e la .
Colocamos a se episcopal desta nova Diocese na cidade de N o v a L isb o a , que elevamos a categoria de cidade episcopal; fixamos a Catedra do Bispo na igreja paroquial existente na quela cidade sob a invocagao da Imaculada Conceigao da San tfssima Virgem, que desta forma sera elevada a Igreja Catedral.
3) Fundamos e constituimos ainda a Diocese de S ilv a P o rto , abrangendo a provincia civil do B ie com os seus distritos de B ie e M o x ic o , e o distrito da L u n d a , pertencentes a provin cia de M a la n je .
Estabelecemos a sede da erecta diocese na cidade de S ilv a P o rto , que por isso sera dignificada com as honras de cidade episcopal. E elevamos a dignidade de Igreja Catedral a igreja
paroquial existente naquela cidade, sob o titu'lo de S. Louren^o Martir.
Constituimos sufraganeas da nova Arquidiocese de Luanda as refendas Dioceses de N o v a L isb o a e S ilv a P o rto , e sujeitamo- -las com os seus Bispos ao direito metropolitano do Arcebispo 'pro te m p o re .
E para que as mencionadas Igrejas se agrupem segundo a sua ordem, estabelecemos na Colonia de A n g o la uma nova provincia eclesiastica, que se chamara de L u a n d a , a qual abran- gera a Igreja metropolitana de Luanda, as Dioceses sufraganeas de Nova Lisboa e Silva Porto, e igua'lmente a de S. Tome, na Ilha do mesmo nome, ate agora sufraganea da Igreja metropo litana patriarcal de Lisboa, que por isso desligamos do direito metropolitico da Igreja de Lisboa e queremos que seja unida a Igreja metropolitana de Luanda na p e sso a do seu Arcebispo.
III. Na Colonia de M o z a m b iq u e suprimimos e declaramos extinta a Prelazia n u lliu s de Mozambique, sufraganea da Igreja metropolitana de Goa, e em seu lugar criamos e estabelecemos:
1) A Igreja Metropolitana de L o u re n g o M a r q u e s , a qual atribmmos o territorio da provincia civil do S u l do S a v e com os seus distritos de L o u re n g o M a r q u e s e I n h a m b a n e ; estabele cemos a sua sede na cidade de L o u re n g o M a r q u e s , da qual a mesma Arquidiocese recebe o nome; e fixamos a Catedra Arquiepiscopal na igreja que se ha-de consagrar a Deus naquela cidade sob a invoca^ao da Imaculada Concei^ao de Maria Vir- gem, a qual por este motivo gozara daqui por diante da digni- dade de Igreja metropolitana.
2) Criamos alem disso a Diocese que determinamos seja chamada da B e ira , por motivo da didade da B e ira em que estara a se episcopal; e designamos-lhe o territorio da provin- cia civil da Z a m b e z ia com os seus distritos da B e ira , T e te e Q u e lim a n e . Colocamos a Catedra episcopal desta nova Diocese
da Beira na igreja de Nossa Senhora do Rosario, existente na mesma cidade.
3) Por ultimo fundamos a Diocese de N a m p u l a , que toma o nome da cidade de N a m p u l a , em que estara a sede episcopal, e atribmmos-lhe o territorio da provincia civil do N i a s s a , ou seja dos distritos de M o z a m b iq u e e P o rto A m e lia . A Catedra episcopal, porem, sera colocada na igreja que sera erecta sob o titulo de Nossa Senhora de Fatima.
Constituimos tambem estas duas Dioceses, agora criadas, da Beira e Nampula, sufraganeas da nova Igreja metropolitana de Louren^o Marques, e submetemos os seus Bispos ao direito metropolitico do Arcebispo desta. Todas as referidas Dioceses erectas, como esta indicado, na Colonia de M o z a m b iq u e , for- mam uma so provincia eclesiastica que se chamara de L o u - renzo M a r q u e s , a qual desta forma constara da propria Igreja metropolitana do mesmo nome e das Dioceses sufraganeas da Beira e Nampula.
IV. Alem disso erigimos em nova Diocese, que se chamara V D ili, a parte da Ilha de T im o r , dependente do Governo da Republica Portuguesa, ate agora pertencente a Diocese de Macau, de cujo territorio a separamos, e constitmmo-ia sufra- ganea da Igreja metropolitana de Goa, e sujeitamos os seus Bispos pro te m p o re ao direito metropolitano do Arcebispo de Goa e Damao. Colocamos a sede desta nova Diocese na cidade de D i l i ; e estabelecemos a Catedra do Bispo na Igreja existente na mesma cidade, consagrada a Deus em honra da Imaculada Concei^ao da SS. Virgem Maria.
A cada uma das novas Igrejas, tanto metropolitanas como catedrais, que constituimos, e aos seus Antistites p ro te m p o re , cedemos todos os direitos, insignias, privileges, favores e gramas, de que beneficiam por Direito Comum as outras Igrejas metropolitanas e catedrais do orbe e os seus Prelados; e
sujei-tamo-'los aos mesmos encargos e deveres a que os restantes estao obrigados.
Concedemos tambem aos Arcebispos a especial faculdade de levarem diante de si a Cruz al^ada e usarem o sagrado palio, uma vez que tenha sido requerido e impetrado da Se Aposto- lica em sagrado consistorio, como de costume.
Como, porem, as circunstancias do tempo presente nao permitam que na nova Arquidiocese de Louren^o Marques e nas outras Dioceses agora criadas se instituam por enquanto os cabidos canonicais, facultamos que por agora sejam eleitos e constituidos, em vez dos cbnegos, os consultores diocesanos, segundo as normas do direito.
No que no entanto diz respeito ao governo e administra- fao das mesmas Dioceses, a eleifao do Vigano Capitular ou Administrador, se d e v acan te, aos direitos e deveres dos clerigos e dos fieis, e a outras coisas semelhantes, mandamos que se observe exactamente o que prescrevem os sagrados canones.
E no tocante particularmente ao C'lero, determinamos que os clerigos que legitimamente se encontrem no teritorio daque- las Dioceses devem considerar-se incardinados nas mesmas dioceses simultaneamente a execufao destas Nossas Letras.
Queremos ainda que todos os documentos e actas respei- tantes as novas Dioceses, aos seus clerigos e fieis, sejam entre- gues por aqueles a quern o assunto diz respeito, com a maior brevidade que seja possivel, a Curia episcopal de cada uma, para se guardarem em arquivo proprio.
Deputamos o Veneravel Irmao Pedro Ciriaci, Arcebispo titular de Tarso e Nuncio Apostolico em Portugal, para dar execufao a tudo o que acima se dispos e estabeleceu, e para tanto Ihe conferimos as necessarias e para isso oportunas facul- dades, ainda a de subdelegar, para o efeito de que se trata, alguma pessoa constituida em dignidade eclesiastica, com obri- ga^ao de enviar o mais depressa possivel a Sagrada Congrega^ao
Consistorial um exemplar autentico dos actos da cumprida execufao.
Queremos e decretamos que as presentes Letras e quanto nelas se contem em tempo algum possam ser notadas ou lmpug- nadas, ou postas em controversia por vicio de subrep^ao, ou obrepfao, ou de nulidade, ou de Nossa intenfao, ou de qual- quer outro defeito embora substancia'l e inadvertido, ainda com o fundamento de que alguns que sejam ou presumam ser inte- ressados nao tenham dado o seu consentimento, embora dignos de especifica e individuada men^ao; mas que se mantenham e sejam prepetuamente validas, como feitas e emanadas de ciencia certa e pleno poder, e que surtam e obtenham os seus plenarios e mtegros efeitos, e que devam ser observadas invio- lavelmente por todos aqueles a quern respeita a observancia de'las; e se acontecer que nestas coisas alguem, de qualquer autoridade, atente em contrario, cientemente ou por ignorancia, tudo sera completamente irrito e vao.
Nem obste, em quanto seja necessario, o disposto nas re- gras promulgadas nos Concilios sinodais, provincials, gerais e universais, nas Constitutes e Ordena^oes Apostolicas gerais ou especiais, e em quaisquer outras disposi^oes dos Romanos Pontifices, e coisas em contrario, embora dignas de especial menfao, o que tudo derrogamos pelas presentes Letras.
Queremos, alem disso, que aos transuntos destas Letras, mesmo impressos, contanto que sejam subscritos por mao de algum notario publico, e munidos do selo de alguem constituido em dignidade ou cargo eclesiastico, se de a mesma fe que se atribuiria a estas Letras, se as proprias fossem apresentadas ou mostradas.
A ninguem, portanto, seja licito contradizer qualquer ponto dos que se encontram estabeiecidos nestas Nossas Letras; mas se alguem, com temeraria ousadia, tal se atrever a atentar, saiba que ha-de incorrer na indignagao de Deus Omnipotente e dos Santos Apostolos Pedro e Paulo.
Dado em Roma, em S. Pedro, aos 4 de Setembro do ano do Senhor de 1940, ano segundo do Nosso Pontificado. — G . S . T .
( S e g u e m -se a s a ss in a tu r a s ) Expedida no dia 14 de Dezembro — segundo ano. BEAST— 1941 (I), p. 12-17.