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MÊS DO PULMÃO. abril ENTREVISTA CASE STUDY TRATAMENTOS ESPECIALIDADES DICAS INFORMAÇÕES

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ENTREVISTA

CASE STUDY

ISABEL SARAIVA, Vice-Presidente da Respira,

Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas e Presidente eleita da European Lung Foundation

A Reabilitação Respiratória no Hospital Pulido Valente

abril

MÊS DO PULMÃO

TER UNS PULMÕES SAUDÁVEIS É UMA BASE

FUNDAMENTAL PARA UMA VIDA VIVIDA

COM QUALIDADE E POR MAIS TEMPO

TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | DICAS | INFORMAÇÕES

21 DE ABRIL Dia da Reabilitação Respiratória EM AGENDA ABRIL.2017 revista gratuita

(2)
(3)

ABRIL.2017

EDITORIAL

.03

E

ficha técnica

sumário

Este mês de abril é dedicado ao pulmão e um dos destaques vai para o “Dia da Reabilitação Respiratória” que se assinala hoje. Conhecer os sintomas, apostar na prevenção e tratamento das doenças respiratórias crónicas são assun-tos que estão ainda mais em destaque por esta altura.

Entre as principais causas de mortalidade em todo o mundo, as doenças respiratórias têm enorme impacto no contexto socioeconómi-co. Portugal não é exceção. Existe, hoje em dia, uma maior e mais clara consciência de que é necessário agir, encontrar soluções para um problema que diminui de forma significativa, muitas vezes dramática, a qualidade de vida de milhares de portugueses. As doenças respira-tórias crónicas não incidem apenas no sistema respiratório. Afetam a autoestima dos doentes, a sua capacidade de interagir e contribuir com a sociedade e atingem os seus familiares. Nas páginas desta nona edição da “RespirAR + Saú-de”, vai encontrar tudo sobre o mês do pulmão, dicas para quem sofre de doença respiratória, entre outros temas. Nesta publicação contamos com a participação de muitos convidados de reconhecida notoriedade com destaque para a entrevista que nos foi concedida por Isabel Saraiva, Vice-Presidente da Respira, Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Do-enças Respiratórias Crónicas e Presidente eleita da European Lung Foundation (ELF). “As ex-pectativas que tenho são as de poder contribuir concretamente, com a minha experiência e trabalho, para a excelência da ELF no âmbito do seu objeto social”, explicou Isabel Saraiva. //

EDITORIAL

04

05

06

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14

15

09

Apoio logístico: LANÇAMENTO Plataforma online, dirigida a doentes respiratórios crónicos NOTÍCIAS Atualidade ENTREVISTA Isabel Saraiva, Vice-Presidente da Respira, Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas e Presidente eleita da European Lung Foundation (ELF)

ENTREVISTA José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão EQUIPA INTERDISCIPLINAR DE REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

DO AIR CARE CENTRE®

Dicas simples para o doente

Os dados, opiniões e conclusões expressos neste suplemento não refletem necessariamente os pontos de vista da Linde Saúde, mas apenas os dos autores. A Linde Saúde não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.

Suplemento apoiado pela Linde Saúde - Pessoa Colectiva 500125546 | VIDA SAUDÁVEL é uma edição da Unidade de Soluções Comerciais Multimédia da Global Media Group - Para mais informações contacte a Global Media Group, através do telefone 213 187 500 | Coordenação SOFIA SOUSA | Edição HÉLDER PEREIRA | Fotos D.R. | Publicidade LUÍS BARRADAS (diretor comercial diretos), JOSÉ ANTÓNIO CARAJOTE (diretor suplementos),

PAULO BRUNHEIM (gestor de conta) | Design e Coordenação de Arte PATRÍCIA COELHO | Paginação CARLOS VASCONCELOS |

Arte Final CRIATIVOS LISBOA

OPINIÃO

João Cravo,

Fundador DPOC.PT e Médico na Pneumologia CHUC - Centro Hospitalar e Universitário

de Coimbra

COMBATER A DPOC

Como controlar

os sintomas de uma doença sem cura

12

CASE STUDY Fátima Rodrigues e António Carvalheira Santos, A reabilitação respiratória no Hospital Pulido Valente 21 DE ABRIL Dia da Reabilitação Respiratória EM AGENDA

(4)

04 .

NOTÍCIAS

ABRIL.2017

Abril é o mês do pulmão

– Respirar bem é essencial

COMISSÃO EUROPEIA QUER

PROIBIR TABACO NAS PRAIAS

Vytenis Andriukaitis, comissário europeu responsável pela área

da Saúde e Segurança dos Alimentos, defendeu a implementação de uma série de medidas “de controlo do tabaco” para que seja possível reduzir o consumo, designadamente “tornar todos os espaços públicos livres de fumo”, como praias, “aplicar regras de idade mínima para fumar”, “aumentar a consciencialização sobre o tabaco nas escolas e outros ambientes”, “regular os postos de venda, incluindo máquinas”, “reduzir a exposição à publicidade”, “usar preços e impostos”, “promover comportamentos responsáveis” e, entre outras, “ajudar os fumadores a deixar de fumar”.

//

A Fundação Portuguesa do Pulmão alerta que

respirar bem é essencial, mas para que os pulmões possam exercer satisfatoriamente a sua função é importante que todo o corpo esteja em boas condições. A respiração implica o envolvimento de numerosos músculos respiratórios que repetidamente se têm de contrair e relaxar para que o ar possa entrar nos pulmões e seja posteriormente expelido.

Daí a importância de ser mantida a boa forma física e, para tal, é fundamental o exercício. A simples marcha é já um bom exercício que pode ser reforçado com outras atividades como a ginástica e a natação.

//

A Linde Healthcare está presente

em 50 países com o objetivo

de ajudar os profissionais de

saúde e entidades pagadoras na

prestação de melhores e mais

seguros cuidados de saúde,

garantindo que as suas soluções

estão sempre disponíveis, e

asseguram uma assistência com

os mais elevados padrões de

qualidade, segurança e eficiência.

Apoio aos profissionais

de saúde

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS

ALVO DE PROJETO-PILOTO NO ALENTEJO

O diagnóstico precoce e a monitorização da doença pulmonar obstrutiva

crónica e da asma são os objetivos de um projeto-piloto, envolvendo uma unidade móvel, em curso nos centros e extensões de saúde do distrito de Évora. O “Projeto-Piloto das Espirometrias nos Cuidados de Saúde Primários” é da responsabilidade da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, através do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Alentejo Central. De acordo com a ARS, consiste na realização de espirometrias (exame à função respiratória) para efeitos de diagnóstico e monitorização de utentes, principalmente aqueles que têm doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e asma brônquica.

//

(5)

ABRIL.2017

ENTREVISTA

.05

A

Abril é o mês do pulmão. O que há ainda a fazer para dar a conhecer todas as doen-ças respiratórias?

Dar a conhecer é a exata medida da questão. Respirar é um ato tão natural que achamos estar garantido para todo o sempre.

Infelizmente não é assim. O tabaco, a má qualidade do ar interior e exte-rior, a ausência de vacinação são, en-tre outras, variáveis que agridem os pulmões provocando danos graves, por vezes irreversíveis e em alguns casos mortais.

Temos também as doenças pulmo-nares raras, ainda mais desconheci-das do que todesconheci-das as outras. Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce, juntamente com o acesso às terapêuticas e à Reabilitação Respiratória, são tarefas que, em contínuo, devem ser prioridade das organizações que trabalham nesta área. As associações de doentes, as associações profissionais, as socie-dades científicas e os organismos da Saúde devem convergir nos esforços

para dar a conhecer as Doenças Res-piratórias Crónicas. Abril ser o mês do pulmão é um bom pretexto para reforçar este objetivo.

Qual é a missão da European Lung Foundation (ELF) e quais as atividades previstas até ao fim do ano?

A missão da ELF é a de juntar doen-tes, público e profissionais de saúde, e trabalhar em conjunto com eles

ISABEL SARAIVA VICE-PRESIDENTE DA RESPIRA, ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PESSOAS COM DPOC E OUTRAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS E PRESIDENTE ELEITA DA EUROPEAN

LUNG FOUNDATION

em prol de uma melhor saúde res-piratória.

Na ELF tanto os projetos europeus como os grupos de trabalho têm sempre como objetivo obter os me-lhores resultados para os doentes e para a saúde respiratória. Pela sua natureza, a atividade da ELF tem geralmente um cariz plurianual. Das muitas ações em curso e previs-tas até ao fim do corrente ano distin-guiria a participação no Congresso Internacional da ERS (European Respiratory Society), a decorrer em Milão em setembro, pelo pro-fundo envolvimento nas respetivas atividades.

Como presidente da ELF quais as expetativas para este mandato?

Até setembro próximo sou Presiden-te eleita. Só a partir daí estarei em plenas funções. As expectativas que tenho são as de poder contribuir con-cretamente, com a minha experiência e trabalho, para a excelência da ELF no âmbito do seu objeto social.

//

Trabalhar em conjunto

em prol de uma melhor

saúde respiratória

Entrevista a Isabel Saraiva, Vice-Presidente da Respira, Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras

Doenças Respiratórias Crónicas e Presidente eleita da European Lung Foundation (ELF)

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06 .

ENTREVISTA

ABRIL.2017

“Este ano é dedicado

à Técnica Inalatória”

O

O que ainda há a fazer no sentido de melhorar a saúde respiratória em Portugal? Eu diria que a saúde respiratória em Portugal é semelhante à saúde respiratória da maioria dos países europeus, não tem grandes falhas, se tivermos em conta a qualidade do Serviço Nacional de Saúde, a disponibilidade dos medicamen-tos, que é igual à dos outros países, e pelas atitudes que o Governo tem vindo a desenvolver para melhorar a saúde respiratória em Portugal. No entanto, há setores que podem ser claramente melhorados, nomea- damente no desenvolvimento e tratamento específico, neste caso da reabilitação respiratória, pas-sando também pela prevenção e pela diminuição da prevalência do tabaco. Também na redistri-buição dos profissionais de saúde, que sabemos que é muito mais apertada nos grandes centros, compreendendo que não podemos desperdiçar meios humanos em

Entrevista a José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão

É FUNDAMENTAL DAR TAMBÉM MAIS APOIO

AOS DOENTES RESPIRATÓRIOS CRÓNICOS

(7)

ABRIL.2017

ENTREVISTA

.07

JOSÉ ALVES PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA

DO PULMÃO

zonas do país em que as solicita-ções são pequenas.

É fundamental dar também mais apoio aos doentes respiratórios crónicos.

Que atividades da FPP serão desenvolvidas para assinalar o mês do pulmão?

A Fundação Portuguesa do Pul-mão centra-se mais em dar apoio durante todo o ano e não destacar uma ou outra data. Definimos que 2017 seria o ano da Técnica Inala-tória. Para o próximo ano vamos debruçar-nos para a reabilitação respiratória e em 2019 vamos dedi-car-nos aos doentes que precisam de ventilação assistida. É esta a linha programática da FPP. Qual o papel da Fundação Por-tuguesa do Pulmão?

A Fundação aparece para colma-tar este tipo de brechas na assistên-cia dos doentes respiratórios e para desenvolver esforços de maneira a

que o tratamento seja igual para todos, a nível nacional.

Um dos nossos grandes objetivos é também apostar na prevenção, com destaque, por exemplo, à boa

UM DOS NOSSOS

GRANDES OBJETIVOS

É APOSTAR NA

PREVENÇÃO

qualidade do ar, um tema muito significativo quando falamos em doenças respiratórias.

Que benefícios traz o diagnós-tico precoce nas várias doen-ças respiratórias?

Existem duas doenças em que é fundamental um diagnóstico pre-coce. Uma é a DPOC (Doença Pulmonar Onstrutiva Crónica) e a outra é a doença do cancro do pulmão.

//

(8)

08 .

PLATAFORMA

ABRIL.2017

Lançada plataforma online

dirigida a doentes

respiratórios crónicos

E

Em respirarmelhor.pt será possí-vel encontrar informação sobre as principais doenças respira-tórias, testemunhos de doentes na primeira pessoa, dicas para ajudar a viver da melhor forma com a doença, formas de pre-venção e aconselhamento de especialistas.

Desenvolvida pela Linde Saúde e com o apoio de sociedades da área, a plataforma Respirar Me-lhor pretende proporcionar aces-so a informação útil que permita efetivamente melhorar a saúde respiratória em Portugal. Doentes, familiares, profissionais de saúde e todos os interessados em saber mais sobre estas doenças, que em Portugal já constituem a terceira principal causa de morte, têm agora uma plataforma que com-pila informação relevante sobre as doenças respiratórias crónicas. Em respirarmelhor.pt é possível obter toda a informação relativa às diferentes doenças respiratórias crónicas, nomeadamente formas

de prevenção, causas, sintomas e ainda as opções de tratamento disponíveis. Toda a informação que se encontra disponível conta com a colaboração de especialistas nacionais na área da saúde respi-ratória bem como o testemunho de doentes, que pretendem com a sua colaboração demonstrar de

que forma a doença condiciona o seu dia a dia.

A plataforma pretende ainda alertar para a necessidade de aconselha-mento especializado sempre que existem determinados sintomas e serão disponibilizados questioná-rios de auto ajuda e avaliação, bem como uma área dedicada a dúvidas.

EM RESPIRARMELHOR.PT É POSSÍVEL OBTER

TODA A INFORMAÇÃO RELATIVA ÀS DIFERENTES

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS, NOMEADAMENTE

FORMAS DE PREVENÇÃO, CAUSAS, SINTOMAS

E AINDA AS OPÇÕES DE TRATAMENTO DISPONÍVEIS

(9)

ABRIL.2017

dicas simples para o doente

.09

Equipa interdisciplinar

de Reabilitação Respiratória

do AIR Care Centre

®

REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

– O QUE É E QUAIS OS BENEFÍCIOS?

A Reabilitação Respiratória é uma intervenção abrangente, integrada, multi e interdisciplinar, que responde às múltiplas e pos-síveis alterações dos doentes respiratórios crónicos nas diversas áre-as respiratóriáre-as, cardiováre-asculares, musculoesqueléticáre-as, psicológicáre-as e nutricionais. Por isso, a reabilitação recorre a vários profissionais (médico, fisioterapeuta, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, entre outros), para que com o seu contributo e conhecimentos possam estabelecer um programa individualizado para cada doente. A Reabilitação Respiratória na Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), bronquiectasias, fibrose quística, fibrose pulmonar, entre outras, é considerada atualmente uma terapêutica tão importante como a medicamentosa para doentes sintomáticos e/ou com limitação da capacidade para realizar

as tarefas do dia a dia. Nestes casos, a ausência de um programa de Reabilitação Respiratória significa diminuir a probabilidade de melhorar os sintomas (dispneia, cansaço e tosse) e de aumentar a capacidade para realizar as atividades do dia a dia, bem como a de gerir a sua doença com menor ansiedade e depressão, atribuindo-se a estes programas a capacidade de reduzir o número de exacerbações, o número de idas a Serviços de Urgência e o número de dias em internamentos hospitalares, com impacto nos custos diretos e indiretos, mas sobretudo

no maior bem-estar e qualidade de vida.

//

ANABELA C. PINTO Médica Fisiatra

MEDICAÇÃO INALATÓRIA

– É MUITO IMPORTANTE CUMPRIR E FAZÊ-LA CORRETAMENTE

A terapêutica inalatória é a preferencial para o tratamento e controlo da sua doença respiratória, visto ter um início de ação mais rápido, apresenta menos efeitos secundários e utiliza doses menores. A eficácia dos inaladores depende de uma técnica inalatória correta. Esclareça as suas dúvidas e reveja periodicamente a técnica com o seu médico, enfermeiro ou fisioterapeuta, nas consultas e/ou reabilitação.

Se tem mais do que um inalador prescrito, deverá fazê-los pela ordem correta.

Técnica inalatória: Posição de pé (preferencial) ou sentado com as costas direitas

1. Expire todo o ar antes de colocar o inalador na boca. 2a. Inspiração lenta e profunda pela boca – inaladores

pressurizados (com câmara expansora)

2b. Inspiração rápida e profunda pela boca – inaladores de pó seco

3. Pausa no final da inspiração (até 10’ se conseguir) 4. Depois de finalizar as inalações bochechar a boca

com água e deitar fora

Não esquecer:

Nunca interrompa o seu inalador sem indicação médica; Não deixe terminar o seu inalador sem ter outro para substituir.

//

ANA CUNHA Enfermeira

(10)

ESTÁ AFLITO NÃO SE SENTE BEM

10 .

dicas simples para o doente

ABRIL.2017

EXACERBAÇÕES

– É CRUCIAL PREVENIR E SABER ATUAR QUANDO SURGEM OS PRIMEIROS SINTOMAS

A exacerbação na doença respiratória crónica é uma situação aguda que surge na evolução da doença e que se caracteriza por um agravamento súbito dos sintomas habituais do doente (dispneia, cansaço, tosse e expetoração) para além das variações que podem existir no dia a dia e que pode justificar uma alteração na

medicação usual, ida não programada ao médico, à urgência ou ser internado. As exacerbações são habitualmente desencadeadas por infeções respiratórias, mas a exposição a fumos, poeiras e gases, abandono ou má execução da terapêutica inalatória, podem também contribuir.

//

ANTÓNIO CARVALHEIRA SANTOS Pneumologista

TENHA UM PLANO DE AÇÃO PARA AS SITUAÇÕES EM QUE ESTÁ BEM, NÃO SE SENTE BEM E QUANDO ESTÁ AFLITO!

SINTOMAS - Expetoração clara - Cansaço habitual - Dorme bem, tem apetite - Consegue caminhar a distância

habitual

- Consegue fazer as tarefas habituais PLANO DE AÇÃO

- Cumpra a medicação, incluindo os inaladores

- Faça a vacina para a gripe anualmente e a vacina da pneumonia

- Faça a fisioterapia respiratória para limpeza do muco brônquico - Cumpra a oxigenoterapia

e a ventilação

- Faça atividade física regularmente - Evite o excesso de frio e de calor - Alimente-se e durma bem - Saia com os amigos…divirta-se!

SINTOMAS - Mais tosse e febre

- Expetoração espessa, escura e em maior quantidade

- Maior dificuldade em respirar - Não dorme bem/Não tem energia/

/Perda de apetite

- Tem dificuldade em fazer as tarefas habituais

- Não consegue andar a distância habitual

PLANO DE AÇÃO

- Juntar a medicação em SOS, incluindo os inaladores

- Contacte o médico de família ou pneumologista

- Fazer mais vezes a fisioterapia respiratória para limpeza do muco brônquico

- Fazer exercícios para controlar a respiração, relaxar e aumentar os períodos de repouso

- Partilhe estas dificuldades com os seus familiares mais próximos

SINTOMAS - Lábios roxos

- Enorme dificuldade em respirar - Muita dificuldade em falar

ou fazer um esforço mínimo - Febre alta

- Dor no peito/dor nas costas/ /inchaço nas pernas - Tonturas, confusão - Expetorar sangue PLANO DE AÇÃO - Pedir ajuda a um familiar

ou vizinho

- Ligar o 112 e explicar os sintomas - Fazer a medicação em SOS

(inaladores)

COMO ALIVIAR OS SINTOMAS NO DIA A DIA

– CONSERVE ENERGIA

• Organize a rotina diária planeando as atividades mais cansativas para a altura do dia em que tem mais energia.

• Modifique o ambiente guardando os objetos que usa mais frequentemente em áreas mais fáceis de alcançar. Use um carrinho para transportar pesos. • Tome banho e faça a barba sentado.

• Faça pausas para descansar durante as tarefas, usando posições que facilitem a respiração.

• Controle a respiração durante o esforço.

• Não deixe de fazer as suas atividades – mantenha-se ativo!

//

ESTOU BEM

JOANA SANTOS Fisioterapeuta

Mantenha o controlo, mas peça ajuda!

(11)

ABRIL.2017

dicas simples para o doente

.11

MANTENHA-SE ATIVO

– FAÇA ATIVIDADE FÍSICA REGULARMENTE

A atividade física regular é fundamental para uma vida mais longa e com melhor qualidade, maior autonomia e independência nas atividades e redução do número de internamentos.

• Opte por atividades que lhe deem prazer e sejam fáceis de manter no seu dia a dia (caminhar na rua, andar de bicicleta, nadar entre outras). • Faça programas ao ar livre com a sua família e amigos.

• Evite condições ambientais que possam aumentar os seus sintomas como por exemplo o calor e o frio extremo, bem como após as refeições. • Escolha um ritmo que seja adequado para si. “Ouça” o seu corpo

durante a atividade física. Se ficar cansado e sem fôlego, pare e descanse até recuperar o controlo da respiração. Recomece a um ritmo mais lento.

//

LUÍSA MORAIS Fisioterapeuta

COMA BEM PARA RESPIRAR MELHOR

A alimentação prepara, não repara!

Distribuir os alimentos ao longo do dia permite ao organismo tê-los disponíveis antes de precisar deles.

• Faça a 1.ª refeição do dia assim que acorde, antes da higiene pessoal, e não passe mais de 2 a 3 horas sem comer. Pode até dividir uma refeição por vários momentos (p. ex. sopa às 12h, prato às 13h30, fruta às 15h30…). • Leve sempre comida consigo, quando sair, para não arriscar

passar fome, pois vai piorar a sua capacidade muscular, importante para respirar!

//

STRESS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO…

COMO EVITAR, GERIR, TRATAR

A dispneia, sintoma central na doença respiratória, desencadeia ansiedade e medo, levando o doente a evitar diversas atividades, nomeadamente o exercício físico, assim como saídas, restringindo a sua vida relacional.

MARIA PAES VASCONCELOS Nutricionista

LOURDES BORGES Psicóloga

O doente tem uma grande responsabilidade no processo de Reabilitação Respiratória e a sua determinação e foco em comportamentos promotores de saúde é fundamental para o sucesso do mesmo.

//

A irreversibilidade da doença, a perda de saúde e de potencial, a incapacidade de realizar alguns esforços e as limitações no trabalho e nalguns passatempos podem conduzir a depressão e ansiedade. • Lide com os medos e receios face à doença, se precisar converse

com os profissionais de saúde que o acompanham.

• Procure desenvolver relacionamentos interpessoais. Não se isole! • Não reprima os seus sentimentos, emoções ou opiniões. Partilhe

preocupações.

• Organize e planeie o seu tempo – defina prioridades e planeie com antecedência.

• Aumente a sua autonomia na gestão da doença. • Pratique um estilo de vida saudável – evite os excessos. • Durma o necessário para o seu descanso.

• Aprenda a relaxar – reserve períodos para si.

(12)

12 .

Opinião

ABRIL.2017

E

Era uma vez em 1975 o Sanatório D. Carlos, devido à Revolução dos Cravos, transforma-se em Hospital Pulido Valente.

Nessa data detinha as seguintes valências clínicas: Serviço de Medici-na, Serviço de Cardiologia, Serviço de Cirurgia Geral, Serviço de Otorrino-laringologia, Serviço de Cirurgia To-rácica, seis Serviços de Pneumologia Geral, um Serviço de Insuficientes Respiratórios ligado ao Serviço de Urgência Pneumológica, Serviço de Anestesia, Consulta Externa, Serviço de Patologia Clínica, Serviço de Ra-diologia, Serviço de Anatomia Patoló-gica, Serviço de Broncologia e Serviço de Reabilitação Respiratória.

Esta descrição serve para realçar, que desde o seu início a Reabilitação Respiratória foi individualizada com um serviço clínico, tendo na Direção a Drª. Camila Canteiro reconhecida como grande impulsionadora da Rea-bilitação Respiratória, figura reconhe-cida internacionalmente.

Nessa altura os Enfermeiros de Reabilitação prestavam os cuidados dirigidos principalmente a patologia

pleural, pré e pós cirurgia, principal-mente de cirurgia torácica, e drena-gem brônquica.

Em 1980 entraram no Serviço os primeiros Fisioterapeutas, que vieram trazer novas práticas terapêu-ticas. Também aqui, e pela mão da Drª. Camila Canteiro, o Hospital Pulido Valente foi pioneiro.

Em 1984 após o internato de es-pecialidade a Drª. Camila convidou dois novos especialistas a integrar o

Serviço de Reabilitação Respiratória e é nesse ano que o serviço inicia a prescrição e controlo de oxigenotera-pia de longa duração.

Em 1988 e tendo por base publi-cações de trabalhos, nomeadamente do Canadá, mas também de França, iniciámos o Protocolo de Qualidade

Case Study:

A reabilitação Respiratória

no Hospital Pulido Valente

de Vida dirigido a Doentes com Insu-ficiência Respiratória não necessitan-do de Oxigenoterapia Domiciliária. O protocolo englobava três pilares: ajuste da terapêutica médica, ajuste funcional respiratório e ensino do doente em grupo.

Na avaliação da Qualidade de Vida iniciámos a aplicação do Ques-tionário Respiratório de St. George. As sessões de ensino em gru-po comgru-portavam duas partes: uma

primeira parte de ensino sobre a do-ença, sinais e sintomas, terapêutica e conhecimento sobre as agudizações e uma segunda parte sobre a vivência da doença. A primeira parte era dada por Médico, Enfermeiro, Fisioterapeuta ou Nutricionista e a segunda parte por Psicólogo.

HOJE, O HOSPITAL PULIDO VALENTE INTEGRA

O CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE COM UM

SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA E UMA UNIDADE

DE REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA (URR) NO POLO

HOSPITAL PULIDO VALENTE

(13)

ABRIL.2017

Opinião

.13 Uma Fisioterapeuta, que

integra-va o Serviço de Reabilitação desde 1984, tinha tirado o Curso de Psico-logia e passou a integrar o Serviço de Reabilitação como Psicóloga Clínica, o que veio facilitar o início destas sessões de ensino orientado para a autonomia do doente.

Em 1 de abril de 1997 é inau-gurado o Hospital de Dia para In-suficientes Respiratórios com uma componente pluridisciplinar de mé-dicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicóloga e nutricionista na avaliação de doentes. No Hospital de Dia, a Re-abilitação Respiratória fez, desde o seu início, parte integrante do tratamento dos doentes respiratórios crónicos sintomáticos. Mais uma intervenção pioneira em Portugal em que a Rea-bilitação Respiratória integra o plano terapêutico dos doentes assistidos em regime de Hospital de Dia.

Com a aquisição de um tapete e uma bicicleta ergométricos iniciámos em 1998 Programas de Recondicio-namento ao Esforço, como parte integrante do plano de reabilitação, possibilitando melhoria da autono-mia a doentes insuficientes respirató-rios graves.

Desde então os Programas de Reabilitação continham três pilares: controlo clínico, exercício e ensino.

Em 1988, no âmbito do Serviço de Reabilitação, é criado o Serviço de Apoio Domiciliário com o objectivo de avaliar no domicílio as condições e condicionantes para as terapêuticas, nomeadamente de oxigenoterapia e ventiloterapia no domicílio.

A apresentação datada destes fac-tos mostra o pioneirismo no Hospital Pulido Valente no enquadramento da Reabilitação Respiratória como parte integrante do plano terapêutico do do-ente respiratório crónico sintomático e esta realidade tem um responsável: a Drª. Camila Canteiro.

Hoje, o Hospital Pulido Valente integra o Centro Hospitalar Lisboa Norte com um Serviço de Pneumo-logia e uma Unidade de Reabilitação

Respiratória (URR) no polo Hospi-tal Pulido Valente, que tem mantido uma elevada capacidade de resposta assistencial aos doentes respiratórios provenientes das consultas externas de Pneumologia, dos serviços de in-ternamento de Pneumologia e de Ci-rurgia Torácica e dos Hospitais de Dia Pneumológico e de Oncologia Pneu-mológico, perspetivando--se uma maior interligação com os Cuidados de Saúde Primários e da comunidade. Integrando o Centro Hospitalar Lis-boa Norte que é um centro hospitalar universitário, a URR desenvolve igual-mente atividades letivas no Curso de Medicina, sendo uma das médicas da Unidade, assistente convidada da Faculdade de Medicina de Lisboa. A formação prática dos alunos é assim complementada com a visita à Unida-de Unida-de Reabilitação Respiratória.

Pelo elevado número de doen-tes respiratórios assistidos e pela sua diferenciação, a URR recebe internos da especialidade de Pneumologia pro-venientes de várias partes do país (de Coimbra ao Algarve, Açores e Madei-ra), para a formação em Reabilitação Respiratória. O ensino pré e pós-graduado é efetuado igualmente por outros grupos profissionais integrados na URR, como é o caso dos Fisiotera-peutas, a par de estágios de Psicologia Clínica que também aqui ocorrem.

A URR desenvolve igualmente vários projetos de investigação que geraram dois mestrados e um douto-ramento, para além de diversos artigos publicados em revistas nacionais e in-ternacionais.

//

FÁTIMA RODRIGUES PNEUMOLOGISTA, COORDENADORA DA UNIDADE DE REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

DO CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE – HOSPITAL DE PULIDO

VALENTE (CHLN-HPV)

ANTÓNIO CARVALHEIRA SANTOS

CHEFE DE SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA DO CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE – HOSPITAL

(14)

14 .

OPINIÃO

ABRIL.2017

N

Capacitar

o doente respiratório crónico

Não é fácil viver com uma doença crónica e lidar diariamente com a dificuldade em respirar ou na reali-zação das atividades do dia a dia. Esta é a realidade de algumas das pessoas com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

É compreensível que uma pessoa possa desmotivar. Ora, tão impor-tante quanto a realização da terapêu-tica inalatória ou das outras medica-ções prescritas pelo seu médico é o abraçar de um novo estilo de vida que lhe devolva a alegria em viver, porque é possível vencer a DPOC! Primeiro, deixar de fumar é funda-mental. Deve também realizar exer-cício físico, derrotando o cansaço e a falta de ar. Infelizmente, apenas 1% dos doentes que precisavam têm acesso à Reabilitação Respiratória. Melhorar o acesso a estes cuidados, com provas dadas nestes doentes, tem que ser uma prioridade a cur-to-médio prazo para quem decide o futuro da Saúde em Portugal. Capacitar um doente com DPOC é também informá-lo sobre a doença, dando-lhe a conhecer mais sobre a sua realidade presente e futura e desfazendo mitos, pois não

po-TÃO IMPORTANTE QUANTO

A REALIZAÇÃO DA

TERAPÊUTICA INALATÓRIA

OU DAS OUTRAS

MEDICAÇÕES PRESCRITAS

PELO SEU MÉDICO É O

ABRAÇAR DE UM NOVO

ESTILO DE VIDA QUE LHE

DEVOLVA A ALEGRIA EM

VIVER, PORQUE É POSSÍVEL

VENCER A DPOC

demos querer que viva bem com a doença se nem sabe do que sofre ou como adaptar-se a ela. Apro-veito para dar a conhecer o www. dpoc.pt, um site que visa melhorar o conhecimento sobre a doença, com dicas, sugestões, respostas a dúvidas frequentes e uma presença constante nas redes sociais, como um ombro amigo virtual. E ainda este ano publicaremos um livro so-bre a doença. Faça-nos uma visita e viva melhor com a DPOC!

//

JOÃO CRAVO FUNDADOR DO DPOC.PT

E MÉDICO NO SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA A (CHUC)

(15)

O

ABRIL.2017

combater a dpoc

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O nome não deixa dúvidas, a partir do momento em que a DPOC se desenvolve, ela estará consigo para sempre. No mundo moderno, é difícil aceitar que não se consegue resolver ou curar algumas doenças, como o cancro ou a DPOC. Apesar de todos os avanços cientí-ficos e tecnológicos existentes, certos problemas fulcrais da Humanidade ainda aguardam a sua resolução. Apesar de ser um órgão fabuloso e indispensável, o pulmão não é perfeito. Ao contrário de outros tecidos do corpo humano, eles deixam cedo de conseguir regenerar-se quando sofrem uma lesão. Estima-se que isto ocorra por volta da altura em que uma pessoa já pode conduzir legalmente. Envelhecer não é fácil!

E o que isto quer dizer? Mesmo que nunca tenha fu-mado ou trabalhado em ambientes de risco, irá perder unidades alveolares ao longo dos anos e elas nunca serão substituídas. Se acha isto péssimo, imagine se existirem perdas extras por maus hábitos ou pelo seu emprego.

Como não o conseguimos curar da DPOC, apesar de todos os médicos desejarem que isso seja possível rapidamente, temos que nos focar em impedir que

qualquer fonte extra de destruição dos pequenos sacos alveolares continue a acontecer.

Por isto, vai ouvir muitas vezes o seu médico falar em tratamento de controlo, como terapêutica inalatória, ou prevenção de fatores de risco. O objetivo é controlar os sintomas que mais o incomodam e fazer a prevenção do agravamento da doença, o que só se consegue to-mando certas atitudes, como deixar de fumar ou evitar o sedentarismo.

“APESAR DE SER UM ÓRGÃO

FABULOSO E INDISPENSÁVEL,

O PULMÃO NÃO É PERFEITO.

AO CONTRÁRIO DE OUTROS TECIDOS

DO CORPO HUMANO, ELES DEIXAM

CEDO DE CONSEGUIR REGENERAR-SE

QUANDO SOFREM UMA LESÃO”

como controlar

os sintomas

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