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GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO PLANEJAMENTO URBANO UM OLHAR SOBRE AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM URBANA OCORRIDAS NO BAIRRO JABOTIANA, ARACAJU/SE.

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Academic year: 2021

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GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO PLANEJAMENTO URBANO – UM OLHAR SOBRE AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM URBANA OCORRIDAS NO BAIRRO

JABOTIANA, ARACAJU/SE.

Rafael da Cruz1, Anna Allice Souza Silva2, Luana Pereira Lima3, Antonio Carlos Campos4 1 Licenciado e Bacharelando em Geografia, membro do DAGEO, UFS, São Cristovão -SE, dacruz.rafael@yahoo.com

2 Bacharelanda em Geografia, membro do DAGEO, UFS, São Cristovão-SE, allice_anna_@hotmail.com.br 3Licenciada e Bacharelanda em Geografia, membro do DAGEO, UFS, São Cristovão -SE, luanageoufs@yahoo.com.br

4 Mestre em Geografia, Professor do Departamento de Geografia, UFS, São Cristovão -SE, antonio68@ufs.br

RESUMO: O presente trabalho trata-se de uma análise do processo de transformação da paisagem urbana a partir da utilização do Sistema de Informações Geográficas (SIG). A pesquisa tem por objetivo mostrar como as técnicas do geoprocessamento podem auxiliar em estudos sobre o espaço urbano, dando ênfase ao crescimento do número de domicílios e o surgimento de novos serviços. A análise das transformações urbanas foram verificadas através das fusões e desmembramentos dos setores censitários, assim como, a partir da comparação entre fotografias aéreas dos anos 2003 e 2010. O bairro Jabotiana, localizado na zona oeste do município de Aracaju motivou a investigação por apresentar grandes transformações na sua paisagem, promovidas principalmente pela ação direta e indireta dos diferentes agentes promotores da reprodução do espaço urbano.

PALAVRAS-CHAVE: SIG, paisagem urbana, planejamento, especulação imobiliária.

INTRODUÇÃO: Atualmente muito se discute sobre as modificações da paisagem, e como isso reflete na vida dos homens. Sabe-se que toda e qualquer modificação espacial surge de uma necessidade, que acaba por expor mudanças muitas vezes irreversíveis. Para Carlos (2008) “tal necessidade advém do fato de se ter que suprir as condições materiais de existência do ser humano, da produção dos meios de vida, que variam de acordo com o desenvolvimento das forças produtivas (que traz implícita a (re) produção do espaço)”. Então, as modificações espaciais surgem por necessidade inerente a situação humana, ... “emerge do cotidiano das pessoas através do modo de vida urbana” (CARLOS, 2008, p.85). A partir da década de 90, com a expansão do uso dos computadores e dos programas de sistematização de dados, foram intensificados os estudos e técnicas que se referem às transformações ocorridas na paisagem urbana, objetivando possibilitar uma melhor visualização e, principalmente, futuros planejamentos. Neste sentido, o geoprocessamento de dados e o georreferenciamento dos cadastros urbanos se tornam técnicas inovadoras, que emergem como suporte necessário ao controle do desenvolvimento da cidade. Atualmente, a utilização dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) podem fornecer valiosas contribuições no apoio às tarefas e aos projetos de planejamentos cada vez mais complexos (LANG & BLASCHKE, 2009). Ou seja, se constituem em importantes ferramentas holísticas para a análise, planejamento e gestão espacial. Assim, no presente artigo tratamos de explicar o processo de urbanização do bairro Jabotiana utilizando as ferramentas ARCGis 10, QGIS e Global Mapper para desvendar as transformações paisagísticas e econômicas do bairro.

MÉTODO E METODOLOGIA: A metodologia do trabalho consistiu em pesquisa bibliográfica sobre os conceitos de paisagem, planejamento urbano e o geoprocessamento como ferramenta geográfica de análise de espacial. Para a execução do projeto utilizamos a análise comparativa de fotografias aéreas para quantificar o avanço imobiliário na área. Neste sentido, foram utilizadas fotografias aéreas dos anos de 2003 (cedidas pela Secretaria de Planejamento do Estado de Sergipe) e de 2010 (disponibilizadas pela Secretaria de Planejamento de Aracaju), nas quais foram utilizados os softwares Global Mapper 13 para georreferenciamento da imagem de 2003. Para composição dos shapefiles foi utilizado o software Quantum Gis 2.0. Como subsídio a análise das imagens, optou-se por trabalhar com o recorte espacial dos setores censitários e os dados referentes ao número de domicílios particulares, uma vez que, o trabalho tem como objetivo estudar as transformações ocorridas na paisagem urbana do bairro com ênfase no adensamento imobiliário causado pelos vários agentes modeladores do espaço urbano.

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Figura 01 – Localização da Área de Estudo – Bairro Jabotiana –Aracaju - SE

Fonte: Prefeitura Municipal de Aracaju, SEPLAN, 2010. Organização: SILVA, Anna Allice Souza, 07/2014.

Como o IBGE não manteve similaridade entre o recorte espacial dos setores de 2000 e 2010, optou-se por trabalhar apenas com os dados do último Censo Demográfico, e fazer uma correlação destes setores com as imagens aéreas de datas próximas aos dois últimos censos realizados. Estes foram enumerados pelos autores como forma de estruturar e organizar os dados de setores diferentes. É de fundamental importância destacar que para o setor censitário número 10 não foram encontradas informações no banco de dados do IBGE, fato que optamos por desconsiderar o mesmo. ÁREA DE ESTUDO: O bairro Jabotiana está inserido na zona oeste do município de Aracaju. Seus limites são: ao norte a Avenida Marechal Rondon (limite com o Bairro Capucho); ao sul o canal Grageru, o rio Poxim e a ferrovia (limite com os bairros Inácio Barbosa e São Conrado); a oeste considera a linha imaginária originada no marco geodésico mundé da Onça, que o limita com o município de São Cristóvão; a leste, seu limite é representado pela Avenida Tancredo Neves (limite com os bairros América e Ponto Novo). O bairro possui três conjuntos residenciais: Sol Nascente, JK e Santa Lúcia; também fazem parte do bairro as comunidades da “Estrada da Jabotiana ou “Jabotianinha”, onde se originou o bairro; o Largo da Aparecida e o Loteamento Jardim dos Coqueiros (margem esquerda da estrada de acesso à localidade Aloque). Desde o final da década de 1970 é possível observar grande especulação imobiliária no bairro, mas, nos últimos dez anos essa especulação se intensificou com a construção de vários conjuntos residenciais e condomínios, que ao mesmo tempo em que valorizaram o espaço causou grandes impactos socioambientais na área. Os elementos naturais como o morro da Jabotiana e a grande área verde das margens do Rio Poxim sobressaiam dos demais elementos urbanísticos do bairro, fato que a partir do acelerado processo de construções de condomínios fechados e a abertura de novas vias de acesso estão transformando consideravelmente a paisagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao analisar a dinâmica da expansão urbana, através da correlação dos dados dos setores censitários com as imagens aéreas, foi possível detectar quais áreas sofreram maior adensamento imobiliário no bairro. Notamos que essa expansão se deu em direção as zonas norte (no sentido das avenidas Marechal Rondon e Tancredo Neves) e oeste (limite com o município de São Cristóvão). Este fenômeno de ocupação do bairro foi impulsionado principalmente pela especulação imobiliária.Segundo o IBGE, entre os censos de 2000 e 2010, o número de domicílios particulares do bairro teve um crescimento de 167%. Em valores absolutos, passou de 2.315 para 6.170 domicílios respectivamente.

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Figura 02 – Áreas do bairro que sofreram as maiores transformações na paisagem

Fonte: Secretaria de Planejamento do Estado de Sergipe, 2003; Prefeitura Municipal de Aracaju, SEPLAN, 2010. Organização: SILVA, Anna Allice Souza, 07/2014.

O acelerado processo de urbanização em um dos setores do bairro Jabutiana está representado na figura abaixo (figura 03). Uma vez que o setor n° 15 no ano de 2003 apresentava-se desocupado teve a sua paisagem totalmente modificada pela construção de condomínios habitacionais fechados.

Figura 03 – Adensamento imobiliário 2003/ 2010.

Fonte: Secretaria de Planejamento do Estado de Sergipe, 2003; Prefeitura Municipal de Aracaju, SEPLAN, 2010. Organização: SILVA, Anna Allice Souza, 07/2014.

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Este crescimento acelerado trouxe consigo grandes problemas de infraestrutura no bairro, pois estes não acompanharam o ritmo do parcelamento do solo e especulação imobiliária. Um destes problemas mais graves se reflete nas questões de mobilidade e acessibilidade. Atualmente, o bairro conta com apenas duas vias principais que dão acesso aos conjuntos habitacionais do bairro e quatro vias secundárias, todas elas ligadas a Avenida Tancredo Neves. A proposta de intervenção e aplicação do geoprocessamento ao planejamento urbano no presente trabalho, pressupõe a criação de uma nova via que interliga todo o bairro, tendo a Avenida Marechal Rondon como uma nova conexão no sentido de melhorar o ritmo de entrada e saída da população do bairro.

Figura 04 – Proposta de intervenção no bairro Jabotiana

Fonte: Prefeitura Municipal de Aracaju, SEPLAN, 2010. Organização: SILVA, Anna Allice Souza, 07/2014.

CONCLUSÕES: Os resultados obtidos nesse trabalho apontam para a eficácia da utilização de SIGs e técnicas de geoprocessamento para tomadas de decisões e controle do processo de expansão urbana no bairro Jabotiana. Constatou-se também, que através da análise das imagens temporais podemos detectar quais áreas sofreram os maiores adensamentos imobiliários e a tendência do bairro às futuras transformações na paisagem, pois ainda possui uma extensa área verde propícia a especulação imobiliária. Contudo, torna-se de fundamental importância o monitoramento dessas transformações por parte dos poderes públicos locais, funcionando como um instrumento de planejamento, que tenha a finalidade de proporcionar uma melhoria na qualidade de vida da população residente e um maior controle de licenças dos adensamentos que levem em consideração as prerrogativas previstas nos códigos urbanísticos e Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Aracaju.

REFERÊNCIAS:

CARLOS, Ana Fani Alessandri. A (Re) produção do Espaço Urbano, Ana Fani Alessandri Carlos. 1ed. Rumpr. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 2008.

CORDOVEZ, J. C. G. Geoprocessamento como ferramenta de gestão urbana. Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, v. 1, 2002.

DOMINGUES, Cristiane Vaz; FRANÇOSO, Maria Teresa. Aplicação de geoprocessamento no processo de modernização da gestão municipal.Revista Brasileira de Cartografia, v. 1, n. 60, 2009. LANG, Stefan. Análise da paisagem com SIG, Stefan Lang, Tomas Blaschke; Tradução Hermann Kux. São Paulo: Oficina de textos, 2009.

BAIRRO JABOTIANA: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO URBANA

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PEREIRA, Gilberto Corso; SILVA, Barbara-Christine Nentwig. Geoprocessamento e urbanismo. Teoria, técnica, espaço e atividades. Temas de geografia contemporânea. Rio Claro: Unesp, p. 97-137, 2001.

PMA- Prefeitura Municipal de Aracaju. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Aracaju, 2000.

SANTOS, Milton. Manual de Geografia Urbana. Milton Santos. 3ed. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

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