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A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE WINGEOM NA LICENCIATURA DE MATEMÁTICA

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Academic year: 2021

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A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE WINGEOM NA LICENCIATURA DE MATEMÁTICA

GT 06 – Formação de professores de matemática: práticas, saberes e desenvolvimento profissional

Candida Aparecida Machado, URI – Campus Santo Ângelo – RS,

candida2@ibest.com.br

Nilce Fátima Scheffer, URI – Campus Erechim – RS, snilce@uri.com.br

Resumo: Com a evolução da tecnologia, novas possibilidades de ensino estão surgindo e, em especial, para o ensino de Matemática, no qual uma grande variedade de programas de computador está dando um significado especial na construção do conhecimento. Esta pesquisa trata da Formação Inicial de Professores de Matemática, em particular sobre a utilização de tecnologias informáticas nas aulas de matemática. O estudo tem por objetivos verificar, descrever, investigar e analisar quais as contribuições que o software Wingeom pode trazer para o ensino de conceitos relacionados ao tema Pirâmides. Os sujeitos da pesquisa foram os alunos do segundo e quarto semestre do Curso de Licenciatura em Matemática, os quais desenvolveram atividades didáticas utilizando o software Wingeom. Os dados foram coletados e encontram-se em fase de análise. Os resultados até o momento apontam que o trabalho com tecnologias informáticas é muito válido para a problematização do tema Pirâmides, principalmente com professores em formação.

Palavras chave: Formação Inicial de Professores de Matemática; Tecnologias Informáticas; Software Wingeom.

Introdução

Nas últimas décadas a sociedade vem sofrendo profundas transformações com a evolução das tecnologias informáticas, as quais não se limitam às novas formas de usar determinados produtos e equipamentos. Muitas vezes observa-se, no ambiente escolar, certa expectativa por parte dos professores, quanto à vontade de utilizar novos recursos da informática na educação. E essa expectativa às vezes se transforma em sentimento de insegurança ou de resistência em alterar a prática de ensino, pois o professor, neste novo contexto, é desafiado a rever e ampliar seus conhecimentos para enfrentar as novas situações.

Um dos desafios a ser tratado neste estudo é a utilização de recursos tecnológicos no ensino, em especial o uso do softwaregratuito de matemática. Segundo Gouvêa (2006,

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p. 27), “não se está propondo uma nova disciplina, mas uma nova postura que viabilize o desenvolvimento de outros ambientes de aprendizagem”, para que se utilize o computador como alternativa pedagógica, que possibilite o desenvolvimento cognitivo e científico do aluno, visando à construção do conhecimento.

“Aprender em um ambiente informatizado é diferente de aprender num ambiente de lápis e papel”, segundo Gravina (1998, p.10). Porém, um não substitui o outro, é necessário que os alunos tenham contato com situações variadas para promover o próprio desenvolvimento. E essas situações variadas devem ser bem planejadas pelos professores, os quais não estão preparados suficientemente para trabalhar com os recursos tecnológicos. Pois neste ambiente, o professor, juntamente com seus alunos, participa de um processo de colaboração, investigação, reflexão e de criatividade, ou seja, professor e aluno estão em constante aprendizagem.

Diante disto é importante a inserção do uso das tecnologias informáticas durante a formação do licenciando, pois se acredita que a atuação do futuro professor na sala de aula será alterada se ele utilizar outras ferramentas que podem promover a aprendizagem, como o software, por exemplo.

Esta pesquisa tem por objetivo verificar contribuições que a utilização do software Wingeom no ensino de Matemática traz para alunos da graduação do curso de Licenciatura Plena em Matemática. Neste artigo apresenta-se uma reflexão sobre TIC e a Formação do Professor apresenta-se aspectos da prática da pesquisa.

As TIC

O uso das tecnologias de informação está modificando o modelo da atual sociedade e, em particular, as escolas, novas formas de organização, de produção de bens, de comércio, de lazer, de ensino e de aprendizagem vem ocorrendo. Segundo Lévy (2007, p.24) “jamais a evolução das ciências e das técnicas foi tão rápida, com tantas consequências diretas sobre a vida cotidiana, o trabalho, os modos de comunicação, a relação com o corpo, com o espaço etc.”. Isso vem a confirmar a necessidade de mudanças na área da Educação.

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Neste modelo atual da sociedade, “os recursos tecnológicos de informática na escola podem contribuir para a melhoria das condições no acesso à informação”, como cita Pais (2008, p. 29). Simplesmente inserir estes recursos não significa aprendizagem, é preciso qualidade na sua utilização e essa qualidade vai depender de como as propostas são interpretadas pelos professores. Segundo Zulatto (2002, p.8), “está aí à importância dos saberes do professor, indispensáveis para a utilização das tecnologias da informação”, pois, se os professores não se sentirem preparados, corre-se o risco da simples troca do lápis e papel pelo computador. Conforme escrito por Gracias (2000) nesse processo o professor é responsável pela motivação dos seus alunos:

Embora a presença do computador na sala de aula possa promover um encantamento inicial e motivação dos alunos, esse clima logo acabará se o professor não desenvolver um plano de atividades que os tire da passividade (GRACIAS, 2000, p. 10).

Isso significa que embora o computador motive os alunos é responsabilidade do professor a motivação e a interação em suas aulas seja por meio da tecnologia ou não.

E, embora ele seja o mais sofisticado, por mais conhecimento sobre um determinado domínio que ele possua, por melhor que ele seja capaz de modelar a capacidade do aprendiz, o computador ainda não é capaz de adequar a sua atuação de maneira que a intervenção no processo ensino e aprendizagem seja totalmente individualizada. Os recursos que o computador tem não garantem que esta metodologia de ensino seja a maneira mais eficiente para promover a aprendizagem. Cabe ao professor preparar atividades que despertem nos alunos motivação, interesse e curiosidade pelo conteúdo que estará sendo trabalhado, pois senão ocorrerá a simples troca do lápis e papel pelo computador.

Sabemos que o uso do computador apenas para resolver sequências de atividades fechadas está contribuindo muito pouco para o processo de construção de conhecimento e não está favorecendo um ambiente onde ocorram reflexão e questionamentos dos conteúdos abordados. O que é proposto pelo Construcionismo, é a utilização do computador no ambiente de aprendizagem como um instrumento para a construção do conhecimento e desenvolvimento do indivíduo, em ambientes onde os sujeitos estarão interagindo.

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Dentro deste contexto, o computador serve apenas para informatizar a sala de aula tradicional, por outro lado para Pais, ele pode ampliar as oportunidades de aprendizagem do usuário:

(...) se o seu uso for realizado a partir de certas condições pedagógicas, pode ampliar as oportunidades de aprendizagem do usuário, além de contribuir na estruturação de um raciocínio diferenciado em termos de eficiência, rapidez, precisão e o uso racional da automação. Nesse caso os benefícios da tecnologia podem ser reinvestidos em favor do próprio conhecimento, possibilitando uma continuidade no encadeamento de novos saberes (PAIS, 2008, p. 106).

Consequentemente o computador, sendo utilizado como um elo entre a motivação e o interesse do aluno pelo conteúdo e o ensino-aprendizagem, pode trazer novas possibilidades para o professor trabalhar em suas aulas.

Isso significa que não se trata simplesmente de informatizar as escolas com computadores, como vem ocorrendo atualmente, a questão volta-se para o fato de os professores não estarem preparados suficientemente para trabalhar com as tecnologias da informação e comunicação em suas aulas. Nessa ótica questiona-se: Será que os professores estão sendo preparados na formação inicial para trabalhar com as TIC? Não basta o professor saber usar estas ou aquelas TIC. Ele deve refletir sobre aspectos, como: o conteúdo e os softwares adequados à atividade que vai desenvolver na aula, a disposição dos alunos frente a esta nova situação e a maneira de utilizar tal software.

Segundo Scheffer (2001), a utilização da informática no ensino gera certa sensibilidade nos professores:

Quando a informática passa a integrar o ambiente escolar num processo de interação que envolve aluno, professor e tecnologias, ela passa a despertar a sensibilidade dos professores quanto à existência de diferentes opções de representação matemática, o que é fundamental para a ocorrência de construções, análises e estabelecimento de relações. O aluno é levado à análise de modo a poder refletir sobre seus procedimentos de solução, a ter a oportunidade de usar, testar ou aprender, tanto os conceitos envolvidos na solução do problema, quanto as estratégias de resolução (SCHEFFER, 2001, p. 17).

Porém, existem professores que não querem trabalhar e enfrentar essas novas situações. Preferem ainda usar o quadro, o giz e o apagador, e uma das justificativas é que se sentem despreparados para a utilização das TIC, pois não tiveram formação para isso.

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As mudanças educacionais constituem um processo lento, que não acontece instantaneamente. Quando se trata especificamente das mudanças no âmbito das TIC, isso não significa limitar-se a juntar a Informática com a Educação, mas sim integrá-las entre si e à prática pedagógica, o que implica um processo de preparação contínua do professor e de mudança da escola.

O Professor em Formação e as TIC

O papel do professor num ambiente de aprendizagem permeado pelo computador é determinante para o sucesso da tarefa proposta, pois ele precisa ajudar o aluno a explicitar o problema que está sendo tratado. Conhecendo o aluno, compreendendo a forma como ele pensa, incentivando diferentes níveis de descrição e reflexão, facilita a depuração e incentiva as relações sociais.

Então, o licenciando de Matemática precisa receber uma formação que lhe possibilite assumir a prática docente como compromisso social, que seja um pesquisador de sua prática pedagógica e promovedor da integração entre Tecnologia e Educação. Dentro do processo construcionista de aprendizagem perante o computador, segundo Almeida (2000) é preciso que o professor integre a informática e a educação na prática pedagógica,

Isso implica que ele esteja preparado para dominar os recursos computacionais, conhecer os fundamentos educacionais subjacentes aos diferentes usos do computador, reconhecer os fatores afetivos, sociais e cognitivos implícitos nos processos de aprendizagem e identificar o nível de desenvolvimento do aluno, para poder interferir adequadamente no processo de aprendizagem (ALMEIDA, 2000, p. 137).

Isso significa que o uso pedagógico de tecnologias contribui no processo de formação inicial, promovendo experiências diversas com estes recursos durante toda a licenciatura. Em concordância com isso acredita-se que a preparação do professor crítico, reflexivo e aberto a desafios deve se iniciar na licenciatura, de modo que, além, de se privilegiar a teoria e a prática nesta etapa de desenvolvimento, deve-se coloca-los em contato com os recursos tecnológicos disponíveis no seu contexto, fornecendo-lhes

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subsídios para utilizá-los em sua prática futura, de forma favorável aos objetivos de um ensino comprometido com a aprendizagem do aluno.

O Estudo e a Coleta de Dados

A problemática da pesquisa vai ao encontro da pesquisa qualitativa, segundo Minayo (2008, p.21) “esta estuda questões que são difíceis de quantificar, como sentimentos, motivações, crenças, medos, angústias e atitudes individuais”.

Esta pesquisa teve por contexto uma turma de um Curso de Licenciatura em Matemática e por sujeitos acadêmicos da turma do segundo e quarto semestre. Os sujeitos foram convidados e participaram da pesquisa de forma voluntária. A prática foi realizada no Laboratório de Informática da própria universidade nos sábados em horário extraclasse, no decorrer decinco encontros de 3 horas cada um.

A seguir um breve relato das atividades desenvolvidas nos encontros com os sujeitos da pesquisa:

- No primeiro encontro os sujeitos da pesquisa conheceram o software Wingeom, suas possibilidades e aplicações dentro da Geometria, durante este encontro ocorreu a familiarizacão com o Wingeom, explorando todos os comandos do programa.

- No segundo encontro iniciou-se estudo do tema Pirâmides a partir daí explorar os polígonos que a compõem as figuras. Foram resolvidas atividades tais como: Construa uma pirâmide cuja base é um hexágono. Nessa atividade explorou-se somente os polígonos e os elementos da pirâmide, algumas animações, além de colorir e rotacionar e nomear pontos, vértices, arestas, altura, apótemas.

- No terceiro encontro apresentou-se as possibilidades de trabalhar com medidas no Wingeom. Nesse encontro foram resolvidas atividades na qual foi proposto aos acadêmicos a resolução de cálculos das medidas das arestas, da altura, dos apótemas, foi trabalhado animação em vários parâmetros.

- No quarto encontro buscou-se, além de trabalhar as medidas das arestas, altura e apótema trabalhar com cálculos de áreas, volumes e secção transversal das pirâmides, tronco de pirâmide. Como por exemplo: Representar um tetraedro regular de aresta 1 e

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inserir nele uma esfera. Estudar as relações que se estabelecem entre os volumes de ambos os sólidos e achar a área total do tetraedro. Qual a relação entre a altura do tetraedro e o raio da esfera inscrita?

- No quinto encontro realizou-se atividades que contemplaram a todos os comandos e possibilidades exploradas nos encontros anteriores.

O processo de coleta de dados teve por instrumento um questionário respondido pelos sujeitos a partir do desenvolvimento das atividades didáticas envolvendo o tema Pirâmides com o auxílio do software Wingeom onde os sujeitos após realizarem as atividades de cada encontro no software responderam ao instrumento.

O instrumento utilizado nesta pesquisa é o questionário composto por questões abertas. A organização e análise dos dados estão em fase de construção e contemplarão categorias, levando em consideração o problema de pesquisa e o referencial teórico.

Considerações

O uso dos recursos tecnológicos tem se tornado necessário à participação do indivíduo na sociedade atual, no mercado de trabalho e também nos diferentes grupos sociais e culturais. Esta necessidade está serefletindo na comunidade escolar e em especial no meio acadêmico, uma vez que o setor educacional está sendo estimulado e cobrado a investir na inserção destes instrumentos tecnológicos nas práticas pedagógicas, visando preparar os alunos para interagirem no novo cenário social.

Sendo assim a comunidade acadêmica é levada a repensar as diferentes questões que emergem dessa iniciativa, entre elas a participação do professor em formação nesta transição, pois o uso dos recursos tecnológicos na prática docente gera insegurança e desconforto. Daí a importância de se trabalhar desde a formação inicial com os recursos tecnológicos na prática docente, pois o papel do professor no ambiente de aprendizagem é determinante para o sucesso da tarefa proposta.

Este trabalho vem destacar que os alunos de Cursos de Licenciatura em Matemática, ou seja, os professores em formação estão ávidos por um trabalho prático com software tendo em vista a futura prática pedagógica.

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Os resultados parciais até o momento identificados nos dados durante o processo destacam uma posição favorável à utilização de software na Licenciatura em Matemática principalmente na problematização do tema Pirâmides.

Bibliografia e Referências

ALMEIDA, M. E. B. (2000). ProInfo: Informática e Formação de Professores/Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed.

GOUVEA, S. A. S. (2006). Novos Caminhos para o Ensino e Aprendizagem de

Matemática Financeira: Construção e Aplicação de WebQuest. 2006, 167f. Dissertação

(Mestrado em Educação Matemática), UNESP, Rio Claro – SP.

GRACIAS, T. S. (2000). O Projeto de Informática na Educação. In: PENTEADO, M. e BORBA, M. C. (Orgs.). A Informática em Ação: formação de professores, pesquisa e extensão. São Paulo: Olho d’Água. p. 9-22

GRAVIVA, M. A.; SANTAROSA, L. M. A (1998). Aprendizagem da Matemática em

Ambientes Informatizados. Brasília: IV Congresso RIBIE.

LÉVY, P. (2007). A Inteligência Coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 5. ed. Tradução Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Loyola.

MINAYO (org). (2008). Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. 27. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,

PAIS, L. C. (2008). Educação Escolar e as Tecnologias da Informática. Belo Horizonte, MG: Autêntica.

SCHEFFER, N. F. (2001). Sensores Informática e o Corpo: A Noção de Movimento no Ensino Fundamental. 2001, 242f. Tese (Doutorado em Educação Matemática), UNESP, Rio Claro – SP.

ZULATTO, R. B. A. (2002). Professores de Matemática que Utilizam Softwares de

Geometria Dinâmica: suas características e perspectivas. 2002, 184f. Dissertação

Referências

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