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Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

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AEADEPAR - Associação Educacional das Assembléias dc Deus no Estado do Paraná

il^ ~

j f~^\

O L O G ' ^ I B A D E P - I n s t i t u t o B í b l i c o d a s A s s e m b l é i a s d e D e u s no E s t a d o d o P a r a n á A v . B r a s i l. S /N ° - V i l a E l e t r o s u l - C x . P o s t a l 248 8 5 9 8 0 - 0 0 0 - G u a í r a - PR F o n e / F a x : ( 4 4 ) 6 4 2 - 2 5 8 1 / 6 4 2 - 6 9 6 1 / 6 4 2 - 5 4 3 1 E - m a i l : i b a d e p @ i b a d e p . c o m S i t e : w w w . i b a d e p . c o m

Digitalizado por

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A n j o s , H o m e m , P e c a d o e S a l v a ç ã o

Pesquisado e adaptado pela Equipe

Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná.

Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores

3a Edição - Setembro / 2004

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Diretorias

C IE A D E P

Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra Pr. José Alves da Silva - Presidente

Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário

Pr. Carlos Soares - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro

Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro

A E A D E P A R - Cons elh o Deliberati vo

Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator

Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro

Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro

Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membro Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro

A E A D E P A R - C onselho de A d m in is traçã o

Pr. Perci Fontoura - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gilmar Antonio de Andrade - I o Secretário

Ev. Jessé da Silva dos Santos - 2o Secretário Pr. José Polini - I o Tesoureiro

Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro

I B A D EP

Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro

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C rem os

Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justi fi caç ão das almas recebidas gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na

possibilidade que temos de viver em santidade

mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspir ado r e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas,

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conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade ( I C o 12.1-12). Na Segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos ( l T s 4.16,17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo

na terra (2Co 5.10). No ju ízo vindouro que

recompensará os fiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).

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M e t o d o lo g ia de Estudo

Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação.

Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à igreja em que está inserido.

Consciente desta realidade, não apenas

acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados:

1. Devocional:

a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela

sua salvação e por proporcionar-lhe a

oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus;

b) Com a sua humildade e oração, Deus irá iluminar e direcionar suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra;

c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos.

2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para estudar em casa. Ele deve ser:

a) Bem arejado e com boa iluminação (de

preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da circulação de pessoas;

c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas. 3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança

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bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da im portância dos itens abaixo:

a) Estabelecer um horário de estudo e x t r a d a s s e , di vidindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que tiver maior dificuldade);

b) Reservar, diariamente, algum tempo para

descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de outras atividades;

c) Concentrar-se no que está fazendo;

d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico;

e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando;

f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para descansar.

4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina

apresenta características próprias, envolvendo

diferentes comportamentos: raciocínio, analogia, interpretação, aplicação ou simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Co laborar para a manutenção da disciplina na

sala-de-aula;

b) Participar ativamente das aulas, dando

colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro;

c) Anotar as observações complementares do

monitor em caderno apropriado.

d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos. 5. Estudo E x t r a d a s s e : Observando as dicas dos itens 1

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a) Fazer diaria men te as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia;

c) Preparar as aulas da semana seguinte (constatando alguma dúvida, anote-a para apresentá-la ao monitor na aula seguinte. Não deixe que suas dúvidas se acumulem).

d) Materiais que poderão ajudá-lo:

* Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada;

* Atlas Bíblico; * Dicionário Bíblico; * Enciclopédia Bíblica;

* Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; * Um bom dicionário de Português;

* Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto.

e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: * A necessidade de dar a sua colaboração

pessoal;

* O direito de todos os integrantes opinarem. 6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações:

a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo;

d) Não tenha pressa;

e) Leia atentamente todas as questões;

f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de ent regar a

prova.

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C urríc ulo de M atérias

1. Educação Geral 3 * História da Igreja c * Educação Cristã * Geografia Bíblica 2. Ministério da Igreja

* Ética Cristã / Teologia do Obreiro o * Homilética / Hermenêutica * Família Cristã a * Administração Eclesiástica 3. Teologia * Bibliologia * * A Trindade

c * Anjos, Homens, Pecado e Salvação.

* Heresiologia * Eclesiologia / Missiologia 4. Bíblia * Pentateuco * Livros Históricos * Livros Poéticos * Profetas Maiores <s * Profetas Menores * * Os Evangelhos / Atos ? * Epístolas Paulinas / Gerais

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A bre viatura s

a.C. - antes de Cristo.

ARA - Almeida Revista e Atualizada ARC - Almeid a Revista e Corrida AT - Antigo Testamento

BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje c. - Cerca de, aproximadamente, cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare.

d.C. - depois de Cristo. e.g. - por exemplo, gr. - grego

hb. - hebraico i.e. - isto é.

lit. - literal, literalmente.

LXX - Septuaginta (versão grega do Antigo

Testamento)

m - Símbolo de metro. MSS - manuscritos NT - Novo Testamento

NVI - Nova Versão Internacional p. - página.

ref. - referência; refs. - referências

ss. - e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IP e 2.1ss, significa IPe 2.1-25).

séc. - século (s).

v. - versículo; vv. - versículos. ver - veja

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ín d ic e

Lição 1 - A C r i a ç ã o ...15

Lição 2 - A Doutrina dos Anjos: A n g el o lo g i a ....39

Lição 3 - A doutrina do Homem: An tr op olo gi a..63

Lição 4 - A Doutrina do Pecado: Hamartiologia .... 87

Lição 5 - A Doutrina da Salvação: S o te ri o lo g ia .111

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Lição 1

A Criação

O ponto de partida de nossa fé é exatamente o tipo de crença e s p o s a d o 1 quanto à Pessoa de Deus (Hb 11.6).

A Bíblia identifica como louca a pessoa que nega a existência de Deus (SI 14.1), muito embora em nenhum dos seus 66 livros o Espírito Santo jamais estabeleceu qualq uer argumento, de natureza filosófica ou racional tentando provar a existência de Deus. Aqueles que se dão ao estudo comparativo das religiões, são unânimes em afirmar que a crença na

existência de Deus é de natureza praticamente

universal. Essa crença acha-se arraigada até entre as nações e tribos mais remotas da terra. Contudo, isto não quer dizer que não existam aqui e ali indivíduos que negam completamente a existência de Deus, como revela a Escritura: um Ser supremo e pessoal, existente por si, consciente e de infinita perfeição, que faz todas as coisas de acordo com um plano predeterminado.

Declaramos que Deus trouxe à existência tudo o que há, sem o uso de nenhuma matéria preexistente. Tanto o primeiro versículo da Bíblia como a frase que abre o Credo Apostólico confessa Deus como Criador. O tema de Deus como Criador dos céus e da terra é

1 D e s p o s a d o , c a s a d o .

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claramente ensinado nas Escrituras do princípio ao fim (Gn 1.1; Is 40.28; Mc 13.19; Ap 10.6). A Bíblia afirma que Deus é o Criador do homem e da mulher sem mediação (Gn 1.26-27; Mc 10.6), de Israel, povo da sua aliança (Is 43.15) e de todas as coisas (Cl 1.16; Ap 4.11). Com as Escrituras sustentamos que a criação ocorreu pela Palavra de Deus (Gn 1.3; SI 33.6-9; 1 4 8 . 5 ) . ^ palavra que trouxe a criação à existência está relacionada de modo vital com o Verbo (Palavra) eterno que estava com Deus e que era Deus (Jo 1.1). De acordo com o Evangelho de João (Jo 1.3), todas as coisas foram feitas pelo Verbo e sem ele nada do que foi feito se fez. Esse Verbo era Jesus.

A criação é obra do Deus trinitário (Gn 1; Hb 11.3). Deus, o Pai, é a fonte da criação ( IC o 8.6), o Filho é o agente da criação (Cl 1.16), e o Espírito de Deus pairava com amor sobre a obra da criação (Gn

1.2). A criação deu-se pela sabedoria de Deus (Jr 10.12), pela vontade de Deus (Ap 4.11), e, conforme já observado, pela Palavra (Verbo) de Deus (SI 33.6-9). A criação revela Deus (SI 19.1) e traz-lhe glória (Is 43.7). Tudo na criação era originalmente bom (Gn 1.4,31), mas agora encontra-se imperfeito por causa da entrada e dos efeitos do pecado na criação (Gn 3.16-19). Todavia, essa imperfeição é apenas temporária (Rm 8.19-22), pois ela será redimida na obra final de Deus, a nova criação (Is 65; Ap 21.1-5).

A doutrina bíblica da criação afirma Deus como Criador, Redentor e Soberano. O Deus Criador não é distinto do Deus que efetua nossa salvação em Jesus Cristo através do seu Espírito Santo. Deus é a fonte de todas coisas. Isso significa que Deus trouxe o mundo à existência a partir do nada através de um ato intencional de sua livre vontade. Assim afirmamos que

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Deus é o soberano e onipotente Senhor de toda a

existência. Tal afirmação rejeita toda forma de

dualismo, que afirma que a matéria existe eternamente, sendo, portanto, má, visto que é o princípio oposto a Deus, fonte de todo o bem.

A doutrina da criação também afirma que Deus é distinto de sua criação e que todas as suas criaturas dele dependem e são boas. Sustenta também que Deus é um Deus que possui propósitos e que cria livremente. Na criação, e na provisão e preservação de Deus em favor da criação, ele efetua seus propósitos finais em favor da humanidade e do mundo. Portanto, a vida possui sentido, significado, inteligência e propósito. Isso afirma a plena unidade e inteligibilidade do universo. Nisso vemos a grandeza, a bondade e a sabedoria de Deus. O relato da criação encontra sua plena explicação em Jesus como Deus-homem, luz e vida do mundo que trará a criação sob seu domínio na consumação do mundo, para o louvor e a glória final do Deus Criador.

P re se rvaç ão e P ro v id ê n c ia

Preservação.

A obra de Deus de preservação inclui sua intervenção nas questões da história. Tal afirmação bíblica sobre a preservação deve ser distinguida da visão deísta de um Deus distante e que não intervém. Todavia, a obra de Deus de sustentar e de proteger a existência do universo criado é realizada através da natureza de sua obra criadora e pelo seu cuidado providencial e por sua intervenção permanentes. Em Colossenses 1.16-17 a forma do verbo (perfeito) enfatiza o resultado permanente do fato de que em Deus “tudo su bsiste” (veja Hb 1.3).

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Providência.

Intimamente relacionada, e até mais abrangente em seu e s c o p o 1 é a obra divina da providência. A providência envolve a obra contínua do Deus trino e uno por meio da qual todas as coisas no universo são dirigidas e controladas, levando a efeito seguramente seu plano repleto de sabedoria (Rm 8.28). Isso ocorre, geralmente, pelo estabelecimento e pela execução de leis e princípios naturais que fazem parte da boa e sábia criação divina. Pode, no entanto, incluir também a intervenção singular, planejada e especial de Deus no processo natural de cumprir a sua vontade, o que chamamos de milagre. O milagre, enquanto aspecto da providência divina, deve ser visto em função de sua singularidade.

1. A providência divina às vezes transcende os planos humanos.

Ao agir assim, Deus pode usar atos

intencionalmente maus para o bem (Gn 50.20). Tal atitude divina só pode provocar uma reação de louvor pela grandeza de Deus por parte dos crentes. Ao mesmo tempo, isso levanta uma das perguntas mais difíceis para a teologia cristã: por que o mal e o sofrimento persistem neste mundo?

Alguns propuseram que ou Deus não existe ou ele não é poderoso o suficiente para fazer alguma coisa com o mal ou ainda ele não é amoroso o suficiente para preocupar-se com o sofrimento. Em contraste com tal sugestão, queremos não somente confessar que Deus existe, mas também que ele é de fato infinitamente

poderoso e plenamente amoroso. Todavia, não

pretendemos negar nem o mal nem o sofrimento, pois são uma realidade obviamente presente à nossa volta.

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Por fim, queremos responder a essa pergunta confessando que Deus tem um plano e um propósito e reúne todas as coisas em p erspectiv a (Ec 9.11). À luz disso, afirmamos que o mal ainda existe porque Satanás, uma criatura inteiramente má, ainda existe e opõe-se continuamente aos d e s íg n i o s 1 de Deus e procura frustrá-los. Também afirmamos que o mal existe para aprofundar e ampliar a revelação de Deus (SI 107.28). Sem o pecado, o mal e o sofrimento, e o amor, a misericórdia e a graça de Deus não são plenamente compreendidos. E possível que Deus use o sofrimento para exercer disciplina e punição de suas criaturas. Podemos afirmar que o mal existe no presente, mas esse é um período de provação. Deus, embora permita temporariamente o mal, redimirá todas as coisas em seu plano final.

Concluindo, devemos confessar nosso

conhecimento limitado e dizer que o problema do mal permanece um mistério. Podemos, com base bíblica, estar certos de que Deus pode usar e usa o pecado, o mal, o fracasso e o sofrimento para o seu bem eterno. O exemplo máximo é a crucificação de Cristo, que mostra Cristo em estado de sofrimento por causa dos delitos e dos pecados da humanidade. Apesar disso, por meio do triunfo da ressurreição, o maior ato do mal (a crucificação do Deus-homem, Jesus Cristo) tornou-se o maior bem, a provisão do perdão do pecado e da salvação da humanidade. Tudo isso aponta para os desígnios sábios e maravilhosos de Deus para este mundo, parte dos quais nos foi revelado mas que, no final, são incompreensíveis em sua totalidade para as criaturas de Deus.

1 I n t e n t o , i n t e n ç ã o , p l a n o , p r o j e t o , p r o p ó s i t o .

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O Deus da Criação

Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a causa primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “ antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és De u s ” (SI 90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela ( l T m 6.16; Cl 1.16).

Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua im agem” (Gn 1.26,27). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam

comunicar-se com Ele, e também com Ele ter

comunhão de modo amoroso e pessoal.

Deus também se revela como um ser moral que criou todas as coisas boas e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito b o m ” (Gn 1.31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (Gn 1.26). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).

A Pessoa do Criador

Existem diferentes fontes de revelação da Pessoa de Deus. As principais são: a Bíblia Sagrada e a Natureza (SI 19.1-4). A criação toda revela o Criador, Gênesis 1 e Salmo 104, mostram detalhadamente que Deus fez cada coisa para um fim determinado, colocando-a também no local ou espaço que convém. A

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natureza torna-se assim o espelho do Deus uno e soberano. Por isso, toda a natureza se constitui num hino de louvor a Deus (SI 104). Devemos louvar a Deus como Criador: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram cr iad as ” (Ap 4.11).

O método bíblico da revelação de Deus é tão

claro, intuitivo e co n d u ce n t e1 que todos os escritores simplesmente declaram os atos soberanos de Deus. Deus é o Criador.

Todos os seres vivos existentes no Universo, além do universo de elementos inanimados, têm sua criação atribuída a Deus (Mc 13.19). Deus criou todas as coisas (At 17.24). A fé da Igreja em relação à criação do mundo se expressa no primeiro artigo do

o

Credo dos Apóstolos, ou Confissão de fé Apostólica, que diz “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra ” . De acordo com esta declaração de fé, Deus, por meio do seu todo-suficiente poder, criou o Universo do nada. Em sentido estrito da palavra, “cr ia çã o” pode ser definida como aquele ato livre de Deus, por meio do qual, segundo o conselho de Sua soberana vontade e para Sua própria glória, no princípio produziu todo o Universo visível e invisível, sem o uso de matéria preexistente e assim lhe deu existência distinta da sua própria existência.

Deus é Onipotente.

Os remidos no céu celebrarão permanente e eternamente o fato de que o Deus Onipotente reina (Ap

19.6) Esse cântico ilustra e lembra dois dos mais

1 Q u e c o n d u z (a um f i m ) . Q ue t e n d e ( p a r a u m f i m) ; t e n d e n t e . 2 E x p o s i ç ã o r e s u m i d a d o s a r t i g o s de fé a c e i t o s p o r u m a r e l i g i ã o , ou d e n o m i n a ç ã o .

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maravilhosos expressivos atributos de Deus: Sua Onipotência e Sua Soberania. Veja também Gênesis 17.1; 35.11; Apocalipse 21.22; Êxodo 15.18; lCr ôn ica s 29.11,12; Salmos 93.1,2; Isaías 66.1.

A Onipotência divina nos atos da criação.

Os dois primeiros capítulos da Bíblia

mencionam os detalhes da criação do mundo. Os profetas, por sua vez, declaram que Deus fez a terra por seu próprio poder (Is 40.21-28; 42.5; 45.12-18; Jr

10.12; 27.5; 51.15).

A Dec laração Bíblica da C ria ção

O ponto de partida está na declaração de que todas as coisas criadas foram feitas “segundo o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua von tad e” (Ef 1.11b). Portanto, o relato da obra da criação no livro de Gênesis se constitui como o princípio e a base de toda a revelação divina e, conseqüentemente, a base da relação do homem com Deus.

Quatro grandes verdades estabelecem os fundamentos da obra da criação.

1 A obra da criação é autoria única do Deus Trino. A Bíblia revela que o Deus Trino é o Autor da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). O apóstolo Paulo destaca a segunda Pessoa da Trindade, Jesus Cristo, na qualidade de criador, mas diz que “todas as coisas são de Deus, o Pai” ( IC o 8.6; Jo 1.3; Cl 1.15- 17). A terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, participa da obra da criação em harmonia perfeita com o Pai e o Filho conforme indicam os textos de Gênesis 1.2; Jó 26.13; 33.4; Salmo 104.30; Isaías 40.12,13. Não

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há na Trindade Divina qualqu er r e sq u í c i o 1 de competição. As três Pessoas são distintas mas formam uma só essência divina indivisível.

2. A obra da Criação foi feita por um ato livre da parte do Criador.

A Bíblia deixa claro que Deus é auto- suficiente e não tem qualquer relação de dependência de nada e de ninguém (Jó 22.3,13; At 17.25). Ao rea lizar a obra da criação, Ele o fez não por necessidade, mas por sua soberana e livre vontade de fazer o que quer e o que lhe apraz. Ora, a única depen dên cia divina é a de sua própria e soberana vontade. A Bíblia Sagrada refuta essa idéia e fortalece o fato de que “Deus fez todas as coisas segundo o conselho da sua von tade ” (Ef 1.11; Ap 4.11).

3. A obra da Criação teve um começo.

A criação teve um princípio, um começo para

tudo, nas coisas visíveis e invisíveis. A prova

irrefutável do ponto de vista bíblico está no primeiro livro da Bíblia: “No princípio criou Deus os céus e a te rra ” (Gn 1.1). A expressão “no prin cíp io ” no hebraico é bereshith, que literalmente significa “c o m eç o ” . O sentido da palavra é indefinido e sugere que a criação teve um início, um começo (SI 90.2; 102.25). Por essas escrituras, entende-se que num momento específico, conforme sua soberana vontade, Deus criou a matéria e a substância que antes nunca existiram. Quanto à existência do mundo espiritual, o princípio é o mesmo estabelecido para a criação da matéria, pois Deus criou tudo do nada.

1 R e s í d u o , v e s t í g i o .

2 Q u e n ã o se p o d e r e f u t a r ; e v i d e n t e , i r r e c u s á v e l , i n c o n t e s t á v e l .

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'l^0/Yn/O ^ OS"

A* A obra da criação foi produzida do “ n ad a” . "V- ^ ? Ô

Esta é uma doutrina que se choca

frontalmente com as teorias materialistas que acreditam na eternidade da matéria. Os que rejeitam essa verdade, dizem que é impossível “criar alguma coisa do nad a” , mesmo para o Deus Onipotente, porque não tem elemento causante. Porém, a Bíblia declara que Deus criou todas as coisas pela Palavra do seu Poder (SI 33.6,9; 148.5). A Escritura mais forte para aceitar a idéia de que a criação foi feita do nada está em Hebreus 11.3 que diz: “Pela fé entendemos que os mundos, pela Palavra dé Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é ap ar en te ” . Ora, podemos entender de modo claro que pertence à natureza divina a capacidade de trazer à existência aquilo que não existe. Ele, somente Ele, pode criar qualquer coisa do nada, segundo o seu arbítrio.

O Pro c esso da Obra da Criação

A criação dos anjos só será entendida plenamente depois de conhecermos os fundamentos da doutrina da criação. Há um processo ordenado na história da criação que se apresenta em três fases distintas como se segue:

A criação das coisas espirituais.

Ao responder aos questionamentos do

patriarca Jó, o Criador disse-lhe, de modo e n f át ic o1 e poético que, quando este ainda nem havia nascido, nem o mundo material havia sido criado, os seus anjos, que são espíritos criados por Ele, já estavam presentes na

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criação do mundo material (Jó 38.1-7). Nesta escritura, Deus procura convencer a Jó que o Senhor é o Criador da terra e a rege com ju sti ça e que, ao criar o mundo material, “ as estrelas da alva alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus r eju bi lav am ”' (Jó 38.7). Na linguagem figurada da Bíblia, tanto “as estrelas da a lv a” quanto “os filhos de D e u s ” são figuras dos seres espirituais criados pelo Senhor.

A criação das coisas materiais.

A base dessa declaração está na narrativa bíblica dos primeiros capítulos de Gênesis. Entretanto, a criação material é imensa e abrange todo o sistema solar e outros sistemas existentes e descobertos pelo homem. A extensão dos corpos celestes espalhados no espaço sideral, fazendo parte da Via Láctea, com muitos sóis, planetas e satélites, nos dá uma visão limitada de toda a grandeza da criação material (Ne 9.6).

A criação da vida sobre a terra.

Na criação da terra, o Criador formou a vida física numa combinação do imaterial com o material (Gn 1.11,20-22). Nesta ordem da criação, são incluídos os homens, os animais nas mais variadas espécies, além da vida vegetal. Há uma certa reciprocidade entre anjos e homens como seres espirituais. Porém, é preciso distinguir ambas as criações, porque os anjos são apenas seres espirituais e os homens são seres espirituais e materiais. A vida dos anjos é apenas espiritual. A vida dos homens é espiritual e física. A vida física foi criada para propagar-se, por isso, os homens procriam e geram outros homens. A vida dos anjos é única e eterna; não pode propagar-se, isto é, os anjos não procriam.

(27)

Q uest ionár io

• Assinale com “X ” as alternativas corretas

1. A palavra que trouxe a criação à existência está re lacionada de modo vital com o

a)l I Evangelho

b)[y~l Verbo escrito em João 1.1 c)l I Homem

d)l I Livro Sagrado

2. Quanto à doutrina bíblica da criação é errado dizer que

a)l I Afirma Deus como Criador, Redentor e Soberano

b)l I Deus trouxe o mundo à existência a partir do nada

c ) H Afirma que a matéria existe eternamente, visto que é o princípio de Deus

d)l I Deus é um Deus que possui propósitos e que cria livremente

3. Uma das grandes verdades que estabelecem os fundamentos da obra da criação

a)| I A obra da criação é autoria única do Deus Pai b)l I A obra da Criação foi feita por um ato

reservado da parte do Criador

c)l | A obra da Criação não teve um começo

d)f>~1 A o b r a da c r i a ç ã o foi p r o d u z i d a do “ n a d a ”

• Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado

4. C Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito

(28)

O M é to d o da Criação

A mente hu mana tem sido atingida por inúmeras teorias do aparecimento do Universo. Os evolucionistas, por exemplo, estão tentando ganhar

terreno impondo suas especulações. No entanto,

teorias, especulações e opiniões humanas têm qualquer valor diante das afirmações irrefu táv eis 1 da Bíblia Sagrada. A Bíblia Sagrada não é fruto de especulação. Ela é a revelação de Deus (2Pe 1.21; Jr 1.12).

Deus criou.

Em Gênesis 1 e 2 são originalmente usados três vocábulos para descrever os atos criativos de Deus,

a saber: x.

• a Bara, que significa criar do nada, formar algo sem l dispor de matéria prima (Gn 1.1,21,27, etc.);

• Asah, que significa fazer;Yatzar, que significa formar.

Estes dois últimos vocábulos significam construir algo a partir de matérias pré-existentes.

{^}Deus criou por sua Palavra.

O relato insuspeito de Gênesis 1 nos afirma que os atos criativos foram, via de regra precedida de sua palavra. A expressão textual é: “E disse D eu s ” (Gn

1.3,6,9,11,14,20,24 e etc). Na Escritura está

demonstrado o grande poder de que se reveste a Palavra de Deus, sem esquecermos a relação que existe entre ela e o próprio Jesus, chamado de Verbo (l og os ), Palavra de Deus (Jo 1.1-3).

1 Q u e não se p o d e r e f u t a r ; e v i d e n t e , i r r e c u s á v e l , i n c o n t e s t á v e l .

(29)

Q) Deus criou por sua vontade (Ap 4.11).

Estas palavras do Apocalipse reafirmam a soberania de Deus. À vontade de Deus, ao contrário da humana, não está •sujeita a qualquer limitação. Daí a im portância da oração dominical: “ Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus” (Mt 6.10). ) Deus criou por sua mão (Is 66.2).

A mão sempre foi sírsempre foi símbolo de trabalho,

atividade, força, domínio, autoridade, proteção, etc. A expressão “ mão de Deu s” , tantas vezes encontrada na Bíblia, incorpora essa conotação. Nesse sentido está escrito que foi a mão de Deus (Seu poder, força e autoridade) que fez todas as coisas e sobre tudo exerce autoridade e domínio (Jo 10.29; IPe 5.6).

^1/ Deus sustenta o que criou (Hb 1.3).

A Bíblia não apenas registra que Deus criou todos os astros e planetas que povoam os céus; diz ainda que Deus os chama pelos seus nomes, não permitindo que nenhum deles venha a faltar (Is 40.26).

O Propó sito e o Alvo da Criação

Deus tinha razões específicas para criar o mundo.

As escrituras revelam algumas razões porque Deus consumou o processo da criação, dentre as quais destacam-se as seguintes:

Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder.

Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e os firmamentos anunciam a obra de suas mãos” (Is 43.7; 60.21; 61.3; Lc 2.14; SI 19.1). Ao olharmos a

(30)

totalidade dos c o s m o s 1 criados - desde a imensa expansão do universo, à beleza e a ordem da natureza - ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso criador.

Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas.

Todos os elementos da natureza - o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e neve, os rios e os córregos2, as colinas e as montanhas, os animais e as aves - rendem louvores ao Deus que os criou (SI 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus espera receber glória e louvor dos seres humanos!

Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu

propósito e alvos para a humanidade fossem

cumpridos:

1. Deus criou Adão e Eva à sua própria

imagem, para comunhão amorável e pessoal como o ser por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão (Gn 2.7- 9; 3.8,9; ICo 1.9). O texto clássico e tradicional da criação (Gn 1.1), não menciona a criação do inferno.

Os céus e a terra ali mencionados envolvem apenas as áreas onde se manifesta a comunhão do Criador com a criatura. Desde o princípio de sua criação, o homem dispôs de condições muito especiais para uma relação de comunhão com o Criador (Gn 2.7- 9; 3.8,9; ICo 1.9).

1 M u n d o , u n i v e r s o .

2 R i b e i r o de p e q u e n o c a u d a l ; r i a c h o .

(31)

2. Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele

prometeu enviar um Salvador para redimir a

humanidade das conseqüências do pecado (Gn 3.15). Daí Deus teria um povo para a sua própria possessão, cujo prazer estaria nele, que o glorificaria, e viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef

1.11,12; IPe 2.9).

3. A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “ ...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deu s” (Ap 21.3).

4. Para Sua vontade, como encontramos em Efésios 1.5, 6,9; Apocalipse 4.11).

5. Para ser habitada, de acordo com Isaías 45.18. Tudo nos leva a pensar que Satanás (o querubim ungido), desfrutava da harmonia e beleza original da Terra, isto em período bem anterior à criação do homem, ocasião em que o mundo então existente fora atingido pelo juízo aplicado ao anjo rebelde, vindo a terra a tornar-se c a ó t i c a 1 (Is 14.12-14; Ez 28.12-15).

6. Para a honra pessoal de Jesus Cristo, conforme lemos em Hebreus 2.10; Colossenses 1.16. “O supremo propósito de Deus, na criação, em nada está fora de si mesmo, mas é sua própria glória, na revelação e através das criaturas da infinita perfeição do seu Ser” .

(32)

A Ativid a de da Cria ção

Deus criou todas as coisas em “os céus e a ter ra” (Gn 1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; E f 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo “cr iar ” (Hebraico “bar a ” ) é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (Gn 1.3).

A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (Gn 1.2). Naquele tempo o universo não tinha forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (Gn 1.3-5), deu forma ao universo (Gn 1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (Gn

I.20-28). O método que Deus usou na criação foi o poder da sua Palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus ... ” (Gn 1.3,6,9,11,14,20,24,26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes das palavras criadora de Deus, eles não existiam (SI 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb

I I. 3 ).

Toda a trindade, e não apenas o pai, desempenhou sua parte na criação.

O próprio filho é a Palavra (“ver bo ”) poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e

(33)

invisíveis... tudo foi criado por Ele e para El e” (Cl 1.16). Finalmente, o autor do livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio de seu filho (Hb 1.2).

Semelhantemente, o Espírito Santo

desempenhou um papel ativo na criação. Ele é descrito

como “ pairando” (“se m ov ia ”) sobre a criação,

preservando-a e preparando-a para as atividades

criadoras e adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por “E s pí ri to ” (r u a h ) também pode ser traduzida por “ve nt o” e “f ôle go ” . Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: “pela a Palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo os exércitos deles, pelo Espírito (ruah) da sua b o ca ” (SI 33.6).

Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; SI 104.30).

A Ordem dos Even to s da Criação Natural

No Livro de Gênesis, Moisés passa a descrever as diferentes fases da ação divina que se estendeu por seis dias, dos quais, três para a formação dos espaços habitáveis e outros três para a obra do povoamento. A ilustração dada a seguir mostra a disposição da semana da recriação e respectivos atos criadores de Deus.

Primeiro Dia.

Criação da luz cósmica (Gn 1.3). Como bom artista, Deus começou por iluminar o seu campo de ação. Não se trabalha no escuro porque, sem luz - condição fundamental de toda a obra (cientificamente provado) - tudo é confuso. No plano natural das coisas, a luz procede da vibração. O versículo 2 revela a

(34)

relação entre o movimento do Espírito sobre a matéria i n e r te 1 e a conversão operada no pecador por este mesmo Espírito.

Segundo Dia.

Criação do Firmamento (Gn 1.6-8).

Firmamento ou expansão foi como Deus denominou o segundo elemento criado; foi a separação da matéria gasosa da qual surgira a luz. O que Deus chama de “ex pa ns ão ” ou “cé us ” , não significa simplesmente a atmosfera à volta da terra, mas a “grande câm ara” universal onde o Sol, a Lua e as estrelas se localizam. Terceiro Dia.

Aparecimento da terra firme e da vegetação

(Gn 1.9-13). Neste, o movimento está ligado à

gravitação, envolvendo tudo e todas as demais forças que começaram a concentrar a matéria debaixo do firmamento à volta dos inúmeros centros ou planetas, uns dos quais passa a ser o nosso globo. Para que a

terra pudesse receber seus habitantes com suas

inúmeras finalidades. Quarto Dia

Organização do sistema solar (Gn 1.14-19). Neste dia surgem o Sol, a Lua e as estrelas. A função dos dois astros reis - respectivamente. O Sol indica dias e anos; a Lua, semanas e meses; e as estrelas, as estações.

Quinto Dia.

Surgimento da fauna marinha (Gn 1.20-23). Neste dia surgem os pequenos e grandes peixes, com

1 Q u e t em i n é r c i a ; s em a t i v i d a d e .

(35)

também todas as variedades de aves. Os animais da água em geral, e do ar, têm muita semelhança. Há aves que vivem também nas águas.

Sexto Dia.

*• Criação dos animais terrestres (Gn 1.24-31).

À semelhança dos demais animais, estes também foram criados por Deus. Esses animais nascem da terra e nela vivem. Dividem-se em três grupos distintos:

1. Gado ou animais domésticos; 2. Feras ou animais selvagens;

3. Répteis, que se arrastam pelo solo.

Concluída toda a obra da Criação no sexto dia, Deus abençoou o dia sétimo, e o santificou (Gn 2,3). Foi este um dia mui diferente dos demais

descritos durante a obra da Criação. Foi um dia

santificado. E os outros seis, não teriam também sido santificados? Claro que sim! Apenas o sétimo foi em especial, porque nele, o Senhor descansou, ou repousou de suas obras.

Lições Finais da Criação

O relato bíblico da criação é uma arma

contra as terríveis heresias que atualmente enchem a

terra. A criação do Universo por Deus:

Nega a eternidade da matéria, visto que afirma um princípio no qual todas as coisas foram efetivamente criadas. A harmonia da criação está a dizer-nos que antes dela houve um poder dinâmico que a gerou, e, portanto, esta coisa - o mundo - teve um princípio. O ser que a gerou, é o eterno Deus. Então Deus foi o princípio, a causa primária de tudo o que existe. Somente Deus é eterno (Gn 21.33; Ex 3.15; Dt 33.27; l C r 16.36; Ne 9.5; Jó 36.26; SI 90.1-4).

(36)

Nega o Ateísmo, pois afirma categoricamente que Deus criou os céus e a terra e tudo o que neles há. Tudo o que existe dentre de nós, em volta de nós em cima de nós, revela a maravilhosa existência de um Ser Criador.

Nega o Panteísmo. O panteísmo ensina que

Deus e a natureza são o mesmo e estão

inseparavelmente ligados. A Bíblia afirma, porém, que Deus não é parte do Universo, posto que este é obra das Suas mãos (SI 8).

Criação e E v o lu çã o

A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.

1.*A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo.

Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimento que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os

postulantes da evolução alegam possuir dados

científicos que apóiam a sua hipótese.

2. O ensino evolucionista não é realmente científico.

Segundo o método científico, toda a

conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, o r iu n d a s 1 de experiências que podem ser reproduzidas

(37)

em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético “grande es tro nd o ” , ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas. Por

conseguinte, a evolução é uma hipótese sem

“ev i d ê n c i a ” científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3).

3. É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes.

Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se e x ti n gu in do 1; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem se quer registro geológico, a apoiar a teoria de um tipo de ser vivente que j á evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua es péc ie” (Gn 1.21,24,25). 4. Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a

teoria da chamada evolução teísta.

Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Gênesis 1 têm Deus como seu

(38)

sujeito, a não ser em Gênesis 1.12 (que cum pre o mandamento de Deus no v . 11) e a frase repetida “E foi à tarde e a m an h ã” . Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).

(39)

Que st io nário

• Assinale com “X” as alternativas corretas

6. Vocábulo hebraico que significa criar do nada, formar algo sem dispor de matéria prima

a ) 0 Bara

b)l I Yatzar

c)| I Ruah

d)l I Asah

7. Dia em que Deus criou os animais terrestres a)l I Primeiro dia

b ) D Terceiro dia c)| | Sétimo dia d ) H Sexto dia

8. Ensina que Deus e a natureza são o mesmo e estão inseparavelmente ligados

a)[g| Panteísmo

b)l I Ateísmo

c)| | Eternidade da matéria

d)l I Evolucionismo

• Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado

9.KJ O método que Deus usou na criação foi o poder da sua Palavra

10.[Ç] A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo

(40)

Lição 2

A Doutrina dos Anjos: Angelologia

A criação de Deus vai muito além do que aquilo que conseguimos enxergar. O apóstolo Paulo, em Colossenses 1.16, nos diz que em Cristo, “ foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as i n v i s í v e i s .. . ” .

Dentre as coisas invisíveis, estão certamente os Santos Anjos de Deus e também os Demônios, que são anjos caídos e que pertencem, agora, aos exércitos de Satanás. A sociedade tem se tornado cada vez mais racionalista, acreditando somente no que pode ser lógico e cientificamente comprovado. Isso tem trazido conseqüências até mesmo para a Igreja de Cristo, onde muitas pessoas colocam sérias dúvidas em tudo que se apresente como “sobrenatural” , es quecendo-se que inúmeras vezes, Deus agiu sobrenaturalmente, na Bíblia.

Por todas as Escrituras, encontramos várias referências, tanto a Anjos como a Demônios. Assim sendo, aos que crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus, não há o que questionar sobre a sua existência. Há sim, muito que aprender com o seu estudo. Efésios 6.12, revela uma luta sendo travada entre os servos do Reino de Deus e os agentes do Reino das Trevas, que não são de “carne e san gue ” , mas são forças espirituais da malignidade.

(41)

A R ealid ad e da Criação Espiritual

A experiência humana testemunha a

existência de seres espirituais aos quais são dados os mais variados nomes: espíritos, deuses e semideuses, gênios, heróis, demônios e tantos outros nomes. Porém, J , > é a Bíblia Sagr ada que revela a verdade sobre o mundo espiritual. Independentemente das idéias e fantasias mitológicas das religiões do mundo, a revelação aceitável no mundo religioso se encontra na Bíblia. Os anjos são reais.

> O A palavra anjo no hebraico é malakh e no

grego é angelos que significam a mesma coisa: mensageiro, enviado. O termo anjo aplica-se a todas as ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14). Eles exercem atividades importantes no mundo espiritual, mas não são independentes nessas atividades, pois as fazem dentro dos limites a que foram criados. A Bíblia fala da manifestação dos anjos na obra da criação do mundo físico (Jó 38.6,7). Eles estavam presentes quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb 2.2); no nascimento de Jesus (Lc 2.13); quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto da tentação (Mt 4.11); na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); na ascensão de Cristo (At 1.10); etc. Sua manifestação é in co r p ó re a1; eles são seres espirituais e morais, porque acima de tudo, são pessoas. A realidade dos anjos se comprova mediante os atributos de personalidade que

eles demonstram falando, pensando, sentindo e

decidindo. Muitas das suas manifestações são feitas através de formas materiais inexistentes. Entretanto, os demônios, que são anjos caídos da graça de Deus,

(42)

tomam para se incorporarem corpos de pessoas vivas ou de animais, e por essas possessões materiais se manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos.

rj • , • ,

Existem anjos bons e maus.

Na criação original dos anjos, não houve essa classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram criados no mesmo nível de justiça bondade e santidade (2Pe 2.4; Jd 6). O que define entre bons e maus é o fato de que foram criados como seres morais c o m livre-ar bí tri o, e daí, a liberdade de escolha consciente entre o bem e o mal. A queda de Lúcifer deve-se a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16; Ez 2 8 .1 2 -1 9 ').

A Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua dignidade (2Pe 2.4; Jd 6; Jó 4.18-21). Aos anjos que não pecaram e não seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e os confirmou em sua posição celestial e para sempre estarão na sua presença ( l T m 5.21; Mt 18.10).

A habitação dos anjos.

Ao estudarmos as várias classes angelicais,

entendemos que estas são distintas por várias

atividades e se manifestam no vastíssimo espaço das “regiões cele st iais ” . A Bíblia declara ainda que os anjos de Deus são organizados em m il íc ia s* espirituais que povoam os céus e são distribuídos em distintas ordens e graus (Lc 2.13; Mt 26.53). Trata-se, portanto, de uma habitação numa dimensão celestial.

1 T r o p a s a u x i l i a r e s . 0

(43)

O número de anjos.

A Bíblia não nos dá informação sobre o número total dos anjos, mas diz claramente que eles

formam um exército numeroso e poderoso. A

quantidade existente de anjos é única e incontável, porque desde que foram criados não foram aumentados nem diminuídos. Eles não procriam e foram criados de uma vez pelo poder da Palavra de Deus. A Bíblia utiliza expressões variadas para designar: “milhares de milhares” ; “ multidão dos exércitos celestiais” ; “ muitos milhares de anjos” ; “m ir ía d e s 1 de anjos” ; “legiões de anjos” (Ap 5.11; Dn 7.1 0;'Dt 33.2; Hb 12.22; Mt 26.53; Lc 2.13).

A N a tu re z a dos Anjos

Antes da criação do homem, Deus criou os

anjos dando-lhes personalidade, inteligência e

responsabilidade moral. Porém, a despeito da

similaridade moral e espiritual com o homem, os anjos

possuem algumas características peculiares. Ao

estudarmos a natureza dos anjos, poderemos entender suas atividades.

Nem sempre, nos vários livros da Bíblia, os anjos foram chamados explicitamente de “An jo s” , mas

também de “S an to s” , “Po derosos” , “H er ói s” ,

“Vigilantes” , “Filhos de Deus” , “Seres Celes tiais ” , “Estrelas” , etc. Há por volta de 300 passagens bíblicas envolvendo Anjos.

Anjos são seres criados por Deus.

: No princípio de todas as coisas, antes da criação do mundo físico, Deus criou os anjos (SI 148.2,

(44)

5; Cl 1.16). Quando foi esta criação dos Anjos, a Bíblia não deixou claro. E impossível fixar o tempo em que foram criados os anjos, mas uma citação de Jó 38.4-7,

parece indicar que os Anjos, aqui chamados,

presenc iara m ao' menos parte da Criação da terra. Anjos são seres espirituais e incorpóreos (Ef 6.12).

Os anjos são descritos espíritos, porque diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e mo vimentam-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios naturais. Os corpos espirituais não possuem limitações físicas, por isso a “lei da gra vi dad e” não exerce qualquer influência ou poder sobre coisas espirituais. Pela falta de gravidade de seus corpos espirituais, os anjos podem locomover-se de um lugar para outro com extrema rapidez. Por serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. Várias aparições de anjos feitas a Abraão, Ló, Jacó, Josué, Pedro e Paulo são exemplos indiscutíveis da Bíblia (Gn 18.1-10; 28.10-22; etc). Ainda em nosso tempo, os anjos aparecem aos servos de Deus na terra. O autor de Hebreus nos diz que os anjos são “espíritos m in istradores” (Hb 1.14), e os

demônios, que são anjos caídos, também são

constantemente chamados de “es pír it os ” (Mt 8.16; Mt 12.45; Lc 7.21; Lc 8.2). Jesus nos detalha que um espírito não tem carne nem osso (Lc 24.39). Através de suas passagens, sabemos que os anjos não se casam nem se dão em casamento (Mt 22.30; Mc 12.25). Estas passagens inviabilizam uma antiga interpretação de Gênesis 6.2, onde os “filhos de De u s ” ali mencionados, seriam anjos que possuíram sexualmente mulheres. Uma interpretação mais viável é a de que “os filhos de

(45)

De us ” eram descendentes de Sete, que até aquele acontecimento, tinham um bom conceito da parte de Deus.

Em que os anjos diferem dos homens.

\ $ A Bíblia nos diz que Deus fez o homem “ um

pouco abaixo dos an jo s ” (Hb 2.5-7). Entretanto, fala que os anjos são “espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a sa lva ção ” (Hb 1.13-14). É uma situação interessante: O homem é inferior aos anjos, mas através da redenção, os anjos nos servem. C he g a re m o s 'a t é mesmo a ju lg ar os anjos; evidentemente, aos que acompanharam a Satanás ( IC o 6.3). Embora a superioridade dos anjos em relação aos homens seja notória de muitas maneiras, a Bíblia nos mostra que eles têm também suas limitações.

Não são herdeiros de Deus.

Aqueles que têm a Jesus como Senhor de suas vidas, exper imentaram a redenção, devido à fé nEle. Por isso, são chamados “herdeiros de D e u s ” - “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, para que também com Ele sejamos gl orificado s” (Rm

8.17). Os anjos que permaneceram fiéis, não

compartilharam de nosso estado de pecado, nem da nossa necessidade de redenção. Os anjos, que não são co-herdeiros, deverão pôr-se de lado, quando os crentes receberem as suas recompensas eternas. Entretanto, os anjos de Deus jama is perderão sua m a gn if ic ê n ci a1 original, bem como manterão uma privilegiada posição na criação divina.

1 Q u a l i d a d e de m a g n i f i c e n t e ; g r a n d i o s i d a d e , s u n t u o s i d a d e , p o m p a , e s p l e n d o r .

(46)

Não podem atestar a salvação.

Os anjos não podem atestar a salvação pela graça, através da fé. Ju stamente por não terem pecado, a salvação redentora não tem sentido para eles mesmos, embora eles se alegrem pela salvação dos homens (Lc

15.10). Os anjos anseiam por compreender mais das coisas do Evangelho ( I P e 1.12). Eles não têm uma compreensão total, por não terem experimentado pessoalmente a salvação. Seria o mesmo que alguém

falar sobre casamento não tendo experimentado

pessoalmente a vida de casado.

Nada indica que o Espírito Santo habite em anjos.

Quando alguém se converte pelo Evangelho de Cristo, a Bíblia nos diz que ele é selado com a presença do Espírito Santo (Ef 1.13-14). Assim, uma vez que Deus os tenha declarado justos, Ele se empenha num processo de santificação, para que o testemunho do Evangelho naquela vida, seja cada vez mais eficaz. O Espírito Santo não apenas guia e orienta aos crentes, mas faz uma obra em seus corações, para que se tornem santos como Cristo. Os anjos não necessitam do auxílio do Espírito Santo, para tornarem-se santos, pois têm uma relação de obediência contínua a Ele, e, se não fossem santos, não con seguiriam conviver na presença de Deus.

Conhecimento, Poder e Tempo de Vida.

Os anjos são seres pessoais, dotados de

inteligência e vontade. Em 2Samuel 14.20 é

mencionada a “s abedoria de um anj o” e no v. 17 que o “ anjo de Deus d i s c e rn e 1 entre o bem e o mal ” . O conhecimento que eles têm é obviamente maior do que

1 E s t a b e l e c e r d i f e r e n ç a ; s e p a r a r , d i s t i n g u i r .

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1

o dos homens, pois convivem com o próprio Deus, armazenando conhecimento de centenas de anos, não só da terra, mas de todo o universo. Por mais vasto que seja o conhecimento, podemos estar certos de que não são oniscientes (o que é uma característica possuída apenas por Deus). Jesus, referindo-se à sua segunda vinda, disse que nem os anjos sabem (Mc 13.32). Pedro diz que o Evangelho e a Salvação são assuntos que os anjos “ anelam p er scr u tar 1” ( I P e 1.12). Entretanto, os anjos, provavelmente, sabem coisas a nosso respeito que não imaginaríamos que soubessem. Isso, devido à capacidade de não serem vistos, e de lutarem a nosso favor, contra o reino das trevas, nas regiões celestes. Os anjos desfrutam de um poder muito maior do que o dos homens, entretanto não são onipotentes. Paulo em 2Tessalonicenses 1.7, refere-se aos “poderosos anjos de De u s ” . Em Pedro lemos: “Os anjos, embora maiores

em força e poder, não proferem contra elas

(autoridades), juízo infame, na presença do Senhor” (2Pe 2.11). Nos Salmos, são chamados “valorosos em pod er ” (SI 103.20). João nos diz em Apocalipse 20.1-3 que um anjo virá do céu com uma grande corrente na mão, amarrará a Satanás e o lançará no abismo. Qual ser humano teria tanta força e poder? Lucas nos diz que os anjos não morrem (Lc 20.36). Isto determina uma existência milenar, mas não eterna. O eterno, não tem princípio, nem fim; os anjos tiveram princípio, pois foram criados.

Visíveis ou Invisíveis.

A Bíblia assinala que os anjos, mais comumente, são invisíveis aos homens, pelo fato de serem espíritos

(Hb 1.13-14). Entretanto, em muitas partes das

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Escrituras, encontramos anjos que se tornaram visíveis. Quando ocorre esta visibilidade, podem ter a aparência humana, por exemplo: anjos em Sodoma, foram confundidos com homens (Gn 19.1-5); os anjos são chamados de “varões vestidos de bran co” (At 1.10-11) - as vestes brancas são características de anjos, conforme João 20.12. Mas, quando os anjos estão visíveis, o normal é vermos que os homens ficam assombrados e at ur di do s 1 com a magnitude de suas

feições angelicais, por vezes brilhantes como

relâmpago (Mt 28.2-3). Daniel e João descrevem o esplendor dos anjos em passagens como Daniel 10.5-11 e Apocalipse 10.1. Nem sempre os anjos são descritos

como portadores de asas, principalmente quando

utilizam uma aparência humana. Entretanto, tanto Serafins quanto Querubins são descritos com muitas asas (Is 6.2,6; Ez 10.20-21). Os anjos podem até mesmo comer (Gn 18.2,8; Gn 19.1-3).

É um exército e não uma raça.

As Escrituras ensinam que o casamento não é da ordem ou do plano de Deus para os anjos, portanto não se caracteriza uma raça. No Velho Testamento por cinco vezes os anjos são chamados de “filhos de D eu s ” , mas nunca lemos a respeito dos “filhos dos anjo s” . Os anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não tem sexo, não propagam sua espécie. Várias passagens das Escrituras indicam que há um número muito grande de anjos, e são repetidamente mencionados como exércitos do céu ou de Deus. No Getsêmani, Jesus disse a um discípulo que queria defendê-los dos que vieram prendê-lo: “Acaso pensas que não posso rogar ao meu pai, e ele me mandaria

1 E s t o n t e a d o , p e r t u r b a d o , a t o r d o a d o . A t ô n i t o , p a s m a d o .

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neste momento mais de doze legiões de anjo s” ? Portanto, seu criador e mestre é descrito como “ Senhor dos Exé rcitos” . É evidente que eles são criaturas e portanto limitados e finitos. Apesar de terem mais livre <3 relação com o espaço e o tempó do que os homens, não podem estar em dois ou mais lugares simultaneamente. São seres racionais morais e imortais.

Aos anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes dotados de vontade e atividade. O fato

de que são seres inteligentes parece inferir-se

imediatamente do fato dé que são espíritos. Embora não sejam oniscientes, são superiores aos homens em conhecimento e por ter natureza moral estão sob obrigação moral; são recompensados pela obediência e punidos pela desobediência. A Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como “ santos anjos” , e retrata os que caíram como mentirosos e pecadores. Os homens podem morrer, mas os anjos são espíritos imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à dissolução, ou p u tr e fa çã o1 orgânica, visto que seus corpos são imateriais. A imortalidade deriva da pura espiritualidade. A imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão sujeitos a morte, além de serem dotados de poder formando o exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o que o Senhor mandar, enquanto que os anjos maus formam os exércitos de Satanás empenhados em destruir a obra do

Senhor. Ilustrações do poder de um anjo são

encontradas na libertação dos apóstolos da prisão (At 12.7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que fechou o túmulo de Cristo.

Referências

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