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INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE CENTRO ZONAL NORDESTE

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INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO ZONAL NORDESTE

RELATÓRIO ANUAL, 2006 Editores: A. Muitia V. Salegua A. Manuel Janeiro de 2006

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NOTA DE ABERTURA

O Centro Zonal é um órgão regional do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), abrangendo uma ou mais regiões agro-ecológicas, responsável pela coordenação, execução das políticas, estratégias, programas e projectos de investigação agrária.

O Centro Zonal Nordeste (CZnd) abrange as regiões agro-ecológicas R7, R8 e R9 que compreede as províncias de Cabo Delgado, Nampula, parte de Niassa, Zambézia e Tete

Este centro tem como missão:

Contribuir para o aumento da produção, productividade e diversificação agrárias mediante a gestão sustentável dos recursos naturais.

São objectivos do Centro Zonal Nordeste:

(i) Assegurar a coordenação e desenvolvimento da investigação agrária no âmbito das políticas e estratégias agrárias;

(ii) Identificar, desenvolver e testar tecnologias agrária apropriadas; (iii) Promover a divulgação e a utilização dos resultados da investigação.

Para o cumprimento da sua missão, o Centro Zonal Nordeste compreende as seguintes unidades experimentais que ligam os serviços de investigação e a realidade agrária das regiões agro-ecológicas e dos produtores:

• Posto Agronómico de Nampula-sede;

• Centro de Investigação e Multiplicação de Semente de Algodão de Namialo - Nampula;

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• Posto Agrário de Nametil - Nampula; • Posto Agrário de Mutuali - Nampula;

• Centro de Investigação Agrária de Mapupulo – Cabo Delgado; • Laboratório Provincial de Veterinária de Nampula;

• Centro Provincial de Formação Agrária de Namialo – Nampula;

As acções estratégicas do Centro Zonal Nordeste compreendem a realização de conselhos técnicos regulares com objectivo de divulgar os programas de investigação com

principais parceiros e utilizadores; disponibilizar semente básica para os diferentes grupos envolvidos na produção de sementes; investigar e divulgar, através da extensão, técnicas melhoradas de produção sustentável e de conservação de solo e água; e

estabelecer e operacionalizar um sistema de multidisciplinaridade da investigação.

Eng. Fernando Mureva Chitio, MSc. Director do Centro Zonal

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AGRADECIMENTOS

O corpo de redacção expressa os seus agradecimentos, especialmente a Direcção do CZnd pela confiança dada para elaboração deste Relatório, aos Sectores, Unidades Experimentais, e demais colaboradores pelo apoio prestado na preparação e revisão das várias versões do Relatório.

Agradecimentos particulares são endereçados a todos os profissionais e instituições listados nos vários capítulos do relatório que contribuíram nas suas áreas específicas e que prontamente prestaram as informações e auxílio solicitados.

É de reconhecer a estimada dedicação e colaboração de todos os funcionários da instituição que participaram nas actividades descritas na edição do presente relatório.

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ÍNDICE

NOTA DE ABERTURA ... 1

I – INTRODUÇÃO... 5

II – ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO REALIZADAS EM 2005/2006

... 7

2.1 POSTO AGRONÓNICO DE NAMPULA – SEDE DO CENTRO

ZONAL ... 7

2.1.1 SECTOR DE LEGUMINOSAS DE GRÃO E

OLEAGINOSAS...3

2.1.2 SECTOR DE PROTECÇÃO DE PLANTAS ... 35

2.1.3 SECTOR DE FLORESTAS………... 42

2.1.4 CENTRO DE ESTUDOS SÓCIO-ECONÓMICOS...48

2.1.5 SECTOR DE RAÍZES E TUBÉRCULOS... 71

2.2 LABORATÓRIO PROVINCIAL DE VETERINÁRIA ... 88

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I – INTRODUÇÃO

O Centro Zonal Nordeste é um dos “serviços operativos” do IIAM a quem incumbe realizar as acções de investigação, experimentação e demonstração necessária ao reforço das fileiras produtivas agrícolas, incluindo as conducentes ao melhoramento da produção e defesa do património genético e vegetal.

O CZnd compreende os seguintes sectores: ™ Raízes e tubérculos; ™ Cereais;

™ Leguminosas de grão e oleaginosas e oleaginosas; ™ Fertilidade de solos;

™ Protecção de plantas; ™ Cajú;

™ Algodão; ™ Florestas;

™ Centro de estudos sócio-económicos; ™ Administração;

™ Florestas;

™ Ciências animais.

No desempenho da sua missão ao longo de 2005, o CZnd contou com a colaboração de inúmeras entidades nacionais e estrangeiras, que contribuíram para a implementação das actividades de investigação e de desenvolvimento agrárias. O sucesso deste trabalho, reflecte-se na actual dinâmica de crescimento do sector agrário, englobando a agricultura familiar e empresarial.

No contexto do desenvolvimento e capacitação institucional, foram alcançados êxitos na contratação de novos técnicos para área de investigação e pessoal de apoio.

O esforço da investigação agronómica ao longo de 2005/2006 teve como princípios a necessidade do aumento sustentável da produção e produtividade das principais culturas alimentares e de rendimento, o enriquecimento do banco de germoplasma, melhoramento

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de culturas, a melhoria do conhecimento dos métodos tradicionais de combate a pragas e doenças, o conhecimento profundo dos sistemas de produção agrícola do sector familiar, e a necessidade de produzir informação para uma melhor gestão dos recursos naturais no país.

A participação das comunidades camponesas como forma de incorporar as experiências e práticas agrícolas adquiridas ao longo de várias gerações constituiu essencialmente o aspecto mais crucial da investigação agrária.

Ao longo da campanha agrícola em causa, foram instalados e conduzidos diferentes ensaios quer na rede experimental, quer nas machambas dos camponeses, para testar e quantificar o efeito de determinadas práticas agronómicas no rendimento das culturas. Estes ensaios incidiram fundamentalmente sobre práticas de adubação orgânica e mineral, rotações e pousios, cultivo consociado, conservação de água no solo,

melhoramento e selecção de variedades, densidades, épocas e métodos de plantação, e estudos sobre o controlo de pragas e doenças.

Não se conseguiu contudo, devido a limitações financeiras, responder às necessidades institucionais de aumentar o quadro técnico-cientifico. Por esta razão, se continua com algumas áreas chaves ainda inoperativas.

Outros constrangimentos que influenciaram e continuam a influenciar o não cumprimento das metas estabelecidas pelo Centro Zonal incluem: muitos quadros sem enquadramento no Aparelho Estado, número limitado de quadros especializados, insuficiência de

moradias e escritórios, desembolso tardio de fundos, exiguidade de fundos e falta de incentivos para os investigadores.

O presente relatório apresenta basicamente os resultados das actividades realizadas durante a campanha 2005/2006 no CZnd. Por questões de organização, as actividades serão apresentadas por unidade experimental e dentro de cada unidade experimental os sectores respectivos.

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II – ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO REALIZADAS EM 2005/2006 2.1 POSTO AGRONÓNICO DE NAMPULA – SEDE DO CENTRO ZONAL

2.1.1 SECTOR DE LEGUMINOSAS DE GRÃO E OLEAGINOSAS Idalina C. Napita, Marques Donça e Amade Muitia

Introdução

O sector de leguminosas de grão e oleaginosas do Centro Zonal Nordeste trabalha com várias culturas incluindo, amendoim, feijão nhemba, feijão boer, feijão jugo, soja, feijão holoco e gergelim. Algumas dessas culturas, como é o caso de amendoim, nos útimos anos, já passaram de culturas alimentares para culturas de rendimento visto que existem mercados garantidos com preços aliciantes e os produtores da região apostaram no seu cultivo. A demanda das culturas de amendoim vermelho e de tamanho grande e da cultura de gergelim obriga ao sector em redrobar esforços para alimentar as necessidades do mercado destas duas culturas. Neste momento, a grande aposta do sector é estabelecer um programa de melhoramento das diversas culturas, principalmente para as culturas de amendoim, feijão nhemba e gergelim.

Objectivos gerais do sector

‘ Recolher e manter germoplasmas das diversas culturas tanto localmente como de outras instituições de investigação estrangeiras;

‘ Encontrar variedades com altos rendimentos e estáveis nas condições agro-ecológicas da região e economicamente desejáveis;

‘ Determinara as melhores práticas culturais para as diversas culturas segundo o sistema de produção da região com a finalidade de aumentar aumentar a produtividade do sistema;

‘ Produzir semente (pré) básica das variedades recomendadas das diversas culturas; ‘ Divulgar e difundir as novas tecnologias resultantes da investigação;

Actividades realizadas

As actividades realizadas durante a campanha 2005/2006 incluíram: ♣ Na cultura de amendoim:

” Ensaio de 22 linhas avançadas resultantes de cruzamentos entre Valencia e Spanish no distrito de Cuamba;

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” Ensaio de comparação de variedades do tipo Spanish em Nampula, Mutuali e Mapupulo;

” Ensaio de comparação de variedades do tipo Valencia em Nampula, Mutuali e Mapupulo;

” Ensaio de comparação de variedades do tipo Virgínia em Nampula, Mutuali e Mapupulo;

” Multiplicação de 73 linhas (populações F3) rsultantes de cruzamentos entre variedades resistentes a nemátodos e variedades com alto teor de ácido oleico para começar com a sua avaliação em Nampula na campanha 2006/2007;

” Multiplicação de 85 linhas (população F3) resultantes de cruzamentos entre variedades de baixo teor de ácido oleico e variedades de alto teor de ácido oleico para começar a sua avaliação em Nampula na campanha 2006/2007;

” Multiplicação de semente básica das variedades Nametil e Mamane. ♣ Na cultura de feijão nhemba:

” Ensaio de datas de sementeira e variedades em Cuamba; ” Multiplicação de semente de várias variedades.

♣ Na cultura de soja:

” Ensaio de variedades em Cuamba;

” Ensaio de consociação com milho em Cuamba; ” Multiplicação de semente.

♣ Na cultura de feijão boer:

” Ensaio de caracterização de germoplasma; ” Multiplicação de semente.

♣ Na cultura de feijão holoco: o Ensaio de variedades o Multiplicação de semente ♣ Na cultura de feijão jugo:

o Ensaio de variedades o Multiplicação de semente

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♣ Na cultura de gergelim:

o Ensaio de 24 variedades o Ensaio de 6 variedades o Multiplicação de semente

1. Ensaio regional de variedades elites de amendoim do tipo Spanish, Valencia e Virginia

Com objectivo de Avaliar variedades regionais em “On-Station” adaptadas as diferentes condições agroecológicas da região oeste de áfrica em particular a região Nordeste do IIAM, foram montados três (3) ensaios para posteriormente serem seleccionadas linhas, que poderão ser avaliadas a nível do sector familiar para o estudo da sua adopção ou avaliação pelos camponeses.

Delineamento experimental

Delineamento experimental utilizado para os ensaios foi o delineamento de quadrados latinos com 2 repetições e 25 tratamentos (variedades) para cada ensaio nomeadamente para variedades do tipo Spanish e Virginia e 16 variedades para tipo Valencia.

Na tabela abaixo estão descritas algumas características tídas em conta na instalação do ensaio, o desenho experimental poderá ser visto nos protocolos com maior detalhe.

Tabela 1. Características do talhão Cultura/ variedade compasso (cm) sem./covacho Área do talhão n.º de linhas úteis comprimento da linha útil Área do ensaio (m2) Amendoim (tipos virginia e Spanish) 60* 30 1 9.6 m2 2 4 m 432 Tipo Valencia 60*30 1 9,6 m2 2 4 m 364.8

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Sequência de operações culturais feitas

As operações feitas na fase de preparação da terra incluíram uma lavoura , foram ainda realizadas a sementeira, sachas e observações por roseta e manchas foliares precoces. A sementeira foi realizada no dia 27 de Dezembro de 2005. Foram realizadas duas sachas manualmente. A colheita foram feitas nos dias 22, 23 de Maio de 2006 e dia 02 de Junho de 2006 respectivamente para os tipos Spanish, Valência e Virginia respectivamente.

Observações feitas

Foram feitas observações sistemáticas de acordo com o ciclo das variedades que consistiram no registo de plantas germinadas, número de dias até a floração, coloração das flores, incidência de pragas e doenças, número de plantas na colheita, peso das vagens e peso do grão após a debulha.

Resultados- Variedades do tipo Spanish

Segundo os resultados de análise de variancia feitos para o factor variedade, as variáveis peso de 100 sementes, dias até a colheita e manchas foliares precoces tiveram resultados significativos, embora o rendimento não tenha dado resultados significativos na análise feita (tabela 2).

Rendimento

De acordo com o teste feito, não foram registadas diferenças significativas entre as variedades no rendimento (P< 0.05; F= 1.11). Isto sugere que, estatisticamente não há evidências que mostrem que houve diferenças no rendimento das variedades testadas. A tabela acima mostra a média do rendimento das diferentes variedades. Pode-se notar que as variedades ICGV-SM 96714, ICGV-SM 99568, NYANDA, ICGV-SM 99613 tiveram rendimentos que variaram de 1700 a 1890 Kg/ha, superiores que as variedades JL 24, ICGV-SM 96722 e ICGV-SM-98541 tiveram os rendimentos mais baixos que

variaram de 891 à 950 Kg/ha, As restantes variedades tiveram rendimentos intermediários.

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Tabela 2: resumo dos principais resultados Variedade Rendimento (Kg/ha) Peso de 100 sementes (gr) Dias até colheita Manchas foliares precoces ICGV-SM-98541 950.0 39.15 115.0 6.000 ICGV-SM 96606 1062.5 31.10 122.0 2.000 ICGV-SM 00567 1225.0 40.60 115.0 2.500 ICGV-SM 99594 1225.0 43.50 115.0 2.500 NYANDA 1825.0 29.85 115.0 2.000 ICGV-SM 99613 1700.0 50.30 115.0 1.500 ICGV-SM 99588 1362.5 41.30 115.0 2.000 ICGV-SM 00508 1500.0 39.05 115.0 1.500 ICGV-SM 98539 1175.0 45.20 149.0 0.500 ICGV-SM 98546 1162.5 39.60 118.5 0.500 ICGV-SM 99568 1800.0 42.40 115.0 1.500 ICGV-SM 99599 1075.0 36.55 115.0 1.500 ICGV-SM 98545 850.0 35.95 149.0 1.000 LOCAL CHECK 1350.0 27.50 115.0 3.000 ICGV-SM 96722 891.3 41.25 122.0 2.000 ICGV-SM 99597 1350.0 38.85 115.0 2.000 ICGV-SM 96714 1950.0 37.45 115.0 1.500 ICGV-SM 00571 1100.0 36.25 115.0 1.500 ICGV-SM 98542 975.0 35.70 149.0 0.500 ICG-12991 1425.0 32.75 115.0 1.500 JL-24 950.0 34.45 115.0 3.000 ICGV-SM-98540 1025.0 46.45 149.0 0.500 ICGV-SM-99614 1550.0 33.00 115.0 2.500 ICGV-SM 99589 1075.0 44.80 115.0 2.000 ICGV-SM 00530 1050.0 47.25 115.0 3.000 CV 32.84 14.289 0.817 56.135 LSD - 11.446 2.0432 2.2245 Peso de 100 sementes

Para o peso de 100 sementes, os resultados de análise de semente mostraram que entre as variedades , foram registadas diferenças significativas (P< .; F= ). Isto mostra que o peso de sementes foi diferente entre as variedades. De facto, as variedades ICGV-SM 99613, ICGV-SM 00530, ICGV-SM-98540, ICGV-SM 98539 tiveram

significativamente peso maiores que as restantes variedades que variaram de 45 à 50 gramas em 100 sementes. Ainda segundo o teste feito, as variedades ICGV-SM 96606, Nyanda e local foram as que registaram o menor peso de 100 sementes.

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Dias até a colheita

Para os dias até a colheita, os resultados de análise de variância mostraram que entre as variedades, foram registadas diferenças significativas, Isto pressupõe diferenças nos dias ate a colheita. Segundo os dados, as variedades ICGV-SM-98540, ICGV-SM 98542, ICGV-SM 98545, ICGV-SM 98539 são as que tiveram significativamente maiores dias até a maturação comparativamente as restantes, estas variedades tiveram a maturação em 149 dias. As restantes variedades tiveram a sua maturação em 27 dias.

Manhas foliares precoces

Segundo os resultados de análise de variância feitos, o factor variedade registou

diferenças significativas para as manchas foliares precoces. Isto sugere diferenças entre as variedades na incidência desta doença. De facto a variedade ICGV-SM-98541 foi a que teve significativamente maior incidencia desta doença (6) quando comparada com outras variedades. As variedade local, foram as mais infestadas pelas manchas foliares precoces depois da ICGV-SM-98541, quando comparada com as restantes variedades que tiveram infestações que variaram de 0.5 à 1.

Resultados - Variedades do tipo Valência

Segundo os resultados de análise de variancia feitos para o factor variedade , as variáveis peso de 100 sementes, rendimento, e manchas foliares precoces tiveram resultados significativos, para a variável infestação por Roseta os resultados de análise de variância não foram significativos (tabela 3).

Rendimento

De acordo com o teste feito, foram registadas diferenças significativas entre as

variedades no rendimento. Isto sugere que, estatisticamente há evidências que mostrem que houve diferenças no rendimento nas variedades testadas.

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A tabela acima mostra a média do rendimento das diferentes variedades. Pode-se

observar que as variedades ICGV-SM 95533, variedade local , JL24, ICGV-SM 86021 foram as que registaram rendimentos estatisticamente superiores (1125-1175 Kg/ha) que as restantes variedades que registaram rendimentos na ordem dos 350- 800 Kg/ha (tabela 3). Entre as variedades que tiveram rendimentos que variaram de 350 à 800 Kg/ha não foram diferentes estatisticamente.

Tabela 3: resumo dos principais resultados

Variedades Rendimento (Kg/ha) Peso de 100 sementes (gr.) Manchas foliares precoces Roseta ICGV-SM 95508 625.0 36.550 1.5 4.5 ICGV-SM 95503 450.0 34.000 1.5 2.0 ICGV-SM 95523 675.0 29.350 1.5 1.0 ICGV-SM 95520 350.0 33.000 0.5 3.5 ICGV-SM 95530 550.0 33.600 1.5 3.0 ICGV-SM 95538 475.0 38.000 1.0 3.0 ICGV-SM 95526 475.0 24.400 1.5 4.5 ICGV-SM 95533 1175.0 28.650 0.5 2.0 VALENCIA R2 800.0 30.200 1.0 0.5 JL24 1175.0 40.450 2.5 3.5 ICGV-SM 95544 375.0 34.450 1.0 3.0 LOCAL CHECK 1125.0 27.050 3.5 0.5 ICGV-SM 86021 1125.0 42.100 0.5 2.0 ICGV- 10899 500.0 29.850 1.0 2.0 ICGV- 11593 425.0 30.700 1.0 2.0 ICGV- 11282 350.0 25.550 2.5 2.0 CV 30.164 13.89 41.94 62.66 LSD 427.95 9.5836 1.2572 -

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Peso de 100 sementes

Para o peso de 100 sementes, os resultados de análise de semente mostraram que entre as variedades , foram registadas diferenças significativas (P.; F= ). Isto mostra que o tamanho de semente foi diferente entre as variedades. De facto, as variedades ICGV-SM 86021, JL 24 e ICGV-SM 95538 tiveram significativamente pesos maiores que

variaram de 38 à 42 gramas em 100 sementes quando comparadas com as variedades ICGV-SM 95526 e ICGV- 11282 que foram as que registaram o menor peso em 100 sementes. As restantes variedades tiveram pesos intermediários e não foram diferentes estatisticamente entre si.

Manhas foliares precoces

Segundo os resultados de análise de variância feitos, o factor variedade registou

diferenças significativas para as manchas foliares precoces. Isto sugere diferenças entre as variedades na incidência desta doença. De facto as variedades JL 24, Local e ICGV- 11282 foram as que tiveram significativamente maior incidencia desta doença (variou em média de 2,5 à 3,5) quando comparada com outras variedades. A variedade local, foi a mais infestada pelas manchas foliares precoces enquanto que as variedades ICGV-SM 95520, ICGV-SM 95533 e ICGV-SM 86021 foram as menos infestadas.

Roseta

Análise de variância feitas para roseta mostraram que o factor variedade não foi diferente significativamente. Isto pressupõe não haver diferenças entre as variedades. Segundo a tabela acima, podem se destacar 7 variedades com indices elevados de ataque por roseta, nomeadamente ICGV-SM 95508, ICGV-SM 95520, ICGV-SM 95526, ICGV-SM 95544, ICGV-SM 95530, ICGV-SM 95538 e JL 24 que tiveram em média índices de ataque que variaram de 3 a 4,5. As restantes variedades tiveram indices de ataque abaixo de 2.

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Resultados – Variedades do tipo Virginia

Segundo os resultados de análise de variancia feitos para o factor variedade , as variáveis peso de 100 sementes e manchas foliares precoces tiveram resultados significativos, para a variável infestação por Roseta e rendimento os resultados de análise de variância não foram significativos (tabela 4)

Rendimento

De acordo com o teste feito, não foram registadas diferenças significativas entre as variedades no rendimento. Isto sugere que, estatisticamente não há evidências que mostrem que houve diferenças no rendimento das variedades testadas.

A tabela acima mostra a média do rendimento das diferentes variedades. Pode-se notar que as variedades CG 7, SM 01723, SM 98703, SM 01719, ICGV-SM 02716, ICGV-ICGV-SM 02715, ICGV-ICGV-SM 01721 e ICGV-ICGV-SM 02707 tiveram rendimentos que variaram de 1400 a 1825 Kg/ha, superiores que as variedades ICGV-SM 99826, ICGV-SM 01733, ICGV-SM 99813, ICGV-SM 01729 eICGV-SM 98712 que tiveram rendimentos mais baixos que variaram de 700 à 950 Kg/ha, As restantes variedades tiveram rendimentos intermediários.

Peso de 100 sementes

Para o peso de 100 sementes, os resultados de análise de semente mostraram que entre as variedades , foram registadas diferenças significativas (P.; F= ). Isto mostra que o tamanho de semente foi diferente entre as variedades. De facto, as variedades ICGV-SM 02715, ICGV-SM 01721, ICGV-SM 01719, ICGV-SM 01729, ICGV-SM 01723,

ICGV-SM 01728, ICGV-SM 99813, ICGV-SM 98712, ICGV-SM 99813, ICGV-SM 99826, ICGV-SM 99852, ICGV-SM 99844, ICGV-SM 99851 tiveram

significativamente pesos maiores que variaram de 54 à 61 gramas em 100 sementes quando comparadas com as variedades restantes variedades que foram as que registaram o menor peso em 100 sementes. A variedade ICG12991 foi a que registou o menor peso (não é do tipo virgínia- foi acrescentada como variedade em uso localmente).

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Tabela 4: resumo dos resultados

Variedade

Rendimento (Kg/ha)

Peso de 100

sementes (gr) ELS Roseta ICGV-SM 02715 1425.0 55.95 0 1.0 ICGV-SM 01721 1400.0 55.45 0 1.0 ICGV-SM 02707 1400.0 48.65 1.0 1.0 ICGV-SM 02716 1500.0 48.10 0.5 1.5 ICGV-SM 01719 1750.0 60.90 1.0 1.0 ICGV-SM 01724 1025.0 45.25 0.5 0.5 ICGV-SM 01729 800.0 60.10 0 0.5 ICGV-SM 01723 1737.5 54.95 0.5 0.5 ICGV-SM 01728 1050.0 54.00 0 0 ICGV-SM 01727 1300.0 52.60 0 0.5 ICGV-SM 98703 1575.0 50.95 0.5 0.5 ICGV-SM 99804 1325.0 54.50 0.5 1.0 ICGV-SM 99809 1212.5 52.40 0.5 0 ICGV-SM 99772 1450.0 47.55 0.5 1.0 ICGV-SM 98712 700.0 61.05 1.0 2.0 ICGV-SM 99826 875.0 55.40 0 2.5 ICGV-SM 99813 950.0 59.55 1.0 2.0 ICGV-SM 99852 1225.0 59.45 0.5 0 ICGV-SM 99844 1050.0 55.50 0 1.0 ICGV-SM 99851 1275.0 54.55 0.5 0.5 ICGV-SM 01733 912.5 41.30 0.5 0.5

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ICG-12991 1025.0 26.80 3.0 0 CG7 1825.0 46.60 0 0.5 ICGV-SM 01731 1275.0 48.55 0 0 ICGV-SM 90704 1025.0 47.55 0.5 0 CV 25.96 9.64 86.79 87.61 LSD - 10.335 0.8957 -

Manhas foliares precoces

Segundo os resultados de análise de variância feitos, o factor variedade registou

diferenças significativas para as manchas foliares precoces. Isto sugere diferenças entre as variedades na incidência desta doença. De facto a variedade ICG 12991 foi a que registou significativamente maior incidencia desta doença (3) quando comparada com outras variedades. As restantes variedades tiveram índices muito baixo e não foram diferentes estatísticamente entre si.

Roseta

Análise de variância feitas para roseta mostraram que o factor variedade não foi diferente significativamente. Isto pressupõe não haver diferenças entre as variedades. Segundo a tabela acima, podem se destacar 2 variedades com indices elevados de ataque por roseta, nomeadamente ICGV-SM 99826 e ICGV-SM 99813, que tiveram em média índices de ataque que variaram de 2 a 2,5. As restantes variedades tiveram indices de ataque abaixo de 1,5.

(19)

2. Ensaio de 22 linhas avançadas resultantes de cruzamentos entre Valencia e Spanish

Introdução

Neste ensaio, três características é que estão em jogo: precocidade, eficiência no uso da água e conteúdo do ácido oléico. Segundo a literatura, o amendoim do tipo Valencia apresenta caracteríticas precoces enquanto que o amendoim do tipo Spanish tem um sistema radicular profundo e amplo o que pode implicar uma maior eficiência no uso da água e nutrients. Para além disso, foi encontrado no amendoim que os ácidos gordos insaturados são muito importantes para a saúde tanto humana como de outros animais porque reduzem os níveis de colesterol no sangue, mas a qualidade e o tempo de

armazenamento de amendoim podem ser reduzidos quando tiver mais na sua composição mais ácidos gordos polinsaturados (linoléico). Tendo em mente estas três características, houve necessidade de cruzar o amendoim do tipo Valencia com o amendoim do tipo Spanish com a finalidade de se encontrar variedades que sejam precoces e que se adaptem em regiões onde a água é escassa e as chuvas não são confiáveis. O Spanish usado como um dos parentes nestes cruzamentos tinha altos teores de ácido oléico (high oleic) para poder satisfazer a terceira característica.

Materiais e Métodos

Cruzamentos foram feitos entre uma linha de Spanish com alto teor de ácido oléico (UF435) e uma variedade também do tipo Spanish (Tamspan90). Os progenes contendo teores altos de ácido oléico foram retrocruzados com Tamspan90. Os progenes

autopolinizados com alto teor de ácido oléico resultantes destes retrocruzamentos foram cruzados com uma das três variedades do tipo Valencia (New Mexico Valencia A, New Mexico Valencia C e X-101). Uma representação esquemática desse processo está representada na figura 1.

Mais de 700 plantas simples foram plantadas em 2002 no Texas, Estados Unidos de América. Destas, 53 plantas foram seleccionadas e semeadas em Namialo e Nampula como linhas simples durante as campanhas 2003/2004 e 2004/2005.

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Na presente campanha, 22 linhas foram seleccionadas e inicialmente tinha-se programado para serem semeadas em vários locais, mas apenas foi conseguido em Cuamba, no campo experimental da faculdade. Em Cuamba, as 22 linhas foram semeadas em blocos

completamente casualizados em três repetições. Uma testemunha foi incluída no ensaio e um total de 30 sementes (3 linhas x 10 sementes) foram semeadas por talhão.

Tabela1: Tabela de Análise de Variança (ANOVA) para as linhas em Cuamba.

Fonte Tipo g.l. SQ QM F

Rep Random (r-1) 2

Genótipo Fixo (g-1) 22 QMG/QME

Erro (r-1)(g-1) 44

Resultados e Discussão

Os resultados da análise de variância mostraram que houve uma diferença significativa em todos os tratamentos para todos os componentes de rendimento, incluindo o

rendimento (Tabela 2).

Ainda pode-se ver claramente nesta tabela que existem novas variedades que rendem melhor que a variedade local como é o caso das variedades represetadas pelos

tratamentos 4, 5 e 15.

Em geral, pode-se dizer que as linhas que foram testadas 50 % mostraram rendimentos superiores a média da testemunha e 50% tiveram resultados abaixo da média da

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Tabela 2. Resumo dos resultados das variáveis observadas no ensaio.

Trat. NVg/Planta Peso Vag(g) Pgrao(g) P100Sem.(g) Rend(Kg/ha) 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Local LSD 52.567 bcde* 66.167 ab 45.333 cdef 69.167 a 56.000 abcd 45.533 cdef 46.433 cdef 46.967 cdef 56.433 abcd 39.800 ef 56.000 abcd 36.567 f 59.333 abc 42.200 def 56.233 abcd 44.000 def 52.700 bcde 50.467 cdef 49.733 cdef 53.800 bcde 55.233 abcd 54.333 bcd 48.0 cdef 14.264 666.7 efgh 616.7 fgh 616.7 fgh 1050.0 abc 1100.0 ab 933.3 abcde 800.0 cdefg 1066.7 abc 650.0 efgh 683.3 defgh 833.3 bcdef 533.3 gh 850.0 bcdef 666.7 efgh 1200.0 a 733.3 defgh 533.3 gh 700.0 defgh 833.3 bcdef 966.7 abcd 566.7 fgh 483.3 h 833.3 bcdef 296.26 396.00 defg 391.67 defg 342.33 efg 645.33 abc 734.67 a 554.00 abcd 419.67 defg 537.67 bcde 319.00 fg 410.00 defg 536.33 bcde 311.67 fg 470.33 cdefg 393.33 defg 728.67 ab 500.67 cdef 293.67 g 408.33 defg 459.67 cdefg 578.00 abcd 352.00 efg 284.67 g 412.00 defg 196.32 43.67 cdefghi 27.67 j 49.00 c 47.33 cdef 44.33 cdefgh 49.67 bc 56.00 b 43.67 cdefghi 46.67 cdefg 37.33 i 48.33 cd 38.67 hi 38.00 hi 40.33 ghi 40.00 ghi 42.00 defghi 44.00 cdefghi 47.67 cde 42.00 defghi 43.00 cdefghi 41.00 efghi 40.67 fghi 67.00 a 6.8267 488.9 defg 483.5 defg 422.6 efg 796.7 abc 907.0 a 684.0 abcd 518.1 defg 663.8 bcde 393.8 fg 506.2 defg 662.1 bcde 384.8 fg 580.7 cdefg 485.6 defg 899.6 ab 618.1cdef 362.6 g 504.1 defg 567.5 cdefg 713.6 abcd 434.6 efg 351.4 g 508.6 defg 242.3

*Na coluna, médias com letras iguais não são significativamente diferentes ao nível de significância de 0.05. Legenda: NVg/planta – numero de vagens por planta; Peso100Sem.(g) – Peso de 100 sementes em grama; Peso vag(g) – peso da vagem em gramas e LSD – Least Significance Difference.

Um dos factores que, provavelmente, afectou negativamente os rendimentos médios foi o facto de que algumas plantas germinavam enquanto a cultura ainda está no campo. Observou-se altas taxas de vagens vazias e de mortalidade de plantas. Observou-se também a presença de térmites, roseta, besouros das flores, lagarta da folha e manchas folhar.

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As térmites e a roseta influenciaram grandemente nos rendimentos por unidade de área visto que são estes dois factores que contribuiram para uma maior percentagem de morte de plantas.

Conclusões

Das linhas que foram testadas, 50 % mostraram rendimentos superiores a média da local e 50 % tiveram resultados abaixo da média da testemunha o que significa que temos muitas chances de conseguirmos variedades que rendem melhor a variedade local.

Maior número das novas variedades possui maior número de vagens por planta comparativamente com o material local. O T5 teve o melhor rendimento (907 kg/ha) e o T22 com menor (351.4 kg/ha).

Fig.2a: Uma planta com sintomas de roseta e outra sã.

Foto: Muitia, 2006

Fig.2b: Uma planta com sintomas de manchas foliares.

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3. Ensaio de datas de sementeira de feijão nhemba na zona sul da província do Niassa

Introdução

O feijão nhemba é uma das grandes fontes de proteinas para a maioria da população da província do Niassa, particularmente para a população da zona sul da província. Os camponeses consorciam com milho e outras culturas logo em Dezembro e ou mais tarde no decorrer da campanha, isto é, os produtores ainda não têm uma recomendação

cientificamente aprovada para quando eles podem semear o feijão nhemba na zona sul da província do Niassa.

O feijão nhemba quando semeado cedo corre o risco de se perder devido ao excesso de chuvas e ataque de pragas e doencas. Contudo, quando semeado a esta época, o feijão produz mais a massa foliar em detrimento na formação do grão. E quando semeado tarde também pode correr o risco de sofrer efeitos de seca no final da época chuvosa porque não se sabe exactamente quando as chuvas terminam. Nesta óptica, foi proposto um ensaio de datas de sementeira e variedades com a finalidade de encontrar a data óptima e a variedade apta para a regio sul da província de Niassa.

Materiais e Métodos

O ensaio foi semeado no campo experimental da Faculdade de Agricultura de Cuamba e contou com 28 tratamentos sendo a combinação de 4 datas de sementeira distribuidas desde 16 de Janeiro até 15 de Feveriro e 4 variedades de feijão nhemba (INIA – 11, SEMI-13, INIA – 19 e IT – 18). O ensaio foi semeado em 3 blocos completamente casualizados e em talhões subdividos sendo a data de sementeira no talhão principal e as variedades de feijão nhemba nos subtalhões.

As observações feitas durante o ensaio incluiram: número de plantas na emergência e o número de plantas na colheita, número de vagens por planta, número de vagens por pedúnculo, número de sementes por vagem, peso de 100 sementes e o rendimento do grão em kg/ha, comprimento das vagens e sementes por vagem. Neste trabalho, apenas

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apresentam-se os resultados do número de vagens por planta, comprimento da vagem, sementes por vagem, peso de 100 sementes e rendimento.

A análise dos dados foi feita usando o pacote estatístico SAS versão 8. A tabela 1 ilustra a tabela de análise de variancia usada para analisar as várias fontes de variação que compõem o ensaio.

Tabela1: Tabela de Análise de Variança (ANOVA) para o ensaio de datas de sementeira.

Fonte Tipo g.l. SQ QM F Bloco Random (b-1) Datas (D) Random (d-1) Erro1 Random d(b-1) Variedades (V) Fixo (v-1) D x V Random (d-1)(v-1) Erro2 Random b(d-1)(v-1) Resultados e Discussão

A tabela 2 mostra o resumo das características fenotípicas observadas das variedades que estavam no ensaio.

Tabela 2: Resumo das características fenotípicas gerais observadas nas 4 variedades estudadas.

Variedade Característica

INIA -11 SEMI -13 INIA -19 IT-18 Altura máxima 53,88cm 42,77cm 43,46cm 36,79cm Hábito de crescimento Erecta Semi –

erecta

Semi -erecta Semi -erecta

Cor do caule Verde Verde Verde Verde

Flores Roxo Roxo Roxo Roxo

Tamanho de grão Pequeno Grande Grande Grande Cor do grão Castanho Castanha Castanha Roxa/castanho Forma das folhas Trifolhar Trifolhar Trifolhar Trifolhar

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Ao longo do ciclo vegetativo da cultura, foram observadas pragas e doenças com comportamentos diferentes: afídeos, besouro da folha, a lagarta da folha que danificavam

as folhas. Foram também encontrados no ensaio o besouros das flores que danificavam as flores, percevejos que danificavam as vagens novas. Também foi de notar a presença de térmitas que faziam um estrago as plantas cortando-as.

Da doenças, foi de notar a presença da murchidão e podridão do pé e do caule que atingiam as vagens e era mais presente na variedade INIA-19. Notou-se também a

presença de mosaico dourado em todas as variedades quando semeadas na última semana de Janeiro e na primeira semana de Fevereiro.

Fig.3a: Besouro da vagem. Foto: Muitia, 2006.

Fig.3b:Lagarta da folha. Foto: Muitia, 2006.

Fig.4a: Plantas com sintomas de mosaico dourado. Foto: Muitia, 2006

Fig.4b: Vagens com sintomas de podridão. Foto: Muitia, 2006

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A tabela 3 mostra o sumário dos resultados obtidos nas várias variáveis observadas no ensaio.

Tabela 3: Resumo dos resultados das observações efectuadas nos diversos tratamentos. Trat. Vag./planta Comp/Vag Sem/Vag P100Sem Rend(Kg/ha) 1 50,33 a* 14,84 f 15,00 bcd 11,00 f 1525,4 a 2 34,00 bc 17,34 abcd 14,66 cd 12,67 de 1527,8 a 3 36,00 b 17,71 abc 15,00 bcd 13,33 bcd 1605,1 a 4 22,66 cd 18,70 a 15,66 abc 13,33 bcd 872,7 b 5 26,00 bcd 16,31 ef 14,33 cd 11,00 f 562,0 bcde 6 25,33 bcd 16,88 cd 14,00 cde 13,67 abcd 652,3 bcd 7 26,33 bcd 17,23 bcd 14,00 cde 14,00 abcd 717,1 bc 8 19,33 d 18,68 a 17,33 a 13,67 abcd 351,9 cde 9 16,33 d 15,23 ef 13,33 de 11,67 ef 243,0 e 10 17,66 d 16,46 cde 12,33 e 13,67 abcd 265,3 de 11 18,33 d 17,21 bcd 14,33 cd 14,67 ab 447,2 cde 12 20,00 d 17,61 abc 14,66 cd 13,67 abcd 361,5 cde 13 27,50 bcd 16,05 de 15,50 abc 13,00 cde 575,0 bcde 14 20,66 d 16,90 cd 14,00 cde 14,33 abc 511,1 bcde 15 27,00 bcd 16,23 de 14,25 cde 15,00 a 855,6 b 16 24,66 bcd 18,28 ab 16,67 ab 14,66 ab 483,3 bcde

LSD 15.70 1.26 2.32 1.75 674.0

CV(%) 36.3 4.4 9.4 7.7 55.1

*Na coluna, as médias com a mesma letra não são significativamente diferentes ao nível de probabilidade de 0,05.

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É de notar que existe diferença significativa entre as variáveis em estudo. Pode – se verificar que os maiores rendimentos se verificaram quando o feijão nhemba é semeado nos meados de Janeiro.

A variedade com maior rendimento é a variedade INIA – 19 (1605 kg/ha), seguida por SEMI – 13 (1527,8 kg/ha), INIA – 11 (1525,4kg/ ha ) e IT – 18, com o menor rendimento (872,7 kg/ha). Quando o feijão nhemba é semeado entre a última semana de Janeiro e a primeira semana de Fevereiro, os rendimentos baixam, mas em contra partida aumentam o seu desenvolvimento vegetativo devido provavelmente a excessiva queda das chuvas.

A variedade INIA-11 semeada nos meados de Janeiro tem mais vagens por planta enquanto que o INIA-11 semeado na primeira semana de Fevereiro tem menor quantidade de vagens.

Segundo os resultados sobre o comprimento de vagem, a variedade IT – 18 apresentou maior comprimento enquanto que com baixo comprimento foi a variedade INIA – 11.

Para o número de sementes por vagem, a variedade IT-18 A é que apresentou o maior número de sementes por vagem, seguida por INIA – 11, INIA – 19 e por fim a SEMI – 13 com menor média. É de salientar que o IT-18 apresentou maior número de sementes quando semeado nos meados de Janeiro e nos meados de Fevereiro.

Para o peso de 100 sementes, pode – se notar que a maior média é da variedade INIA – 19 e a menor é da INIA – 11. É de salientar que neste parâmetro a quarta data apresentou melhores resultados em todas as variedades e a primeira data apresentou baixos

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Conclusões

Em termos de datas de sementeira, foi encontrado que o feijão nhemba dá bons rendimentos quando semeado no início da segunda quinzena de Janeiro.

Em termos de variedade, a variedade INIA – 19 foi a melhor nas condições agro – ecológicas de Cuamba, visto foi a variedade que apresentou boas características( grão grande, boa forma, boa cor e rendimentos aceitáveis.

A variedade IT – 18 apresentou o menor rendimento das quatro variedades em estudo e em quase todas as datas.

4. O efeito da consociação milho-soja na zona sul da província do Niassa.

Introdução

Os camponeses da zona sul da Província do Niassa consorciam várias culturas incluindo milho, feijão nhemba, mandioca, mapira, abóboras e outras culturas. Trabalhos feitos da descrição dos sistemas de produção desta zona constactou que os rendimentos destas culturas não atingem o seu potencial. Esta situação é devida em parte pela baixa

densidade destas culturas na época de sementeira. Recentemente, a CLUSA, uma ONG nacional está a fomenter o cultivo de soja na região sul da província e segundo esta ONG a soja tem um mercado garantido. Tendo em conta estes dois cenários, foi proposto um ensaio de consociação de milho e soja com a finalidade de encontrar a densidade aceitável de milho que poderá dar rendimentos economicamente desejáveis quando consociado com a soja e sem contudo inibir os rendimentos de soja.

Materiais e Métodos

O ensaio é de blocos completamente casualizados com três factores: densidade, 3 níveis (1 planta por covacho, 2 plantas por covacho e 3 plantas por covacho, (22.222, 44.444 e 66.666pta/ha, respectivamente)); milho, 2 variedades (Matuba e Sussuma) e 2 variedades de soja (Ocepara e 427/5/7). O ensaio teve 12 tratamentos que é a combinação dos três

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factores (3x2x2) postos em 3 blocos. Na tabela 1 está representada a definição dos códigos dos tratamentos usados para este ensaio.

O ensaio foi semeado na época regular de chuvas durante a campanha 2005/2006 no campo experimental da Faculdade de Agricultura de Cuamba. As variáveis observadas neste ensaio incluiram: rendimentos do grão do milho e da soja, peso de espigas do talhão, peso de 10 espigas/talhão, peso do grão de 10 espigas/talhão, peso de 100

grão/talhão, isto no milho e número de vagens por planta, peso do grão/talhão e peso de 1000 grãos, na soja.

Neste trabalho simplesmente apresentaremos a análise de variancia dos rendimentos tanto de milho como de soja.

Tabela 1: Código dos tratamentos

Nº de tratamentos Densidade Milho (variedades) Soja (variedades) 1 1 1 1 2 1 1 2 3 1 2 1 4 1 2 2 5 2 1 1 6 2 1 2 7 2 2 1 8 2 2 2 9 3 1 1 10 3 1 2 11 3 2 1 12 3 2 2 Resultados e Discussão

A tabela 2 em baixo estão sumarizados os rendimentos de milho e de soja obtidos.

Nesta tabela, a média do rendimento mais alto da cultura de milho é de 530kg/ha

corresponde ao tratamento 8 da combinação entre 44.444 plantas/ha, variedade de milho Sussuma e a variedade de soja 427/5/7, enquanto que a combinação entre 66.666

plantas/ha de milho, a variedade Matuba e a variedade Ocepara é que apresentou menor rendimento.

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Tabela 2: Resumo dos resultados das observações efectuadas nas diversas variáveis para a cultura de milho.

Tratamento Rendimento (Kg/ha)

Soja Rendimento (Kg/ha) Milho 1 1277,8 bcd 426,7 abcd 2 1583,3 ab 516,7 ab 3 1666,7 a 480,0 abc 4 1527,8 ab* 417,7 abcd 5 851,8 ef 446,7 abcd 6 1240,7 bcd 460,0 abc 7 805,6 f 483,3 abc 8 1194,5 cde 530,0 a 9 1296,3 abcd 206,7 d 10 1037,0 def 276,7 bcd 11 925,0 def 390,0 abcd 12 1000,0 def 270,0 cd LSD 384,56 245,47 CV(%) 18,91 35,47

*Na coluna, médias com a mesma letra não são significativamente diferentes ao nível de 0.05.

Para a cultura de soja, o rendimento mais alto foi obtido no tratamento 3 que corresponde a combinação entre 22.222 plantas/ha de milho, variedade Sussuma e variedade Ocepara com 1667 kg/ha e o menor rendimento foi observado no tratamento 7 (44.444 plantas/ha de milho, variedade Sussuma e variedade Ocepara) com 806 kg/ha.

É de salientar que os rendimentos de milho foram muito baixos por causa de um grande ataque de térmites que em alguns casos destruiam completamente um talhão.

Fig.5a e b: Talhões de milho completamente destruidos por térmites. Foto: Muitia, 2006.

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Conclusões

A combinação uma planta por covacho do milho da variedade Sussuma com a soja variedade Ocepara é a melhor para o sistema de consociação. Em termos do rendimento do grão do milho, a variedade Sussuma é a melhor para a consociação, pois apresentou rendimentos altos em todas densidades excepto na densidade de uma planta por covacho, onde a variedade Matuba foi a melhor.

Para o rendimento do grão de soja, a variedade Ocepara é a melhor, dado que nas duas densidades do milho mostrou rendimentos altos, exceptuando se na densidade de duas plantas por covacho do milho, onde a variedade 427/5/7 foi a melhor. No entanto, apesar da variedade 427/5/7 não ter apresentado rendimentos altos nas densidades de uma e três plantas por covacho, ela apresentou grãos de maior tamanho.

5. Ensaio de Comparação de Variedades de Soja

Introdução

A soja ( Glycine Max) é uma cultura de geração de rendimentos que vem sendo

fomentada em Moçambique, e no Distrito de Cuamba em particular principalmente por ONG´S. Contudo tem se verificado um pouco por toda região, um fraco desenvolvimento da cultura, Isto é, plantas raquíticas com um número reduzido de vagens, devido

provavelmente o cultivo de variedades inadequadas as condições agro – ecológicas da região, causando deste modo rendimentos baixos.

Em termos de uso, a soja tem grandes vantagens em relação ao gergelim e girassol, dado que para além de extracção de óleos pode ser consumida como feijão, em forma de farinha, leite e é muito rica em nutrientes.

Por estas razões, propôs-se este trabalho com a finalidade de comparar a adaptabilidade de 7 variedades da cultura de soja nas condições agro-ecológicas da região do distrito de Cuamba, Niassa.

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Materiais e Métodos

Para efectivação do presente trabalho usaram-se 7 variedades de soja (Ocepara, 42757, IAC-6, S468630, S519/6/21, S519/6/14, S510/6/26).

O ensaio foi instalado no campo exprimental da Faculdade de Agricultura de Cuamba no distrito de Cuamba num solo argilo – arenosos.

O ensaio era constituído por blocos completos casualizados, com 4 blocos (repetições) e 7 tratamentos (variedades).

Para cada talhão era constituido por linhas linhas num compasso de 60x5cm. Cada talhão tinha uma área de 18,72m2 (3,6x5,2m), compondo 624 plantas na razão de uma planta por covacho. As 624 plantas encontravam-se em 6 linhas, com 104 plantas por linha, sendo 400 plantas úteis.

A sementeira foi feita no dia 15 de Dezembro. Importa dizer que a semente não foi inoculada para poder aproximar as condições dos produtores locais sem condições para a compra de inoculantes. Retanchas, desbaste e sachas foram efectuadas quando o

justificasse.

As observações feitas durante o ensaio incluíram: número de ramos por planta, número de plantas no início e no fim, número de vagens por planta, peso de 100 sementes e o rendimento. Análise de dados foi feita no pacote estatístico SAS v.8.

Resultados e discussão

O período em que as culturas ficaram no campo desde a sementeira até a colheita foi respectivamente 120 dias para a variedade Ocepara, 116 dias para a variedade 427/5/7, 138 dias variedade IAC-6, S468/6/30 e 113 dias para as variedades S519/6/21,

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é a variedade tardia quando comparada com as outras variedades enquanto que a a variedade S510/6/26 é a variedade precoce para esta região.

Na tabela 1 estão sumarizados os resultados obtidos neste este ensaio. Esta tabela mostra que há diferença significativa entre os tratamentos, nos parâmetros vagens por planta, rendimento por hectare e número de ramos por planta e não há diferença significativa entre os parâmetros peso de 100 sementese e sementes por vagem.

Tabela1: Sumário dos resultados obtidos durante a condução deste ensaio. Tratamento Ramos/planta Vagens/Planta Rendimento

(kg/ha) Sementes/Vagem Peso 100 sementes Ocepara 5,75 a 82,25 c 2770,72 b 3 21,5 427/5/7 3,50 ab 31,25 ab 1896,32 ab 2.5 16,25 IAC-6 3.00 ab 35,50 abc 1666,62 a 2.75 17,25 S468/6/30 4.25 ab 62,00 abc 2041,62 ab 3 17,25 519/6/14 3,75 ab 65,00 bc 2270,80 ab 3 18,5 S519/6/21 2,50 b 23,00 ab 2145,80 ab 2.5 14,75 S510/6/26 1.75 b 15,75 a 1687,62 a 2.75 13,25 LSD CV 58,15 17,70 28,12 14,82 15,94

*Na coluna, médias com a mesma letra não são significativamente diferentes ao nível de 0.05.

Foram observadas algumas pragas e doenças como é o caso de gafanhotos, térmites percevejo verde, ferrugem nas variedades ocepara, S519/6/14 e vassoura da bruxa nas variedades 427/5/7, S468/6/30, S519/6/14, S510/6/26.

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A análise de variância do número de ramos por planta mostrou que há uma diferença significativa entre os tratamentos. Pode-se constatar que a variedade Ocepara é que teve maior número de ramos ao passo que a variedade S510/6/26 apresentou menor número de ramos.

O número de ramos por planta varia de 1 a 10 dependendo da variedade. Neste ensaio os números de ramos por planta encontrados nas variedades variou entre 2 e 6.

Para o número de vagens por planta, a variedade Ocepara mostrou que rende mais por planta que as outras variedades enquanto que a variedade S519/6/14 rende menos por planta.

Como se pode ver, o maior número de semente por vagem pertence a variedade Ocepara, S468/6/30 e S519/6/21 ao passo que o menor número de semente por vagem pertence as variedades 427/5/7 e S519/6/21.

Fig. 6a: Planta atacada pela vassoura da bruxa. Foto: Muitia, 2006

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Para o caso do peso de 100 sementes, a variedade com maior peso de 100 sementes foi a Ocepara e a variedade com menor peso de 100 grãos foi a S510/6/26.

Na tabela pode – se ver que o maior rendimento é da variedade Ocepara, ao passo que o menor rendimento é da variedade S510/6/21. Neste ensaio, os rendimentos encontrados nas variedades em estudo não atingiram os rendimentos obtidos nas outras áreas de produção da soja e isto deveu-se provavelmente ao facto da não inoculação da semente.

Conclusões

A partir dos resultados deste estudo conclui – se que:

A variedade Ocepara, em termos de rendimento, é a melhor para o sector familiar visto que é a variedade que melhor se adaptou às condições agro – ecológicas de Cuamba.

As variedades S519/6/21, S519/6/14 e S/468/6/30 são também aconselhadas ao sector familiar por apresentarem rendimentos aproximados dos obtidos na variedade Ocepara.

Embora a variedade IAC – 6 mostre um rendimento inferior em relação às demais estudadas, esta apresentou resistência à pragas e doenças no campo.

Para adubação e pastos recomenda-se a variedade IAC – 6 em virtude de apresentar muita massa foliar.

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2.1.2 SECTOR DE PROTECÇÃO DE PLANTAS Eng. F. M. Chitio, MSc.

1. Ensaio de Avaliação da Resistência Genética de 20 Variedades de Milho a Ataque de Sitophilus zeamais Mots

Introdução

Segundo um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Investigação Agronómica (INIA) em 1996 na província de Tete especificamente nos distritos de Angónia, Changara, Macanga, Mutarrara e Tsangano constatou-se que a maior parte da produção do milho dos camponeses perdia-se por causa de ataque da praga, Sitophilus zeamais Mots .

Estudos realizados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em 1970 indicam que nos países tropicais as perdas do milho armazenado devido ao ataque dos insectos está na ordem de 30%.

Embora não existam dados científicos colhidos sobre a matéria em Nampula, segundo informações colhidas durante a execução deste trabalho, os camponeses têm registado perdas enormes de milho nos armazéns e celeiros devido ao ataque de Sitophilus zeamais

Mots.

O ataque prolongado desta praga, além de reduzir significativamente a qualidade do grão, afecta especificamente e rendimento familiar, já que a agricultura é a base de

sobrevivência de muitos Moçambicanos.

Face a estas constatações foram colocados os seguintes problemas:

ƒ Das 20 variedades do milho selecionadas para este trabalho quais delas apresentam resistência genética ao ataque do Sitophilus zeamais Mots?

ƒ Em que intervalo de tempo o Sitophilus zeamais Mots causa maiores danos ao milho armazenado?

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ƒ Qual é a relação existente entre a quantidade de insectos e os danos causados em cada grão do milho armazenado?

Com o estudo se pretende fazer a avaliação das variedades do milho resistentes ao ataque do Sitophilus zeamais Mots durante o armazenamento, os resultados vão contribuir para um entendimento da importância da escolha das variedades de milho resistentes ao ataque desta praga como forma de redução do ataque do milho armazenado na província de Nampula e, para além de constituir uma base para estudos posteriores do género.

Materiais e Métodos

Os insectos utilizados foram provenientes dos armazéns localizadas nos arredores da cidade de Nampula e foram criados no laboratório do PAN nos grãos de milho. Foram usados 5 amostras em cada variedade de milho e cada amostra teve 5 gramas. O ensaio foi montado de maneira casualizada. Em seguida 5 gorgulhos, 2 machos e 3 fémeas foram colocados em cada amostra.

Foram avaliadas 20 (vinte) variedades de milho, as sementes foram produzidas na campanha 2004/2005 e não receberam nenhum tipo de tratamento fitossanitário, visando avaliar a resistencia genética do grão ao ataque do Sitophilus zeamais Mots.

Com ajuda de uma bacia metálica (38cm de comprimento, 25cm de largura e 8cm de altura), dois pratos de alumínio e uma pedra de gelo os insectos foram postos no prato para serem identificados e separados das fêmeas e machos, com ajuda de uma lupa e microscópio foram identificados três fémeas e dois machos e depois foram introduzidos nas respectivas amostras para a infestação do grão.

Todos os frascos foram mantidos durante 20 dias para que houvesse a infestação dos grãos. Em seguida, após 20 (vinte) dias foram iniciadas as observações retirando os insectos dos seus respectivos frascos em cada variedade para acompanhar e registar o desenvolvimento da infestação e danos causados. Os insectos emergidos eram retirados,

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contados, sendo pesados os grãos de cada variedade. Este procedimento repetiu-se até 60 dias após a infestação, como encerramento da emergência dos insectos.

Foi usada uma escala de avaliação de danos para facilitar a determinação dos níveis de perdas ( escala 1. 0% ou sem qualquer dano ou manchas de roeduras na superfície do grão, escala 2. 1 à 25% de danos no grão ou aparecimento de manchas de roeduras na superfície do grão, escala 3. 26 à 50% de danos no grão, ou aparecimento de 1 furo no grão, escala 4. 51 à 75% de danos no grão, ou aparecimento de 2 furos no grão; escala 5. 76 à 100% de danos no grão, ou aparecimento de 3 ou mais furos no grão).

Os parâmetros referentes aos danos causados ao grão, como perfuração e perda de peso, foram avaliados separando-se os grãos danificados, os quais foram contados os números de furos e pesados. Além disso, o peso final de toda a massa de grãos das vinte

variedades foi determinado e comparado com o peso inicial (5g) de cada amostra. Em ambos os casos, o delineamento experimental foi completamente casualizado, e os dados obtidos foram analisados estatisticamente com a aplicação do teste F e as médias

comparadas pelo teste de Duncan, ambos a 5% de significância, utilizando-se o programa estatístico SAS.

Resultados e Discussão

A tabela 1 mostra as percentagens de perda de peso de variedades de milho após a

infestação aos 20, 40 e 60 dias do S. Zeamais. Analisando esta tabela nota-se que existem

diferenças significativas entre as variedades (p< 0.05).

A variedade Sussuma-0430092 com cerca de 31.4% de percentagem de perda de peso é a mais susceptível ao ataque de Sitophilus zeamais Mots e a variedade de milho de grão amarelo-QPM com cerca de 7.6% de percentagens de perda de peso é a menos

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Tabela 1. Percentagens de perda de peso de variedades de milho após a infestação aos 20, 40 e 60 dias do S.

Zeamais.

Vairedades 20 dias 40 dias 60 dias Milho de grão amarelo-QPM 2.36 cdefg 6.80 defg 7.60 e

Changalane 2.16 defg 5.00 g 9.90 de CMS-0233021 0.96 g 5.12 fg 10.20 de Chinaca-ZM-521 3.32 abcdefg 8.00 cdef 10.40 de

PAN-6777 4.64 abc 9.08 cde 10.50 de Sussuma-575 4.48 abcd 8.72 cde 10.70 de

CMS-933133(RE) 2.40 cdefg 7.80 cdefg 10.92 de CMS-023005 3.40 abcdef 8.00 cdef 11.60 de

PAN-67 3.44 abcdef 8.40 cde 11.90 de Tsangano-ZM-621 1.52 efg 8.50 cde 12.20 de CMS-003001 2.24 cdefg 5.24 fg 13.00 de Sussuma-579 2.68 abcdefg 6.80 defg 13.20 de Matuba-530049 4.80 ab 9.40 cd 13.40 de CMS-023019 2.44 bcdefg 5.52 fg 14.20 d Sussuma-Chókwe 2.16 defg 6.90 defg 14.20 d PH-30G97 2.64 abcdefg 9.20 cde 14.60 cd Sussuma-570 3.84 abcde 13.00 ab 20.80 bc Sussuma-572 4.96 a 10.40 bc 20.90 bc Sussuma-578 1.12 fg 6.30 efg 23.52 b Sussuma-0430092 4.88 a 15.40 a 31.40 a Médias 3.02 8.21 14.28 LSD% 2.42 2.93 6.35 CV 63.81 28.37 35.38 1Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si a 5% de probabilidade.

As variedades Changalane, PAN-6777, Sussuma-575, CMS-0233021 (tabela 1) são outras variedades que sofreram menores perdas de peso, sendo também resistentes geneticamente ao ataque. Ao mesmo tempo, Sussuma-0430092, Sussuma-578 e Sussuma-570, mostraram uma variação de perda de peso bastante diferenciados em relação a variedade de milho de grão amarelo-QPM que apresentou menor percentagem de perda de peso (Tabela 1). A partir desta análise pode se afirmar ou assumir que as variedades Sussuma-575, CMS-0233021, Changalane, PAN-67, Tsangano- ZM-621, milho do grão amarelo-QPM e Chinaca-ZM-521, por mostrarem poucas perdas e baixo nível de ataque, e podem ser consideradas tolerantes ou resistentes ao ataque enquanto que as variedades Sussuma-0430092, Sussuma-572, Sussuma-578 e Sussuma-570, apresentam maior percentagem de perda de peso, porque são mais preferidas pelos insectos e por conseguinte são mais susceptíveis ao ataque.

Na tabela 2 estão representados resultados das médias de escala de danos de S . Zeamais das variedades de milho após a infestação aos 20, 40 e 60 dias.

As variedades Sussuma-572, Sussuma-0430092 e Sussuma-578 tiveram maiores médias de escala de danos (Tabela 2) e por conseguinte foram mais susceptíveis ao ataque aos 20 e 60 dias após a infestação.

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Tabela2: Média de escala de danos de S. Zeamais das variedades de milho após a infestação (60 dias).

Variedades 20 dias 40 dias 60 dias Milho de grão amarelo-QPM 1.0 d 2.0 d 2.80 f PAN-6777 2.40 bc 3.40 c 3.60 e Tsangane-ZM-621 2.60 bc 3.60 c 3.60 e Chinaca-zm-521 2.60 bc 3.40 c 3.80 de Sussuma - 575 2.60 bc 3.20 c 4.00 cde CMS-933133(RE) 1.80 cd 3.40 c 4.00 cde CMS-0233021 2.20 bc 3.20 c 4.00 cde Changalane 2.20 bc 3.40 c 4.00 cde PAN-67 2.20 bc 3.40 c 4.20 bcde CMS-003001 2.40 bc 3.60 c 4.20 bcde CMS-023005 2.60 bc 3.40 c 4.40 abcd CMS-023019 2.40 bc 3.40 c 4.60 abc PH-30G97 2.40 bc 3.40 c 4.60 abc Sussuma-Chókwe 2.40 bc 3.80 bc 4.60 abc Sussuma-569 2.80 ab 3.80 bc 4.60 abc Matuba-530049 3.00 ab 3.60 c 4.60 abc Sussuma-0430092 2.80 ab 4.00 abc 4.80 ab Sussuma-578 2.40 bc 3.40 c 4.80 ab Sussuma-572 3.60 a 4.60 ab 5.00 a Sussuma-570 2.80 ab 4.80 a 5.00 a Média 2.40 3.50 4.20 LSD 0.80 0.80 0.60 CV 29.0 18.8 12.9 1 Na coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si, ao

nível de 5% de probabilidade.

A variedade Tsangano-ZM-621 aos 20 à 60 dias mostrou a média de escala de dano variável com cerca de (2.6-3.6%) e, enquanto que a variedade Chinaca-ZM-521 aos 20 à 60 dias não mostrou maior escala de dano. Dentre todas as variedades analisadas, o milho de grão amarelo-QPM é que apresentou média de escala de dano muito reduzida.

A figura 1 abaixo mostra o número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots 60 dias após a infestação.

Algumas variedades analisadas, tiveram maior número de insectos emergidos do que outras, verificaram-se diferenças significativas de insectos encontrados nas cinco (5) amostras de cada variedade.

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0 5 10 15 20 25 30 PA N-6 777 Suss um a-5 72 CM S-9331 33(R E) CM S-0 030 01 CM S-0 230 05 CMS -0230 19 CMS-0 2330 21 Cha nga lane PH-3 0G97 Suss um a-C hókw e PAN -67 Sus sum a-57 0 Tsang an o-ZM -621 Chi nac a-ZM -521 Sus sum a-57 8 Milh o de grão am arelo -QP M Suss um a-5 79 Matu ba-5 300 49 Sus sum a-04 300 92 Sus sum a-57 2 N ú m e ro de Ins e c tos Em e rgidos

Fig1: Número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots após a infestação (60 dias) e danos causados

Portanto o número de insectos presentes na variedade de milho de grão amarelo-QPM durante o período de infestação é significativamente menor que os encontrados nas variedades Sussuma-578, Sussuma-570 e Sussuma-572, entre outras, sendo estas as mais atractivas ao Sitophilus zeamais Mots.

Há factores de resistência (substâncias químicas ou características físicas do grão) que actuam de forma a inibir ou atrair os insectos em algumas variedades. Por isso, algumas variedades de milho, como por exemplo a variedade de milho de grão amarelo-QPM foi menos atacada pelos insectos.

Um dos mais importantes indicadores de resistencia é a morte larval que pode ser

expressa pelo baixo número de insectos emergidos como é o caso da variedad QPM-grao amarelo. Quando comparada com as variedades 570, 578, Sussuma-0430092 e Sussuma-572, os insectos chegam a ser duas a três vezes maiores com

diferenças significativas entre si, caracterizando-se como mais susceptíveis. Quanto mais susceptível é o grão do milho, maior é o número de insectos emergidos e maior é o dano causado.

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A figura 2 mostra a relação entre número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots 60 dias após infestação e danos causados de 5 variedades.

y = 1.70x + 2.80 R2 = 0.79 y = 10.50x - 8.80 R2 = 0.77 y = -1.00x + 5.73 R2 = 0.82 y = 8.20x - 5.33 R2 = 0.83 y = 6.40x - 3.20 R2 = 0.96 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 20 D 40 D 60 D Período (dias) Insectos vivos(%)

CMS-023005 Sussuma-570 Sussuma-578 QPM Sussuma-572

Fig. 4: Relação entre número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots 60 dias após infestação e danos causados.

A recta de regressão é significativa nas variedades CMS-023005, Sussuma-570, Sussuma-572 e Sussuma-578, pois quanto maior for o período de armazenamento do grão, maior é o número de insectos emergidos e danos causados. Enquanto que a recta de regressão na variedade do milho do grão amarelo-QPM não é significativa, pois o período de armazenamento do grão não facilitou a emergência dos insectos. Este facto pode explicar-se por esta variedade não ter permitido maior produção de insectos e não ter também permitido muitos danos no grão.

Conclusões

Com base nos resultados de avaliação da resistência genética do grão das 20 variedades do milho ao ataque do Sitophilus zeamais Mots., pode-se concluir que:

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Algumas variedades de milho apresentam factores de resistência do tipo não-preferência ou antibiose em relação ao ataque do Sitophilus zeamais Mots. Enquanto que as outras variedades são susceptíveis ao ataque.

A variedade de milho de grão amarelo-QPM é a mais resistente ao ataque do Sitophilus

zeamais Mots, indicando a presença de factores de antibiose e, ou não-preferência.

As variedades de milho Sussuma-0430092 (15.2%), Sussuma-572 (16.8%), Sussuma-578 (26%) e Sussuma-570 (21.4%) possuem maior percentagem de perda de peso e

apresentam valores mais elevados de emergência de insectos, além de serem mais

atractivas ao Sitophilus zeamais Mots, e por isso podem ser consideradas susceptíveis ao ataque.

A variedade de milho de grão amarelo-QPM foi a melhor dentre todas, com menor percentagem de perda de peso (7.6%), e nela emergiu menor número de insectos (3%). Enquanto que a variedade Sussuma-0430092 foi a variedade que teve maior percentagem de perda de peso (31.4%) e maior número de insectos emergidos (15.2%).

2. Efeito das datas de Plantação no Ataque de Pragas de Pós-Colheita na Cultura de Mapira

Introdução

Moçambique é um dos países mais pobres do mundo. Mais de 60% da sua população vive nas zonas rurais e a sua maior actividade é a agricultura. A maior parte dests população usa técnicas muito rudimentares na produção agrícola, que é de subsistência. Além de ser uma agricultura de subsistência, também há problemas de sérios da fraca rede de comercialização dos excedentes dos camponeses e também baixa qualidade de facilidades de armazenamento. Por isso, muitas vezes muita produção dos camponeses é perdida ou estragada nos celeiros por causa do ataque de pragas, que muitas vezes começam no campo e são transportados para os celeiros durante a colheita. De acordo com algumas estimativas, mais que 30 a 50% da produção no país é perdida durante o armazenamento nos celeiros. Olhando para esses dados vê se que há uma necessidade de pensar em outras alternativas de como melhorar a conservação de produtos agrícolas na área rural. Há ideias de se usar SILOS modernos para conservação dos produtos para se garantir a segurança alimentar e organizar a rede de comercialização que funciona na

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zona rural que possa facilitar o fluxo dos produtos do campo para a cidade e para as fábricas de processamento. Até lá, o uso de variedades resistente a pragas e doenças pode ser a melhor alternativa para a redução de perdas pós-colheita por pragas e doenças. Objectivos

O objectivo desta pesquisa e para avaliar o seguinte:

► Identificar quando a infestação de pragas do armazem começa no campo, durante o ciclo de desenvolvimento da cultura (Na fase de grão mole ou duro?)

► O uso de data de plantação ou de colheita, para manipular o momento de maior infestação do grão no campo pelos insectos de grãos armazenados.

Materiais e Métodos

Foram usadas para o ensaio de datas de plantação 5 variedades de mapira no Posto Agronomico de Nampula, em Dezembro de 2004 e Janeiro de 2005. As variedades usadas foram, Macia, Atx 635, Malisor 84-17, Sima e Sureno

Para a avaliar os niveis de danos provocados pelas pragas foi usada uma escala de danos de 1 a 5, onde:

1= 0% de dano no grao, 2= 1 to 25% de danos no grao, 3= 26 a 50% de danos no grão 4= 51 a 75% de danos no gro, 5= 76 a 100% de danos no grão.

Resultados 0 0.5 1 1.5 2 2.5

Macia Atx.635 Malisor Sima Sureno

Variedades de Mapira R e ndi m e nt o de c a da V a ri e d a d e (t/ h a )

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0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

Macia Atx. 635 Malisor Sima Sureno

Variedade de mapira E s c a la de D a nos

Aos 107 dias depois de Plantacao Aos 114 dias depois de Plantacao Aos 121 dias depois de Plantacao

Figura 2. A escala de danos do grão, nos diferentes momentos de observação

Discussão e Conclusão

O ensaio de datas de plantação foi montado em primeiro lugar em 28 de Dezembro de 2004 e o segundo em Janeiro de 2005. A colheita foi feita quase no mesmo tempo nos dias 4 e 5 de Maio de 2005.

O ensaio teve 5 variedades de Mapira, 3 trazidas da Africa do Norte, 1 dos Estados Unidos de América e 1 de Moçambique. As variedades testadas foram as seguintes: Macia, Malisor 84-17, Atx. 635, Sima e Sureno.

Em termos de rendimentos de grão, as variedades Sima, Sureno e Macia apresentaram um bom rendimento, chegando a atingir acima de 2 toneladas por hectar. Durante o desenvolvimento da cultura no campo foram feitas algumas observações da presença de pragas e doenças. No meio do cíclo de desenvolvimento da cultura, muitas dessas variedades estavam infestadas pelos afídeos.

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A praga principal de pós-colheita chamada “Maize Weevil”, começou a aparecer no campo a volta de 15 de Abril de 2005, quando o grão já estava maduro e seco. A praga apareceu no mesmo tempo nos 2 ensaios, um montado mais cedo e outro montado mais tarde. Os resultados mostraram que que o início da infestação dos campos com a praga Maize weevil começa em geral na primeira quinzena de Abril. As variedades que mostraram menor escala de danos são as variedades de Macia e Sureno. Sima, apesar de ter um bom rendimento de grão, apresentou a escala de danos elevada, oque mostra que é susceptível ao ataque pela praga. Para contornar a situação, talvez se recomende a

colheita pouco antes desta data, e isso implica a sementeira cedo para que a colheita ocorra antes desta data.

Referências

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