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Ano 3 Edição 11 Setembro 2018 SQA. Selo de qualidade do pasto ao prato. Revista Senepol 1

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Ano 3 | Edição 11 | Setembro 2018

SQA

Selo de qualidade do

pasto ao prato

(2)
(3)

| Revista Senepol

4 Revista Senepol | 5

T

odos sabem que a crise econômica tem impactado

todos os setores, inclusive a pecuária. Apesar de toda essa conjuntura de mercado, a raça Senepol tem conseguido se manter firme, sendo bem menos impactada que outros segmentos do agro. A nossa raça já se provou no mercado como um investimento seguro e, à medida que o pecuarista for ampliando os investimentos em melhoramento genético, o Senepol será cada vez mais uma ferramenta eficiente para a pecuária de resultado. E tudo isso de forma muito equilibrada com as atuais exigências do consumidor de carne.

Em função dessa nova realidade de mercado, a Diretoria da ABCB Senepol tem se empenhado em fazer com que a raça passe a integrar de forma global a cadeia produtiva da carne, e não como um pequeno nicho de mercado. A entidade, em alinhamento total com o aumento da demanda do mercado para carne de alta qualidade, está lançando o Programa

de Certificação da Carne Senepol, atestando seus processos produtivos e garantindo padronização e qualidade superior, trazendo benefícios ao produtor, à indústria frigorífica e, principalmente, ao consumidor. Este lançamento, que certamente será um divisor de águas, ocorrerá no II Mega Encontro Internacional da Raça Senepol/II Seminário Internacional da Raça Senepol e ilustra a capa desta edição da nossa revista. Sabemos que há uma grande demanda por carne de qualidade no Brasil, mas a associação se preocupa em inserir, de forma bastante estruturada, a raça nesse mercado. Foram criados protocolos de produção e certificação para a carne, interligados com o PMGS, para que possamos ofertar animais equilibrados e dentro das exigências de mercado. Este é um projeto que envolve todos os elos da cadeia produtiva e que vem coroar os inúmeros esforços dos criadores, pesquisadores, técnicos e tantos outros profissionais comprometidos com a evolução da raça Senepol. Tudo isso para que o consumidor final possa ter em sua mesa uma carne saudável, nutritiva e saborosa.

Estamos confiantes no sucesso desse programa de certificação. Um fato tem chamado nossa atenção: os clientes de touros da raça vêm percebendo uma maior valorização no mercado do produto oriundo do cruzamento com Senepol. Isso sinaliza o bom trabalho de seleção conduzido até agora no País e enormes possibilidades de expandirmos nos próximos anos. Então, cabe a nós continuarmos selecionando com critério e rigor nossos animais, utilizando para isso modernas ferramentas de seleção, para atendermos com excelência a essa demanda.

Pedro Crosara Gustin

Presidente da ABCB Senepol

Senepol com

selo de qualidade

Palavra do Presidente

| Revista Senepol 4

(4)

Palavra do Editor

T

rabalhar com raças mais eficientes e rústicas tem sido a opção de muitos pecuaristas pelo mundo, pois esta é um forma de garantir a sustentabilidade do negócio. Na 41ª Reunião Anual Internacional do Senepol, realizada na terra de origem da raça, a ilha de Saint Croix, os criadores participantes foram unânimes em destacar a excelente performance dos animais Senepol em qualquer tipo de condição climática. Desde as imensas extensões de pastagens nativas da Austrália, dos pastos abundantes do Brasil e de outros países da América do Sul até a África, os Estados Unidos e os pequenos rebanhos na América Central, o Senepol tem apresentado bons resultados em cruzamento industrial com zebuínos. E toda essa história só está começando. Há muito mercado a conquistar e o Brasil, com certeza, está um passo à frente na seleção da raça.

Como vamos mostrar nesta edição da revista Senepol, em terras brasileiras, os projetos de melhoramento genético e de certificação de todo o processo de produção, incluindo o produto final, estão avançando. A ABCB Senepol lança, nesta segunda edição do Mega Encontro Internacional da raça, seu projeto de certificação da carne, o SQA. Um marco na história do Senepol em plena comemoração de sua maioridade no Brasil. Esse programa sinaliza ao mercado a seriedade com que a ABCB Senepol e os criadores têm conduzido o melhoramento genético do rebanho nacional para produzir uma carne de qualidade.

Esta edição ainda traz outras iniciativas de extrema relevância dentro do setor, como a Integração Lavoura-Pecuária, que tem elevado não só o ganho de peso dos animais, mas também a produtividade das lavouras. Já os trabalhos sobre bem-estar animal mostram que as boas práticas de manejo dos bezerros de corte têm reflexos positivos na saúde e no desempenho dos mesmos.

Nosso entrevistado da edição é o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Marco Túlio Duarte Soares, que tem o desafio de defender o agronegócio em um dos estados de maior potencial produtivo. Ele acredita em um amanhã melhor para o setor, mas reforça que o produtor deve continuar investindo em tecnologia mesmo no atual momento econômico vivido pelo País. Falando em produção de carne, fomos conversar com a JBS que, neste ano, lançou o programa 1953, bonificando criadores de várias raças, inclusive o Senepol.

Outro papo interessante foi com o mestre churrasqueiro Bruno Panhoca, um dos pioneiros do churrasco americano defumado no Brasil. Ele conta como o churrasco americano BBQ vem se popularizando no País e se tornou a estrela de grandes eventos de degustação de carne. A edição ainda traz um giro pelos principais eventos da raça, uma viagem pelas fazendas criadoras de Senepol na Austrália, dicas para a estação de monta, a importância da análise de sêmen para garantir melhores índices de prenhez, os cuidados com os brincos de identificação para evitar infecções e muito mais. Aproveitem!

Carlos Alberto da Silva

Editor e Presidente do Grupo Publique

Certificação da

carne, um marco

na história da raça

Thiago Galdiano/Publique Banco de Imagens

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Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol

Rua: Tupaciguara, 296 - Aparecida CEP: 38400-618 - Uberlândia-MG Fone: (34) 3210-2324 ou (34) 9 9962-4357 senepol@senepol.org.br / marketing@senepol.org.br www.senepol.org.br

Diretoria Executiva

Diretor Presidente: Pedro Crosara Gustin - presidente@senepol.org.br Diretor Vice Presidente: Gilmar Goudard - vicepresidente@senepol.org.br Diretor Administrativo: Arthur Euri Dos Santos - administrativo@senepol.org.br Secretário: Artur Eduardo Monassi - primeirosecretario@senepol.org.br

Diretor Financeiro: José Alexandre de Melo Cunha - diretorfinanceiro@senepol.org.br I Tesoureiro: Humberto Eustáquio Dos Reis - primeirotesoureiro@senepol.org.br II Tesoureiro: Ricardo César Crozara Magnino - segundotesoureiro@senepol.org.br Diretor de Marketing: Ricardo Arantes - diretormarketing@senepol.org.br Diretor de Eventos: Camillo Gomes Leal - diretoreventos@senepol.org.br

Diretor Relações com o Mercado: Marcelo De Almeida Felício - relacaomercado@senepol.org.br Diretor Relações Internacionais: Fábio Luiz De Mello Oliveira - relacoesinternacionais@senepol.org.br Diretora de Relação com Associado: Vera Lúcia Marcon Reich - relacaoassociados@senepol.org.br I Suplente: Roberto Folley Coelho - primeirosuplente@senepol.org.br

II Suplente: Alberto Diniz Zerlotini - segundosuplente@senepol.org.br

Conselho Deliberativo Técnico (CDT)

Presidente: José Antonio Fernandes Júnior Celso Menezes

Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes João Carlos Carvalho Ribeiro João Carlos Ribeiro (Representante Mapa) José Fernando Garcia

Leonardo Galvão Netto Luciano Coelho

Luiz Fernando Paupério Júnior Marcos Vinícius Gualberto Barbosa da Silva

Superintendente Técnico: Celso Menezes - superintendente@senepol.org.br Superintendente Suplente: Luciano Coelho - lafcvet@gmail.com

Técnicos

Alex Tonini Marconato - alextmarconato@yahoo.com.br Alípio Augusto Freire Rodrigues - alipiovett@gmail.com Bruno José de Moraes Mazzaro - mazzarobm@hotmail.com Cleber Alves Loiola - cleber_loiolavet@hotmail.com Douglas Alexandre Basílio - douglasalexandrebasilio@gmail.com Fábio Mitterran Brilhante - fabiobrilhante@live.com Geovanni Camargo - geo_camargo@hotmail.com Golberto Elias Democh Júnior - jrdemoch@hotmail.com Gilsimar de Souza Oliveira - gilsimar.vet@gmail.com Guilherme Ladeira Tricca - g.tricca@hotmail.com Gustavo Tomazeli - tomazeli.veterinario@gmail.com João Gabriel Knychala Faria - jgknychala@hotmail.com Juliano Franco de Souza - julianofranco@uol.com.br Leandro Rodello - rodellovet@hotmail.com Lucas Nascimento Silva - lnszoo@hotmail.com Luciano Augusto Ferreira Coelho - lafcvet@gmail.com Marcelo de Almeida Felício Filho - marcelo_feliciof@hotmail.com Mário Henrique Alves da Silva - mariosilvagpes@yahoo.com.br Murilo Brandimarte - muriloveterinario@gmail.com

Patrícia Eloísa Tormen - patriciaeloisatormen@zootecnista.com.br Paulo Marcos Camilo de Oliveira - paulomarcoscamilo@gmail.com Rafael Cotta Pacheco - rafaelpachecozootec@yahoo.com.br Ricardo Ricardo Andrade e Oliveira Júnior - ricardoaojr@terra.com.br Vitor Hugo Vieira - vitorscr@hotmail.com

Conselho Fiscal

Aldo Luiz Teixeira Doro Eduardo Alves Eldino Zeli Itamar Netto Jairo Ferreira Jorge Basílio Conselho Editorial

Pedro Crosara Gustin Celso Menezes

Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes José Fernando Garcia

Carlos Alberto da Silva Priscila Pontes Gutche Alborgheti Larissa Vieira Riba Velasco Mylene Abud Paulo Bonanni

PUBLISHER: Carlos Alberto da Silva | MTb 20.330

PRESIDENTE E FUNDADOR: Carlos Alberto da Silva

EDITOR: AGRO DIRETOR DE CONTEÚDO:

AGRO DIRETOR DE CRIAÇÃO:

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS:

COMERCIAL:

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COLOBORARAM NESTA EDIÇÃO: AGRO JORNALISTA E GESTOR DE WEB E MÍDIAS SOCIAIS: AGRO GESTORA DE CONTAS:

REVISÃO:

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Carlos Alberto da Silva | MTb 20.330 Riba Velasco | MTb 2.368 riba@publique.com (11) 9.7083.7862 | Skype: ulissesriba_1 Gutche Alborgheti gutche@publique.com (11) 9.9108.0856 | Skype: gutche.alborgheti Rodrigo Castejon castejon@publique.com (11) 9.8628.3696 | Skype: rodjunqueiracastejon Carlos Alberto da Silva

carlos@publique.com

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thiago@publique.com (11) 9.9364.1398 | Skype: tisguera Larissa Vieira | Mtb MG 09.513 P larissa@publique.com (11) 9.7081.0561 / (34) 9.8801.9971 Skype: larissasarah Riba Velasco Cairo Rodrigues assessoria@publique.com (11) 9.8905.3928 | Skype: cairo@pubique.com Priscila Pontes priscila@publique.com (11) 9.9382.1999 | Skype: priscila_bastazin Mylene Abud mylene@publique.com (11) 9.9595.3213 | Skype: mya_abud Paulo Cesar Correia paulocesar@publique.com (15) 9.9630.0917 | Skype: paulox1993 Paulo Bonanni porangaba@publique.com (11) 9.9402.7078 | Skype: paulohsbonanni Adriana Bonanni financeiro@publique.com (11) 9.9381.4488 | Skype: adrianagsbonanni Foto: Thiago Galdiano/Publique Banco de Imagens Direção de Arte: Gutche Alborgheti

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Capa

Páginas

Vermelhas

Marco Túlio Duarte Soares, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) Lançamento do Programa de Certificação da Carne Senepol abre caminho para a raça acessar o cobiçado mercado de carnes premium

SQA,

selo de

qualidade

do pasto

ao prato

54

20

Curtas da ABCB Senepol

10

Equipe ABCB Senepol

18

A ABCB Senepol

12

Páginas Vermelhas

20

A Raça no Martelo

52

Tá Todo Mundo Lendo

34

Pecuária Sustentável

38

Mundo da Raça

42

Capa

54

Galeria Evento | Senepol na Terra do Zebu / Central Uberaba

36

Falando de Carne

68

Gastronomia

72

Sanidade

76

Informe Publicitário

94

Marketing do Agro

78

Informe Safiras

41

Senepol Internacional

96

Núcleo Feminino do Senepol

88

Melhoramento Genético

80

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Curtas da ABCB Senepol

Programa “Senepol #ADICA”

A

partir de agora, os criadores de Senepol e pecuaristas em geral passam a contar com um programa informativo sobre a raça, seu uso em projetos de cruzamento industrial e as ações desenvolvidas pela ABCB Senepol para garantir a evolução genética do rebanho. Com veiculação nas redes sociais da entidade, o programa “Senepol #ADICA” traz informações sobre a seleção genômica em suas primeiras edições. Outros temas que estão na pauta do programa são as

provas zootécnicas, as avaliações genéticas e o registro genealógico. O programa “Senepol #ADICA” estreará um novo episódio a cada

quinta-feira, nas redes sociais oficiais da associação (Facebook, Instagram, YouTube) e também será compartilhado via WhatsApp.

Tributo Asbia

A

quarta edição do Tributo ASBIA, homenagem concedida anualmente pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial a personalidades que contribuem para o avanço do agronegócio, foi realizada no dia 3 de maio, em Uberaba/MG, durante a ExpoZebu 2018. O presidente da ASBIA, Sérgio Saud, destacou a importância dos veículos de comunicação para que a informação chegue ao produtor rural de forma rápida e precisa. Os homenageados foram escolhidos por votação feita pelos quase 30 associados da ASBIA, dentre eles a ABCB

Senepol. A revista DBO foi a escolhida na categoria Mídia Impressa Corte. Já no leite, a agraciada foi a revista Balde Branco. Na Mídia Digital, o Portal DBO dividiu o prêmio com a Scot Consultoria. Na Televisão, outro empate: os associados da ASBIA elegeram o Canal Rural e o Terraviva para receber a homenagem. O presidente da ABCB Senepol, Pedro Crosara, participou do evento e aproveitou para conhecer as instalações do Laboratório ASBIA Bio, que realiza análises de sêmen a preços diferenciados para os associados da entidade.

Os premiados do Tributo ASBIA 2018 entre os membros da diretoria da entidade.

Divulgação

Escola de Pecuária Intensiva 2018

C

om o objetivo de capacitar profissionais que atuam em fazendas de pecuária de corte, a Escola de Pecuária Intensiva 2018 segue ocorrendo em várias regiões do Brasil. Foram realizadas cinco edições nas cidades de Britânia/GO, Barreiras/BA, Iaciara/GO, Redenção/PA e Barretos/SP. O evento contou com palestras técnicas sobre seleção, nutrição, sanidade, manejo, instalações e identificação animal. Técnicos da ABCB Senepol ministraram palestra sobre a seleção de animais para a fase de engorda e sobre as características da raça Senepol, que vem sendo muito usada em cruzamento industrial por apresentar grande velocidade de ganho de peso e precocidade. Realizada pela Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), a Escola da Pecuária contou com a participação da ABCB Senepol em todas

as cinco etapas. Barretos (SP) recebeu a 4ª etapa da Escola de Pecuária Intensiva da Assocon, nos dias 30 e 31 de julho.

Divulgação

(7)

A ABCB Senepol

N

ão podemos fazer pecuária olhando para o passado. A adoção de novas tecnologias e o aprimoramento dos nossos conhecimentos, enquanto produtores, é que garantirão o futuro da raça Senepol”. Quem assegura é o criador Humberto Eustáquio dos Reis, da Agropecuária HR, que acaba de aderir ao PMGS (Programa de Melhoramento Genético da Raça Senepol). Selecionador da raça desde 2010, ele aderiu à primeira fase do programa, referente ao Serviço de Registro Genealógico, mas pretende ampliar a participação, pois acredita que a genômica é o caminho para o avanço genético mais rápido e preciso da raça. “Um bom exemplo vem da agricultura, que está sempre adotando novas tecnologias e conseguiu dar um enorme

como chegar ao consumidor final se a base de melhoramento e seleção genética também não estiver estruturada e bem coordenada. Por isso, o PMGS é uma ferramenta segura para o criador agregar qualidade genética a seu rebanho, além de aumentar de forma sustentável a produtividade e a competitividade da raça”, afirma.

Para facilitar a participação dos criadores, especialmente dos pequenos e médios rebanhos, a ABCB Senepol dividiu o tipo de adesão em até oito níveis diferentes, que estão alicerçados nos quatro pilares: Registro Genealógico, Provas Zootécnicas, Melhoramento Genético/Geneplus Embrapa e Informação Genômica. Os oito níveis podem ter várias combinações entre os pilares do programa (veja “Níveis de participação no PMGS”). O criatório Senepol Vitória aderiu ao primeiro nível e, como está em uma região que ainda não conta com provas zootécnicas oficiais, pretende passar para o nível 4 (Registro Genealógico e Informação Genômica). “Considero a associação muito visionária ao apostar na genômica como dos pilares do programa. O PMGS está ajudando os criadores a dar um rumo certo para o sistema de seleção”, diz Maria Vitória Proença.

Os criatórios que aderirem aos níveis de 5 a 8 do PMGS terão direito a dois selos de qualidade. Um dos selos é o PMGS Approved, destinado aos criatórios que adotam práticas e condutas alinhadas às atuais exigências de mercado relacionadas à sustentabilidade da pecuária. Já o PMGS Senepol Quality Assurance é um selo de certificação de carnes produzidas a partir da genética

salto de qualidade nos últimos anos. Na pecuária, não pode ser diferente. Temos de ter as melhores informações na área de genética para garantirmos a evolução do rebanho. A genômica é o futuro da pecuária. Por isso, optei por aderir ao PMGS, que tem na genômica um dos seus quatro pilares”, diz Humberto.

Em seu primeiro ano de funcionamento, o PMGS já conta com 75 criatórios de várias regiões do País inscritos. Para o presidente da ABCB Senepol, Pedro Crosara Gustin, o número significativo de fazendas participantes demonstra a preocupação dos criadores com o melhoramento genético da raça e a confiança no trabalho da entidade. “Não tem

de animais Senepol participantes do PMGS. Ele garante que o animal abatido tem o padrão racial definido pelo programa de melhoramento e é procedente de um criatório que segue as melhores práticas na criação. “Esse é um projeto que começa no pasto, nos criatórios de genética participantes do PMGS, e chega ao prato através das redes de varejo Pilotos, com o Selo SQA - SENEPOL QUALITY ASSURANCE, que será lançado no Mega Encontro Senepol”, explica o presidente. Os criatórios que obtiverem o selo PMGS Approved e estiverem no nível 8 de adesão poderão participar do programa internacional Brazilian Senepol, cujo lançamento ocorrerá entre 2019 e 2020.

Outra medida estabelecida pela entidade para possibilitar a participação de todos os criatórios foi a gratuidade na adesão. É cobrado apenas o valor do serviço realizado. Em Minas Gerais, estado que concentra o maior número de associados da ABCB Senepol, muitos criatórios já participam do PMGS. É o caso da Fazenda Vitória, localizada em Uberlândia, que seleciona a raça desde 2009, sempre apostando no melhoramento genético para aprimorar a qualidade de seu rebanho. “Acredito que todo selecionador de bovino tem de avaliar geneticamente seus animais para que, a cada ano, tenha animais melhores nascendo. O bezerro que vai nascer no próximo ano tem que ser melhor que seus pais. Como queremos dar continuidade ao trabalho que estamos fazendo há quase 10 anos, decidimos aderir ao PMGS”, assegura Silvânia Souza, que resolveu entrar na raça depois de obter excelentes resultados com touros Senepol utilizados em cruzamento industrial.

Thiago Galdiano / Publique Banco de Imagens

Cresce em todo o País o número de criatórios participantes do PMGS

Larissa Vieira

% ADESÃO

25

50

50

50

75*

75*

75*

100**

NÍVEL 1 2 3 4 5 6 7 8

Níveis de participação no PMGS

*PMGS Approved

**PMGS Approved + Brazilian Senepol. O criatório participante que atingir os níveis 5, 6, 7 e 8 já estará apto a receber o selo e a placa de certificação PMGS

SRG X X X X X X X X PZ X X X X X MGG X X X X IG X X X

Aposta

no melhoramento

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A ABCB Senepol

Confira os criatórios* participantes do PMGS

FABIO LUIS DE MELLO OLIVEIRA JOSÉ ALEXANDRE DE MELLO CUNHA SENEPOL SERTANEJO LTDA ALBERTO DINIZ ZERLOTINI PEDRO CROSARA GUSTIN IVO VLADEMIR REICH

HUMBERTO EUSTÁQUIO DOS REIS FABIO DAS GRAÇAS OLIVEIRA BRAGA ELIAS BOTTREL REIS

ITAMAR NETTO

JULIO ROBERTO MOTA PEREIRA

PATRICIA DE FELICIO CENEDEZE E MARCELO DE ALMEIDA FELICIO JOSÉ LEONICIO GOMES

ÁUREO GAUDÊNCIO FILHO ROBERTO FOLLEY COELHO LEONARDO CRESPO SILVA GIULIANO JORGE WASSALL

ELDINO ZELI E GUILHERME CANDELORO ZELI MARCELO DE ALMEIDA FELÍCIO

BRISA AGROPECUÁRIA LTDA ANDRÉ LUIS DE OLIVEIRA ANDRADE JOSÉ ANTÔNIO FERNANDES NETTO JOÃO ARANTES

LUIZ CARLOS RIANI

JOÃO ORÁVIO DE FREITAS JUNIOR AITEMAR NUNES FERNANDES LEANDRO LIMA BORGHI ARTUR EDUARDO MONASSI GILMAR GOUDARD DAVI GARCIA

AUREA TEREZA FERREIRA DE FREITAS DARLON WOLMAR PORT

WENDER ALVES PEREIRA GUILHERME GARCIA GOIS WILHELMUS GERARDUS DE RUIJTER MARCO TÚLIO BRAGA PEREIRA JOÃO RICARDO PEREIRA DA SILVA GENÉSIO CARVALHO DINIZ JACQUELINE POMPEU DA SILVA VALDIVINO DINIZ LINHARES NETO ESTEVÃO BARRA BERNARDES ALFREDO JULIO FERNANDES NETO SALVIO FAUSTINI LANA ERIK JAN PETTER GLAYSON BOM CONSELHO JOAQUIM MARTINS NETO E OUTROS AÉCIO FRANCO JUNQUEIRA RICARDO CESAR CROSARA MAGNINO MARIA VITÓRIA FAE PROENÇA PAULO AFONSO DE RESENDE

CARLOS ANTÔNIO DE CARVALHO FERNANDES

FREDERICO AUGUSTO FRANCO E CORSI E EDUARDO FRANCO E CORSI JADSON ALVES DOS SANTOS

AUGUSTO DE AGUIAR

SILTER APARECIDO DE OLIVEIRA FADEL EBENEZER SALUM DOS REIS RICARDO TRAJANO TELLES

ANAURY AUGUSTUS VIEIRA DE OLIVEIRA RICARDO PEREIRA CARNEIRO GERALDO JUSKEVICIUS DOUGLAS VITOR ANDRADE ALESSANDRO PERFEITO GUILHERME BUMLAI E ALMIR SATER CELSO DIONÍSIO PEREIRA DALNI FREITAS DE OLIVEIRA JEREMIAS BARBOSA DE OLIVEIRA AGROPECUÁRIA IGV

ARMANDO SAICK VINICIUS CRESPO GOMES HELTON LUIS BASTOS GERONIMO VITOR JOSÉ DELLA FLORA VESZ

BRTRUST GESTAO CONSULTORIA E PARTICIPAÇOES EIRELI BRUNO DE MELO REIS

FLAVIO BATISTA PEIXOTO

SENEPOL DA CONQUISTA SRF SENEPOL SENEPOL SERTANEJO SENEPOL DA ILHA SENEPOL SANTA LUZIA SENEPOL CMI SENEPOL HR FAZENDA GUANANDI SENEPOL PORTEIRA DE TÁBUA ITA SENEPOL JVR SENEPOL CONDOMÍNIO FELÍCIO FAZENDA BRASIL SENEPOL DO CIPÓ SENEPOL SAN LCS SENEPOL W SENEPOL PARANOÁ SENEPOL SENEPOL 3M BRISA AGROPECUÁRIA KING SENEPOL GRAMA SENEPOL AGROPECUÁRIA NOVA VIDA ESTÂNCIA SÃO FRANCISCO SENEPOL JOF

SENEPOL TATIMAR SENEPOL PIATÃ SENEPOL DA BARRA ESTÂNCIA GOUDARD BELA VISTA SENEPOL AGA SENEPOL FAZENDA TERRA VERDE SENEPOL HARMONIA AGROPECUÁRIA GOIS ESTÂNCIA VALE ALEGRE SANTA CRUZ J3R SENEPOL SENEPOL DA SERRA JRB SENEPOL SENEPOL REI SENEPOL CONSTELACAO FAZENDA PEDRA BRANCA SENEPOL SS SENEPOL DA KOELPE BC SENEPOL TAQUARUÇU AFRA SENEPOL SENEPOL CANAÃ SENEPOL VITÓRIA SENEPOL SANTA CLARA BIOTRAN

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PRATA

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CAMPOS NOVOS PAULISTAS DIVINÓPOLIS COSTA RICA SÃO PAULO UBERLÂNDIA IPAMERI RIO PIRACICABA UBERLÂNDIA CAMPO GRANDE CACHOEIRA DE MINAS BOM JARDIM SÃO PAULO CANTAGALO SANTA TERESA/ES CAMPOS DOS GOYTACAZES MARÍLIA CAMPO VERDE SÃO PAULO PATROCÍNIO UBERLÂNDIA MT MG MG MG MG MS MG MG MG GO MG SP MG MG MS RJ SP MS SP SP MG SP RO SP MS SP MG SP MG SP GO GO MG PR SP MG MG MG MG MG GO MG MG PR MG MT MG MG SC MG MG MG MS SC SP MG MS SP MG MT MG MG MS MG RJ SP RJ ES RJ SP MT SP MG MG

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A ABCB Senepol

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e Norte a Sul do Brasil, a raça Senepol vem expandindo o número de animais puros registrados e o seu uso em cruzamento industrial. Com a demanda crescente pelo Serviço de Registro Genealógico em todo o País, a ABCB Senepol está investindo na ampliação do quadro de técnicos credenciados. Segundo o superintendente técnico da entidade, Celso Menezes, neste ano, 22 profissionais participaram do curso para credenciamento de novos inspetores. “O Curso Intensivo de Capacitação Técnica é realizado de acordo com a necessidade. Realizamos um em 2015 e agora, em março de 2018. Essa é mais uma ação para a expansão

Pará para a Turquia, apenas duas raças são aceitas, e a Senepol é uma delas justamente por ser muito precoce”, assegura Fábio. Filho de produtor rural, mas com foco em pecuária leiteira, ele conta que sua preferência sempre foi trabalhar com gado de corte e, ao conhecer em uma fazenda da região o Senepol, vislumbrou um nicho de mercado promissor para a raça no Pará. Dali em diante, começou a assessorar propriedades que criam Senepol e decidiu participar do curso para novos técnicos.

Assim como os outros 21 participantes, Fábio terá de cumprir todas as exigências para ser credenciado pela ABCB Senepol. Ao todo, o candidato precisa ser aprovado nas seis etapas do processo de admissão. Somente participam do curso profissionais indicados por associados da entidade. Todos têm o currículo analisado pela diretoria da ABCB Senepol e pelo Conselho Deliberativo Técnico (CDT). É pré-requisito básico o candidato aspirante ter formação profissional em Agronomia, Veterinária ou Zootecnia. Caso aprovado, pode participar do curso, que conta com conteúdo técnico sobre a raça e aulas teóricas e práticas. Ao final do curso, o candidato é submetido a uma prova escrita contendo 10 questões, devendo o mesmo ter um desempenho satisfatório com o mínimo de 70% de acerto. No decorrer do curso, os candidatos passam, também, por uma avaliação psicotécnica, efetuada por profissionais especializados nesta prestação de serviços. O laudo psicotécnico do candidato também é um pré-requisito para o processo de credenciamento. Ainda é preciso ter Carteira Profissional (CREA ou CRMV) para ser credenciado.

A última etapa a ser cumprida pelos aspirantes é o estágio prático em criatório de Senepol e supervisionado por um

do Serviço de Registro Genealógico da raça Senepol, tendo como principal objetivo diminuir o custo de diárias e de deslocamento para os associados”, explica.

Entre os aspirantes a técnico inspetor da ABCB Senepol está o zootecnista e pós-graduado em Produção Animal no Bioma Amazônico, Fábio Mitterran Brilhante de Paula, que trabalha com a raça no estado do Pará há alguns anos. “Na região, a procura pelo Senepol é grande, principalmente para cruzamento com zebuínos, porque a raça mostrou ser altamente adaptada e produtiva dentro das condições climáticas do estado. Hoje, dos animais exportados pelo

técnico efetivo de registro. O estágio deve ser de, no mínimo, 30 horas no campo, incluindo a inspeção de, no mínimo, 50 animais para registro em pelo menos dois criatórios, e a obtenção de pelo menos dois pareceres favoráveis de técnicos diferentes para serem credenciados. No parecer, o Técnico avaliador apreciará o desempenho do candidato em 10 itens, atribuindo a nota de 1 a 5 para cada item avaliado. O Parecer será considerado favorável se o candidato obtiver no mínimo 30 pontos no somatório dos 10 itens.

Fábio já cumpriu o estágio em um criatório de Senepol localizado em Dourados/MT e espera a aprovação final para poder iniciar a etapa final, que é o cumprimento de, pelo menos, 8 horas de estágio na sede da associação para conhecimento do Sistema do SRG e de todos os procedimentos técnicos, além de uma entrevista com o superintendente Técnico, Celso Menezes. “O credenciamento de novos técnicos é muito criterioso, pois precisamos garantir que o serviço prestado no campo terá o rigor e a qualidade necessária para garantir o registro apenas de animais que realmente estejam dentro do padrão racial do Senepol. Um animal fora do padrão racial não pode ser registrado, pois, ao ser utilizado para reprodução, poderá desencadear a multiplicação de características morfológicas e de desempenho indesejáveis, comprometendo o sucesso da raça”, explica Celso.

Atualmente, a ABCB Senepol conta com 20 técnicos credenciados para atender os criadores no País. Confira abaixo a lista dos aspirantes ao cargo de técnico inspetor do SRG.

Arquivo ABCB Senepol

ABCB Senepol amplia

atendimento técnico

O objetivo é diminuir o custo de diárias e

de deslocamento para os associados

Larissa Vieira

CURSO INTENSIVO DE CAPACITAÇÃO TECNICA - MARÇO DE 2018 (FEMEC)

ASPIRANTES A TÉCNICOS

Aspirantes ao cargo de técnico inspetor

da ABCB Senepol durante curso ocorrido em Uberlândia, (MG).

ANTONIO EMÍLIO GONÇALVES JUNIOR DAIZA ORTH

FABIO MITTERRAN BRILHANTE DE PAULA JADSON RAMOS DA SILVA

JOAO PAULO NUNES BASTOS JOAO SIMÃO ARAUJO FILHO JULIO MARIO VIEIRA SOARES LEANDRO RODELLO MARCELO CASTILHO MARCOS NEREU LUCKNER MATEUS BERNARDES RAINER MOZER DE MATTOS RICARDO ALEX PEDROSO DE OLIVEIRA RODOLFO DA SILVA DIAS

RODRIGO QUIRINO LEAL SERGIO LUIS FARIA

SILTER APARECIDO DE OLIVEIRA FADEL SILVIO COSTA E SILVA

THIAGO FREITAS DE ALMEIDA MATTOS VITOR HUGO VIEIRA

NOME ZOOTECNISTA VETERINÁRIA ZOOTECNISTA ZOOTECNISTA VETERINÁRIO ZOOTECNISTA VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO AGRÔNOMO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO VETERINÁRIO PROFISSÃO GOIANIA - GO BRASILIA - DF REDENÇÃO - PA ITAPETINGA - BA MARLIERIA - MG PARACATU - MG RECIFE - PE ARAGUAINA - TO CAÇADOR - SC RIO BRANCO - AC PARANAIGUARA - GO ICONHA - ES CURITIBA - PR AMERICANA - SP TRÊS LAGOAS - MS COSTA RICA - MS ASSIS - SP BELO HORIZONTE - MG JARDIM AMERICA - RJ PARANAÍBA - MS MUNICÍPIO - UF

(10)

Equipe ABCB Senepol Tá Todo Mundo Lendo

Quem trabalha

na ABCB Senepol

Robert Antônio Macedo Vicente Gerente Geral

gerencia@senepol.org.br

Mateus Garcez Sousa Analista Pleno - Nível III

Departamento Serviços de Registro Genealógico senepol@senepol.org.br

Michelle Alves da Silva Analista Financeiro Júnior - Nível I Departamento Financeiro financeiro@senepol.org.br

Emmanuele Karine S. Moreira Analista Júnior - Nível II

Departamento Financeiro financeiro@senepol.org.br

Poliandra Amaral Machado Analista Pleno - Nível III

Departamento de Marketing marketing@senepol.org.br

Isadora Ramos Silva Analista Júnior - Nível II

Departamento Serviços de Registro Genealógico senepol@senepol.org.br

Gislaine Rocha Félix Rabelo Secretária Executiva

(11)

Marco Túlio Duarte Soares, presidente da Associação dos

Criadores de Mato Grosso (Acrimat)

F

ilho de produtores rurais, o administrador de

empresas, Marco Túlio Duarte Soares, assumiu, em 2017, o desafio de defender o agronegócio em um dos estados de maior potencial produtivo, o Mato Grosso. Mineiro de Uberaba, cidade considerada um grande polo de genética bovina do País, ele assumiu a presidência da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) em um momento complicado para o setor, em decorrência da Operação Carne Fraca, mas acredita que o pior já passou

e que o cenário está mais favorável em 2018. Segundo ele, os pecuaristas são guerreiros e acreditam em um amanhã melhor. Formado em Administração de Empresas e com pós-graduação em Agronegócio, Marco Túlio destaca, em entrevista à revista Senepol, que o produtor deve continuar investindo em tecnologia para aumentar a rentabilidade do negócio. Com mandato até 2019, assegura que a entidade vai cobrar dos pré-candidatos soluções para problemas, como a alta carga tributária.

Otimista,

mas em luta

pelo avanço

do setor

Larissa Vieira Arquivo Acrimat Páginas Vermelhas

(12)

atuar em defesa dos produtores e pelo direito de produzir em nosso País. Mas também tivemos grandes projetos, como o Acrimat em Ação, que, neste ano, mobilizou mais de cinco mil produtores em Mato Grosso. Percorremos o estado para levar informações técnicas aos produtores e coletar dados e demandas da pecuária de corte. Neste ano, o tema foi “Do pasto ao prato: agregação de valor à pecuária de corte”, e levamos aos produtores informações sobre como é possível investir em todas as etapas produtivas para atingir o principal resultado: produzir carne de qualidade. Foram quatro meses visitando 33 municípios e mais de 12 mil quilômetros percorridos. Também estamos participando de todas as discussões do processo de retirada da vacina contra a aftosa, um importante passo que está sendo tomado e que requer muita atenção e cuidado. O Brasil tem importantes conquistas no setor sanitário e pode correr o risco de perder a certificação do nosso rebanho.

Páginas Vermelhas

Revista Senepol - Na época em que estourou a Operação Carne Fraca, os produtores ressaltaram a importância da criação de cooperativas de carne e da retomada de frigoríficos regionais para evitar que o setor voltasse a sofrer com o monopólio na indústria da carne. O senhor concorda? Como está o Mato Grosso após a Operação Carne Fraca?

Marco Túlio Duarte Soares - A Operação Carne Fraca causou impacto na cadeia produtiva, mas pontual. A atuação incisiva do Ministério da Agricultura e Pecuária, o reforço na fiscalização e a qualidade da carne brasileira foram importantíssimos para a retomada do mercado internacional. Ano passado, Mato Grosso superou São Paulo na exportação de carne e movimentou US$ 1,1 bilhão. Agora, queremos agregar valor ao nosso produto e a Acrimat tem atuado no intuito de dar suporte ao produtor para melhorar a qualidade da carne e alcançar mercados diferenciados. Além do volume, temos capacidade para liderar também em qualidade. Somos a favor de novos arranjos de mercado, inclusive com a participação dos pecuaristas em outras etapas do ciclo produtivo da carne. Mas, para isso, é primordial a viabilidade econômica do negócio.

Revista Senepol - A Acrimat é uma das entidades que estão se mobilizando contra a proibição dos embarques de animais vivos. Caso o Projeto de Lei passe na Assembleia de São Paulo, os prejuízos econômicos ao setor serão grandes?

Marco Túlio Duarte Soares - Não se trata apenas de prejuízos econômicos, mas do impedimento a uma atividade legal, fiscalizada e que representa uma alternativa de renda para os produtores. Para os produtores de bovinos de corte, a exportação de animais vivos é, também, um reconhecimento com relação à qualidade e sanidade do nosso rebanho. A Acrimat está disposta a sentar à mesa das discussões para que todos os lados sejam expostos e uma solução contemplativa seja alcançada.

Revista Senepol - Os custos de produção vêm crescendo ao longo dos últimos anos e a arroba não teve o mesmo ritmo. Como melhorar a rentabilidade da pecuária mesmo nesse cenário?

Marco Túlio Duarte Soares - Eficiência produtiva é a chave do negócio. O produtor que quiser melhorar os resultados da propriedade e, assim, aumentar a renda, precisa analisar todos os índices produtivos e investir em

carne para atender ao mercado premium. Em Mato Grosso, a carne certificada já é uma realidade?

Marco Túlio Duarte Soares - Sim. O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) foi criado pelo governo do estado e tem uma organização mista, com representantes de todos os elos da cadeia produtiva da carne. O objetivo é promover a carne produzida no estado a partir da implantação de um selo de garantia de origem, para comprovar o atendimento de requisitos sanitários, ambientais, sociais e econômicos de acordo com a legislação vigente.

Revista Senepol - Que balanço faz desse seu um ano e meio à frente da Acrimat? Quais os principais projetos realizados nesse período?

Marco Túlio Duarte Soares - Assumi a Acrimat e, em seguida, passamos por algumas crises, como a Operação Carne Fraca, os embargos internacionais e o Funrural, entre outros problemas, e sempre buscamos tecnologias que possibilitem produzir mais, em menores

áreas e tempo. Hoje há ferramentas para todos os sistemas pecuários, da cria à terminação, e os números apontam que os resultados existem. Nos últimos anos, por exemplo, o produtor mato-grossense reduziu a idade média de abate com a implantação de técnicas como suplementação alimentar, reforma de pastagem e melhoramento genético. Também aumentamos a produção de carne por hectare (ha), que passou de 36,8 kg/ha para 50 kg/ha.

Revista Senepol - Neste ano, teremos eleições. Quais são as principais reivindicações que a Acrimat pretende levar aos candidatos?

Marco Túlio Duarte Soares - A Acrimat sempre busca isenção com relação aos candidatos, mas não do processo eleitoral, e busca junto aos seus associados as principais demandas dos produtores. Em Mato Grosso, um dos entraves à agropecuária é a alta carga tributária, que onera nossa produção e compromete a competitividade, e vamos apresentar propostas para que haja uma redução dos impostos sem que a receita do estado fique comprometida. Quando retiramos ou reduzimos uma alíquota, permitimos o aumento nas vendas, o que reflete no caixa público. Também temos problemas com relação à logística, que é totalmente dependente do modal rodoviário e as estradas não recebem a devida atenção.

Revista Senepol - No início de 2018, a expectativa era de recuperação do setor após os problemas enfrentados em 2017. O senhor acredita que esta estimativa deve se concretizar em Mato Grosso e também no País?

Marco Túlio Duarte Soares - O processo de recuperação da economia já começou, de forma mais lenta do que esperávamos, mas começou. A Reforma Trabalhista foi a primeira a ser feita e precisamos que as reformas da Previdência e Política também sejam aprovadas para desonerar os setores produtivos e, assim, gerar emprego e renda para a população. O País precisa rever o seu modelo de gestão e reduzir o inchaço da máquina pública. A eficiência que é tão importante na iniciativa privada também precisa ser aplicada na gestão pública.

Revista Senepol - Algumas associações de criadores, como a de Senepol, já têm projetos de certificação da

Eficiência produtiva

é a chave do negócio.

O produtor que quiser

melhorar os resultados

da propriedade e, assim,

aumentar a renda,

precisa analisar todos

os índices produtivos e

investir em tecnologias

que possibilitem produzir

mais, em menores

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Escolha certa

para a estação

de monta

S

e o caminho para produzir uma carne de qualidade é longo e repleto de desafios, o pontapé inicial para essa jornada precisa ser estrategicamente calculado para ser certeiro. Como a eficiência econômica da pecuária de corte está vinculada à produção de bezerros (sejam eles destinados à produção de carne ou à reposição do rebanho), a estação de monta mal

planejada dificulta os controles sanitários, produtivos e reprodutivos do rebanho e pode comprometer os resultados produtivos e econômicos.

No Brasil, geralmente a melhor época para iniciar a estação de monta é no início das chuvas, época em que o pasto é abundante e de melhor qualidade, ou seja, quando há alimento farto para o gado ficar bem nutrido. Além disso, concentrar os acasalamentos em um período do ano faz com que os nascimentos ocorram em épocas mais favoráveis e o rebanho fique mais homogêneo por conta da idade semelhante, facilitando as demais etapas do sistema de produção e a venda dos animais.

Dentro desse cenário, os touros são peça importante. Os cuidados com o manejo, a sanidade e a nutrição desses animais é que vão garantir uma vida de serviço mais longeva. Ao longo da vida reprodutiva, o touro pode ser pai de dezenas de bezerros, enquanto a vaca pode deixar até dez filhos. Segundo dados da Embrapa Gado de Corte, o touro proporciona 88% do ganho genético de todo o rebanho para relações touro:vaca de 1:40. Por isso, a escolha dos reprodutores deve ser bastante criteriosa para garantir o sucesso do sistema de produção.

Arquivo ABCB Senepol

Larissa Vieira

Os touros que serão usados para cobrir

a vacada devem ser comprovadamente

melhoradores, ter a capacidade reprodutiva

atestada por exame andrológico e bom

escore corporal

Pasto Técnico

No Brasil, geralmente a

melhor época para iniciar

a estação de monta é

no início das chuvas,

época em que o pasto é

abundante e de melhor

qualidade, ou seja,

quando há alimento

farto para o gado

ficar bem nutrido.

Touro Senepol.

Só se for registrado.

Do Pasto ao prato, simples e lucrativo.

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Pasto Técnico

O pecuarista deve procurar o que há de melhor no mercado, um animal comprovadamente melhorador, e esquecer de vez o chamado boi cabeceira de boiada, que nada acrescenta em termos de melhoramento genético do rebanho. Segundo o técnico inspetor do Serviço de Registro Genealógico da ABCB Senepol, Rafael Pacheco, um dos pontos a ser considerado na hora de definir quais touros serão utilizados na estação de monta é a idade. “Um animal muito novo pode ter seu desempenho comprometido. O ideal é ter, no mínimo, 20 meses, além de um estado corporal de acordo com a sua idade. Também não é recomendado usar animais debilitados”, ensina Rafael.

Para preservar o desempenho reprodutivo dos animais, é preciso fazer uma revisão geral em todos os touros selecionados para a estação de monta. O primeiro passo para saber se o touro está bem nutrido e em condições de cobrir é a avaliação de Escore de Condição Corporal. O estado dos aprumos e das unhas também influencia o salto e a capacidade de acertar a matriz.

Como existem animais que param de se alimentar quando estão acasalando, o monitoramento frequente dos touros durante o serviço ajuda na adoção de um manejo nutricional correto. “O que mais prejudica o desempenho de um touro é seu estado corporal, seu vigor mostra se está sadio e pronto para a cobertura”,

a reprodução. Este fato faz com que os índices de concepção da categoria sejam bastante baixos. É preciso garantir uma boa condição corporal para as novilhas que serão emprenhadas, pois essa estratégia é essencial para que estas futuras primíparas possam ser trabalhadas rapidamente e de forma eficaz na estação de monta subsequente. Para obter bons resultados na estação de monta, é necessário reforçar a alimentação desses animais no período pré-monta (estação seca).

Segundo o médico-veterinário, Doutor em Ciências e coordenador de Cria da Premix, Marcos Vinicius Biehl, nos últimos anos, muitas pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de entender como a nutrição materna afeta a saúde e a produtividade no período pós-natal. “Sabe-se que a nutrição materna durante a prenhez desempenha função essencial sobre o desenvolvimento fetal e placentário, afetando diretamente a saúde e a esclarece o técnico da ABCB Senepol. A alimentação do

reprodutor deve ser ajustada, seja por meio de pastagens cultivadas de melhor qualidade, reserva de feno em pé ou pela utilização de algum tipo de suplemento. A adequada condição corporal permite fecundar o maior número possível de vacas em um curto espaço de tempo. O touro muito pesado tem dificuldade de montar, além disso, o excesso de peso sobrecarrega o sistema de aprumos, podendo diminuir a vida útil. Se o animal está muito pesado e gordo, a qualidade do sêmen também diminui porque a deposição de gordura na bolsa escrotal dificulta a termorregulação e prejudica a espermatogênese.

Para evitar touros com este e outros problemas de fertilidade, a realização do exame andrológico antes da estação de monta é importante. Touros subférteis, que representam de 20% a 40% dos animais em serviço no País, comprometem a fertilidade do rebanho ocasionando perdas de produção. Vale lembrar que o certificado de exame andrológico tem validade de 60 dias, portanto, essa avaliação deverá ser feita próximo à estação de monta.

O técnico da ABCB Senepol lembra ainda que, mesmo durante a estação de monta, o animal deve ter seu desempenho acompanhado, porque podem ocorrer acidentes que comprometerão o seu trabalho de monta. Outra recomendação é utilizar apenas touros Senepol com Registro Genealógico Definitivo (RGD). “Para usar em cruzamento, o touro registrado é uma garantia de qualidade, pois você sabe que ele passou por uma inspeção de seleção morfológica, em que são descartados os exemplares com defeitos indesejáveis, sendo muitos deles prejudiciais ao bom desempenho de cobertura, tais como umbigo (umbigudo, agarrado) e aprumos. O touro com RGD traz consigo a garantia do que vai ser transmitido à sua progênie: precocidade, adaptabilidade, fertilidade na fêmea, docilidade”, explica.

Já em relação às fêmeas, os cuidados com o manejo nutricional são importantes. As vacas de primeira cria são consideradas o grande gargalo dos índices produtivos de uma estação de monta. Nesta fase da vida do animal, os nutrientes são distribuídos preferencialmente para a produção de leite, o crescimento e, por último,

produtividade da prole. Quando o manejo nutricional da matriz é deficiente, causa uma subnutrição, sendo reportadas complicações na produção animal, que incluem o aumento da mortalidade neonatal, disfunções respiratórias e intestinais, crescimento neonatal retardado, diferenças no diâmetro das fibras musculares e reduzida qualidade de carne”, explica.

Estudos comprovam que a suplementação proteica das matrizes influencia o peso à desmama e o desempenho do animal nas demais etapas. “Um experimento realizado por Greenwood et al. (2007) demonstrou que machos com 30 meses de idade, oriundos de fêmeas submetidas à restrição nutricional durante a gestação, tiveram um peso corporal e peso de carcaça inferior quando comparados à machos oriundos de vacas com nutrição adequada, indicando que o crescimento muscular foi prejudicado”, diz Biehl.

Rafael Pacheco, técnico inspetor do Serviço de Registro Genealógico da ABCB Senepol.

Thiago Galdiano/Publique Banco de Imagens

O pecuarista deve procurar o que há de melhor no mercado,

um animal comprovadamente melhorador, e esquecer de vez

o chamado boi cabeceira de boiada, que nada acrescenta em

termos de melhoramento genético do rebanho. Segundo o

técnico inspetor do Serviço de Registro Genealógico da ABCB

Senepol, Rafael Pacheco, um dos pontos a ser considerado

na hora de definir quais touros serão utilizados na estação

de monta é a idade. ‘Um animal muito novo pode ter seu

desempenho comprometido. O ideal é ter, no mínimo, 20

meses, além de um estado corporal de acordo com a sua idade.

Também não é recomendado usar animais debilitados’.

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garante análise

de sêmen de

alta precisão

Tecnologia

O

touro tem um impacto direto sobre a fertilidade do rebanho. Segundo dados da Embrapa Gado de Corte, um reprodutor infértil pode representar a perda de 25 a 50 bezerros, conforme a relação touro:vaca utilizada. Já uma vaca infértil representa a perda de um bezerro, apenas. Os prejuízos podem ser ainda maiores caso existam animais subférteis, aqueles que produzem menos filhos do que deveriam no rebanho. Estima-se que entre 20 e 40% dos touros em serviço são subférteis e outros 5% sejam inférteis.

A fertilidade de um touro é uma característica variável, podendo se alterar durante a fase reprodutiva, o ano ou no decorrer da sua vida útil. Além disso, vários fatores podem contribuir para isso, tais como: nutrição, idade, estresse calórico, doenças infecciosas, agentes tóxicos, integridade anatômica e qualidade do sêmen. Por isso, a recomendação é realizar o exame andrológico em todos os reprodutores antes da estação de monta.

Esse cuidado deve ser adotado também para os touros destinados à produção de sêmen ou que participam de provas zootécnicas. “A avaliação andrológica é de fundamental importância na seleção de touros que entrarão em reprodução, pois permite excluir os animais com patologias congênitas. O exame andrológico ajuda a maximizar os resultados de prenhez, tanto em uma estação de monta quanto em uma inseminação artificial”, explica o médico-veterinário Marcelo da Cunha Xavier, responsável clínico pela Bio Biotecnologia Animal que, em parceria com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), disponibiliza esse tipo de serviço no Laboratório ASBIA-BIO, localizado no interior do Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. Como a ABCB Senepol é associada da ASBIA, os criadores da raça têm direito a preços diferenciados na realização do serviço de análise de sêmen.

O laboratório realiza uma análise totalmente computadorizada, utilizando para isso equipamentos de última geração, garantindo um diagnóstico mais preciso da motilidade e da concentração do sêmen. É possível observar volume, motilidade, turbilhonamento, vigor, congelabilidade, ou seja, tudo o que está ligado à qualidade espermática. “Esse tipo de equipamento é o mesmo utilizado pelas centrais de inseminação, por alguns institutos de pesquisa e por apenas dois

laboratórios particulares, sendo o ASBIA-BIO um deles”, explica Xavier.

Além de ser indicada para touros de provas zootécnicas ou que vão ser utilizados na estação de monta, a análise de sêmen também é importante para verificar a qualidade das doses de sêmen do estoque da fazenda ou adquiridas de terceiros que serão utilizadas em um programa de IATF ou FIV, por exemplo. “Sabemos que a dose de sêmen é muito sensível à variação de temperatura e que os processos de transporte, armazenagem e manipulação do produto são vitais para a garantia da qualidade. Então, se o pecuarista tem dúvida sobre o manejo e o armazenamento do mesmo, recomenda-se testar algumas amostras do sêmen armazenado antes do uso. A questão é que grande parte das análises de sêmen congelado feitas a campo em nosso País são realizadas de maneira subjetiva e, sobretudo, muitas vezes com equipamentos que não permitem uma avaliação mais precisa e objetiva. O Laboratório ASBIA-BIO possui equipamentos altamente sofisticados, que determinam diferentes parâmetros de qualidade espermática de forma precisa”, explica o presidente da ASBIA, Sérgio Saud.

Caso seja utilizada uma palheta de sêmen com qualidade comprometida pelo manejo ou armazenamento, haverá um baixo índice no resultado da inseminação artificial. Na análise no laboratório, o equipamento consegue determinar de forma precisa os diferentes parâmetros de qualidade espermática e se os movimentos realizados pelas células são os progressivos, ou seja, aqueles que realmente interferem na fertilidade.

Segundo o presidente da ASBIA, as centrais de inseminação associadas já seguem todos os padrões de qualidade para produção e conservação de sêmen e fazem altos investimentos no seu processo produtivo e em testes para a checagem da qualidade do sêmen, garantindo a qualidade do material disponibilizado ao mercado.

Serviço

Os interessados em fazer a análise de sêmen no Laboratório ASBIA-BIO, que oferece desconto para os associados da ABCB Senepol, devem entrar em contato pelo telefone (34) 3333-1403.

Thiago Galdiano / Publique Banco de Imagens

Larissa Vieira

Manipulação errada do sêmen pode provocar a perda da qualidade da palheta,

o que causará um baixo índice do resultado da Inseminação Artificial, mas já

existem equipamentos capazes de fazer análise precisa do material

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Planejamento

nutricional

evita perda de

rentabilidade

C

om o período de seca em andamento em várias regiões do Brasil, os cuidados com o manejo nutricional devem ser redobrados para evitar o “efeito sanfona” no rebanho. A redução das chuvas, aliada à diminuição das horas de luz por dia e à queda da temperatura, compromete o crescimento da forrageira, resultando em baixa produção de matéria seca por hectare e perda da qualidade do capim disponível para os animais em pastejo. E, sem um bom pasto, o animal começa a perder o peso que conquistou no período de águas, pode deixar de reproduzir e acaba tendo sua produtividade afetada, além de aumentar a predisposição a doenças entre outros fatores que interferem na produção.

Gado gordo no pasto ou no cocho nada mais é do que o resultado da interação entre a genética e o ambiente. Sem um manejo nutricional correto, não há como a qualidade genética do animal ser revelada. Por isso, é essencial ter um planejamento alimentar para cada época do ano, capaz de suprir as necessidades de cada categoria animal, da região e do sistema de produção da fazenda. Esta é a palavra-chave para conseguir manter a rentabilidade do negócio, mesmo na seca.

Os especialistas alertam que não existe receita de bolo. O planejamento nutricional deve ser elaborado dentro das reais necessidades da fazenda. Para definir o manejo nutricional que será adotado, o pecuarista deve ter em mãos dados atualizados do rebanho, tais como quantos animais e qual o peso deles, para categorizá-lo. Outra medida importante é definir a meta de venda para aquele ano, quantos animais serão comercializados na safra, com quantas arrobas e qual o tempo necessário para atingir esse peso. “O produtor precisa definir a taxa de lotação adequada e separar os bovinos por categoria para conseguir atravessar a seca com estoque de forragem adequado dentro das metas de produção da fazenda. Por isso, recomendamos criar um estoque da forrageira para fazer uma reserva de volumoso. Quanto menor a qualidade e a quantidade da pastagem, maior será a quantidade de suplemento a ser oferecido para a mesma meta de desempenho”, diz o gerente de Categoria Gado de Corte da DSM, Luciano Morgan.

A etapa seguinte é definir qual suplementação será adotada para cada categoria. Com a queda nutricional das forragens por conta da falta de chuva, é fundamental corrigir as deficiências nutricionais dos bovinos na

seca com o fornecimento de suplementos. Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Maykel Sales, as práticas suplementares permitem manter o gado bem alimentado, saudável e produtivo, independentemente da duração e da intensidade da estiagem. Alternativas, como a silagem e os sais proteinados, são importantes para complementar a dieta bovina. “Quando a silagem é bem feita, o seu valor nutritivo é bem superior ao da forragem verde, garantindo alimento de qualidade para o gado”, diz Sales.

Produzir silagem é uma prática largamente utilizada no Brasil, aceita em todas as espécies animais, mas que necessita de total atenção aos detalhes, pois, na maioria das propriedades, ocorrem perdas durante o processo de ensilagem. A qualidade do volumoso oferecido aos animais ajuda a maximizar os efeitos da suplementação. É possível aumentar o ganho por área em até 40% com a suplementação correta para o período da seca e uma boa disponibilidade de forragem.

Thiago Galdiano/Publique Banco de Imagens

Larissa Vieira

Desde que elaborada dentro das reais necessidades da fazenda e

de acordo com cada categoria animal, a suplementação na seca e

nas águas contribui para melhorar o desempenho do rebanho

Animais devem receber suplementação adequada para sua categoria.

Pasto Técnico

Luciano Morgan, gerente de Categoria Gado de Corte da DSM.

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de pastejo (35 cm de altura) e recebendo apenas mistura mineral. O fornecimento de suplementos para bovinos de corte em pastagens permite reduzir e até anular os efeitos da pressão de pastejo. O ajuste da suplementação conforme a altura do pasto permite modular o ganho de peso, possibilitando alta produtividade com elevada pressão de pastejo, sem prejudicar o ganho de peso por animal. A quantidade de suplemento e a pressão de pastejo podem ser ajustadas conforme o contexto econômico e o objetivo de produção, sem influenciar de forma negativa o desempenho animal.

O zootecnista Pedro Henrique Ferro reforça que a suplementação nas águas com produtos proteicos e energéticos possibilita que o rebanho chegue com bom peso no período da seca. “Na seca, o uso do suplemento já é mais comum no Brasil, mas deve se estender ao longo do ano para maximizar ao máximo o ganho de peso”, aconselha Pedro Ferro, que é gerente de Contas de Bovinos de Corte da Zinpro Performance Mineral. Segundo ele, o acompanhamento do que foi planejado para o manejo nutricional do rebanho é O fornecimento de produtos proteicos e

proteico-energéticos é outra estratégia nutricional que pode potencializar o desempenho dos animais na seca, mas deve começar logo no início para que o animal continue com boa velocidade de ganho de peso mesmo quando chegar aos meses mais críticos da falta de chuvas. O tipo de suplemento vai depender da categoria animal. Os ureados são utilizados para os animais de cria. Para as fases de recria e engorda, aposte nos proteicos e proteico-energéticos. As vacas primíparas e novilhas também precisam ser suplementadas com proteicos para chegarem à estação de monta com bons índices reprodutivos. O fornecimento de proteico-energéticos eleva o ganho de peso diário, podendo ser direcionado não só para a fase de terminação, mas também para cria e recria. Outra opção para as categorias de cria/recria é fornecer suplemento mineral para acelerar esse ganho de peso. Em sistemas de semiconfinamento, a recomendação para o inverno é oferecer uma suplementação de 1% do peso vivo, em torno de 4,5 kg de ração por animal/dia. Já para quem trabalha com quantidades de concentrado mais elevadas, esse percentual pode ser maior, chegando a até 2% do peso vivo animal.

Vedação da pastagem - Calcular com precisão o estoque de forragem necessário para todo o período da seca é uma das grandes dificuldades verificadas nas fazendas. Quem faz o manejo a pasto o ano todo, inclusive no semiconfinamento, precisa ter feito a lição de casa antes da seca para garantir um maior volume de forragem possível no período. Entre os cuidados necessários estão a manutenção do solo, por meio de correção e de adubação sempre que necessário, e o pastejo com lotação rotativa, com a área dividida em piquetes que são submetidos a períodos alternados de pastejo e descanso. Isso permite maior controle sobre a quantidade de pasto disponível, evita que o pisoteio excessivo dos animais leve a perdas no pasto e garante uma recuperação maior da forrageira que chega ao período da seca mais nutritiva e resistente.

A vedação da pastagem, ou pastejo diferido, é outra estratégia que precisa ser adotada com antecedência. Em geral, a recomendação é reservar em torno de 30% da área dos pastos para utilizar durante o período da seca. Esse valor permitiria um bom manejo dos pastos da fazenda e não sobrecarregaria a lotação nas áreas não diferidas durante o final das águas. Esse índice de vedação pode

fundamental em qualquer época. “No caminho entre o suplemento e a boca do boi, podem ocorrer situações que interferem na acurácia do planejamento feito, como estrutura não adequada, mão de obra sem treinamento, armazenamento incorreto e quantidade errada. O produtor precisa ficar atento a todos esses pontos e acompanhar o desempenho do animal para detectar falhas e corrigi-las a tempo”, conclui.

variar conforme a necessidade de cada propriedade e deve ser calculado com base na taxa de lotação da propriedade (média do ano) e nas taxas de lotação que serão praticadas, nas áreas diferidas e naquelas que não serão diferidas. Vale lembrar que, mesmo com o pastejo diferido, é preciso, manter a suplementação específica para cada categoria, porque o valor nutricional da forrageira cai no inverno. A suplementação estratégica, com proteicos e proteico-energéticos, corrige essa carência de nutrientes do pasto vedado e faz com que os animais continuem engordando e consigam chegar ao final da estação com o peso determinado para a sua categoria.

Suplementação nas águas

Apesar de muitos produtores ainda acreditarem que não há motivo para suplementar os animais no período das águas, estudos conduzidos por diversos centros de pesquisa mostram que os ganhos econômicos e na qualidade final do produto são significativos. O professor da Universidade Federal de Viçosa, Mário Fonseca Paulino, destaca que a suplementação múltipla (de natureza proteico-mineral-energética) durante a Época de Crescimento das Plantas (ECP), que envolve águas e transições, seca-águas e águas-seca, constitui uma oportunidade para potencializar o desenvolvimento dos bovinos durante um período que representa 75% do ano em grande parte das áreas pecuárias brasileiras. “O incremento na taxa de crescimento, em relação ao sistema pasto/mistura mineral, atinge a magnitude de 150 a 300 gramas por dia, dependendo do mérito genético, do estado fisiológico, da classe sexual e da idade dos animais. Este diferencial, associado ao plano nutricional estratégico durante a época da seca, permite ganhos substanciais em termos de produtividade e competitividade à bovinocultura brasileira, que podem ser avaliados em termos de taxas de desfrute superiores a 40% em rebanhos de ciclo completo, na redução da fase de recria, na diminuição do número de épocas secas na vida dos animais destinados ao abate e na antecipação da idade de reprodução das novilhas, dentre outros indicadores”, destaca o professor.

Estudos desenvolvidos na UNESP apontaram que o fornecimento de maiores quantidades de suplemento (0,6 % do PC – Peso Corporal) para tourinhos durante a estação chuvosa, em elevada pressão de pastejo (15 cm de altura) do capim Marandu, proporcionou ganho de peso semelhante ao de tourinhos recriados em menor pressão Pasto Técnico

• Promove maiores e melhores respostas zootécnicas, como aumento

do ganho de peso e da eficiência alimentar dos bovinos;

• Mantém a saúde e o equilíbrio homeostático dos bovinos em boas condições.

Isto é, mantém o equilíbrio de todas as funções fisiológicas do organismo animal

em condições ideais de funcionalidade;

• Reduz o ciclo de produção, ou seja, produz boi de ciclo curto, gerando maior

giro de capital para o produtor rural;

• Aumenta a quantidade de arrobas produzidas por unidade de área e,

consequentemente, aumenta a entrada de capital;

• Promove maiores lucros aos produtores rurais.

Vantagens da suplementação nas águas

Gado gordo no pasto ou no

cocho nada mais é do que o

resultado da interação entre

a genética e o ambiente.

Sem um manejo nutricional

correto, não há como a

qualidade genética do

animal ser revelada.

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Tá Todo Mundo Lendo C M Y CM MY CY CMY K Publique

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Integração

que dá lucro

tinha solos arenosos. Foi introduzida a agricultura como alternativa para recuperar o pasto, no início implantando-se a lavoura de soja como forma de amortizar os custos com a recuperação do solo. Uma década depois, a fazenda concentrou a pecuária em 36% da área no período chuvoso, e os outros 74% ficaram reservados para a lavoura. Com isso, a taxa de lotação saltou de 1 UA/Ha para 3,2 UA/ Ha. Com um pasto de melhor qualidade, o passo seguinte foi adotar o cruzamento industrial. Essa combinação de heterose e comida de qualidade, permitiu uma desmama dos bezerros aos oito meses e peso de 270 kg.

Em outra fazenda no estado de São Paulo, que tinha 9% de argila no solo, a Integração Lavoura-Pecuária permitiu aumentar em 126% a taxa de lotação, passando de 1,3 para 2,9 cabeças por hectare, mesmo com a redução de 36% da área de pastagem. O peso dos bezerros à desmama aumentou mais de 20 kg.

Os dois exemplos comprovam que a viabilidade econômica da pecuária consorciada com grãos pode ser obtida nas mais variadas estratégias. Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, uma opção muito usada em regiões de temperaturas mais elevadas e de maior incidência de chuva, como o Mato Grosso, é a utilização da soja consorciada com o plantio direto de capim. Já no sudoeste goiano, muitas fazendas têm feito a primeira safra de soja, seguida de uma segunda safra de milho consorciada com alguma forrageira. Como é uma região de período mais floresta: o produtor pergunta, a Embrapa responde”,

apontam que a diferença de rentabilidade pode ser 16 vezes maior nas áreas de lavoura-pecuária do que nas de pastagem degradada. Quando se fala em produtividade, essa diferença chega a ser 7,5 vezes superior.

Em pastagens degradadas, a produtividade é de cerca de 4 arrobas/ha em equivalente carcaça, proporcionando lucro de R$ 50,00/ha/ano a R$ 100,00/ha/ano, com a possibilidade de ocorrer saldo negativo em alguns sistemas de produção. Já nas pastagens recuperadas por meio de sistema de Integração Lavoura Pecuária (ILP), a produtividade média de carne no sistema de recria e terminação de animais pode ser de 15 arrobas/ha/ano a 30 arrobas/ha/ano de equivalente carcaça, nos dois primeiros anos de pastejo após a retirada da lavoura de grãos. Segundo dados da Embrapa, nesse cenário, a rentabilidade com os animais pode proporcionar lucro de R$ 1.200,00/ ha/ano a R$ 1.600,00/ha/ano, além do lucro da lavoura que, no caso da cultura da soja, fica entre 5 sacas/ha e 15 sacas/ha. Quando entra o componente Floresta, formando o sistema ILPF, essa lucratividade com os animais gira em torno de R$ 500,00/ha/ano a R$ 750,00/ha/ano, com a produtividade média de 15 arrobas/ha de carne.

O Brasil tem hoje 11,5 milhões de hectares que utilizam os diferentes formatos da estratégia ILPF, sendo 87% em sistema de ILP, segundo pesquisa encomendada pela Rede Fomento ILPF e realizada pelo Kleffmann Group na safra 2015/2016. Como mostram os números acima, os pecuaristas que estão variando as atividades em suas terras não têm do que reclamar. O engenheiro- agrônomo e pesquisador da Embrapa Cerrados, Lourival Vilela, acompanha esse avanço da integração desde as primeiras aplicações do sistema no Brasil, ainda na década de 1970. “Existem várias estratégicas dentro da integração e, para definir qual o melhor modelo, o produtor deve levar em conta vários fatores, tais como a região onde a fazenda está localizada, se há boa logística para escoamento dos grãos ou madeira, condições de clima e de solo, infraestrutura local e regional, experiência do produtor e tecnologias disponíveis. Mas, independentemente do tipo de integração, há um ganho muito grande em produtividade, pois a oferta de forragem melhora tanto em quantidade quanto em valor nutritivo. Quem trabalha com pecuária sabe que a interação genótipo/ambiente é o que determina uma boa produtividade. Não adianta ter boa genética se não tem comida de qualidade e vice-versa”, explica.

O pesquisador acompanhou por dez anos uma propriedade em Uberlândia/MG que sofria com o pasto degradado e

Q

uando a pecuária e a agricultura passaram a andar juntas em muitas propriedades brasileiras, os produtores rurais viram os números de seus negócios aumentarem consideravelmente. Dados da Embrapa, publicados no livro “Integração

lavoura-pecuária-Sistema Integração Lavoura-Pecuária tem elevado os ganhos tanto

da agricultura quanto do rebanho. Há um aumento da taxa de

lotação, do peso final ao abate e da quantidade de sacas colhidas,

melhorando a rentabilidade do negócio

Fabiano Bastos

Larissa Vieira

Pecuária Sustentável

Karina Pulrolnik

Lourival Vilela, pesquisador da Embrapa Cerrados.

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