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Da pesca e outras artes: memórias de Antônio de Gastão

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(1)

DA PESCA E OUTRAS ARTES: MEMÓRIAS DE ANTÔNIO DE GASTÃO

Ricardo Gomes Lima

Dissertação apresentada como re­ quisito parcial para a obtenção do.grau de mestre no curso de mes trado em História da Arte, pós= graduação em Artes Visuais, Área de Antropologia da Arte, da Esco­ la de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro Agosto/1993

(2)

Da pesca e outras artes: mem

ó

rias de Antonio de Gast

ã

o

Ricardo Gomes Lima

Tese submetida ao corpo docente da Escola

de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos

necess

á

rios

à

obten

çã

o do grau de mestre

.

requisitos

Aprovada por

Profã Maria Helo

í

sa F

é

nelon Costa

(

Presidente)

Profâ Berta eizer Ribeiro

A

ã

A

Profâ Sonia Gomes Pereira

Rio de Janeiro

(3)

Para Vera, Bárbara e Rodrigo

Partes de minha vida, pedaços de mim.

Em vocês está meu alento.

(4)

AGRADECIMENTOS

Construir esta disserta

çã

o implicou ang

ú

stias e esperan

ç as, inseguranças e certezas, obst

á

culos, descobertas e dividas

.

Dividas que tenho com rela

çã

o

à

queles que durante esse tempo me acompanharam, incentivando, esclarecendo , instigando , cri ^ solid

á

rias, ticando

,

ajudando

-

me a tecer, com palavras amigas e

uma rede que, hoje, estendo para agradecer, com muito carinho, a

todos esses amigos com a certeza de que jamais quitarei totalmen

-te minha d

í

vida

.

Às professoras Maria Helo

í

sa F

é

nelon Costa e Berta Glei_

zer Ribeiro , orientadora e co

-

orientadora deste trabalho, respec

-tivamente , pelos ensinamentos que me foram generosamente ofereci

-dos n

ã

o s

ó

durante o curso de mestrado, mas ao longo do tempo

que fui aprendendo a ser um pesquisador da realidade social

.

À professora Sonia Gomes Pereira, atual coordenadora do curso , pelo incentivo e disposi

çã

o ao di

á

logo intelectual, a

des-peito das diferenç as das disciplinas acad

ê

micas a que nos dedica

-em

mos

.

Aos demais professores do mestrado e a Myriam Lins

Barros, professora do Centro Interdisciplinar de Estudos

por

â

neos (CIEC/UFRJ ) pela acolhida em seus cursos e pela constan-te instiga

çã

o intelectual

.

A

Suely, secret

á

ria do mestrado, e colegas com quem ti

-ve o privil

é

gio de conviver, especialmente F

á

tima Regina do Nasc_i mento, Clara

Emilia

Monteiro de Barros e Hamilton Botelho

de

Contem

-Malha

-no

.

Ao Instituto Brasileiro de Arte e Cultura (IBAC /FUNAR

-TE

), institui

çã

o onde atuo profissionalmente e que tornou

s

í

veis o trabalho de campo e a freq

üê

ncia aos cursos do mestrado

.

Em

especial a Solange Zuniga, diretora do Departamento de Pesqui

-sa e Documenta

çã

o do IBAC, cujo empenho me garantiu uma

(5)

de dois meses para reda

çã

o desta disserta

çã

o

.

A todos

os

colegas do Instituto Nacional do Folclore

/FU

NARTE

, atual Coordena

çã

o

de Folclore e Cultura Popular

/

IBAC pelo

conv

í

vio di

á

rio

e

apoio

em

todas as fases deste trabalho

.

Em

espe

_

ciai, Claudia Mareia Ferreira, Elizabeth

Travassos

, Maria Viveiros de

Castro

e Regina Maria do

Rego

Monteiro de Abreu leram partes dos manuscritos e foram interlocutores

desse empreendimento

.

A

Marisa Cólnago pela datilografia e organiza

çã

o das re

fer

ê

ncias bibliogr

á

ficas, assim como a Maria Helena Torres, pelo trabalho de revis

ã

o do texto e da datilografia

.

De modo especial quero registrar minha d

í

vida para com

Luis Ricardo Prado de Oliveira, mais do que meu analista, um ami

-go a quem

recorro

na

certeza

do devido apoio

.

Laura que permanentes

(6)

Este trabalho discute a quest

ã

o da arte popular,

meio da an

á

lise de um caso espec

í

fico: Ant

ô

nio de Gast

ã

o , artista por

de Cabo Frio

.

Busca perceber o sentido que a arte tem para

artista, qual seu significado e conte

ú

do expressivo

.

Por desdobra mento, coloca uma outra quest

ã

o: a arte popular enquanto um

cesso consciente de elabora

çã

o, estabelecendo um di

á

logo com auto raanifes -esse

pro

-res, que situam as expressões populares em oposição as

ta

çõ

es de cunho erudito, apenas estas

ú

ltimas sendo vistas resultantes de atos intencionais de cria

çã

o

.

Ao contr

á

rio, o que constata

é

que a arte em Ant

ô

nio de

Gast

ã

o

é

parte de um todo, um projeto que o artista conscientemen te construiu, a partir das tens

õ

es decorrentes das transforma

çõ

es sociais que desarticulam e rearticulam seu contexto social

.

(7)

ABSTRACT

This work intends to discuss popular art , by analysing an specific case: Antonio de Gast

ã

o

,

an artist from Cabo Frio

.

It tries to catch what sense does art mean to him, what

contains and expresses

.

By devellopment, it broaches another ques

tion: popular art as a conscient working-out process, by

blishing a dialogue with authors who, placing popular expressions

in opposition to erudite manifestations, consider only the

ones as a result of an intentional creative act

.

On the contrary, we find out that art, for Antonio

Gast

ã

o, is part of a whole, indivisible

;

a project

built by the artist, whose starting

-

point seems to be the

sions caused by social changes that disconnect and connect again his social

context

.

art his esta-last de consciently ten

(8)

APRESENTAÇÃO CAPÍ

TULO

I 4

METODOLOGIA

CAPÍTULO II

ANT

ÔNIO DE GASTÃO:

hist

ó

ria de vida, hist

ó

ria da arte 1 5

CAPÍTULO III

ARTE POPULAR:

2 8

a intencionalidade da criaç ao

3 1

Arte popular: uma categoria reversa

Uma arte espont

â

nea? 3 4

Ant

ô

nio de Gast

ã

o e as artes 4 0

CAPÍ

TULO IV

IDENTIDADE

E PESSOA 5 3

Pessoa

-

uma categoria em processo 5 3

A concep

çã

o de humanidade e a no

çã

o de pessoa em Ant

ô

nio

.

5 6

A prop

ó

sito de nomes 6 4

A prop

ó

sito do pertencimento a um grupo definido 6 6

CAPÍTULO V

MEM

ÓRIAS DO ESPAÇ O 8 0

Espaço: uma categoria coletiva de pensamento 8 0

(9)

Espaç o: no

çã

o fundamental no processo da memoria 86 Cabo Frio: a

reconstru

çã

o de um espaç o 88

103 0 espaço da memoria CONCLUS

Ã

O 1 1 2 115 BIBLIOGRAFIA ANEXOS

(10)

APRESENTA

ÇÃ

O

Varias s

ã

o as maneiras pelas quais a arte

é

abordada em

diferentes trabalhos que se dedicam a investig

á

-

la

.

Uma delas

se

-para

as

express

õ

es

art

í

sticas

,

localizando

-

as em universos

renciados,

como

se fossem constitu

í

das por

"

naturezas

"

distintas

.

S

ã

o

as artes

eruditas e as populares

.

Este

trabalho se prop

õ

e a discorrer sobre essa maneira

de classificar as artes, detendo

-

se especialmente na reflex

ã

o

so

-bre o que se convencionou denominar

"

arte

popular

"

.

Para isso, t

£

mo como

campo de

an

á

lise e reflex

ã

o a produ

çã

o de um unico indiv

í

_

duo

-

Ant

ô

nio de Gast

ã

o

-

com o objetivo de verificar como,

nesse

caso espec

í

fico , a quest

ã

o pode ser observada

.

Partindo do pressuposto de que o entendimento do social

é

resultado das rela

çõ

es

que

o

pesquisador estabelece no decorrer

do trabalho de campo, bem

como

do

aparato

metodol

ó

gico de que

se

serve

para

construir

seu

objeto de pesquisa, abordo

, no

primeiro cap

í

tulo , quest

õ

es de

natureza

metodol

ó

gica

que

envolvem

a

cons

-tru

çã

o de

meu

objeto e procuro relatar

como

o trabalho de

foi realizado em

suas

diferentes fases

.

A

seguir, no cap

í

tulo dois, relato a hist

ó

ria de vida de Ant

ô

nio de Gast

ã

o, fortemente marcada pelas viv

ê

ncias no mar e

na restinga, bem como pelas rela

çõ

es familiares, de vizinhança e amizade

.

Destaco

a

í

os primeiros

contatos

de

Ant

ô

nio com o uni

-verso

por

n

ó

s

convencionado

como

da arte

:

a m

ú

sica, o

canto

,

poesia, as

artes

pl

á

sticas e

o teatro

, revelando

como esses

dife

-rentes

"

g

ê

neros

"

art

í

sticos

v

ã

o se incorporando a sua vida

à

medi

_

da que sua pr

ó

pria hist

ó

ria se constr

ó

i

.

No

cap

í

tulo

tr

ê

s,

desenvolvo

,

em

maior profundidade , o

enunciado inicialmente colocado

.

Nele, a partir do di

á

logo com

aJL

guns autores da hist

ó

ria da

arte

, procuro problematizar a no

çã

o de

arte

popular, tal

como

apresentada por

esses

autores

como

contraponto

de

suas

afirma

çõ

es

a cr

í

tica antropol

ó

gica

dif

e

-campo

a

tomando de

(11)

2

Luis Felipe Baeta Neves,

Gast

ã

o

.

a que se soma o discurso de Antonio de

Baseando

-

me em

autores como

Marcel Mauss, Louis Dumont e Roberto DaMatta, no cap

í

tulo quatro, trato da constru

çã

o das no

çõ

es de indiv

í

duo e pessoa e da maneira como essas categorias se revelam centrais para o entendimento da no

çã

o de arte em Ant

ô

nio

de Gast

ã

o

.

Definidoras de sua identidade, elas tamb

é

m nos infor

-mam sobre as raz

õ

es pelas quais esse pescador se dedica intencio

-nalmente a express

õ

es art

í

sticas diversas

.

Na medida em que o artista define sua obra como resul -tado do passado, fruto dos tempos de inf

â

ncia e adolesc

ê

ncia vivi

dos em Cabo Frio, o cap

í

tulo cinco

é

um estudo sobre desse espaç o

.

Para isso, est

á

estruturado em partes: na

memórias

primei

-ra, procuro discutir a categoria espaço, tal como postulada pela

escola sociol

ó

gica francesa, tendo como seus principais articula

-dores Emile Durkheim e Marcel Mauss. A seguir, valho

-

me da psico

-logia social para, por meio das formula

çõ

es de Henri Bergson

Maurice Halbwachs, explorar o conte

ú

do social da categoria memo

-ria

.

Ambas as categorias e as discuss

õ

es que suscitam inserem

-

se no campo da teoria do conhecimento

.

É ela que d

á

unidade a

primeira parte do cap

í

tulo

.

Em seguida, embasado nesse instrumental te

ó

rico , busco

analisar o discurso de Ant

ô

nio de Gast

ã

o

.

Meu objetivo, nessa se

-gunda parte ,

é

o di

á

logo com os dados emp

í

ricos coletados em cam

-po e sua interpreta

çã

o a partir dos postulados discutidos

.

Para

finalizar e de acordo com a tradi

çã

o

aqui adotada, discuto a fun

çã

o social da mem

ó

ria ou, em

palavras, o espaç o da mem

ó

ria em nossa sociedade

.

Em suma, ao longo do trabalho, procuro lidar com a no

-çã

o de arte popular, dando

-

lhe concretude, isto

é

, situando

-

a num contexto social espec

í

fico

.

Ao longo dos cap

í

tulos perpassa

e

essa

sociol

ó

gica outras

um

fio que informa sobre quem faz, o que faz, como faz, por que faz, tr

ê

s

(12)

eixos b

á

sicos: a quest

ã

o da arte popular em si, os preconceitos e as dificuldades da operacionaliza

çã

o

do conceito

;

as

no

çõ

es

de in div

í

duo e pessoa e sua import

â

ncia para o estabelecimento da

dentidade do sujeito e de sua constitui

çã

o como artista; e a memo ria e o espaç o enquanto condicionantes da obra que o artista rea-liza

.

(13)

-CAPÍ

TULO I METODOLOGIA

Quando

,

em 1984, foi realizada a exposição

"

Artistas da Regi

ã

o dos Lagos

"

,

na Sala do Artista Popular

,

do Instituto Nacio nal do Folclore

/FUNARTE, o cat

á

logo da

mostra

trazia

um

depoimen

-to de Ant

ô

nio de Gast

ã

o que revelava seu desejo de escrever um l_i

vro sobre a hist

ó

ria de Cabo Frio

,

cidade onde morava

.

A

leitura daquele pequeno texto me fez perceber tratar

-

se de um artista que

1

havia optado pela carreira de guardiao da

tarde utilizado por Myriam Lins de Barros para referir-se a deter minados membros de grupos familiares que se destinam a colecionar hist

ó

rias, fotografias e outros objetos emblem

á

ticos

constituindo

,

assim

,

a mem

ó

ria familiar

(

LINS

DE BARROS ,

1987 1989

)

.

memoria,

termo

mais

do grupo

,

e

No caso

de

Ant

ô

nio o discurso

e

os objetos de

arte

pro embora n

ã

o referidos a sua fam

í

lia, apontavam una propos duzidos

ta de registro do passado aliada a uma forte preocupa

çã

o com

quest

ã

o social e ecol

ó

gica de Cabo Frio

.

Tratava

-se

, mesmo

, de um guardi

ã

o

.

Imediatamente, ocorreu-me que o projeto

"

0 Artista Popu lar e seu Meio

"

, pelo qual era respons

á

vel, enquanto chefe da Un_i

dade de Antropologia do

Museu

de Folclore Edison Carneiro daquela Institui

çã

o, poderia ser o canal ideal para a realiza

çã

o dos

seios do artista

.

a

an

-Esse projeto, concebido em 1982 por Lelia Gontijo

res

e Dinah Guimaraens

,

propiciara a publica

çã

o

, em

1983

,

do

vro

0 Mundo Encantado de Ant

ô

nio de Oliveira que

,

ao abordar a o -Soa

-li

-bra desse escultor popular mineiro

,

patenteava a estreita vincula

çã

o existente entre os objetos por ele criados e seu universo so

-cial

.

Sua obra era um testemunho da realidade

,

retratava-se

-

~

2

mesmo tempo em que revelava o ethos e a visão de mundo

artista

.

ao

daquele

(14)

tendo por objetivo pesquisar e divulgar o trabalho de artistas po pulares e que se caracterizava primordialmente por oferecer

si

ã

o para que o pr

ó

prio artista expressasse

seus

valores

,

pretando sua obra e seu meio social

.

Assim, no per

í

odo de 1985 a 1988, dediquei

-

me a ouvir e registrar em fita

cassete

os depoimentos de Antonio de

Gast

ã

o,ten do em vista a publica

çã

o de um livro

.

A

Os relatos em sua maioria foram coletados na residência do artista

.

Outros advieram das caminhadas ao longo das praias, na restinga e pelas ruas da cidade

.

A

coleta desse material requereu cumplicidade entre pes quisador

e

informante, situa

çã

o ideal para

o

bom resultado

qualquer pesquisa de campo

.

N

ã

o foi um dado que se

a priori

,

mas teve que

ser

constru

í

do

,

pouco a pouco, na que o projeto

era

realizado

e

nossa

rela

çã

o se

consolidava,

admitir que o grau de intimidade e confiabilidade necess

á

rias para que o trabalho flu

í

sse n

ã

o foi uma tarefa dif

í

cil de

ser

empreen-dida

. v

á

rios fatores contribu

í

ram para isso

.

0 of

í

cio antropol

ó

gico, centrado fundamentalmente pesquisa de campo, tem, ao longo dos

anos,

me

auxiliado a

as barreiras que podem surgir ao

se

defrontarem indiv

í

duos com es tilos de vida e vis

õ

es

de mundo diferentes

, no caso

, o pesquisador e seu informante

.

Imp

õ

e

-

se

à

quele diminuir a import

â

ncia dos valo res sociais de

seu

pr

ó

prio grupo enquanto refer

ê

ncia para o traba oca

- inter-de apresentasse medida

Devo

na evitar

lho de pesquisa e

,

pela compreensão da visão do mundo do grupo pejs

quisado

,

relativizar

a

dist

â

ncia social que o separa do

"

outro

"

.

Tal fato assume relev

â

ncia ainda maior ao lembrar que a pesquisa antropol

ó

gica tem

sua

particularidade marcada pela meto

-dologia que emprega, e

, nesse

sentido o trabalho de campo e pri

-mordial, distinguindo mesmo a d

é

marche da antropologia das demais

ciências sociais (cf

.

COPANS, 1974)

.

Em outras palavras

,

a pesqui.

sa

é

fruto da rela

çã

o que se estabelece entre pesquisador e obser vado

,

cabendo

à

quele

ter

sempre presente a especificidade dessa

(15)

6

rela

çã

o para que possa controlar seus efeitos

.

Assim,

é

especial o momento de estabelecimento dos pri

-contatos

com o

grupo

ao qual

se

prop

õ

e a realiza

çã

o da pes

quisa

.

S

ã

o sabidamente conhecidos a import

â

ncia da entrada em cam

po e o cuidado que se deve

ter ao

dar in

í

cio a uma rela

çã

o que se pretende estreita com

os

informantes

(cf

.

BENJAMIN

, 1953)

.

À

s

ve

-zes, esse momento pode mesmo comprometer todo o empreendimento ou, pelo

menos

,

ser

respons

á

vel por imponder

á

veis que

v

ã

o

surgindo ao longo do processo de pesquisa e que obrigam a rever a relaç

ao

e

,

conseqüentemente, os dados at

é

ent

ã

o recolhidos

.

Nesse sentido

,

a escolha do mediador torna

-

se

dial

.

No

presente caso

,

esse papel foi assumido por uma pessoa de meiros

primor

-minhas rela

çõ

es que

,

saida do Rio de Janeiro, ha alguns anos resi^

3

"

animador cultural

"

.

dia em Cabo Frio, onde era um

No desempenho de sua fun

çã

o

,

em

contato

com Antonio Gast

ã

o

,

essa pessoa havia estabelecido uma forte rela

çã

o de amiza de

.

Fora

ela a respons

á

vel pela

coleta e

organiza

çã

o

de

Cabo em

Frio, dos objetos que integraram a exposição da Sala do Popular a que j

á

fiz refer

ê

ncia, tendo sido mesmo a

texto do cat

á

logo da mostra onde, inicialmente , li sobre

Ant

ô

nio

.

Amena Mayall n

ã

o s

ó

foi mediadora nos primeiros contatos que

a ter com o artista

,

como

tamb

é

m tornou

-

se colaboradora

í

mpar nos

primeiros meses da pesquisa

.

Desde o princ

í

pio

,

incorporou-se

equipe do projeto , recolhendo ela mesma parte dos depoimentos

.

A

elabora

çã

o do livro significava a realiza

çã

o

4

M A

antigo projeto idealizado pelos dois

.

Na

vis

ão de

Antonio

,

execu

çã

o devia

-

se ao empenho da pessoa amiga que, aliando poder

à

rede de rela

çõ

es no Rio de Janeiro, lhe estava dando

Em parte, ele tinha raz

ã

o

.

Fora Amena Mayall o contato e a media

-ção

.

Esse fato fez-me subordinado nos primeiros meses da pesquisa

.

Para Ant

ô

nio, eu era o

"

instrumento

"

na

execu

çã

o do projeto,

v

á

rias ocasi

õ

es, quando lhe sugeria um

tema

para grava

çã

o , nio me dizia: Artista autora do vim a de um

sua

concretude

.

Em Ant

ô

(16)

-7

- ,

- Isso nao precisa gravar. Amena ja sabe.

Essa situação em momento algum chegou a prejudicar a r�

lação de pesquisa, uma vez que, tão logo percebida, foi profund�

mente discutida com a outra pesquisadora. Se, por um lado, o alto

grau de confiança e amizade que existia entre Antônio e Amera era

fator importante para a gravação dos �epoimentos, por outro,o mes

mo grau de confiança e arüzade existia entre ela e eu, possibili­

tando a troca de impressões, o dimensionamento de tarefas e a con

dução da pesquisa.

,

No entanto, apos um ano, Amena Mayall veio a falecer.

Sua morte representou um momento crucial para o projeto,colocando

em risco sua continuidade. Procurei Antônio e vi o quanto estava

abatido. Parte do sonho havia sido desfeito. Após muito conversar,

a hesitação inicial que o levava naquele momento a querer abando­

nar o projeto se diluiu, e ele se dispôs a prosseguir, em homena

'

gem a amiga. Como disse, "Amena. Ela foi o começo de vida da

gen-te e ainda é o começo. Não gen-tem ninguém como ela aqui não. Ela

ar-rastou esses artistas todos lá do meio do mato". A partir de

en-tão, nossa relação se modificou, assentando-se em outras

bases.

Uma comunidade afetiva (HALBWACHS, 1990) foi se construindo entre

nós. A ausência, agora, do mediador fez com que

redefiníssemos

nossas posiçoes. Aos poucos, minha identidade foi sendo transfor­

mada. No inicio, eu era o professor chamado por Amena para ajudar

no livro. A seguir, transformei-me em Ricardo, professor do

Rio

de Janeiro e que, trabalhando num museu, fazia pesquisa e regis­

trava as "coisas importantes do passado", o que denotava a trans­

formação de minha imagem.

As categorias professor e pesquisador revelam-se

apro-priadas a minha inserção na visão de mundo de Antônio.

Lidando

com informantes em pesquisas de campo, explicar o que e antropol�

gia e a maneira de atuar de um antropólogo

é

um

empreendimento

em que, nas vezes em que o tentei, raramente fui bem-sucedido.

(17)

"fecha-8

do

"

,

do tipo que pressup

õ

e defini

çã

o expl

í

cita de metodologia, hi p

ó

teses de trabalho

,

cronograma f

í

sico e financeiro, etc.

de uma situa

çã

o em que os recursos or

ç

ament

á

rios institucionais

-pelo

menos

para aquele ano

- estavam

relativamente assegurados

.

A a dura

çã

o da pesquisa tamb

é

m n

ã

o. constava de meu quadro de preocu

pa

çõ

es

.

0 trabalho

deveria

durar o tempo que fosse necess

á

rio

sua

realiza

çã

o

, o que s

ó

a

pr

ó

pria pesquisa de campo seria de definir

.

Metodologicamente

,

estava preparado para aplicar

t

é

cnicas consagradas pela antropologia, principalmente a observa

- entrevis-Partia

a capaz as

ç ao da realidade, o registro dos fatos e a gravaçao de

tas informais baseadas

,

inicialmente, em

tem

á

ticas amplas que po

-deriam, com o desenrolar da pr

ó

pria pesquisa e na medida em que se revelassem relevantes

,

vir a ser cada vez mais verticalizadas

.

N

ã

o fiz uso de question

á

rio previamente elaborado

.

Em vez da cons

tru

çã

o a priori de

um

objeto

,

tinha quest

õ

es

que pretendia inves

-tigar

.

Era

meu interesse entender que rela

çã

o havia

entre

os obje tos que Antonio produzia e sua vida

.

Por que um pescador aposenta

ani

-tantos

do usava seu tempo para esculpir barcos, passaros e outros

mais? Por que

,

na condi

çã

o de aposentado, n

ã

o fazia

como

outros,

retiravando

-

se do

"

cen

á

rio social

"

e passando a

"

viver pa

ra

a fam

í

lia

"

,

express

ã

o muitas vezes ouvida em refer

ê

ncia

aos

in div

í

duos da terceira idade? Por que falava tanto no passado

mesmo tempo em que se dedicava

à

milit

â

ncia em prol da ecologia,a ponto de se tornar conhecido em toda a cidade? Eram quest

õ

es des

-se tipo que

eu

ent

ã

o formulava

.

Assim

,

iniciei a pesquisa

.

Essas

primeiras indaga

çõ

es traziam , embutidas nelas mes mas

,

preocupa

çõ

es com quest

õ

es mais amplas

,

como a rela

çã

o entre arte e sociedade

,

trabalho e lazer

,

tempo e espaç o , que, devo ad

-mitir, nem sempre eram percebidas claramente por mim

.

Na

em que delas fui tomando consci

ê

ncia, pude formul

á

-

las de forma cient

í

fica, e

,

assim, construir meu objeto de pesquisa

.

Essas te

-m

á

ticas instigavam-me

,

fazendo

com

que recorresse a teorias

me auxiliassem na compreens

ã

o da realidade com que estava lidando

.

ao

medida

(18)

Por

um lado , os dados que coletava em campo se impunham

,

exigindo que eu procurasse respaldo te

ó

rico para interpret

á

-los

.

Por

a pr

ó

pria compreens

ã

o te

ó

rica levantava quest

õ

es que

eu

bus

-cava investigar

.

Durante

parte do trabalho de campo, senti

-

me per dido com o material de que dispunha

.

Os

relatos de Antonio que

se

referiam

ao

passado de

Ca

-bo Frio revelavam

-

se imperme

á

veis

à

observa

çã

o

.

Eu

me

na d

é

cada de 1980, ouvindo sobre acontecimentos havidos em per

í

o

-dos distantes no tempo

.

Resolvi , assim, recorrer a fontes biblio

-ou

-tro

,

encontrava

gr

á

ficas para melhor

,

no meu ponto de vista de ent

ã

o , compreender

Ao 1 er sobre a hist

ó

-o discurso que estava ouvindo

.

Mero engano

.

ria de Cabo Frio, consultando os

autores

que a escreveram

, se ,

por

encontrava

concord

â

ncia

entre

a

narrativa de Antonio um lado

,

as interpreta

çõ

es da historiografia local

,

por outro lado, fatos havia que

n

ã

o correspondiam

à

realidade

.

Pelo menos

à

descrita por

esses autores

e que

era

,

at

é

ent

ã

o

, paradigm

á

tica pa

ra

mim

.

Como interpretar o fato de

Ant

ô

nio se referir a ocorr

ê

n -cias que dizia haver vivenciado na primeira inf

â

ncia e descobrir, e

realidade

nas

"

fontes oficiais

"

da hist

ó

ria, que aqueles acontecimentos ha -viam ocorrido em data anterior a seu nascimento? Como

seus relatos sobre fatos

com

ele acontecidos quando era ainda um bebe, contados a mim como sendo produto de

sua

mem

ó

ria

dual? Essas constata

çõ

es me levaram naqueles momentos a um impas

-se: ou

eu admitia estar lidando com um indiv

í

duo especial, capaz

entender

indivi

-de transpor barreiras -de tempo e vivenciar uma realidade

tal e que tamb

é

m fosse possuidor de um c

é

rebro privilegiado, onde

se

armazenavam suas viv

ê

ncias desde a mais terna idade, ou eu te

-ria que o considerar uma farsa

.

As

duas possibilidades implicavam o comprometimento da continuidade do projeto

.

A

d

ú

vida

pre-na

-acompa -nhou-me algum tempo

.

No entanto

,

j

ã

naquele

momento,

havia se es-tabelecido uma afinidade entre n

ó

s, de modo que nenhuma das consi

^ dera

çõ

es me

pareciam vi

á

veis, e eu buscava recha

çá

-las

.

Para isso eu teria que

encontrar uma

terceira hip

ó

tese

que me explicasse o

(19)

10

que os dados revelavam. 0

caminho

me foi indicado

,

em algum lugar que

n

ã

o

registrei

,

ao me deparar com palavras de Oswald de Andra

-de

,

que dizia:

"

A

gente

escreve

o que ouve

- nunca

o que houve

"

.

Essa

frase deslocava a quest

ã

o e me fez lembrar de textos

sobre verdade, objetividade,

realidade

e o quanto esses conceitos devem ser relativizados

.

Como

,

ali

á

s

,

assinala Ecl

é

a Bosi, a His

-t

ó

ria

é

tamb

é

m um ponto de vista sobre a realidade. Os livros que a registram s

ã

o

"

uma vers

ã

o do acontecido

,

n

ã

o raro

por

outros

livros com

outros

pontos de vista

"

(

BOSI, 1983:1)

.

partir da

í

, percebi que havia verdade no que

contava

Antonio

que minha tarefa era a de entender o significado de seu discurso

.

Para isso, tornava

-

se importante que eu dominasse a l

ó

gica de sua narrativa, e o entendimento adveio quando encaminhei minhas leitu ras te

ó

ricas para a an

á

lise do fen

ó

meno da mem

ó

ria

.

As

coloca

çõ

es de Maurice Halbwachs acerca da mem

ó

ria individual e de como

se confunde com a mem

ó

ria coletiva foram a chave que me ouvir o discurso de Ant

ó

nio como uma fala legitima e sobre a realidade

.

lidos desmentidos

A

e essa permitiu verdadeira

A

maneira

como

a pesquisa

teve in

í

cio

-

a partir da

ex

-plicita

çã

o de Ant

ó

nio de

seu

desejo de publicar um livro

sua cidade e da

inexist

ê

ncia de um projeto

"

fechado

"

de minha par

te

-

contribuiu grandemente para o encaminhamento posterior

trabalho

.

Diferente da situa

çã

o costumeira, em que o pesquisador formula seu interesse, define uma situa

çã

o emp

í

rica para investi

-gar

,

exp

õ

e

ao

grupo eleito

(

que tamb

é

m o elege

)

sua proposta

,

eu entrei em campo para

me

deparar com uma situa

çã

o em que

meu

formante

"

definia as quest

õ

es que julgava importantes serem

cons

^

L

deradas

.

"

Isso

n

ã

o

é

importante

"

foi uma frase pronunciada por

An

t

ô

nio e que ouvi muitas vezes no decorrer do trabalho

, como

res

-posta a assuntos que eu julgava pertinentes

.

Nesses casos, o

ú

ni

-co caminho a seguir era deixar passar um tempo para refazer a per gunta, postergando

-

a

,

à

s

vezes, at

é

um pr

ó

ximo encontro

.

Analiso essa quest

ã

o

como

uma decorr

ê

ncia do fato de

Ant

ó

nio

ter

definido sobre

do

(20)

-claramente ,

para si

mesmo

,

o que

est

á

vamos

realizando

.

Uma passa

-gem que exemplifica o exposto foi a sess

ã

o de fotografias prepa

-rada e dirigida por Antonio

.

Numa de minhas idas a Cabo Frio , fa-lei que retornaria

em

breve com um fot

ó

grafo do Rio de Janeiro a fim de fazer uma documenta

çã

o para ilustrar o livro

.

No dia

combjl

nado ,

ao

chegar, encontrei Antonio trajando camiseta e bon

é

novos

e um

cen

á

rio

constru

í

do por ele, onde dever

í

amos

executar

o traba lho

.

Na

"

oficina

"

onde

constumava

trabalhar, sob uma

á

rvore ao

la do da

casa,

Ant

ô

nio havia reunido os objetos que queria fotografa dos

.

0 local fora arrumado: troncos e galhos usados para esculpir ferramentas, servir estavam empilhados

;

restos de madeira, retirados;

guardadas

.

Uma tarrafa havia sido pendurada na

á

rvore ,

a

de pano de fundo para as fotografias

.

Sua interfer

ê

ncia n

ã

o parou a

í

.

Durante o

trabalho

,

buscava dirigir o fot

ó

grafo, indicando

os

melhores

â

ngulos, do

seu

ponto de vista

,

para

a

fotografia,

iniciativas do

outro

eram acompanhadas por

coment

á

rios seus

,

tipo:

"

Esse

retrato

n

ã

o

vai ficar bom

,

é

melhor voc

ê

tirar daqui

.

"

Nesse sentido, os limites que a situa

çã

o de pesquisa co

mumente

imp

õ

e ao pesquisador

-

tais como o respeito ao tempo

"

outro

"

e a exist

ê

ncia de

reas de segredo

"

do grupo as

nos

é

dif

í

cil penetrar

-

eram acrescidos pelos par

â

metros para a realiza

çã

o do projeto, segundo as formula

çõ

es de Ant

ô

nio

.

A situa

çã

o constumeira que eu vivenciei pode ser repro

-duzida

nas

seguintes palavras: no dia previamente marcado

,

eu

chq

gava

em

Cabo Frio e ia para a

casa

de

Ant

ô

nio

.

Ele j

á

me esperava para mais um dia de trabalho que, ap

ó

s a conversa protocolar

pessoas que se reencontram, se iniciava com ele dizendo:

"

Vamos li gar

o

gravador que hoje eu vou falar sobre tal

assunto

"

.

E,ent

ã

o , eu tinha

o

informante ideal no sentido dos grandes

As

do do quais de depoimentos

que me forneceia sobre os diversos temas.

A

inserção de perguntas mais ami

ú

de foi poss

í

vel

à

medida que o trabalho prosseguiu e a ansiedade de Ant

ô

nio em

"

dar

o

seu recado

"

foi arrefecendo

.

Para

-lelamente

, as

"

minhas

"

quest

õ

es foram ficando mais claras para

(21)

1 2

de modo que

,

ao

t

é

rmino do trabalho de campo, nossos interesses se haviam equilibrado

.

Em 1989, finalmente, pudemos ver publicado o livro

An

-t

ô

nio de Gast

ã

o, pescador de Cabo Frio

.

A

obra, ilustrada por fo tografias e desenhos

, traz

em

anexo

mapas e um disco com composi

-çõ

es de

Ant

ô

nio e

cantos

tradicionais da regi

ã

o

.

relato no qual

,

ao narrar sua hist

ó

ria de vida, o autor traça

tam

b

é

m a hist

ó

ria de seu grupo e de

seu

meio social

.

Assim, julguei haver conclu

í

do o projeto 0 Artista Popu lar e seu Meio em Cabo Frio

.

Com ele, encerrava-se tamb

é

m uma eta pa de meu ciclo de vida profissional

.

Essa impress

ã

o foi fortemen

te

ampliada pela

morte

de

Ant

ô

nio

,

ocorrida em janeiro de 1990

,

poucos meses ap

ó

s o lanç

amento

do livro

.

No

entanto,

algum tempo depois, comecei a achar a obra incompleta

.

A

op

çã

o por dar

à

s mem

ó

rias de

Ant

ô

nio o car

á

ter

um relato na primeira pessoa, por ele assinado , me fizera omitir

minha participa

çã

o no processo de

constru

çã

o dessas mesmas mem

ó

-rias

.

"

As pessoas tem que participar

"

,

dizia Ant

ô

nio, e eu parti

-cipara

.

Com ele, viajara no tempo

.

Fora seu ouvinte, sua assist

ê

n cia e

,

nessa condi

çã

o

,

a motiva

çã

o para, naquele

momento

,

revisi

-tar

o passado

.

Nesse

sentido,

eu era

respons

á

vel tamb

é

m pela obra concretizada

.

A

pesquisa fizera de mim um personagem da hist

ó

ria de vida de Ant

ô

nio

.

Eu vivi essa hist

ó

ria como ator

,

e ela

tamb

é

m parte de minha hist

ó

ria de vida

.

Incompleta, precisava con clu

í

-la

.

Precisava tornar

-

me tamb

é

m um

narrador e desfiar minhas

mem

ó

rias no relato de quem foi

Ant

ô

nio para mim

,

como foi a rela

-çã

o vivida por n

ó

s dois, o que aprendi e apreendi

.

Eu

tinha

hist

ó

ria a

contar

, e

era

preciso

cont

á

-

la

.

É

o que faço agora

.

assim

,

acredito

,

o ciclo ser

á

fechado

,

e a obra

estar

á

completa

.

mim tamb

é

m,

Trata-

se

de um

de

e

(22)

NOTAS

1

-

Emprego aqui o termo carreira no sentido que lhe foi atribu

í

-do por Hughes, E

.

,

ou seja, como

"

a moving perspective

which a person interprets the meaning of his various attribu-tes

,

actions and the things that happen

to

him

"

(

apud

BECKER

, H

.

,

1963:102)

.

in

2

-

Os termos

é

thos e vis

ã

o de mundo s

ã

o empregados neste

traba-lho segundo a acep

çã

o de Clifford Geertz, para quem

"

na dis -cuss

ã

o antropol

ó

gica

recente ,

os aspectos morais ( e

cos) de uma dada cultura, os elementos valorativos

,

foram re-sumidos sob o

termo

é

thos, enquanto os aspectos cognitivos, e xistenciais foram designados pela express

ã

o vis

ã

o de mundo

.

0

é

thos de um povo

é

o

tom,

o car

á

ter

e

a qualidade de

sua

vi

-da, seu estilo moral e est

é

tico e sua disposi

çã

o

,

é

a atitude subjacente em rela

çã

o a ele mesmo e ao seu mundo que a

reflete

.

A vis

ã

o de mundo que esse povo

tem

é

o quadro que

e

-

| labora das coisas

como

elas s

ã

o na simples realidade , seu

con

!

ceito de natureza

,

de si mesmo, da sociedade

"

(GEERTZ

,

1978: 143

-

44

)

.

est

é

ti

-vida

3 - 0 cargo de animador cultural foi criado pela Secretaria

Esta

-dual de Cultura e vigorou com bastante intensidade no rior do estado durante a d

é

cada de 1970

.

Fazia parte de s

é

rie de medidas

estrat

é

gicas implantadas pelo governo

dual de ent

ã

o

,

visando a desenvolver a

çõ

es de car

á

ter

ral em todo o territ

ó

rio fluminense.

Ao

animador cultural,elo

entre

as manifesta

çõ

es locais e o

ó

rg

ã

o oficial

pela pol

í

tica cultural do estado

,

cabia implementar a

çõ

es que promovessem o florescimento e a continuidade das

de cultura pr

ó

prias de cada munic

í

pio

.

inte -uma esta

-cultu

-respons

á

vel expressõ

es

4

-

Aqui

,

o

uso

do termo projeto diz respeito ao conceito volvido por SCHUTZ

(

1979)

,

ou seja, uma a

çã

o previamente

desen

-de

(23)

-14

terminada

para atingir uma finalidade espec

í

fica e que

,

se sentido , extrapola o pr

ó

prio objetivo imediato,

se raz

ã

o da pr

ó

pria vida do indiv

í

duo

.

A esse

respeito

,

artigo de Gilberto Velho (1988)

.

nes

-tornando -ver

5 - Para a realiza

çã

o do livro pude contar

com

a participa

çã

o de

v

á

rios colegas do

INF

que se foram integrando ao projeto

à

me dida que solicitados, al

é

m de outros profissionais, contrata

-dos pela Institui

çã

o para execu

çã

o de tarefas espec

í

ficas

.

To dos v

ê

m nomeados na folha de cr

é

ditos da publica

çã

o , e a eles participa

çã

o de Claudia Mareia Ferreira, muse

ó

loga

,

ent

ã

o respons

á

vel pelo Museu de Folclore Edison Carneiro

,

que por diversas ocasi

õ

es me acompanhou ao campo, e da antrop

ó

loga Elizabeth Travassos

,

respons

á

vel pelo N

ú

cleo de Musica da Institui

çã

o

,

que proce -deu ao registro musical e editou o disco que integra a publi

-ca

çã

o

.

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