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2° estágio_RESPONSABILIDADE CIVIL

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Academic year: 2021

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(1)

RESPONSABILIDADE CIVIL

Professor.

Manuel Maria Antunes de

Melo

Especialista em Processo

Civil

Juiz de Direito – 3ª Vara

Cível

(2)

1. Conceito de Responsabilidade Civil

A palavra "responsabilidade", segundo o vocabulário

jurídico origina-se do vocábulo responsável, do verbo

responder, do latim respondere, que tem o significado de

responsabilizar-se, vir garantindo, assegurar, assumir o

pagamento do que se obrigou, ou do ato que praticou.

De Plácido e Silva: “[...] Designa a obrigação de reparar o

dano quando injustamente causado a outrem. Resulta da

ofensa ou da violação de direito, que redunda em dano

ou prejuízo a outrem.”

(3)

2. Introdução à Responsabilidade Civil

2.1. Imputabilidade e responsabilidade:

a) Responsabilidade dos incapazes; b) Responsabilidade

dos menores

2.2. Espécies de responsabilidade:

a) Responsabilidade civil e responsabilidade penal –

Interdependência

(Art. 935 do CCB: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal).

b) Responsabilidade contratual

(Nasce da inexecução de

negócio jurídico bilateral ou unilateral, correspondente a um ilícito contratual)

e responsabilidade extracontratual ou

(4)

2. Cont. Espécies de Resp. Civil

a) Responsabilidade subjetiva

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes) –

teoria do abuso do direito.

b) responsabilidade objetiva

Art. 927 (...) Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa: a) nos casos especificados em lei ou b) quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

(5)

3. Resumo

1. Fundada na teoria da culpa 2. Pressupostos: a) ato danoso; b) culpa; c) nexo de causalidade 3. É sempre delitual.

Art. 186 do CCB: Aquele que,

por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a

outrem, ainda que

exclusivamente moral, comete ato ilícito

”.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 1. Funda-se na teoria do risco 2. Pressupõe: a) Evento danoso b) Nexo de causalidade

3. Pode ter por fonte a

lei, o delito ou

contrato.

Art. 927 (...) Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,

independentemente de culpa: a) nos casos especificados em lei ou b)

quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”

Art. 14 do CDC. O fornecedor de serviços

responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Responsabilidade subjetiva

Responsabilidade objetiva

(6)

3. Resumo

1. Origina-se sempre do delito.

2. Pressupõe: a) ato ilícito; b) culpa e c) nexo de causalidade

3. Tem origem na Lex

Aquilia Damnum.

4. Funda-se na teoria da

culpa “latu sensu” ( =

dolo + culpa stricto sensu = ilícito penal + ilícito civil).

Art. 186 do CCB: Aquele que, por

ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 1. Origina-se do contrato 2. Pressupõe: a) violação da obrigação contratual b) culpa do contratante; c) nexo de causalidade; d) prejuízo ao credor; 3. Admite pacto de atenuação ou exclusão da responsabili-dade. 4. O inadimplemento

pode ser: a) total ou b) parcial (= mora).

Art. 14 do CDC. O fornecedor de serviços

responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos (vide art. 12 do CDC).

Responsabilidade extracontratual

Responsabilidade contratual

(7)

1. Origina-se tanto do ilícito penal quanto do ilícito civil (quase-delito).

2. Não se aplica o princípio da tipicidade, mas uma fórmula

geral (art. 186 e 927 do CCB).

3. A resposta civil (indenização) mede-se pela extensão do dano

(art. 944 do CCB).

4. Admite-se o uso abusivo de um direito (excesso) – art. 187

do CCB

5. Prevê causas de exclusão da ilicitude (art. 188 do CCB)

Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no

exercício regular de um direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa

alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente

1. Origina-se sempre do ilícito penal

2. Rege-se pelo princípio da tipicidade.

3. A resposta penal (pena) tem por base o grau de culpa ou a intensidade do dolo.

4. O princípio geral é o da independência das instâncias civil e penal 5. Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito

Responsabilidade civil Responsabilidade

(8)

Art. 63 - Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a

execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros (Título Executivo Judicial – art. 475-N, inc. II do CPC: Liquidação de sentença: Art. 475-C, inc. II, do CPC).

Art. 64 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.

Parágrafo único - Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o

curso desta, até o julgamento definitivo daquela. Pelo prazo máximo de 1 ano (art. 265, inc. V, letra “a” e § 5º, do CPC).

Art. 65 - Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Art. 66 - Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá

ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.

Art. 67 - Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:

I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;

III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.

Art. 68 - Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (Art. 32, §§ 1º e 2º), a

execução da sentença condenatória (Art. 63) ou a ação civil (Art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.

(9)

4. Elementos da Responsabilidade Civil

a) AÇÃO

Ato humano, comissivo ou omissivo, lícito ou

ilícito, do próprio agente ou de terceiro, ou o

fato de anima ou coisa inanimada,

que cause

dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os

direitos do lesado.

b) DANO

Não pode haver responsabilidade civil sem dano certo, a um bem ou interesse jurídico do ofendido. O dano

consiste na diminuição ou na destruição de um bem jurídico do ofendido, material ou simplesmente moral. O dano moral é o dano extrapatrimonial ou

imaterial. O dano material compreende os danos emergentes e os lucros cessantes (art. 402 do CCB).

(10)

c) NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O

DANO

E

AÇÃO

Consiste no vínculo, no liame ou na relação de causa e efeito existente entre a ação e o dano, sem o qual a responsabilidade civil não se caracteriza.

c1. Rompimento do nexo causal: Não haverá dever de indenizar quando o evento danoso decorrer de: a) caso fortuito, b) força maior e c) culpa exclusiva da vítima.

(11)

Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto Teoria da Culpa Teoria do risco Direto ou Indireto NEXO DE CAUSALIDADETeoria da CulpaTeoria do riscoDireto ou IndiretoTeoria da CulpaTeoria do riscoDireto ou IndiretoTeoria da CulpaTeoria do riscoDireto ou IndiretoTeoria da CulpaTeoria do riscoDireto ou Indireto

(12)

RESPONSABILIDADE PENAL x RESPONSABILIDADE CIVIL a) REGRA GERAL: INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS

Art. 935 do CCB: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.

b) EXCEÇÃO: VINCULAÇÃO OU NÃO DO JUÍZO CÍVEL PELA DECISÃO CRIMINAL

I – CASOS DE VINCULAÇÃO

a) Sentença penal condenatória transitada em julgado (art. 475-N, nº II, do CPC c/c o art. 63 do CPP);

b) Absolvição penal por inexistência material do fato

(art. 935 do CCB c/c o arts. 66 e 386, inc. I, do CPP); c) Absolvição penal por negativa de autoria de

autoria (art. 935 do CCB).

d) Absolvição penal por excludente da ilicitude ou da antijuridicidade (estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito (art. 65 do CPP).

(13)

Cont... Responsabilidade penal x responsabilidade civil

II – CASOS DE

NÃO

VINCULAÇÃO

a) Absolvição por falta de provas da autoria ou da materialidade (art. 386, incs. II e IV, do CPP).

b) Absolvição pela atipicidade do fato

c) Absolvição pela extinção da punibilidade

(art. 107 do Código Penal e 67 e 386, inc. V do CPP):

I - Morte do agente

II – Anistia, graça ou indulto III – Abolitio criminis

IV – Prescrição, decadência e perempção;

V – Renúncia (queixa) perdão do ofendido;

VI – Retração do agente VII – Perdão judicial

(14)

QUANTIFICAÇÃO DO DANO

a) DANO MATERIAL: DANOS EMERGENTES E LUCROS CESSANTES

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as

perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.

a) Danos EMERGENTES: Diminuição patrimonial EFETIVA – Despesas

efetivamente realizadas: Se comprovam, em regra, com notas fiscais, recibos de pagamentos, comprovantes de depósitos bancários, etc.

b) Lucros CESSANTES: Frustração da expectativa de LUCRO – Depende de

perícia judicial em processo de LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (art. 475-A do CPC).

LIQUIDAÇÃO DOS DANOS: Expressão monetária do dano

C R IT ÉR IO S O B JE TI V O S

b) DANOS MORAL E ESTÉTICO

CRITÉRIO SUBJETIVO:

Prudente arbítrio do juiz Variáveis

- Grau de culpa /intensidade do dolo - Extensão do dano

- Contribuição da vítima

-Condição econômica das partes - Minoração das consequências do

(15)

EXCLUDENTES DA ILICITUDE

a)Legítima defesa (art. 25 do Código Penal)

b)Estado de necessidade (art. 24 do Código

Penal)

c) Exercício

regula

r de um direito

d)Estrito

cumprimento do dever legal

ROMPIMENTO DO NEXO DE CAUSALIDADE

e) Caso fortuito:

Greve, motim, guerra, incêndio, etc.

f) Força maior: Act of God: Evento da natureza:

raio, inundação, terremoto, tsunami, catástrofes

naturais.

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Art. 188 do CCB:.Não constituem atos ilícitos

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um

direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente (Estado de necessidade).

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não

excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR: EVENTO IMPREVISÍVEL E

IRRESTÍVEL/INVENCÍVEL: QUE ESTÁ FORA DO ALCANDE DO PODER HUMANO.

Art. 393 do CCB:. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de

caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato

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ESTADO DE NECESSIDADE: REGRAS ESPECÍFICAS: CCB

Art. 929. Se nem o ofendido nem o dono da coisa forem culpados

do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.

Art. 930. Se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá

o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.

Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em

defesa de quem se causou o dano.

CULPA CONCORRENTE DA VÍTIMA

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o

evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em

conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor

do dano.

Referências

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