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Academic year: 2021

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Análise do comportamento de compras dos turistas paulistanos

Analysis of shopping behavior of tourists from São Paulo

Jéssica Evelyn Sobreira jessica_evelyn_27@hotmail.com Orientador: Glauber Eduardo Santos

RESUMO: Este trabalho é uma pesquisa exploratória sobre o comportamento de

compras do turista paulistano. Para a realização deste estudo, foi aplicada uma pesquisa quantitativa, com o objetivo de levantar dados sobre os produtos comprados, fatores decisivos na tomada de decisão, locais onde foram adquiridos e meios de conhecimento dos produtos. A análise dessas informações tem como objetivo melhor compreender os elementos influenciadores no processo de compra e como essa atividade interfere na experiência de viagem. Como principais resultados, foi constatado que um dos principais motivos que levam a efetivação das compras em viagem é guardar uma lembrança do destino visitado e os principais produtos são típicos do local visitado.

Palavras-chave: Turismo; Comportamento; Compras; Paulistano.

ABSTRACT: This work is an exploratory research into the shopping behavior of

tourists from São Paulo. For this study, we applied a quantitative research, aiming to collect data about the products purchased, the decisive factors in decision making, places where they were acquired and the means of knowledge of the products. The analysis of this information aims to better understand the factors influencing the buying process and how this activity affects the travel experience. The main results, we found that one of the main reasons because persons doing shopping in their trip is a reminder of the visited destination and the main products are typical of the city.

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1. Introdução

Este estudo tem como objetivo principal compreender qual o comportamento de compras do turista paulistano, através da identificação dos produtos comprados, fatores decisivos na tomada de decisão, locais onde foram adquiridos e meios de tomada de conhecimento dos produtos. Essas informações são necessárias para assimilar a relação existente entre o público e tipo de compra que foi realizada e quais são os elementos que determinam este processo de tomada de decisão.

É importante ressaltar que as compras atuam como um elemento importante na experiência do turista, pois relacionam a satisfação do consumo com a identificação do destino e lembrança do momento. Por sua influência na experiência do turista e relevância econômica, faz se necessária a análise do comportamento de compras do turista paulistano.

A metodologia do trabalho foi composta de três partes: busca de informações e referências teóricas sobre o tema, aplicação de pesquisa quantitativa e qualitativa e por fim interpretação dos resultados.

O segundo capítulo está constituído de duas partes. Na primeira parte serão apresentados alguns conceitos de turismo, turismo de compras e tipos de consumidor a fim de definir o público que será analisado. Já na segunda parte será apresentada por meio de estatísticas qual a situação atual do mercado de compras em turismo.

No capitulo três serão abordados diferentes modelos e definições sobre o comportamento de consumo do público em geral e especificamente no turismo. Este texto é a base para a pesquisa quantitativa que foi aplicada aos turistas paulistanos, cujos resultados serão apresentados no capítulo através de textos, gráficos e tabelas. Por fim será apresentada a conclusão e considerações sobre o conteúdo mencionado.

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2. Turismo e compras

2.1 Conceitos

A atividade turística em sua essência depende do consumo da prestação de serviços para ser realizada. De acordo com a EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) o turismo é:

- uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações compra e venda de serviços turísticos efetuados entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, executando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita (EMBRATUR, 1992)

Os serviços prestados podem ser especificamente turísticos como hospedagem e deslocamento ou até mesmo de necessidades básicas como alimentação. Sendo assim, os recursos naturais, infraestrutura e qualidade dos serviços oferecidos são importantes fatores na hora de decidir o destino.

Com o desenvolvimento do turismo surgiu a necessidade de segmentar o mercado para assim melhor atender às expectativas e necessidades do público. De acordo com Ansarah (2005) “a segmentação de mercado é o processo utilizado para agrupar pessoas com desejos e necessidades semelhantes”. A partir deste objetivo, foram denominados diversos tipos de turismo, entre eles: turismo cultural, turismo científico, turismo religioso, turismo de compras, turismo de aventura entre outros.

Tomando como base o turismo de compras podemos observar que alguns estudiosos tratam o turismo de compras por turismo de negócios, porém, com o crescimento deste segmento torna-se necessária uma nova análise sobre os pontos que diferem esses dois nichos. Segundo Moletta (2003, p.09) os aspectos que diferem o Turismo de compras do Turismo de negócios são:

 Realizado em centros urbanos desenvolvidos: geralmente, ocorre na região onde é fabricado o produto ofertado;

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4  Existência de diversos estabelecimentos comerciais que oferecem uma variedade de ofertas dentro da mesma classe de produto, como: móveis, malhas, calçados e bolsas, porcelanas, cama, mesa e banho, entre outros;  Prática de preços promocionais: esses são capazes de atrair um grande

número de consumidores.

No caso do turismo de compras, o processo de escolha do destino é diferente, pois neste são observadas principalmente as conveniências oferecidas pelo destino. Partindo desta linha de raciocínio ALLIS ( 2008, p.7) afirma que :

turismo de compras é um segmento possível a qualquer destino turístico, de forma que o fluxo de turistas pode ser esperado a partir de políticas de incentivos legais e fiscais.

Considerando esses aspectos, é possível afirmar que as compras não necessitam de um local específico nem mesmo ser o principal motivo da viagem. Nesse contexto, podemos perceber que existem dois grupos distintos de consumidores, divididos entre:

 Específico: Pessoas com objetivo de realizar compras em um determinado núcleo receptor com objetivo de realizar negócios e gerar lucro. Em geral, costumam comprar em grandes quantidades, porém, respeitando o que era planejado no orçamento. Viajam em pequenos grupos ou em família durante os finais de semana ou em grupos grandes organizados por agências de viagens especializadas em qualquer dia da semana. O público específico não costuma pernoitar no destino o que faz com que valorizem muito mais o tempo priorizando o objetivo de compra e deixando as atrações turísticas em segundo plano.

 Casual: Este público pode ser encontrado em qualquer segmento do turismo. É bastante abrangente composto por pessoas que viajaram em busca de outros motivos, porém, realizaram alguma compra para sair da rotina. Neste caso o turista adquire o produto principalmente por prazer, não planeja seus gastos previamente e adquire poucas peças de tipos variados. Seu tempo de permanência é indeterminado. Este turista valoriza toda estrutura local e sua compra atua como um complemento para a experiência de viagem.

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5 Para efeito de estudo este artigo focará apenas nas compras realizadas pelo público casual, que variam desde souvenires, artigos de artesanato, alimentos típicos da região até mesmo produtos que podem ser encontrados em sua residência habitual, mas que por oportunidade são adquiridos durante as viagens.

2.2 Mercado de compras no turismo

O turismo tem crescido substancialmente nas últimas décadas ganhando destaque como fenômeno econômico e social. O desenvolvimento dessa atividade proporciona grandes receitas e desempenha um papel importante no PIB do país.

Conforme apontado na pesquisa Economia do Turismo – Uma Perspectiva Macroeconômica 2003-2007, publicada em setembro de 2010, o valor da produção das Atividades Características de Turismo no Brasil foi de R$ 168,8 bilhões, correspondente a 3,6% da produção total da economia, ou a 7,1% do valor da produção do setor de serviços – ou seja, uma participação bastante expressiva.

Para que essa área se desenvolva é necessário que sejam criadas politicas de incentivo e um planejamento para atender a demanda.

Esse estudo econômico baseia-se principalmente na mensuração dos valores referentes à hospedagem, deslocamento e demais serviços turísticos que visitantes consomem durante suas viagens. No entanto, analisando essas despesas mais profundamente é possível perceber que além destas, as compras realizadas nos destinos também apresentam resultados significativos.

A importância de se consumir algo em outra localidade e trazer uma lembrança do local visitado são necessidades psicológicas do ser humano, conforme destaca Oliveira (2002).

Esta é evidentemente uma área que requer pesquisas mais detalhadas devido à influência que estas compras exercem na experiência do turista e relevância econômica para a localidade receptora. Além do estímulo à economia os impactos se estendem também à questão de social.

Conforme apontado por Moletta (2003) o turismo de compras gera o recolhimento de impostos por meio do estímulo á circulação de recursos. De acordo

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6 com dados divulgados pelo Observatório do Turismo (2011) a arrecadação de ISS (imposto Sobre Serviço) com o grupo 13, que considera o consumo de pacotes, hospedagem e eventos, chegou a R$ 199,6 milhões em 2011 na cidade de São Paulo. Considerando São Paulo como exemplo é possível observar a dimensão e importância desses valores para cidade. Essa arrecadação pode ser revertida para melhoria da infraestrutura urbana turística e básica nos núcleos que realizam essa atividade.

Em algumas cidades o desenvolvimento do setor industrial é altamente incentivado com a procura do turismo de compras. Citando como exemplo a cidade de Monte Sião participante do chamado 'circuito das malhas’, na qual o comércio de malhas é a mais sólida base da economia. Moletta (2003) afirma que nas localidades onde é praticado o turismo de compras é necessário um grande número de fabricantes para atender a demanda do tipo de produto produzido no local. Quanto mais empresas solidificadas no mercado e diversidade de produtos o turista encontrar maiores serão as chances de crescimento deste setor.

Um dos principais pontos positivos é a geração de empregos que esse tipo de turismo pode acarretar. Segundo Moletta (2003) as vagas são disponibilizadas em todo processo de fabricação do produto produzido no local, por exemplo, no setor primário para agricultores e pecuaristas, passando pelo setor secundário na fabricação de alimentos e roupas e no setor terciário na prestação de serviços em restaurantes, lojas, agências de turismo. Este desenvolvimento pode ser evidenciado com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgada em 2011: o número de ocupações formais geradas nas Atividades Características do Turismo (ACT) cresceu 34% no período de 2003 a 2009, ano em que 914 mil pessoas trabalhavam com carteira assinada no setor no Brasil. Estes números representavam em 2009 2,8% de todas as ocupações formais do país.

A expansão dos postos de trabalho favorece a fixação da população em sua cidade de origem. Devido ao grande número de colaboradores atuando direta ou indiretamente neste ramo torna-se essencial a capacitação técnica dos núcleos receptores, aumentando assim a qualificação da mão de obra local. (MOLETTA, 2003).

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7 Observa-se esse aspecto principalmente na região Nordeste onde o grande desenvolvimento da atividade turística gerou novos pontos de trabalho oferecendo mais oportunidades para população local.

Em relação à questão econômica é possível observar a considerável diminuição da sazonalidade reduzindo assim os impactos da baixa temporada, pois a realização das compras independe de períodos específicos podendo ser inclusive incentivada em períodos de pouca procura por meio de promoções. (MOLETTA, 2003)

Como visto a proposta do turismo de compras como opção de lazer é uma grande oportunidade que merece mais atenção. Ainda é necessário planejamento por parte dos setores público e privado e também dos núcleos receptores para atender as expectativas deste público.

Um dos objetivos deste artigo é relatar a situação atual de consumo do público casual e apresentar alternativas para desenvolvimento e melhoria deste setor.

2.3 Comportamento do consumidor no turismo

O estudo do comportamento do consumidor baseia-se no processo de decisão dos indivíduos em relação a gastos de seus recursos disponíveis (tempo, dinheiro e esforço) em itens de consumo, como por exemplo, o turismo. (SCHIFFMAN; KANUK, 2000)

Esse é um tema de discussão bastante antiga iniciado nas relações de troca onde já surgiam hipóteses e explicações relacionadas às escolhas de cada indivíduo. Foram criados vários modelos sobre o comportamento do consumidor distinguindo se entre si principalmente nos aspectos analisados por cada um.

Balanzá e Nadal (2003) explicam que para evitar equívocos, o consumidor deve ser analisado sob dois pontos de vista:

 Do ponto de vista da Economia, que através da matemática e da estatística, explica os grandes movimentos de consumo e de troca.

 Do ponto de vista da Psicologia humana, que estuda o homem como indivíduo e como componente de um grupo social onde se desenvolve a maior parte de

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8 suas atividades.

As pesquisas mais atuais relacionadas ao consumo avaliam o processo de um ponto de vista mais mercadológico concentrando-se principalmente nos processos de trocas. Segundo Solomom (1996 apud SWARBOOKE E HORNER, 2002) o comportamento do consumidor envolve muitos atores diferentes. O autor sugere em sua teoria que o comprador e o usuário de um produto podem não ser a mesma pessoa, ou seja, todos os indivíduos ou grupos relacionados á compra podem influenciar no resultado final.

Além das teorias já mencionadas podemos observar esse processo do ponto de vista do Marketing bastante próximo ao mercadológico, este analisa principalmente comportamento do homem em relação a determinados produtos para assim descobrir as necessidades dos clientes. Nessa perspectiva, Balanzá e Nadal afirmam que o primeiro fator responsável por definir este comportamento é o perfil do turista dividido conforme seu estilo de vida e preferências pessoais nas seguintes categorias:

 Mentalidade Utilitarista: Consumidores com estilos mais tradicionais

 Mentalidade Aventureira: Consumidores que buscam novidades preocupados com sua autossatisfação.

 Mentalidade de Separação e Prestígio: Consumidores interessados em status na sociedade.

Além do perfil do consumidor outro influenciador é o ambiente no qual este indivíduo está inserido. Segundo Balanzá e Nadal, as circunstâncias para esta observação são:

a) Indivíduo como pessoa isolada influenciada principalmente por fatores genéticos, físicos, pelo caráter e temperamento.

b) Indivíduo imerso em uma coletividade e em um ambiente social que determina seus hábitos e respostas a diferentes estímulos. No grupo familiar, por exemplo, os principais aspectos podem ser como a unidade familiar se comporta em relação ao consumo ou como é a personalidade do membro que decide a compra.

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9 que cada empresa coloca no mercado. Este estudo é de grande interesse para o profissional do marketing, e em geral para toda equipe de vendas de cada empresa.

d) Momento “a hora da verdade”, é denominado assim, pois é quando realmente se estabelecerá o vínculo de compra e venda de determinados produtos ou serviços. (BALANZÁ E NADAL, 2003, p.83 e 84)

No entanto, além dos itens apresentados acima a renda por sua vez destaca-se como aspecto mais importante no processo decisório.

Focando essa análise para o comportamento do consumidor imerso no turismo essa preocupação em entender o turista cresce, sobretudo, nos últimos 150 anos, período no qual o turismo de massa difundiu-se em boa parte da Europa e da América do Norte.

Os autores Swarbrooke e Horner salientam que, no caso do turista o comportamento do consumidor é um pouco mais complexo visto que:

“[...] por sua própria natureza, o turismo é mais um serviço do que um produto, e pode exercer um efeito considerável sobre o comportamento do consumidor [...]”. (SWARBROOKE E HORNER, 2002, P.76)

O turista é parte do processo de produção no turismo, além da qualidade do produto, sua experiência é influenciada também por suas atitudes, seu humor e expectativas. É possível observar que no caso de um grupo viajando o comportamento individual exerce impacto sobre as experiências compartilhadas como a aeronave ou hotel.

Após a reflexão sobre os motivadores e fatores que influenciam o comportamento do consumidor cabe um aprofundamento no processo da efetivação da compra em si.

De acordo com Foxall e Goldsmith (1994 apud SWARBROOKE e HORNER, 2002), o processo da compra é organizado por meio de uma sequência de estágios de solução de problemas, como temos a seguir:

1) Desenvolvimento e percepção de um desejo ou necessidade; 2) Planejamento pré-compra e tomada de decisão;

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10 4) O comportamento pós compras que pode levar a compras repetidas, vendas repetidas e remoção do produto após consumo;

A tomada de decisão é composta por fatores motivadores que influenciam o indivíduo a desejar adquirir determinado produto aliada aos fatores determinantes que definem até que ponto o turista é capaz de adquirir o produto desejado.

Outro fenômeno bastante conhecido é a “compra de ultima hora”, onde o fator determinante é o desejo de uma breve escapada da rotina. Devido a esta necessidade o consumidor se dispõe a adquirir um produto que não é ideal, desde que o preço seja atrativo.

Como visto o processo de tomada de decisão se inicia com a percepção de um desejo ou necessidade. Porém, é importante lembrarmos que a visão de necessidade é subjetiva. O desejo de adquirir um produto mesmo que não essencial naquele momento também pode ocasionar na compra.

Sendo assim, é perceptível a diferença no tipo de compras realizadas que conforme a definição de Swarbrooke e Horner podem ser classificadas em dois grandes grupos, de acordo com a intenção.

1) Compras Racionais:

 Compras previstas definidas: consumidor adquire exatamente o que tinha previsto comprar ao chegar ao ponto de venda.

 Compras previstas indefinidas: consumidor sabe suas necessidades, porém, não valoriza marcas e compra similares.

 Compras modificadas das previstas: Consumidor não encontra o que procura faz então uma substituição.

2) Compras por Impulso:

 Compras impulsivas planejadas: Feitas na melhor ocasião sem data definida.  Compras impulsivas lembradas: Ocorre nos casos em que o vendedor oferta

produtos adequados a necessidade do cliente.

 Compras impulsivas sugeridas: O vendedor sugere algum produto novo para experimentação.

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11 análise do comportamento de compras do turista paulistano utilizando como referencial a pesquisa quantitativa aplicada aos turistas.

3. Comportamento de compras do turista paulistano

3.1 Descrição do método de pesquisa

Para o levantamento de informações a respeito do hábito de compras dos turistas, foram aplicados 50 questionários com turistas paulistanos. Os turistas paulistanos foram selecionados por dois motivos: São Paulo é atualmente um dos maiores emissores de turistas do Brasil e também um grande receptor em especial do turismo de compras o que torna mais interessante a busca por entender o que leva este público a comprar em outras cidades.

O questionário utilizado constituía-se em sua maior parte de perguntas fechadas a respeito dos produtos adquiridos e processo de escolha e apenas uma aberta no qual os entrevistados poderiam descrever de que maneira as compras influenciam suas experiências de viagem. As entrevistas foram feitas pessoalmente e também por meio da Internet tendo como base a ferramenta gratuita Googledocs para coleta de informações, no período de junho de 2011 a fevereiro de 2012. É importante frisar que as pessoas foram escolhidas por conveniência, utilizando-se do método “bola de neve”, no qual os primeiros entrevistados indicam a pesquisa a outros participantes; por este motivo os resultados desta pesquisa quantitativa não são representativos estatisticamente, já que as amostras não seguem critérios estatísticos e de estratificação que permitam sua extrapolação para universos maiores.

3.2 Perfil dos entrevistados

O público entrevistado era composto por um grupo de 50 pessoas sendo 62% do gênero feminino e 38% do gênero masculino. A faixa etária foi divida em três grupos de acordo com as idades apresentadas. Observando os resultados deste

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12 item é possível perceber que existe um claro viés do grupo mais jovem entre 18 e 27 anos. Isso se deve ao fato de que os principais meios de divulgação do questionário foram a internet (através de grupo de e-mail e mídias sociais) e o método de indicação, uma vez que um jovem responde tende a indicar a pesquisa a outra pessoa do mesmo grupo de convívio. Os efeitos do viés de idade constituem a principal limitação desta pesquisa.

Gráfico 1: Faixa etária dos entrevistados

A faixa etária e os meios de divulgação da pesquisa provavelmente influenciaram também a questão do nível de escolaridade dos entrevistados. Percebe-se que mais da metade dos jovens cursou nível superior. Porém, se comparados os resultados de ensino médio e pós-graduação a proporção é bastante equilibrada.

Gráfico 2: Nível de escolaridade dos entrevistados

Quando questionados sobre a frequência com que realizam viagens no geral, do total de entrevistados, 28% viajam uma vez ao ano, 48% viajam de 2 a 4 vezes ano e 24% viajam mais de 4 vezes ao ano como podemos visualizar no gráfico 3.

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3.3 Compras realizadas

Apesar de o grupo entrevistado ser consideravelmente homogêneo no que diz respeito a faixa etária e nível de escolaridade, os resultados apresentados foram variados. Na segunda parte do questionário, cada um dos 50 entrevistados respondeu questões sobre suas três ultimas viagens. Assim, obtivemos dados referentes a 150 viagens diferentes. Destas, em 92 casos foram realizadas compras durante a viagem o que representa 61,3% do total de viagens.

Gráfico 4: Entrevistados que realizaram compras

No gráfico 5 verificou-se o universo total de entrevistados, os que responderam que sim realizaram compras e também os que não adquiriram nenhum produto. Para obtermos uma base comparativa foram analisadas separadamente as informações coletadas por cada gênero. Observa-se que 66,7% do total de mulheres realizaram compras durante suas viagens e apenas 33,3% não compraram. O sexo masculino por sua vez apresenta uma divisão mais equilibrada entre os que compraram ou não prevalecendo, mesmo que por pouca diferença, o grupo de compradores.

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14 Em relação aos compradores, notamos que 18,5% destes adquirem apenas um produto, 13% adquirem dois produtos e 68,5% compram mais de dois produtos durante suas viagens. O grande número de entrevistados que afirmam ter comprado mais de dois itens não era previsto o que impossibilitou a mensuração de quantidades especificas neste caso.

Gráfico 6: Quantidade de produtos comprados

Os entrevistados foram questionados quanto ao local onde foi realizada a compra e meio pelo qual tomaram conhecimento do produto. Os resultados estão apresentados nos gráficos 8 e 9. Nos locais onde foram realizadas as compras destacam se pela quantidade de respostas os shoppings e feiras de artesanato que costumam ser os principais centros comerciais em cidades turísticas. Devido a quantidade representativa de resultados foi inserida a opção Free Shop não estava presente no questionário aplicado.

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15 Em relação ao meio de conhecimento mais da metade (52,2%) do público conheceu o produto direto na loja.

Gráfico 8: Meio de conhecimento do produto

No entanto, apesar de muitos entrevistados não planejarem as compras antecipadamente os casos de arrependimentos são pouquíssimos em relação ao total apenas 4,3%.

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16 A finalidade das compras realizadas demonstra que a grande maioria (68,5%) dos produtos são comprados para uso próprio e 31,5% para presentear outra pessoa.

Gráfico 10: Finalidade da compra

O gráfico 11 apresenta as porcentagens relativas ao total dos entrevistados na cor azul, e o total de acordo com os gêneros masculino e feminino representados pelas cores vermelho e verde respectivamente.

Algumas categorias apresentam resultados bastante diferenciados se compararmos os gêneros, como por exemplo, nenhum dos entrevistados do sexo masculino comprou objetos de decoração em sua viagem já o item artesanato foi adquirido apenas por homens.

Em relação à categoria “não se lembra” observamos que apenas homens responderam que não se recordam dos produtos comprados, em contrapartida, a categoria outros apresenta apenas respostas femininas. Esse resultado demonstra que as mulheres são mais detalhistas e se recordam mais das compras mesmo no caso dos produtos diferentes que não se enquadravam nas categorias apresentadas.

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17 Sobre os aspectos analisados durante a realização das compras foram apresentados sete pontos aos quais os entrevistados atribuiriam respostas em escala como: muito importante, importante, pouco importante e nada importante. Dentre as respostas destacam-se como principais itens na decisão de compra, classificados como muito importante: a qualidade por 51,1% das pessoa e em seguida baixo preço por 46,7%, curiosamente dois aspectos que dificilmente estão presentes no mesmo produto. O quesito diferencial do produto é um também um dos mais relevantes qualificado pelos consumidores como muito importante (38,0%), importante (51,1%), pouco importante (9,8%) e em pouquíssimos casos (1,1%) nada importante. O fato de o produto ser típico do local é muito importante para 40,2% dos entrevistados. A questão de guardar uma lembrança da viagem também é bastante valorizada 39,1% dos entrevistados consideram muito importante e 27,2% consideram importante. Já a indicação de outra pessoa tem pouca importância na

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18 maioria dos casos 42,4% ou até mesmo nenhuma importância para 28,3% das pessoas. O fator necessidade para uso cotidiano apresentou os resultados mais divididos sendo muito importante (20,7%), importante (39,1%), pouco importante (14,1%) e (1,1%) nada importante.

Tabela1: Aspectos analisados no momento da compra

3.4 Opinião dos entrevistados em relação a influência das compras nas experiências de viagem.

Ao final do questionário foi apresentada aos entrevistados uma pergunta qualitativa na qual eles responderam qual a influência das compras em sua experiência de viagem.

Os resultados foram bastante variados, mas, um fator predominante é a questão de trazer uma recordação do local. As respostas evidenciam a teoria de Oliveira (2002) que diz respeito a necessidade psicológica de trazer uma lembrança da viagem. Como podemos ver no comentário abaixo:

“Normalmente quando planejo a viagem pesquiso antes os produtos que posso adquirir na cidade ou país que irei. Gasto pelo menos um dia ou mais da viagem para compras. São com elas que guardo as lembranças de viagem.” A.M 27, anos

Outro ponto frisado entre os entrevistados foi o desejo de presentar outras pessoas. É importante ressaltar que os resultados foram condizentes com os dados apresentados no gráfico 12 sobre a finalidade da compra os entrevistados primeiro

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19 destacam a importância do uso próprio e depois a necessidade de presentear alguém.

“O principal aspecto é levar uma recordação pessoal da viagem, depois entram fatores como presentar amigos e parentes e uso cotidiano do item adquirido.” G.G, 19 anos

Dentre as respostas percebemos muitos pontos em comum principalmente quando os entrevistados citam a questão da oportunidade de compra que muitas vezes associa a necessidade para uso cotidiano com o baixo custo dos produtos em determinadas localidades como pode ser visto no relato abaixo.

“Gosto muito de comprar e às vezes durante a viagem encontramos promoções e grandes oportunidades de adquirir produtos de qualidade com preços mais baixos.” A.L, 38 anos

Com base nas definições do tipo de compra propostas por Swarbrooke e Horner apresentados no capítulo 2 observa-se que a maior parte destas compras compõe o grupo de compras por impulso.

Dos 50 questionários aplicados 92% dos entrevistados consideram que as compras são exercem uma influência positiva na experiência de viagem seja por qualquer um dos motivos acima mencionados. Apenas 8% dos respondentes informam que as compras exercem pouca ou nenhuma influencia na experiência de viagem.

4. Conclusão

Com base nos dados coletados por meio da pesquisa percebe-se que as compras já fazem parte do dia-a-dia das pessoas. Esse hábito se torna ainda mais visível durante as viagens, pois os produtos adquiridos representam de certa forma, uma lembrança do destino.

Os principais produtos adquiridos pelos entrevistados foram itens de vestuário no caso do público feminino e eletrônicos pelo público masculino. Os motivos são diversos, porém, destacam-se a questão de qualidade dos produtos e baixo preço.

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20 A lembrança do local visitado foi apontada entre os entrevistados como um forte influenciador sendo inclusive um dos pontos mais citados nas opiniões dos turistas. É perceptível nos comentários a influência psicológica que essas compras exercem na experiência de viagem.

A partir da interpretação desses dados nota-se a dimensão das compras ocasionadas pelos turistas. Cabe aos responsáveis que atuam nesta área, principalmente nos estabelecimentos comerciais diretamente ligados ao turismo, como feiras de artesanato e centros de compras uma maior atenção e busca de informações referentes a este segmento.

De acordo com a pesquisa aproximadamente 31% dos produtos comprados tem a finalidade de presentear alguém. Por este motivo, mesmo em destinos especializados no público de terceira idade, por exemplo, devem vender itens para jovens ou crianças. Observa-se também que mais da metade dos entrevistados tomou conhecimento do produto diretamente na loja, o que demonstra que a capacitação dos funcionários e incentivo a qualidade do serviço são essenciais e interferem significativamente na obtenção de lucro.

Percebe-se que o turismo de compras é um importante segmento do turismo por sua relevância econômica e social. No entanto, o mesmo ainda é pouco explorado. Apenas algumas localidades investem nesta área sendo que o desenvolvimento desta atividade é possível a qualquer destino necessitando apenas de maiores incentivos fiscais e legais.

Por fim, sugere-se a leitura deste artigo aos lojistas e pesquisadores ligados a área de turismo e consumo.

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Referências

ALLIS, Thiago. Considerações sobre o turismo de compras nas Fronteiras

brasileiras. O caso de Pacaraima (RR) e Santa Elena (Venezuela). In: V Seminário

de Pesquisa em Turismo do MERCOSUL (SeminTUR), 2008.

BALANZÁ, I. e NADAL, M. 2003. Marketing e comercialização de produtos

turísticos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. 8.ed. atual. São Paulo, SP:SENAC Nacional, 2003.

FERREIRA, Thiago Henrique. Turismo de Compras em São Paulo: Uma análise da “Feirinha da Madrugada” no bairro do Brás. Trabalho de conclusão de curso de graduação (Tecnólogo em Gestão de Turismo) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Campus São Paulo), São Paulo, 2009

GIGLIO, Ernesto Michelangel. O comportamento do consumidor. 3.ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

IBGE. Apostila Estudos e pesquisas informações econômicas número 5. Disponível em:

<http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/export/sites/default/dadosefatos/outros_estu dos/estudos_ibge/downloads_estudos_pesquisas_IBGE/economia_turismo___dado s_de_2003.pdf> Acesso em : 13 de abril de 2012.

IBGE. Economia do Turismo – Uma Perspectiva Macroeconômica 2003-2007 N.13. 2010

MOLETTA, Vânia Florentino; GOIDANICH, Karin Leyser. Turismo de compras. Porto Alegre, RS: SEBRAE/RS, 1998.

SÃO PAULO TURISMO. Observatório do Turismo da cidade de São Paulo:

Boletim Semestral 2011. São Paulo Turismo, Prefeitura de São Paulo, 2011.

SCHIFFMAN, Leon; KANUK Leslie. Comportamento do consumidor. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

SWARBROOKE, John e HORNER, Susan. O comportamento do consumidor no

Turismo. São Paulo. Aleph, 2002.

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22 VASCONCELOS, Paula Nardey. Pesquisa de mercado: Uma análise do grau de satisfação dos ecoturistas em relação á compra dos produtos artesanais das RDS Mamirauá e Amanã. Caderno virtual de Turismo, Vol.7, 2000.

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Anexo

Questionário: Análise do Comportamento de Compras dos Turistas Paulistanos

Este questionário se destina a uma pesquisa de cunho acadêmico, cujo objetivo é analisar o comportamento de compras dos turistas paulistanos e qual sua influência na experiência de viagem. *Perguntas obrigatórias Nome:* Idade:* Sexo:* Femininio Masculino Nível de escolaridade :* Ensino fundamental Ensino médio Ensino superior Pós graduação

Frequência com que realiza viagens:* Uma vez ao ano

De 2 a 4 vezes ao ano Mais de 4 vezes ao ano

Qual foi o destino visitado em sua última viagem?*

Você comprou algum produto nesta viagem? *(qualquer produto souvenir, alimentos típicos, roupas)

Sim

Não (Caso entrevistado responda “Não”, é direcionado automaticamente a página 3)

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24 Quantos produtos você comprou?*

Um Dois

Mais de dois

Qual foi o último produto comprado?*

Onde foi realizada a compra ?* Feira de artesanato

Vendedores ambulantes Shoppings

Lojas de rua Outro :

Qual o grau de importância dos seguintes aspectos deste último produto na decisão de compra?* Nada importante Pouco importante Importante Muito Importante Produto de qualidade Diferencial do produto Baixo preço Necessidade para uso

cotidiano Indicação de outra

pessoa Guardar uma lembrança da viagem Produto típico do local

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25 Como conheceu o produto?*

Publicidade

Indicação de amigos Diretamente na loja

Foi ofertado pelo vendedor Outro:

Qual era a finalidade da compra ?* Uso próprio

Presentear alguém

Após a viagem você se arrependeu de ter adquirido o produto?* Sim

Não

Se você se arrependeu, qual o

motivo?

Você se lembra para onde foi sua penúltima viagem?* Sim

Não

Se sim, qual foi o destino?

Você comprou algum produto nesta viagem? * Sim

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26 Se sim, quantos produtos você comprou?

Um Dois

Mais de Dois

Qual foi o primeiro produto comprado?*

(Novamente poderá ser qualquer produto, souvenir, roupas, produtos típicos...)

Onde foi realizada a compra ?* Feira de artesanato

Vendedores ambulantes Shoppings

Lojas de rua Outro :

Qual o grau de importância dos seguintes aspectos deste último produto na decisão de compra?* Nada importante Pouco importante Importante Muito Importante Produto de qualidade Diferencial do produto Baixo preço Necessidade para uso

cotidiano Indicação de outra

pessoa Guardar uma lembrança da viagem Produto típico do local

(27)

27 Como conheceu o produto?*

Publicidade

Indicação de amigos Diretamente na loja

Foi ofertado pelo vendedor Outro:

Qual era a finalidade da compra ?* Uso próprio

Presentear alguém

Após a viagem você se arrependeu de ter adquirido o produto?* Sim

Não

Se você se arrependeu, qual o

motivo?

Você se lembra onde foi sua antepenúltima viagem? * Sim

Não

Se sim, qual foi o destino?

Você comprou algum produto durante esta viagem? * Sim

Não (Caso entrevistado responda “Não” é direcionado automaticamente a próxima página)

(28)

28 Se sim, quantos produtos você comprou? *

Um Dois

Mais de dois

Qual foi o segundo produto adquirido?*

Onde foi realizada a compra ?* Feira de artesanato

Vendedores ambulantes Shoppings

Lojas de rua Outro :

Qual o grau de importância dos seguintes aspectos deste último produto na decisão de compra?* Nada importante Pouco importante Importante Muito Importante Produto de qualidade Diferencial do produto Baixo preço Necessidade para uso

cotidiano Indicação de outra

pessoa Guardar uma lembrança da viagem Produto típico do local

(29)

29 Como conheceu o produto?*

Publicidade

Indicação de amigos Diretamente na loja

Foi ofertado pelo vendedor Outro:

Qual era a finalidade da compra ?* Uso próprio

Presentear alguém

Após a viagem você se arrependeu de ter adquirido o produto?* Sim

Não

Se você se arrependeu, qual o

motivo?

Referências

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