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ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO ÍNDICE AUSCAN DE OSTEOARTRITE NA MÃO PARA O BRASIL

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ARDINI DE

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REITAS

ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES

PSICOMÉTRICAS DO ÍNDICE AUSCAN DE OSTEOARTRITE NA MÃO

PARA O BRASIL

Belo Horizonte

Universidade Federal de Minas Gerais 2010

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AULA

J

ARDIM

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ARDINI DE

F

REITAS

ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES

PSICOMÉTRICAS DO ÍNDICE AUSCAN DE OSTEOARTRITE NA MÃO

PARA O BRASIL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, nível mestrado, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.

Área de Concentração: Desempenho Funcional Humano

Linha de Pesquisa: Estudos do Desempenho Motor e Funcional Humano

Orientadora: Profª. Drª. Rosângela Corrêa Dias

Belo Horizonte

Universidade Federal de Minas Gerais 2010

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. F862a

2010

Freitas, Paula Jardim Pardini

Adaptação transcultural e avaliação das propriedades psicométricas do Índice AUSCAN de osteoartrite na mão para o Brasil. [manuscrito] / Paula Jardim Pardini de Freitas – 2010.

92f., enc.: il.

Orientadora: Rosângela Corrêa Dias

Mestrado (dissertação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Bibliografia: f. 31-37

1. Osteoartrite – Teses. 3. Mãos – Teses. 4. Força da mão – Teses. 5. Reprodutibilidade de testes. I. Dias, Rosângela Corrêa . II. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. III. Título.

CDU: 154.943

Ficha catalográfica elaborada pela equipe de bibliotecários da Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.

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“Não vamos partir da suposição de que a vida se manifesta de maneira mais plena nas coisas

que costumamos considerar grandes do que naquelas que costumamos considerar pequenas”

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que me incentivaram e ajudaram neste processo.

À minha orientadora Profa. Dra. Rosângela Corrêa Dias, agradeço pela confiança, paciência e ensinamentos. Sua tranqüilidade, discrição e sabedoria facilitaram todo meu percurso pelo Mestrado e a conclusão desse trabalho.

Ao Prof. Nicholas Bellamy, agradeço pelo direito concedido de tradução e adaptação cultural do Índice AUSCAN de Osteoartrite na Mão e pela disponibilidade e atenção durante todo o processo.

Às tradutoras: Izabella Biondi, Jeanne Marie Jardim Pardini, Judy Robe e Jane Ibrahim de Carvalho pela disponibilidade, competência, demonstração de amizade, e, principalmente, pelos momentos agradáveis que tivemos durante o processo de tradução do AUSCAN.

Aos médicos e terapeutas que participaram do comitê de especialidade no processo de tradução do AUSCAN e contribuíram de forma efetiva na elaboração do questionário final: Dr. Arlindo Gomes Pardini Jr, Dra. Lúcia Helena de Assis Cabral e Dra. Rosa Weiss Telles.

A Fernanda Cristeli, obrigada pela árdua tarefa de agendamento dos participantes, ajuda na coleta de dados, organização das fichas e registro dos dados. Você foi fundamental!

Ao Afrânio, meu amigo, companheiro, conselheiro, rocha firme onde ergui minha morada, todo o meu amor e agradecimento.

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Ao Peu, sol da minha vida. Nunca vou me esquecer de suas palavras de incentivo e de seu abraço afetuoso.

Ao Be, meu príncipe, por sua serenidade, determinação e exemplo de disciplina e vontade de vencer.

Aos meus pais, Jeanne e Arlindo, obrigada pelos incentivos e a ajuda sempre quando requisitada.

A Gisele. Sem você não eu não teria conseguido nada! Obrigada por trazer amor a minha casa e família.

Aos meus queridos amigos e companheiros do CROT que me ajudaram e incentivaram de uma maneira ou de outra.

Ao Miguel Houri e Daniel Pardini pelo constante incentivo e palavras amigas nos momentos de desânimo.

Aos professores, colegas e demais funcionários do programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, agradeço pela colaboração, disponibilidade e incentivos, em especial a Profa. Renata Kirckwood e a Marilane.

E, principalmente:

Aos pacientes do CROT: OBRIGADA! Pelo comparecimento voluntário e disponibilidade. Por acreditar no meu trabalho e na ciência e assim, acreditar na vida e num mundo melhor. Foi por vocês que realizei esse trabalho. Obrigada por esses 20 anos como terapeuta de mão: vocês me confiaram suas mãos, instrumento divino de manifestações humanas, e espero ter ajudado de alguma forma, da melhor maneira, na recuperação de sua integridade funcional.

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SUMÁRIO

RESUMO X ABSTRACT XI Capítulo 1 – INTRODUÇÃO 1.1. A osteoartrite (OA) 12

1.2. A osteoartrite (OA) nas mãos 13

1.3. Critérios para avaliação da OA nas mãos 15

1.4. Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde 16 1.5. AUSCAN – Australian/Canadian Hand Osteoarthritis Index 17

1.6. Adaptação transcultural 18

1.7. Justificativa 19

1.8. Objetivos

1.8.1. Objetivo Geral 20

1.8.2. Objetivos Específicos 20

Capítulo 2 – MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Desenho do Estudo 21

2.2. Instrumento 21

2.3. Etapa de Adaptação Transcultural do Instrumento AUSCAN

2.3.1. Adaptação transcultural 22

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2.4. Etapa de avaliação das propriedades psicométricas do AUSCAN–Brasil

2.4.1 Amostra 24

2.4.2 Procedimentos 25

2.4.3 Examinadores 26

2.4.4 Avaliação da confiabilidade 26

2.4.5 Avaliação da consistência interna 26

2.4.6 Avaliação da validade de construto 26

2.4.7 Análise Fatorial 28

2.4.8 Avaliação qualitativa do Questionário AUSCAN-Brasil 28

2.4.9 Análise estatística 29

Capítulo 3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31

Capítulo 4 – ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES

PSICOMÉTRICAS DO ÍNDICE AUSCAN DE OSTEOARTRITE NA MÃO PARA O BRASIL 38

Capítulo 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 68

ANEXO 1 – AUSCAN – Osteoarthritis Hand Index LK3.1 70

ANEXO 2 – AUSCAN Copyright Assignment 75

ANEXO 3 - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG 77

ANEXO 4 – Autorização do Hospital Ortopédico e do CROT – Centro de

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e acesso aos prontuários 78

ANEXO 5 – Mini-Exame do Estado Mental 79

ANEXO 6 – AUSCAN-Brasil - Índice de Osteoartrite na Mão Lk3.01 80

ANEXO 7 - CCEB - Critério de Classificação Econômica Brasil/2008 85

ANEXO 8 – Questionário DASH- Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand 86

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 88

APÊNDICE B – Ficha dados sócio-demográficos e clínicos 91

APÊNDICE C - Questionário de avaliação da gravidade dos sintomas na mão Questionário de avaliação qualitativa do Índice AUSCAN-Brasil 92

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RESUMO

A osteoartrite (OA) é a doença osteoarticular mais comum na população ocidental idosa e afeta frequentemente as articulações da mão. Caracteriza-se por deterioração e perda da cartilagem hialina. Clinicamente, apresenta-se com dor, edema, limitação de movimentos, perda de força e deformidades que causam danos funcionais importantes ao paciente. Questionários para avaliação da incapacidade funcional da OA têm sido amplamente utilizados e recomendados tanto na prática clínica como em pesquisas. Até o presente momento, não há nenhuma publicação sobre questionários específicos para avaliar a funcionalidade de indivíduos com OA nas mãos que tenham sido traduzidos e validados no Brasil. O objetivo deste estudo, portanto, foi adaptar culturalmente o Índice AUSCAN de Osteoartrite (OA) na Mão escala LK 3.01 para a população brasileira e avaliar as propriedades psicométricas deste instrumento em uma amostra de pacientes brasileiros com OA nas mãos. A adaptação transcultural do Índice AUSCAN-Brasil seguiu procedimentos recomendados por Guillemin et al e a versão final foi testada em uma amostra de 20 pacientes. Setenta e três pacientes com OA nas mãos participaram da avaliação das propriedades psicométricas da versão adaptada. A confiabilidade inter-examinador foi avaliada aplicando-se o Índice AUSCAN-Brasil em um mesmo dia, em tempos diferentes, por diferentes examinadores (A1 e A2) e a confiabilidade intra-examinador foi avaliada na reaplicação após uma semana pelos mesmos examinadores (A1 ou A2). A consistência interna foi avaliada nas duas aplicações do Índice pelos dois examinadores. A validade de construto do AUSCAN-Brasil foi avaliada através da correlação do escore de suas escalas (dor, rigidez e atividades) e do escore total com outras medidas de desfecho: força de preensão e de pinça, um questionário de avaliação da gravidade dos sintomas na mão e o questionário DASH. A análise fatorial exploratória (AFE) foi conduzida para avaliar a validade fatorial do Índice AUSCAN-Brasil. Com relação aos resultados, os índices de confiabilidade apresentaram valores elevados, onde a maioria ficou acima de 0,75 (p<0,05), demonstrando elevada consistência. A consistência interna foi alta para as escalas de dor e atividade e o escore total ( de Cronbach = 0,92-0,96). As escalas de dor, rigidez e atividades do Índice AUSCAN-Brasil se correlacionaram moderadamente com a força de preensão manual e as questões de dor, rigidez e disfunção do questionário global e apresentaram boa correlação com o escore total do questionário DASH (p<0,005). Na AFE os dois fatores extraídos não sustentaram a estrutura das duas escalas de dor e atividades em medir conceitos distintos e indicou que a solução de apenas um fator possivelmente representaria a melhor configuração dos dados. Concluímos que o Índice AUSCAN-Brasil de Osteoartrite nas Mãos LK 3.01 foi adequadamente traduzido para ser utilizado na população brasileira, demonstrando ser um instrumento confiável e válido para avaliar a funcionalidade de pacientes com osteoartrite nas mãos.

Palavras-chave: Osteoartrite, mãos, Índice AUSCAN de Osteoartrite nas mãos,

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ABSTRACT

Osteoarthritis (OA) is the most common joint diseaseamong the elderly, most frequently involving the joints of the hands. It is characterized by a progressive loss of articular cartilage, pain, swelling, deceased range of joint motion and deformity, that causes severe functional limitations. In order to measure functioning and incapacity of patients with OA, self-report questionnaires have been recommended and used in the literature. Until the present, there is no published questionnaire available to evaluate functioning in patients with hand OA in Brazil. So, the aim of this study was the translation, cultural adaptation and assessment of the psychometric properties of the AUSCAN Osteoarthritis Hand Index LK3.01 for Brazil. The translation and cultural adaptation procedures followed standardized guidelines and the final version was applied to 20 patients with hand osteoarthritis (HOA). The definitive version was then applied to other 73 patients with hand OA to assess the psychometric properties. Interrater reliability was assessed in the same day by two different observers (A1 and A2) and intrarater reliability at a 1-week interval by the same observers (A1 or A2). Internal consistency was assessed from both administration of the Index. To assess the construct validity we examined partial correlations of the scales and the total AUSCAN score to different outcome measures: grip strength, pinch strength, physician global assessments and the DASH Questionnaire. Exploratory factor analysis (EFA) were conducted to assess the factorial validity of the AUSCAN. Concerning the results, the interrater and intrarater intraclass correlation coefficients for the AUSCAN-Brazil were high, up to 0.75 (p<0.005). Internal consistency was excellent (Cronbach’s  = 0.92-0.96). The AUSCAN scales and the total AUSCAN score had moderate correlation with grip strength and physician global assessments questionnaire and good correlation with the DASH Questionnaire (p<0.05). Factor analysis showed that the two factors extracted did not support the intended subscale structure of the AUSCAN-Brazil Index and indicated that one factor model fits best the data. We have concluded that the AUSCAN-Brazil Hand Osteoarthritis Index KL 3.01 is reliable and valid and can be used as a suitable tool to assess functioning of patients with hand OA.

Key-words: Osteoarthritis, hand, AUSCAN-Brazil Osteoarthritis Hand Index, reliability, validity

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1. A osteoartrite (OA)

A osteoartrite é a doença osteoarticular mais comum na população ocidental idosa e afeta principalmente o quadril, o joelho e a mão1,2. Caracteriza-se patologicamente por deterioração e perda da cartilagem hialina e formação marginal osteofitária. Clinicamente, apresenta-se, em geral, com dor, edema, limitação de movimentos, redução da força e presença de deformidades, que causam danos funcionais importantes ao paciente3.

Os vários fatores etiológicos implicados na OA a definem como uma doença multifacetária e marcada por características geográficas. Fatores como raça, sexo, diferentes padrões de sobrecarga impostos às articulações e fatores de ordem genética, explicam a diversidade do quadro clínico de pacientes com a forma primária de OA4.

Além das características da população estudada, estudos epidemiológicos podem variar de acordo com as diferentes definições da doença (segundo características patológicas, radiológicas ou clínicas) e a articulação específica em estudo1. Em geral, estudos radiológicos de prevalência da osteoartrite mostram alterações em 30% de homens e mulheres acima de 65 anos, mas apenas um terço desses são sintomáticos5. Após os 40 anos, a incidência de osteoartrite aumenta rapidamente a cada década de vida. Até a faixa etária próxima aos 45 anos, homens são mais acometidos que mulheres, mas acima dos 55 anos, essa relação se inverte6.

Devido à forte associação da doença com a idade, o número de indivíduos acometidos está crescendo em consequência do intenso processo de envelhecimento demográfico mundial. Nos Estados Unidos, de 1995 a 2005, o número de pessoas acometidas com OA sintomática aumentou de 21 milhões para aproximadamente 27 milhões, refletindo provavelmente o envelhecimento populacional1. No Brasil, projeções da Organização Mundial de Saúde indicam que, em 2025, o país será o sexto em número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas7. Além disso, o Brasil apresenta um significativo aumento na expectativa de vida da população8, chamando a atenção sobre as condições de saúde durante esses anos adicionais de

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vida9. O aumento da longevidade modifica a incidência e prevalência de doenças crônico-degenerativas, das taxas de morbidades e de incapacidades funcionais, o que gera um grande impacto sobre os sistemas de saúde1,9.

1.2. A osteoartrite nas mãos

A definição de osteoartrite (OA) na mão varia de acordo com diferentes pesquisadores e depende se critérios clínicos ou radiológicos foram utilizados10. Atualmente, o critério adotado pelo American College of Rheumatology (ACR) para o diagnóstico da osteoartrite nas mãos é o mais usado em estudos clínicos e foi

publicado por Altman et al em 199011. Ele é delineado para mãos sintomáticas e é baseado no exame físico de pacientes com dor nas mãos (quadro 1), fornecendo 92% de sensibilidade e 98% de especificidade.

Quadro 1. Critérios de Classificação de OA na Mão, segundo o American College of Rheumatology

(ACR)

Dor nas mãos ou rigidez na maioria dos dias do mês anterior e

3 ou 4 características seguintes:

- Alargamento articular em duas ou mais das 10 articulações selecionadas: segunda e terceira IFP* e IFD** ou TM*** das mãos

- Alargamento articular de duas ou mais articulações IFD**

- Menos de três articulações metacarpofalangeanas edemaciadas

- Deformidade de duas ou mais das 10 articulações IFP, IFD e TM das mãos

As 10 articulações selecionadas incluem bilateralmente as IFD e IFP do II e III dedos e a TM (*IFP - interfalangeana proximal), (**IFD - interfalangeana distal),(***TM - trapézio-metacarpal)

Para estudos epidemiológicos, os critérios adotados pelo ACR apresentam limitações como duração dos sintomas, inclusão de pacientes com osteoartrite erosiva,

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falta de distinção entre os tipos de OA nas mãos, exclusão de pacientes assintomáticos. Assim, para estudos epidemiológicos e genéticos, critérios radiológicos são utilizados10.

A mão é local frequente de acometimento da osteoartrite (OA). Estudos populacionais demonstram uma alta prevalência no diagnóstico radiológico da OA nas mãos, variando de 29-76% 12,13,14. Entretanto, apenas 3-26% dos indivíduos com OA radiológica apresentam osteoartrite sintomática.

Em relação ao padrão de envolvimento articular radiológico, Dahaghin et al (2005)13 revelaram que 67% das mulheres e 54,5% dos homens acima de 55 anos, apresentaram comprometimento em pelo menos uma articulação da mão. A articulação interfalangeana distal foi a mais acometida (47,3%), seguida pela articulação trapeziometacarpal (35,8%), a interfalangeana proximal (18,2%) e a metacarpofangeana (8,2%). Segundo Egger et al (1995)14, o envolvimento da mão direita é mais frequente que da esquerda e o envolvimento articular tende a ser bilateral, embora o grau de comprometimento em diferentes articulações em uma mesma mão possa variar.

A OA sintomática de mão é caracterizada por dor, rigidez articular e incapacidade15,16. Estudos populacionais têm demonstrado uma fraca associação entre a prevalência radiológica da doença e a dor e incapacidade na mão13,14. Essa associação, entretanto, varia de acordo com o local de envolvimento. Maior relação é observada quando envolve a articulação da base do polegar. A dor agrava-se com o maior número de articulações comprometidas na mão e com a forma mais grave de acometimento radiológico. Segundo Jones et al(2001)17, dor e incapacidade aumentam com a idade, enquanto a força de preensão palmar diminui. Essas três medidas são significativamente piores em mulheres, independentemente do grau de gravidade da doença. Ainda, de acordo com Jones et al, a associação entre a osteoartrite e a função e a força de preensão palmar é amplamente mediada pela dor.

Zhang et al (2002)18 relataram que a OA sintomática de mão limita várias atividades de vida diária: “os indivíduos com a doença tiveram 10% de redução da força máxima de preensão, relataram maior dificuldade na escrita, manuseio ou preensão de objetos pequenos e demonstraram dificuldade em carregar um peso de 4,5Kg”. Kjeten

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uma importante consequência funcional em termos de dor, redução da mobilidade da mão e da força de preensão, limitação de atividades e restrição na participação social.

Os sintomas da OA nas mãos variam consideravelmente quanto à sua presença e ao significado para o indivíduo. Dor, incapacidade e diminuição da qualidade de vida afetam de forma significativa a rotina diária de indivíduos com a doença. O conhecimento das consequências funcionais da OA nas mãos é necessário para melhorar os resultados de tratamentos e para assegurar que os serviços de reabilitação estejam focados nas necessidades e problemas expressados pelo paciente19.

1.3. Critérios para avaliação da OA nas mãos

O tratamento da OA nas mãos encontra-se em fase dinâmica. Várias intervenções terapêuticas têm sido propostas, tanto no âmbito da reabilitação quanto da cirurgia e terapia medicamentosa20. Estudos clínicos randomizados em osteoartrite para verificação da efetividade desses novos tratamentos têm aumentado proporcionalmente21.

Preocupados com a validade dos estudos clínicos e epidemiológicos, com a padronização das medidas de desfechos e o uso de uma linguagem comum para interpretação dos resultados de pesquisas, instrumentos para avaliação clínica da OA de mão têm sido revistos. A International League of Associations for Rheumatology (ILAR) em várias reuniões com a Organização Mundial de Saúde () desenvolveram através do grupo OMERACT (Outcome Measures for Arthritis Clinical Trials) recomendações de medidas de desfecho em doenças reumáticas. Essas recomendações foram publicadas no Journal of Rheumatology em 2000/2001 e reconhecidas formalmente pela ILAR/WHO como medidas padrão ouro para essas condições22.

As principais medidas na avaliação da osteoartrite de quadril, joelho e mão, recomendadas pelo OMERACT 3, em estudos clínicos, devem abordar: dor, função física, avaliação global do paciente e imagem articular. Medidas de qualidade de vida e/ou de utility (medidas derivadas de teorias econômicas e de decisão e refletem a preferência dos pacientes por um determinado estado de saúde, tratamento ou intervenção) são fortemente recomendadas5,10,22.

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1.4. Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde

Minayo et al (2000)23 definem que “qualidade de vida é uma noção eminentemente humana e tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. O termo abrange muitos significados que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que são influenciados pelo momento histórico, a classe social e a cultura a que pertencem esses indivíduos”.

Na área da saúde, o conceito qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS), tradução da expressão inglesa Health-related Quality of Life, refere-se, segundo Minayo et al23, ao valor atribuído à duração da vida quando esta é modificada pela percepção de limitações físicas, psicológicas, funções sociais e oportunidades influenciadas pela doença, tratamento e outros agravos. A QVRS tornou-se o fio condutor na tomada de decisões clínicas e o principal indicador para a pesquisa avaliativa sobre o resultado de intervenções. Hoje, o tema qualidade de vida é imprescindível na pesquisa na área da saúde, pois seus resultados contribuem para verificar o impacto das diferentes condições de saúde, aprovar e definir tratamentos e avaliar custo-efetividade do cuidado prestado23,24,25.

Atualmente, uma das formas mais comuns empregadas de avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde são os questionários, que têm por finalidade transformar medidas subjetivas em dados objetivos que possam ser quantificados e analisados de forma global ou específica25.

Diversos questionários ou índices têm sido propostos e utilizados para avaliar a qualidade de vida em indivíduos com diferentes doenças, e podem ser classificados em dois grandes grupos: os instrumentos genéricos e os específicos 23,24,25. Os instrumentos genéricos foram desenvolvidos para refletir o impacto de uma doença sobre a vida de pacientes em uma ampla variedade de populações. Procuram englobar vários aspectos relevantes relacionados à saúde, como: função, disfunção e desconforto físico e emocional.

Vários instrumentos genéricos já foram traduzidos e validados para serem utilizados no Brasil. Entre eles destacam-se: o Medical Outcomes Studies 36-item

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Short-Form (MOS SF-36), o WHOQOL 100 e o WHOQOL-brief e o DASH (Disability of the Arm, Shoulder and Hand) 23,24,25.

Os instrumentos específicos, por sua vez, avaliam de forma individual e específica determinados aspectos da qualidade de vida cotidiana dos indivíduos subsequentes à experiência de doença, agravos ou intervenções terapêuticas. Têm como vantagem a maior capacidade de detectar melhora ou piora do aspecto específico em estudo. Podem ser específicos para uma determinada função (capacidade física, sono, função sexual), determinada população (jovens, idosos), e determinada alteração (dor, osteoartrite)24,25.

Alguns instrumentos específicos para doenças reumáticas já foram traduzidos e validados para o Brasil como: Stanford Health Assessment Questionnaire (HAQ)26, questionário de incapacidade desenvolvido para avaliar pacientes com artrite reumatóide; o Arthritis Impact Measurement Scale (AIMS)27, questionário multidimensional para avaliar o estado de saúde de pacientes com diferentes doenças reumáticas, e o Western Ontario and McMaster Universities (WOMAC)28, desenvolvido para avaliar desfechos clínicos de pacientes com osteoartrite no quadril e joelho.

Até o presente momento, não há nenhuma publicação sobre questionários específicos para avaliar a funcionalidade de indivíduos com OA nas mãos que tenham sido traduzidos e validados no Brasil.

1.5. AUSCAN – Australian/Canadian Hand Osteoarthritis Index

O AUSCAN Hand Osteoarthritis Index foi desenvolvido pelo Prof. Bellamy e colaboradores da Universidade de Queensland, Austrália e da Universidade de Western Ontário, Canadá29. É um questionário tridimensional, específico e auto-administrado. Ele investiga sintomas clinicamente relevantes nos domínios de dor, rigidez articular e função física em pacientes com osteoartrite nas articulações da mão 29,30.

Sua concepção iniciou-se em 1995 quando havia poucos instrumentos padrões de avaliação da OA em estudos clínicos. Nessa época, diferentes variáveis eram analisadas, assim como uma considerável variação de escalas e instrumentos eram utilizados, dificultando a comparação entre os estudos. Partindo, portanto, da necessidade de padronização das medidas clínicas relevantes para o paciente com OA

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de mão, foi desenvolvido o AUSCAN Osteoarthritis Hand Index 29,30. A experiência prévia dos autores no desenvolvimento do questionário WOMAC Osteoarthritis Index, facilitou a criação do AUSCAN, que seguiu os mesmos procedimentos31.

O Índice consiste de 15 questões divididas em três escalas distintas. A escala de

dor, com cinco questões, avalia a quantidade de dor na mão que o indivíduo refere

durante o repouso, quando segurando, levantando, torcendo ou apertando objetos. A

escala de rigidez articular, com uma questão que avalia a sensação de rigidez nas

mãos logo após acordar, de manhã. E a escala de função física ou atividades da vida

diária, com nove questões, investiga o grau de dificuldades em abrir torneiras, usar

maçanetas de cabo ou redondas, abotoar e desabotoar botões, prender jóias, abrir um pote novo, carregar um pote cheio com apenas uma mão, descascar vegetais e frutas, levantar objetos grandes e pesados e torcer roupas (Anexo 1)30.

O AUSCAN está disponível nas escalas Likert (LK) e visual análoga (VAS). Na versão Likert (LK 3.0) o paciente reponde cada item em uma escala adjetiva de 5 pontos (0=nenhuma, 1=leve, 2=moderada, 3= forte, 4=muito forte). A versão AUSCAN VA 3.0 permite que a resposta seja feita em uma escala visual análoga horizontal de 10 mm onde em seus extremos descritores adjetivos estão presentes (a esquerda = nenhuma, e a direita = extrema).

O AUSCAN é válido, confiável e sensível na detecção de alterações clínicas relevantes no estado de saúde de pacientes com OA de mão 30,31,32. É recomendado como um instrumento de avaliação pela Osteoarthritis Research Society International (OARSI) e pelo grupo OMERACT33 e já foi traduzido para 26 diferentes línguas 33,34,35. O AUSCAN ainda não foi traduzido e validado para o Brasil.

1.6. Adaptação transcultural

A grande maioria dos questionários de avaliação da qualidade de vida foi produzida em países de língua inglesa e assim, direcionados para serem utilizados nas populações anglo-saxãs. Para serem utilizados em outros países requerem um processo rigoroso de tradução e adaptação transcultural, bem como a avaliação de suas propriedades psicométricas após sua tradução24,25.

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O processo de adaptação cultural objetiva alcançar equivalência de conteúdo, semântica, idiomática e conceitual entre a versão original e a versão adaptada. A

equivalência de conteúdo refere-se à investigação da relevância do conteúdo de cada

item do questionário para a realidade cultural em questão. A equivalência de semântica relaciona-se a manutenção da essência do conteúdo/contexto abordado no instrumento, evitando a tradução direta palavra por palavra de cada item do teste. A

equivalência idiomática avalia a presença de expressões ou coloquialismos presentes

em outras culturas e trabalha sua tradução adaptada para a cultura em questão. E a

equivalência conceitual ou cultural está relacionada à investigação da consistência da

medida e do modo de expressão do fenômeno em estudo nas diferentes realidades culturais.

Apesar de apresentar um conjunto de metas e instruções criteriosas, o processo de tradução e adaptação transcultural não assegura a manutenção das propriedades psicométricas do instrumento original. Devido à variação nos hábitos de vida entre culturas diversas, alguns itens podem ter significados diferentes em relação ao questionário original. Assim, testes de avaliação da validade e confiabilidade devem ser realizados após a tradução e adaptação do questionário 24,25.

1.7. Justificativa

Desenvolver novos instrumentos específicos para cada cultura é dispendioso, demorado e impediria a comparação de estudos entre diferentes países ou culturas. A adaptação transcultural e validação de um instrumento já existente é o mais recomendado devido à operacionalização deste processo. Um instrumento culturalmente adaptado reflete equivalência em relação ao questionário original.

A escolha do Índice AUSCAN de Osteoartrite na Mão fundamentou-se em sua ampla recomendação pela OARSI/OMERACT em estudos clínicos, sua facilidade de administração e por ser um questionário que vem sendo adaptado culturalmente em diferentes países, possibilitando a comparação de estudos em nível internacional.

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1.8. Objetivos

1.8.1- Objetivo Geral

O objetivo deste estudo foi traduzir e adaptar culturalmente o Índice AUSCAN de Osteoartrite na Mão escala LK 3.01 para a população brasileira e avaliar as propriedades psicométricas deste instrumento em uma amostra de pacientes brasileiros com OA na mão.

1.8.2- Objetivos Específicos

1- Verificar se a adaptação cultural é adequada para avaliar a dor, rigidez e função manual em pacientes com OA nas mãos.

2- Testar as propriedades psicométricas do Índice AUSCAN-Brasil adaptado para a população brasileira:

 Confiabilidade intra-examinador  Confiabilidade inter-examinadores  Consistência interna

 Validade de construto  Validade fatorial

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CAPÍTULO 2 - MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Desenho do Estudo

Trata-se de um estudo metodológico de tradução, adaptação transcultural e avaliação das propriedades psicométricas do instrumento AUSCAN para medir as alterações clínicas relevantes no estado de saúde de pacientes com OA de mão na população brasileira.

Os autores do instrumento autorizaram sua adaptação para a população brasileira (Anexo 2). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, parecer no 290/08 (Anexo 3). Todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice A).

2.2. Instrumento

O AUSCAN (Anexo 1) é um instrumento auto-administrado e não requer a presença de um entrevistador. Entretanto, para população brasileira que possui elevado índice de baixa escolaridade (68% de analfabetismo funcional e 7% totalmente analfabeta)36, a aplicação do questionário foi realizada sob a forma de entrevista padronizada. O entrevistador leu pausadamente para o paciente as instruções iniciais e as questões a serem respondidas. Para cada questão, foi solicitado ao paciente indicar em uma escala Likert (LK) o grau de dor, rigidez e incapacidade que ele sentiu em suas mãos, nas últimas 48 horas. Os dois entrevistadores que aplicaram os instrumentos ao longo do estudo foram previamente treinados em um estudo piloto para não influenciar o paciente durante o preenchimento dos itens.

Na versão Likert (LK 3.0) do instrumento, versão utilizada na adaptação transcultural, o paciente reponde a questão em uma escala adjetiva de cinco pontos (0=nenhuma, 1=leve, 2=moderada, 3= forte, 4=muito forte). É recomendado que as dimensões de dor, rigidez e função física sejam mantidas separadas e a análise seja conduzida em uma base de escala por escala. Assim, o escore é calculado para cada escala do Índice AUSCAN somando-se os valores marcados em cada item, sendo a pontuação máxima para dor foi 20, para rigidez 4 e para função física 36. Entretanto,

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quando se deseja agregar todas as dimensões, o método usado é a soma do escore dos 15 itens do Índice (Escore Total do AUSCAN)30, onde a pontuação máxima é 60.

2.3. Etapa de Adaptação transcultural do Instrumento AUSCAN

2.3.1- Adaptação transcultural

O desenvolvimento da versão brasileira AUSCAN-Brasil 3.01 foi autorizado pelo o Prof. Bellamy, autor e portador dos direitos de copyright do Índice AUSCAN para OA de mão (Anexo 2).

Para a adaptação transcultural do AUSCAN, foi utilizado o protocolo de Guillemin (1993)37, conforme sugestão do Prof. Bellamy, e que apresenta um conjunto de instruções padronizadas a serem realizadas em etapas distintas.

O seguinte processo foi realizado:

1- Tradução: a versão original em inglês foi traduzida para o português por dois tradutores independentes e qualificados, cuja língua materna era o português. Duas traduções independentes foram geradas (T1 e T2), acompanhadas de um relatório de comentários das dúvidas e desafios da tradução e das soluções encontradas.

2- Síntese das traduções: os dois tradutores e um relator se reuniram para sintetizar os resultados das traduções (T1 e T2). Um relatório documentando o processo de síntese, as dúvidas discutidas e suas resoluções, foi gerado. Essa fase finalizou com a produção de uma versão única do questionário (versão T -12).

3- Avaliação da tradução original (back-translation): a partir da versão T-12 do questionário, dois tradutores totalmente desconhecedores da versão original, traduziram o questionário novamente para o inglês. Esse foi um processo de avaliação da validade objetivando confirmar se a versão traduzida estava refletindo os mesmos itens contidos na versão original, assegurando, assim, a consistência da tradução.

A retro-tradução destacou as inconsistências grosseiras e os erros conceituais da tradução. Ela foi realizada por dois tradutores que não pertenciam à área de saúde e cuja língua materna era inglês.

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4- Revisão feita por um comitê: o comitê foi formado por uma equipe multidisciplinar (dois médicos, sendo um reumatologista e um cirurgião de mão, dois fisioterapeutas e um terapeuta ocupacional) que conhecia a doença pesquisada, a finalidade do instrumento e os conceitos analisados. A participação de um dos tradutores teve também grande importância. O comitê teve como objetivo produzir uma versão final do questionário baseado nas traduções anteriores. As decisões feitas nessa etapa tiveram a finalidade de obter equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual entre o questionário original e a nova versão.

5- Pré-teste: foi a fase final da adaptação cultural. Teve como objetivo testar na população alvo o novo questionário para verificar sua equivalência com o questionário original e avaliar os erros e desvios cometidos durante a tradução.

6- A documentação do processo de tradução e o questionário final foram enviados aos autores do AUSCAN para verificação e aprovação da tradução realizada.

2.3.2- Amostra do pré-teste

Para o pré-teste, segundo os critérios de Guillemin, foram recrutados 20 pacientes com osteoartrite primária na mão, selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, e que estavam em tratamento no Hospital Ortopédico e no CROT – Centro de Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia, em Belo Horizonte. Ambas as entidades autorizaram a pesquisadora a recrutar os pacientes para avaliação (Anexos

4). Foi esclarecido á todo paciente os objetivos da pesquisa e sua participação foi

vinculada à sua aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Apêndice A).

Os critérios de inclusão no estudo foram: pacientes a partir de 45 anos, com osteoartrite sintomática em pelo menos uma articulação das mãos e que preenchessem os critérios de classificação para OA de mão segundo o American College of

Rheumatology11 (Quadro 1). Foram excluídos os pacientes com qualquer outra alteração ortopédica, reumatológica ou neurológica que afetasse os membros superiores e pacientes que apresentassem déficits cogntivos. Todos os pacientes avaliados foram submetidos a um rastreio cognitivo utilizando o Mini-Exame do Estado Mental, versão para o Brasil (Anexo 5), onde foram adotados os valores sugeridos por

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Brucki et al (2003)38, de acordo com a escolaridade: 18 pontos para analfabetos, 24 para pessoas com um a quatro anos de escolaridade, 26 para aquelas com cinco a oito anos de escolaridade, 27 para indivíduos com nove a 11 anos de escolaridade e 28 para os com escolaridade igual ou superior a 12 anos.

Durante a aplicação do questionário no pré-teste, a cada item respondido, foi acrescida uma pergunta ao paciente referente à compreensão do mesmo, baseada numa escala dicotômica (fácil ou difícil). De acordo com os critérios de Guillemin37, a adaptação cultural é necessária naquele item classificado como difícil compreensão, em um número de participantes superior a 10% da amostra estudada. O item do questionário deve ser revisto, modificado e aplicado novamente até que todos os itens sejam considerados culturalmente apropriados.

A versão considerada definitiva (Anexo 6) foi aplicada em outros 73 pacientes para avaliação das propriedades psicométricas.

2.4- Etapa de avaliação das propriedades psicométricas do AUSCAN–Brasil

2.4.1- Amostra

Para avaliação das propriedades psicométricas do AUSCAN-Brasil 3.01, foram recrutados através de correspondência e contato telefônico e selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão citados anteriormente, 73 pacientes com OA nas mãos atendidos no período de janeiro de 2005 a junho de 2009. Neste período, os pacientes foram avaliados por uma equipe de três cirurgiões de mão do Hospital Ortopédico que realizaram o diagnóstico da osteoartrite primária segundo os critérios do

American College of Rheumatology (ACR) e foram, em seguida, encaminhados para

tratamento no setor de reabilitação da mão, do CROT Centro de Reabilitação. Os pacientes selecionados para o estudo das propriedades psicométricas do AUSCAN não estavam em tratamento fisioterapêutico para AO de mãos e poderiam estar em uso de medicação rotineira, como analgésicos e drogas de ação intra-articular.

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2.4.2- Procedimentos

Os pacientes selecionados receberam informações sobre a natureza e os objetivos da pesquisa. E, estando de acordo, assinaram o TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A).

Após a inclusão no estudo, os participantes foram submetidos individualmente a três avaliações em tempos diferentes. Na primeira avaliação, através de um questionário elaborado especificamente para o presente estudo, dados sócio-demográficos e clínicos foram coletados no intuito de caracterizar a amostra (Apêndice

B). Para avaliação das condições sócio-econômicas, foi utilizado o CCEB - Critério de

Classificação Econômica Brasil/2008 da ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa39 (Anexo 7). Pelo mesmo examinador (A1), autora desse estudo, foram aplicados, na seguinte ordem:

1. A versão adaptada do AUSCAN;

2. O questionário de avaliação global dos sintomas (Apêndice C);

3. O questionário semi-estruturado de avaliação qualitativa do Índice AUSCAN-Brasil, elaborado especialmente para esse estudo (Apêndice C);

4. E foram avaliadas as medidas de força de preensão palmar e de pinça lateral

(Apêndice B).

A segunda avaliação foi feita no mesmo dia, aproximadamente após uma hora, por outro examinador (A2), que aplicou:

1. O questionário DASH- Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand40 (Anexo

8);

2. E novamente, a versão adaptada do AUSCAN.

A 3ª avaliação foi realizada aproximadamente após uma semana onde a versão adaptada do questionário foi aplicada por um dos examinadores (A1 ou A2). Nesta ocasião, os pacientes receberam do examinador uma cartilha de orientações de proteção articular e exercícios terapêuticos para OA de mão.

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2.4.3- Examinadores

As avaliações foram administradas por dois avaliadores (A1 e A2) qualificados e previamente treinados que seguiram instruções padronizadas para a aplicação dos questionários e das medidas de força de preensão e de pinça. O examinador A1 era a autora desse estudo.

2.4.4- Avaliação da confiabilidade

A confiabilidade inter-examinadores foi avaliada aplicando-se o questionário AUSCAN-Brasil 3.01 em um mesmo dia, em tempos diferentes, por diferentes examinadores (A1 e A2). A confiabilidade intra-examinador foi avaliada na reaplicação do questionário após uma semana pelos mesmos examinadores. Para não influenciar os resultados dessa medida, pacientes com qualquer intercorrência nas mãos ou alteração do estado clínico ao longo nesse período foi excluído. Participaram da avaliação da confiabilidade intra-examinador 58 pacientes .

2.4.5- Avaliação da consistência interna

A consistência interna reflete o grau que os diferentes itens do questionário estão associados entre si41. Nos questionários que os valores das escalas são somados, a avaliação da correlação entre os itens é necessária para observar a associação entre eles como medida de um mesmo atributo. Assim, avaliamos a correlação dos itens de cada escala do AUSCAN-Brasil e a correlação de todos os itens com o escore total, nas aplicações do questionário realizadas pelos dois examinadores.

2.4.6- Avaliação da validade de construto

A validade de construto estabelece se um instrumento tem a capacidade de medir um conceito ou construto que ele supostamente define41,42. A validade de construto da versão AUSCAN-Brasil 3.01 foi avaliada através da correlação com outras medidas de desfecho das variáveis de interesse aplicadas durante a primeira e segunda avaliação. Foram aplicados: testes de força de preensão palmar e de pinça, um questionário de avaliação da gravidade dos sintomas na mão utilizado por Bellamy32 no estudo de avaliação das propriedades psicométricas do AUSCAN versão LK3.0 e o

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questionário DASH (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand). Hipóteses de correlação foram testadas.

Para o teste de força de preensão palmar foi utilizado o dinamômetro JamarR (Asimow Engineering Co.), instrumento padrão para medir força de preensão, onde os valores foram obtidos, para mão direita e esquerda, de uma média de três medidas de força bilaterais, na posição padrão de avaliação43. O pinch gaugeR (B&L Engineering

Co.) foi o instrumento utilizado para avaliação da força de pinça lateral e seguiu-se o

mesmo procedimento de obtenção do valor médio de três medidas consecutivas bilaterais43. Hipotetizamos que as escalas de dor e de atividade de vida diária do Índice AUSCAN têm correlação boa a moderada com os valores das medidas de força de pinça e preensão palmar.

Foi aplicado o mesmo questionário de avaliação da gravidade dos sintomas na mão utilizado no estudo de avaliação das propriedades psicométricas do AUSCAN versão LK3.032. O questionário consta de três questões que medem as três dimensões avaliadas pelo AUSCAN: dor, rigidez e função manual. Na primeira e segunda questões, o paciente responde em uma escala likert (0=nenhuma, 1=leve, 2=moderada, 3= forte, 4=muito forte) às seguintes perguntas: (1) “indique quanta dor que você sentiu em suas mãos nas últimas 48 horas, devido à artrite em suas mãos” e (2) “indique o grau de dificuldade que você sentiu para realizar suas atividades diárias nas últimas 48 horas, devido à artrite em suas mãos”. Na terceira questão, foi perguntado: “logo após acordar de manhã, quanto tempo (em minutos) durou a sensação de rigidez em suas mãos, nas últimas 48 horas?” (Apêndice C). Hipotetizamos que as escalas do Índice AUSCAN se correlacionam bem a moderadamente com os índices de dor e disfunção do questionário de avaliação global.

O questionário DASH - Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand – Avaliação da Incapacidade do Braço, Ombro e Mão - foi projetado para medir as disfunções e sintomas físicos nas pessoas com uma ou mais desordens que afetam o membro superior40. Originalmente é composto de 30 itens registrados em uma escala Likert de cinco pontos (Anexo 8). Os primeiros 21 itens se relacionam com o grau de dificuldade em realizar diferentes atividades com o membro superior; os próximos cinco itens voltam-se para a gravidade dos sintomas e os outros quatro itens enfocam atividades

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sociais, o trabalho, o sono e a auto-imagem. Sendo o DASH considerado um questionário genérico que engloba vários aspectos relevantes relacionados à saúde e o AUSCAN um questionário específico para pacientes com OA nas mãos, hipotetizamos que os escores totais dos dois questionários teriam moderada correlação.

2.4.7- Análise Fatorial

A Análise Fatorial Exploratória (AFE) tem como objetivo descrever a estrutura de dados do questionário a partir de sua redução a fatores comuns 41,44. Os questionários usualmente compõem-se de perguntas ou escalas que medem os diferentes domínios ou conceitos de um construto. Teoricamente, cada escala é composta por um conjunto de variáveis que supostamente definem o conceito que se pretende medir. A partir da análise fatorial exploratória (AFE) dos escores obtidos é possível examinar o comportamento das variáveis do questionário e organizá-las em grupos relativamente independentes que formam os fatores. O fator é, portanto, um grupo de variáveis que estão fortemente correlacionadas entre si, mas fracamente correlacionadas com outras variáveis de outros fatores41. O objetivo da AFE, neste estudo, foi identificar grupos de variáveis que se comportam de maneira similar e avaliar se medem um conceito comum proposto pelas escadas do questionário AUSCAN-Brasil. A dimensionalidade do questionário AUSCAN teoricamente remete a sua divisão em três grupos de variáveis (dor, rigidez e atividades). Como não é possível conduzir uma análise fatorial em uma escala com apenas uma variável, a escala de rigidez articular não foi considerada, conforme procederam também Allen et al (2007)45.

2.4.8- Avaliação qualitativa do Questionário AUSCAN-Brasil

Através de um questionário semi-estruturado (Apêndice C), avaliamos a opinião dos pacientes sobre o Índice AUSCAN-Brasil. Três questões foram levantadas: (1) a facilidade/dificuldade de responder ao questionário; (2) a presença ou não de outros sintomas ou atividades relevantes que não foram citados no Índice AUSCAN-Brasil, e (3) uma questão aberta a comentário livre. O objetivo foi avaliar a aceitação do questionário e a relevância do seu conteúdo na vida diária dos pacientes com osteoartrite nas mãos.

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2.4.9- Análise estatística

Inicialmente, procedeu-se ao cálculo da média aritmética e o desvio padrão das medidas de todas as variáveis. Como algumas variáveis não mostraram atendimento ao pressuposto de normalidade, pelo teste K-S, foi apresentado também, a mediana e o intervalo interquartil das médias. Para as variáveis nominais foi apresentada a proporção (soma de todas as respostas dividida pelo número de respondentes) e o número de casos correspondente à categoria em análise.

As confiabilidades interexaminador e intra-examinador foram avaliadas pelo coeficiente de correlação intraclasse ICC (Two Way Random) calculado para cada item, cada escala e para o escore total do AUSCAN-Brasil 3.01. A consistência interna das escalas de dor e atividades foi avaliada através do coeficiente  de Cronbach, e determinada em ambas as aplicações do questionário realizadas pelos diferentes examinadores.

Para analisar a validade de construto, foram calculados os coeficientes de correlação parcial entre as dimensões do AUSCAN e as outras medidas de desfecho. Estas correlações foram controladas pelo sexo e idade. O coeficiente de correlação de

Pearson foi utilizado nas medidas de distribuição normal e coeficiente de Spearman

quando as medidas não apresentaram distribuição normal. O nível de significância estatística foi estabelecido em = 0,05.

Para análise da validade fatorial do AUSCAN-Brasil, foi realizada a análise fatorial das respostas aos itens das escalas de dor e atividades. Os fatores foram extraídos através da análise dos componentes principais. Para identificar o número de fatores aceitáveis foi utilizado o scree plot test. Esse teste demonstra o percentual de variância de cada item (carga de fator) em cada fator determinado. Em um gráfico demonstrativo da análise fatorial, cada fator (eixo X) implica um percentual da variância total dos dados (eixo Y). Quando existem condições propícias para a AFE os primeiros fatores tendem a explicar uma grande parcela da variação total dos dados, enquanto os fatores subseqüentes tendem a explicar parcelas cada vez menores da variação total. A rotação oblíqua (promax) foi utilizada para análise de carga de fator de cada item das escalas de dor e atividades pressupondo que as dimensões da escala estavam

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correlacionadas46. Os itens foram considerados pertencentes a um determinado fator quando seu coeficiente era >0,45.

O pacote estatístico SSPS (Statistical Package for the Social Sciences) 15.0 foi utilizado para processar os dados47.

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CAPÍTULO 3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO 4- ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES

PSICOMÉTRICAS DO ÍNDICE AUSCAN DE OSTEOARTRITE NA MÃO PARA O BRASIL

PAULA JARDIM PARDINI DE FREITAS1, ROSÂNGELA CORRÊA DIAS2, FERNANDA CRISTELI NEPOMOCENO3, JOÃO MARCOS DOMINGUES DIAS2

(1) Fisioterapeuta, Terapeuta de Mão, Discente do Programa de Pós Graduação em

Ciências da Reabilitação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

(2) Professores associados do Departamento de Fisioterapia, UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.

(3) Terapeuta Ocupacional

Endereço para correspondência:

Profª Rosângela Corrêa Dias

Departamento de Fisioterapia/ Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Antonio Carlos 6627- Campus Pampulha, Belo Horizonte-MG/ CEP 31270-901

Fone: (31) 3409- 4783/7407 Fax: (31) 3409-4783 Email: rcd@ufmg.br

Título em inglês: Cross-Cultural Adaptation and Clinimetric Properties of the AUSCAN

Osteoarthritis Hand Index LK3.01 for Brazil.

Título para páginas do artigo:

AUSCAN-Brasil - adaptação transcultural e propriedades psicométricas AUSCAN-Brazil - Cross-Cultural Adaptation and Psychometric Properties

Palavras-chave: Osteoartrite (OA), mãos, Índice AUSCAN de Osteoartrite nas Mãos,

confiabilidade, validade

Key-words: Osteoarthritis (OA), hand, AUSCAN-Brazil Osteoarthritis Hand Index, reliability,

validity

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RESUMO

Objetivos: Traduzir e adaptar culturalmente o Índice AUSCAN de Osteoartrite na Mão para a

população brasileira e avaliar suas propriedades psicométricas. Métodos: A adaptação transcultural seguiu procedimentos recomendados e a versão final foi testada em uma amostra de 20 pacientes. Setenta e três pacientes participaram da avaliação das propriedades psicométricas. A confiabilidade inter-examinador foi avaliada aplicando-se o Índice AUSCAN-Brasil no mesmo dia, por diferentes examinadores, e a confiabilidade intra-examinador, na reaplicação do Índice após uma semana. A consistência interna foi testada nas aplicações do Índice pelos dois examinadores. Avaliamos a validade de construto através da correlação do escore do AUSCAN-Brasil com outras medidas: força de preensão palmar e pinça, questionário de avaliação da gravidade dos sintomas e questionário DASH. A análise fatorial exploratória (AFE) foi conduzida para avaliar a validade fatorial do Índice AUSCAN-Brasil. Resultados: Os índices de confiabilidade apresentaram valores acima de 0,75 (p<0,05). A consistência interna foi alta para as escalas de dor e atividade e o escore total ( de Cronbach=0,92-0,96). As escalas do Índice e o escore total do AUSCAN-Brasil se correlacionaram moderadamente com a força de preensão palmar e as questões do questionário global e apresentaram boa correlação com o questionário DASH (p<0,005). Na AFE os dois fatores extraídos não sustentaram a estrutura das duas escalas em medir conceitos distintos e indicou que a solução de apenas um fator representaria a melhor configuração dos dados. Conclusão: O Índice AUSCAN-Brasil foi adequadamente traduzido para ser utilizado na população brasileira e é um instrumento confiável e válido para avaliar a funcionalidade de pacientes com osteoartrite nas mãos.

Palavras-chave: Osteoartrite, mãos, Índice AUSCAN de Osteoartrite nas mãos, confiabilidade,

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ABSTRACT

Objectives: The aim of this study was the translation, cultural adaptation and assessment of the psychometric properties of the AUSCAN Osteoarthritis Hand Index LK3.01 for Brazil. Methods: The translation and cultural adaptation procedures followed standardized guidelines and the final version was applied to 20 patients. The definitive version was them applied to other 73 patients to assess the psychometric properties. Interrater reliability was assessed in the same day by two different observers (A1 and A2) and intrarrater reliability at a 1-week interval by the same observers (A1 or A2). Internal consistency was assessed from both administrations of the Index. Construct validity was evaluated against several others outcome measures: grip strength, pinch strength, physician global assessments and the DASH Questionnaire. Exploratory factor analysis (EFA) were conducted to assess the factorial validity of the AUSCAN. Results: The interrater and intrarrater intraclass correlation coefficients for the AUSCAN-Brasil were high, up to 0,75 (p<0,05), showing high consistency. Internal consistency was excellent (Cronbach’s =0,92-0,96). The AUSCAN scales and the total AUSCAN score had moderate correlation with grip strength and physician global assessments and good correlation with the DASH Questionnaire (p<0,05). Factor analysis showed that the two factors extracted didn’t support the intended subscale structure of the AUSCAN-Brasil Índex and indicated a one factor model fits best the data. Conclusions: The AUSCAN-Brazil Hand Osteoarthritis Index KL 3.01 is reliable and valid and can be used as a suitable tool to assess functioning of patients with hand OA.

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