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PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES/ INVESTIGAÇÕES DE EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO CEARÁ

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Academic year: 2021

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Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

Registro: ISSN 2594-522X

PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES/ INVESTIGAÇÕES DE EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO CEARÁ LOPES, P. V. M.1; BARROS, T. I. A.1; SILVA, N. de. A.1; SANTOS, M. A. S.1;

RIBEIRO, P. V. L.1 ; ARAÚJO, W. J. S. de. 2; SILVA, A. N. A .1; ROCHA; M. G. A.1;

SANTOS, S.T. dos. 1; SARAIVA, E. M. S. 3

1DISCENTE DO CURSO DE FARMÁCIA – FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE – FJN 2DISCENTE DO CURSO DE FARMÁCIA – FACULDADE DE MEDICINA DE JUAZEIRO DO NORTE - FMJ

3FARMACÊUTICA, ESP., DOCENTE DA FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE – FJN RESUMO

Introdução: As vacinas são medidas de saúde pública de grande êxito para o controle, prevenção e erradicação de doenças e redução do risco de morte. A busca pela qualidade dos programas de vacinação deve levar em consideração a incidência de Eventos Adversos Pós Vacinais (EAPV) bem como a abordagem adequada dos mesmos. Mediante isso, EAPV é considerado como qualquer ocorrência clínica indesejável em paciente que tenha recebido algum imunobiológico. O presente estudo teve como objetivo traçar o perfil dos relatos de eventos adversos pós-vacinais, para identificar quais os imunobiológicos envolvidos na reação adversa relatada, fazendo um comparativo com dados bibliográficos em um município do interior do Ceará. Metodologia: Tratou-se de um estudo do tipo descritivo exploratório com abordagem quantitativa através da verificação de dados contidos nas fichas de notificações de EAPV. Os dados obtidos foram compilados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel® para elaboração de gráficos e tabelas. Resultados e Discussão: Foram consideradas 5 fichas de notificações de eventos adversos pós-vacinação, as mesmas compreendiam todas as notificações realizadas e arquivadas pelo setor de imunização, observou-se que 2 (40%) registros relacionavam-se a crianças pertencentes ao gênero feminino e 3 (60%) ao gênero masculino, com idade variando entre 2 a 4 meses de vida. Conclusões: A identificação dos EAPV pode contribuir para o aprimoramento da vigilância, das rotinas de atenção à saúde da criança e contribuir para intervenções visando à segurança dos vacinados.

Palavras-chave – Eventos adversos; Imunobiológicos; Notificação. ABSTRACT

Introduction: Vaccines are very successful public health measures for the control, prevention and eradication of diseases and reduction of the risk of death. The search for the quality of the vaccination programs should take into account the incidence of Adverse Postpartum Events (EAPV) as well as their appropriate approach. Therefore, EAPV is considered as any undesirable clinical occurrence in a patient who has received some immunobiological. The present study aimed to trace the profile of reports of post-vaccine adverse events to identify which immunobiologicals involved in the reported adverse reaction, comparing it with bibliographic data in a municipality in the interior of Ceará. Methodology: This was an exploratory

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descriptive study with a quantitative approach through the verification of data contained in the EAPV notification sheets. Data were compiled into Microsoft Excel® spreadsheets for graphing and tables. RESULTS AND DISCUSSION: A total of 5 reports of post-vaccination adverse event reports were included, all notifications made and filed by the immunization sector. It was observed that 2 (40%) records were related to children belonging to the female gender and 3 (60%) to the male gender, ranging from 2 to 4 months of age. Conclusions: The identification of EAPVs can contribute to the improvement of surveillance, child health care routines and contribute to interventions aimed at the safety of vaccines.

Keywords - Adverse events; Immunobiological; Notification. NTRODUÇÃO

Os imunobiológicos são produtos capazes de ativar no organismo uma resposta imunológica contra um agente infeccioso, evitando a progressão da doença. Sendo assim, vacinar significa administrar um microrganismo (atenuado, morto, inativado ou parte dele) ou ainda um toxóide (toxina inativada) em um indivíduo visando estimular seu sistema imunológico a desenvolver uma resposta protetora duradoura contra determinada doença (ENGEL, 2011).

Segundo Wood (2005), através de um método imunológico a vacina é constituída por diversos mecanismos, através dos quais o corpo reconhece a substância invasora (antígeno), e posteriormente tem a capacidade de neutralizá-la ou eliminá-la, pela produção de anticorpos, onde permanecem no organismo evitando que a doença ocorra no futuro. Proporcionando assim imunidade.

Entende-se por Evento Adverso Pós Vacinação (EAPV) todo e qualquer evento indesejado ou não intencional que ocorra após a vacinação. Vale ressaltar ainda que este evento pode não ter uma relação causal com a vacina (BRASIL, 2014).

O Programa Nacional de Imunização (PNI) tem o objetivo de coordenar as ações de imunização em todo o território nacional, definindo normas e parâmetros técnicos para as estratégias de utilização de imunobiológicos, com base na vigilância epidemiológica de doenças imunopreveníveis e no conhecimento técnico e científico da área (TEMPORÃO, 2005).

Assim, em 1991 o PNI implantou o Sistema Nacional de Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SNVEAPV), com o objetivo de notificar, investigar, acompanhar e padronizar condutas adequadas diante das ocorrências pós-vacinação (ARAÚJO et al, 2007).

Os Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) têm como finalidade facilitar o acesso à população, em especial dos portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida e de outras condições especiais de morbidade, ou exposição a situações de risco aos imunobiológicos especiais para a prevenção das doenças que são objetos do PNI (BRASILd, 2014).

Com o uso de vacinas, o índice das doenças imunopreveníveis tem demonstrado importante comportamento, no que diz respeito à erradicação dessas patologias, evidenciando o sucesso do Programa Nacional de Imunizações (PNI) que por meio de medidas tem reduzido e controlado as infecções (BRASILg, 2008). Desse modo, o fato de se imunizar mais justifica o aparecimento de eventos adversos graves e raros e, assim como as vacinas não são 100% eficazes, também não são 100% seguras (BRASILg, 2008). Diante desse contexto, o presente estudo objetivou traçar

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o perfil das notificações de eventos adversos pós-vacinação em um município do interior do estado do Ceará, descrevendo os principais eventos de acordo com a ficha de notificação, fazendo a classificação do evento adverso de acordo com o Ministério da Saúde, relacionando os imunobiológicos envolvidos no evento adverso notificado e verificando a faixa etária que mais acomete esses eventos.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória, com abordagem quantitativa relacionada aos eventos adversos registrados nas fichas de notificações dos eventos adversos pós-vacinação ocorridos durante o ano de 2017 no município de Crato localizado ao sul do estado do Ceará, na região metropolitana do Cariri.

A coleta de dados foi realizada mediante autorização prévia firmada entre o responsável pelo setor de imunização, através da assinatura da autorização para realização da pesquisa e do termo de fiel depositário.

O levantamento dos dados ocorreu durante o mês de fevereiro de 2018, nos dias e horários agendados pelo responsável do setor de imunização do município sede da pesquisa, assegurando a privacidade e o sigilo das informações coletadas.

Foram consideradas todas as fichas de notificação de eventos adversos pós-vacinação arquivadas no âmbito do setor de imunização.

Os dados obtidos foram inseridos em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel® para elaboração de gráficos e tabelas demonstrativos dos resultados. A presente pesquisa obedeceu aos preceitos éticos conforme a Resolução CNS/MS N° 466/2012 e Nº 510/2016, os quais determina a garantia do anonimato da identidade do participante da pesquisa mesmo na divulgação dos dados obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram consideradas 5 fichas de notificações de eventos adversos pós-vacinação, realizadas e arquivadas pelo setor de imunização da secretaria de saúde do município do Crato-CE. Dentre as quais se observou que 2 (40%) registros relacionavam-se a crianças pertencentes ao gênero feminino e 3 (60%) ao gênero masculino, com idade variando entre 2 a 4 meses de vida. Este achado condiz com o estudo realizado por Silva (2010), nas cidades de Teresina-PI e São Paulo-SP, onde foi observado que 80% dos EAPV acometem crianças no primeiro ano de vida, devido ao maior número de doses ofertadas.

Conforme o dado obtido desses registros destacou quatros vacinas relacionado à ocorrência de EAPV, no ano de 2017, dentre as quais se destacam: Pentavalente, Rotavírus Humano, Pneumocócica, Poliomielite Inativada, conforme apresentado no gráfico 1.

Gráfico 1: Imunobiológicos relacionados à ocorrência de EAPV. Crato-CE, 2017.

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Percebe-se que a vacina pentavalente, implantada na rotina de vacinação do Sistema Único de Saúde em 2012, esteve presente em todos (n=5) os registros de EAPV. No entanto, não fora administrada isoladamente, como é preconizado pelo protocolo nacional de imunização. Dessa maneira, não é possível afirmar se esta vacina é de fato responsável pela queixa registrada.

Os imunobiológicos são capazes de desencadear inúmeros eventos adversos (EA), posto isso, podemos observar na tabela 1 os sintomas registrados pelo profissional da atenção primária à saúde, responsável pelo preenchimento da ficha de EAPV.

Tabela 1: Eventos Adversos registrados em nível de Atenção Primária, Crato-CE.

Fonte: Próprio autor

Observando as fichas de notificações, onde foram administradas isoladamente o imunobiológico Pentavalente, percebe-se que nos dois casos, houve a ocorrência dos seguintes EA: hipóxia, vômito, choro persistente, irritabilidade, dispneia, cianose central e síncope. Quando administradas as vacinas Pentavalente, Poliomielite inativada, Pneumocócica e Rotavírus humano todas em um único dia, além dos sintomas já previstos com a aplicação da vacina Pentavalente, pode-se constatar a incidência dos EA: letargia, agitação, dispneia, cianose central, hipertemia acima de 39 °C, edema local com presença de gânglios inguinais.

São inúmeras variáveis a serem analisadas no momento de atualizar o esquema vacinal, e isso pode predispor a erros. Evidenciando a importância de se seguir o calendário básico de vacinação conforme é preconizado pelo Ministério da Saúde, evitando rompimentos e atrasos.

A simultaneidade das vacinas preconizada pelo Ministério da Saúde tem por vantagem a diminuição das idas ao posto de vacinação e a possibilidade de imunizar a criança contra várias doenças em uma mesma oportunidade, porém, a maioria dos eventos adversos temporalmente relacionados às vacinas identificados neste estudo, está relacionada com a administração simultâneade duas ou mais vacinas. As combinações que tiveram maiores representatividades envolviam as vacinas Pentavalente, Pneumocócica, Poliomielite inativada e Rotavírus humano, ou seja, as vacinas administradas aos 2 e 4 meses de idade, conforme calendário básico de vacinação da criança preconizado pelo Ministério da Saúde. Um estudo realizado em Campo Grande, também houve relato de ocorrência de eventos adversos em vacinação simultânea, sendo 17,10% eventos adversos na aplicação de duas

Evento Adverso Nº de registros

Hipóxia 3 Vômito 2 Dispnéia 2 Cianose central 2 Choro persistente 2 Palidez 1 Hipertemia 1

Edema com gânglios inguinais 1

Irritabilidade 1 Síncope 1 Febre 1 Melena 1 Letargia 1 Agitação 1

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vacinas e 4,80%, na administração de três vacinas. Esses resultados podem indicar que a ocorrência de eventos adversos pode estar relacionada à quantidade de vacinas administradas simultaneamente (PIACENTINI et al., 2011).

Os resultados sobre a classificação dos eventos adversos caracterizou-se como Evento Adverso Não Grave (EANG), cuja evolução clínica mostrou que evoluiu para cura, sem sequelas ou maiores danos as crianças, condizendo com achados da literatura que demonstra os benefícios de se receber vacinas e prevenir doenças superam os riscos de possíveis efeitos adversos (PIANCENTINI et al., 2011), não implicando, portanto, contraindicação para doses posteriores (ARAÚJO, 2007). Se tratando das condutas frente aos EAPV, observou-se que houve manutenção do esquema vacinal, ou a substituição desse esquema, mediante a liberação na rede de frio das doses recomendadas, perante a 20ª CRES de Crato.

CONCLUSÃO

A identificação dos EAPV pode contribuir para o aprimoramento da vigilância, das rotinas de atenção à saúde da criança e contribuir para intervenções visando à segurança dos vacinados.Necessitando da realização de estudos que possibilitem o aprofundamento das relações causais dos EAPV com os componentes vacinais dos imunobiológicos mais reatogênicos. Com isso é necessário o aprimoramento das ações de vigilância quanto ao EAPV, à exatidão no preenchimento da ficha de notificação, a educação continuada nos serviços de saúde, com a finalidade de atualizar os profissionais que atuam em sala de vacinas e orientar a população sobre a temática, para aumentar a confiabilidade, a qualidade e a segurança da vacinação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, T. M. E; CARVALHO, P. G; VIEIRA, R. D. F. Análise dos eventos adversos pós-vacinais ocorridos em Teresina. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 60, n. 4, p. 444-8, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília, 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.govbr/bvs/publicacoes /manual_procedimentos_vacinacao.pdf.

dBrasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância de Saúde Pública. Departamento de epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde. Rio de Janeiro, 2009. 71 p.

ENGEL, CL. Imunização e ITU. São Paulo: Editora MedWriters; 2011.

gBrasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. Brasília (DF): Ministério da Saúde. 2014.

SILVA, J. A. M. Proposta de gestão on-line das informações de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação [dissertação]. Rio de Janeiro. Fiocruz; 2010.

TEMPORÃO, J. G. O Programa Nacional de Imunizações (PNI): origens e desenvolvimento. História, Ciências, Saúde - Manguinhos. Rio de Janeiro, v.10, s.2, 2003.

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