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A p r i m e i r a fase da f u n d a ç ã o de u m a cooperativa deve ser u m t r a b a l h o de esclarecimento e de a c ç ã o m o r a l.

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(1)

A primeira fase da f u n d a ç ã o de uma cooperativa deve ser u m trabalho de esclarecimento e de a c ç ã o m o r a l .

A N T Ó N I O S É R G I O

B O L E T I M

COOPERATIVISTA

R B D A C Ç A O B A D M I N I S T R A Ç Ã O C A L Ç A D A DA T A P A D A , 1 6 3 , 1." — L I S B O A - 3 T E L . 6 3 2 6 4 9 C O O R D E N A D O P O R A M T Ó W S O S É R G I O N.« 89 - F E V E R E I R O , 1B61 P U B L I C A Ç Ã O M E N S A L D I S T R I B U I Ç Ã O G R A T U I T A

Os Cooperadores confiam no "Boletii

O 10.° aniversário do Boletim

Coope-rativista é considerado como uma data

importante pelos cooperadores

portu-gueses. A sua importância reside, em

primeiro lugar, em ser uma afirmação

da vitalidade do «Boletim

Cooperati-vista» como jornal da cooperação e,

^lepois, na certeza de que ele se manterá

na posição justa que tomou com o fim

de fazer progredir, em todos os aspectos,

o movimento cooperativo português.

Nesta posição destaca-se,

principal-mente, o seu firme contributo para a

unidade cooperativa, esclarecendo e

de-fendendo os objectivos das Juntas de

Compras e da União Cooperativa

Abas-tecedora, apontando-as aos cooperadores

como caminho que é indispensável seguir

para melhorar e engrandecer os serviços

que a Cooperação lhes presta.

A Ressurreição do Caminhante

O fim da cooperação é então o de jazer Joomens, homens responsáveis e solidários, Wpara que cada um deles se eleve a uma

plena vida pessoal, e ainda todos em con-junto, a uma plena vida social.

D r . Fouquet

por M A N U E L C L E M E N T E D O S A N J O S

(da Cooperativa Ajudense)

C o m o j á dei u m modesto c o n t r i b u t o de t r a b a l h o para o engrandecimento do Bole-t i m CooperaBole-tivisBole-ta, esse facBole-to obriga-me a n ã o ficar i n d i f e r e n t e pela passagem d o seu 10.° a n i v e r s á r i o . Este acontecimento fez-me pensar no passado e no m e u e s p í r i t o dese-nhou-se a v i s ã o d u m caminhante a subir, hesitante, u m m o n t e m u i t o í n g r e m e .

Cau-(Continua na p á g . g)

Os cooperadores portugueses estão

cer-tos de que o Boletim continuará a

pro-clamar a necessidade da utilização em

comum dos potenciais financeiro e

hu-mano das cooperativas e, porque acham

ser esta atitude a mais justa, se

regozi-jam com a permanência do seu jornal

para além dos 10 anos de existência.

Os cooperadores portugueses sabem,

igualmente, que o Boletim não

abando-nará a sua campanha no sentido de levar

as Cooperativas a cooperarem mais

in-tensamente entre si e a encaminharem-se

para a constituição de mais fortes

unida-des, de acordo com a tendência que se

observa em todo o mundo e que é

im-posta pela necessidade de acompanhar a

evolução do comércio.

Os cooperadores confiam, portanto,

em que o Boletim saberá sempre

indicar--Ihes por onde é preciso enveredar para

enriquecer e engrandecer a Cooperação

portuguesa.

Eis um aspecto da animada e vibrante assistência que tomou parte na sessão solene do 5 0 .0 aniversário da Ajudense

— Horizonte —

OS JORNAIS C O O P E R A T I V O S

SÃO P O R T A N T O utilíssimos

instrumentos que os

cooperado-res usam para erguer, aumentar

e melhorar a obra sublime da

Cooperação.

OS COOPERADORES P O R T U

-GUESES FARÃO TAMBÉM do

seu órgão, o «Boletim

Coopera-tivista», um grande instrumento

de edificação da vida

coopera-tiva em Portugal.

A IMPRENSA C O O P E R A T I V A

É O T E R R E N O onde os

coope-radores se encontram para

con-versar e trocar entre si

expe-riências e ideias.

É P R I N C I P A L M E N T E N A I M

-PRENSA C O O P E R A T I V A que

os cooperadores tomam

conheci-mento, discutem e criticam a

orientação e as realizações dos

seus organismos federativos.

P O R M E I O D A I M P R E N S A

C O O P E R A T I V A OS

COOPE-R A D O COOPE-R E S esclarecem-se acerca

dos problemas que os

preo-cupam e integram-se nos

verda-deiros princípios da

Coopera-ção.

S A V J C O

10;

O «BOLETIM COOPERATIVISTA», N A PASSAGEM DO SEU 10." ANIVERSÁRIO, SAÚDA OS SEUS

FUNDADORES E TODOS OS SEUS COLABORADORES E AMIGOS, PERM IT! NDO-SE DESTACAR, NESTA

SAUDAÇÃO, O SEU COORDENADOR, O ILUSTRE PROFESSOR A N T Ó N I O SÉRGIO, PELAS MELHORAS

DE QUEM F A Z OS VOTOS MAIS SINCEROS.

(2)

Sociedade Cooperate Almadense

70 anos ao serviço dos sens associados

A Sociedade Cooperativa Almadense, f o i f u n d a d a g r a ç a s ao e s f o r ç o e p e r s i s t ê n c i a de u m p u n h a d o de homens de t r a b a l h o . Esse e s f o r ç o n ã o f o i i n f r u t í f e r o , como o demonst r a a o b r a s o c i a l e c o n ó m i c a desdemonsta i m p o r -tante colectividade. Fundada em 1 de Janeiro de 1S91 a Cooperativa Almadense t e m m a n t i d o sem-pre a chama d o progresso, bem patente a t r a v é s das g e r a ç õ e s dirigentes, que v i u criadas no seu seio.

Paralelamente ao desenvolvimento de A l -mada, verifica-se que esta a g r e m i a ç ã o tem aumentado consideravelmente a sua massa associativa e p o r conseguinte o seu m o v i -mento e c o n ó m i c o .

Assim, neste ano que f i n d o u , os 1.300 associados c o n s u m i r a m g é n e r o s no v a l o r de cerca de 12.600 contos, o u seja, mais 1.000 contos que no ano de 1959.

Para comemorar t ã o gloriosa data na vida da Cooperativa de A l m a d a , e l a b o r o u a sua C o m i s s ã o C u l t u r a l e Propaganda, u m su-gestivo p r o g r a m a de festas comemorativas.

P A L E S T R A SOBRE C I N E M A , P E L O R E A L I Z A D O R E R N E S T O D E S O U S A Para i n i c i a r o p r o g r a m a de festas, f o i escolhido u m nome representativo na c u l -t u r a c i n e m a -t o g r á f i c a d o nosso p a í s : José

Ernesto de Sousa, chefe de r e d a c ç ã o da Revista Imagem, e realizador de diversas

curtas-metragens.

D e n t r o d o estilo p r ó p r i o , de q u e m se d i r i g e para u m p ú b l i c o i n a p t o cinemato-g r ã f i c a m e n t e , analisou e descreveu o que se deve entender p o r b o m o u m a u cinema.

Para e x e m p l i f i c a ç ã o do que é u m b o m f i l m e para c r i a n ç a s , f o i e x i b i d o u m inte-ressante f i l m e de bonecos articulados.

A « P r é m i è r e N u i t » de George F r a n j u , f i l m e p o é t i c o que nos descreve o a m o r de u m j o v e m e seus sonhos, ao mesmo tempo que a c â m a r a nos mostra a beleza do M e t r o -p o l i t a n o -parisiense.

Para descrever u m a o u t r a face da curta--metragem f o r a m exibidos dois f i l m e s de P a u l P a v i o t « P a n t o m i m e s » e « J a r d i n P u -blic» nos quais v i m o s em cena u m dos maiores « m i m o s » da actualidade: M a r c e l Marceau.

F i n d a a e x i b i ç ã o destes dois belos f i l m e s Ernesto de Sousa, estabeleceu u m pequeno debate c o m o p ú b l i c o , no q u a l descreveu o v a l o r da « p a n t o n i m e » n o teatro e no cinema; e a s i t u a ç ã o d o cinema (curta--metragem) em P o r t u g a l .

A o t e r m i n a r , deu u m a breve e x p l i c a ç ã o d o que s e r á o f i l m e « D o m R o b e r t o » c u j a rodagem está prevista para a p r ó x i m a p r i -mavera, estando a cargo de Ernesto de Sousa, a r e a l i z a ç ã o desta p e l í c u l a , que será ao mesmo tempo a p r i m e i r a p r o d u ç ã o cooperativa.

D o m i n g o , 1. D i s t r i b u i ç ã o de brinquedos e u m A c t o de Variedades, I l u s i o n i s m o e Poesia, pelo d i s t i n t o p r o f i s s i o n a l Sr. J o s é da Cruz e p o r suas filhas.

Segunda-feira, 2. E x i b i ç ã o d o f i l m e « O

A sessão solene cm que participaram muita de convivência c frati

Parto sem d o r » , apresentado e superior-mente comentado pelo i l u s t r e m é d i o D r . Pedro M o n j a r d i n o .

Quarta-feira, 4. Sessão C i n e m a t o g r á f i c a c o m f i l m e s cedidos pela Embaixada do C a n a d á .

S á b a d o , 7. E x i b i ç ã o do C o r o da Academ i a dos AAcademadores de M ú s i c a , sob a r e g ê n -cia d o P r o f . Lopes G r a ç a . U m sarau de m ú s i c a r e g i o n a l portuguesa, inspirada no nosso m e l h o r folclore.

D o m i n g o , 8. Sessão Solene.

P r e s i d i u G u m e r c i n d o A l a m e d a . Secreta-r i o u CaSecreta-rlos G a l i n o e FSecreta-rancisco Rosado da Silva Caio. A b r i u a sessão o presidente da d i r e c ç ã o : sr. V í t o r H u g o P i n h o . Seguiu-se

s senhoras foi uma admirável manifestação

miidadé cooperativas

a d i s t r i b u i ç ã o de emblemas da cooperativa,^ aos sócios c o m mais de 25 anos de v i d a associativa. O d i r i g e n t e Santana A r a ú j o referiu-se ao segnificado do acto. Seguiu-se no uso da palavra o presidente cessante a q u e m a C o m i s s ã o c u l t u r a l ofereceu u m emblema em prata.

P r o n u n c i a r a m judiciosas c o n s i d e r a ç õ e s : A m é r i c o Baptista, presidente da assembleia geral; J e r ó n i m o Otero Ferreira, da coope-r a t i v a dos estabelecimentos do M i n i s t é coope-r i o da Guerra; J ú l i o Duarte, pela U n i c o o p e e pela Ajudense; D e s i d é r i o Costa, Fernando M o r e i r a , D o m i n g o s Semedo, do C í r c u l o C u l t u r a l de A l m a d a (em o r g a n i z a ç ã o ) e Carlos G a l i n o .

NOVOS CORPOS GERENTES

D I R E C Ç Ã O : Presidente, V i t o r H u g o P i n t o ; 1.° S e c r e t á r i o , M a n u e l E u g é n i o Sal-vador; 2.° S e c r e t á r i o , J o s é Alves Figueiredo;^ Tesoureiro, A n t ó n i o M a r t i n s Pena; Vogais, J o a q u i m C â n d i d o B r i t o , M á r i o P i n t o Claro e J ú l i o Meneses G o n ç a l v e s . C O N S E L H O F I S C A L — Presidente: J o s é J ú l i o Marques; Vogais, A r t u r M o u r a A n t u -nes e A u r é l i o A n t ó n i o Dias.

COOPERATIVA AJUDENSE

E m Assembleia Geral f o r a m eleitos para os corpos gerentes do ano em curso, os coo-peradores:

A S S E M B L E I A G E R A L : Presidente, Enge-nheiro Frederico George Mirão; i.° Secretá-rio, J ú l i o Duarte; 2." S e c r e t á r i o , J ú l i o Faus-t i n o Rosa.

D I R E C Ç Ã O : Presidente, Manuel Rodri-gues; i . ° S e c r e t á r i o , A n t ó n i o da Conceição Pinto; 2 .0 S e c r e t á r i o , R u i Bordaleiro dos

Santos; Tesoureiro, J o ã o A n d r é Sennes; V o -gais, A n t ó n i o Henriques e Carlos da Assun-ç ã o Soares.

C O N S E L H O F I S C A L : A n t ó n i o Carvalho, Manuel Fernandes Moreira, Adelino Saraiva Ferreira, A n t ó n i o Feliciano Correia e Ar-mando da Conceição Rafael.

COOPERATIVA ALMADENSE

E m Assembleia G e r a l f o r a m eleitos para os corpos gerentes do ano em curso, os cooperadores:

A S S E M B L E I A G E R A L : Presidente, A m é -rico Baptista da Silva; 1.° S e c r e t á r i o , M á r i o Fernandes; 2.° S e c r e t á r i o , J o s é A r t u r I n á c i o Q u i t a .

C00PEM1YA DE CRÉDITO E CONSUMO

DE CâRNIDE

Em Assembleia G e r a l de 22 de D e z e m b r o pp. f o r a m eleitos p o r u n a n i m i d a d e os Cor-por gerentes para a g e r ê n c i a d o corrente ano:

A S S E M B L E I A G E R A L — Carlos Casta-nheira dos Santos; H e n r i q u e G o n ç a l v e s ; J o s é Fonseca. C O N S E L H O F I S C A L — M a n u e l H e n r i -ques R i b e i r o M o t a ; A r t u r C a r v a l h o dos Santos; J o s é Pereira; J o ã o R i b e i r o . D I R E C Ç Ã O — J o s é O l i v e i r a Nunes; Eu-s é b i o A n t ó n i o ; F l o r e n t i n o V a l e n t e L e i t ã o ; J o ã o Pereira Dias; Fernando Gomes Fer-reira Marques; R i c a r d o Fernandes M o u r ã o ; J o ã o Fernandes.

(3)

OS H O M E N S D O P O V O S Ã O A S R A Í Z E S D E U M P A Í S ,

SE AS R A Í Z E S SÃO PROFUNDAS, O POVO C O N H E C E R A A P A Z

C H E KING (sèc. V A. C.

Maria Odete M. Veríssimo, da

Praga-lense, afirma a necessidade de uma

mais larga comparticipação da mulher

N a c o m e m o r a ç ã o da gloriosa data de I de Janeiro de 1891 e na j u s t i f i c a ç ã o de u m dever c u m p r i d o , nós os representantes juvenis da Cooperativa Pragalense, a q u i estamos presentes para saudar os nossos companheiros da «Almadense-» e trazer-lhes u m pouco do nosso c o n v í v i o e amizade, c o n j u n t a m e n t e às nossas f e l i c i t a ç õ e s de mais u m a n i v e r s á r i o da sua Cooperativa.

Coube-me, a pesada tarefa de representar a C o m i s s ã o C u l t u r a l da m i n h a Cooperativa.

J'or isso, v o u fazer todo o p o s s í v e l para

que a m i n h a i n t e r v e n ç ã o n ã o envergonhe a m i n h a c o n d i ç ã o de jovem, e ao cooperati-vismo dar o m e u c o n t r i b u t o .

Fizeram 70 anos, que a teoria de Roche-dale, c r i o u r a í z e s em A l m a d a , em c u j a po-p u l a ç ã o vamos encontrar cerca de 15.000 militantes e cooperadores. O exemplo do e s f o r ç o é evidente; como evidente é o e s f o r ç o colectivo dos homens que f u n d a r a m esta colectividade, bem v i s í v e l na gran-diosa cbra-social que h o j e é.

P o r é m , mais do que ontem, para que as cooperativas p r o g r i d a m e assegurem a sua continuidade, torna-se n e c e s s á r i o , que os seus dirigentes se preocupem em criar u m verdadeiro escol de gente m o ç a , conscien-temente capaz para i n i c i a r uma f o r m a ç ã o colectiva e d o u t r i n á r i a , para que a m a n h ã , ao serem chamados à l i d e r a n ç a , os jovens, sintam a verdadeira n o ç ã o da responsabi-l i d a d e e a sua f o r m a ç ã o esteja à aresponsabi-ltura e ao

alcance das necessidades da cooperativa onde m i l i t e m .

Paralelamente a este p r o p o n h o aos d i r i -gentes cooperativos do m o v i m e n t o coope-r a t i v o p o coope-r t u g u ê s — o papel da colabocoope-ra- colabora-ç ã o da

M U L H E R

C o m p a n h e i r a do h o m e m na v i d a . . . e p o r q u e n ã o nas suas r e a l i z a ç õ e s sociais--colectivas?

Mas, e m P o r t u g a l , n ã o o é, e m u i t o me-nos no Cooperativismo, t a l como se encon-t r a h o j e organizado. D a í a resposencon-ta nega-tiva, se p e r g u n t a r m o s quantas mulheres fazem parte das d i r e c ç õ e s das nossas coo-perativas.

Torna-se, pois, u m caso a considerar e que urge passar da teoria à p r á t i c a .

A maior cooperação da mulher tem que fazer-se mais colectivamente que individual-mente (...)

Falando de e d u c a ç ã o , lembro-me quando em M a i o de 1960, n u m a sessão solene reali-zada na m i n h a cooperativa, a l g u é m p ô s em e v i d ê n c i a o p r o b l e m a cooperativo da e d u c a ç ã o , houve logo, q u e m considerasse o p r o b l e m a e c o n ó m i c o como mais i m p o r t a n t e na v i d a do m o v i m e n t o cooperativo.

Para m i m , os que pensam assim t ê m i n f l u e n c i a d o a f a l t a de e d u c a ç ã o coopera-tiva em P o r t u g a l .

página

i a s

coopera-n . ° tricoopera-nta e dois

N ã o pode haver boa economia coopera-t i v a sem e d u c a ç ã o cooperacoopera-tiva.

L e m b r o as palavras de Gomes Barbosa: «As cooperativas que embora financei-ramente fortes, n ã o c u i d a m da f o r m a ç ã o de equipas para dirigi-las a m a n h ã , cometem u m grave erro.

C o m o exemplo: a l .a fase do

cooperati-vismo no C a n a d á , em que o fracasso f o i evidente. Cooperativas financeiramente, f o r -tes e c o m mais de 50 anos de e x i s t ê n c i a c a í r a m na r u í n a , p o r q u e a marcha do tempo f o i testemunha da falta de e d u c a ç ã o coope-rativa.

H o j e , o progresso do Cooperativismo no C a n a d á , é realidade e grandeza, g r a ç a s ao estudo da d o u t r i n a e à d i f u s ã o da mesma entre as massas populares.

É certo que o m o v i m e n t o a v a n ç a , e que nunca as nossas cooperativas estiveram t ã o progressivas, mas t a m b é m é certo, que são quase sempre as mesmas caras, as mesmas pessoas que vimos nesta a n d a n ç a de coope-rativas e cooperadores.

Se a « n o v a v a g a » f o i o m o v i m e n t o reno-vador do cinema f r a n c ê s , apoiado forte-mente na juventude p o r q u e n ã o iniciamos nós a « n o v a v a g a » do cooperativismo em Portugal?

H pois da m á x i m a u r g ê n c i a a c r i a ç ã o d é u m movimento de juventude no

cooperati-vismo, t ã o n e c e s s á r i o como a necessidade

existente em dar apoio às iniciativas da Unicoope.

(Extracto da mensagem lida na ses-são solene da cooperativa Almadense).

C O O P E R A D R

— PELA VOSSA ADESÃO

— PELA VOSSA C O M P A R T I C I P A Ç Ã O — PELAS VOSSAS COMPRAS

C O N T R I B U Í PARA ENGRANDECER A VOSSA COOPERATIVA

Em primeiro plano: a cooperaâora Maria Odette Veríssimo e dirigentes cooperativistas. Em segundo plano: os cooperadores da Almadense que receberam o emblema distintivo

dos 2j anos da sua vida associativa

AS COMISSÕES F E M I N I N A S PREPA-R A M AS MULHEPREPA-RES A PAPREPA-RTICIPA- PARTICIPA-R E M M A I S D I PARTICIPA-R E C T A M E N T E N A V I D A D A S COOPERATIVAS.

(4)

ê

Cooperativas de aforro e de crédito

A s Cooperativas

e a distribuição do Boletim

Com este n ú m e r o o « B o l e t i m Cooperati-v i s t a » completa mais u m ano de labor dedi-cado à C o o p e r a ç ã o Portuguesa.

No 10.° ano da sua e x i s t ê n c i a , aqui neste mesmo lugar, o « B o l e t i m C o o p e r a t i v i s t a » e x p ô s , em todos os n ú m e r o s , os problemas p r á t i c o s criados pela necessidade da sua maior e x p a n s ã o para acompanhar a e v o l u ç ã o do m o v i m e n t o eoopertivo p o r t u g u ê s .

No entanto, forçoso é confessar que, neste mesmo ano, o alargamento da sua distribui-ção n ã o atingiu o nível com que sonhavam os cooperadores, o n ú m e r o de exemplares requisitados pelas cooperativas n ã o tendo au-mentado em conformidade com o seu cresci-mento e com a maior consciencialização do movimento cooperativo.

A ideia de « u m exemplar a cada associa-d o » , l a n ç a associa-d a nas « C a m p a n h a s » , n ã o teve por-t n por-t o a sua e f e c por-t u a ç ã o , m u i por-t o embora, juspor-to é dizê-lo, tenha colhido a simpatia dos me-lhores cooperadores. N a verdade, o pô-la em p r á t i c a cria enormes problemas que as Coo-perativas, que s ã o os centros de d i s t r i b u i ç ã o do B o l e t i m , n ã o t ê m podido ou sabido re-solver.

Mas, por outro lado, n ã o se deve esconder que m u i t o pouco se t e m feito para afastar as dificuldades que hoje impedem que cada associado receba u m exemplar do seu j o r n a l . Este facto justifica-se pelas p r e o c u p a ç õ e s quotidianas que absorvem as Direcções das Cooperativas, mas é i n d i s p e n s á v e l que estas criem, dentro das sociedades que dirigem, os organismos que possam ultrapassar os o b s a á -culos que impedem que o Boletim chegue a todos os associados.

O prbolema da maior e x p a n s ã o do B o l e t i m n ã o é, p o r t a n t o , como erradamente por vezes se a f i r m a , u m problema e c o n ó m i c o . É p r i n -cipalmente u m problema de o r g a n i z a ç ã o que uma vontade decidida da parte das Coope-rativas resolverá. Assim cremos porque o «Boletim C o o p e r a t i v i s t a » sempre mereceu o apoio das Cooperativas, as quais v ê e m nele a chama principal que alimenta o ideal cooperativista e o seu inegável valor na f o r m a -ção dos cooperadores.

Os a n i v e r s á r i o s das organizações coopera-tivas devem servir para estimular a i r mais a l é m . Esperamos que o 10.° aniversario do « B o l e t i m C o o p e r a t i v i s t a » seja comemorado pelas Cooperativas aumentando a d i s t r i b u i ç ã o do seu jornal entre os associados.

PRETENDE FAZER U M SEGURO ? CONSULTE A

UNICOOPE o u a NORTECOOPE

H á ' i n s t i t u i ç õ e s cooperativas de c r é d i t o e das duas e s p é c i e s : as Caixas Cooperativas de C r é d i t o e os Bancos Cooperativos. Cha-mamos «caixas cooperativas de c r é d i t o » a u m a e s p é c i e de bancos cujos sócios s ã o i n d i -v í d u o s que t ê m entre si u m -v í n c u l o c o m u m e se p r o p õ e m f o m e n t a r o a f o r r o e conceder, quando n e c e s s á r i o , c r é d i t o aos sócios a j u r o b a i x o ; e chamamos « b a n c o s coopera-tivos» a organismos de c r é d i t o cujos sócios s ã o sobretudo, n ã o i n d i v í d u o s , mas sim sociedades cooperativas, e que visam a fornecer c r é d i t o s para f i n a n c i a m e n t o das v á r i a s espécies de cooperativas e para a u x í -l i o às caixas cooperativas de a f o r r o e de c r é d i t o , proporcinando-lhes meios para de-senvolvimento das suas o p e r a ç õ e s .

As Caixas Cooperativas de A f o r r o e de C r é d i t o s ã o p o s s u í d a s , geridas e fiscalizadas democraticamente pelos seus membros; e, como dissemos, constituem-nas pessoas que t ê m entre si u m v í n c u l o c o m u m . Entende-mos p o r «pessoas com u m v í n c u l o c o m u m » , p o r e x e m p l o , os i n d i v í d u o s empregados n u m a mesma empresa, os trabalhadores que exercem u m a mesma p r o f i s s ã o , os membros de u m a sociedade de q u a l q u e r espécie, de u m mesmo c í r c u l o social, de u m a mesma freguesia, — dando-se o facto de que u m a freguesia r u r a l parece c o n s t i t u i r o mais p e r f e i t o ambiente p a r a a c r i a ç ã o de uma cooperativa deste g é n e r o . M u i t a s coopera-tivas de c r é d i t o a u x i l i a m os seus sócios p o r meio de conselhos facultativos sobre as f i n a n ç a s caseiras de cada u m . ( . . . )

As caixas cooperativas de a f o r r o e de c r é d i t o d i f e r e m dos bancos o r d i n á r i o s no seguinte: a) no facto de e x i g i r e m dos seus sócios, c o m o o b j e c t i v o de p r o m o v e r o a f o r r o , que economizem regular e sistema-ticamente pequenas somas de d i n h e i r o , — coisa que a u m banco n ã o é p o s s í v e l fazer;

b) na c l á u s u l a de possuir u m só v o t o cada

u m dos sócios, p e l o p r i n c í p i o d e m o c r á t i c o do cooperativismo; no n ã o terem e s c r i t ó r i o e m o b i l i á r i o dispendiosos, nem pagarem vencimentos elevados aos administradores;

d) no s ó concederem e m p r é s t i m o s aos que

s ã o sócios; e) na p r e o c u p a ç ã o da r e f o r m a m o r a l o u social, visando à c r i a ç ã o de uma sociedade justa, de u m sector cooperativo o mais completo e extenso que f o r possível. O conhecimento m ú t u o dos sócios é o ver-dadeiro alicerce da caixa cooperativa de c r é d i t o , a c o n d i ç ã o essencial da sua e f i c á -cia. ( . . . )

As caixas p r o m o v e m o a f o r r o levando os seus sócios a economizarem com regula-ridade, a i n d a que seja p o r quantias m u i t o pequeninas, para pagamento das acções da caixa e c o n ó m i c a cooperativa. As acções po-d e r ã o ser po-de uma centena po-de escupo-dos. Capo-da u m a destas unidades de a f o r r o d á direito, no f i n a l do ano e c o n ó m i c o a u m d i v i d e n d o baseado na r e p a r t i ç ã o pro rata, p o r cada m ê s completo e m que a unidade de a f o r r o f i c o u e m d e p ó s i t o na Caixa. T o d o sócio re-cebe u m a caderneta, como ocorre com os

A N T Ó N I O S É R G I O

depositantes nos bancos o r d i n á r i o s . Os esta-tutos das caixas Desjardins ( C a n a d á ) e x i g e m que pelo menos 20 % dos excedentes l í -quidos sejam destinados ao f u n d o de reserva, e 10 % dos mesmos excedentes à c o n s t i t u i ç ã o de u m f u n d o de p r e v i d ê n c i a . O f u n d o de reserva e o f u n d o de p r e v i d ê n -cia constituem o p a t r i m ó n i o i n d i v i d u a l da Caixa. Este r e f o r ç a a p o s i ç ã o f i n a n c e i r a da Caixa e p e r m i t e saldar as perdas eventuais sem afectar no mais m í n i m o os serviços da cooperativa.

Os e m p r é s t i m o s devem destinar-se a uma f i n a l i d a d e p r o d u t i v a o u de p r e v i d ê n c i a . A Caixa f i x a o montante m á x i m o que pode ser emprestado a cada u m dos sócios, bem como o montante m á x i m o s u s c e p t í v e l de ser emprestado sem garantia. ( . . . ) A expe-r i ê n c i a no estexpe-rangeiexpe-ro tem demonstexpe-rado que a c o n f i a n ç a das Caixas na i n t e g r i d a d e e honestidade dos sócios é plenamente j u s t i - ^

ficada. ( . . . ) ™ A taxa de j u r o costuma ser de 1 % p o r

m ê s sobre o saldo, n ã o pago do e m p r é s t i m o concedido. É uma vantagem das Caixas Coo-perativas o serem acessíveis à massa do povo, e n ã o só aqueles previlegiados que podem obter os c r é d i t o s de que precisam em outras i n s t i t u i ç õ e s de c a r á c t e r f i n a n -ceiro.

Como todas as cooperativas, as de c r é d i t o devem ter e m m i r a o v i r e m a associar-se federativamente, c o n s t i t u i n d o ligas regio-nais e uma liga nacional. Existe já uma f e d e r a ç ã o internacional das ligas de cooperativas de c r é d i t o , a Credit U n i o n s N a t i o -nal Association (C. U . N . A . ) , f u n d a d a e m 25 de Janeiro de 1935, a q u a l escolheu para s í t i o da sede a cidade de M a d i s o n no Estado N o r t e - A m e r i c a n o de W i s c o n s i n . A C. U . N . A., tornou-se depois internacio-nal, ao decidir, e m 1940, i n c l u i r coopera-^ tivas de c r é d i t o de qualque p a í s do hemis'^ f é r i o ocidental; depois, e m 1958, t a m b é m cooperativas die c r é d i t o do h e m i s f é r i o oriental.

V á r i o s membros de cooperativas de cré-d i t o norte americanas, o r g a n i z a r a m a sua companhia de seguros de vida, a C. U . N . A . M U T U A L I N S U R A N C E S O C I E T Y , em 1935, a f i m de proteger as cooperativas de c r é d i t o e as f a m í l i a s dos seus membros; no ano seguinte c o n s t i t u í a - s e a C. U . N . A . S U P P L Y C O O P E R A T I V E , c u j o o b j e c t i v o é fornecer às cooperativas de c r é d i t o modelos de e s c r i t u r a ç ã o , sistemas de c o n t a b i l i -dade e o u t r o v á r i o m a t e r i a l impresso.

Nos p a í s e s onde n ã o h á ligas (como o nosso) as cooperativas de c r é d i t o podem filiar-se directamente na C. U . N . A . É esta, como dissemos, u m a sociedade

internacio-nal sem f i m l u c r a t i v o , f i n a n c i a d a pelas associações que s ã o , membros dela. As suas f u n ç õ e s compreendem: o i n t e r v i r para a p r o m o ç ã o e a p e r f e i ç o a m e n t o d a legisla-ç ã o e m m a t é r i a de cooperativas de c r é d i t o ;

(5)

Cooperação, Cooperativismo

e M o v i m e n t o C o o p e r a t i v o

Para se poder aquilatar as possibilidades efectivas do cooperativismo no mundo con-t e m p o r â n e o , parece-nos i n d i s p e n s á v e l s i con-t u á - l o hiscon-toricamencon-te. Ancon-tes de mais incon-teressa esclarecer que damos significados diferentes a três termos frequentemente usados: COOPE-R A Ç Ã O , C O O P E COOPE-R A T I V I S M O e M O V I M E N T O C O O P E COOPE-R A T I V O . Como claramente anota G. D . H . Cole, a C O O P E R A Ç Ã O é expressa por diversas formas a t r a v é s da h i s t ó r i a da humanidade, antecedendo consequentemente a f o r m a ç ã o de sociedades cooperativas. Estas, p o r é m , t ê m o seu surto i n t i m a m e n t e ligado ao desenvolvimento do capitalismo industrial constituindo-se como associações de auto-defesa e c o n ó m i c a dos o p e r á r i o s . A p ó s as primeiras e x p e r i ê n c i a s , que constituem u m elo de ligação entre as p r e o c u p a ç õ e s dos trabalhadores rurais e os urbanos, (como a c o n s t i t u i ç ã o de cooperativas de moagem), as sociedades cooperativas c o n s t i t u í d a s entre 1830 e 1850 expressam ou o desejo de e m a n c i p a ç ã o r á p i d a

F E R N A N D O F E R R E I R A D A C O S T A

e directa dos operários a t r a v é s da criação de cooperativas de p r o d u ç ã o , ou a necessidade de associação para a auto-defesa a t r a v é s das cooperativas de consumo. Mesmo neste ú l t i m o caso, o desejo de e m a n c i p a ç ã o ficou bem patenteado no estatuto da Sociedade de Rochdale, quando se p r e v ê a criação de «colónias a u t ó n o m a s » de cooperadores. É nesta fase que o C O O P E R A T I V I S M O c o m e ç a a ter f o r m a como processo de l i b e r t a ç ã o e c o n ó m i c a . Cedo, p o r é m , os cooperadores concluem que o cooperativismo n ã o pode desenvolver-se n u m aper-tado ciclo local, e que o sonho Owenista das «colónias a u t ó n o m a s » tem de ser s u b s t i t u í d o pela c o o p e r a ç ã o à escala nacional e internacional. A c o n s t i t u i ç ã o do a r m a z é m cooperativo inglês e a f u n d a ç ã o em 1892 da «Aliança Internacional das Cooperativas de P r o d u ç ã o » , três anos mais tarde transformada em «Aliança Cooperativa I n t e r n a c i o n a l » , anunciam o alvor do M O V I M E N T O C O O P E R A T I V O .

Podemos pois considerar o m o v i m e n t o cooperativo como uma resposta ao capitalismo industrial. Note-se que o cooperativismo n ã o se t i n h a expressado nas anteriores fases do capitalismo, comercial e financeiro, surgindo exactamente a p ó s a c r i a ç ã o dos centros urbanos industriais, em que as condições de vida das classes trabalhadoras eram penosas, agravadas por u m constante ê x o d o das p o p u l a ç õ e s rurais.

A p a r t i r dos fins do século dezanove o capitalismo prosseguiu a sua e v o l u ç ã o , assinalada por crises e d e p r e s s õ e s , é certo, mas acentuando-se apesar disso o alargamento dos mer-cados, o desenvolvimento das o r g a n i z a ç õ e s monopolistas e as consequentes a l t e r a ç õ e s na estrutura dos Estados, que, para serem instrumentos eficientes desse processo e c o n ó m i c o , v i r a m r e f o r ç a d o s os seus poderes de i n t e r v e n ç ã o .

É evidente que o m o v i m e n t o cooperativo apresenta durante este p e r í o d o u m processo evolutivo que c o n s t i t u i u m esforço de a d a p t a ç ã o à s novas c i r c u n s t â n c i a s . O « c o o p e r a t i v i s m o dos c o n s u m i d o r e s » defendido entre outros por C h . Gide, afasta-se cada vez mais da apologia i n g é n u a dos precursores como K i n g e Owen. As formas de cooperativismo mais ou menos afastadas de uma « i n t e g r a ç ã o c o o p e r a t i v a » , como as de p r o d u ç ã o agrícola c i n d u s t r i a l , h a b i t a ç ã o , etc., perdem acentuadamente terreno em r e l a ç ã o à solução dos mesmos aspectos a t r a v é s das F e d e r a ç õ e s das Cooperativas de consumo. As e x p e r i ê n c i a s b r i t â n i c a e sueca encorajam os doutrinadores, como A n t ó n i o Sérgio, a desenvolverem os princípios da coope-r a ç ã o integcoope-ral da Escola de Nimes. Outcoope-ros doutcoope-rinadocoope-res p o coope-r é m , como Cole, coope-reconhecendo o valor do cooperativismo dos consumidores associados e o i m p o r t a n t e papel que lhé c a b e r á numa f u t u r a sociedade, consideram que a sua completude e e x p a n s ã o p o d e r ã o ter forma conveniente desde que integradas numa sociedade socialista.

A Sociedade Cooperativa Uoião Familiar Operária de Ramalde

(Continuação da pág. ç)

de todos. Ponham os olhos nas bandeiras que tem as m ã o s e n t r e l a ç a d a s , como símbolo de lealdade e fraternidade.

«A Cooperativa de Ramalde faz agora 68 anos de e x i s t ê n c i a . D i a de alegria, dia de t r i u n f o . N ó s , os mais velhos, ao marcharmos brevemente para a outra v i d a , incitamos os novos a que tomem conta da Bandeira, erguendo-a bem alto, e g r i t e m com entusiasmo: V i v a o C o o p e r a t i v i s m o ! »

Ouviu-se uma demorada o v a ç ã o ao orador.

A todos os convidados f o i oferecido u m beberete, por iniciativa de uma Comissão que angariou particularmente as receitas. Depois dos brindes e s a u d a ç ã o ao f u t u r o da Coope-r a t i v a de Ramalde, alguns elementos das congéneCoope-res deCoope-ram u m pouco da sua g Coope-r a ç a , Coope- reci-tando versos de sua autoria, o que aumentou o entusiasmo entre os assistentes.

As Cooperativas de consumo isentas

de contribuição industrial,

não têm que pagar licença

às Câmaras Municipais

Por lapso f o i publicado incompleto, no Boletim n . °

85,

de O u t u b r o de

i960,

o douto Parecer do d i s t i n t o Professor c a t e d r á t i c o e Reitor da Universidade de L i s b o a , D o u t o r Marcello Caetano. Com efeito o mesmo Pa-recer t e m três i m p o r t a n t e c o n c l u s õ e s , mas, por erro i n v o l u n t á r i o e l a m e n t á v e l , n ã o f o -ram publicadas as duas ú l t i m a s , m o t i v o por-que as transcrevemos abaixo:

2. " — Sendo uma actividade sobre que

não incide, por princípio, contribuição

industrial nem imposto de natureza

es-pecial que a substitua, não constitui

co-mércio nem indústria por cujo exercício

a sociedade cooperativa deva pagar

li-cença à Câmara Municipal (Código

Administrativo, artigo 710.°).

3. " —• O § 2.° do artigo 712.° do

Có-digo Administrativo refere-se

exclusiva-mente às empresas que estejam por lei

isentas de contribuição industrial em

atenção a circunstâncias particulares que

nelas concorram ou por pagarem

im-posto de natureza especial. Mas não pode

ser entendido de maneira a inutilizar ou

invalidar os preceitos expressos no

ar-tigo 710.°.

Tal é o parecer, s. m. o. de

a) M A R C E L L O CAETANO

N o t i c i á r i o

Os Corpos Gerentes da C o o p e

-rativa Piedense

visitam a Unicoope

No dia 30 de Janeiro, os Corpos Gerentes da Cooperativa Piedense, a convite da D i -recção da U N I C O O P E , visitaram as instala-ções desta sociedade.

Os visitantes apreciaram o desenvolvimento do seu a r m a z é m abastecedor, bem como a o r g a n i z a ç ã o dos respectivos serviços, que m u i t o bem os impressionou.

Espera-se que as c o n v e r s a ç õ e s havidas por ocasião desta visita p r o m o v a m u m substancial aumento das t r a n s a c ç õ e s entre a U N I -COOPE e aquela i m p o r t a n t e Cooperativa.

P R E F E R I R

a r t i g o s « C O O P E »

é dar novas possibilidades ao

nosso movimento

(6)

CONGRESSO DE LAUSÂNÂ CONSTITUI UMA

 e v o l u ç ã o c o o p e r a t i v i s t a e x i g e a f o r m a ç ã o

d e m a i o r e s u n i d a d e s e c o n ó m i c a s

O

COOPERATIVO

N a i n a u g u r a ç ã o do X X I Congresso da A l i a n ç a Cooperativista I n t e r n a c i o n a l , que se r e u n i u e m Lausana, em O u t u b r o ú l t i m o , o seu presidente, o prestigioso cooperati-vista M a r c e l B r o t , p r o n u n c i o u u m n o t á v e l discurso de que transcrevemos as seguintes passagens:

«.. .podemos b o j e alegrar-nos porque vemos aqui representados oitenta e oito Movimentos cooperativos que, em quarenta e oito nações, reúnem cerca de 147 ?nilbões de membros.

As adesões colhidas posteriormente ao Congresso de Estocolmo acentuaram a evo-lução da nossa organização. Primeiro a adesão de uma grande variedade de socie-dades, como é o caso da Bélgica, da França, de Israel, do Japão e da Suécia e, por outro lado, o carácter mundial da Aliança tornou--se mais evidente com as representações da Birmânia, do Chile, de Chipre, da Indo-nésia, do Irão, da Jordânia, da Nigéria Oci-dental e da Malásia.

Estas adesões constituem um aconteci-mento notável e sentimo-nos felizes por acolhermos fraternalmente, pela primeira vez, as delegações destes países.

O relatório do Comité Central perante este Congresso traduz a grande actividade da Aliança em todos os domínios.

Quer nas relações com os Movimentos Nacionais, no estudo dos problemas apre-sentados ao Executivo e ao Comité Central, na actividade dos comités auxiliares, na investigação económica, nas conferências especiais, na escola cooperativa, quer ainda nas relações com os organismos internacio-nais, toda esta actividade traduz-se por um trabalho considerável da Direcção, do Secre-tariado Geral, dos Chefes departamentais e

do pessoal da Aliança.

É evidente que estamos obrigados a reforçar, sem perda de tempo, os meios de acção da Aliança, aumentando os seus recur-sos, tal como vai ser pedido a. este Con-gresso.

O AUXÍLIO COOPERATIVO AOS PAÍ-SES EM VIAS DE DESENVOLVIMENTO

Depois do Congresso de Estocolmo, o acontecimento mais importante da vida da Aliança foi a Conferência de Kuala Lum-pur.

Esta manifestação foi o ponto de partida para a fundação de agências regionais da Aliança em diversas partes do mundo e, apesar das dificuldades de ordem prática,

a agência do Sudeste asiático organiza-se agora para estabelecer relações permanentes entre os Movimentos Cooperativos desta vasta região.

Ela se-rá, amanhã, o ponto de apoio para outras acções, educativas ou práticas, con-duzidas paralelamente.

Mas, nestes últimos anos, a passagem à independência trouxe aos novos governos problemas de extrema gravidade e que eles devem resolver rapidamente se não querem pagar a independência política com uma derrocada económica e social. Eis porque a nossa Aliança, alheia a influências poli-ticas, deve, permanentemente, conjurar os seus esforços com os dos organismos encar-regados de levar aos povos em vias de desenvolvimento o auxilio desinteressado das Nações Unidas.

A Aliança tem principalmente o dever de procurar que as iniciativas governamen-tais tenham realmente o objectivo de pre-parar as sociedades cooperativas para

assu-m i r e assu-m , o assu-mais depressa p o s s í v e l , e c o assu-m i n d e p e n d ê n c i a , a a d m i n i s t r a ç ã o dos seus assuntos de m o d o eficaz e d e m o c r á t i c o .

As três m e m ó r i a s apresentadas a este Congresso p e r m i t i r ã o bem determinar os m é t o d o s p r á t i c o s que d a r ã o v a l o r à a c ç ã o da A l i a n ç a .

Levantando o seu n í v e l de v i d a pelos seus p r ó p r i o s e s f o r ç o s n o seio da coopera-ç ã o , as novas nacoopera-ções d e f e n d e r ã o , simulta-neamente, a i n d e p e n d ê n c i a e a d i g n i d a d e dos seus c i d a d ã o s .

A EVOLUÇÃO DAS COOPERATIVAS NO OCIDENTE

A o mesmo t e m p o que se p r o d u z u m vasto m o v i m e n t o dos povos que aspiram a u m m a i o r bem estar m a t e r i a l , à s e g u r a n ç a e à c u l t u r a , os meios t é c n i c o s s o f r e m u m a e v o l u ç ã o acelerada

A C o o p e r a ç ã o encontra-se d i a r i a m e n t e submetida à impiedosa s a n s ã o da realidade e t e m o dever de v e r i f i c a r se as suas estru-turas e os seus m é t o d o s correspondem as actuais c o n d i ç õ e s de u m m u n d o e m e v o l u -ç ã o

N o seu vasto r e l a t ó r i o o D o u t o r B o n o w e x a m i n a todos os aspectos do p r o b l e m a e mais de u m a das suas c o n c l u s õ e s d a r ã o l u g a r a frutuosas c o n t r o v é r s i a s .

E m c o n c l u s ã o da sua vasta anlise o D o u -tor B o n o w estabeleceu u m p r o g r a m a de acção, certamente r e a l i z á v e l se os nossos M o v i m e n t o s N a c i o n a i s t o m a m c o n s c i ê n c i a da sua necessidade e se a-empreendem com fé e coragem.

A C o n c e n t r a ç ã o t é c n i c a i m p l i c a

concen-a f i r m concen-a M A R C E L B R O T t r a ç õ e s financeiras, ao passo que, no qua-d r o qua-dos agrupamentos e c o n ó m i c o s regio-nais da Europa, se o r g a n i z a m a l i a n ç a s cooperativas.

Esta e v o l u ç ã o exige u m a a t e n ç ã o v i g i -lante da parte das o r g a n i z a ç õ e s cooperati-vas que pertencem à c o m u n i d a d e europeia dos seis e das que e s t ã o na zona do c o m é r -cio l i v r e , as quais d e c i d i r a m f e l i z m e n t e c o n j u g a r a sua a c ç ã o . A e v o l u ç ã o cooperativa exige t a m b é m a f o r m a ç ã o de maiores unidades e c o n ó m i c a s e a ú l t i m a q u e s t ã o apresentada no r e l a t ó r i o do D o u t o r B o n o w é para n ó s de capitaL i m p o r t â n c i a . A e v o l u ç ã o t é c n i c a i r á desmentir os p r i n c í p i o s que nos guiam?

P e r m i t a m - m e que, antes da abertura des-tes debades-tes, a f i r m e a m i n h a p r o f u n d a con-v i c ç ã o de que a « d e m o c r a c i a cooperaticon-va, longe de ser u m a fraqueza, pode ser p e l o c o n t r á r i o , u m a i n c o m p a r á v e l garantia de e f i c á c i a .

N ã o somente a democracia bem conce-bida confere u m a grande autoridade às d i r e c ç õ e s d e v i d o ao p l e n o acordo dos cooperadores, mas estes, p o r seu t u r n o , concorrem para a e f i c i ê n c i a exercendo v i g i l â n c i a no s e r v i ç o f i n a l .

N ã o é p o r t a n t o sobre u m a c r e n ç a ideo-l ó g i c a , mas sobre a e x p e r i ê n c i a coopera-t i v a , que se f u n d a a m i n h a c o n v i c ç ã o .

Se as regras de a c ç ã o a que n ó s obede-cemos, conservam, desde h á mais de u m s é c u l o , o seu v a l o r permanente a t r a v é s da e v o l u ç ã o e c o n ó m i c a , isso se deve simples-' mente a elas serem a t r a d u ç ã o p r á t i c a dos mais altos valores morais, pelas quais os homens se g u i a m e que s ã o : a Liberdade, a I g u a l d a d e e a J u s t i ç a .

S ã o estes mesmos p r i n c í p i o s que d ã o v i d a à s nossas o r g a n i z a ç õ e s cooperativas q u a n d o elas actuam n o seio dos seus p r ó -p r i o s -p a í s e s , n ã o somente -para assegurar o seu desenvolvimento, mas t a m b é m para exercer u m a i n f l u ê n c i a l e g í t i m a na evolu-ç ã o e c o n ó m i c a e social da n a evolu-ç ã o . E é t a m b é m m i s s ã o da A l i a n ç a levar o e s p í r i t o e a e x p e r i ê n c i a cooperativa aos organismos internacionais. Se n ã o i n t e r f e r i m o s na a c ç ã o p o l í t i c a das N a ç õ e s Unidas, se a nossa i n f l u ê n c i a den-t r o d o Conselho E c o n ó m i c o e Social n ã o é a que desejamos, devemos, p o r o u t r o l a d o r e j u b i l a r c o m a c o l a b o r a ç ã o da A l i a n ç a na O. I . T . , na F. A . O. e na U N E S C O e n o u -tros organismos especializados. Esta cola-b o r a ç ã o é p r i n c i p a l m e n t e n e c e s s á r i a para coordenar as acções que se exercem para-lelamente no a u x í l i o t é c n i c o aos p a í s e s e m vias de desenvolvimento.

(7)

GRANDE MANIFESTAÇÃO DE FÉ COOPERATIVISTA

ECOS DO CONGRESSO

D E LAUSANA

O X X I Congresso da A C I deu especial a t e n ç ã o à s m o d i f i c a ç õ e s estruturais que se e s t ã o a verificar em muitos dos movimentos cooperativos nacionais.. F o i discutido u m pro-grama cooperativo de a c ç ã o , destinado a elevar a capacidade e c o n ó m i c a das sociedades cooperativas, mas mantendo nelas os princí-pios tradicionais da c o o p e r a ç ã o .

O Congresso, a p ó s esta d i s c u s s ã o , aprovou a seguinte r e s o l u ç ã o , por unanimidade, acon-lhando as o r g a n i z a ç õ e s cooperativas a: — coordenar em todos os escalões as

actividades das o r g a n i z a ç õ e s para obter a m á -x i m a eficiência na p r o d u ç ã o , na distribui-ç ã o e financeira;

— aproveitar todas as ocasiões de criar so-p ciedades internacionais, com so-proso-priedade

comum, agindo de acordo com os princí-pios cooperativos;

— aplicar durante a a d a p t a ç ã o às novas estruturas os princípios fundamentais do cooperativismo) dando aos associados as maiores possibilidades de desempenharem u m papel activo.

Se a sorte da paz se joga nos debates p o l í t i c o s , é no t r a b a l h o paciente e orde-nado destas grandes i n s t i t u i ç õ e s internacio-nais que ela se organiza.

UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A PAZ

N o m o m e n t o e m que nos reunimos a atmosfera p o l í t i c a i n t e r n a c i o n a l está per-turbada como já o estava quando do Con-gresso de Z u r i q u e .

E n t ã o o seu presidente, L o r d R u s h o l m ^constatou c o m a m a r g u r a que, catorze me-' _me-'S a p ó s o f i m da guerra, a atmosfera de

suspeita e a f a l t a de f é d i v i d i a m já aque-les que t i n h a m o dever de encontrar as bases da paz.

Desde e n t ã o , a t r a v e s s á m o s muitas crises p o l í t i c a s internacionais sem r e p e r c u s s ã o grave na A l i a n ç a

As p e r t u r b a ç õ e s neste d o m í n i o ensinaramnos que n ã o nos devemos deixar i n -f l u e n c i a r pelos acontecimentos actuais.

C o n s t r u í m o s para o f u t u r o e é, o l h a n d o mais alto e mais longe, que a C o o p e r a ç ã o m a n t e r á a sua serenidade nos momentos mais c r í t i c o s .

A e v o l u ç ã o dos povos, o seu crescimento d e m o g r á f i c o , m o s t r a m a todos que a h u -manidade é s o l i d á r i a e que a m i s é r i a de uns pode p e r t u r b a r a riqueza dos outros.

É a d i v i s ã o das grandes p o t ê n c i a s que retarda a guerra à f o m e que é n e c e s s á r i o declarar c o m u r g ê n c i a .

E, no entanto, é a g i n d o conjuntamente, numa grande obra de s a l v a ç ã o c o m u m , que as nações s a i r ã o deste c l i m a de descon-f i a n ç a que a l i m e n t a sentimentos de inse-g u r a n ç a .

R A C I O N A L I Z A ç â O D O S A R M A Z é N S

Do relatório de Maurice Bon aw ao XXI Congresso da A. I. C.

As estatísticas e c o n ó m i c a s , compiladas e estudadas pelos M o v i m e n t o s Cooperativos de v á r i o s p a í s e s e , m o s t r a m que os progres-sos e c o n ó m i c o s e t é c n i c o s c r i a m a necessi-dadede a r m a z é n s de m a i o r i m p o r t â n c i a (a sua i m p o r t â n c i a é m e d i d a p e l o m o v i m e n t o total de mercadorias) do que aquela a que estamos presentemente habituados.

Este facto, adicionado à desigualdade da d i s t r i b u i ç ã o da p o p u l a ç ã o , provocada e m muitos p a í s e s pelo progresso da i n d u s t r i a -l i z a ç ã o e da u r b a n i z a ç ã o , t o r n a n e c e s s á r i o o encerramento das pequenas lojas rurais que, e m certos casos, p o d e r ã o , ser substi-t u í d a s p o r a r m a z é n s m ó v e i s .

Se n ã o se t o m a esta m e d i d a r a d i c a l , a s o b r e v i v ê n c i a destas l o j a s a n t i e c o n ó m i c a s i m p e d i r á as sociedades cooperativas de sal-vaguardar nas melhores c o n d i ç õ e s os inte-resses dos seus membros. S e r ã o u m peso m o r t o na c o n c o r r ê n c i a c o m os a r m a z é n s que t ê m sucursais m ú l t i p l a s e que e s t ã o organizados geralmente e m unidades de m a i o r grandeza nas zonas urbanas.

N o caso de ser n e c e s s á r i o manter as pequenas lojas, de uma dada sociedade cooperativista será talvez i n d i s p e n s á v e l a p l i -car neles p r e ç o s diferentes dos que v i g o r a m nos a r m a z é n s maiores e mais e c o n ó m i c o s que a mesma sociedade tenha nas cidades. I g u a l m e n t e nas cidades será preciso p r o -ceder a u m reagrupamento g r a d u a l em a r m a z é n s maiores e mais racionais, de m o d o a p o d e r e m resistir à c o n c o r r ê n c i a exercida pelos grandes estabelecimentos p o r inter-m é d i o das sucursais estes que instalainter-m cointer-m p r o f u s ã o .

As estatísticas p r o v a m que a e x i s t ê n c i a de pequenas lojas que vendem p r o d u t o s i n a l -t e r á v e i s n ã o -t ê m j u s -t i f i c a ç ã o e c o n ó m i c a . O mesmo se pode dizer a respeito das peque-nas mercearias. C o m o aumento dos salá-rios e dos gastos correlativos, as despesas fixas com a r e m u n e r a ç ã o d o pessoal tor-n a r ã o p r o i b i t i v a s as pequetor-nas lojas.

N o s p a í s e s em que o a c r é s c i m o r á p i d o dos s a l á r i o s prossegue e onde e m regra n ã o existe desemprego, a e x p e r i ê n c i a indica que n ã o basta substituir as pequenas lojas por a r m a z é n s maiores. É i n d i s p e n s á v e l tam-b é m i n t r o d u z i r nelas o anto-serviço ou, pelo menos, u m a f o r m a i n t e r m é d i a entre o bal-c ã o t r a d i bal-c i o n a l e o anto-serviço. O r a as despesas f i x a s é que d e t e r m i n a m a d i m e n -são m í n i m a dos a r m a z é n s c o m a u t o - s e r v i ç o . É p o r t a n t o n e c e s s á r i o p r o c u r a r instalar

P r o c u r a n d o estabelecer neste congresso o nosso dever perante o m u n d o e m e v o l u ç ã o , temos a c o n s c i ê n c i a de c o n t r i b u i r c o m f é para a paz que todos n ó s desejamos: a paz para os homens mais h u m i l d e s e para as mais pequenas n a ç õ e s .

O CONGRESSO D E LAUSANA E A

IMPRENSA COOPERATIVA

Antes da r e u n i ã o do Congresso da A Ç I . rcalizaram-se c o n f e r ê n c i a s auxiliares abor-dando assuntos do maior interesse para a vida da C o o p e r a ç ã o e que serviram admira-velmente como p r e p a r a ç ã o do mesmo Con-gresso.

E n t r e elas apontamos as c o n f e r ê n c i a s rela-tivas à e d u c a ç ã o e à imprensa cooperarela-tivas que reuniram cerca de 60 delegados de 24 países.

E m ambas estabeleceram-se discussões so-bre assuntos que e s t ã o naturalmente m u i t o relacionados entre si, pois n ã o é possível desligar o papel da imprensa da a c ç ã o edu-cadora no seio da C o o p e r a ç ã o .

Os temas escolhidos na C o n f e r ê n c i a da imprensa mostram bem quais s ã o , na hora actual, as p r e o c u p a ç õ e s dos cooperadores que trabalham nos jornais c revistas cooperativas. Apontamos entre cies:

Q U A I S A S P U B L I C A Ç Õ E S Q U E COR-R E S P O N D E M À S E X I G Ê N C I A S A C T U A I S D O M O V I M E N T O C O O P E R A T I V O ? COMO D E V E A I M P R E N S A E X P O R A i D E O L O G I A C O O P E R A T I V I S T A ? O U A I S S Ã O OS M E L H O R E S M E I O S D E D I F U N D I R A I D E I A C O O P E R A T I V I S T A ? A imprensa, como era de esperar, foi considerada u m dos melhores meios de i n f o r m a -ç ã o e de e d u c a -ç ã o . Reeonheeeu-se que em todos os países se fizeram progressos n o t á -veis, tanto no que respeita à técnica como à qualidade das p u b l i c a ç õ e s cooperativas. N ã o se t r a t a , com efeito, apenas de propagar os ideais cooperativos e de dar notícias sobre as organizações cooperativas, mas t a m b é m de tornar os nossos jornais mais atraentes publicando assuntos de interesse geral, que v ã o ao encontro dos desejos do leitores.

Vcrificase assim a c o n v e n i ê n c i a dos m o v i -mentos cooperativos terem, a par do jornal de larga e x p a n s ã o , a revista técnica e dou-t r i n á r i a mais propriamendou-te desdou-tinada aos cooperadores mais activos.

Aos r e s p o n s á v e i s pela imprensa coopera-tiva compete, p o r t a n t o , criar jornais que se-j a m o espelho do movimento cooperador, que informe de uma maneira essencial e precisa os leitores e saibam combinar com equilíbrio os assuntos da c o o p e r a ç ã o com outros de i n -teresse mais geral.

Na c o n f e r ê n c i a frisou-sc que n ã o basta aos jornais cooperativos serem tecnicamente bem feitos, que o seu c o n t e ú d o seja d o u t r i n à r i a -mente j u s t o : c i n d i s p e n s á v e l que sejam lidos e que se n ã o confunda o n ú m e r o de exem-plares d i s t r i b u í d o s com a quantidade de lei-tores.

Estas conclusões merecem bem a a t e n ç ã o das cooperativas e daqueles dirigentes que ainda n ã o meditaram suficientemente na i m -p o r t â n c i a da im-prensa coo-perativa na vida da sua sociedade e do movimento em geral.

a r m a z é n s de a u t o - s e r v i ç o com d i m e n s õ e s suficientes.

A densidade crescente dos a u t o m ó v e i s particulares e os problemas de estaciona-mento que preocupam os clientes dos arma-z é n s situados no centro das cidades é o u t r o factor que estimula a c r i a ç ã o de centros comerciais, onde sejam associadas a venda em grande escala de artigos de mercearia e a de outros bens de consumo q u o t i d i a n o , n u m t i p o p a r t i c u l a r de a r m a z é m de auto--serviço, o q u a l parece p r o m e t e d o r e m muitos países, sob o p o n t o de vista dos gastos gerais que i m p l i c a .

(8)

Cooperativas

de aforro e de crédito

(Continuação da pág. j.)

o dar a u x í l i o ao recrutamento e e d u c a ç ã o do pessoal das ligas; o p r o m o v e r u m a o p i -n i ã o f a v o r á v e l ao dese-nvolvime-nto do coo-p e r a t i v i s m o de c r é d i t o ; o coo-p ô r à d i s coo-p o s i ç ã o das cooperativas u m a cobertura dos seus f u n d o s ; o i n f o r m a r r á p i d a e competente-mente as ligas em assuntos de natureza e c o n ó m i c a ; o p u b l i c a r u m a revista inter-nacional, T h e Credit U n i o n B r i d g e (os norte-americanos chamam « u n i o n s » às coo-perativas de c r é d i t o ) p a r a uso dos dirigentes do m o v i m e n t o ; o p l a n i f i c a r o m e l h o r a mento dos serviços e a e x t e n s ã o de m o v i -mento; o fazer propaganda do cooperativismo de c r é d i t o no estrangeiro ( . . . ) A c o n -selhamos a que se p o n h a m e m contacto c o m a C. U . N . A . todos os portugueses que quiserem f u n d a r cooperativas de c r é d i t o (Sede I n t e r n a c i o n a l : Filene House, 1617 Sherman Avenue, M a d i s o n , 1. W i s c o n s i n , Estados U n i d o s da A m é r i c a ) ( . . . )

Os rendimentos de u m a cooperativa de c r é d i t o s ã o c o n s t i t u í d a s : 1) pelos juros pa-gos pelos sócios p r e s t a t á r i o s ; 2) pelos juros pagos, pelo banco onde o seu d i n h e i r o é depositado; 3) pelos juros das o b r i g a ç õ e s de i n s t i t u i ç õ e s s ó l i d a s que a cooperativa a d q u i r i u , o b r i g a ç õ e s f à c i l m e n t e n e g o c i á v e i s .

As cooperativas de c r é d i t o n ã o possuem capital f i x o ; cada novo sócio v a i entrando c o m a sua parte e o capital realizado au-menta assim gradualmente; as p r e s t a ç õ e s de cada u m s ã o creditadas na sua conta os corrente, na q u a l s ã o t a m b é m l a n ç a d o s os excedentes que lhe f o r a m a t r i b u í d o s no f i m do e x e r c í c i o . D e v e r i a existir u m a r e p a r t i ç ã o p ú b l i c a de c o o p e r a ç ã o ; o u u m M i n i s t é r i o da Coope-r a ç ã o ; o u u m a j u n t a de a u x í l i o à coopeCoope-ra- cooperaç ã o ; o u u m a d i r e c t o r i a geral n u m m i n i s -t é r i o do -trabalho, da p r e v i d ê n c i a e da coo-p e r a ç ã o . Essa r e coo-p a r t i ç ã o se encarregaria da propaganda do cooperativismo do f o m e n t o do seu ensino em todas as escolas, dos diferentes graus, desde o p r i m á r i o , ao su-perior, do registo das cooperativas e da f i s c a l i z a ç ã o das escritas de todas elas, i n c l u -sas as Caixas Cooperativas de a f o r r o e de c r é d i t o .

(De «O Cooperativismo-» — objectivos e modalidades — p á g s . 269 a 273).

5 0 . ° a n i v e r s á r i o d a A j u d e n s e

Foi n u m ambiente de intensa v i b r a ç ã o que a progressiva cooperativa Ajudense realizou no d i a 1 de Janeiro p . p. a sessão solene c o m e m o r a t i v a dos seus 50 anos de v i d a associativa, c o m a q u a l encerrou as brilhantes c o m e m o r a ç õ e s iniciadas no pas-sado m ê s de M a i o , e que t i v e r a m u m a larga e e n t u s i á s t i c a c o m p a r t i c i p a ç ã o da massa associativa. À sessão p r e s i d i u a D r .a L ú c i a N o b r e . Secretariaram Carlos G a l i n o , D . L e o c á d i a do Ó, Carlos de B r i t o , E n g .0 Vasco de Carvalho, J o a q u i m Caldeira, J ú l i o D u a r t e . U s a r a m da p a l a v r a os senhores: Bernar-d i n o Bernar-da Silva D u a r t e , presiBernar-dente Bernar-da Bernar- direc-ç ã o cessante, que fez judiciosas considera-ções sobre a v i d a cooperativa e a homena-gem que ia ser prestada à m e m ó r i a de L o u r e n ç o de Ó, u m dos e s f o r ç a d o s f u n -dadores da colectividade em festa. M a n u e l Clemente dos A n j o s f a l o u documentalmente da actividade e e s p í r i t o de c o o p e r a ç ã o de L o u r e n ç o de Ó, a p ó s o que sua f i l h a — Sr.a D . L e o c á d i a de Ó-—• descerrou a l á p i d e em homenagem à m e m ó r i a de seu p a i . D u a r t e Marques, pela d i r e c ç ã o e J o a q u i m

O «BOLETIM

COOPERATIVIS-TA» É OBRA DOS QUE SONHAM

E Q U E R E M UM JORNAL CAPAZ

D E AFIRMAR AS SUAS

ASPIRA-ÇÕES D E COOPERADORES.

É A HORA D E

REFORÇAR-MOS A SUA ACÇÃO P E L A

COLA-BORAÇÃO, P E L A EXPANSÃO.

Caldeira em nome dos empregados da cooperativa homenageiam o presidente ces-s a n t e — B e r n a r d i n o da Silva D u a r t e — - a q u e m e x p r i m e m a sua m u i t a c o n s i d e r a ç ã o , o f e r t a n d o u m a s i g n i f i c a t i v a l e m b r a n ç a e colocando a sua f o t o g r a f i a ao lado dos que devotadamente t ê m servido a Ajudense.

Seguiu-se a d i s t r i b u i ç ã o de emblemas co-memorativos do 50.° a n i v e r s á r i o . Pronuncia-r a m intePronuncia-ressantes c o n s i d e Pronuncia-r a ç õ e s , os coopePronuncia-ra- coopera-dores:

Carlos B r i t o — o sócio mais a n t i g o ; J ú l i o D u a r t e ; G e r m a n o da Costa, da Piedense; J o s é Pereira Matoso, do Boa Flora F u t e b o l Clube; Clemente dos A n j o s ; E n g .0 Vasco

de Carvalho, pelo B o l e t i m Cooperativista; Carlos G a l i n o , pela U n i c o o p e ; B e r n a r d i n o da Silva D u a r t e , que em nome da Ajudense, entregou ao presidente da assembleia geral da cooperativa de B r a ç o de Prata — u m a placa de prata —• como testemunho de gra-t i d ã o pelo a d m i r á v e l e s p í r i gra-t o de cooperaç ã o manifestado p o r esta estimada c o n g é -nere em r e l a ç ã o à Ajudense.

A p ó s a sessão seguiu-se u m a n i m a d o e bem servido beberete.

Bernardino da Silva Duarte, dirigindo-se à assistência, testemunha a sua fé e confiança cooperativista

A Exposição Nacional de Embalagem

N ã o h á n i n g u é m a quem, pelo menos uma vez na v i d a , n ã o tenha acontecido comprar u m artigo de consumo corrente apenas por-que a sua embalagem lhe «deu no g o t o » . M u i t a gente se habitua a preferir uma certa mercadoria especialmente porque a embala-gem lhe agrada. ( . . . )

Mas, no actual mundo comercial, onde v ã o proliferando os sistemas de « s u p e r - m a r k e t s » e os «self-services», n ã o basta que uma em-balagem impressione favoravelmente a dona de casa, quando exposta à venda ao lado de outras embalagens concorrentes. N ã o basta que a embalagem « a t r a i a » o interesse da cliente. É necessário que ela tenha qualida-des que acelerem o acto da compra. É pre-ciso que a embalagem r e ú n a tantas qualida-des técnicas que, exposta no seu sector

especializado, p a r e ç a gritar: «Aqui estou eu, a melhor entre todas. Compra-me imediata-m e n t e ! »

Este e x t r a o r d i n á r i o requisito da moderna embalagem de a p r e s e n t a ç ã o e venda, que acabamos de apontar, p a r e c e r á impossível de atingir às pessoas que n ã o tenham tido con-tactos com problemas da actual t é c n i c a da embalagem. E , no entanto, muitos s ã o os estudos feitos nesse sentido e muitos os resul-tados j á obtidos, tanto nos Esresul-tados Unidos como nalguns países da Europa Ocidental.

Se soubermos observar, verificaremos que alguns dos artigos que compramos com grande f r e q u ê n c i a usam embalagens por t a l modo aliciantes que n ó s n ã o resistimos ao desejo de os comprar.

(9)

A Sociedade Cooperativa União Familiar Operária de Ramalde

comemorou a passagem do 68.

0

aniversário

por A L B E R T O A L V E S C A R N E I R O

Durante 5 dias, os sócios da Cooperativa de Ramalde, P o r t o , v i v e r a m , entusiastica-mente, outros tantos dias festivos que a d i r e c ç ã o da Sociedade lhes proporcionou ao elaborar c fazer c u m p r i r u m programa, inteligentemente estudado, no qual se encontravam incluídos n ú m e r o s culturais de valor, a l é m de outros atractivos, destacando-se de entre os mesmos a e f e c t i v a ç ã o de uma c o n f e r ê n c i a de interesse para o Cooperativismo.

A alguns desses actos comemorativos assistimos, o que nos deu m o t i v o de presen-ciarmos gestos e cenas de grande simpatia e d e s t a c á v e l carinho, demonstrados por parte de grande n ú m e r o de associados para com a sua Sociedade.

A actual d i r e c ç ã o composta por dedicados e valiosos elementos, que vem desenvol-vendo a sua actividade de uma maneira h á b i l , competente e profundamente honesta e c o m p r e e n s í v e l , v i u coroados do melhor ê x i t o todos os esforços que empregou no sentido de dar à s c o m e m o r a ç õ e s o alto significado que as mesmas i m p u n h a m . À sua v o l t a teve a oportunidade de ver concentrados todas as a t e n ç õ e s e agradecimentos dos seus consócios que, no f i n a l dos actos realizados lhes prestaram os reconhecimentos devidos.

N ã o f o r a m esquecidos os demais corpos directivos da Cooperativa, dado que da c o a d j u v a ç ã o de todos os seus componentes e do seu perfeito entendimento sobre os assuntos de interesse colectivo, resultou o mais completo e d e s t a c á v e l brilho com que encerrou

Í

f i n a l das c o m e m o r a ç õ e s . E s t ã o de p a r a b é n s , p o r t a n t o , os cooperativistas de Ramalde.

No decurso do tempo acima anunciado, ou seja, nos dias consagrados às comemora-ções, realizaram-sc, na sede social, sessões de cinema, concerto pela Banda de Ramalde, u m e s p e c t á c u l o de variedades e a e x i b i ç ã o de u m Rancho Folclórico, n ú m e r o s que despertaram elevada a t e n ç ã o e entusiasmo, encontrandose sempre repleto, de sócios e f a m i -liares, o vasto S a l ã o de Festas.

A c o n f e r ê n c i a , subordinada ao tema «O Cooperativismo e a C u l t u r a P o p u l a r » f o i pro-nunciada pelo nosso estimado amigo e considerado dirigente A m é r i c o Cardoso. Antes do início da mesma, as d e p e n d ê n c i a s da Sociedade que estavam franqueadas à s pessoas que as pretendessem ver. tiveram a p r e s e n ç a de elevado n ú m e r o de sócios, verificando assim, as m a g n ã f i c a s e amplas i n s t a l a ç õ e s da Cooperativa, o perfeito arrumo e boa dispo-sição dos artigos expostos, estes em a b u n d â n c i a c o n s i d e r á v e l , sendo gerais os elogios dirigidos aos administradores da Cooperativa, pelo b o m gosto e a r r a n j o verificado em t u d o .

A CONFERÊNCIA

O salão eneheu-se por completo de representantes das i n s t i t u i ç õ e s c o n g é n e r e s desta cidade c arredores, de elevado n ú m e r o de associados e familiares c outras a g r e m i a ç õ e s da freguesia.

Pelas 16 horas c meia. o presidente da d i r e c ç ã o , J o s é Ferreira Valério, n u m breve

dis-Í

urso, e x p õ e o alto significado dos actos j á levados a efeito em dias anteriores que atin-iram grande entusiasmo. O n ú m e r o a realizar neste dia, di-lo o orador, despertou igualmente certa a t e n ç ã o , visto que se t r a t a de uma c o n f e r ê n c i a preparada para o f i m em vista.

Convida para presidir à mesma o sr. I n á c i o dos Santos Viseu J ú n i o r , presidente da assembleia geral da Cooperativa, que, por sua vez, chamou os srs. J o s é de Castro, A n t ó n i o da Silva Neves, J o s é Vieira, Carlos Ferreira, representantes das seguintes colectividades: Norteeoop, da Banda de Ramalde, da Cooperativa de Aldoar e da Associação A . Restau-radora, que ocuparam os lugares dc s e c r e t á r i o s .

No uso da palavra o sr. I n á c i o Viseu apresentou os cumprimentos da Sociedade em festa, aos delegados presentes e bem assim aos associados, descrevendo, seguidamente, o que tem sido o trabalho da actual gerência cuja a c ç ã o elogiou, felicitando-a e eneorajando-a para novos empreendimentos.

Faz a seguir uso da palavra o sr. J o s é de Castro, a quem f o i destinada a m i s s ã o da a p r e s e n t a ç ã o do conferente. Fá-Io dc uma forma b r i l h a n t e , levando a assistência a receber o sr. A m é r i c o Cardoso, com uma prolongada salva de palmas.

Este, pronunciou, e n t ã o , a sua conferência dissertando largamente sobre v á r i o s assun-tos, todos relacionados com o trabalho que preparou, apontando factos e citando exemplos quanto ao valor da cultura no seio das classes o p e r á r i a s .

A m i s s ã o a desempenhar pelas cooperativas de consumo merecem do orador amplas a p r e c i a ç õ e s , e de maneira especial o dever que cabe à mulher quando associada numa dessas colectividades de c a r a c t e r í s t i c a s puramente e c o n ó m i c a s . A p o n t o u as dificuldades que surgiram durante as duas grandes guerras, destacando os esforços dispendidos pelas respectivas direcções da Cooperativa de Ramalde, para abastecerem as f a m í l i a s associadas.

Sobre c u l t u r a , a f i r m o u A m é r i c o Crdoso, impõe-se como meio de esclarecimento e de c o m p r e e n s ã o , os colóquios, onde cada u m apresente e defenda os seus pontos de vista.

Ao terminar:

«A Cooperativa de Ramalde tem na sua frente u m grande f u t u r o de realizações p r á -ticas. Economicamente é u m baluarte da vida caseira; culturalmente é uma grande escola de conhecimentos. Como associação dc i n d i v í d u o s , a l é m de c o n s u m i d o r e s , é u m centro de c o n v í v i o moral e social. Quando os homens se entendem, pelas boas palavras e c o n v i v ê n c i a amiga, a prosperidade das instituições particulares, marcha sem dificuldades, para o bem

(Continua na pág. 5)

A RESSURREIÇÃO DO CAMINHANTE

(Cont. da p á g . 1)

sava pena o seu aspecto; m u i t o magro, e s q u e l é t i c o , o seu o l h a r parado, sem expres-são, sem v i d a , como a dizer-nos que a sua e x i s t ê n c i a estava presa p o r u m f i o ! Penosa-mente l á ia s u b i n d o o monte, sem n i n g u é m a seu lado que o ajudasse naquela fatigante caminhada! Para descansar parava de vez em q u n d o . Mas lá ia subindo! Chegou ao c i m o e para refazer as f o r ç a s perdidas sen-tou-se n u m a pedra. L á no alto o ar era p u r o e ele respirou aquele ar reconfortante. O l h o u para o f i r m a m e n t o e v i u muitas nuvens a b r a ç a d a s umas às outras e p e n s o u : — « c o m o as nuvens s ã o meigas e boas umas para as o u t r a s » . E eu a q u i sem n i n g u é m que me acarinhe, p o b r e e bandonado à m i n h a triste sina! R e p a r o u depois n u m bando de aves que alegremente e s v o a ç a v a m p o r c i m a de sua cabeça. Seus gorgeios eram alegres e sempre que passavam umas pelas outras se b e i j a v a m meigamente, c o m amor i n f i n i t o e belo! E o caminhante pensou: — « c o m o se querem umas às outras as a v e z i n h a s » —• e eu a q u i só, cativo, entregue a completo abandono. O l h o u a seguir para o f u n d o do m o n t e e v i u u m a extensa p l a n í c i e , toda f l o r i d a , toda verdejante. N o m e i o da pla-n í c i e v i u u m c o m p r i d o f i o de prata que, pelo poder dos raios solares, t i n h a u m b r i l h o resplandecente. F i x o u bem a vista naquele p o n t o b r i l h a n t e e l e p a r o u que aquele f i o de prata eram as á g u a s d u m r i -b e i r i n h o que deslisavam, p e l o seu leito, suave, mansamente, n u m desejo v i b r a n t e de se i r e m j u n t a r a outras á g u a s . E o cami-nhante mais u m a vez pensou: «até as á g u a s se u n e m umas às outras n u m desejo fre-mente de se quererem b e m » — e eu a q u i estou o l v i d a d o de todos! Passaram-se anos. A t é que o caminhante quis, novamente, subir o monte. A l q u e b r a d o , t r ô p e g o , l á foi o u t r a vez. Q u a n d o ia p o r é m no s o p é do m o n t e reparou que era seguido p o r m u i t o s homens! J á n ã o estava sem c o m p a n h i a ! Parou e olhouos e eles disseram — « c a m i -nhante, t u , já n ã o estás só; tens à tua volta, para te ajudar, m u i t o s c o o p e r a d o r e s » ! T e m f é no p o r v i r , que ele h á - d e ser promissor! E o caminhante de alquebrado e doente que estava, ressurgiu s ã o , tornando-se, de repente, n u m h o m e m cheio de v i g o r , f o r t e , robusto. A passo f i r m e e decidido escalou o monte a t é ao cimo. O c a n s a ç o desapare-cera! Este caminhante é o s í m b o l o d o coope-r a t i v i s m o p o coope-r t u g u ê s . O coopecoope-rativismo já caminha sem se cansar, c o m f o r ç a cada vez m a i o r , pela terra portuguesa e disposto a ocupar o l u g a r que lhe compete na v i d a e c o n ó m i c a nacional. Deve-se e m grande parte ao B o l e t i m Cooperativista esta mara-vilhosa metamorfose! O B o l e t i m Coopera-tivista (o nosso ú n i c o ó r g ã o de imprensa) está, sem e q u í v o c o s , a desempenhar u m papel preponderante na v a l o r i z a ç ã o e exp a n s ã o do m o v i m e n t o cooexperativo exp o r t u -guês. Saudemos, pois, os seus dez anos de vida, u m l o n g o c a m i n h o já p e r c o r r i d o na defesa e c o n ó m i c a de milhares de trabalhadores que se encontram associados em i n ú -meras cooperativas de P o r t u g a l .

Referências

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