• Nenhum resultado encontrado

Ruptura celular e produção enzimática de ésteres metílicos a partir da microalga Chlorella vulgaris

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ruptura celular e produção enzimática de ésteres metílicos a partir da microalga Chlorella vulgaris"

Copied!
33
0
0

Texto

(1)

Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS Campus Erechim

Eliel Bianchi

Ruptura celular e produção enzimática de ésteres metílicos a partir da microalga Chlorella vulgaris

Erechim - RS 2017

(2)

Eliel Bianchi

Ruptura celular e produção enzimática de ésteres metílicos a partir da microalga Chlorella vulgaris

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Campus de Erechim.

Orientadora: Profa. Dra. Clarissa Dalla Rosa

Erechim - RS 2017

(3)
(4)

Eliel Bianchi

Ruptura celular e produção enzimática de ésteres metílicos a partir da microalga Chlorella vulgaris

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Campus de Erechim.

Aprovada em ____/____/______

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Clarissa Dalla Rosa

(orientadora) UFFS – Erechim

Profa. Dra. Helen Treichel

(5)

AGRADECIMENTOS

A Deus por me guiar em minha caminhada até este momento, permitindo que obstáculos fossem superados e objetivos fossem alcançados.

Aos meus pais, Nivaldo e Carmen, e ao restante da família que me apoiaram em todos os momentos de minha vida de estudante, principalmente nesta etapa universitária. Só tenho a agradecer a vocês pelo imenso carinho e fé em mim depositados.

A minha namorada, Faila, por estar presente neste período de conclusão de curso, o qual exigiu muita compreensão, carinho e paciência.

A minha orientadora Profa Dra Clarrisa Dalla Rosa por ter aceitado a tarefa de

me orientar neste trabalho e de se dedicar para a realização das atividades, como também na qualidade do estudo realizado.

Aos técnicos do laboratório da UFFS Erechim que sempre auxiliaram na realização das atividades e na operação dos equipamentos.

Aos colegas do grupo de pesquisa que auxiliaram nas atividades de laboratório, com agradecimentos especiais a Marcela e a Michele.

Aos professores que me auxiliaram nesta caminhada acadêmica, rica de conhecimento e de momentos alegres.

A todos que de alguma forma contribuíram para minha formação pessoal e profissional.

(6)

O que há de mais essencial em nós é nossa energia vital, tanto é assim que, quando ela acaba, é porque a vida acabou também. Tal como uma estrela, que brilha enquanto tem energia. Você também é assim, uma estrela. Não vira estrela depois que morre, é estrela agora, em vida.

(7)

RESUMO

O biodiesel produzido a partir do óleo de microalgas tem sido alvo de estudo nos últimos anos. Com alto potencial de substituir as fontes energéticas atuais que são finitas e altamente poluentes, este biocombustível ainda necessita de métodos mais eficientes de produção, extração e conversão do óleo em biodiesel. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo testar métodos de extração e de conversão do óleo presente na microalga Chlorella vulgaris, com catálise enzimática, em ésteres metílicos. A metodologia da análise da ruptura celular investigou os métodos de micro-ondas e ultrassom, onde foram avaliados os tempos de exposição (5 a 15 segundos para micro-ondas e de 5 a 15 minutos para ultrassom), a razão volumétrica de solvente clorofórmio-metanol (nas razões 1:2, 1:1 e 2:1 (v/v)), a potência (200 a 1000 W no micro-ondas e 26,4 a 132 W no ultrassom). Na extração em micro-ondas foi obtido 90,09% de ácido graxo nas condições de razão volumétrica clorofórmio-metanol 1:2 e potência 200 W e como resultado para o ultrassom, 92,15% de ácido graxo, na razão volumétrica de clorofórmio-metanol 1:1 e potência de 79,2 W. O valor total de lipídeos apresentado pelo fabricante para esta microalga era de 10,7%, logo o melhor resultado de extração correspondeu à 9,6% da massa de C. vulgaris. Como os tempos de exposição no micro-ondas foram menores, os ensaios do estudo da conversão em ésteres metílicos foram realizadas em microondas. Para este estudo, foram adicionadas amostras sob agitação na presença da lipase NS 40116. Foram testadas as variáveis concentração de enzima (1% a 5% da fração lipídica) e razão molar lipídeos: metanol (razões molares de 1:3 a 1:9), avaliando a cinética da reação em 18 horas. O ensaio com maior percentual de enzima e maior quantidade de substrato apresentou os maiores teores de éster convertidos em relação à massa de lipídeos da amostra, obtendo-se 22,45% de ésteres no ensaio de 14 horas.

(8)

ABSTRACT

The biodiesel from microalgae oil has been highlighted in recent studies. It has a great potential to replace the limited and polluting energy sources, but at the same time, it requires more efficient ways to grow, harvest, extract and convert the oil to methyl ester. Thus, the focus of this work is testing the cell wall disruption and the transesterification methods using Chlorella vulgaris as the microalgae oil source. The methodology of cell wall disruption was carried out using the microwave and ultrasound methods, where the exposure time (5 to 15 seconds in the microwave and 5 to 15 minutes in the ultrasound), the solvent volume ratio (chloroform-methanol ratio 1:2, 1:1 and 2:1 (v/v)), and equipment power (200 to 1000 W in the microwave and 20% to 100% of 132 W in the ultrasound) were investigated. The best results of the cell wall extraction for microwave (chloroform-methanol ratio 1:2 and 200 W) and ultrasound (chloroform-methanol ratio 1:1 and 79,2 W) were 90,09% and 92,15%, respectively, of total fatty acids. This method reached a percentage of 9,6% of C.

vulgaris mass used, being 10,7% the fat content of this algae. As the procedure

times in the microwave were lower than the ultrasound times, the samples were prepared in this equipment. Samples were placed under agitation in the presence of the NS 40116 lipase for the transesterification study. In this part, were tested the enzyme concentration (1% to 5% of lipids) and the lipid methanol ratio (molar ratio of 1:3 to 1:9), evaluating the reaction kinects in 18 hours. The sample with the highest percentage of enzyme and the highest amount of substrate had the highest level of ester converted comparing to the lipid content, reaching 22,45% in the 14 hours sample.

(9)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 MATERIAIS E MÉTODOS ... 3

2.1 DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE EXTRAÇÃO ... 3

2.2 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL DA RUPTURA CELULAR ... 3

2.3 METODOLOGIA ANALÍTICA PARA DETERMINAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS LIVRES (AGL) ... 4

2.4 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL DA PRODUÇÃO DE ÉSTERES METÍLICOS ... 5

2.5 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA RESIDUAL DA NS 40116 ... 6

2.6 DETERMINAÇÃO DOS ÉSTERES METÍLICOS ... 7

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 8

3.1 TEMPO DE EXTRAÇÃO ... 8

3.2 RUPTURA CELULAR... 9

3.3 PRODUÇÃO DE ÉSTERES METÍLICOS ... 13

3.4 ATIVIDADE DA ENZIMA ... 16

4 CONCLUSÕES E APONTAMENTOS PARA TRABALHOS FUTUROS ... 18

REFERÊNCIAS ... 20

(10)

1

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o desenvolvimento econômico mundial aumentou a demanda por fontes energéticas. Há uma grande necessidade por fontes renováveis e com menor impacto ambiental, como os biocombustíveis, os quais podem ser produzidos por diferentes fontes de biomassa. Entre elas, destaca-se a produção com o uso de microalgas, classificada como biocombustível de terceira geração (ALAM; MOBIN; CHOWDHURY, 2015; DEMIRBAS; FATIH DEMIRBAS, 2011; GREENWELL et al., 2010).

As microalgas geralmente são constituídas com uma fração de lipídeos que variam entre 1 a 40%, mas se otimizados os parâmetros que envolvem seu cultivo, essa quantidade pode chegar a até 85%. Além desta otimização da biomassa que permite alcançar uma alta quantidade de óleo, as algas também possuem como característica um crescimento mais rápido que a maioria das plantas hoje utilizadas para produção de biodiesel (COSTA et al., 2006). Microalgas podem ser consideradas como o mais provável recurso para a produção de biodiesel com potencial para completamente substituir o uso de petróleo, devido à sua produtividade. O potencial de produção por área de biodiesel com microalgas comparado às tradicionais plantas de cultivo utilizadas é de 15 a 300 vezes maior (ALAM et al., 2012; DRAGONE et al., 2010).

O biodiesel pode ser produzido a partir de óleo vegetal ou de gordura animal, sendo um éster monoalquílico de ácidos graxos de cadeia longa e é considerado um dos substitutos do diesel produzido a partir do petróleo (CHENG; TIMILSINA, 2011; ESCOBAR et al., 2009). É produzido pela transesterificação de triglicerídeos na presença de um álcool, como o metanol ou etanol. Essa reação produz ésteres metílicos de ácido graxo e glicerol. Comumente são utilizados catalisadores para aumentar a taxa de conversão e reduzir o tempo de reação (BAICHA et al., 2016). De acordo com a estequiometria química da reação, a conversão de 1 mol de triglicerídeo requer 3 mols do álcool. Como é uma reação reversível, o álcool geralmente é utilizado em maior dosagem para melhorar a eficiência da produção de biodiesel (CHENG; TIMILSINA, 2011).

A transesterificação pode ser catalisada por químicos, alcalinos ou ácidos, e enzimas. A lipase, enzima capaz de catalisar lipídeos, pode ser utilizada para converter triglicerídeos em biodiesel. (CHENG; TIMILSINA, 2011; ESCOBAR et al.,

(11)

2

2009; VEILLETTE et al., 2016). A utilização de biocatalisadores permite que ésteres alquílicos específicos sejam sintetizados, que o glicerol tenha uma fácil recuperação e que mesmo com alto conteúdo de ácidos graxos livres seja possível realizar a transesterificação dos ésteres. As características mais desejadas em lipases na transesterificação são: que possua capacidade de utilizar todos os mono, di, e triglicerídeos, como também os ácidos graxos livres; baixa inibição do produto; alta atividade e rendimento em meios não aquosos; baixo tempo de reação; reusabilidade; temperatura; e resistência ao álcool. (BAJAJ et al., 2010).

Um outro importante parâmetro que determina a qualidade do biodiesel é o método de ruptura celular da microalga. A eficiência de cada método irá variar conforme a espécie a ser analisada. Estudos recentes indicam que entre os métodos mais eficientes na ruptura celular da Chlorella vulgaris estão o método por micro-ondas e o método por micro-ondas ultrassônicas, juntamente com a presença de um solvente químico (BYREDDY et al., 2015; HALIM; DANQUAH; WEBLEY, 2012).

Analisando os estudos produzidos nos últimos anos, é promissora a possibilidade de se produzir biodiesel a partir de microalgas em grande escala no futuro. Entretanto, alguns obstáculos ainda devem ser superados. Dentre os parâmetros que possam tornar essa produção viável, estão: identificação de espécies mais produtivas e de mais fácil cultivo; desenvolvimento de tecnologias de produção; desenvolvimento de processo eficiente e barato para colheita e extração do óleo das microalgas, e melhor aproveitamento e conversão da biomassa.

A espécie de microalga Chlorella vulgaris é amplamente comercializada na indústria alimentícia, devido principalmente as suas propriedades nutricionais. Entre as microalgas existentes, é conhecida por possuir alta taxa de crescimento e um alto teor de óleo, podendo ser cultivada sob condições autotróficas ou heterotróficas (HEREDIA-ARROYO et al., 2011). Seu cultivo é considerado mais simples que outras espécies, isso porque ela se multiplica rapidamente, é resistente a ambientes com condições severas e a contaminações (SAFI et al., 2015).

Desta forma, propõe-se avaliar neste estudo diferentes métodos de extração do óleo da microalga e a influência da concentração de enzima e substrato na conversão da biomassa da Chlorella vulgaris em ésteres metílicos. A motivação deste estudo, está baseada também na pequena disponibilidade de dados na literatura empregando lipases comerciais no processo de transesterificação da biomassa desta microalga.

(12)

3

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE EXTRAÇÃO

Com o intuito de definir uma metodologia de ruptura celular, foram realizados ensaios preliminares para que o melhor tempo de reação fosse escolhido baseado no maior número de ácidos graxos livres (AGL) liberados ao meio. Para definir a metodologia e as possíveis variáveis deste estudo, foram realizadas investigações na literatura por trabalhos de extração envolvendo a C. vulgaris e outras microalgas. A metodologia então foi construída baseada a partir dos valores utilizados por Lee et al (2010), Araujo et al (2013), Ferreira et al (2016), Pan et al (2016), Parniakov et al (2015), Guldhe et al (2014) e Kim et al (2016), os quais em maioria são baseados em modificações do método de Bligh e Dyer (1959).

Foram adicionadas à um bequer de 100 mL, 1,5 g da microalga Chlorella

vulgaris, adquiridos comercialmente da marca Allma Natural Benefits, na forma de

pó desidratado. Para esta etapa, foram fixados os valores de potência do micro-ondas e do ultrassom, com o objetivo de trabalhar com faixas de tempo em que não houvessem grandes perdas de solvente por evaporação em testes preliminares. O solvente auxiliar escolhido para o processo de extração foi uma mistura de 10 mL de Clorofórmio e Metanol, e que foi fixado na razão volumétrica 1/1 (v/v) para esta etapa.

O micro-ondas utilizado neste trabalho foi o modelo Electrolux MEX55, de 1000 W e 2450 MHz. Os três tempos a serem adotados para este aparato experimental e que não apresentaram visível evaporação foram de 5, 10 e 15 segundos, sendo realizados em triplicata em cada valor de tempo. O ultrassom utilizado foi o modelo Unique USC-1800A, de 132 W e 40 kHz. O mesmo não apresentou perdas visíveis de solvente por evaporação na faixa de tempo encontrada na literatura, então adotaram-se os tempos iguais à 5, 10 e 15 minutos, também realizados em triplicata.

2.2 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL DA RUPTURA CELULAR

Para a avaliação de extração do conteúdo da microalga, foi realizado um delineamento composto central (22) com triplicata do ponto central. As duas variáveis

testadas nesta etapa foram a razão volumétrica do solvente Clorofórmio/metanol e a potência dos equipamentos (micro-ondas e ultrassom). O tempo adotado foi aquele

(13)

4

que na etapa de determinação do tempo de extração apresentou maior valor de AGL, tanto para o micro-ondas, como para o ultrassom. A massa de alga e volume de solvente foram os mesmos adotados na etapa anterior. Nas tabelas 1 e 2 são apresentados os valores das variáveis para este planejamento experimental. As potências informadas são potências médias calculadas a partir do percentual de emissão de ondas da potência total.

Tabela 1: Matriz do planejamento experimental de ruptura celular no micro-ondas. Ensaio Razão (v/v) Clorofórmio/metanol Potencia do microondas (W)

1 -1 (1:2) -1 (200) 2 +1 (2:1) -1 (200) 3 -1 (1:2) +1 (1000) 4 +1 (2:1) +1 (1000) 5 0 (1:1) 0 (600) 6 0 (1:1) 0 (600) 7 0 (1:1) 0 (600)

Tabela 2: Matriz do planejamento experimental de ruptura celular no ultrassom. Ensaio Razão (v/v) Clorofórmio/metanol Potencia do ultrassom (W)

1 -1 (1:2) -1 (26,4) 2 +1 (2:1) -1 (26,4) 3 -1 (1:2) +1 (132) 4 +1 (2:1) +1 (132) 5 0 (1:1) 0 (79,2) 6 0 (1:1) 0 (79,2) 7 0 (1:1) 0 (79,2)

2.3 METODOLOGIA ANALÍTICA PARA DETERMINAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS LIVRES (AGL)

Para a determinação dos Ácidos Graxos Livres, utilizada na determinação do tempo de ruptura e também na análise da ruptura celular, foi utilizado o método de Freire et al (1997). Para isto, foram adicionados 50 mL da solução de Éter/Etanol de razão volumétrica (1/1) a cada amostra após retiradas do micro-ondas ou ultrassom,

(14)

5

com o objetivo de frear algum potencial processo de transesterificação que pudesse vir a ocorrer devido ao processo de extração. Na sequência, cada amostra foi titulada com solução de NaOH 0,02 M, até pH 11. A partir do valor de volume de NaOH obtido e da equação 1, foi possível calcular a concentração de ácidos graxos livres de cada amostra, expressos em μmol/mL.

Eq. 1 Onde:

VNaOH = volume de NaOH gastos na titulação (mL);

N = normalidade da solução de NaOH; Va= volume da amostra na reação (mL).

2.4 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL DA PRODUÇÃO DE ÉSTERES METÍLICOS Esta etapa objetivou encontrar condições favoráveis para a reação de transesterificação, com base em estudos da literatura, de forma a indicar as melhores condições de concentração de enzima e quantidade de substrato a serem utilizados. A fim de minimizar possíveis erros de amostragem e pesagem, foi necessário aumentar a massa da microalga e o volume de solvente nesta fase do estudo. A relação massa:solventes do estudo anterior foi mantida e a manutenção dos resultados de ácidos graxos foi observada. Foram utilizadas 5 g de C. vulgaris desidradata e 30 mL da solução solvente de Clorofórmio e Metanol. O substrato escolhido foi o Metanol, enquanto a enzima utilizada foi a Novozymes NS 40116. A tabela 3 apresenta a matriz do planejamento experimental nesta etapa. Os percentuais apresentados são em função da massa de ácidos graxos encontrada no melhor ensaio de ruptura celular do método adotado, os quais foram considerados como a quantidade de lipídeos total presente na reação. A massa de água utilizada foi igual à 1% da massa de lipídeos, e assim como as faixas de razão molar gordura: metanol e de concentração de enzimas, foram baseados no trabalho realizado por Santos (2016).

(15)

6

Tabela 3: Matriz do planejamento experimental da reação de transesterificação. Ensaio Razão molar Gordura:Metanol Concentração de Enzima

1 -1 (1:3) -1 (1%) 2 +1 (1:9) -1 (1%) 3 -1 (1:3) +1 (5%) 4 +1 (1:9) +1 (5%) 5 0 (1:6) 0 (3%) 6 0 (1:6) 0 (3%) 7 0 (1:6) 0 (3%)

As amostras retiradas do equipamento de extração foram levadas para evaporação em estufa, à 70 ºC, com o objetivo de remover o solvente o qual também é substrato da reação e influenciaria na reação. Após a obtenção de peso constante, foram adicionadas as quantidades de substrato, água, enzima conforme mencionados no planejamento. Além disso, para aumentar o contato da enzima com a biomassa, foram adicionados em cada amostra 15 mL de n-heptano. Foram realizadas cinéticas da reação, com tempos de amostragem iguais a 0, 2, 4, 6, 10, 14 e 18 horas, totalizando assim 7 amostras para cada ensaio. Todos os ensaios foram realizados em um agitador tipo shaker, com temperatura igual à 45 ºC e agitação de 250 rpm. Após a reação, cada amostra foi centrifugada por 20 min, com uma velocidade igual à 9500 rpm e temperatura ajustada igual à 10 ºC, com o objetivo de separar a enzima, no precipitado, do restante da amostra.

2.5 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA RESIDUAL DA NS 40116

A atividade enzimática residual foi determinada conforme Oliveira et al (2006). Foi adicionado em um béquer de 100 mL uma alíquota de 0,10 g do precipitado obtido na centrifugação. Também, foram adicionados 10 g de óleo e 2 mL de água, e então submeteu-se à agitação de 250 rpm, por 30 minutos, a uma temperatura de 45 ºC. Após o tempo indicado, foram adicionados 20 mL de acetona/etanol (razão volumétrica 1/1). A amostra então foi titulada, com NaOH 0,05 M e até pH 11, para determinar a quantidade de ácidos graxos consumidos. A Equação 2 foi utilizada para o cálculo da atividade da lipase, medida em unidade de atividade por peso.

(16)

7

Uma unidade de atividade é definida como a quantidade de enzima que conduz ao consumo de 1 µmol de ácido por minuto nas condições utilizadas. A atividade da enzima foi medida para as amostras com tempos reacional iguais à 0, 10 e 18 h.

Eq. 2 Onde:

M = molaridade da solução de NaOH;

V0 = volume de NaOH gasto na titulação da amostra no tempo zero (mL);

V30 = volume de NaOH gasto na titulação da amostra após 30 minutos de reação

(mL);

ma = massa do precipitado contendo a enzima utilizada na reação (g); t = tempo de reação (min).

2.6 DETERMINAÇÃO DOS ÉSTERES METÍLICOS

A determinação dos ésteres decorrentes da reação de transesterificação foi realizada através da norma europeia DIN EN14103 (2011). Do material sobrenadante retirado da centrifuga, foram adicionados em pequenos frascos de vidro para evaporação em estufa, à 90 ºC, até peso constante. Para a quantificação de ésteres de ácidos graxos, de cada amostra retirada da estufa foram retiradas 125 mg e transferidas para um balão volumétrico de 5 mL, o qual completou-se o volume com solvente hexano. Deste balão, transferiu-se uma alíquota de 50 μL desta solução para um balão volumétrico de 1 mL e adicionou-se 50 μL do padrão interno heptadecanoato de metila (C17:0) na concentração de 5000 mg/L e completou-se o volume com hexano.

A solução foi então injetada (1 µL) em cromatógrafo gasoso (GC) (Shimadzu 2010), com injetor automático (Split) e detector de ionização de chama (FID). Utilizou-se a coluna capilar Rtx-WAX (30 m x 0,25 mm x 0,25 mm) nas condições cromatográficas descritas pela Norma EN 14103 (2003), do Comitê Europeu para Padronizações. A temperatura inicial da coluna foi 120ºC permanecendo por 1 minuto, seguido pelo aquecimento de 15ºC/min até 180ºC permanecendo por 2 minutos, e novamente aquecendo 5ºC/min até 250ºC permanecendo assim por mais

(17)

8

2 minutos. Ar sintético e nitrogênio eram utilizados como gás de arraste e a temperatura do injetor e detector eram 250°C e a taxa de split de 1:50. Possibilitando a determinação da conversão de triglicerídeos para ésteres metílicos da reação.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 TEMPO DE EXTRAÇÃO

Após a realização dos testes em micro-ondas e ultrassom, foram obtidos valores de AGL para estas metodologias. Estes resultados são apresentados na figura 1. No micro-ondas, os ensaios 1, 2 e 3 representam o tempo de 15s, os ensaios 4, 5 e 6 foram realizadas com tempo de 10s, já os ensaios 7, 8 e 9 foram realizadas com tempo igual à 5s. Para as amostras no ultrassom, os ensaios 1, 2 e 3 foram realizados com 15 min, os ensaios 4, 5 e 6 realizados com 10 min e os ensaios 7, 8 e 9 realizados com 5 min.

Figura 1: Concentrações de AGL obtidas em diferentes tempos de extração no micro-ondas e no ultrassom.

Quanto ao micro-ondas, observa-se que as amostras com tempo igual à 10 segundos e 5 segundos obtiveram os mais valores de ácidos graxos livres. Assim,

(18)

9

adotou-se o valor de 10 segundos para o micro-ondas para os ensaios seguintes, garantindo um tempo maior de exposição. Lee et al (2010) utilizaram 5 minutos no micro-ondas para investigar a ruptura celular da C. vulgaris na presença de água. Guldhe et al (2014) utilizaram uma exposição de 10 minutos para explorar a extração da Scenedesmus sp com solvente clorofórmio-metanol (1:1). Pan et al (2016) investigaram com tempo mínimo de 10 minutos a ruptura de outras microalgas na presença de um líquido iônico. Nota-se, que o tempo de exposição encontrado neste presente trabalho é menor, mas a literatura apresenta diferentes solventes e microalgas.

O maior valor obtido para o ensaio de extração em ultrassom foi no tempo de 10 minutos. Em estudo similar, Lee et al (2010) utilizaram 5 minutos para ruptura da

C. vulgaris, em água. Araujo et al (2013) utilizaram 40 minutos com a C. vulgaris na

presença de clorofórmio-metanol (1:2), e também 3 e 4 minutos para C. vulgaris em solventes metanol e isopropanol, respectivamente. Guldhe et al (2014) testaram 2 minutos de exposição ao ultrassom para a microalga Scenedesmus sp em solvente clorofórmio-metanol (1:1). Assim, o tempo de exposição encontrado neste trabalho se encontra maior que a maioria dos resultados da literatura. Isto pode estar relacionado à metodologia utilizada, na qual a exposição a tempos mais elevados implicaria em perda de solvente devido à evaporação.

3.2 RUPTURA CELULAR

Com os tempos de exposição ao micro-ondas e ultrassom determinados na etapa anterior, foram obtidos os valores de concentração de AGL para cada ensaio nos dois equipamentos, os quais são apresentados na figura 2.

(19)

10

Figura 2: Concentrações de AGL obtidas para cada ensaio do planejamento experimental de ruptura celular.

Percebe-se que, as amostras 6 e 7 do ensaio apresentaram os maiores valores para o ultrassom, enquanto o ensaio 1 apresentou o maior valor de concentração de AGL para o micro-ondas. Para avaliar a qualidade desta extração, é preciso verificar quanto da massa inicial de lipídeos da microalga. De acordo com a ficha técnica da C. vulgaris, presente no anexo 1, o conteúdo de gordura é de cerca de 10,7 gramas de gordura a cada 100 gramas do produto, ou seja, cerca de 10,7% do total. Para relacionar esta concentração de AGL encontrada com a massa inicial, foi adotada a massa molar do ácido graxo da Chlorella pyrenoidosa, caracterizada no trabalho de Viêgas (2010), quando extraída em uma solução de Clorofórmio e Metanol. Com este valor, foi possível estimar qual a massa aproximada de ácido graxo extraída em cada ensaio, e estes valores estão apresentados na figura 3.

(20)

11

Figura 3: Ácido graxo extraído em relação à massa inicial da amostra para cada ensaio.

Ao compararmos, com o valor de gordura indicado pela ficha técnica, percebe-se que o valor de 9,64% da amostra 1 do micro-ondas e os valores de 9,82% e 9,86% dos ensaios 6 e 7, respectivamente, do ultrassom, ficam muito próximo do máximo possível. A amostra 1 do micro-ondas chegando à cerca de 90,09% de extração da massa de gordura, enquanto a amostra 7 do ultrassom alcançou uma extração de cerca de 92,15%.

No trabalho realizado por McMillan et al (2013), os autores testaram diferentes métodos de extração da microalga Nannochloropsis oculata. Os autores cultivaram a alga, e após, induziram alíquotas aquosas da mesma para ruptura celular pelos métodos de micro-ondas, liquidificador, banho ultrassônico, banho de água quente e laser. A qualidade do rompimento foi medida através de metodologia para contagem de celulas intactas após a exposição a cada método. O percentual de rompimento pelo método de micro-ondas alcançou em média 94,92% das células analisadas, enquanto o banho ultrassônico alcaçou uma ruptura média de 87,72%. O melhor resultado de rompimento foi encontado quando utilizado o método de laser, o qual alcançou 96,5%. Entretanto, com exceção do laser, os métodos de

(21)

12

micro-ondas e ultrassom apenas alcançaram o valor de ruptura apresentado exposição de 20 minutos.

Já o estudo realizado pro Lee et al (2010), levou em consideração a extração pelos métodos do autoclave, micro-ondas, ultrassom e choque osmótico, onde uma das microalgas analisada foi a Chlorella vulgaris. A extração foi realizada com 0,5 g da microalga e com o solvente Clorofórmio-metanol na proporção 1:1 (v/v). A leitura dos resultados foi realizada por cromatografia gasosa e o melhor método de ruptura celular foi o micro-ondas, classificada pelos autores como simples, fácil e efetivo. Este, proporcionou uma quantidade de lipídeos extraídos que corresponderam à cerca de 10% da massa total de C. vulgaris, o que é bem próximo dos valores encontrados no presente trabalho.

No estudo realizado por Piasecka et al (2014), os autores testaram a extração de óleo cru da microalga Chlorella protothecoides, a qual possui um percentual de lipídeos de cerca de 50,3 a 57,8%. Para o trabalho, os autores produziram a microalga e realizaram a extração com uma mistura de solvente de clorofórmio-metanol (1:2 v/v), alcançando uma extração de cerca de 21,39% de lipídeos no micro-ondas e de cerca de 42% no método de ultrassom. Vale ressaltar que os tempos de extração neste trabalho, iguais à 90 segundos para os métodos apresentados, são similares aos encontrados neste presente estudo.

Na revisão bibliográfica realizada por Kim et al (2016), os autores compilaram diferentes métodos e resultados de ruptura celular pra as microalgas da família

Chlorella e Haematococcus. Um dos solventes mais citados para a ruptura celular e

extração de lipídeos da C. vulgaris é a mistura de Clorofórmio-metanol, o qual foi testado nas mesmas proporções volumétricas das quais foram utilizadas neste presente estudo. Os autores encontraram valores de ruptura entre 60 a quase 100% da massa total de lipídeos.

Por fim, comparando-se o pequeno incremento do ultrassom em relação ao micro-ondas, de cerca de 2% no aumento da extração, com o tempo de reação, percebe-se que o ensaio no micro-ondas possui maior atratividade, como também demonstrou bons resultados nos trabalhos consultados. Dessa forma, adotou-se para o planejamento experimental de produção de ésteres metílicos a metodologia de extração no micro-ondas, na condição de 200 W de potência, razão clorofórmio-metanol de 1:2 (v/v) e tempo de 10 segundos.

(22)

13

3.3 PRODUÇÃO DE ÉSTERES METÍLICOS

Aqui serão apresentados os resultados dos experimentos para produção de ésteres a partir de lipídeos extraídos, conforme descrito em etapa anterior, da biomassa de microalga. Os resultados do planejamento proposto podem ser observados na figura 4. Os resultados que seguem estão expressos em percentual de ésteres convertidos a partir da massa de biomassa. Neste sentido, é importante salientar que desta amostra, apenas 10% é fração lipídica, o que indica que a conversão máxima em ésteres poderia chegar ao valor de 10%.

Figura 4: Gráfico do teor de éster presente na amostra de biomassa (% m/m).

Na figura 5, são apresentados os teores de ésteres em relação ao percentual de ácidos graxos presentes na amostra inicial.

(23)

14

Figura 5: Gráfico do teor de éster em relação aos ácidos graxos extraídos (% m/m).

Percebe-se que os melhores resultados são apresentados no ensaio 4, no tempo de reação de 14 horas, onde obteve-se uma conversão de 22,45% da massa de lipídeos em ésteres metílicos. A conversão no ensaio 7, um dos pontos centrais, no tempo de 18 horas alcançou uma conversão de cerca de 20,18% da massa de lipídeos em ésteres, um dos resultados igualmente expressivos deste estudo.

Em trabalho realizado por Tran et al (2012), os autores produziram a alga

Chlorella vulgaris ESP-31, a qual foi produzida com percentuais de óleo de até

63,2%. Foram realizados dois ensaios de extração, um sendo realizado com ultrassom e com solvente clorofórmio-metanol (1:1 v/v), e o outro apenas com o ultrassom. A conversão foi realizada utilizando a lipase imobilizada a partir da

Burkholderia sp. C20. Essa conversão em biodiesel para a extração com solvente e

sem solvente alcançou valores de até 97,3% e 72,1%, respectivamente, em relação à massa do óleo. A enzima catalisou a reação em meios com até mais de 71% de água.

Já no trabalho que foi realizado por Choong et al (2016), foram utilizados 5 métodos diferentes para extração da microalga Chlamydomonas sp, a qual apresentou maior percentual de óleo em 26,27% do peso total. Foi utilizada imobilizada a lipase comercial Novozyme 435 na transesterificação do processo. O maior percentual de conversão alcançado foi de 72,09%.

No trabalho produzido por López et al (2016), os autores objetivaram a produção otimizada de ésteres metílicos a partir da microalga Nannchloropsis

(24)

15

gaditana através de transesterificação enzimática direta. Eles utilizaram a lipase Novozyme 435, e utilizaram um sistema de ruptura celular em etapas, com solventes

como o metanol. Foi encontrado então o maior percentual de conversão em 99,5% do óleo da microalga, com um tempo de reação igual a 56 horas.

Em estudo realizado por Bayramoglu et al (2015), foi realizado uma transesterificação enzimática com lipase derivada da C. rugosa a partir da microalga

Scenedesmus quadricauda. Esta foi cultivada e em sua condição ótima foi

encontrada uma quantidade de óleo igual à 29,6% do peso total. Após a reação de transesterificação, foi encontrado um percentual de óleo convertido em biodiesel que variou entre 85,7% e 96,4% com enzima livre.

Para verificar o efeito das variáveis neste estudo, realizou-se o tratamento estatístico dos resultados para o tempo de 14 horas com o Software Statistica ®

10.0, seguindo um nível de confiança igual à 90%. Para tal, obteve-se o Diagrama de Pareto do efeito padronizado para o teor de ésteres, utilizados no planejamento experimental. A razão molar gordura: metanol foi inserida de forma inversa, sendo apresenta como razão molar metanol: gordura, de forma a indicar um efeito com base no aumento ou diminuição do número de mols do substrato. O resultado pode ser visualizado na figura 6.

(25)

16

Figura 6: Diagrama de pareto do efeito padronizado para a variável teor de éster na amostra (%), com 2 variáveis e 2 níveis para o tempo de 14 horas.

Através do diagrama da figura 6, é possível identificar o efeito de cada variável independente do planejamento para a variável dependente, que é o teor de éster. A linha vermelha estabelece qual variável tem efeito significativo. Como pode ser observado, apesar da concentração de enzima e da razão molar metanol: gordura serem fatores que indicam um aumento na concentração do teor de éster, ambos individualmente não possuem efeito significativo. Entretanto, quando combinadas, as duas variáveis apresentaram um aumento desse efeito, tornando-se significativas na produção de ésteres.

3.4 ATIVIDADE DA ENZIMA

Após a determinação da atividade enzimática residual da NS 40116, obteve-se os resultados apreobteve-sentados na figura 7. Nesta etapa, é importante analisar obteve-se a enzima apresentou atividade nos diferentes tempos de reação para que pudesse catalisar a reação de forma adequada. Visualizando os valores presentes na figura

(26)

17

citada, é possível visualizar que a enzima manteve durante toda a reação uma atividade próxima da inicial.

Figura 7: Gráfico da atividade de enzima (U / g) em relação ao tempo de reação.

No trabalho realizado por Santos (2016), o mesmo utilizou a enzima NS

40116 para a produção de ésteres metílicos a partir de óleo de macaúba bruto. Este

encontrou melhores resultados de produção de ésteres com concentração de enzima igual à 0,65% da massa do óleo com temperatura igual à 40 ºC durante a agitação. A atividade enzimática encontrada pelo autor foi igual à 3,29 ± 0,19 U/mL. A conversão do óleo em éster alcançou um percentual de 84,78% no produto final.

Um percentual de queda de atividade da enzima com relação à atividade inicial foi elaborado para cada ensaio, conforme apresentado na figura 7. Assim, fica evidenciado que a enzima não teve grande variação em seu valor de atividade durante todo o período da reação, sendo a maior redução apresentada pelo ensaio 1 durante o tempo de 18 horas, resultando em 83,09% da atividade inicial.

Esta redução na atividade da enzima, em média, chegou a um percentual de 5% do valor inicial. Isso deve-se a capacidade de catálise da enzima, a qual vai diminuindo conforme é utilizada. A redução de cerca de 5% deste estudo pode ser considerada baixa, levando-se em conta ainda que a enzima no ensaio não foi imobilizada em suporte.

(27)

18

4 CONCLUSÕES E APONTAMENTOS PARA TRABALHOS FUTUROS

Este trabalho apresenta dados da ruptura celular e conversão de biomassa proveniente de C. vulgaris em ésteres metílicos com a catálise enzimática da NS

40116, até então não explorados pela literatura. Por envolver desconhecidas

interações entre as variáveis utilizadas, foi necessário adaptar metodologias e dados provenientes de estudos similares. Percebe-se que o percentual alcançado de 22,45% de ésteres metílicos em relação a massa do óleo da microalga é um valor inferior aos encontrados na literatura para este tipo de transesterificação, os quais se encontram em faixas entre 70 a 90%. Porém, por se tratar de um trabalho pioneiro, no que tange o uso da enzima NS 40116 associada a biomassa de Chlorella

vulgaris, algumas análises podem ser realizadas acerca dos resultados obtidos.

O processo de extração apresentou um percentual de 90,09% no método do micro-ondas em seu melhor resultado. Este percentual já é considerado elevado, mas pode-se investigar possíveis otimizações e melhorias. O teste com diferentes solventes e em modelos de micro-ondas mais sofisticados são exemplos de investigações possíveis. A microalga adquirida possuía, segundo a ficha técnica, 10,7% de lipídeos. Valores de extração próximos foram obtidos neste estudo. Além disso, o percentual de gordura é ainda inferior em comparação com as microalgas utilizadas em outros trabalhos, até mesmo em outros estudos com a C. vulgaris. Assim, a produção em laboratório desta microalga com o objetivo de aumentar seu percentual de óleo pode também ser uma área de investigação, que já vem ganhando atenção em muitos centros de pesquisa.

Quanto ao processo de transesterificação catalisado enzimaticamente, nas condições deste estudo, podemos observar a potencialidade da produção de ésteres a partir desta biomassa. As variáveis analisadas podem ser ampliadas a fim de melhorar os níveis de ésteres produzidos. De acordo com o diagrama de Pareto, pode-se perceber de que a faixa investigada para as variáveis concentração de enzima e razão molar gordura: metanol pode ser ampliado favorecendo os rendimentos da reação. Quanto a concentração de enzima, deve-se avaliar o custo benefício, pois como observado na cinética, a enzima não perdeu grandes percentuais de atividade, o que indica que outras variáveis podem ser melhor exploradas, e não apenas a concentração de enzima, que impacta diretamente nos

(28)

19

custos de produção. Dessa forma, um aumento no número de mols do substrato pode ser considerado como mais prático e barato.

(29)

20

REFERÊNCIAS

ALAM, F. et al. Biofuel from algae-Is it a viable alternative? Procedia Engineering, v. 49, p. 221–227, 2012.

ALAM, F.; MOBIN, S.; CHOWDHURY, H. Third Generation Biofuel from Algae. Procedia Engineering, v. 105, n. Icte 2014, p. 763–768, 2015.

ARAUJO, G. S. et al. Extraction of lipids from microalgae by ultrasound application: Prospection of the optimal extraction method. Ultrasonics Sonochemistry, v. 20, n. 1, p. 95–98, jan. 2013.

BAICHA, Z. et al. A critical review on microalgae as an alternative source for bioenergy production: A promising low cost substrate for microbial fuel cells. Fuel Processing Technology, v. 154, p. 104–116, dez. 2016.

BAJAJ, A. et al. Biodiesel production through lipase catalyzed transesterification: An overview. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic, v. 62, n. 1, p. 9–14, 2010. BAYRAMOGLU, Gulay et al. Immobilized lipase on micro-porous biosilica for

enzymatic transesterification of algal oil. Chemical Engineering Research And Design, v. 95, p.12-21, mar. 2015.

BLIGH E.G.; DYER W.J. A rapid method of total lipid extraction and purification. Can. J. Biochem. Phys., v. 37, p. 911-917, 1959.

BYREDDY, A. R. et al. Comparison of cell disruption methods for improving lipid extraction from thraustochytrid strains. Marine Drugs, v. 13, n. 8, p. 5111–5127, 2015.

CHENG, J. J.; TIMILSINA, G. R. Status and barriers of advanced biofuel

technologies: A review. Renewable Energy, v. 36, n. 12, p. 3541–3549, 2011. CHOONG, W. P. et al. Efficient enzyme-catalysed transesterification of microalgal biomass from Chlamydomonas sp. Energy, [s.l.], v. 116, p.1370-1373, dez. 2016. COSTA, Jorge Alberto Vieira et al. PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DAS

MICROALGAS Chlorella vulgaris E Chlorella minutissima CULTIVADAS EM

DIFERENTES CONDIÇÕES. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 17, n. 4, p.429-436, out 2006.

DALLA ROSA, C. Produção de ésteres etílicos a partir de óleo de soja utilizando lipase em propano. Dissertação, 2006, Programa de Mestrado em Engenharia de Alimentos, URI.

DEMIRBAS, A.; FATIH DEMIRBAS, M. Importance of algae oil as a source of biodiesel. Energy Conversion and Management, v. 52, n. 1, p. 163–170, 2011. DRAGONE, G. et al. Third generation biofuels from microalgae. Current Research, Technology and Education Topics in Applied Microbiology and Microbial Biotechnology, p. 1355–1366, 2010.

(30)

21

Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 13, n. 6-7, p. 1275–1287, 2009. EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. DIN EN14103. Fat and oil derivatives - Fatty Acid Methyl Esters (FAME) - Determination of ester and linolenic acid methyl ester content. Bruxelas, 2011.

FERREIRA, A. F. et al. Effect of low frequency ultrasound on microalgae solvent extraction: Analysis of products, energy consumption and emissions. Algal Research, v. 14, p. 9–16, mar. 2016.

FREIRE, D. M. G. et al. Lipase Production by a new promising strain of Penicillium

restrictum. Rev. De Microbiol., v. 28, p. 6 – 12, 1997.

GREENWELL, H. C. et al. Placing microalgae on the biofuels priority list: A review of the technological challenges. Journal of the Royal Society Interface, v. 7, n. 46, p. 703–726, 2010.

GULDHE, Abhishek et al. Efficacy of drying and cell disruption techniques on lipid recovery from microalgae for biodiesel production. Fuel, v. 128, p.46-52, jul. 2014. HALIM, R.; DANQUAH, M. K.; WEBLEY, P. A. Extraction of oil from microalgae for biodiesel production: A review. Biotechnology Advances, v. 30, n. 3, p. 709–732, 2012.

HEREDIA-ARROYO, T. et al. Mixotrophic cultivation of Chlorella vulgaris and its potential application for the oil accumulation from non-sugar materials. Biomass and Bioenergy, v. 35, n. 5, p. 2245–2253, maio 2011.

KIM, D.-Y. et al. Cell-wall disruption and lipid/astaxanthin extraction from microalgae: Chlorella and Haematococcus. Bioresource Technology, v. 199, p. 300–310, jan. 2016.

LEE, J.-Y. et al. Comparison of several methods for effective lipid extraction from microalgae. Bioresource Technology, v. 101, n. 1, p. S75–S77, jan. 2010.

LÓPEZ, Elvira Navarro et al. Fatty acid methyl ester production from wet microalgal biomass by lipase-catalyzed direct transesterification. Biomass And Bioenergy, v. 93, p.6-12, out. 2016. Elsevier BV.

MCMILLAN, J. R. et al. Evaluation and comparison of algal cell disruption methods: Microwave, waterbath, blender, ultrasonic and laser treatment. Applied Energy, v. 103, p. 128–134, 2013.

OLIVEIRA, L.B et al. Analysis of the sustainability of using wastes in the Brazilian power industry. Renewable and Sustainable Energy Reviews. v.12, p. 883–890, 2006.

PAN, J. et al. Microwave-assisted extraction of lipids from microalgae using an ionic liquid solvent [BMIM][HSO4]. Fuel, v. 178, p. 49–55, ago. 2016.

PARNIAKOV, O. et al. Ultrasound-assisted green solvent extraction of high-added value compounds from microalgae Nannochloropsis spp. Bioresource Technology, v. 198, p. 262–267, dez. 2015.

(31)

22

PIASECKA, A.; KRZEMIÑSKA, I.; TYS, J. Physical methods of microalgal biomass pretreatment. International Agrophysics, v. 28, p. 341–348, 2014.

SAFI, C. et al. Understanding the effect of cell disruption methods on the diffusion of Chlorella vulgaris proteins and pigments in the aqueous phase. Algal Research, v. 8, p. 61–68, mar. 2015.

SANTOS, Jaime Marcos Bohn dos. PRODUÇÃO DE ÉSTERES METÍLICOS A PARTIR DE ÓLEO DE MACAÚBA BRUTO (Acrocomia aculeata) EMPREGANDO ENZIMA LIVRE. 2016. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Engenharia de Alimentos, Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016.

TRAN, D. et al. Enzymatic transesterification of microalgal oil from Chlorella vulgaris ESP-31 for biodiesel synthesis using immobilized Burkholderia lipase. Bioresource Technology, v. 108, p.119-127, mar. 2012.

VEILLETTE, M. et al. Esterification of free fatty acids with methanol to biodiesel using heterogeneous catalysts: From model acid oil to microalgae lipids. Chemical

Engineering Journal, v. 308, p. 101–109, 2016.

VIÊGAS, Carolina Vieira. Extração e caracterização dos lipídeos da microalga Chlorella pyrenoidosa visando à produção de ésteres graxos. 2010. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Química Tecnológica Ambiental, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2010.

(32)

23

ANEXOS

(33)

Certificate of Analysis

1/1

all ma

Address: Estrada do Paço do Lumiar, Campus do Lumiar, Ed. E R/C 1649-038 Lisboa, Portugal Phone: +351 211-982-279 E-mail: info@allma.com

Product Name: Chlorella vulgaris Lot. 201310353

PR O D U C T SP E C I F I C A T I O N S

Produced in closed photobioreactors Gently spray dried and subsequently stored at room temperature Production date: December 2013 Expiration date: December 2015

NU T R I E N T S Carbohydrates 5,7 g /100g Dietary Fiber 12,2 g /100g Fat 10,7 g /100g Protein 57,86 g /100g Ash 10,1 g /100g Moisture 5,7 g /100g

Energy value 366 kcal

MI C R O B I O L O G I C A L SP E C I F I C A T I O N

Aerobic Plate total counts 30ºC 6,7 x 10^6

Staphylococcus aureus counts < 1,0 x 10^2

Listeria monocytogenes Not detected / 25 g

E. coli < 1,0 x 10^1

Salmonella Not detected / 25 g

Pseudomonas spp. < 1,0 x 10^2

Vibrio spp. < 1,0 x 10^1

Yeasts and Moulds < 4,0 x 10^2

HE A V Y M E T A L S Lead 0,14 mg/kg Cadmium <0,05 mg/kg Mercury <0,05 mg/kg Arsenic <0,05 mg/kg Tin <0,05 mg/kg

Referências

Documentos relacionados

In Chapter 4 we develop first results on the categorial-logic aspects of the theory of C ∞ -rings: we describe in details the classifying toposes for the theories of C ∞ −rings

Sendo assim, resta ao homem refletir a realidade da morte, vendo-a como um acontecimento inevitável, mas sem travar-se diante da vida, como reflete Freud 1915: Não seria melhor dar

 Identificar os limites e possibilidades destes agricultores familiares ecologistas integrados à Cooperativa Sul Ecológica de Agricultores Familiares Ltda., bem como os limites

O presente trabalho teve como principal objetivo avaliar o tratamento de efluente sintético quanto a degradação do fármaco cloridrato de tetraciclina, antibiótico,

Com a realização da Ficha de Diagnóstico, o professor deve averiguar as aprendizagens dos alunos já realizadas sobre números racionais não negativos – operações e propriedades.

(2019) Pretendemos continuar a estudar esses dados com a coordenação de área de matemática da Secretaria Municipal de Educação e, estender a pesquisa aos estudantes do Ensino Médio

libras ou pedagogia com especialização e proficiência em libras 40h 3 Imediato 0821FLET03 FLET Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa. Estudos literários

(A) foi a microalga que proporcionou o maior rendi- mento em ésteres metílicos de ácidos graxos, correspondendo a 422,9 mg de ésteres por grama de biomassa seca, o que é 115% maior