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Academic year: 2021

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16°

TÍTULO: HAPLÓTIPOS DO GENE BS- GLOBINA DA ANEMIA FALCIFORME NO BRASIL

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: BIOMEDICINA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): TALITA DE MACEDO DORNELES

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARCO AURÉLIO FERREIRA FEDERIGE

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1. RESUMO

Nos pacientes com anemia falciforme, existem vários fatores que são responsáveis pela diversidade de sintomas, um deles são os haplótipos do

gene da βs

globina, sendo uma patologia de caráter hereditário que atinge um elevado número de pessoas em várias regiões do Brasil, caracterizando um problema de saúde pública.

Abordamos nesta revisão os haplótipos, suas origens geográficas, sua associação com a concentração de hemoglobina fetal e qual sua influência no quadro clínico e hematológico dos pacientes doentes, demonstrando a variedade de sintomas na patologia de acordo com os haplótipos, confirmando

assim sua origem multicêntrica.

Entre os haplótipos descritos, o mais severo e prevalente no mundo é o haplótipo Bantu ou República Centro Africana (CAR), no Brasil também observamos esse fato, corroborando os dados da literatura.

O uso das técnicas de biologia molecular para definir qual haplótipo específico está envolvido na doença do paciente, torna-se importante ferramenta de diagnóstico e como ferramenta no auxilio do tratamento, ajudando prever o quadro clinico do paciente e a evolução, sendo uma oportunidade de conhecer a distribuição e interação dos diferentes haplótipos na população.

2. INTRODUÇÃO

A doença falciforme teve como principal origem a África e chegou ao continente americano em função do tráfico de escravos, durante o período colonial. Atualmente, mais da metade da população brasileira apresenta traços de afro descendência, o que faz da doença falciforme não se restrinja somente aos afrodescendentes tornando a enfermidade hereditária mais comum no Brasil.1

Entre as hemoglobinopatias, a anemia falciforme (AF), está entre as mais frequentes patologias hereditárias da raça negra, no Brasil existe um quadro de miscigenação elevado, demonstrando a crescente presença de

hemoglobina S (Hb S) em indivíduos caucasóides.2

A anemia falciforme é uma patologia hereditária, decorrente da mutação em um dos genes estruturais da hemoglobina (Hb),que produz uma

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hemoglobina anormal (hemoglobina S), no lugar da hemoglobina A normal do

gene β.3

Esta mutação é proveniente de uma substituição da base nitrogenada timina (T) por adenina (A) na cadeia β da globina. Alterando o códon GAC para GTC no RNAm, conduz a troca do aminoácido ácido glutâmico (Glu) por valina (Val) na sexta posição da cadeia beta da hemoglobina. No caso de heterozigose representa traço para anemia falciforme ou como são conhecidos

os portadores, estes são assintomáticos durante toda a vida. 3,4,5,6

Essa alteração faz com que a hemoglobina em condições de baixa tensão de oxigênio, provoca a formação de hemácias em forma de foice (do latim, falx =foice, ou do inglês, sickle=foice). A doença é caracterizada pela

homozigose da hemoglobina HbS /HbS.7

A hemoglobina S não consegue exercer a função de oxigenar o corpo de forma satisfatória, é uma doença crônica e se encaixa na classificação de

anemia hemolítica. 7,8

A aplicação da biologia molecular, auxiliou na identificação das diferentes mutações dos genes da globina β, mostrando vários agrupamentos genéticos provenientes de enzimas de restrição que codificam alterações

especificas no DNA. Estes agrupamentos são chamados de haplótipos. 9,10

Os haplótipos identificados na AF são classificados em 5 tipos diferentes: Benin (Ben), Bantu (CAR), Senegal associados a região da África relacionados ao sudeste de Camarões, o haplótipo Camarões e o do leste da

Arábia Saudita e também um grupo de tribos da Índia, denominado Árabe –

Indiano, também conhecido como Saudita ou Asiático, esses são os mais comuns, porém existe uma minoria de cromossomos que estão associados

com haplótipos atípicos menos comuns que são de aproximadamente 5%.3,10

3. OBJETIVOS

O trabalho tem o objetivo de demonstrar a importância da identificação dos haplótipos da β - globina S no Brasil e sua influência no quadro clínico do paciente com anemia falciforme.

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4. METODOLOGIA

Foi realizada revisão bibliográfica utilizando artigos e livros científicos sobre o tema entre os anos de 2000 e 2016.

5. DESENVOLVIMENTO

Os pacientes com anemia falciforme mesmo contendo a mesma mutação genética, apresentam diversidades clinicas e hematológicas baseado nisto tem se realizado estudos de vários fatores; sexo, idade, ambiente, os considerados mais importantes são a associação com outras hemoglobinopatias hereditárias,

os níveis de hemoglobina fetal (Hb F) e finalmente os haplótipos para Hbs.3,4,9

No cromossomo 11 onde há mutação no gene globina βs foram detectadas regiões polimórficas do DNA descritas mais de duas dezenas desses sítios, sendo estas regiões uma sequencia de nucleotídeos que não são reconhecidos por endonuleases de restrição (enzimas extraídas de bactérias), quando encontra-se uma mutação, este conjunto de regiões ou

sítios polimórficos em um cromossomo é chamada de Haplótipo.3,4

Os estudos descrevem geralmente a utilização de várias enzimas de restrição entre elas; Hinc I, Hinc III, Xnm I, Hinf I, Hpa I e Bam HI, que ao serem

utilizadas, foi possível identificar os haplótipos específicos da mutação βs da

anemia falciforme, através de técnicas de biologia molecular principalmente a reação em cadeia mediada pela polimerase para polimorfismo dos comprimentos de fragmentos de restrição (PCR –RFLP), demonstrando assim

que a mutação teve origem multicêntrica.3,5,11,12,13

Foram identificados cinco principais haplotipos e os pontos geográficos de origem que foram difundidos por todo mundo são eles e suas origens; o haplotipo Bantu (CAR) proveniente da região da Republica Centro Africana e sudeste da África, Senegal, Benin de Benin e regiões central, norte e oeste da África, Camarões e o Haplótipo Arabe-Indiano original da Arábia Saudita e

Índia central e sudeste.3

Entretanto existem outros haplótipos que não correspondem a um

destes cinco tipos são denominados de atípicos, que é minoria.5,11

Desta forma o estudo dos haplótipos tem uma grande importância antropológica e seu auxilio para conhecer as rotas do gene HbS pelo mundo e sua trajetória pelo Brasil. Os escravos entraram no Brasil principalmente pelos portos da Bahia e do Rio de Janeiro, segundo Naum¹², pelo menos 3,6 milhões

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de negros africanos, vindos da costa ocidental da África migraram como escravos, contanto devido a miscigenação a AF se disseminou entre toda a

população brasileira, não sendo uma patologia somente de negros.2,3,12

Figura 1. Principais portos africanos fornecedores de escravos para as cidades brasileiras.2

O haplótipo de maior frequência no Brasil é o Bantu ou CAR, depois Benin e quanto ao terceiro há controvérsias nos trabalhos publicados, sendo citado por alguns o haplótipo Senegal e em outros o haplótipo Camarões, os estudos foram realizados em populações de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul onde há mais concentração de indivíduos, no entanto segundo Leal et al., na Bahia e na região nordeste o haplótipo de maior

prevalência seria o Benin.2,3,11

Os haplótipos da anemia falciforme possuem relação com os níveis de concentração de Hemoglobina fetal apresentando síntese variável, e consequentemente influenciando os quadros clínicos, gravidade e evolução da patologia nos pacientes falcêmicos. Pesquisas mostram que o nível de HbF em mulheres é maior que em homens. Quando comparado o perfil hematológico com os haplótipos a HbF é o único índice que apresenta diferença significativa, já que os níveis do Hematócrito por mais que se alterem levemente não tem correlação com os haplótipos, pois não se observa influência no volume

globular dos eritrócitos.2,3,4,5,11,13

A gravidade clinica da AF se torna maior quando o nível de HbF é baixo e de menor gravidade ou severidade quando o nível de hemoglobina fetal esta

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elevado. A tabela a seguir demonstra a relação entre a gravidade da AF (HbS/HbS) com os diferentes haplótipos

Tabela 1. Relação dos haplótipos associado ao nível de gravidade clínica.3

De acordo com os estudos o haplotipo Bantu é o de pior prognóstico, por conta do baixo nível de HbF, com elevada gravidade, internações repetitivas, quadros clínicos severos levando a um aumento da morbidade e mortalidade, já o haplótipo Benin é um pouco menos grave que o Bantu porém ambos apresentam quadros mais graves. O haplótipo que apresenta uma patologia mais branda é o haplótipo Senegal, por apresentar maior nível de hemoglobina fetal.11

6. RESULTADOS

Por termos realizado uma revisão da literatura nossas conclusões estão nas considerações finais.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a literatura foi demonstrado que o tipo de haplótipo do gene da βS- globina influencia as características fenotípicas dos pacientes com AF e sua correlação com a concentração de Hemoglobina fetal, portanto a utilização de técnicas moleculares para a detecção do haplótipo envolvido deve ser considerada como uma importante ferramenta prognóstica, para prever o quadro clínico de pacientes e colaboraria na análise antropológica, fornecendo um conhecimento dos haplótipos existentes no Brasil e sua distribuição.

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FONTES CONSULTADAS

1. Brasil. Manual Doença falciforme: conhecer para cuidar. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada; 2009.

2. Fleury MK. Artigo Haplotipos do cluster da globina beta em pacientes com anemia falciforme no Rio de Janeiro: Aspectos clínicos e laboratoriais. RBAC. 2007; 39(2): 8-93.

3.Naoum PC, Naoum FA.Doenças das células falciformes.1 ed.São Paulo:Sarvier;2004.p.224

4.Neto GCG, Pitombeira MS. Artigo Aspectos moleculares da anemia falciforme. Jornal Bras Patol Med Lab. 2003;39(1): 51-56.

5.Silva LB, Gonçalves RP, Rabenhorst SHB. Artigo Análise dos haplótipos da anemia falciforme em Fortaleza revela as origens étnicas da população cearense. Rev. Bras Patol Med Lab.2009; 45(2): 115-118.

6. Cançado RD, Jesus JA. Artigo A doença falciforme no Brasil. Rev. Bras. Hematol. Hemoter.2007;29(3):203-206.

7. Gonçalves RP. Anemias hemolíticas I hemoglobinopatias. In: Oliveira MRAA, Hematologia básica. 4 ed. São Paulo: Livraria Luana, 2008. P.137 -146.

8. Brasil. Ministério da Saúde. Manual Doença falciforme: condutas básicas para tratamento. Brasília. 2012.

9. Costa PJMS, Viela RQB, Cipolotti R, Figueiredo MS. Artigo Diversidade clínica e laboratorial no haplótipo bantu da anemia falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2006;28(1):40-44.

10. Silva LB, Gonçalves RP. Artigo características fenotípicas dos pacientes

com anemia falciforme de acordo com os haplótipos do gene βs

- globina em Fortaleza, Ceará. Rev. Bras. Hematol. Hemoter.2009.

11.Leal AS, Martins PRJ, Balarin MAS, Pereira GA, Resende GA. Artigo

Haplotypes βs – globin its clinical-haematological correlation in patients with

sickle-cell anemia in Triangulo Mineiro. Jornal Bras Patol Med Lab. 2016;52(1): 5-10.

12.Naum PC. Artigo Interferentes eritrocitários e ambientais na anemia falciforme. Rev.bras.hematol.hemoter.2000; 22(1): 05-22.

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13.Neto GCG, Pitombeira MS. Aspectos moleculares da anemia falciforme. J Bras Patol Med Lab. 2005;41 (5):315-21.

14.Cabral CHK, Medeiros TMD. Artigo: Determinação de haplótipos do gene beta S em pacientes com anemia falciforme. Rev Bras Hematol Hemoter. 2010;32(6):491-492.

Referências

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