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ESTUDANTES VOLUNTÁRIOS E A SÍNDROME DE BURNOUT

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Academic year: 2021

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ANGST, Rosana - PUCPR1

roangst@gmail.com

DIANA, Mariana da Cruz - PUCPR 1

Mcdiana1@hotmail.com

AMORIM, Cloves - PUCPR 2

clovesamorim@hotmail.com

PORTO-MARTINS, Paulo César - UAM 3

paulocpmar@hotmail.com

LARA, Silvana de - 4

silvanadelara@hotmail.com

Área temática: Educação: Políticas Públicas e Gestão da Educação Agência Financiadora: Não contou com financiamento. Resumo

A Síndrome de Burnout é uma doença ocupacional caracterizada como um fenômeno multidimensional que inclui aspectos do trabalhador, variáveis sociais e ambientais como elementos atuantes no desenvolvimento desse fenômeno constituído por três dimensões relacionadas, mas independentes: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal. Este estudo foi realizado durante um workshop de “Desenvolvimento de habilidades sociais”. Todos os participantes atuam no Projeto Comunidade Escola da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Curitiba. O Programa oferece à população, nos finais de semana e horários noturnos, atividades de educação e cidadania, informática, esporte e lazer nos espaços da escola. Conta com 300 estagiários e 400 voluntários. No ano de 2007 ultrapassou 1,5 milhão de participantes. Dos 48 participantes da pesquisa, 33,3 % são do sexo masculino e 66,7% são do sexo feminino, a idade variou de 18 a 45 anos, sendo a média de 23,1 anos. Todos os participantes eram estudantes de diversas áreas, sendo o maior contingente de estagiários, acadêmicos dos cursos de Educação Física, Música, Informática, Artes Plásticas, Economia e Filosofia. Aplicou-se o Inventário Maslach Burnout Inventory (MBI – tradução e adequação do NEPASB), os participantes responderam na presença dos pesquisadores de forma individual. Os resultados indicam que apenas 5 participantes (5,38%) apresentaram escores para serem diagnosticados como portadores da Síndrome de Burnout. Estes dados

1 Acadêmicas do curso de Psicologia da PUCPR.

2Psicólogo, Especialista em Didática do Ensino Superior e em Bioética, Doutorando em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da PUCPR e da FEPAR. Curitiba-PR.

3 Psicólogo, Especialista em Educação pela PUCPR e Doutorando em Psicologia Clínica e da Saúde –

Universidad Autonoma de Madrid.

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estão de acordo com os disponíveis na literatura internacional e nacional, ou seja, atividade de voluntariado, neste caso em ambiente não coercitivo e socialmente valorizado, protege os indivíduos da vulnerabilidade a Síndrome de Burnout. Pessoas que estão envolvidas em trabalhos voluntários contam com estratégias para encarar as situações adversas que encontra, e conseqüentemente demonstram baixos escores relacionados à síndrome. Dessa forma, torna-se indispensável a realização de programas de treinamento para voluntários em que sejam enfatizados aspectos pessoais, os proporcionando momentos de reflexão a fim de abordar questões individuais envolvidas no trabalho voluntário.

Palavras-Chave: Síndrome de Burnout; Estudante; Voluntariado; Coerção.

Introdução

A origem da palavra trabalho provém do latim arcaico significando trippalium, sendo esse um instrumento de tortura destinado a castigar criminosos a fim de arrancar-lhes confissões. O termo não permite se ter uma visão otimista do trabalho, o que pode ser observado até os dias atuais (TEIXEIRA, 1992). Todavia, o trabalho voluntário se configura de outra forma.

É praticamente impossível chegar a um acordo sobre quando o trabalho voluntário surgiu na história, porém, é possível supor que a vontade de ajudar os outros em momentos de necessidades é um fator universal e acompanha os seres humanos desde os tempos da Idade da Pedra.

De acordo com Souza, Bacalhau, Moura, Volpi, Marques e Rodrigues (2003) 22,6% dos brasileiros destinam uma parte de seu tempo a fim de realizar trabalhos voluntários. Esse interesse da população gerou um grande interesse na comunidade científica para explicar o que motiva certas pessoas a ajudar outras.

O principal motivo para que um indivíduo se envolva em um trabalho voluntário é o altruísmo, que é o desejo de ajudar outras pessoas, sendo que possível entender que essa ação gera conseqüências reforçadoras no voluntário como, por exemplo, sentir-se bem, melhorar sua auto-estima ou obter reconhecimento social (FUERTES e JIMÉNEZ, 2000).

Ao estar engajado em alguma atividade voluntária, o indivíduo estará em constante aprendizado, conhecendo técnicas e experiências que lhe podem ser úteis no

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futuro. Dessa forma, podem-se classificar as razões para que se queira participar de um trabalho voluntário em duas categorias: motivações centradas na pessoa e as motivações centradas em outras pessoas. As motivações centradas na pessoa partem do pressuposto que o indivíduo realiza seu trabalho a fim de ajudar outros de forma altruísta, sem levar em consideração a opinião e aprovação alheia, e já as motivações centradas nos outros estão relacionadas ao status social que essa atividade pode ajudá-lo a adquirir e a aceitação de um determinado grupo por estar realizando tal atividade.

O trabalho voluntário geralmente envolve contato constante com pessoas, o que supõe uma grande demanda emocional, podendo ser uma fonte de sofrimento quando o agente voluntário não consegue lidar com as situações que encontra no contexto em que atua. Se situações semelhantes a essas forem recorrentes, esse quadro pode levar á Síndrome de Burnout (LEÓN e FUERTES, 2004).

Elvira e Cabrera (2004) apontam que nos anos setenta aparece o conceito de

burnout nos trabalhos de Freudenberger (1974), apontando vários profissionais que

teriam tendência a adquirir a síndrome, sendo principalmente aqueles que trabalham constantemente com outras pessoas. Na década de oitenta o termo burnout, que foi delimitado e aceito pela maior parte da comunidade científica, é definida por Maslach em 1982 como uma resposta de estresse crônico.

A Síndrome de Burnout é uma doença ocupacional caracterizada como um fenômeno multidimensional que inclui aspectos do trabalhador, variáveis sociais e ambientais como elementos atuantes no desenvolvimento desse fenômeno constituído por três dimensões relacionadas, mas independentes: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal (BULGACOV, ANGST, DIANA e AMORIM, 2007).

Burnout é o nome da dor de um profissional encalacrado entre o que pode fazer e

o que efetivamente consegue fazer, entre o que deve fazer e o que efetivamente pode, entre o céu de possibilidades e o inferno dos limites estruturais, entre a vitória e a frustração. (VASQUES-MENEZES e GAZZOTTI, 1999, p. 374, citado por CODO, 1999).

O termo Burnout vem do inglês e, na sua origem burn – out, significa queimar para fora. É como se a energia que move e que dá vida ao ser humano fosse “jogada para fora”, fosse perdida e, nesse perder a energia o sujeito chegaria ao seu extremo,

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praticamente, sem possibilidades físicas ou mentais de seguir no seu fazer diário. Conforme Benevides-Pereira (2002, p.45), entende-se Burnout como sendo “a resposta a um estado prolongado de estresse, que ocorre pela cronificação deste, quando os métodos de enfrentamento falharam ou foram insuficientes. (...) está relacionado com o mundo do trabalho, com o tipo de atividades laborais do indivíduo.”

Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) definem a exaustão emocional (EE) como uma conseqüência da impossibilidade de concretizar a vinculação afetiva e o desenvolvimento do trabalho, levando conseqüentemente a um desgaste e exaustão emocional. O indivíduo não possui a energia que tinha antes, sentindo-se sobrecarregado e esgotado física e mentalmente. A despersonalização (DE) caracteriza-se pela visão do outro não como um ser humano, e sim como um objeto, passando a trabalhar com frieza, irritabilidade, insensibilidade, cinismo e atitudes negativas diante de outras pessoas que lida constantemente. Não mostra comprometimento em seu ambiente de trabalho, mostrando-se indiferente e egoísta. E a baixa realização pessoal ou propensão ao abandono (PA) caracteriza-se pela pessoa mostrar-se insatisfeita com seu desenvolvimento profissional tendo baixo rendimento, sentindo ser incompetente e inadequado em seu ambiente laboral e nas atividades que executa.

Há diversos sintomas que podem estar relacionados ao Burnout, podendo ser de natureza física, psíquica, comportamental ou defensiva. Os sintomas físicos são: fadiga constante e progressiva, dores musculares ou osteomusculares, distúrbios do sono, cefaléias, enxaquecas, perturbações gastrintestinais, imunodeficiência, transtornos cardiovasculares, distúrbios do sistema respiratório, disfunções sexuais, alterações menstruais nas mulheres, etc. Os sintomas psíquicos são: falta de atenção, de concentração, alterações de memória, lentificação do pensamento, sentimento de alienação, sentimento de solidão, impaciência, sentimento de impotência, labilidade emocional, dificuldade de auto-aceitação, baixa auto-estima, astenia, desânimo, disforia, depressão, desconfiança e paranóia. Os sintomas comportamentais caracterizam-se por negligência ou escrúpulo excessivo, irritabilidade, incremento da agressividade, incapacidade para relaxar, dificuldade na aceitação de mudanças, perda de iniciativa, aumento do consumo de substâncias, comportamentos de alto risco podendo levar ao suicídio. Os sintomas defensivos dividem-se em: tendência ao isolamento, sentimento de

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onipotência, perda de interesse pelo trabalho ou até pelo lazer, absenteísmo, ironia e cinismo. (BENEVIDES-PEREIRA, 2002)

É importante salientar que as pessoas que apresentam burnout não necessariamente apresentam todos os sintomas acima descritos, porém o conhecimento destes facilita o diagnóstico da mesma.

As características pessoais, laborais e organizacionais são variáveis relevantes para que a síndrome se desenvolva. Estudos têm apresentado maiores incidências do

burnout em profissionais mais jovens, apresentando-se geralmente em indivíduos com

um nível educacional mais elevado. O tempo de profissão, o tempo na instituição, a sobrecarga de trabalho e a relação estabelecida com o ambiente laboral são variáveis predisponentes no desenvolvimento do Burnout, pois ao entrar no mercado de trabalho, se têm determinadas expectativas em relação ao seu trabalho, que ao decorrer dos anos não condizem com seus afazeres atuais (BENEVIDES-PEREIRA, 2002).

Nos primeiros estudos sobre a Síndrome de Burnout enfatizava-se que ela acometia somente pessoas que estivessem em contato com outras pessoas constantemente. Porém atualmente já se considera que trabalhadores das mais diversas áreas podem ser acometidos, como por exemplo bombeiros (BAPTISTA, MORAIS, CARMO, SOUZA e CUNHA, 2005) , bancários (PALÁCIOS, DUARTE E CÂMARA, 2002) e estudantes (CARLOTTO, NAKAMURA E CÂMARA, 2006) .

Recentemente, Gil-Monte (2008) afirma que a Síndrome de Quemarse por el trabajo (SQT) (Burnout), é um problema geográfico e culturalmente mais amplo, além dos países do primeiro mundo que se estende a outros países com línguas e culturas diferentes, de forma que se pode falar de um problema laboral, não só transnacional, se não transcultural.

O instrumento mais indicado para a medição do Burnout em um indivíduo é o MBI (Maslach Burnout Inventory), um questionário de auto-informe composto por 22 itens para ser respondido através de uma escala do tipo Likert que varia de 0 (nunca) a 6 (todos os dias). Uma pessoa é diagnosticada com a síndrome se possuir altos escores em exaustão emocional e despersonalização, e baixo escore em realização pessoal (GIL-MONTE, 2005)

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Em um estudo realizado por Moniz e Araújo (2006) constatou-se que pessoas que estão envolvidas em trabalhos voluntários contam com estratégias para encarar as situações adversas que encontra, e que demonstram baixos escores relacionados à Síndrome de Burnout.

A fim de prevenir o surgimento desse quadro, são necessários programas de treinamento para propor momentos de reflexão sobre seu trabalho e questões pessoais envolvidas nele (SOUZA et al, 2003).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a incidência da Síndrome de Burnout em participantes voluntários do Projeto Comunidade Escola da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Método

Participantes

Todos os participantes atuam no Projeto Comunidade Escola da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Curitiba. Dos 48 participantes da pesquisa, 33,3% são do sexo masculino e 66,7% são do sexo feminino, a idade variou de 18 a 45 anos, sendo a média de 23,1 anos. Todos os participantes eram estudantes de diversas áreas, sendo o maior contingente de acadêmicos dos cursos de Educação Física, Música, Informática, Artes Plásticas, Economia e Filosofia. O Programa oferece à população, nos finais de semana e horários noturnos atividades de educação e cidadania, informática, esporte e lazer nos espaços da escola. Conta com 300 estagiários e 400 voluntários. No ano de 2007 ultrapassou 1,5 milhão de participantes.

Instrumentos

Inventário Maslach Burnout Inventory (MBI – tradução e adequação do NEPASB), sendo este instrumento composto por 22 itens de auto-informe para ser respondido através de uma escala do tipo Likert.

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Procedimento

Foi aplicado o Inventário Maslach Burnout Inventory (MBI – tradução e adequação do NEPASB) coletivamente em voluntários do programa Comunidade Escola durante um workshop de Habilidades Sociais. O inventário foi respondido de forma individual e voluntária.

Foram observadas as recomendações do Parecer 196 do MS, quanto a realização da pesquisa.

Resultados e Discussão

A partir da análise dos inventários aplicados foi possível constatar que apenas 5 participantes (10,41%) apresentaram escores para serem diagnosticados como portadores da Síndrome de Burnout. Esses indivíduos apresentam altos escores de despersonalização e exaustão emocional e baixo escore em realização pessoal. 80% (N= 4) dos sujeitos afetados são do sexo masculino e a faixa etária variou entre 19 e 23 anos.

Elvira e Cabrera (2004) elaboraram uma análise sobre a influência das variáveis sócio-demográficas para o desenvolvimento do Burnout. Em relação à propensão à síndrome em relação ao sexo, não há dados consistentes para afirmar se são os homens ou as mulheres que são mais acometidos, pois em alguns estudos afirma-se que são as mulheres, em outros os homens, e em outros não há dados significativos.

Já em relação a idade, os mesmo autores enfatizam que geralmente a síndrome se manifesta em pessoas dotadas de grande idealismo, desejando ajudar os outros, esperando ter reconhecimento, liberdade e autonomia. Pessoas com essas características são comumente mais jovens e estão no começo de sua carreira profissional, e se suas expectativas não se viabilizarem esse pode ser um fator predisponente para o burnout.

Ao se analisar quais são os fatores que podem estar associados á Síndrome de

Burnout deve-se levar em conta que ela caracteriza-se muito mais por um fenômeno

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Os estudantes, assim como os trabalhadores, também possuem propensão a serem afetados pela síndrome de Burnout. Schaufeli et. al. (2002) afirmam que os estudantes não são considerados formalmente trabalhadores, porém suas atividades o são. Eles possuem responsabilidades que se assemelham à de um trabalhador, pois necessitam ir às aulas, cumprirem horários, são submetidos a diversos tipos de avaliações, necessitam passar de ano, etc.

É possível constatar que esses indivíduos que foram diagnosticados com a Síndrome possivelmente estejam sentindo-se exaustos pelas demandas de estudo que possuem, têm uma posição cínica em relação aos seus estudos e sentindo-se incompetentes como estudantes.

Ao se analisar as três dimensões que compõe a Síndrome de Burnout separadamente, é possível observar que um maior número de respondentes apontaram ter baixos níveis de Exaustão Emocional (N= 19) e de Despersonalização (N= 22). Em relação a baixa realização pessoal, foram encontrados índices médios (N= 27).

Conforme a tabela 1, pode-se observar a distribuição segundo freqüências e porcentagens.

Tabela 1: Freqüências e porcentagens de cada dimensão do MBI encontradas na presente pesquisa.

Exaustão Emocional Realização Pessoal Despersonalização Alto N Porcentagem 14 29,1% 9 18,7% 11 22,9% Médio N Porcentagem 15 31,2% 27 56,2% 15 31,2% Baixo N Porcentagem 19 39,7% 12 22,1% 22 45,9%

Para melhor ilustrar os resultados encontrados, a ilustração 1 demonstra os dados apresentados na tabela 1, sendo possível observar que há a predominância de baixos e médios níveis nas dimensões da síndrome.

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0 5 10 15 20 25 30 Despersonalização Propensão ao abandono Exaustão emocional Baixo Médio Alto

Ilustração. 1: Gráfico das freqüências das três dimensões do MBI encontradas na presente pesquisa

Os dados encontrados condizem com a literatura, que afirma que diante de um contexto que apresente eventos estressantes, o trabalho voluntário pode caracterizar-se como uma forma de proteção, pois como é um ambiente não coercitivo, pode ser capaz de reduzir a propensão dos voluntários a serem acometidos pelo Burnout (SOUZA et al., 2003). Dessa forma, é possível compreender o baixo índice de portadores da síndrome na população estudada.

De acordo com Reinhold (2002), a Síndrome de Burnout desenvolve-se de forma processual, sendo que os primeiros sintomas evidentes estão relacionados à exaustão emocional, por se manifestarem de uma forma mais explícita e serem as queixas que são mais relatadas por quem é acometido pela síndrome.Já Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) enfatizam que não é possível constatar qual das dimensões da síndrome surge primeiramente, sendo que existem diversos modelos que explicam seu surgimento, e não há um consentimento sobre qual seria o mais adequado ou correto.

Considerações Finais

Os resultados encontrados na presente pesquisa condizem com o que é encontrado na literatura sobre trabalho voluntário. Ao prestar ajuda a outras pessoas, o voluntário tem o sentimento de bem-estar e competência, o que faz com que as situações estressantes sejam encaradas como um desafio, e assim, reduz a vulnerabilidade do desenvolvimento da Síndrome de Burnout (MONIZ e ARAUJO, 2006).

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Ao decidir trabalhar em qualquer atividade voluntária, o indivíduo estará inserido em um contexto laboral, mesmo não sendo remunerado, e passará por situações estressantes como um trabalhador da organização. Porém, a forma como encara seu trabalho reflete em como é capaz de resolver problemas diversos, e conseqüentemente em sua saúde mental (FUERTES e JIMÉNEZ, 2000).

É importante salientar que o trabalho voluntário pode estar agindo como um fator protetor para que não se desenvolva a Síndrome de Burnout. Possivelmente um ambiente não coercitivo e altamente reforçador contribua para a prevenção do Burnout.

Os baixos níveis da Síndrome de Burnout nessa população indicam que esses sujeitos possivelmente possuam estratégias para encarar as situações adversas que encontra.

Dessa forma, torna-se indispensável a realização de programas de treinamento para voluntários em que sejam enfatizados aspectos pessoais, lhes proporcionando momentos de reflexão a fim de abordar questões individuais envolvidas no trabalho voluntário e ampliar seus repertórios para manejar situações desafiadoras.

Independente da razão pela qual o indivíduo procure e realize um trabalho voluntário, sua colaboração não se restringirá apenas às pessoas a que prestará ajuda, mas também a si mesmo e a sua própria saúde.

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REFERÊNCIAS

BAPTISTA, Makilim Nunes ; MORAIS, Paulo Rogério ; CARMO, Nágila Candido do ; SOUZA, Ginaldo Oliveira de ; CUNHA, Alessandra Ferreira da Cunha. Avaliação de depressão, síndrome de burnout e qualidade de vida em bombeiros. In: Psicologia Argumento. Curitiba: V. 23, n 42, p. 47-54, 2005.

BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria Teresa. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

BULGACOV, Talita Mazziotti; ANGST, Rosana ; DIANA, Mariana da Cruz ; AMORIM, Cloves Antônio de Amissis. Estresse e burnout em uma escola de pequeno porte. In: Anais do VII Congresso Nacional de Educação – EDUCERE e V Encontro Nacional de Atendimento ao Escolar Hospitalar. Curitiba: Champagnat, 2007.

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