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LEI Nº 266/2011
Data: 14 de Dezembro de 2011SÚMULA: “Dispõe sobre a regulamentação e critérios para a concessão de benefícios eventuais de assistência social no âmbito do município .”
O Prefeito Municipal de Itanhangá, Estado De Mato Grosso, Senhor Vanderlei Proenço Ribeiro no uso de suas atribuições autorizadas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:
CAPITULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - Esta Lei com fulcro nos artigos 23 II, 30 I e II, 203 e 204 I, da Constituição Federal, art. 26 da Lei Complementar Federal 101 de 04 de maio de 2000, artigos 15 I e II, 22 da Lei Federal 8.742 de 07/12/1993 e a Resolução nº 212 de 19/10/2006 do Conselho Nacional de Assistência Social, regulamenta a concessão, pela administração pública municipal dos benefícios eventuais de Assistência Social.
Art. 2º - Benefícios Eventuais é uma modalidade de provisão de proteção social básica de caráter suplementar e temporário que integra organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, com fundamentação nos princípios de cidadania e nos direitos sociais e humanos.
Parágrafo Único – Na comprovação das necessidades para concessão do beneficio eventual são vedadas quaisquer situações de constrangimento ou vexatórias.
Art. 3º - O beneficio eventual destina-se aos cidadãos e as famílias com impossibilidade de arcar por conta própria com o enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provocar riscos e fragilizar a manutenção do individuo, a unidade da família e a sobrevivência de seus membros.
Parágrafo único – O beneficio eventual no âmbito do município consiste em: Auxílio-natalidade, auxílio funeral, auxílio alimentação (cestas básicas) e passagens para itinerantes e usuários da política de assistência social.
CAPÍTULO II
DO VALOR E DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS SEÇÃO I
DO VALOR DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS
Art. 4º - Terá direito ao benefício eventual a família em situação de vulnerabilidade social que possa ter sido agravada por natalidade ou morte, e cuja renda per capita seja igual ou inferior ½ salário mínimo vigente;
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Parágrafo único – Considera-se família para efeito da avaliação da renda per capita, a unidade nuclear, eventualmente ampliada por outros indivíduos que com ela possuam laços de parentesco ou de afinidade, que forme um grupo doméstico, vivendo sob o mesmo teto e que se mantém pela contribuição de seus membros.
SEÇÃO II
DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS
Art. 5º - A concessão do beneficio eventual pode ser requerido por qualquer cidadão ou família à Secretaria Municipal de Ação, Promoção Social e Trabalho, mediante atendimento de algum dos critérios abaixo:
I – Famílias residentes no município de Itanhangá; II – Estando de acordo com os arts. 2º e 3º dessa Lei;
III – Famílias cujos filhos encontram-se matriculados e freqüentando regularmente a rede de ensino;
IV – Famílias cadastradas junto ao Centro de Referência de Assistência Social e/ou no Cadastro Único de assistência social;
V – Após preenchimento do formulário elaborado pela Assistente Social responsável pelos benefícios socioassistenciais;
VI – Após realização de visita domiciliar pela assistente social responsável pelo acompanhamento dos benefícios socioassistenciais, para verificação da situação de vulnerabilidade do cidadão e família beneficiaria;
VII – Após autorização da Assistente Social que acompanha os benefícios socioassistenciais.
CAPÍTULO III
DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS EM ESPÉCIE SEÇÃO I
DO AUXÍLIO FUNERAL
Art. 6º - O benefício eventual, na forma de auxilio funeral, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em bens de consumo ou serviços, para reduzir vulnerabilidade provocada por morte de membro da família.
Art. 7º - O alcance do beneficio auxilio funeral, preferencialmente, será distinto em modalidades que garantam a dignidade e o respeito à família beneficiaria tais como:
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IV – Sepultamento.
Art. 8º - O benefício auxílio funeral se dará respeitando os critérios estabelecidos no art. 5º, devendo ser pago, diretamente para a empresa que fornecer o bem de consumo e/ou o serviço, até trinta dias após o requerimento da família beneficiaria.
§ 1º. Fica estabelecido o valor de R$ 400,00 (Quatrocentos reais) para o benefício auxílio funeral, para custear as despesas dos incisos I e IV do Artigo anterior.
§ 2º. Para sua consecução a família deverá procurar a assistência social até 5 (cinco) dias após o falecimento do seu membro, para a comprovação dos requisitos necessários e adoção das medidas legais.
§ 3º - O benefício auxílio funeral será devido à família, em número igual ao das ocorrências desse evento.
SEÇÃO II
DO AUXÍLIO – NATALIDADE
Art. 9º - O benefício eventual, na forma de auxílio-natalidade, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por nascimento de um membro da família.
Art. 10. - O alcance do beneficio auxilio natalidade é destinado à família e terá, preferencialmente entre suas condições:
I – Atenções necessárias ao nascituro;
II – Apoio à mãe no caso de morte do recém-nascido; III – Apoio à família no caso de morte da mãe; IV – Apoio à mãe vitima de seqüelas pós-parto;
Art. 11. - O benefício natalidade ocorrerá na forma de bens de consumo.
§ 1º - Os bens de consumo consistem no enxoval do recém-nascido incluindo itens de vestuário, utensílios para alimentação e de higiene, observada a qualidade que garanta a dignidade e o respeito à família beneficiaria.
§ 2º - Fica estabelecido o valor de até R$ 70,00 (Setenta reais) para o benefício auxílio natalidade.
§ 3º - O requerimento do benefício natalidade deve ser realizado até 30 (trinta) dias após o nascimento.
§ 4º - O benefício natalidade deve ser concedido até 30 (trinta) dias após o requerimento.
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§ 5º - O benefício natalidade será devido à família em número igual ao das ocorrências desse evento.
SEÇÃO III
DO AUXÍLIO-VIAGEM
Art. 12. - O benefício eventual em forma de auxílio-viagem, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em passagem, de forma a garantir ao cidadão e/ou as famílias condições dignas de retorno a sua cidade de origem ou visitas aos parentes em situação de doenças ou morte em outras cidades, povoados e estados.
Art. 13. - O benefício auxílio viagem é destinado ao cidadão e/ou as famílias e terá, preferencialmente, as seguintes condições:
I – De doença e/ou falecimento de parentes, consangüíneo ou afim, que residam em outras cidades, povoados e estados;
II – Retorno para cidade de origem;
III – Necessidade de acompanhar: crianças, idosos e pessoas com deficiência; IV – Necessidade de acompanhar a pessoa em caso de doença.
Art. 14. - Quando se trata de emigrante acompanhado ou não de sua família serão dadas condições dignas de retorno à cidade de origem, assegurada o contato com a Secretaria Municipal de Assistência Social da cidade de origem, a fim de garantir condições de permanência da família através de acompanhamento qualificado.
SEÇÃO IV
DO AUXÍLIO CESTA BÁSICA
Art. 15. - O benefício eventual, na forma de auxílio cesta básica, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em alimentos, para reduzir a vulnerabilidade provocada pela falta de condições socioeconômicas, para aquisição de alimentos com qualidade e quantidade, de forma a garantir uma alimentação saudável, com segurança às famílias beneficiárias.
Parágrafo Único – O benefício constituirá em auxílio alimentício mediante o fornecimento de 1 (uma) cesta básica mensal, num período máximo de 3 (três) meses, por família, somente podendo ser prorrogado, desde que com parecer social favorável e comprovação da continuidade da circunstância que gerou o benefício.
Art. 16. - O benefício cesta básica, é destinado às famílias beneficiarias e terá preferencialmente os seguintes critérios:
I – Insegurança alimentar causada pela falta de condições socioeconômicas para manter uma alimentação digna, saudável com qualidade e quantidade;
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III – Desemprego, morte /ou abandono pelo membro que sustenta o grupo familiar; IV – Nos casos de emergência e calamidade pública.
Art. 17. - O benefício cesta básica deve ser concedido em até 5 (cinco) dias da solicitação pela família beneficiaria e será composto dos seguintes itens:
I – 5 kg de arroz; II – 1 kg de feijão; III – 1 kg de sal; IV – 2 kg de açúcar; V – 500 grs. de café;
VI - 1 frasco de óleo de soja; VII – 500 grs. de fubá;
VIII - 1 pacote de 400grs de bolacha água e sal; IX – 1 kg de farinha de trigo;
X – 1 kg de macarrão.
CAPÍTULO IV
DAS CALAMIDADES PÚBLICAS
Art. 18. - Entende-se como ações assistenciais em caráter de emergência aquelas provenientes de calamidades públicas provocadas por eventos naturais e/ou epidemias.
Art. 19. - Enquadram-se como medida emergencial a concessão dos seguintes benefícios eventuais:
I – Abrigos adequados; II – Alimentos;
III – Cobertores, colchões e vestuário; IV – Filtros.
Art. 20. - No caso de calamidades e situações de caráter emergencial deve ser realizada uma ação conjunta das políticas setoriais municipais no atendimento aos cidadãos e às famílias beneficiárias.
CAPÍTULO V DAS COMPETÊNCIAS
Art. 21. - Compete ao Município, através da Secretaria Municipal de Ação, Promoção Social e Trabalho as seguintes diretrizes:
I – Estimar a quantidade de benefícios a serem concedidos durante cada exercício financeiro;
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II – Coordenação geral, a operacionalidade, o acompanhamento, a avaliação da prestação dos benefícios eventuais, bem como seu financiamento;
III – Manter uma Assistente Social para o atendimento, acompanhamento, concessão, orientação dos benefícios eventuais;
IV – Realizar estudos da realidade e monitoramento da demanda para constante ampliação da concessão;
V – Expedir as instruções e instituir formulários e modelos de documentos necessários a operacionalização dos benefícios eventuais;
VI – Manter um arquivo que registrará os requerimentos já efetuados com o fim de evitar doações indevidas e para aferição das carências da população;
VII – Articular com a rede de proteção social básica, entidades não governamentais e as políticas setoriais ações que possibilite o exercício da cidadania das famílias, seus membros, indivíduos e cidadãos que necessitam dos benefícios eventuais, através da inserção social em programas, projetos e serviços que potencialize suas habilidades em atividades de geração de renda.
Art. 22. - Compete ao Conselho Municipal de Assistência Social deliberar as seguintes ações:
I – Informar sobre irregularidades na aplicação do regulamento dos benefícios eventuais:
II – Avaliar e reformular se necessário, a cada ano os critérios para a regulamentação de concessão dos benefícios eventuais;
III – Apreciação dos requerimentos de concessão dos benefícios eventuais e o pagamento dos mesmos;
IV – Analisar e aprovar os instrumentos utilizados para concessão e cadastramento dos beneficiários;
V – Promover ações que viabilizem e garantam a ampla e periódica divulgação dos benefícios eventuais assim como os critérios para sua concessão.
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 23. - Não se incluem na condição de benefícios eventuais da Assistência Social, objeto desta lei, as provisões relacionadas a programas, projetos, serviços e benefícios afeto ao campo da saúde, educação e demais políticas setoriais, sem prejuízo das formas de realização da Assistência Social de que trata o parágrafo único do artigo 2º da Lei Orgânica da Assistência Social.
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Art. 25. As despesas decorrentes da aplicação da presente Lei correrão por conta de dotações do orçamento vigente, suplementadas se necessário.
Art. 26. - Ficam revogadas as disposições em contrario, especialmente a lei 233/2010.
Art. 27. - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Gabinete do Prefeito, Itanhangá/MT, 14 de Dezembro de 2011
VANDERLEI PROENÇO RIBEIRO Prefeito