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3º Domingo da Quaresma

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Academic year: 2021

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3º Domingo

da Quaresma

Homilia meditada para a Família Salesiana

P. J. Rocha Monteiro, sdb

Destruí este templo e em três dias o levantarei. Jo 2,19

Jo 2,13-25

1. Introdução

No Evangelho de hoje, Jesus aparece de chicote na mão. É o antagonismo entre Jesus e o templo. Em todas as religiões os homens projetaram amiúde sobre a divindade, o tipo de relacionamento experimentado com os poderosos da terra. Jesus identifica-se, apresenta o Seu novo programa a forma do homem viver a sua interioridade.

Na segunda leitura Paulo faz o contraste entre a sabedoria filosófica e a sabedoria divina. A primeira leitura fala-nos dos Dez Mandamentos como um dom do amor de Deus, uma fonte de bênçãos e um convite à fraternidade humana.

2. O antagonismo entre Jesus e o Templo

O antagonismo entre Jesus e o Templo aparece já na primeira das três festas de Páscoa descritas no Evangelho de João (cf. Jo

6,4; 11,55), mostrando incompatibilidade entre Deus que se

manifesta em Jesus e a imagem que têm de Deus aqueles que frequentam o Templo.

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Estes celebram ritos vazios, estéreis, sem chegar à alma do povo. Esta situação tinha sido criticada muitas vezes pelos profetas.

3. Jesus é o “novo templo”

Jesus é o “novo templo” que será habitado por todos aqueles que nele querem permanecer.

As catequeses Joânicas insistem neste “permanecer” em Deus, permanecer no Seu amor. Jesus traz-nos uma nova proposta, uma nova forma de viver em Deus. É o tempo da chegada do Messias tão desejado. Os cristãos passarão a ser “pedras vivas que entram na construção dum edifício espiritual” (1 Ped 2,5).

4. Novo programa de vida

Jesus é o tempo novo e o templo novo, uma nova compreensão das Escrituras. A sua relação com os homens é diferente. Desde pequenino que nasce no meio dos humildes: são pastores e ovelhas que O rodeiam e não pastores espirituais, gente de leis. Jesus não acreditava neles.

Não precisava de fazer um estudo sobre o homem. Ele conhecia bem o coração do homem. Trabalhar com o coração dos seus discípulos, dos pobres, dos humildes era o centro da sua preocupação.

5. É o homem interior que Jesus trabalha

Jesus quer instaurar a religião da interioridade. O Evangelho vem dizer-nos que a renovação do culto do Antigo Testamento é exigida por Cristo. Ele transforma-se na proposta definitiva de Deus ao homem. Recordar Santo Agostinho: «Fora de mim Te procurava e Tu estavas dentro de mim».

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Alcança a plenitude pelo caminho do coração. E alcança-nos na vida de todos os dias, no seu templo frágil, maravilhoso e incomensurável.

E mesmo que uma vida valha pouco, nada vale tanto como uma vida. Se pudéssemos caminhar dentro do mundo como dentro de um santuário imenso, e caminhar na direção das pessoas, vendo-as como um templo, então cada passo seria um passo para Deus, um passo dentro de Deus.

6. Servir os homens, máxima dignidade

O Pai de Jesus não pede nada aos homens, mas é Ele que Se dá com todo o Seu amor: o Deus de Jesus não pede para ser servido, mas é Ele que Se coloca ao serviço dos homens (cf. Mt 20,28). Por isso, o único culto que o Pai requer é o prolongamento do Seu amor à Humanidade (cf. Jo 4,24).

A dignidade do homem não consiste em elevar-se sobre os seus semelhantes, mas em colocar-se ao seu serviço (cf. Jo 13,1-20).

1 Cor 1, 22-25

Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os homens, mas sabedoria de Deus para os que são chamados.

7. Ambiente

A comunidade de Corinto era viva e fervorosa mas contaminada por um ambiente com uma moral muito frágil e com a sedução da sabedoria filosófica de origem pagã. Paulo vai tentar confrontar os dois pontos de vista. Para os cristãos há uma só moral: seguir Jesus Cristo e Este crucificado, isto é, seguir a Cruz gloriosa.

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8. Loucura da cruz

São Paulo diz-nos que a salvação é obtida através da fé no mistério pas¬cal: Cristo morto e ressuscitado. A Cruz torna-se poder e sabedoria de Deus porque por ela nos vem a salvação. Hoje ser discípulo de Jesus, é edificar o Seu corpo, é selar a Sua Aliança; é discípulo aquele que se deixa modelar pela força dos Sacramentos e iluminar pela luz da Palavra.

É fiel à Aliança quem, a exemplo de Jesus, destrói o «templo» velho, para edificar o «templo» dos homens novos, dos verdadeiros filhos de Deus.

Mas é na Cruz, onde um homem morre por amor, que se encontra o verdadeiro «poder de Deus» e a verdadeira «sabedoria de Deus» (v. 24), e Jesus Crucificado é o único sinal visível do Senhor para toda a Humanidade.

Eu sou o Senhor teu Deus...

Ex 20, 1-17

9. Os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos orientam o nosso viver pela relação vertical, com Deus, e pela relação horizontal, com os irmãos. Deus é o centro do universo e preocupa-Se com a felicidade das Suas criaturas. O momento em que Deus promulga a Sua Aliança com os homens é um dos momentos mais importantes da História da Salvação.

Sendo os Mandamentos um dom do amor de Deus, é importante que o homem não veja neles uma imposição, mas sim uma Palavra de Deus que espera uma resposta; uma fonte de bênçãos

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para quem os cumpre, confiando nas promessas de Deus; enfim, um apelo à valorização da vida interior e um elo de comunhão com Deus, quer a nível pessoal, quer a nível comunitário.

10. Deus está no interior do homem

Nas Confissões de Santo Agostinho, muitas vezes e em diversos contextos se afirma que Deus está presente no íntimo dos corações. Vejamos como ele sublinha esta verdade: “Ele, que não está longe, foi o criador de todas as coisas. Não as fez para depois as deixar, mas d’Ele vêm e n’Ele estão.

Ele está onde se saboreia a Verdade. Está no íntimo do coração, mas o coração errou longe d’Ele. Voltai, ó pecadores, ao coração e ligai-vos Àquele que vos criou. Firmai-vos n’Ele e estareis firmes. Descansai n’Ele e descansareis”. (Confissões 4,12,18)

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Harmonia do fogo

Eu sou o Senhor Teu Deus...Ex 20,2 Cristo é poder e sabedoria de Deus... 1Cor 1,18

Dez pedras, dez palavras vi no rio. Com elas criei na família o amor

Entre pais e filhos. Adoração Ao Deus Criador do céu e da terra. Carta de amor, respeito, dom da vida. Sozinho fiquei. Deixei meu barqueiro

De chicote no ar templo esvazia. Lá longe Jerusalém anoitecia. Teu sangue divino escorre no Calvário

Fruto mais belo: escândalo judeu, Sabedoria eterna, óleo de alegria, Splendor de Deus na cruz amanheceu. Ó cruz de branco vestida no alto monte,

Cordeiro de Deus triunfante, louvor, Cego estou de te olhar em inebriado Encanto. Perdão, Senhor, Te amo tanto.

Mistério da Quaresma primavera Deserto palpitante dum Deus amante

Fulgor do sol, saudade do Paraíso, Aliança sagrada c’oa terra amada. Quando um dia vieres julgar, meu Pai, Tem piedade de mim. Unge meu corpo De bálsamo, como a alegre avezinha

O seu filhinho cobre manhazinha. Fogo do céu numa noite sem lua Louco por Deus sou nova criação. Minha barca avança última aventura. Descanso em Deus. Cheguei. Aleluia.

Referências

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