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Infecção das Partes Moles

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(1)

Infecção das Partes

Moles

Mª Francisca Castro Mª João Balsa Marlene Andrade Mónica Pereira Patrícia Tavares Raquel Duro Turma B Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Cirurgia 4º ano

(2)

Introdução

• A infecção das partes moles é uma das principais

causas de morbilidade em hospitais e na comunidade;

• Normalmente têm origem em lesões cutâneas mas

ocasionalmente podem surgir como manifestação de

uma

infecção

mais

generalizada,

como

uma

endocardite;

• Possuem etiologia variada, diversas manifestações

clínicas e diferentes graus de intensidade;

• O diagnóstico precoce é essencial pois sem tratamento

estas infecções possuem uma mortalidade elevada.

(3)

Infecção das partes moles

Superficiais Profundas Circunscritas/ Locais Difusas Abcesso Foliculite Furúnculo Carbúnculo Hidradenite supurativa Impétigo Ectima Ectima gangrenosa Linfangite Linfadenite Celulite Erisipela Fasceíte necrosante Miosite necrosante Outras Úlcera de pressão Úlcera de estase venosa Pé diabético Doença Pilonidal Infecção do Local Cirúrgico (ILC)

(4)

Infecção das partes moles

Superficiais Circunscritas/ Locais Abcesso Foliculite Furúnculo Carbúnculo Hidradenite supurativa Impétigo Ectima Ectima gangrenosa Linfangite Linfadenite

(5)

Abcesso

• Colecção circunscrita de exsudado

purulento causada por:

– sedimentação profunda de organismos piogénicos num tecido – infecções secundárias a focos

(6)

Abcesso

• Etiologia

– Agentes responsáveis: • Anaeróbios • Staphylococcus aureus

• Factores de risco

• Processo inflamatório adjacente;

• Foliculite, furúnculo, carbúnculo, impétigo, celulite; • Catéteres intravenosos;

(7)

Abcesso

• Sinais e sintomas

• Centro necrótico e edema periférico;

• Tumefacção; • Flutuação; • Inflamação supurativa; • Dor; • Descarga purulenta; • Linfadenopatia regional; • Febre; • Mal-estar; • Arrepios.

(8)

Abcesso

• Exames complementares de diagnóstico:

– Cultura do exsudado purulento;

– Rx;

– Ecografia; – TC.

(9)

Abcesso

• Tratamento

– Incisão e drenagem;

– Tratamento da infecção primária com antibióticos.

• Complicações

– Extensão local da infecção;

– Extensão da infecção à corrente sanguínea; – Gangrena.

(10)

Foliculite

(11)

Foliculite

• A foliculite crónica é rara, excepto na acne

vulgar.

• A foliculite

difusa ocorre em duas

situações:

– Provocada por Pseudomonas aeruginosa – Provocada por parasitas: Schistosoma

(12)

Foliculite

• Etiologia:

– Organismo geralmente responsável: • Staphylococcus aureus

– Pode envolver organismos Gram- negativos:

• Pseudomonas aeruginosa (após depilação e por contacto com água contaminada).

(13)

Foliculite

• Sinais e sintomas:

– Prurido; – Eritema; – Dor; – Pápulas/vesículas/pústulas; – Queda do pêlo.

• Diagnóstico:

– Clínico

(14)

Foliculite

• Tratamento:

– Compressas quentes;

– Limpeza com antisséptico; – Antibióticos locais.

• Complicações

:

– Furúnculo.

(15)

Furúnculo

Lesão mais dolorosa e extensa que a foliculite que tende a

ocorrer nas regiões pilosas e húmidas do corpo e

propagar-se a partir dos folículos pilosos, formando um abcesso

propriamente dito com uma área purulenta central. Afecta a

zona profunda do folículo piloso (não ultrapassa a derme). É

frequente a drenagem espontânea à superfície da pele.

(16)

Furúnculo

• Locais mais afectados:

– pescoço, cara, dorso, axilas e região glútea

• Factores de risco:

– Imunodeprimidos (Diabetes, corticoterapia, obesidade).

• Agentes responsáveis:

(17)

Furúnculo

• Sinais e sintomas:

– Nódulo profundo e adjacente ao folículo piloso;

– Centro necrótico e flutuante; – Prurido;

– Dor;

– Eritema e endurecimento em torno da lesão;

– Aumento dos gânglios linfáticos regionais.

(18)

Furúnculo

• Diagnóstico diferencial

Quando as lesões estão localizadas próximo a articulações,

sobre a tíbia ou estão amplamente distribuídas,

consideram-se diagnósticos diferenciais como: nódulos reumatóides,

gota, bursite, sinovite, eritema nodoso, infecções por fungos,

alguns tumores benignos ou malignos de pele e cistos

sebáceos ou cistos epiteliais de inclusão inflamados.

(19)

Furúnculo

• Tratamento:

– Incisão e drenagem;

– Antibióticos (se afectar a cara ou houver manifestações sistémicas)

(20)

Furúnculo

• Complicações:

– Furúnculo recorrente; – Carbúnculo;

– Flebite purulenta;

– Trombose venosa central no cérebro; – Celulite;

– Gangrena;

– Fasceíte necrosante; – Hidradenite supurativa.

(21)

Carbúnculo

São

lesões

que

estão

localizadas,

mais

frequentemente, na região inferior do pescoço, são

mais graves e mais dolorosas que os furúnculos e

resultam da infecção profunda de um grupo de

folículos contíguos.

(22)

Carbúnculo

• Agentes responsáveis:

– Staphylococcus aureus – Bacillus anthracis

(23)

Carbúnculo

• Sinais e sintomas:

– Lesão de trajectos fistulosos entre folículos pilosos infectados situada profundamente;

– Eritema e flutuação; – Febre;

– Dor;

(24)

Carbúnculo

• Tratamento:

– Incisão e drenagem cirúrgica; – Antibioterapia.

• Complicações:

– Flebite purulenta; – Septicemia

(25)

Hidradenite supurativa

Grave infecção cutânea da axila, virilha ou períneo,

consistindo em múltiplos abcessos das glândulas

sudoríparas apócrinas.

• Etiologia

Suspeita-se que possa envolver um defeito do epitélio

folicular terminal que conduz ao bloqueio das glândulas

apócrinas, que secundariamente ficam infectadas.

(26)

Hidradenite supurativa

• Sinais e sintomas

– Acumulação purulenta nas glândulas apócrinas – Dor

• Diagnóstico

– É diferenciado da furunculose por biópsia da pele, que mostra o envolvimento típico das glândulas sudoríparas apócrinas.

– Suspeita-se de hidradenite se os abcessos se concentram em áreas de glândulas apócrinas (axilas, virilhas e períneo)

(27)

Hidradenite supurativa

• Tratamento

– Evitar desodorizantes e antitranspirantes adstringentes.

Situação aguda:

– Antibióticos.

– Aplicação de compressas quentes.

Situação crónica:

– Incisão e drenagem do abcesso.

– Se a consolidação não ocorrer prontamente após a drenagem, deve pensar-se em infecção por fungos.

– Se o tratamento falhar, a pele portadora de glândulas sudoríparas apócrinas deve ser removida e se necessário pode-se recorrer a enxertos de pele.

(28)

Hidradenite supurativa

• Complicações

– Flebite purulenta (quando localizada na proximidade das grandes veias)

(29)

Impétigo

Infecção bacteriana superficial comum, cuja lesão

primária é uma pústula superficial que se rompe,

formando uma crosta típica cor-de-mel.

Existe nas formas bolhosa e não bolhosa.

• Etiologia

– Staphylococcus aureus

– Streptococcus pyogenes (impétigo não bolhoso)

• Factores de risco

– Queimaduras, picadas de insecto, humidade e más condições de higiene

(30)

Impétigo

• Sinais e sintomas

Impétigo não bolhoso

• Vesículas transitórias que

evoluem para lesões exsudativas com crostas amareladas

• Eritema

• Atinge preferencialmente face e membros

• Frequente em crianças

Impétigo bolhoso

• Bolhas com ruptura, deixando crostas superficiais

• Eritema

• Atinge preferencialmente face e membros

(31)

Impétigo

• Diagnóstico

– Clínico

– Enviar amostras para cultura, para

identificar a presença de estreptococos Grupo A potencialmente implicados em glomerulonefrite.

• Tratamento

– Cuidados higiénicos – Antibioterapia

(32)

Impétigo

• Complicações

– Celulite

– Linfangite; linfadenite – Sépsis

(33)

Ectima

Infecção cutânea caracterizada por pústulas que se tornam

rapidamente ulcerosas; circundadas por eritema.

• Etiologia

– Streptococcus

– Staphilococcus aureus

Mais frequentes nas pernas de doentes imunodeprimidos;

pode surgir no contexto de uma infecção secundária

• Sinais e sintomas

– Lesão pustular com centro necrótico – Eritema circundante

– Libertação de exsudado purulento – Tumefacção

(34)

Ectima

• Diagnóstico

– Clínico – morfologia das lesões

– Exame histológico – exclusão de outras patologias

• Tratamento

– Antibioterapia

• Prognóstico

– Resolução lenta – Cicatriz

(35)

Ectima gangrenoso

Infecção cutânea caracterizada por vesículas

hemorrágicas circundadas por eritema.

• Etiologia

– Idiopático (50%)

– Mecanismos imunológicos

• Sinais e sintomas

– Vesículas hemorrágicas circundadas por eritema – Libertação de exsudado purulento e hemorrágico – Febre

(36)

Ectima gangrenoso

• Tratamento

– Glicocorticóides – Antibioterapia – Imunossupressores – Imunoglobulinas – Desbridamento

(37)

Linfangite

Infecção dos vasos linfáticos que se manifesta por eritema

linear

que ascende nos membros até aos gânglios linfáticos

regionais

• Etiologia

– Staphilococcus

– Streptococcus β hemolíticos

Origina-se geralmente numa área de celulite

próxima de uma ferida aberta.

(38)

Linfangite

• Sinais e sintomas

– Extensas faixas avermelhadas no sentido dos gânglios regionais

– Gânglios linfáticos regionais aumentados e dolorosos – Dor

– Febre e arrepios – Taquicardia

(39)

Linfangite

• Diagnóstico

–Culturas de sangue e de ferida

Diagnóstico diferencial

–Tromboflebite superficial:

localizada num único segmento venoso,

com frequência com um cordão palpável

–Celulite:

eritema de características distintas

(não linear)

(40)

Linfangite

• Tratamento

– Elevação do membro

– Aplicação de compressas quentes – Analgesia e antibioterapia

– Exame cuidadoso da ferida e avaliação da necessidade de desbridamento, incisão ou drenagem de um abcesso

• Complicações

– Sépsis e morte.

• A instituição agressiva de antibioterapia apropriada e dos cuidados com a ferida, geralmente, controlarão a infecção

(41)

Linfadenite

Inflamação dos gânglios linfáticos.

Pode ser supurativa.

• Etiologia

– Staphilococcus – Streptococcus

• Sinais e sintomas

– Aumento significativo dos gânglios linfáticos, que podem

permanecer aumentados e firmes por períodos prolongados ou supurar.

(42)

Linfadenite

• Complicações

– Pode provocar celulite e edema nos tecidos circundantes.

• Diagnóstico

Uma linfadenite de evolução lenta, que nem se

resolve, nem forme abcesso, pode ser confundida com:

– Linfadenite granulomatosa – Linfoma

– Tumor metastático

É necessária uma biópsia excisional para diferenciar

estas lesões. Após várias semanas, pode haver redução

do tamanho e da firmeza da adenite piogénica,

(43)

Linfadenite

• Tratamento

– Fase aguda – antibióticos

(44)

Infecção das partes moles

Superficiais Profundas Circunscritas/ Locais Difusas Abcesso Foliculite Furúnculo Carbúnculo Hidradenite supurativa Impétigo Ectima Ectima gangrenosa Linfangite Linfadenite Celulite Erisipela Fasceíte necrosante Miosite necrosante Outras Úlcera de pressão Úlcera de estase venosa Pé diabético Doença Pilonidal Infecção do Local Cirúrgico (ILC)

(45)

Infecção das partes moles

Superficiais

Difusas

Celulite Erisipela

(46)

Celulite

• Situação aguda e inflamatória da pele caracterizada por

dor localizada, calor, eritema e tumefação que pode

envolver a epiderme, a derme e o tecido celular

subcutâneo. Membros, face e região perianal são os locais

mais afectados.

• Agentes responsáveis

– S. pyogenes (2/3); – S. aureus (1/3);

– P. aeruginosa (mãos e pés);

(47)

Celulite

• Factores de risco

– Lesões cutâneas (traumas, queimaduras, picadas de insectos…);

– Corpos estranhos (catéteres, próteses…);

– Imunodeprimidos (Diabetes, Obesidade, Alcoolismo); – Gravidez;

– Alterações da drenagem venosa ou linfática; – Micoses;

(48)

Celulite

• Sinais e sintomas

– Eritema; – Edema; – Febre; – Dor; – Adenomegalias; – Linfangite; – Abcesso;

• Diagnóstico

– Exame cultural de amostras sanguíneas ou de material aspirado de bolhas ou

pústulas com TSA; – Biópsia para exame

(49)

Celulite

• Possíveis

complicações

– Linfangite e linfadenite; – Septicemia;

• Diagnóstico diferencial

– Tromboflebite – Alergias – Fasceíte necrosante

• Tratamento

– Antibioterapia (oral ou I.V.); – Elevação da área atingida; – Descanso;

– Internamento hospitalar;

– Tentar elevar a temperatura da área atingida;

– Vigilância, de modo a detectar abcessos “mascarados” ou outros agentes envolvidos;

(50)

Erisipela

• É uma forma de celulite de origem estreptocócica e como

tal é também uma doença infecciosa aguda da pele.

Ocorre com mais frequência na face e extremidades

inferiores de crianças e idosos.

• Agentes responsáveis

– S. pyogenes;

• Factores de risco

– Lesões cutâneas; – Imunodeprimidos; – Insuficiência vascular;

(51)

Erisipela

• Sinais e sintomas

– Progressão rápida;

– Aparecimento de bolhas surpeficiais; – Dor localizada;

– Eritema, calor; – Edema;

– Descamação da área envolvente; – Adenomegalias;

– Febre, arrepios;

(52)

Erisipela

• Diagnóstico

– Clínico;

• Tratamento

– Antibioterapia (penicilina oral ou I.V.); – Internamento.

• Possíveis complicações

(53)

Infecção das partes moles

Superficiais Profundas Circunscritas/ Locais Difusas Abcesso Foliculite Furúnculo Carbúnculo Hidradenite supurativa Impétigo Ectima Ectima gangrenosa Linfangite Linfadenite Celulite Erisipela Fasceíte necrosante Miosite necrosante Outras Úlcera de pressão Úlcera de estase venosa Pé diabético Doença Pilonidal Infecção do Local Cirúrgico (ILC)

(54)

Infecção das partes moles

Profundas

Fasceíte necrosante Miosite necrosante

• Infecção de progressão rápida com extensa destruição dos tecidos

moles.

(55)

Factores de risco

• Indivíduos imunodeprimidos:

– Diabetes mellitus; – Má-nutrição;

– Obesidade;

– Alcoolismo crónico e abuso de outras drogas; – Uso de corticosteróides;

– Síndrome de deficiência auto-imune; – Neoplasias malignas;

– Insuficiência renal; – Cirrose;

• Doença vascular periférica;

• Traumatismos cutâneos, cirurgias e outras portas de

entrada;

(56)

Classificação

• plano tecidual afectado e extensão da invasão; • local anatómico;

(57)

Fasceíte Necrosante

• Rápida e extensa infecção da

fáscia em profundidade até ao

tecido adiposo.

• Proliferação de bactérias

aeróbias e/ou anaeróbias.

• Comprometimento da função

leucocitária pela hipóxia.

• Necrose dos tecidos

envolventes.

(58)

Fasceíte Necrosante

• Streptococcus pyogenes grupo A

• Staphylococcus aureus

• Enterococcus

• Bacteroides

• Peptostreptococcus

• Enterobacteriaceae

• Enterobacter

• Bacteroides fragilis

(59)

Fasceíte Necrosante

• As infecções dos tecidos moles não

têm sinais patognomónicos.

• Existem alguns sinais que devem ser

tidos em conta no diagnóstico de

(60)

Fasceíte Necrosante

• Pele:

– Eritema – Edema – Calor

– Drenagem pela lesão – Vesiculas

– Necrose – Úlcera

– Crepitação

• Dor:

– Dor que se estende para além das margens da lesão

– Dor que parece desproporcional com os achados do exame físico – Diminuição da dor ou anestesia

numa fase mais avançada

• Achados gerais:

– Febre – Diaforese – Taquicardia – Delírio tóxico

(61)

Fasceíte Necrosante

• Dor e edema sobre lesão inicial

• Pode não apresentar outros sintomas

(62)

Fasceíte Necrosante

• Dor evolui para anestesia • Área eritematosa

expansiva

• Bordos mal definidos • Mal estar geral

(63)

Fasceíte Necrosante

• Pele azulada, acastanhada ou enegrecida

• Necrose

• Incisões revelam fáscia com aspecto verde

amarelado

• Progressão muito rápida • Produção de gás com presença de crepitações

(64)

Fasceíte Necrosante

• Diagnóstico diferencial:

• Celulite não-necrosante

• Lesões da pele estafilocócicas • Erisipela

• Impétigo • Furúnculo • Carbúnculo • Foliculite

(65)

Fasceíte Necrosante

• Exames complementares de diagnóstico:

• Estudo analítico

• Imagiologia (TAC e RM) • Biópsia tecidular

(66)

Fasceíte Necrosante

• Tratamento:

– Estabilização dos sinais vitais – Antibioterapia de largo espectro – Desbridamento

cirúrgico dos tecidos necróticos

(67)

Fasceíte Necrosante

• Complicações:

• Cicatrizes inestéticas • Amputação • Falência renal • Colapso cardiovascular • Falência Multi-orgânica • Choque séptico • Morte

(68)

Gangrena de Fournier

• Forma

específica

de

fasceíte

necrosante

abrupta

rapidamente progressiva, gangrenosa que envolve a

genitália externa e períneo.

(69)

Miosite Necrosante (gangrena

gasosa)

• É

menos comum que a

fasceíte necrosante atingindo

inicialmente os músculos e

depois os tecidos moles

adjacentes.

(70)

Miosite Necrosante (gangrena

gasosa)

Clostridium perfringens Clostridium septicum Clostridium bifermentans outros

• Tecido muscular com massa desvitalizada (cirurgia, trauma) • Colonização por Clostridium • Produção de toxinas

(71)

• Febre ligeira • Apatia

Dor

Edema e exsudação serohemática

• Pele adquire tonalidade azul/negra

Vesículas e bolhas hemorrágicas

Crepitações

Odor adocicado

Taquicardia pouco coerente com

temperatura corporal

• Hipotensão • Falência renal

• Melhoria paradoxal do estado de

consciência

• Choque cardiogénico • Hemólise

Miosite Necrosante (gangrena

gasosa)

(72)

Miosite Necrosante (gangrena

gasosa)

• Exames

complementares de

diagnóstico:

• Estudo analítico • Imagiologia ( Rx e TAC) • Exploração cirúrgica

(73)

o

Tratamento

• Estabilização dos sinais vitais • Antibioterapia de largo espectro • Desbridamento cirúrgico

• Amputação

• Hemólise generalizada

• Coagulação vascular disseminada • Falência renal

• Síndrome de insuficiência

respiratória aguda

• Choque séptico • Morte

Miosite Necrosante (

gangrena gasosa

)

(74)

Infecção das partes moles

Superficiais Profundas Circunscritas/ Locais Difusas Abcesso Foliculite Furúnculo Carbúnculo Hidradenite supurativa Impétigo Ectima Ectima gangrenosa Linfangite Linfadenite Celulite Erisipela Fasceíte necrosante Miosite necrosante Outras Úlcera de pressão Úlcera de estase venosa Pé diabético Doença Pilonidal Infecção do Local Cirúrgico (ILC)

(75)

Infecção das partes moles

Outras Úlcera de pressão Úlcera de estase venosa Pé diabético Doença Pilonidal Infecção do Local Cirúrgico (ILC)

(76)

Úlceras de pressão

• São provocadas pela pressão prolongada nos tecidos moles

sobre proeminências ósseas que conduz a necrose

isquémica.

(77)

Úlceras de pressão

• São frequentes em doentes paraplégicos, idosos imóveis e

em

toxicodependentes

que,

após

uma

overdose,

permaneçam imóveis durante horas. A maioria destes

doentes está desnutrida.

• As úlceras variam em profundidade, estendendo-se desde a

pele até uma proeminência óssea como o grande trocanter e

o sacro.

(78)

Úlceras de pressão

• Tratamento (difícil e prolongado):

– Requer o alívio da pressão através da utilização de almofadas especiais e camas com sistemas de flutuação.

– O tecido necrótico deve ser removido assim como a proeminência óssea. Os espaços infectados devem ser drenados.

– As feridas superficiais poderão cicatrizar espontaneamente. As mais profundas requerem desbridamento cirúrgico.

(79)

Úlceras de pressão

• A recorrência é comum.

• A maioria pode ser prevenida através da vigilância

das

áreas

mais

susceptíveis

e

do

(80)

Úlceras de estase venosa

• São secundárias a insuficiência das válvulas

venosas que conduz a estase local e edema.

• Correspondem a cerca de 70% das úlceras

crónicas do membro inferior, sendo que a

incidência aumenta com a idade. A prevalência na

população adulta é de cerca de 1-2%.

(81)

Úlceras de estase venosa

• Características:

– Forma irregular mas bordos bem definidos;

– Localizada nas extremidades inferiores, especialmente sobre o maléolo medial;

– Exsudado amarelado na base da úlcera; – Presença de edema na extremidade

inferior da perna e no pé;

– Pele que rodeia a úlcera normalmente acastanhada (pela deposição de hemossiderina), eritematosa e hiperpigmentada;

– Hipertensão venosa da extremidade inferior da perna;

(82)

Úlceras de estase venosa

• Tratamento

(difícil e de resolução lenta):

– O material necrótico da úlcera deve ser removido com desbridamento cirúrgico cuidadoso. A ferida deve ser coberta com um curativo compressivo semipermeável.

– Não aplicar glicocorticóides pois retardam a cicatrização. – As infecções secundárias devem ser tratadas

adequadamente com antibióticos orais.

– Tratamento da doença circulatória subjacente, por exemplo através de procedimentos cirúrgicos que eliminem os vasos insuficientes.

– O doente beneficia do repouso com o membro elevado e do uso rotineiro de meias compressivas.

(83)

Úlceras de estase venosa

• Prevenção:

– Protecção da perna contra lesões, incluindo as provocadas pelo acto de coçar;

(84)

Pé diabético

• As úlceras do pé diabético são a

principal causa de morbilidade e

mortalidade nos pacientes com

diabetes mellitus.

• Cerca de 135 milhões de pessoas

a nível mundial têm diabetes

– Cerca de 60 a 70% têm uma neuropatia periférica (que predispõe para a amputação do membro inferior);

– Cerca de 15% vão apresentar úlceras no pé.

(85)

Pé diabético

• Etiologia:

– Neuropatia induzida pela diabetes

– Doença vascular induzida pela diabetes

(86)

Pé diabético

• Características:

– A espessura da ferida está normalmente rodeada por uma calosidade provocada pela compressão dos tecidos moles contra uma saliência óssea;

– Presença de neuropatia diabética; – Elevado risco de infecção.

(87)

Pé diabético

• A avaliação sistemática e pormenorizada

das

úlceras

ajuda

na

escolha

do

tratamento apropriado.

– Deve ser detectada a presença de osteomielite (a falha nesse diagnóstico resulta na não cicatrização da ferida) assim como a presença e extensão de celulite.

– Na presença de exsudados purulentos deve efectuar-se culturas aeróbias e anaeróbias.

– A perfusão deve ser sempre avaliada pois a isquemia resulta num mau prognóstico.

(88)

Pé diabético

• Tratamento:

– Repouso, elevação do membro afectado e alívio da pressão; – Correcção da isquemia;

– Desbridamento do tecido necrótico;

– Controlo da infecção com antibioterapia de largo espectro;

– Terapia com insulina, controlo da glicose sanguínea e aumento da actividade anabólica;

– Adição de componentes da matriz e de factores de crescimento. – A presença de infecção profunda com abcesso, celulite,

gangrena ou osteomielite é indicativa de hospitalização e de drenagem cirúrgica.

(89)

Pé diabético

• Prevenção:

– Evitar traumatismos;

– Uso de calçado terapêutico que alivia a pressão; – Inspecção e higiene diária dos pés;

– Cirurgia electiva para a correcção de deformidades ósseas que não possam ser acomodadas pelo calçado terapêutico.

(90)

Doença Pilonidal

• Abcesso crónico recorrente ou orifício fistuloso crónico de

drenagem, que surge nas regiões sacro-coccígea ou perianal.

•Apresenta uma incidência superior em indivíduos caucasianos do sexo masculino (razão homem:mulher de 3:1).

•Entre os 15 e os 40 anos (com pico de incidência dos 16 aos 20 anos).

(91)

Doença Pilonidal

• Etiologia:

– Infecção adquirida dos folículos pilosos do sulco internadegueiro, que se tornam distendidos e obstruídos, e que rompem para os tecidos subcutâneos, formando um abcesso pilonidal.

– Este abcesso eventualmente drena para a superfície, produzindo um orifício fistuloso que se localiza lateralmente à linha mediana.

(92)

Doença Pilonidal

• Etiologia:

– Os pêlos da pele circundante são puxados para o interior da cavidade do abcesso pela fricção gerada pelos glúteos durante a marcha, desencadeando uma reacção de corpo estranho.

– Os doentes são normalmente homens com hirsutismo e que transpiram com facilidade.

(93)

Doença Pilonidal

• Sinais e sintomas:

– Pequenos abcessos ou fendas na linha mediana perto do coccix ou sacro, com drenagem purulenta e dor.

• Diagnóstico:

– O exame físico é, normalmente, suficiente. – Diagnóstico diferencial: hidradenite

supurativa; furúnculo e actinomicose.

• Complicações:

– Se não tratada, poderá resultar em múltiplos orifícios fistulosos de drenagem com abcessos crónicos recorrentes e, raramente, infecções necrosantes ou degeneração maligna.

(94)

Doença Pilonidal

• Tratamento:

– Não cirúrgico:

• Com cuidados meticulosos de higiene e shaving da região afectada; reduz em muito a necessidade de cirurgia, mas apresenta maior taxa de recorrência.

– Cirúrgico:

• Drenagem: com extracção de tecido de granulação e de pêlos . • Excisão conservadora das

fossas medianas com remoção dos pêlos e shaving semanal no pós-operatório: 90% de cura.

(95)

Doença Pilonidal

• Prognóstico:

– Pós-cirurgia: Excelente.

– 0 a 15% de recorrência ou doença persistente (muitas vezes por excisões ou higiene no pós-operatório inadequadas).

(96)

Infecção do local cirúrgico

• Resulta da contaminação bacteriana durante ou após o

procedimento cirúrgico.

• Terceira causa mais frequente de

infecção em doentes hospitalizados (14 a

16%) e a mais frequente em doentes

cirúrgicos (38%).

(97)

Infecção do local cirúrgico

• Tipos de infecções do local

cirúrgico:

• Incisionais:

– Superficial: pele e tecido subcutâneo;

– Profunda: planos profundos da incisão (aponevrose e músculo);

• Órgão/Espaço:

qualquer local que tenha sido manipulado durante a intervenção com excepção da incisão.

(98)

Infecção do local cirúrgico

• A

maioria

das

feridas

cirúrgicas

é

contaminada por incapacidade de manter uma

assépsia total.

• A infecção raramente se desenvolve se:

• a contaminação for mínima;

• a lesão for pequena (danos tecidulares mínimos indispensáveis);

• houver boa perfusão e oxigenação do tecido subcutâneo;

(99)

Infecção do local cirúrgico

• Risco de Infecção:

– Grau de contaminação:

– Limpa (1,5%); – Limpa-contaminada (2-5%); – Contaminada (5-30%); – Infectada.

– Susceptibilidade do hospedeiro:

– Diabetes, tabagismo, terapêutica com esteróides, estado nutricional.

(100)

Infecção do local cirúrgico

• Prevenção:

– Cirurgia cuidadosa e limpa; – Redução da contaminação;

– Promover as defesas do doente (incluindo uso criterioso de antibióticos profiláticos);

(101)

Infecção do local cirúrgico

• Clínica:

– Aparecem geralmente entre o 5º e o 10º dia;

– Primeiro sinal: Febre (febre no pós-operatório obriga a uma inspecção da ferida cirúrgica);

(102)

Infecção do local cirúrgico

• Tratamento:

• Abertura e drenagem da ferida cirúrgica;

• Uso de antibióticos reservado a casos de infecções invasivas.

• Realização de culturas e TSA.

(103)

Conclusões Gerais

• Obter (história clínica e exame físico) os elementos chave para

determinar a potencial causa da infecção;

• Avaliar (exame físico) a profundidade e a severidade da

infecção (local, regional, sistémica);

• Ter em conta que certas terapias e comorbilidades podem

alterar o quadro clínico clássico/inicial;

• Realizar testes laboratoriais para caracterizar e determinar a

etiologia da infecção, e guiar a antibioterapia;

• Reconhecer os dados clínicos/laboratoriais de toxicidade

sistémica;

• Reconhecer que as infecções das partes moles possuem

etiologia variada e podem ser confundidas com doenças não

(104)
(105)

Caso Clínico

• Identificação:

– Indivíduo do sexo masculino, 56 anos, raça caucasiana.

• Antecedentes pessoais:

– Negou diabetes;

– Negou corticoterapia;

– Negou hábitos etílicos marcados; – Negou traumatismos e cirurgias; – Negou problemas vasculares;

– Realiza regularmente acupunctura por razões osteoarticulares.

• Antecedentes familiares:

(106)

Caso Clínico

• Recorreu ao Serviço de Urgência por:

• Tonturas • Astenia • Febre

(107)

História da doença actual

• No dia do internamento:

• CCO • TA: 88/62 mmHg • FC: 110 bpm • FR: 36 ciclos/min • T: 38,6ºC

• Pulso radial palpável, amplo, simétrico e rítmico, bilateralmente

• Edema bilateral dos membros inferiores

• Diminuição da amplitude dos movimentos e da força muscular dos membros inferiores

(108)

Evolução

• O doente evoluiu para choque séptico com falência

multi-orgânica sem causa aparente, tendo sido feita

antibioterapia de largo espectro.

• Ao terceiro dia de internamento, o doente apresentou

eritema difuso, com endurecimento da pele e do

tecido subcutâneo nos membros inferiores.

(109)

Exames complementares de

diagnóstico

• Hemoglobina 16,3 g/dl (12-16) • Leucócitos 52,2X10^9/l (4-11X10^9/l) • Neutrófilos 84,5% (54-70%) • PCR 50,97 mg/dl (<3)

• Exame Cultural: MSSA

• Ecografia das partes moles revelou conteúdo

líquido nos planos mais profundos.

(110)
(111)

Diagnóstico

Tecido fascial extensamente necrosado exposto após desbridamento cirúrgico.

Fasceíte Necrosante

(112)

Tratamento

Desbridamento Cirúrgico Antibioterapia dirigida

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