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PERFIL E DESAFIOS DO ENFERMEIRO ASSISTENCIAL NO PROCESSO DE LIDERANÇA RESUMO

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PERFIL E DESAFIOS DO ENFERMEIRO ASSISTENCIAL NO PROCESSO DE LIDERANÇA

Amanda da Rosa Fritsch

RESUMO

A liderança é primordial para a influência interpessoal dentro das instituições, para auxiliar a equipe a chegar aos seus objetivos comuns. A enfermagem tem a liderança como habilidade fundamental, se dividindo entre a gestão de pessoas e assistência ao paciente e familiar, tendo um papel importante e desafiador. Diante disso, o objetivo do estudo foi verificar o perfil e os principais desafios no processo de liderança do enfermeiro assistencial. Trata-se de uma revisão da literatura, onde foram pesquisados artigos do ano de 2007 a 2017 na base de dados Scielo, que abordavam práticas de liderança e dificuldades e desafios do enfermeiro assistencial. Os resultados sugerem que o enfermeiro assistencial é responsável por várias atividades concomitantes, pois desempenha diversos papeis ao mesmo tempo e a liderança melhora a qualidade da assistência de enfermagem na medida em que motiva a equipe de enfermagem a trabalhar em equipe para chegar a um objetivo em comum.

Palavras chaves: Enfermeiro líder. Liderança em enfermagem. Desafios do enfermeiro líder.

1 INTRODUÇÁO

Atualmente o tema liderança nas organizações é de fundamental importância para os desafios que se apresentam na sociedade. A liderança tem um papel frente as mudanças exigidas pela sociedade dependente, interconectada e competitiva. A liderança é definida como uma influência interpessoal, pois é quando uma pessoa age de maneira a modificar de maneira intencional o comportamento de outra em uma determinada situação, através da comunicação para obter um ou mais objetivos em comum. (CHIAVENATO, 2005).

Discente do Curso de MBA em Gestão de Pessoas e Liderança Coach, da Universidade La Salle – Unilasalle,

matriculado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, e-mail: amanda.fritsch1989@gmail.com, sob a orientação do Prof. Jaime Antônio Nalin. E-mail: profjaimenalin@yahoo.com.br. Data de entrega: 31 jan. 2018.

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A enfermagem é uma área que supõe relações constantes entre todos os envolvidos. A atuação das lideranças na área é por essência, um princípio inerente a função. Uma das habilidades absolutamente necessárias na prática do enfermeiro é a liderança, pois permite que o enfermeiro influencie o pessoal, proporcionando cuidados focados nas necessidades dos pacientes e suas famílias (AMESTOY; FERREIRA, 2017). A liderança é uma habilidade absolutamente necessária na prática de enfermagem e essa habilidade permitirá que os enfermeiros influenciem o pessoal, a fim de proporcionar cuidados focados nas necessidades de saúde dos usuários e suas famílias.

A influência interpessoal no mundo do trabalho, além da formação técnica e clareza de metas na área de Enfermagem com o grupo de trabalho, necessita uma comunicação que transcenda e atenda de forma técnica, coerente e humana as necessidades humanas e emocionais dos pacientes e familiares. A gestão das emoções é um imperativo. Segundo Goleman (2014), os líderes mais eficazes são semelhantes em um aspecto crucial: tem um alto grau de inteligência emocional, sendo importante estarem presentes em um líder. A autoconsciência é o primeiro componente da inteligência emocional e significa o ter autoconhecimento.

A autogestão é como uma conversa interior contínua, nos libertando de sermos prisioneiros de nossos sentimentos. A empatia é levar em conta o que as outras pessoas estão sentindo no processo de tomada de decisão e a habilidade social é a capacidade de uma pessoa se relacionar com outras. Há várias classificações quanto as questões comportamentais e estilos de líderes nas instituições, entre eles, o autoritário, o coaching, o afiliativo o democrático, o marcador de ritmo e o coercitivo. Segundo Goleman (2014), quanto mais estilos os líderes exibirem, conseguem melhorar o clima empresarial e o desempenho da equipe.

Florence Nightingale, reconhecida como a primeira administradora hospitalar, apresentou ótimos resultados do trabalho com a sua equipe no hospital militar da Criméia, acerca das técnicas administrativas na organização do ambiente hospitalar, dividindo o trabalho em cuidado direto, realizado pelas nurses e o cuidado indireto, realizado pelas ladies nurses. Essa divisão de trabalho em intelectual e manual se mantem até hoje em muitas instituições. (SANTOS, 2013).

Atualmente o enfermeiro se divide a assistência ao paciente, na gestão de materiais e na gestão de pessoas no seu dia a dia, se deparando com diversas dificuldades que podem ser minimizadas com algumas ferramentas estratégicas, entre elas a comunicação e o gerenciamento de conflitos (AMESTOY, 2017). O empoderamento da equipe para que o objetivo seja alcançado é umas das principais responsabilidades do enfermeiro. (BALSANELLI, 2016).

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Assim, nota-se o papel importante e desafiador do enfermeiro líder na sociedade e nas instituições que desempenham, tanto na prática assistencial para a qualidade do cuidado, quanto para o desempenho das equipes. Diante disso, o objetivo desse estudo é verificar o perfil e os principais desafios no processo de liderança do enfermeiro assistencial.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão da literatura. Este método permite que pesquisas anteriores sejam resumidas e que conclusões sejam estabelecidas através de uma leitura crítica de diferentes metodologias (DAL et al., 2008). As etapas dessa revisão foram: formulação do problema; coleta de dados; avaliação dos dados; análise e interpretação dos dados; apresentação dos dados e conclusão.

Foram utilizadas publicações na Scientific Eletronic Library online – Scielo, no ano de 2017, utilizando artigos de 2009 à 2017, que abordavam práticas de liderança e dificuldades e desafios do enfermeiro assistencial. Foram utilizados os seguintes descritores: enfermeiro líder; liderança em enfermagem; desafios do enfermeiro líder. A partir da combinação desses descritores, foram localizadas 174 produções, sendo a amostra final de 14 artigos relevantes para o estudo que cerne as práticas de liderança, dificuldades e desafios do enfermeiro assistencial. Segundo Moraes e Galiazzi (2007), os dados devem ser “recortados, pulverizados, desconstruídos, a partir das capacidades interpretativas do pesquisador.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pode-se constatar que entre os 14 artigos relacionados aos enfoques do estudo, todos foram publicados em revistas nacionais e depositados no Scielo. Em relação ao ano de publicação, dois artigos de 2009, um de 2010, três artigos de 2011, quatro de 2013, um de 2016 e três de 2017.

A partir da análise dos resultados dos estudos, constituíram-se três categorias temáticas: Liderança em enfermagem; perfil do enfermeiro líder e os desafios do enfermeiro. Lembrando que vários artigos foram utilizados em uma categoria ou mais.

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Quadro 1 – Categorias temáticas Fonte: Autoria própria, 2017.

3.1 Liderança em enfermagem

Os hospitais estão aderindo a uma nova cultura organizacional, onde o enfermeiro precisa ser um profissional líder, crítico, reflexivo, criativos e seguros na tomada de decisão (AMESTOY et al., 2009a). Relacionados a essa temática, são destacados os estudos de Amestoy et al. (2009ª), Fradique (2013) e Ruthes et al. (2010). Estamos vivendo em um período de mudanças de cunho político, econômico, filosófico e tecnológico. A mais importante mudança é a globalização, pois influencia diretamente as instituições a se organizar em um ritmo mais dinâmico e competitivo.

A liderança é vista como uma estratégia capaz de auxiliar na sobrevivência e no sucesso das instituições, onde o líder tem a capacidade de influenciar as pessoas, o que exige laços de confiança. Segundo um estudo realizado por Amestoy et al., em 2009, em um hospital de grande porte no Rio Grande do Sul, os participantes acreditavam que o líder pode ser construído e para que isso aconteça, os enfermeiros precisam desenvolver algumas características capazes de ajuda-las a exercer a liderança, entre elas: comunicação, conhecimento, responsabilidade, autoconhecimento e bom senso.

As percepções da equipe sobre os líderes é diferente umas das outras, pois o foco nas pessoas é o que difere o líder do administrador, pois são atividade diferentes. Sendo assim, a comunicação é vista como uma das principais habilidades, sendo um bom enfermeiro líder aquele que é um bom interlocutor, sabendo usar cuidadosamente as palavras para não haver enganos ou ambiguidades. (RUTHES; FELDMAN; CUNHA, 2010).

Categorias Nº de

artigos Autores

1. Liderança em enfermagem 3

Amestoy et al. (2009a); Fradique (2013); Ruthes et al. (2010)

2. Perfil do enfermeiro líder 8

Lanzoni e Meirelles (2011); Amestoy (2017); Moura et al. (2013); Dall"Agnol (2013); Trindade et al. (2011); Amestoy e Ferreira (2017b);

Amestoy et al. (2009a); Balsanelli e Cunha (2016)

3. Desafios do enfermeiro líder 10

Cardoso; Ramos; D'Innocenzo (2011); Amestoy e Ferreira (2009b); Trindade et al. (2011); Ruthes et al. (2010);

Santos (2013); Dall'Agnol et al. (2013); Amestoy et al. (2009a); Lanzoni e Meirelles (2011);

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Além disso, os líderes são os principais responsáveis pela qualidade do serviço, desenvolvendo, implementando e monitorizando o serviço. Cabe aos enfermeiros a responsabilidade de garantir a qualidade dos cuidados prestados ao paciente, motivando e alertando a equipe para o desenvolvimento de uma prática de enfermagem de qualidade, atendendo a todas as necessidades do paciente, garantindo sua satisfação. (FRADIQUE, 2013). A liderança, então, é entendida como uma estratégia capaz de ajudar no desenvolvimento das instituições, pois representa a capacidade do líder em influenciar as pessoas a trabalhar de maneira coletiva para alcançar os objetivos comuns (AMESTOY et al., 2009a). Pode-se afirmar, de acordo com os pesquisadores que as mudanças que estão acontecendo, o mercado de trabalho está mais dinâmico e competitivo, sendo necessário a adaptação das instituições de saúde nessas condições, pois a liderança é maneira mais correta de organizar as instituições e a buscar resultados competitivos as instituições tanto privadas como públicas. O enfermeiro deve estar atendo e atender a todas as necessidades dos pacientes, familiares e colaboradores, sendo necessário ser um líder que tem visão de futuro de habilidades com as palavras e em gerir uma unidade, sendo essas os maiores desafios do enfermeiro líder.

3.2 Perfil do enfermeiro líder

O mercado de trabalho vem exigindo cada vez mais do enfermeiro para a prática de liderança, pois esse profissional tem a necessidade de liderar sua equipe de trabalho com o objetivo de alcançar os melhores resultados, sendo imprescindível o uso da liderança como competência.

O líder nasce não nasce pronto, mas é construído ao longo de sua formação e no decorrer de sua história. Isso possibilita a evolução humana, a qual consiste no resultado das transformações do comportamento, sendo influenciadas por crenças, valores e fatores ambientais. O enfermeiro líder vem sendo construído ao longo de suas experiências de vida e seguindo exemplos de outros líderes que influencia cada um.

Sendo assim, o trabalho do enfermeiro é dividido em várias dimensões, entre elas: cuidar, administrar, pesquisar e ensinar. O cuidar e o administrar são os processos mais evidenciados no trabalho do enfermeiro, pois o mesmo desempenha função assistencial e gerencial, sendo líder da equipe e administrando as unidades de saúde, sendo responsável também pelos recursos matérias e humanos. (LANZONI; MEIRELLES, 2011).

O perfil do enfermeiro líder e sua conduta profissional estão diretamente ligadas a filosofia da instituição na qual atua, sendo encontrados basicamente dois tipos de liderança: o

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autoritário e o autêntico (LANZONI; MEIRELLES, 2011). Fica evidente que os enfermeiros evitam o modelo de liderança autocrático, que é mais centralizado, pois este impõe suas ordens, desenvolvendo a agressividade, tensão e frustração, impedindo um bom relacionamento interpessoal entre a equipe. (AMESTOY, 2017).

Evidentemente que o líder deve estar preocupado tanto com os interesses institucionais como os da equipe e as instituições estão à procura de líderes com está performance (BALSANELLI; CUNHA, 2016). Sendo assim, o desenvolvimento da habilidade de liderar é fundamental para o enfermeiro na sua atuação profissional. O papel do líder requer uma visão ampla e sistêmica das situações do dia a dia, devendo o enfermeiro se preparar, se inovar e buscar novas formas de liderança, comprometidas com as necessidades pessoais de cada um. (MOURA et al., 2013).

Caracterizando liderança com o ato de influenciar e facilitar o alcance dos objetivos comuns, os comportamentos tais como, o apoio, aprimoramento de conceitos. Então, a liderança está baseada em relações que incluem o apoio, o aprimoramento de competências pessoais e adaptações para o trabalho, o reconhecimento do outro e de suas aptidões, visando o compromisso de uma unidade entre funcionários e a organização. (LANZONI; MEIRELLES, 2011).

Segundo Moura et al. (2013), o relacionamento humano é essencial para a enfermagem e é viabilizado por meio da comunicação adequada, onde o enfermeiro consegue identificar as necessidades da equipe. A comunicação permite promover mudanças dentro do setor, através de feedbacks e apoio, facilitando a realização do trabalho pelas demais pessoas envolvidas no processo, proporcionando satisfação da equipe e qualidade do serviço prestado. Sendo assim, o enfermeiro ao gerenciar recursos humanos, necessita estar atento as estratégias a serem realizadas para favorecer o alcance dos objetivos institucionais.

O líder é compreendido pelos profissionais de enfermagem como alguém que ajuda, ouve e colabora com a rotina do trabalho, tendo um papel mais afetivo e compreensivo, enquanto o chefe está relacionado ao comando e controle (DALL’AGNOL et al., 2013). A equipe espera do enfermeiro uma atitude de cuidado, não somente aos pacientes e familiares, mas também aos membros da equipe de enfermagem, rompendo com o modelo opressor de liderança que era apresentando nas instituições hospitalares, estando atrelado à liderança dialógica. (TRINDADE et al., 2011).

As habilidades devem ser aprimoradas por meio de exemplos de outros gestores e do treinamento direcionado a aprender a liderar e a se relacionar com a equipe de trabalho (AMESTOY; FERREIRA, 2017). Em um artigo escrito anteriormente, Amestoy et al. (2009a),

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os enfermeiros veem a liderança como algo que pode ser aprimorado ao longo do tempo, ou seja, o líder não nasce pronto, mas é construído ao longo de sua formação a no decorrer de sua história.

Todos os autores citados seguem a linha de raciocínio sobre as características do enfermeiro líder, sendo necessário se desenvolver durante a vida, tendo como principais características a boa comunicação com seus liderados, sendo capaz de influenciar a todos a chegar em um objetivo comum; desenvolver a função assistencial e de gestão, concomitantes uma a outra; estar ligado a instituição na qual trabalha, colocando o relacionamento humano em primeiro lugar.

3.3 Desafios dos enfermeiros líderes

É de extrema importância o conhecimento sobre o que é ser um líder. Um estudo realizado na unidade 1 de uma rede de hospitais localizada na cidade de São Paulo, 10% dos participantes indicaram não compreender os significados da liderança (CARDOSO; RAMOS; D’INNOCENZO, 2011). A liderança é fundamental para a organização da unidade, já que está ligada à realização de atividades de coordenação e articulação do trabalho dos profissionais de enfermagem. Entretanto os enfermeiros confundem o conceito de liderança com o de gerencia. Cabe ressaltar que liderança é a capacidade de influenciar as pessoas para chegar nos objetivos em comum, através do empenho coletivo. (AMESTOY et al., 2009b).

Sabe-se que os enfermeiros desenvolvem múltiplas tarefas com vários graus de exigência e essas tarefas podem interferir na qualidade do cuidado dependendo de como esse enfermeiro se organiza, devido aos conhecimentos das práticas de liderança, sendo que as habilidades de gestão são indispensáveis para o desenvolvimento do cuidado. (AMESTOY; FERREIRA, 2017).

Em um estudo realizado com enfermeiros em um hospital geral do sudoeste do Paraná, percebeu-se que, em geral, os enfermeiros passam muito tempo envolvidos com atividades burocráticas e raramente conseguiam se colocar à disposição da sua equipe para a prestação de cuidados ao paciente. (TRINDADE et al., 2011).

É percebido que o enfermeiro líder realiza muitas tarefas ao mesmo tempo. O que lhe exige muitas habilidades e dependendo da situação é necessário que o líder faça um diagnóstico prévio das necessidades de seus seguidores. (RUTHES; FELDMAN; CUNHA, 2010). Outro ponto importante é realizar a liderança e o cuidado ao paciente, tendo a participação do enfermeiro em todas as etapas de produção do cuidado, orientação, controle, supervisão,

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garantindo os recursos necessários as intervenções (SANTOS, 2013). A administração do tempo também dificulta a expandir a capacidade dos enfermeiros no cargo de chefia para lidar com as diversas demandas, estabelecer prioridades, inovação, definição de metas e redirecionar o seu trabalho. (DALL’AGNOL et al., 2013).

O ambiente hospitalar já um lugar penoso, então preservar o bom humor é essencial, pois a equipe de enfermagem já tem uma sobrecarga emocional elevada. É preciso também identificar o desrespeito afim de elimina-lo, pois o respeito deve ser mútuo e o enfermeiro deve identificar falhas no processo da sua equipe (AMESTOY et al., 2009a). Segundo Ruthes et al. (2010), deve-se despertar em toda a equipe de enfermagem a preocupação com o paciente e sua família, dando conforto, cortesia, bom humor, simpatia, sorriso e comunicação adequada.

Outro fator que desafia o enfermeiro líder é a rotatividade, pois corta o vínculo criado pelo líder anteriormente (AMESTOY, 2017). Segundo Lanzoni e Meireles (2011), as instituições que possuem uma liderança sólida são beneficiadas com um aumento de vínculo, obtendo uma menor rotatividade, com menos conflitos, um maior envolvimento da equipe nos processos institucionais e um melhor aproveitamento de recursos.

Segundo Amestoy et al. (2017), a liderança está relacionada a organização da unidade, e na condição de gestor, o enfermeiro necessita de preparo para assumir o papel de líder, sendo esta uma condição básica para alcançar mudanças, visando a qualidade da assistência prestada ao paciente, conciliando os objetivos institucionais com as necessidades da equipe de enfermagem.

Outra percepção importante é que o enfermeiro deve se atualizar constantemente e cabe as instituições investir no profissional, havendo uma reciprocidade entre as partes para a melhoria das práticas de enfermagem (CARDOSO; RAMOS; D’INNOCENZO, 2011). Quando aos desafios no exercício da liderança, é possível identificar a pouca experiência profissional, pois e enfermeiro que auxilia e coordena um grupo de trabalho (AMESTOY, 2017). Lanzoni e Meireles (2011) também entendem que a liderança deve ser incentivada por meio de atitudes inovadoras com investimentos gruais e união dos enfermeiros. A educação continuada é fundamental para a formação de líderes.

Segundo Trindade et al. (2011), os enfermeiros não se sentem suficientemente capacitados para exercer a liderança em seu ambiente de trabalho sendo enfatizado a necessidade de implementar programas de desenvolvimento de líderes e educação permanente, a fim de colaborar com a afirmação dessa competência profissional. Amestoy et al. (2009a) também identifica que os enfermeiros não se sentem suficientemente instrumentalizados para a

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utilização da liderança no seu ambiente de trabalho, sendo necessário a implementação de educação permanente, por ser uma estratégia que contribui para o aperfeiçoamento profissional. Além de todas as atribuições de um líder, o enfermeiro deve superar as habilidades de execução de técnicas e ultrapassar o desenvolvimento do conhecimento e a diversidade das experiências vivenciadas. (AMESTOY; FERREIRA, 2017).

O enfermeiro líder possui diversas habilidades e precisa cada vez mais desenvolve-las para conseguir chegar nos objetivos, sendo de total importância a organização da unidade de trabalho e a coordenação da equipe, além também de realizar suas tarefas assistenciais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A liderança nas organizações é fundamental para auxiliar a equipe a chegar aos seus objetivos comuns. O enfermeiro tem como principal característica a habilidade de liderar uma equipe, onde permite que os enfermeiros usem essa habilidade para influenciar as pessoas a fim de prestar o cuidado focado nas necessidades humanas. A comunicação é muito importante para dar clareza as ideias, e a equipe deve estar envolvida com a qualidade do serviço. É necessário compreender que o líder não nasce pronto, mas precisa de várias transformações para se desenvolver durante a vida, tanto pessoal como profissional. O papel do enfermeiro é desafiador, pois precisa desenvolver seu papel assistencial e de liderança. Com isso, é necessário estudar sobre o perfil do enfermeiro líder e seus principais desafios.

Os resultados apontam que fica evidente o desafio do enfermeiro em relação a construção do pape do líder, já que pode ser demorado e desafiador. Essa questão pode gerar medo, ao mesmo tempo que instiga a busca de novos conhecimentos, possibilitando a qualificação progressiva do enfermeiro para o cargo.

Além disso, a capacidade de liderar é reconhecida como um instrumento imprescindível no processo de trabalho do enfermeiro, que pode auxiliá-lo no gerenciamento das ações de enfermagem e contribuir para a formação de um grupo de trabalho coeso e comprometido, tendo a capacidade de influenciar os liderados a chegar e um objetivo comum da instituição.

Refletindo sobre esse ponto, a liderança é algo que pode ser conquistado e aprimorado, pois o líder não nasce pronto e sim, é construído ao longo de sua história de vida e formação profissional.

Corroborando este achado, a liderança melhora a qualidade da assistência de enfermagem na medida em que motiva a equipe de enfermagem a trabalhar em equipe para chegar a um objetivo em comum. Além disto, incentiva mudança e aumenta a relação de

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confiança entre líder e os liderados, garantindo a eficácia no atendimento por meio da satisfação no trabalho.

Há necessidade de estimular a busca de evidências científicas neste campo do conhecimento para possibilitar aos enfermeiros o desenvolvimento das competências da liderança.

PROFILE AND CHALLENGES OF THE NURSING ASSISTANT IN THE LEADERSHIP PROCESS

ABSTRACT

Leadership is extremely important to interpersonal influence inside institutions, to support a team to achive its common goals. The nursing has the leadership as fundamental skill, being divided between people management and assistance to patiente and family, having an important and challenging role. In front of this, the main objective was to verify the profile and the principal challenges of the process of leadership of care nurse. It treats of a review of literature, where articles from 2007 to 2017 were researched, on Scielo data basis, approaching the pratices of leadership and the difficulties and challenges of a care nurse. The results suggest that the care nurse has a challenging role because plays many roles at the same time and the leadership improves the quality of the nursing assitence in so far as motivates the nursery team to work as a team to reach a common goal.

Keywords: Leader nurse. Nursing leadership. Challenges of the leading nurse.

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