• Nenhum resultado encontrado

Abordagens

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Abordagens"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

Educaçã,o Física

no Ensino Superior

Educação Física rra Escola

Implicações para a Prática Pedagógi ca

cooRDENAçAO

Suraya Cristina Darido

Docente nos Cursos de Graduação e Pós-graduação do Departamento de Educação Física. Coordenadora - LETPEF - I. B. - UNESP - Campus de Rio Claro.

Irene Conceição Andrade Rangel

Docente nos Cursos de Graduação e Pós-graduação do Departamento de Educação Física. Vice-Coordenadora - LETPEF - I. B. - UNESP - Campus de Rio Claro.

EDIToRAS nR sÉnrc

Irene Conceição Andrade Rangel

Suraya Cristina Darido

Docente nos Cursos de Graduação e Pós-graduação do Departamento de Docente nos Cursos de Graduação e Pós-graduação do Departamento de Educação Física Educação Física

Vice-Coordenadora- LETPEF-1. B. -UNESP- Campus de Rio Claro. Coordenadora- LETPEF-I. B. -UNESP- Campus de Rio Claro.

(2)

1.3.1 Psicomotricidade

t

L

Apenas nos últimos anos da década de 1970, a educação psicocinética tornou-se

relevante em alguns programas de Educação Física escolar. Tâmbém conhecida por educação psicomotora ou psicomotricidade, essa proposta foi divulgada inicialmente em Programas de escolas especiais para alunos portadores de deficiência ffsica e mental.

A psicomotricidade é o primeiro movimento mais articulado que surge a partir da década de 1970, em contraposição aos modelos anteriores. Nele, o envolvimento da Educação Física é com o desenvolümento da criança, com o ato de aprender, com os Processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando garantir a formação integral do aluno. Na verdade, essa concepção inaugura uma nova fase de preocupações para o professor de Educação Física, que extrapola os limites biológicos e de rendimento corporal, passando a incluir e valorizar o conhecimento de origem psicológica.

O autor que mais influenciou esse pensamento no nosso país foi o francês Jean Le Bouch. Mesmo antes da tradução das suas primeiras obras, alguns estudiosos tomaram contato com suas idéias em outros países da América Latina, freqüentando cursos e mantendo contatos pessoais. Para a construção das suas idéias, Le Bouch inspirou-se em autores que já tinham uma certa inÍluência na Educação Física ou em outros camPos de estudos. Entre eles podem ser citados os trabalhos de J. Ajuriaguerra, Jean Piaget, P. Vayer, H. Wallon eWinnicott.

Assim, a psicomotricidade defende uma ação educativa que deva ocoïTer a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais, favorecendo a gênese da imagem do corpo, núcleo cenüal da personalidade. A educação psicomotora, na opinião do autor, refere-se à formação de base indispensável a toda criança, seja ela normal ou com problemas, e responde a luna dupla ffnalidade: assegurar o desenvolümento frrn-cional, tendo em conta possibilidades da criança ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se, através do intercâmbio com o ambiente humano (LE BOUCH, 1986).

A perspectiva renovadora da psicomotricidade está na proposição de um modelo peda-gógico fundamentado na interdependência do desenvolúmento motor, cognitivo e afetivo dos indivíduos, bem como na tentativa de justficá-la como um componente curricular imprescindívelà formação das estruturas de base para as tarefas educacionais da escola. O discurso e a prática da Educação Física sob essa inÍluência da psicomotricidade conduz à necessidade do professor se sentir com responsabilidades escolares e pedagógicas. Busca desatrelar sua atuação na escola dos pressupostos da instituição esportiva, valorizando o processo de aprendizagem, e não mais a execução de um gesto técrrico isolado.

(3)

Como seria uma aula pútica na abordagem psicomotricista?

Uma atividade que podeúa ocorrer numa aula nesta perspectiva é uma na qual os professores espalhariam vários arcos no chão.

Em duplas, os alunos deveriam vir conendo e aÍrcmessaÍ uma bola para o companheiro de dentro do arco com a mão direita.

Em seguida, solicitar-se-ia aos alunos que arÍemessassem a bola com a mão esquerda, ainda com os dois pés dentro do arco.

Na mesma üsposição, os alunos seriam estimulados a afiemessaÍ a bola, com um dos pë.s dentro do arco e outrofua, anemessando ora com a mão direita, ora com a mão esquerda.

Deu para Yisualizar esta aula?

Como vocês perceberam, os alunos deviam pensar para executar as tarcJas, e as atividades não tinham ltgações com a prática esportiva, e sim com a melhoúa do conhecimento sobre o própúo corpo.

Tënte lembrar da sua própriaformação naJaculdade de Educação Física, você se lembra de alguma disciplina que tenha discutido os conceitos da psicomotricidade?

O que você achou mais impoftante desta abordagem? @nis são as sucs vanta7ens? Você consegue pensat em outras atividadu ptáticas nesta tendência?

e

(4)

1.3.2 Abordagem desenvolvimentista

O modelo desenvolvimentista foi dirigido inicialmente para crianças de 4 a 14 anos, buscando, nos processos de aprendizagem e desenvolvimento, uma fundamentação para a Educação Física escolar. Segundo seus principais autores (TANI et a\.,1998), é uma tentativa de caracterizar a progÍessão normal do crescimento fïsico, do desenvolvimento fisioÌógico, motor, cognitivo e afetivo-social na aprendizagem motora e, em função dessas características, sugerir aspectos relevantes para a estruturação das aulas.

Os autores dessa abordagem defendem a idéia de que o movimento é o principal meio e fim da Educação Física, garantindo a especificidade do seu objeto. Sua função não é desenvolver capacidades que auxiliem a alfabetização e o pensamento lógico-matemá-tico, embora isso possa ocorrer como um subproduto da prática motora. Além disso, a proposta também não é buscar na Educação Física solução para todos os problemas sociais do País, com discursos genéricos que não dão conta da realidade.

Em suma, uma aula de Educação Física deve privilegiar a aprendizagem do mo-vimento, embora possam estar ocorrendo outras aprendizagens em decorrência da prática das habilidades motoras - um dos conceitos mais importantes dentro dessa abordagem, pois é através delas que os seres humanos se adaptam aos problemas do cotidiano, resolvendo problemas motores. Como as habilidades mudam ao longo da vida, originaram uma importante área de coúecimento: a ârea de Desenvolvimento Motor. Uma outra área também foi estruturada em torno da questão de como os seres humanos aprendem essas habilidades motoras : a ârea da Aprendi zagem Motora.

Para a abordagem desenvolvimentista, a Educação Física deve proporcionar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendo experiências de movimento adequadas às faixas etárias. Foi proposta uma taxionomia Para o desenvolvimento motor: o estabelecimento de uma classificação hierárquica dos movimentos dos seres humanos durante seu ciclo de vida, desde a fase dos movimen-tos fetais, espontâneos e reÍLexos, rudimentares e fundamentais, até a combinação de movimentos fundamentais e culturalmente determinados.

Os conteúdos devem ser desenvolvidos segundo uma ordem de habilidades básicas e específicas. As básicas podem ser classificadas em habilidades locomotoras (por exemplo: andar, correr e saltar), manipulativas (por exemplo: aïTemessar, chutar e rebater) e de estabilização (por exemplo: girar, rolar e realizar posições invertidas), e as específicas são mais inÍluenciadas pela cultura e estão relacionadas à prática do esporte, do jogo, da dança e das atividades industriais.

É sugerido que os professores observem sistematicamente o comportamento dos seus alunos, no sentido de veriÍicar em que fase eles se enconfram, localizar os erros e oferecer informações relevantes Para que os erros sejam superados. Os autores mostram-se preocupados com avalorização do processo de aqúsição de habilidades, evitando o que denominam imediatismo e a busca do produto.

(5)

tl

Há uma tentativa de fazer corresponder o nível de desenvolvimento motor à idade em que o comportamento deve aparecer. por exemplo, aos 7 anos, a criança deve apresentar padrões maduros nas habilidades básicas, ou seja, movimentos executados com qualidade próxima à execução de um adulto. uma das limitações dessa aborda-gem refere-se à pouca importância dada à inÍluência do contexto sociocultural sobre a aquisição das habilidades motoras, e algumas questões ilustram este problema: Será que todas as habilidades apresentam o mesmo nível de complexidade? ou será que chutar, principalmente em função da história cultural do nosso país, não é mais ,i*pi", para os meninos do que a habilidade de rebater? Ensinar a nadar em cidades litorâneas d.rr. ,.. diferente de outras regiões, tanto no que dizrespeito aos objetivos de ensinar e aprender a nadar, quanto às experiências que as crianças têm em relação ao meio líquido?

Como seria uma aula prática na abordagem desenvolümentista?

uma atìvid'ade que poderia ocorreÍ numa aula nesta perspectiva seria a se|uinte:

os proJessores d'ividitiam os alunos em quaúo grupos e cada grupo realizaria uma atividade num lugar especíico' Depois, todos ftocariam as posições (hahitidades ent circuitos). o objetivo da oula seria trabalhar a habilidade de saltar.por exemplo:

- Na ptimeira estação, os alunos setiam estimulados a vir corrend.o e sahar enfte d.uas cordas estendìdas no chão.

- Na segunda estação, sahar um obstácuro que pode ser um banco sueco. - Na tercefua estação, vir correndo e saltar de lado as mesmas cordas. - Na quarta estação, deveriam saltar de costcts entre as cord.as. Deu para visualizar esta oula?

Na vetdade, o imPortante para estct perspectiva é que os alunos não permaneçam

mufto tempo na jla esperando, daí a estratégia de trabalhar em ciÍcuitos.

Oufto aspecto Presente nesta aula é a importância de variar as possibilidad.es de sahar,-frmte, a1o, Iado e costas.

A g o r a é a s u a v e z !

Tënte lembrar da sua própriaformação nafaculdade de Educação Física. Você se lembta de alguma disciplina que tenha discutido os conceitos

da abordagem desenvolümentista? o que você achou mais impoftante desta abordagem? @rais são as suas vantagens?

(6)

I .3.3 Abordagem construtivista-interacionista

A proposta construtivista-interacionista apresenta um discurso cada vez mais presente nos diferentes segmentos do contexto escolar, opondo-se à proposta mecanicista da Educação Fisica, que é caracterizada pela busca do desempenho máximo, de padrões de comportamento, sem considerar as diferenças individuais e as experiências vividas pelos alunos, com o objetivo de selecionar os mais habilidosos para competições es-portivas.

Para compreender essa abordagem, é necessário compreender aspectos do tra-balho deVygotsky e de Jean Piaget. A proposta sociocultural deVygotsky refere-se ao conceito de zona de desenvolvimento proximal. Essa zona é definida como a distância entre o nível de desenvoÌvimento real, que se determina através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas que ocorrem sob a orientação de um adulto ou outro companheiro capaz. O autor afirma que o bom ensino se adianta ao desen-volvimento.

Conforme Piaget, a intenção no construtivismo é a construção do coúecimento a partir da interação do sujeito com o mundo, numa relação que extrapola o simples exercício de ensinar e aprender. Desse modo, coúecer se torna sempre uma ação que implica esquemas de assimilação e acomodação, num processo de constante reorgani-zação (DARIDO,2003).

A abordagem construtivista possibilita maior integração com uma proposta peda-gógica ampla e integrada da Educação Física no início da Educação Básica. Porém, desconsidera a questão da especificidade. Nessa visão, o que pode ocorrer é que con-teúdos que não têm relação com a prática do movimento poderiam ser aceitos, já que os objetivos podem ser pouco relacionados ao corpo e ao movimento. Nesse sentido, o movimento poderia ser um instrumento para facilitar a aprendizagem de conteúdos diretamente ligados ao aspecto cognitivo, como: a aprendizagem da leitura, da escrita, da matemática etc.

O construtivismo na área de Educação Física tem o mérito de considerar o coúeci-mento que o aluno previamente já possui, resgatando sua cultura de jogos e brincadei-ras. A abordagem busca envolver essa cultura no processo de ensino e aprendizagem, aproveitando as brincadeiras de rua, os jogos com regras, as rodas cantadas e outras atividades que compõem o universo cultural dos alunos. Ela representa uma alternativa aos métodos diretivos de ensino, pois o aluno constrói o seu coúecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas.

O jogo tem papel privilegiado nessa proposta, considerado seu principal conteúdo, porque, enquanto joga ou brinca, a criança aprende em um ambiente lúdico e praze-roso. Já a avaliação camiúa no sentido de se evitar punições, com ênfase no processo de auto-avaliação.

(7)

Como seüa uma aula prática na abordagem construtivista?

Uma atividade que poderia oco$er numa aula nest6 PersPectiva seria a seguinte: Os proJessorcs perguntariam para os alunos se eles iá brincaram de amarelinha.

Cada um dos alunos aprcsentaria parc os demais o seu jeito de jogar /brincar a amarelinha. Depois de todos experimantarem as diversasJormas de jogar amarelinha, o proJessor propoúa parc os alunos pensarem em ouftasJormas de brincar de amarelinha. E todos a experìmentariam. O obiaivo daaulaseüarugataïumabrincadeiruimportante daatlturapopular,aparttu do que a aìança já conhece, e propor, a parttu da participação ativa dos alunos, novasJormas de praticar a brincadeira.

Deu para visualizar esta aula?

Na verdade, o impoftante paÍa essa perspectiva é que os alunos bringuem e conheçam o üco pafiì-mônio da humanidade ligado aos jogos e às brincadeitas popularcs.

A g o r a é a s u a v e z !

Tënte lembrar da sua própriaJormação nafaculdade de Educação Física,você se lembra de alguma disciplina que tenha discutido os conceitos da abordagem construtivista?

O que você achou mais importante desta abordagem? @tais são as suas vanta7ens? Você consegue pensar em outras atividades práticas nesta tendência?

(8)

1.3.4 Abordagem crítico-superadora

Essa proposta tem rePresentantes nas principais Universidades do País e apresenta um grande número de publicações na área, especialmente em periódicos especiúzados. A proposta crítico-superadora (SOARES et aL., 1992) utiliza o discurso da justiça social como Ponto de apoio e é baseada no marxismo e neo-marxismo, tendo recebido na Edu-cação Física grande inÍluência dos educadores José Carlos Libâneo e Demerval Saviani. Ela levanta questões de poder, interesse, esforço e contestação. Acredita que qualquer consideração sobre a pedagogia mais apropriada deve versar não somente sobre questões de como ensinar, mas também sobre como elaboramos conhecimentos, valorizandg a questão da contextualnação dos fatos e do resgate histórico. Essa percepção é fimdamental na medida em que possibilitaria a compreensão, por parte do aluno, de que a produção da humanidade exPressa uma determinada fase e que houve mudanças ao longo do tempo.

A perspectiva crítico-superadora tem características específicas. Ela é diagnóstica por-que Pretende ler os dados da realidade, interpretá-los e emitir um juízo de valor. Esse itnzo ê dependente da perspectiva de quem julga. E juücativa porque julga os elementos

da sociedade a partir de uma ética que representa os interesses d.e uma determinada classe social. E também considerada teleológica, pois busca uma direção, dependendo dapers-pectiva de classe de quem reflete. Sua reÍlexão é compreendida como sendo um projeto político-pedagógico. Político porque encamiúapropostas de intervenção em determinada direção e pedagógico no sentido de que possibilita uma reflexão sobre a ação dos seres humanos na realidade, explicitando suas determinações (soARES et al.,1992).

Quanto à seleção de conteúdos para as aulas de Educação Física, os adeptos da abordagem propõem que se considere a relevância social dos conteúd.os, sua contem-poraneidade e sua adequação às características sociais e cognitivas dos alunos. para organização do currículo, ressaltam que é preciso fazer com que o aluno con-fronte os coúecimentos do senso comum com o coúecimento ciendfico, para ampliar o seu acervo de coúecimento. Deve, também, eütar o ensino por etapas e ad.otar a simulta-n9i'i-1dq na elaboração dos conteúdos, ou seja, os mesmos conteúdos d.evem ser traba-. lhados de maneira mais aprofundada ao longo das séries, sem a visão de pré-requisitostraba-. Conforme os autores, a Educação Física é entendida como uma disciplba que trata de um tipo de coúecimento denominado Cultura Corporal que tem como temas: o jogo, a ginástica, a dança, o esPorte e a Capoeira. A avaliação do processo de ensino e apren-dizagem na abordagem crítico-superadora deve ser um momento de reflexão coletiva, envolvendo vários temas: o projeto histórico; as condutas humanas; as próprias práticas avaliativasl as uecisões em conjunto; o tempo necessário para a aprendizagem, que é o tempo pedagógico; a compreensão crítica da reúdade; a ludicidade e a criatividade; os interesses, necessidades e intencionalidades objetivas e subjetivas.

Entretanto, o "tempo pedagogicamente necessário" para essa avaliação criteriosa Parece ser inferior ao tempo pedagogicamente disponível para a própria intervenção dos professores.

(9)

Como seúa uma aula prática na abordagem crítico-superadora?

Está descrito abaixo uma aula queJoi exempl{icada no próprio livro de Soarcs et al. ( I 992), que parece não corresponder exatamente aos prìncipais pressupostos do liwo. Vejamos.

Uma atividade que pod.eria ocofter numa aula nesta perspectiva com base na tematização d.a gi-nástica aÍtística ou olimpica seria a seguinte:

A aula pode ser diadida em trêsfases. Isso não implica romper a solução e continuidaile enfte elas. Na primeiraJase, os obietivos e conteúdos da unidade são discutidos com os alunos buscando as melhoresJormas de estes se organizarem.No caso da ginástica,havefia uma convercação com os alunos sobre asformas de se exercitar para descobrir as possibilidades que cada um tem de executar movimentos artísticos / aeobáticos.

Preparar junto com os alunos os mateÍiais que provocam desequilíbio.

Na segundafase, que toma o maiot tempo disponível, reJere-se a apreensão do conhecimento. No exemplo,poder-se-ia propor aos alunos a exercitação nos mateÍiais recolhidos,buscando: - Em quais mateúais é possívelfazer movimentos com o corpo todo?

- Qrais os movimentos queJacilitam"não cairo, quais os que precipitam a queda? Além de outros. Na terceiraJase, solicitar aos alunos que, em dupl*, demonstrem vários movimentos de eguilíhrio e utilizem a escrita ou o desenho para o rcIato dos exerci.cios de equilíbrio que derum a sensação mais Bostoso. de segurança.

O objetivo da aula, segundo os autotes,setia o depromover aleitura da realidade.Parutanto,deve-se ana-lisar a origem e conhercr o que d*erminou anecessidade do seu ensìno (SOARLS eta7., 1992,p.88).

Deu para visualizar esta aula?

Na verdad.e, o imPortante paru esta perspectiva é a perspectiva histórica, r^t*o no exemplo isso não fique muito evidente.

A g o r a é a s u a v e z !

Tente lembrar da sua púpriaformação naJaculdade de Educação Física, você se lembru d.e alguma disciplina quetenha discutido os conceitos da abordagem aítico-superadorc?

O que você achou mais importante desta abordagem? @Lais são as suas vantagens? Você consegue pensat em outras atividada práticas nesta tendêncie?

(10)

1 .3.5 Abordagem crítico-emancip atúria

A abordagem crítico-emancipatória (KUNZ, l9g+> é um dos desdobramentos da tendência crítica e valoriza a compreensão crítica do mundo, da sociedade e de suas relações, sem a pretensão de transformar esses elementos por meio escolar. Assume a utopia que existe no processo de ensino e aprendizagem, limitado pelas condicionan-tes capitalistas e classistas, e se propõe a aumentar os graus de liberdade do raciocínio crítico e autônomo dos alunos. Do ponto de vista das orientações didáticas, o professor confronta, num primeiro momento, o aluno com a realidade do ensino.

Essa confrontação opressa um processo de questionamento e libertação de condições limitantes e coercitivas impostas pelo sistema social. Esse mesmo sentido expressa-se na contextualiza$o dos temas compreendidos fiela Cultura Corporal: jogo, esporte, ginástica, dança e Capoeira. São esses elementos culturais que constituem os conteúdos p.r" a abord"-gem crítico-emancipatória. Ela propõe que sejam ensinados por meio de uma seqüência de estratégias, denominada"tanscendência de limites", com as seguintes etapas: encena$o, pro-blematização, ampliação e reconsffução coletiva do coúecimento (KUNZ a aI.,l99g).

A encenação consiste na manipulação e exploração direta das possibilidades e proprie-dades dos recursos didáticos, bem como das próprias capaciproprie-dades e possibihaaaes aos alunos no papel de "descobridores" e "inventores" de üferentes estratégias. A encenação pode possibilitar vivências socioemocionais de forma comunicativa e a interpretação de diferentes papéis na forma de dramatização. Essa etapa enfatiza concepções e interesses vinculados ao contexto social e político das manifestações culturais.

A problemaazação consiste no confronto e na discussão das diversas situações de ensino levadas a efeito pela encenação. Deve acontecer em um nível racional de enten-dimento, por meio da linguagem e da ação, não denunciando apenas as contradições e conÍlitos inerentes à realidade, mas oferecendo possibilidades de entendimentos e consensos.

A ampliação consiste no levantamento de diÍiculdades verificadas nas ações, assim como na apresentação de subsídios que ampliem a úsão dos temas vivenciados. Final-mente, a reconstrução coletiva do conhecimento consiste em uma novaatribuição de significado ao conteúdo, utilizdndo análises e discussões das etapas anteriores. Des-tina-se, sobretudo, à emancipação, autonomia e transcendência dos alunos em face do conteúdo trabalhado. Essas estratégias didáticas devem permear todo o processo pedagógico, culminando na auto-avaliação do envolvimento objetivo e subletvo para os alunos.

Kunz defende o ensino crítico, pois é a partir dele que os alunos passam a compre-ender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedad", o,

-"rlo, que formam falsas convicções, interesses e desejos. Assim, a tarefa da Educação crítica é Promover condições Para que essas estruturas autoritárias sejam suspensas e o ensino encaminhado para uma emancipação, possibilitada pelo uso da linguagem, que tem papel importante no agir comunicativo.

(11)

j t

Como seúa uma aula prática na abordagem da saúde renovada?

uma atividade que poderia ocorter numa aula nesta perspectiva seria a seBuinte:

os alunos iniciariam a aula realizando um aquecimento. Em seguida seriam d.ivididos em 4 grupos e cada grupo realizatia uma atividade num lugar especlJico. Depois, tod.os trocaúam as posições. (Duenvolvimento de capacidadesfisìcas em circuitos.) o objetivo da aula seria trabalhar a capa-cidadefisica de rcsistência abdominal.Por exemplo, em cada uma d.as estações de circuito,

os alunos realizariam um tipo ile exercício abdominal,para cada região.

Deu para visualizar esta aula?

Na verdaile, o importante Para esta perspectiva é que os alunos experienciem as d{erenta capaci-dadesfsicas durante as aulas.

A g o r a é a s u a v e z !

Timte lembrar da sua própriaformação naJaculdade de Educação Física, você se lembra de alguma disaplina que tenha d.iscutido os conceitos da abordagem saúd' renovada?

o que você achou mais importante desta úmdagem? @rcis são as suas vantagms? você consegue pensar em outÍas ativid.ades práticas nesta tendência?

(12)

1.3.6 Saúde renovada

IT

A abordagem da saúde renovada tem por paradigma a Aptidão Física relacionada à Saúde g por objetivos: informar, mudar atitudes e promover a prática sistemática de exercícios. Embora seus pressupostos e finalidades sejam semelhantes ao modelo bio-lógico higienista, que promovia a saúde por meio de atividades nas aulas de Educação Física, alguns aspectos distinguem esta proposição mais recente, conferindo-lhe um caráter renovado. Isto se deve principalmente à incorporação de certos princípios à proposta, como o da não-exclusão (BRASIL, 1999).

O objetivo de favorecer a autonomia no gerenciamento da Aptidão Física, a partir desse princípio, deve abranger todos os alunos, e não somente os mais aptos. Desse modo, as estratégias sugeridas para as aulas são atividades físicas não-excludentes. A abordagem considera que um programa de Educação Física escolar como um todo não deve consistir apenas em modalidades esportivas e jogos (NAHAS, 1997).

Outro aspecto desta abordagem é que algumas competências são sugeridas, dire-cionadas a alunos adolescentes, como a temática da Cultura Corporal, além da Apti-dão Física: refletir sobre informações especíÍicas da Cultura Corporal, discernindo e reinterpretando-as em bases científicas, assumindo uma postura autônoma para a otimização da saúde; compreender as diferentes manifestações da Cultura Corporal, reconhecendb e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão; demonstrar autonomia na elaboração de atividades corporais, assim como capacidade para discutir e modiftcar regras, reunindo elementos de várias manifestações de mo-vimento e estabelecendo uma melhor utilização dos coúecimentos elaborados sobre a Cultura Corporal, notadamente com uma preocupação acerca da manutenção e da promoção da saúde (BRASIL, 1999).

Estritamente quanto à Aptidão Física, propõe-se que a Educação Física escolar de-veria: propiciar a elaboração de coúecimentos sobre atiúdade física para o bem-estar e a saúde; estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos; proporcionar oportunidades para a escolha e a prática r"Srl* de atividades que possam ser continuadas após os anos escolares; promover independência na escolha de programas de atividades Íïsicas relacionadas à saúde (NAHAS, 1997). Os testes de Aptidão Física são os instru-mentos recomendados para a avaliação no meio escolar (NAHAS, 2001). Contudo, seu uso deve enfatizar todo o processo, requisitando aos alunos uma auto-avaliação que favoreça a auto-estima em relação ao progresso individual. Para o professor, a avaliação é tida como referencial no acompaúamento do progresso individuaÌ dos alunos.

(13)

j t

Como seúa uma aula prática na abordagem da saúde renovada?

uma atividade que poderia ocorÍer numa aula nes'a perspectiva seüa a seguinte:

os alunos iniciaúam a aula realizando um aquecimento. Em seguida seriam divididos em 4 grupos e cada grupo tealizaria uma ativiilade num lugar especijco. Depois, tod.os trocariam as posições. (Desenvolvimento de capacidadesfisìcas em circuitos.) o obietivo da aula seria trabalhar a capa-cidadefisica de ruistência abdominal.Por exemplo, em caila uma das estações de citcuito, os alunos realizariam um tipo de exercício abdominal, para cada rcgião.

Deu para visualizar esta aula?

Na vetdade, o impottante Paru esta perspectiva é que os alunos experienciem

as dlferentes capaci-dadesfsicas durcnte as aulas.

A g o r a é a s u a v e z !

Tënte lembrat da sua própriaformação naJaculdade de Educação Física, você se lembra de alguma discipfina que tenha discutido os conceitos d.a aborilagem saúde rmovada?

o que você achou mais importante desta úardagem? @aissão as suas vantagans? Você consegue pensat em outras ativìd.ades práticas nesta tendência?

(14)

1.3.7 Parâmetros Curriculares Nacionais

Os PCNs, especialmente os destinados aos dois últimos ciclos do Ensino Fundamen-tal (5.' a 8." séries) indicam uma possibilidade de aproximação ente as abordagens já propostas para o componente curricular Educação Física. Os documentos seguem a LDB, lei n." 9394/96 (BRASIL, 1996), que estabelece, em seu artigo 26.o, os rumos que a Educação Física escolar deve seguir. No parágrafo terceiro, define-se a Educação Física como componente curricular da Educação Básica, cuja oferta deverá estar inte-grada à proposta pedagógica da escola, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, e sendo facultativa nos cursos noturnos.

Conforme Brito (1999), o Conselho Nacional de Educação enfoca os PCNs co-mo: uma proposta curricular dentre outras, uma proposta significativa, porém não obrigatória, e uma alternativa às propostas curriculares dos estados e municípiog. Em análises sobre o processo de elaboração dos PCNs, a qualidade dos documentos para o Ensino Fundamental pareceu aceitável (DARIDO et aI.,2OOl; SANCHES NETO, 2003). De modo geral, são concisos e objetivos, salvo o documento formulado p:ìra os ciclos iniciais do Ensino Fundamental em sua versão preliminar (BRASIL, 1996). Entre os questionamentos aos PCNs, alguns criticam os fundamentos e outros se referem à área específica da Educação Física, por exemplo, a coletânea de textos organizada pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (BRITO, 1999; CBCE, 1997).

Algumas críticas atribuíram um caráter utilitarista aos temas transversais que acomPa-nham os PCNs, acreütando que retiram das matérias curriculares uma ffnaÌidade em si mesmas. Contudo, é necessário compreender que tais temas devem se atrelar às matérias, e não substituí-las (SOUZA, 1998). Na área de Educação Física, aPenas o documento destinado ao Ensino Médio parece relacionar-se a uma tendência tecnicista e utilitária. Isto se deve às relações associativas entre a escolarização e o mercado de trabalho no texto. Nesse segmento, a Educação Física está inserida na área denominada"Linguagens, Códigos e suasTecnologias", assim como a Língua Portuguesa e Estrangeira.

A preocupação com o pleno exercício da cidadania, exPressa nos PCNs, permite considerá-los uma abordagem cidadã para a Educação Física. No documento para o terceiro e quarto ciclos (BRASIL, 1998), é possível perceber essa influência nas ca-racterísticas esperadas da formação dos alunos em cidadãos críticos, destacando-se as seguintes, de acordo com Darido et aI. (2OO1):

. particiação em atividades corporais, adotando atitudes de respeito mútuo, dig-nidade e solidariedade;

. conhecimento, valorização,respeito e apropriação da pluralidade como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis e relacionando-os com os efeitos sobre a saúde individual e coletiva;

. conhecimento acerca da diversidade de padrões de saúde, beleza e desempeúo que permeiam os diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção na cul-tura em que são produzidos e analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia;

. reivindicação, organização e interferência no espaço, sobretudo público, de maneira autônoma, por Ã"*plo, requerendo locais adequados para Promover atividades corporais de lazer.

(15)

l,{+

A abordagem cidarlã propõe-se à construção crítica da cidadania, elaborando ques-tões sociais urgentes nos temas transversais: ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo. Assim, a Educação Física na escola deve promover o princípio da inclusão, com a inserção e integração dos alunos à Cultura Corporal de Movimento, por meio de vivências que problematizem criticamente os conteúdos: jogos, esportes, danças, ginásticas, lutas e coúecimento sobre o corpo.

Além desse princípio, considera-se que a Educação está a serviço de um tipo de cidadania, e que esta compreende a igualdade e a pluralidade. Porém, de acordo com Palma Filho (1998), deve-se notar que a Educação voltada à cidadania é condição ne-cessária mas não suÍïciente para a formação crítica dos alunos. Ela não consiste num fim em si mesma.

Em síntese, a abordagem cidadã teria como valores os direitos democráticos liberais e a meta de construção de uma cidadania crítica. A inserção e a integração dos alunos à Cultura Corporal de Movimento são seus objetivos específicos..Aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais vinculados aos jogos, esportes, danças, ginásticas, lutas e coúecimento sobre o corpo são as dimensões dos conteúdos e as vivências são tidas como estratégias principafs, A partir desse conjunto de objetivos, conteúdos e estra-tégias, a avaliação deveria ser um processo para favorecer a autonomia dos alunos de forma crítica em relação ao próprio processo de ensino e aprendizagem ao qual estão submetidos.

Como seúa uma aula pútica na abordagem dos PCNs?Você consegue imaginar? Uma atividade que poderia ocorÍet numa aula nesta pe$pectiva seria a seguinte:

Os alunos seriam estimulados a jogar voleibol com as regrus antigas (com vantagem) e depois jo-gariam com as novas rcgras.

Em seguida, em {lrupos, discuttuiam o gue acharam das muilanças. O iogoficou melhor ou pior? No jnal da aula, o proJessor poderia tÍazet um pequeno texto que discute a i4fluência da mídia

nas mudanças das regras dos esportes, em particulat do voleibol.

O objetivo da aula seria aprender a jogar voleibol (dimensão procedimental), discutir, conhecer, rflettu e se posicionar sobre a infuência da mídia no voleibol (dìmensão atitudinal e conceitual). Deu para visuahzar esta aula?

A g o r a é a s u a v e z !

Tënte lembrar da sua própriaJormação naJaculdade de Educação Física, você se lembrc de alguma disciplina que tenha discutido os Parâmetros Curriculares Nacionais?

O que você achou mais importante desta abordagem? @Lais são as suas vanta7ens? Você consegue pensaÍ em outras atividades práticas nesta tendência?

Referências

Documentos relacionados

Me parece indispensável, ao procurar falar de tal importância, dizer algo do momento mesmo em que me preparava para aqui estar hoje; dizer algo do processo em que me inseri

Como fatores controláveis têm-se o equipamento de mistura (misturador de eixo vertical e betoneira de eixo inclinado) e a ordem de mistura dos materiais (tradicional e

O trabalho técnico da psicóloga e da terapeuta consiste em conscientizar o casal da necessidade de resolver os problemas familiares dentro da própria família e

A simulação das tensões e deformações em um conjunto osso-prótese após uma artroplastia total de quadril não cimentada realizada fora dos parâmetros ideais, bem como a

Seguro – o Evento e a montadora oficial não serão responsáveis por quaisquer danos, avarias, prejuízos ou furtos de produtos e equipamentos expostos ou materiais empregados

Artigo 48: Nenhum COMPETIDOR poderá participar dos eventos ou das corridas, ou ainda, de qualquer outra parte dos eventos, se tiver instalado no veículo

Não deve haver qualquer fio exposto dentro do habitáculo do piloto de forma a interferir na condução segura do veículo. 17