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Abordagem Ergonômica no ambiente de trabalho 1. Ergonomic approach in the workplace. Enfoque ergonómico en el lugar de trabajo

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Abordagem Ergonômica no ambiente de trabalho1

Ergonomic approach in the workplace

Enfoque ergonómico en el lugar de trabajo

Alves Rosimairy1, Campos Sarah de Mendonça2, Pontes Natália e Pires³,

Brasileiro Marislei Espíndula4, Co-orientador4. Abordagem Ergonômica no

ambiente de trabalho, revisão bibliográfica de 1992 a 2009. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line] 2010 jan-jul 1(1):1-15. Available from: <http://www.ceen.com.br/revista eletronica> .

Resumo

Objetivo: verificar a importância da abordagem ergonômica dentro do ambiente

de trabalho, bem como sua relação com a saúde do trabalhador. Material e

Méto-do: este estudo é do tipo exploratório, bibliográfico com análise integrativa,

quali-tativa da literatura disponível em bibliotecas convencionais e virtuais. Resultados: os resultados apontam que a ergonomia no ambiente de trabalho contribui signifi-camente para a prevenção de doenças ocupacionais e/ou lesões osteomuscula-res. Aumentado assim, a produtividade do empregado. Conclusão: a ergonomia é fundamental para a saúde física, metal e social do trabalhador. As abordagens ergonômicas têm um papel importante na prevenção de doenças ocupacionais, manutenção da saúde do trabalhador, qualidade de vida e melhor produção de trabalho.

Descritores: Ergonomia, Trabalhador, Saúde

Summary

Objective: verify the importance of ergonomic approach within the workplace, as well as its relationship with the worker's health. Material and methods: this study is

1 Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho, do Centro de

Estudos de Enfermagem e Nutrição/Universidade Católica de Goiás.

1 Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho, do Centro de

Estudos de Enfermagem e Nutrição/Universidade Católica de Goiás.

2 Enfermeiras, especialistas em Enfermagem do Trabalho, e-mail: mairy-silva7@hotmail.com,

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of type exploratory, integrative, bibliographic with qualitative analysis of literature available on conventional and virtual libraries. Results: the results suggest that the ergonomics in the workplace contributes significantly to the prevention of occupa-tional diseases and/or musculoskeletal injuries. Thereby increasing employee pro-ductivity. Conclusion: ergonomics is fundamental to the health physics, metal and social worker. Ergonomic approaches have an important role in the prevention of occupational diseases, maintenance of workers ' health, quality of life and work. Descriptors: Ergonomics, Health Worker,

Resumen

Objetivo: ante el interior verifique la importancia de subir ergonómico del ambiente del trabajo, así como su relación con la salud del trabajador. Material y método: este estudio está del exploratório, tipo bibliográfico con el integrativa, análisis cualitativo de la literatura disponible en bibliotecas convencionales y virtuales. Resultados: los resultados señalan que la ergonómica en el significamente del ambiente del trabajo contribuye para la prevención de los osteomusculares ocupacionales de las enfermedades y/o de lesiones. Aumentado así, la productividad del empleado. Conclusión: la ergonómica es básica para la salud física, metal social y del trabajador. Los boardings ergonómicos tienen un papel importante en la prevención de enfermedades ocupacionales, el mantenimiento de la salud del trabajador, la calidad de la vida y una producción mejor del trabajo.

Describers: Ergonómica, trabajador, salud

1 Introdução

O interesse por este estudo foi evidenciar a importância da ergonomia no ambiente de trabalho. Uma vez que trabalhador saudável é sinônimo de maior produção na empresa. Deve-se dar relevância às condições laborais, pois atualmente, tanto homens quanto mulheres passam a maior parte do dia no ambiente de trabalho.

O termo ergonomia tem origem do grego, ergo (trabalho) e nomos (lei, regra), então, etimologicamente, significa o estudo das leis do trabalho. Isso

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aproxima o verdadeiro sentido da ergonomia de aproximar o conhecimento científico da realidade social.

Esse termo foi criado e utilizado pela primeira vez pelo inglês Murrel e pas-sa a ser adotado oficialmente em 1949, quando da criação da primeira sociedade de ergonomia, a Ergonomics Research Society, que congregava psicólogos, fisio-logistas e engenheiros ingleses interessados nos problemas da adaptação do tra-balho ao homem1.

A ergonomia é o estudo das condições de trabalho do homem e seu ambiente. Com o objetivo de manter conforto, segurança e o bem-estar físico-psicossocial humano no intuito de obter a conservação da saúde e uma melhor produção do trabalhador. A intervenção mais importante da ergonomia é adaptar o ambiente ao trabalhador para melhores condições de trabalho.

A ergonomia é comumente definida como o estudo científico da relação entre o homem e seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, o termo ambiente abrange não apenas o meio propriamente dito em que o homem trabalha, mas também os instrumentos, as matérias-primas, os métodos e a organização desse trabalho2.

As soluções ergonômicas podem se referir a vários aspectos do trabalho: as características do posto, o planejamento e a localização de dispositivos e materiais de trabalho entre outros. A ergonomia é, portanto bastante ampla e aborda vários aspectos do trabalho.

É através dessa adequação que ela pretende chegar a trabalhos que sejam mais confortáveis para os operadores e que não venham a se constituir em risco para sua saúde.

Todo estudo ergonômico se baseia na própria atividade e nas suas conse-qüências sobre o trabalhador e não sobre um determinado aspecto ambiental.

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Nem sempre o problema do homem em relação ao trabalho pode ser resolvido em uma primeira tentativa.

As pesquisas fornecem um acervo de conhecimentos, princípios geral, me-didas básicas das capacidades físicas do homem e técnicas para evitar os efeitos, sobre o desempenho humano, dos fatores relacionados com o projeto e funciona-mento das máquinas e do ambiente de trabalho3.

Para se ter o resultado ideal, todos esses conhecimentos devem se aplica-dos e adaptaaplica-dos em casa caso em diferentes situações.

O trabalho diário realizado em condições adversas, com o passar do tem-po, pode desencadear o aparecimento de diversos problemas de saúde, bem como acidentes ocupacionais. Devido a esse risco a empresa deve estar prepara-da para informar e esclarecer aos seus empregados a respeito prepara-das questões per-tinentes à saúde e abordar medidas preventivas.

Os trabalhadores que não possuem uma orientação ergonômica, estão propensos ao desenvolvimento de LER, DORT e de outras doenças relacionadas ao trabalho, como fadiga, estresse, esgotamento, exaustão cognitiva e depressão.

Em geral, a automatização e mecanização do trabalho o tornaram mais leve, mas em compensação aumentaram o seu ritmo e concentraram as forças aplicadas em algumas partes do corpo, como as mãos e punhos.

Diante das inadequadas condições de trabalho oferecidas aos trabalhado-res nos hospitais de muitos países, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), desde a década de 40 do século passado, tem considerado o problema como tema de discussão e tem feito recomendações referentes a higiene e segu-rança com a finalidade da adequação das condições de trabalho desses profissio-nais4.

A ergonomia no trabalho compreende o conjunto de fatores interdependen-tes que atua de forma direta ou indireta na qualidade de vida dos trabalhadores,

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bem como o desenho dos equipamentos do posto de enfermagem, os movimen-tos realizados nas atividades de cuidado com o paciente, bem como o próprio am-biente (iluminação, temperatura etc) são fatores ergonômicos que influenciam o comportamento do trabalhador.

A análise ergonômica do trabalho (AET) permite avaliar as fases das ativi-dades desenvolvidas pelos trabalhadores as próprias exigências do trabalho. Os trabalhadores que realizam suas atividades sentados devem ter ajustado, confor-me o padrão biométrico, a cadeira e a confor-mesa. E nos locais de trabalho em que as atividades precisam ser realizados em pé, há a necessidade de um local com as-sentos para descanso que possa ser utilizado pelos trabalhadores durante as pausas.

Dados da Human Factors and Ergonomics Society (HFES), demonstram que a ergonomia reduz em mais de 70% o índice de doenças e acidentes de trabalho, em empresas americanas que aplicam o conceito. No Brasil, embora não se tenha número real, cresce o número de empresas que aplicam conceitos de ergonomia através de profissionais qualificados5.

A postura sentada faz parte de nossa cultura. Ao andar de carro, ônibus, fazer refeições, em frente à televisão, no trabalho e, mais recentemente, até na fila de bancos, utilizamos a postura sentada. Na grande maioria das vezes não te-mos a atitude de sentar corretamente ou o mobiliário não permite que adotete-mos a “boa postura”. Entenda-se por “boa postura” ou “postura ergonômica” a atitude que uma pessoa deve ter para proteger as estruturas de seu corpo contra trau-mas, de forma a realizar o menor esforço muscular possível, sentindo-se confortá-vel6.

Se considerarmos que um profissional de escritório trabalha de seis a oito horas por dia, ele passará 80 mil horas sentado durante sua vida no trabalho. (fonte: Guild Health Insurance). 80% da população sofrem com problemas de lom-balgias. (fonte: Frauenhofer Institut IAO). 1/3 das pessoas na faixa etária de 35 a 50 anos de idade apresentam problemas de lombalgia crônica. (fonte: Healthy

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Back Campaign). Mais de 75% dos postos de trabalho utilizam computadores, fa-vorecendo a postura sentada7.

A vigilância em saúde do trabalhador (VISAT) tem por base a investigação e a intervenção na relação do processo de trabalho com a saúde, fazendo parte dessa concepção os componentes sociais, como a situação econômica, organiza-ção e consciência dos trabalhadores, o tipo de tecnologia utilizada em determina-do processo de produção, e os componentes sociais e tecnológicos que irão con-textualizar o componente epidemiológico.

Lesão por esforço repetitivo (LER)

Lesão por esforço repetitivo (LER), são lesões musculares e/ou de tendões e/ou fáscias e/ou de nervos nos membros superiores ocasionadas pela utilização biomecanicamente incorreta dos membros superiores, que resultam em dor, fadi-ga, queda de performance no trabalho, e conforme o caso podem evoluir para uma síndrome dolorosa crônica, nesta fase agravada por t dos os fatores psíqui-cos (no trabalho ou fora dele) capazes de reduzir o limiar de sensibilidade doloro-sa do indivíduo8.

O aparecimento de disfunções ligadas ao sistema músculo-esquelético, como as lesões por esforços repetitivos (LER), é um fenômeno que vem ocorren-do ao nível mundial.

No Brasil o problema começou a ser estudado principalmente entre os digi-tadores, mas atualmente outros profissionais vêm apresentando o mesmo tipo de síndrome.

A LER se desenvolve lentamente podendo levar anos para se manifestar, uma vez que elas são uma conseqüência de vários fatores do trabalho atuando conjuntamente que dizem respeito principalmente às posturas, movimentos e sua freqüência, a ergonomia tem sido utilizada mais diretamente na sua prevenção.

Lesões por Trauma Cumulativo a (L. T. C.) como doença ocupacional deve ser analisada dentro do trinômio homem, máquina e ambiente de trabalho, pois

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fatores econômico-financeiros e de produtividade obrigam, por exemplo, os digita-dores a um excesso de toques por horas (10 a 15.000 quando os tendões não to-leram mais que 2.000) e de aumento da jornada de trabalho com a utilização do duplo emprego. Para os autores 20% dos digitadores poderão desenvolver tenos-sinovite e as mulheres estão mais exposta, principalmente na gestação e meno-pausa9.

A empresa deve estar preparada para informar e esclarecer aos seus empregados a respeito das questões pertinentes à saúde.

São comuns os casos de inadequação operador/equipamento/instrumento nas áreas biológicas, obrigando ao profissional a assumir posturas incorretas de trabalho e, conseqüentemente, na execução da tarefa ocorrem microtraumatis-mos, cuja somatória pode originar as tecnopatias odontológicas, entre elas as L. E. R 10.

De forma geral, 19% da população trabalhadora tem algum tipo de Lesão por Trauma Cumulativo e que se algum trabalhador tiver alguma doença do traba-lho ou ocupacional e que fique incapacitado, ele tem mais de 1/3 de chance dessa doença ser L. E. R. Para o autor, basta que exista a conjugação de fatores bio-mecânicos e outros fatores contributivos para que se possa esperar a ocorrência dessas lesões11.

As L E R. se constituem em um problema de saúde pública e para a Ergo-nomia, principa mente no que concerne a saúde ocupacional, em virtude de sua alta prevalência em diversos grupos profissionais, tanto da indústria como no se-tor de serviços, gerando incapacidade temporária de razoável importância sóci-o-econômica, e mesmo permanente, numa idade de elevada capacidade produti-va do trabalhador12.

Os principais fatores determinantes da LER são postura, movimento asso-ciado à força, conteúdo do trabalho, fatores psicológicos e características individu-ais.

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É importante entender os fatores que propiciaram o surgimento e o agrava-mento dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). Pois LER e DORT são responsáveis por 90% dos casos de lesões do trabalho. E tam-bém diz: “As tendinites continuam sendo as mais freqüentes (49%) e que as te-nossinovites, as epicondilites e a fibromialgia têm aumentado nos últimos anos, sendo que, na maioria dos c sos, os pacientes chegam ao tratamento em fases avançadas. Essa situação é um problema de saúde pública e tem trazido prejuí-zos aos trabalhadores, tornando evidente a importância de conhecer as necessi-dades dos pacientes e de oferecer-lhes tratamento mais adequado13.

Acidentes Ocupacionais

Dois milhões de trabalhadores morrem a cada ano de doenças ocupacionais e acidentes ocorridos no ambiente de trabalho. Segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado nesta sexta-feira, morrem mais de 5 mil pessoas por dia de problemas relacionados ao trabalho. O número anual de mortes inclui as de 12 mil crianças. Quatro de cada cinco acidentes fatais ocorrem com homens14.

A maneira verdadeiramente eficaz de impedir o acidente é conhecer e con-trolar os riscos. Consideramos fundamental para a avaliação dos fatores prediti-vos de acidentes de trabalho, seja de risco ou de proteção, a contribuição da Er-gonomia Francesa ou Contemporânea como instrumento teórico metodológico voltado para o estudo da relação trabalho e saúde15.

A diversidade de trabalhos e aspectos físicos e emocionais dos trabalhadores propiciam problemas ergonômicos no ambiente de trabalho, aumentando, assim a vulnerabilidade dos empregados quanto a potenciais riscos a saúde e acidentes de trabalho, baixo rendimento a até prejuízo para a empresa.

Assim, surge o seguinte questionamento: Qual a importância da abordagem ergonômica dentro do ambiente de trabalho bem como sua relação com a saúde do trabalhador?

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Espera-se que este estudo venha contribuir com novas reflexões em torno do tema assédio moral, bem como prevenir possíveis conseqüências que esse tipo de violência causa na integridade física e psíquica da pessoa. Que possa também auxiliar na construção de novas abordagens na Enfermagem do Trabalho, contribuindo assim para a qualidade de vida do trabalhador.

A má adaptação do trabalho ao trabalhador devido a problemas diversos pode causar danos físicos, sociais e psicológicos ao empregado, fazendo-se necessário a abordagem de ações ergonômicas dentro do ambiente de trabalho para manter a saúde, a qualidade e a produção.

2 Objetivo

Verificar a importância da abordagem ergonômica dentro do ambiente de trabalho bem como sua relação com a saúde do trabalhador.

3 Materiais e Método

Estudo do tipo exploratório, bibliográfico com análise integrativa, qualitativa da literatura disponível em bibliotecas convencionais e virtuais.

O estudo bibliográfico se baseia em literaturas estruturadas, obtidas de livros e artigos científicos provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais. O estudo descritivo-exploratório visa à aproximação e familiaridade com o fenômeno-objeto da pesquisa, descrição de suas características, criação de hipóteses e apontamentos, e estabelecimento de relações entre as variáveis estudadas no fenômeno (11).

A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação na coleta e tratamento das informações, por meio de técnicas estatísticas, a fim de evitar distorções na análise e interpretação de dados. E o estudo retrospectivo consiste na obtenção de dados compreendidos num espaço de tempo para análise e discussão (12).

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Após a definição do tema foi feita uma busca em livros bases de dados virtuais em saúde, especificamente nos livros que abordem temas de segurança e medicina do trabalho e na Biblioteca Virtual de Saúde - Bireme. Foram utilizados os descritores: Ergonomia, Trabalhador e Saúde. O passo seguinte foi uma leitura exploratória das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos de Dados em Enfermagem – BDENF, no período de janeiro de 1992 a dezembro de 2009, caracterizando assim o estudo retrospectivo, em todos os idiomas, buscando as fontes virtuais, os anos, os periódicos, os idiomas, os métodos e os resultados comuns.

Para o resgate histórico utilizou-se livros e revistas impressas que abordassem o tema e possibilitassem um breve relato da ergonomia e sua relação com o trabalhador.

Realizada a leitura exploratória e seleção do material, principiou a leitura analítica, por meio da leitura das obras selecionadas, que possibilitou a organização das idéias por ordem de importância e a sintetização destas que visou a fixação das idéias essenciais para a solução do problema da pesquisa (11).

Após a leitura analítica, iniciou-se a leitura interpretativa que tratou do comentário feito pela ligação dos dados obtidos nas fontes ao problema da pesquisa e conhecimentos prévios. Na leitura interpretativa houve uma busca mais ampla de resultados, pois ajustaram o problema da pesquisa a possíveis soluções. Feita a leitura interpretativa se iniciou a tomada de apontamentos que se referiram a anotações que consideravam o problema da pesquisa, ressalvando as idéias principais e dados mais importantes (11).

A partir das anotações da tomada de apontamentos, foram confeccionados fichamentos, em fichas estruturadas, que objetivaram a identificação das obras consultadas, o registro do conteúdo das obras, o registro dos comentários acerca das obras e ordenação dos registros. Os fichamentos propiciaram a construção lógica do trabalho, que consistiram na coordenação das idéias que acataram os objetivos da pesquisa. Todo o processo de leitura e análise possibilitou a criação

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de três categorias. Os resultados foram submetidos às leituras por professores da Universidade que concordaram com o ponto de vista dos pesquisadores.

A seguir, os dados apresentados foram submetidos a análise estatística simples e convertidos em tabelas do Word (tipo clássica 1), levando-se em consideração uma margem de erro de 0,05%. Posteriormente, os resultados foram discutidos com o suporte de outros estudos provenientes de revistas científicas e livros, para a construção do relatório final e publicação do trabalho no formato Vancouver.

4 Resultados e Discussão

Nos últimos dez anos ao se buscar as Bases de Dados Virtuais em Saúde, tais como a LILACS, MEDLINE e SCIELO, (ou outras revistas tais como FEN, REBEn, etc) utilizando-se as palavras-chave: Ergonomia, Trabalhador e Saúde encontrou-se 12 artigos publicados entre 1992 e 2009, 1 Manual do Ministério da Saúde e 1 Manual do Ministério do Trabalho. Um total de 14 publicações. Foram excluídos 2 artigos, sendo, portanto, incluídos neste estudo 12 publicações. Após a leitura exploratória dos mesmos, foi possível identificar a visão de diversos autores a respeito da ergonomia no ambiente de trabalho.

4.1 Ações ergonômicas são essenciais para a manutenção da saúde do trabalhador, a qualidade de vida e de produção no trabalho.

Dos treze artigos, cinco estão em consenso quanto ao fato de que as ações ergonômicas são essenciais para a manutenção da saúde do trabalhador e produção de trabalho, conforme é possível verificar nas falas dos autores abaixo:

A análise dos critérios de prevenção de riscos nas atividades dos trabalhadores diante das exigências de produtividade, qualidade e flexibilidade na indústria algumas vezes vão de encontro aos aspectos de saúde e segurança dos trabalhadores16.

Cabe ainda ressaltar que mais estudos devem ser realizados no sentido de analisar a satisfação do profissional no ambiente de trabalho a partir da

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ergono-mia e sua relação na qualidade dos serviços prestados aos usuários em uma Uni-dade de Informação 17.

A atividade de controle envolve componentes mentais e uma busca com-plexa de informações. Essas informações pré-selecionadas possibilitam a elabo-ração do diagnóstico pelo operador, que elabora suas estratégias de ação. Um bom condicionamento físico-mental, psíquico é fundamental para que os operado-res possam desempenhar bem as suas funções18.

As condições dos postos de trabalho, o insuficiente dimencionamento da equipe, agressividade dos clientes e a falta de treinamentos foram os determinan-tes dos problemas encontrados na situação de trabalho analisada. Portanto, po-de-se inferir que a realidade vivida pela enfermagem na UBS interferia na organi-zação e qualidade de vida no trabalho em saúde coletiva, culminando na influen-cia sobre sua saúde, desempenho e bem estar19.

Diante das inadequadas condições de trabalho oferecidas aos trabalhadores nos hospitais de muitos países, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), desde a década de 40, tem considerado o problema como tema de discussão e tem feito recomendações referente a higiene e segurança com a finalidade da adequação das condições de trabalho desses profissionais. Essas condições insatisfatórias estão relacionadas à fatores biológicos, físicos, químicos, psicossociais e ergonômicos, os quais podem causar danos à saúde dos profissionais que ali atuam20.

Percebe-se, nos estudos acima que a prevenção de riscos, a satisfação profissional, o bom condicionamento físico, mental, psíquico e a organização da qualidade de vida no trabalho influenciam na saúde dos trabalhadores e conseqüentemente nas atividades laborais.

Conclui-se que a ergonomia, por meio de suas ações, é um fator essencial na manutenção da saúde do trabalhador.

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4.2 Importância da ergonomia na redução dos riscos e agravos de acidentes ocupacionais.

Dentre os artigos analisados observa-se que a implantação da ergonomia reduz em grande importância os riscos e agravos de acidentes ocupacionais.

Dos treze artigos 6 estão em consenso quanto ao fato de que as ações ergonômicas reduzem em os riscos de lesões ocupacionais, e proporcionam melhores condições de trabalhos.

Estudos realizados em empresas sobre as condições de trabalho de opera-dores de terminal, demonstraram que a freqüência de queixas quanto a proble-mas musculares e visuais eram menores nas empresas onde a organização do trabalho permitia uma certa autonomia quanto a execução da tarefa e onde havia pausas fixas intercaladas por tarefas de natureza diferente. Para a autora os estu-dos demonstraram que a raiz da insatisfação estu-dos digitadores, fadiga e queixas de saúde está provavelmente na organização do trabalho, porém fatores físicos e ambientais estão por trás do aparecimento desses sintomas 21.

O ambiente de trabalho, sob condições físicas, mecânicas e psíquicas ad-versas, é considerado como um dos principais fatores de risco para o desenvolvi-mento de alterações no sistema musculoesquelético. A exposição contínua e pro-longada do corpo aos fatores de risco de tal ambiente favorece o surgimento das doenças ocupacionais. Entre os principais fatores de risco relacionados aos dis-túrbios musculoesqueléticos, estão: a organização do trabalho (aumento da jorna-da de trabalho, horas extras excessivas, ritmo acelerado, déficit de trabalhadores); os fatores ambientais (mobiliários inadequados, iluminação insufi-ciente) e as possíveis sobrecargas de segmentos corporais em determinados mo-vimentos, por exemplo: força excessiva para realizar determinadas tarefas, repeti-tividade de movimentos e de posturas inadequadas no desenvolvimento das ativi-dades laborais 22.

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Tais riscos e fatores em grande parte não são encarados com a seriedade que deveriam e, com isso, geram muitas vezes, silenciosamente, os agravos à saúde 23.

A ergonomia se preocupa com as condições gerais de trabalho, tais como, a iluminação, os ruídos e a temperatura, que geralmente são conhecidas como agentes causadores de males na área de saúde física e mental, mas que o estudo procura traçar os caminhos para a correção. O seu objetivo é aumentar a eficiência humana, através de dados que permitam que se tomem decisões lógicas 24.

A ergonomia objetiva sempre a melhor adequação ou adaptação possível do objeto, aos seres vivos em geral, sobretudo no que diz respeito à segurança, ao conforto e a eficácia de uso ou de operacionalidade dos objetos, mais particu-larmente, nas atividades e tarefas humanas 25.

A intervenção em ergonomia busca evidenciar os principais indicadores crí-ticos presentes no trabalho e propor um conjunto de recomendações que garan-tam o bem-estar dos funcionários, a eficiência e a eficácia dos serviços 26.

Percebe-se, nos estudos acima que a organização do trabalho, o ambiente de trabalho, como a iluminação, os ruídos e a temperatura, os fatores de riscos e os agravos a saúde, a operacionalidade dos objetos, o bem-estar, a eficiência e a eficácia dos serviços colaboram para a qualidade da saúde e do trabalho.

Conclui-se que as lesões são preveníeis com medidas ergonômicas.

5 Considerações finais

O objetivo deste estudo foi verificar a importância da abordagem ergonômica dentro do ambiente de trabalho bem como sua relação com a saúde do trabalhador.

Após a análise dos estudos foi possível identificar que deve-se adaptar o ambiente de trabalho ao trabalhador com ações ergonômicas para evitar acidentes de trabalho e/ou doenças ocupacionais, como o intuito de manter a

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saúde do empregado, diminuir a insegurança do mesmo, induzindo-o a qualidade da produção.

Este estudo possibilitou a ampliação do conhecimento sobre ergonomia e os prejuízos que a ausência desta acarreta ao trabalhador, família, empresa e sociedade.

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