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Oração aos Aspirantes, legado da Turma Quevedo

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Academic year: 2021

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Oração aos Aspirantes, legado da Turma Quevedo

Gustavo Benttenmuller M. Pereira

Capitão-de-Mar-e-Guerra (ref)

Presidente da Associação da Turma Quevedo

Abstrato

Há 60 anos, em 1959, a Turma Quevedo iniciava, na Escola Naval, sua navegação nas Ciências do Mar. Quanta emoção, quantas realizações, quantos desafios superados, saudades eternas e gratidão! Nesta alocução faz-se uma breve provocação reflexiva, abordando a Marinha do Passado, que vivemos, e a Marinha do Presente e do Amanhã, que vocês aspirantes viverão. Focalizaremos o sistema Homem-Máquina, representado pelos meios navais tripulados e a Carreira Naval, diferenciada, rica em oportunidades, saudável em concepção, primorosa em formação ética, profissional e de preparação física. Enfim, completa. Contribuíram com o autor os Vice-Almirantes Luiz Sergio Silveira Costa e Carlos Roberto de Oliveira Candido e os Comandantes Pedro Gomes de Paiva, Heitor Wegmann e José Augusto Vieira

Aspirantes do Corpo da Armada de 2019!

A Turma Quevedo, na Marinha do Passado, recebeu seu batismo de fogo, operando de início, em dezembro de 1962, navios mercantes, para suprir a greve de Oficiais da Marinha Mercante.

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Guardas Marinha da Turma Quevedo - 1962

Aprendemos, nos primeiros passos, a lidar com marinheiros civis, a descobrir o funcionamento de um navio mercante em tempo recorde, e a aplicar nossos conhecimentos de navegação.

Navios petroleiros da FRONAPE (Grevemar)

Na sequência, embarcamos nos navios da Esquadra para a Guerra da Lagosta, denominada, posteriormente, de Operação de Emergência. Sentimos, pela primeira vez, o confronto com navios franceses, superiores em armas, a ameaça de canhões e misseis, na distância de seu alcance, e respondemos com determinação e firmeza com nossas ações de presença. Até a nossa especialização, estudamos muito os sistemas dos navios, desgastados pela idade, buscando a eficiência para mantê-los operando.

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Teatro de Operações da Guerra da Lagosta

Força Naval em movimento para a Área de Operações e Cruzador Barroso Capitânea

Destroier Francês Tartu e Porta Helicóptero Jeanne D’Arc

Destroier e Fragata Francesa no Teatro de Operações da Guerra da Lagosta

Na Marinha do Passado, após a especialização, e segundo o critério de mérito, tivemos o direito de escolher comissões e desbravar os ambientes ribeirinhos da Amazônia e do Pantanal de Mato Grosso do Sul, além das patrulhas nas águas azuis e marrons de nossa Amazônia Azul.

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Uma riqueza de novas experiências. Tivemos oportunidade de estrear em atividades industriais nas Bases Navais, assumir as primeiras imediatices e comandos de navios menores, e ainda assumir funções de Estado-Maior das Forças e dos Distritos Navais como Oficiais Intermediários. A falta de Oficiais mais graduados impunha que assumíssemos, desde muito cedo, maiores responsabilidades. Amadurecemos prematuramente!

Cabe registrar a homenagem da Marinha ao Capitão-Tenente Elias Pereira Magalhães da Turma Quevedo, vitimado em 15 de agosto de 1967 pela explosão de uma turbina, quando em serviço na praça de maquinas do Cruzador Barroso, ao dar seu nome ao Rebocador de Porto Tenente Magalhães

Operações ribeirinhas no rio Paraguai. Monitor Parnaíba e Lancha Patrulha

Base Fluvial de Ladário Dique da Base Fluvial de Ladário

A Estação Comandante Ferraz da Antártida por sua vez foi nomeada em homenagem ao Capitão-de Fragata Luís Antônio de Carvalho Ferraz da Turma Quevedo, hidrógrafo e oceanógrafo que visitou duas vezes Antártica a bordo dos navios britânicos e foi fundamental em persuadir o governo brasileiro a desenvolver um programa antártico. Morreu subitamente em 1982, enquanto representava o Brasil em uma conferência oceanográfica em Halifax, Canadá.

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Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) é uma base antártica pertencente ao Brasil localizada na ilha do Rei George, a 130 quilômetros da Península Antártica, na baía do Almirantado, na Antártida.

Começou a operar em 6 de fevereiro de 1984, levada à Antártida, em módulos, pelo navio oceanográfico NApOc Barão de Teffé (H-42) e diversos outros navios da Marinha do Brasil. Foi parcialmente destruída por um incêndio no dia 25 de fevereiro de 2012.

Antiga Estação Comte Ferraz, sua posição geográfica e o incêndio

Nova Estação Comte Ferraz

A nova estação será reinaugurada em 2019

Passamos pela primeira grande revolução tecnológica com a incorporação das Fragatas Classe Niterói.

Os antigos sistemas analógicos foram substituídos por sistemas digitais e controles computadorizados na propulsão.

Novos sistemas de comando e controle, novos sistemas de armas, tínhamos misseis!

Ficamos fascinados pelo novo patamar

tecnológico com operações e tempos mínimos de reação.

Essa revolução tecnológica conduziu-nos a novas formas de operar, no modelo da Guerra Centrada em Rede, ampliando sobremaneira o poder das Forças Navais.

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6 Fragata Classe Niterói

Superamos o desafio da Avaliação Operacional dos novos meios, inserindo-nos nas Marinhas dos países centrais, que conhecem o desempenho de seus meios e otimizam seu emprego. Criamos nosso primeiro Jogo de Guerra, desenvolvemos nosso míssil, construímos o sistema de controle tático do saudoso NAeL Minas Gerais, desenvolvemos o Sistema de Planejamento Operacional Militar (SIPLOM) para as FFAA

Com os submarinos classe Oberon e suas novas tecnologias avançamos muito em seu emprego tático e aprendemos a construí-los com a classe IKL, com tecnologia alemã, produzindo os primeiros cascos na NUCLEP e a montagem no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). Ainda no AMRJ construímos as Fragatas classe Niterói e Navios patrulha.

Navios Varredores – Base Naval de Aratu

Com o recebimento dos Navios Varredores passamos a elaborar a doutrina da Guerra de Minas e construímos as raias acústicas e magnéticas. Demos saltos operacionais expressivos.

Iniciamos a reestruturação de nosso Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação, sob a liderança dos Almirantes-de-Esquadra Ilques Barbosa Junior, atual Comandante da Marinha, e encerramos pelo Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite, atual Ministro de Minas e Energia.

Dominamos o ciclo dos combustíveis nucleares e construímos nosso primeiro reator nuclear com tecnologia genuinamente nacional e aprendemos projetar submarinos com o Acordo de Cooperação com a França.

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Primeiro Reator nuclear construído

Construímos e lançamos ao mar em 2019 o primeiro submarino classe Scorpene com tecnologia francesa e estamos construindo o primeiro submarino nuclear.

Cinquenta e duas empresas brasileiras recebem transferência de tecnologia ampliando o processo de nacionalização.

Absorvemos uma pletora respeitável de conhecimentos diversificados, e aplicamos no Comando de Navios, de Submarinos, de Aeronaves, de tropas de Fuzileiros, de Organizações de Apoio, na direção de Órgãos de Direção Geral e Setorial, de Institutos de Pesquisa, de Estabelecimentos de Ensino, de Bases Navais, de Capitanias dos Portos, de Forças Navais, de Distritos Navais, nas funções de Ensino e diplomáticas de Adidos Navais, entre outras. Mas, acima de tudo, conhecemos o Brasil, suas riquezas, seu povo, sua geopolítica, seus problemas e possíveis soluções.

Transferimos nossa experiência por meio dos professores de nossa turma, abaixo citados, com as respectivas disciplinas que ministraram, quando abdicaram do Almirantado, ao transferir-se para o Quadro de Magistério:

Carlos Peres Quevedo – Eletrônica;

Magarinos de Souza Leão – Resistencia de Materiais Márcio Edmundo Silva Salles – Mecânica;

Carlos Fernando Martins Pamplona – Mecânica; Oscar Santiago Rodrigues - Economia;

Antônio Machado Mello Junior – Administração; Silvio Ferreira da Silva – Desenho Técnico; e Manoel José Gomes Tubino – Educação Física.

O Professor Tubino foi homenageado com uma placa descerrada em 25 de fevereiro de 2019, em cerimônia presidida pelo Almirante Sertã, Comandante da Escola Naval, dando seu nome a nova sala de musculação dos aspirantes.

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Nova sala de musculação Professor Tubino

Dezessete colegas alcançaram o Almirantado, dos quais, nove foram a Contra-Almirante, seis foram a Vice-Almirante e dois a Almirante-de-Esquadra - o Mauro Magalhães de Souza Pinto já falecido e o Jeronimo Francisco Mac Dowell Gonçalves. O tempo passou célere, chegando o momento da transferência para a reserva. Continuamos aplicando nossos conhecimentos nas empresas, para grandeza do Brasil, e, nas comemorações de 60 anos do Colégio Naval, o Comandante Milton Xavier de Carvalho Filho, meu antecessor como Presidente de Associação da Turma Quevedo, teve a ideia pioneira de criar o Livro da Turma Quevedo, onde alguns de nós descreveram o que fizemos pela Marinha e pelo Brasil! Tornou-se um belo registro. Sigam nosso exemplo!

O livro foi doado ao Comandante da Escola, Almirante Sertã, à biblioteca, ao Comandante Aluno e a Aspirante feminina mais antiga.

Aspirantes Fuzileiros Navais de 2019!

Os Oficiais Fuzileiros Navais da Turma Quevedo tiveram o seu batismo de fogo nas prontidões em virtude das greves dos estivadores do cais do Porto do Rio de Janeiro e dos funcionários da Companhia que fazia o transporte de passageiros entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói . Muitas noites sob tensão e mal dormidas.

O Corpo de Fuzileiros Navais ainda estava muito incipiente. O setor operativo era constituído de três Batalhões de Infantaria, um Grupo de Artilharia , um Batalhão de Engenharia e uma Companhia de Reconhecimento onde ficavam os paraquedistas.

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O setor administrativo contava com a extinta Guarnição do Quartel Central localizada na Ilha das Cobras e um Centro de formação de Recrutas. O Comando Geral do CFN ficava localizado em um andar de um prédio da rua do Acre. Os Distritos Navais tinham o apoio dos Grupamentos de Fuzileiros Navais nas cidades de Uruguaiana, Santos , Rio de Janeiro , Salvador , Recife , Natal , Ladário e Belém.

Em Ladário iniciamos de forma pioneira o desenvolvimento de táticas de Operações Ribeirinhas e aplicamos na calha do rio Paraguai. A marinha paraguaia interessou-se em conhece-las e ensinamos algumas táticas. Para nossa surpresa preferiram o Brasil a Argentina para seus mentores, pois os Argentinos ensinavam Guerra Antissubmarina para aplicar na calha do rio sem nenhuma utilidade.

O Aperfeiçoamento do Oficial Fuzileiro era realizado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército (ESAO) e a seguir ele era movimentado par o Centro de Instrução e Adestramento (CIAdest) atual Centro de Instrução Silvio de Camargo (CIASC).

Aspirantes Intendentes!

A Marinha de ontem foi pioneira na utilização de computadores no Rio de Janeiro, e a Turma Quevedo teve destacada participação nesse processo.

No início da década de 60, o pagamento do pessoal da MB era manual, sendo o numerário recebido em espécie e distribuído, em envelopes, à tripulação.

Só existia um computador, o da PUC, em todo o Rio de Janeiro. Demonstrando seu espírito pioneiro, a Marinha contratou seu próprio equipamento, o IBM 1401, que era especialmente projetado para aplicações financeiro-administrativas e posteriormente o IBM/360, na época um dos primeiros computadores de grande porte no país.

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Para viabilizar o desenvolvimento e implantação do sistema de pagamento, foram convocados oficiais intendentes capacitados em cursos internos e externos à MB. Cerca de metade dessa equipe era da Turma Quevedo. O trabalho inicial foi o desenvolvimento e implementação do Sistema Computadorizado de Pagamento, que abrangeu militares da ativa, veteranos, pensionistas e pessoal civil, em todas as unidades da Marinha.

O sucesso do sistema se traduziu em enorme simplificação de procedimentos, eliminação de atrasos e redução de custos. Isso serviu como incentivo para a utilização de computadores em diversas outras unidades, iniciando a evolução para a atual área de Tecnologia da Informação da Marinha.

Quanto à Administração realçamos o envolvimento no desenvolvimento e implementação do Plano Diretor, instrumento em que a MB também foi inovadora e modelo para outras instituições públicas, que hoje possibilita bem conduzir as atividades

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de investimento e custeio, sendo também essencial para o planejamento, execução e controle de recursos orçamentários.

A participação em trabalhos aprofundados de Catalogação e de Gestão de Material a par de outros esforços na esfera do Abastecimento e Apoio Logístico, que deram à nossa Marinha uma dimensão ímpar no cenário nacional e que, em muitos aspectos, ombreia-se com marinhas de paíombreia-ses militarmente mais avançados.

O CASNAV, de forma pioneira Instituiu o Contrato de Autonomia de Gestão assinado com a Secretaria Geral de Marinha (SGM) e com ele obrigou-se a realizar o Planejamento Estratégico. Neste contrato haviam objetivos, metas e indicadores que mediam a eficácia e eficiência do CASNAV e dele prestavam-se contas à SGM.

Quanto à Gestão Pública, foi implantado o modelo adaptado do Programa de Qualidade do Governo Federal (PQGF) em toda a Marinha, pela Diretoria de Administração, com apoio do CASNAV, denominado de Programa Netuno, cujos documentos servem de alicerce para a definição do planejamento estratégico por tipo de OM.

Modelo de Excelência de Gestão Publica

O CASNAV concorreu por quatro anos ao certame do PQGF instituído pelo Governo Federal e foi premiado três vezes, passando a ser uma referência de Gestão na Marinha.

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Foto de premiação do CASNAV no PQGF Aspirantes Intendentes de 2019

Neste ano de 2019, em que a 3 de março comemoramos o 249º Aniversário do Corpo de Intendentes se destaca o reconhecimento ao patrono, Almirante Gastão Motta, cuja atuação e exemplo foram fundamentais para o Corpo de Intendentes da Marinha (CIM) e que representaram, para os problemas e cenários de sua época, um salto de qualidade na gestão da Marinha do Brasil.

Com apoio e incentivo da Alta Administração Naval, os anos de 2017 e 2018 foram marcados por êxitos profissionais, que se configuram em um avanço no desenvolvimento das atividades sob responsabilidade do CIM nos diversos setores. Na esfera do Centro de Controle de Inventário, a recuperação da capacidade de tancagem do Depósito de Combustíveis elevou a segurança estratégica dos níveis de estoque, primordial para a manutenção operacional da Força. Registra-se, também, a ativação do Centro de Distribuição de Uniformes da Base de Abastecimento da Marinha no Rio de Janeiro como um importante aprimoramento na cadeia logística de fardamento.

Na área de Contabilidade e Finanças, o desenvolvimento e a evolução, dos sistemas corporativos de apoio aos Gestores de Material, Municiamento, Execução Orçamentária e Financeira, que contribuem para o controle e gerenciamento mais eficientes dos recursos. A implantação do Sistema de Custos da Marinha, a partir de 2017, representou um salto para a Força, quanto ao acompanhamento do movimento evolutivo da administração das Organizações Militares, em especial no campo do aperfeiçoamento de ferramentas contábeis gerenciais.

No âmbito do Controle Interno, destacam-se os resultados obtidos na aplicação da Auditoria Contínua, que mudou, significativamente, o processo de auditoria na MB, permitindo, assim, a realização de um maior número de auditorias e com maior frequência de execução.

No Orçamento, em função da significativa evolução tecnológica, foram implementados aprimoramentos ao Sistema de Acompanhamento do Plano Diretor, com o propósito de

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simplificar os procedimentos executados pelas Unidades Gestoras, bem como painéis de controle destinados à apresentação gráfica de informações que contribuam para a gestão das OM.

A Caixa de Construções de Casas para o Pessoal da Marinha, cumprindo a sua missão de facilitar a aquisição da moradia própria para a família naval, divulgou o empreendimento Residencial Imigrantes, localizado no bairro de Neves - São Gonçalo, com previsão de entrega da primeira fase em 2019 e o Residencial Aldeia das Asas, no município de São Pedro da Aldeia, com as obras previstas para concluir em 2020.

O Acordo de Cooperação Técnica entre a MB, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (SENAI-SP), visou promover a execução conjunta de projetos de pesquisas e/ou de desenvolvimento e inovação de Produtos de Defesa (PRODE), para atingir-se maior autonomia em tecnologias indispensáveis à Defesa, maior utilização de insumos nacionais e desenvolvimento de produtos nacionais de maior valor agregado.

No Projeto de Construção das Corvetas Classe “Tamandaré”, os primeiros aportes para a capitalização da EMGEPRON representam o comprometimento do Governo Federal com o inovador modelo de negócio. O empreendimento, além de possibilitar o início da recomposição do Núcleo do Poder Naval, contribuirá para a formação de uma capacidade autônoma de defesa, geração de quantidade significativa de empregos diretos e indiretos, bem como para alavancar a Base Industrial de Defesa.

Na atualidade, o Corpo de Intendentes da Marinha (CIM) permanece em constante aprimoramento em sintonia com o novo patamar tecnológico alcançado na propulsão nuclear de submarinos. A formação, na Escola Naval, bem como a admissão de jovens com graduação universitária no Quadro Complementar de Intendentes da Marinha, os cursos de aperfeiçoamento e especiais, realizados no Centro de Instrução e Adestramento Almirante Newton Braga (CIANB) ou nas Universidades, além dos cursos da Escola de Guerra Naval (EGN), são os instrumentos para obter-se o excelente preparo profissional dos nossos oficiais.

Aspirantes, Esperança da Armada!

Chegamos à Marinha do Presente. O estado do material que vão encontrar, embora os navios tenham mais de 40 anos, é melhor do que aquele que enfrentamos, e a tecnologia e a sua formação são muito superiores.

Desde 2014, as mulheres constituíram a primeira turma de aspirantes femininas, e já temos a primeira Almirante médica, Contra-Almirante (MD) Dalva Maria Carvalho Mendes, e a segunda Almirante, a Contra-Almirante Engenheira Naval Luciana Marroni.

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Na nova Era do Conhecimento, o domínio tecnológico desponta como fato portador de sucesso inexorável, para qualquer país que almeje ocupar uma posição digna no concerto das nações. Estudem, estudem, estudem sempre!

O Sistema de Ciência Tecnologia e Inovação da Marinha (SCTMB) tem como órgão central a Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e como partes os Centros Tecnológicos da Marinha em São Paulo e no Rio de Janeiro e as Instituições de Ciência e Tecnologia constituídas pelo Centro de Analises de Sistemas Navais, pelo Instituto de Pesquisa da Marinha, pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, pelo Centro Tecnológico dos Fuzileiros Navais, pela Diretoria de Hidrografia e Navegação, pelo Hospital Naval Marcilio Dias, pelo Laboratório Farmacêutico da Marinha e pela Escola de Guerra Naval.

O SCTMB tem como documentos fundamentais a Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação e a Doutrina de Ciência Tecnologia e Inovação da Marinha. Conheçam-nas!

O Brasil comanda, no Líbano, a única Força Tarefa marítima da ONU no mundo, composta por meios nossos e da Alemanha, Bangladesh, Grécia, indonésia e Turquia. Um formidável desafio de diferentes culturas.

O mar exige de nós competência, humildade, resiliência, perseverança e rápida capacidade de adaptação às mudanças. Essas, no Presente, na Era do Conhecimento, são bem mais acentuadas e frequentes. Precisamos estudar muito, aguçar nossa sensibilidade e inteligência emocional, porque fomos ungidos como as sentinelas dos mares!

Descobrimos, na carreira naval, diversidade de experiências difícil de encontrar em qualquer outra, e, pela meritocracia, podemos escolher nossas comissões, raridade em outras carreiras, por paradoxal que seja. A Marinha é considerada como nossa Força Estratégica por ser a única a operar em quatro ambientes: na superfície do mar, nas suas profundezas, no ar e projetando poder sobre terra.

Façam jus a essas oportunidades! Juramos diante de nossa bandeira defender a Pátria com o sacrifício da própria vida e a respeitar os seus símbolos, sob a égide da ORDEM e do PROGRESSO.

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Assim o façam como fizemos, diferentes daqueles jovens que emigram do Brasil por comodidade. Vamos superar as dificuldades e não fugir, pelo amor e pela exuberante grandeza de nossa Pátria.

Aspirantes Fuzileiros Navais de 2019!

O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) no presente é uma força integrante da Marinha do Brasil e encontra-se presente em todo o território nacional, tanto no litoral, quanto nas regiões ribeirinhas da Amazônia e do Pantanal , atuando em tempos de paz na segurança das instalações da Marinha e no auxílio a populações carentes, por meio de ações cívico-sociais e regionalmente realizadas pelos Distritos Navais .

No exterior, zela pela segurança das embaixadas brasileiras na Argélia, no Paraguai , no Haiti e na Bolívia . Participou de todos os conflitos armados da História do Brasil. O CFN, atualmente, possui além das Unidades de Infantaria e Artilharia , Unidades especializadas para prover ações de descontaminação e combate em guerras químicas , biológicas , nucleares e radiológicas e defesa QBRN e são as seguintes:

• Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (CDefNQBR), Rio de Janeiro, RJ;

• Companhia de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (CiaDefNQBR), Duque de Caxias, RJ, subordinado ao Batalhão de Engenharia dos Fuzileiros Navais; e

• Batalhão de Defesa Nuclear, Química, Biológica e Radiológica de ARAMAR (BtlDefNQBR-ARAMAR), Iperó, SP, concebido para prover a segurança física das instalações e de realizar ações de controle de emergências da natureza QBRN, potenciais ou reais, na área do Centro Experimental Aramar.

Além dessas Unidades o CFN tem as seguintes Unidades Operativas:  Força de Fuzileiros da Esquadra;

 Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais;  Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais;  Batalhão de Viaturas Anfíbias;

 Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais; e  Companhia de Polícia do Batalhão Naval.

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Força de Fuzileiros Navais da Esquadra

Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais

Batalhão de Viaturas Anfíbias de Fuzileiros Navais

Os fuzileiros navais são nossa tropa de elite que projeta o poder sobre a terra e as operações anfíbias são de grande complexidade.

O Centro Tecnológico dos Fuzileiros Navais (CTecCFN) contribui para o desenvolvimento tecnológico da Marinha do Brasil por meio de atividades de ciência, tecnologia e inovação; e para o pronto-emprego e o abastecimento do material específico do CFN, das armas leves de toda a MB e, quando determinado e de equipamentos de outros símbolos de jurisdição.

Trinta Viaturas Blindadas Especiais Sobre Lagartas “M113MB1” estão sendo modernizadas pelo CTecCFN utilizando tecnologia israelense.

Aspirantes Intendentes, futuros Oficiais

A excelência da Intendência da Marinha deve-se muito ao alto grau de profissionalismo, à busca constante da atualização dos diversos assuntos, à iniciativa, à seriedade e à

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dedicação dos nossos oficiais, praças e servidores civis, quer embarcados em OM operativas ou nas OM de terra.

Os profícuos resultados alcançados até aqui foram frutos do trabalho de muitas pessoas que, contribuíram para a qualidade de nosso serviço e a consecução de tarefas atinentes à Intendência da Marinha.

A aplicação de inovadoras ferramentas de planejamento e gestão tem sido contínua nas diversas atividades de Intendência. Para isso, oficiais do Corpo de Intendentes têm buscado ampliar seus conhecimentos e atualização em novas técnicas gerenciais. O Corpo de Intendentes sempre esteve presente de forma significativa na evolução da nossa Marinha, posto que, no esforço logístico para empreendê-la, agregaram-se várias gerações de ilustres oficiais Intendentes, de cuja memória muito nos orgulhamos, e a quem dedicamos uma reverência de respeito e admiração, como modelos de antecessores, pelo significativo legado de realizações que nos deixaram.

Dentre eles destacamos da Turma Quevedo, em memória, o Vice-Almirante (IM) Adolf Magnus Moniz Ostwald e o professor da Escola Naval, Capitão de Mar e Guerra (IM) Manoel José Gomes Tubino.

Caros Aspirantes Intendentes! Perseverem no compromisso, no presente e no futuro, de sempre prestarem o melhor serviço à marinha.

Ostentem com orgulho a Folha de Acanto, símbolo maior do trabalho honroso. Persistam em busca do aprimoramento profissional e pessoal, no zelo pela coisa pública, sem esmorecer diante dos desafios de nosso tempo.

Aspirantes!

Vocês são o cérebro do sistema Homem-máquina, presente nos nossos meios e estruturados na operação em equipe. Todos estão no mesmo barco, e a vida de cada um depende da eficácia do outro. A qualidade da equipe é função do líder.

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Simuladores em terra para adestramento

Saibam ouvir, deem o exemplo, sejam justos, adestrem, influenciem a trabalhar com entusiasmo, equilibrem a competição do grupo com a solidariedade, agucem a sensibilidade, orientem a cumprir com rigor as Leis e os Regulamentos, fazendo a coisa certa da primeira vez.

Indiquem o rumo. Dominem a inteligência emocional, na qual encontrarão uma energia ímpar para suas realizações.

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Conheçam-se a si mesmos e aos subordinados, para exercer a liderança e alcançar um bom relacionamento. Comemorem as pequenas vitórias e, ao punir e disciplinar, estudem, antes, o potencial que o subordinado tem. Lembrem-se que julgar é muito difícil, e que é preciso conhecer todas as circunstâncias. Segundo Karl Jung “conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”

Segundo Michio Kaku, a ciência contemporânea se alicerça em três pilares: a matéria, a vida e a mente, e a revolução quântica fundamentou as revoluções biomolecular e da informática.

Devemos caminhar do reducionismo do século XX para a integração entre os segmentos das ciências. A sinergia entre as três revoluções - a quântica, a da informática e a biomolecular - confere poderes sem precedentes para a manipulação da matéria (nanotecnologia), da vida (genômica) e da inteligência (percepção e cognição), de forma integrada e sistêmica.

Essa nova relação entre as citadas revoluções será intensa e dinâmica, por conexões em rede, conduzindo a acelerações em taxas crescentes. Isso transforma a natureza do comércio, a riqueza das nações, o modo de comunicar-se, a maneira e os meios de fazer a guerra, os sistemas de trabalho, o entretenimento e a forma de vida.

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20 Aspirantes da Geração Digital!

Chegamos à Marinha do Amanhã. Somos conservadores, confiamos nas coisas velhas, mas valorizamos o novo. Saibam combinar tradição com inovação. Preparem-se, estudem continuamente.

Segundo Yuval Noah Harari, somos um algoritmo bioquímico em competição com os algoritmos eletrônicos de nossa criação. A tendência é a superação dos algoritmos eletrônicos, com a robótica e a inteligência artificial.

Livro Homo Deus Algoritmo Bioquímico – Fluxo da Vida

Algoritmo Eletrônico Primeiro Computador Quântico IBM

Os computadores quânticos, a Big Data e a Engenharia de Dados, a Engenharia Genética, a convergência dos conhecimentos para a solução de problemas, surpreenderão! Preparem-se para os navios, submarinos e aeronaves autônomos. Novas qualificações terão que alcançar ou serão considerados irrelevantes.

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Navio Autônomo DARPA Inteligência artificial

A Guerra terá outro formato: guerra cibernética, guerra climática, guerra espacial. Surgem novas modalidades de ameaça. Até 2030 a MB vai perder 12.000 pessoas ou 15% do efetivo de hoje de 80.300 militares, decorrente de continuados cortes orçamentários, na avaliação de nosso ex-Comandante, Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira.

Drone Nuclear Submarino Russo Aeronave autônoma de combate Francesa

Centro Integrado de Telemática do Exercito

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Em futuro próximo será criado o Batalhão de Defesa Nuclear , Biológica , Química e Radiológica de Itaguaí (BtlDefNQBR - Itaguaí) , Itaguaí , RJ , onde ficará sediado o primeiro submarino de propulsão nuclear da Marinha brasileira.

Aspirantes do Presente e Oficiais do Futuro!

Façam mais com menos pessoas. Nossa Mentalidade de Defesa e Marítima na sociedade está dando ainda os primeiros passos. Façam com que ela evolua!

A autonomia tecnológica, sempre enfatizada por nosso atual Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Ilques Barbosa Junior, a ser alcançada pela pesquisa e desenvolvimento tecnológico, terá seu poder evolutivo alavancado estabelecendo-se vários acordos de cooperação com as Universidades e será decisiva para nossa soberania. Lutem por ela!

A gênese de nosso diferencial em relação ao soldado e ao aviador tem origem no ambiente onde vivemos e lutamos. Somos moldados na água salgada. No mar, construímos nossa autoconfiança, no mundo limitado de nosso navio ou submarino, e a opção de desistir e render-se não existe. Almirantes e marinheiros dividem, igualmente, o risco do combate e a fúria das tempestades: estão no mesmo barco!

Os espaços limitados de um navio de guerra ou submarino induzem à solidariedade e à amizade entre seus tripulantes, as forças ou as fraquezas emergem em transparência o tempo todo.

A competência e a liderança do Comandante estarão presentes em todos os momentos, e será observada pelas tripulações, nas manobras de transferência de carga e abastecimento de combustível no mar, navegando, nos exercícios noturnos de guerra antissubmarina e nas atracações e desatracações. Não há como esconder!

Aspirantes, Oficiais de Marinha de Amanhã!

A Marinha sempre muito espera de suas juventudes, de seus patriotismos, de suas competências, de suas persistências para o cumprimento das missões, e de suas lideranças e coragens morais!

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A Turma Quevedo presta homenagem a seus sucessores, Aspirantes do século XXI, Esperança da Armada, e nós, os velhos marinheiros, continuamos sonhando e cultivando, ao nos reunirmos, como agora, a recordação dos “bons tempos”, e a certeza dos exemplos e do legado que deixamos.

Sejam felizes, parabéns pela carreira, e que Deus os proteja e abençoe.

Referências

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