ALGOUS CONSIDERAÇÕES
4 SOBRE 1RES POMOS:
$ SCIENCIAS MEDICAS
.
—
DA ESCARLATINA E SUAS COMPLICA ÇÕES.SCiENCIASCIRÚRGICAS
.
—
DANATUREZA DASESCROPHI LAS.
SCIENCIASACCESSORIAS.
—
TRATAR DO COBRE ESI VSCOMBINAÇÕESEMPREGADAS EM MEDICINA E DA MANEIRADEC1IÏMICAMKNTE
ASRECONHECER
.
t
THESE
ApresentadaéFaculdade de Medicina do Rio deJaneiro,csustentadanodia14 de Dezembro do1852
»
pon
CASSIANO AUGUSTO DEOLIVEIRALIMA DOUTOR EM MEDICINAPELAMESMAFACULDADE
.
NAîTRAI,DE SANTA LUZIA(PROVíNCIA DE MINAS GERAES)Filho legitimoa«
Q U I N T I L I A N O GONÇALVES LIMA
E
I). ANNA CAROLINA DE OLIVEIRA LIMA
Editli quod polui , non ulvoltii; Sedutme temporisaugustiiecoegerum.
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TYPOGRAPHIA
UNIVERSAL
DELAEMMERT
Ruados Inválidos, Gi ß 1852
FACULDADE DE
MEDICINA
DO
DIO
DE
JANEIRO
,
DIRECTOR.O S i.COKSELHIIBUDi
.
JOSÉ MARTINS DACRUZ JOBIM. LENTES PROPRIETÁRIOS. OsSis.DOCTOBIS:1.»ASKO.
Physica Mcdica.
Botanica Mcdica,e Principio*elementare*de Zoologia.
F.ciT.CANDI DO,Presidente
.
.
F.F.ALLEMAO
J
2.°AUKO
.
Chimie» Mcdica,c Principio*elementaresde Mineralogia.
Anatomia geralcdescriptiva.
)
J.V.TORRES HOMEM J.M.NUNES GARCIA 3.*A*ao.
J.M.NUNES GARCIA L.
D« A.P.D*CUNUA.
.. .
r Anatomia geral e descriptiva.Physiologie. 4.«Aîtso.
Pathologia géraie externa. Pathologia geral c interna
.
Pharmacia,Materia Medica, espeeialmcnte a Brasileira,Therapcutica c Arte de formular. J.U.D
.
ROSAJ.J.DASILVA
}
J.J.DICARVALHO 5.*Aaao.
Operações ,Anatomia topographic*cApparcllios.
Partos,Moléstiasde mulheres pejadaseparidas, c
de meninos recem-nascidos
.
C.B.MONTEIROL.DAC.FEIJO’
.
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.
*AXKO.
T.G
.
DOSSANTOS,ExaminadorJ
.
M.DAC.JOBIMHygienecHistoriadeMedicina
.
Medicina Legal.
2
.
»ao 4.«M.
F.P.
D ICARVALHO 5.
-
ao 0.«M.D IV.
PIMENTEL ,Examin.
Clinica extemaeAnat.Pithologica respeclin. Clinica interna e Anat.Pathologica respeclin. LENTES SUBSTITUTOS.
A.M.DIMIRANDA CASTRO,Examinai
.
)F
.
G.D A ROCHA FREIRE >Secçâo dasScienciasacccssorias. A.F.MARTINSM
.
M.
DEMORAESaVALLE,Examinador. I
SecVa°Mcdica.F.FERREIRAD* ABREU
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F.BOMFACIO»
.
ABBBD!
SECRETARIO. Da.LUIZ CARLOSDAFONSECA.
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.
H.AFaculdadenSoapprovenemreprovaas opiniõescmittidasnasThesesquelhe sl-s apresentadas.il
MEU
BOI P
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MELHOR
AMIGO
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MIVIIV
EXTREMOSA
E ADORADA
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Tenhosatisfeito, meusPais,osvossosmaisardentes desejos,concluindo meus trabalhos escolares.Avós o devo,se tal oconsegòf,
-
esehojeoccupona sociedade uma posiçãodistincta. Consentipois,queavós dediqueeuo primeiro fructodeminhas lucubraçõcs,nãocomo remu-neraçãodosimmensos bencficios que de vóstenho recebido,e dequejamaispodereiesquecer
-
me, porémsimcomo provade respeito,amoregratidão quevosconsagrao vossoobedientelillnCASSIANO.
AOS
MAMES
DE
MEU SEMPRE ASSASCHORADOAVO EPADRINHO
oJI.!.."10sn.
JOSE
ME
OLIVEIRA
CAMPOS
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Uma lagrima de laudade!!
CUNHADOS E
SOBRINHOS
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Exiguaprovadc cordial amizade
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AOS MEDS AMIGOS
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DB. PEDRO MARIA DAFONSECAFERREIRA. JOAQUIM CLAUDIO DE SALLES
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OSSENHORES DOUTORES
JOSÉCONSTANT,IO DEOLIVEIRA E SILVA. JOÃONOGUEIRA PEN1DO
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JOSÉFRANCISCO NETTO.SILVERIOJOSÉLESSA.
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Emsignal de alta coasidcração,sympalhiae amizade
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3ost Joaquim foges.AO MUITO
DISTINCTO
PROFESSOR DA ESCOLA
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RAÇARnhistoriadaorigem«laescarlatinacsem duvida uma^
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questões bastante dilTiccis aresolver-
se ,pois queainda hoje ignora-
sea épocaealocalidade,cm « juecila pela vez^^
•primeira appareceu. E mui duvidoso queaescarlatina tenha|
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conhecida dosGregose«losRomanos;mesmoosArabes, quericosmateriaes fornecerã oá historia dealgumasdermatoses,nada
nosdizem a semelhante respeito, pareceolénãoateremconhe
-cido. Foi precisochegarao século XVI para veraescarlatina se dese -nhar de umamaneira um pouco facil nasrelações de epidemias. Ap-pareceu entãoIngrassias, «juecomrazãofoi reputadocomo oprimeiro autor , que tenha tratado desta alTecção , distinguindo
-
a do sarampo,com quem por muito tempo fòra confundida. AIngrassias succedeu Haillon algunsannosmaistarde, oqual,observandocomcuidado
epidemia que em1574reinou em Paris, a descreveu sobo nome de rubiolæ. Jean Coytar,de Potiers,contemporâneodeHaillon, traçouos
principaes caracteres«lesta moléstia em 1578,á qual deu elle de febre purpurea epidemicaccontagiosa
.
É consideradoeste autor
m
«
uma
onome
como o mais antigo monographo daescar
-latinaemFrança
.
Poucomaisou menos na mesma épocaumamoléstia epidemica,vinda da Asia, appareceuno meio «liadaEuropa,invadio primeiroaHespanha, ondeL. Mercado, Perez Cazales, Perez deHer-rcra, Agujar eoutros adescreverão debaixo da denominação de garro
-
3*hassaltou uma grande parte da Italia. Reconhecida como uma aí
tcc
çàonova, recebeu nomesdiversos, como: morbus slrangulatorius,ignis sacer, angina puerorum,ulceraanginosa, ulcerasyriaca , therioma fau
-ci um,febre rubra, morbilli ignei , morbilli conJluentes , e
linalmente
Sydenhamachamoufebreescarlatina, nomepelo qual é hoje conhe
-cida.O seu estudo tem occupado a attenção»le grande numero de
práticos, especialmenle cmNápoles , ondefigurão os nomes de
Franz
Nola,Sgambatus, Foglia,f.arnevala, Rroncoli, Severin ; em Messina
os nomesdcGirtesius e Prasini; em Roma os de Signini Aetius; em
Palermo odo A laymus ,Ac
.
Segundoos medicos da época,é certamcnte uma das moléstias, que estragos consideráveistemoeeasionado;amortalidadequelhe attribucm
elles,éverdndeiramemte incrível ;só emNápoles,segundoasobserva
-ções deCaruevalo, linha feito perecer 500,000 indivíduosem do'as annos
.
Entre os pathologistas calorcsas discussões houverão sobre a natu
-reza desta moléstia; nfavor de sua identidade com a escarlatinaan-ginosa dcbatiào Willan, Benedict,Most,J
.
Frank;outros, pelo contrario,erão deopiniãoqueella tinha relações intimascom a angina gangre
-nosa ou com a depheterite,eque portanto a ella deviaserreferida
.
Os sectáriosdestaderradeira questão julgavão queno garrotilhoeno
mal do garganta deNápoles não se mostravaerupçãoalguma analoga á que tem lugar na escarlatina; limitão
-
sc elles afazer menção dealgumas manchas semelhantesapicadasdepulgas
.
Na época em queeraaEuropa meridionaldevastada pela escarlatina anginosa, grassava comrigor a escarlatina normalnos diversos estados
daÀllcmanha , entre outros em Wilteinbcrg , onde era estudada por
Sennert, quo della nos legou um quadro fiel
.
Apar deSennert coloca -remos Boring,quena mesmaépoca observavaaescarlatinanaPolonia , ondecm 16G5denovoopparecéra,e fora dcscripla por Simon Schultzsob o nome de purpura epidemica maligna
.
No decurso dos annosseguintesRayerassignalou
-
a naHungria,Etmuller cLangeemLeipsick; em Modena Ramazzini; em Augsburgo Schrœck , Ac.
Na Escossiamostrou
-
se pela primeira vez no fim doséculoXVIII, duranteocurso
do qual foi estudada cm différentes pontos da Europa.
Além dc-
>5<-moléstia deque setratasão:na França, Xavier,Lorry,Dupny delaPer
-clierie,Sauvage , Dosessort; na Allemanha Storck e Plenciz; na Ingla-terra,Huxhain, Fothergill, Withering; naEscossià
,
Brodlv , Coventry; na Hollanda de Haen, Kectell,Bicker ; na Noruega, Nelle; na Dina-marca, Eicheide Meca, Bang, Aaskow; na Suissa, Tissot; na Italia,
Parolini,Targiani, Ghisi.
Por práticos destacòrte( Rio de Janeiro )foiobservadaem 1828unia
epidemia de escarlatina ; anteriormentea essa época parece que não
reinou epidemia alguma desta natureza; pelomenosnada nosconsta
a talrespeito; apenaserão notadosalgunscasosesporádicos,como ainda
hoje osão
.
Pouco tempo depoisdo desappareciinento da epidemiadefebre typhoide,que aquiappareceu em 1835,de novo tornou
nifestar
-
se nestacidade.
Foitambém em1838 observadauma epidemiadeescarlatina , que tornou
-
senotável pelocaracter anginoso, « pieellatomou, epela mortalidadeaque deu lugar
.
De 1839até fins de1812poucas forão as victimas cmconsequênciadasimplicidade, com quese
mostrou
.
Nunca porém ella cercou-
se de syinptomas tão aterradores,como aquella que aqui grassou em 1843; nessa época predominoua
escarlatinathyphoica,quetornou
-
seollagcllo desta população pelo numero considerávelde victimasque sacrificou !!a ma
-ETIOLOGIA.
A causa determinante da escarlatina é um principio miasmatico e
contagioso, cujanatureza é inteiramenlo desconhecida
.
Asidadeseossexosnãoestãoaoabrigode seremaffectadas por ella;
todavia é de experiência, que ella acommette maisaos meninos, do
queaspessoas adultas ,easmulheresdoqueaoshomens.
A escarlatina se mostra em todas asestações ; maisfrequentemente
porémnaprimaveraeduranteo estio.
Aescarlatina reinaquasisempredo uma maneiraepidemica
.
Ogenio epidemicoimprimemuitas vezesá moléstia umcaracterespecial, queconservadurante todaa duração de seu reino ; talepidemia émui be
-nigna,taloutraé mortífera; nestaéaangina que predomina;naquelia
-
>6<*-é o exanthema, aqui são os symplomasgástricos o intestinaes, que apresentão mais intensidade;acolá são os symplomas cerebraes,&c
.
DEFINIçãO
.
Escarlatina(morbilli confluentes,ignissaccr,
febris escarla-tina,febrispurpurea,rossolia,rossania, rubeola confluens, &c
.
) ,éumamoléstia geral, uma pyrexia epidemica, esporádicae contagiosa , com
determinaçãomórbida paraa pelleemembranasmucosas, caracterisada especialmentepor angina,eruborespalhadouniformementena superficie
da pelle , ou disposto emlargas placas, e terminando por descamaçào
nofim doprimeiro septenario
.
SYMPTOMATOLOGY
Admittem
-
se debaixodesteponto devistacinco fôrmasde escarlatina,asaber :escarlatina simples , anginosa, ataxica ou nervosa, lyphoica, e
semexanthema. Nocurso da escarlatinaadoplamos , comamaiorparte
dos autores, trèsperíodos; o de invasão, de erupção e de descamaçào
.
ESCARLATINASIMPLES.
Primeiro periodo.
—
Osymploma que ordinaria -menteabre a scenaéa febre,que vem acompanhadade friossuccedidosde calor,cephalalgia ,abatimento,inappetencia ,sede;aestessymptomas ajuntão
-
semuitasvezesépistaxis, nauseas, vomitos biliososoualimenta -res, poucadòr nagarganta , eás vezesaccidentesnervosos, taes como delirio,comaouconvulsões , especialmentenascrianças.Segundo periodo.
—
Vinteequatro horas, algumas vezes quarenta eoitodepoisdos symptomasque acabamosde mencionar, começa a manifes
-tar
-
seaerupção , quede ordináriooccupa primeiroopescoço, depoisa face, para dahipropagar-
seao restodocorpo.
Ella consistoemuma mul -tidãode pequenospontosrubros,isolados uns dos outros, que repousàoemumfundo còrde rosa , enão apresentãosaliênciaalgumaaonivelda
pelle ; estespontosmais vermelhos,maistinose muito mais confluentes,
edispostos mais regularmentequeasmanchas dosarampo, não tardãoa
reunir
-
se ,eformarplacasmais oumenosextensas, pouco largasaprinci-pio,eguardando distanciaentrosi,cliegãofinalmenteporsuaconfluên
-ciaadaraos tegumentos uma còrescarlate geral, quo desapparece pela pressão, para logo depois reapparecer.
Huxam comparou a còr que-
>7*
-apresentaoexanthemacomaquella , quetomaria a pelle,seativessemos
borrifadocom osuccodefranibroezas
.
E’nessaépoca queapelletorna-
sesecca, urenle, e a séde de um prurido bastante desagradavel
.
A lace incha,bemcomoospés easmãos, a pontoîle tornar diilicil e dolorosa a flexão dos dedoseartelhos.
A mucosa da boccaedopharyngémostro-
sevivamenterubra;asam ígdalas, ovéo dopalladar, e a luetatumefeitas ccobertas deplacas molles, delgadas, pultaceas eesbranquiçadas
.
A linguadespqja-
se doenducto brancoqueacobria , e torna-
scrubra ; suasuperficieédetalmaneiralisa,queparece cobertadeumverniz; outras
vezes porém aspapillas são salientes. Aangina é constantemente acom
-panhada de dôr maisoumenos viva, que se exacerba por meio dapressão ao nivel dosângulos do inaxillar inferior,epelos esforços da deglutição; estaé dolorosa, a falia embaraçada, ea voz rouca
.
Osgangliossub-maxillaresseengorgilãoetornão
-
sedolorosos. Alebre, quemuitasvezes diminuede intensidade com uapparição doexanthema,
manlem
-
seemquantoellepersiste , cresceedecresce com elle.A tempe-ratura do corpo ésempre muito mais elevada doque nas outrasfebres eruptivas. A séde existe viva,oappetite nullo; os vomitos são raros, existe algumasvezesumadiarrhéa pouco abundanteedecurta duração,
ou uma ligeira constipação. Nos paroxysmos ofaciesdo doente traduz solfrimento ; os olhos sãobrilhanteselacrymosos; ha agitação ,delirio,
inso;nnia rebeldedevidaaopruridoeáangina , dequeé atormentado o
doente
.
A coloraçãomórbida no terceiro ou quarto dia éque chegaa maior augedeintensidade.Assim ella émenospronunciadanoslugaresemque
apelleé mais tina, comonas axillas, nas verilhas,naparteinterna das
coxas , enoventre ,onde tambémémais perseverante
.
Ellaaugmenta-
se,duranteosparoxysmos febris , quandoodoentegrita,ouagita
-
se, prin -cipalmente á noite(Rayer).
Quando ellaganha maior intensidade,équemuitas vezes vè
-
se desenvolver umacomplicaçãode vesiculas miliares(escarlatina phlyctenosa ,miliaris doP
.
FrankcdeNaumann ).
Doquarto para oquintodiaoexanthemacomeçaaperderoseu rubor;eeste desap -pareccordinariamente noseptiraodia,épocaemque começaadescamação. Terceiro periodo.
—
A.’ medidaquea descamação seestabelece,ospheno-menos morbidos desapparecem,ouperdemsua intensidade. Deordinário do quarto ao nono dia da invasão da moléstiaé queapelle começa a
-Í38CV
empallidecer; orubordeixa as partesaífectadas naordememcjnetinha
npparecido, tem lugar primeiro nopescoço, depois na face, oassim
successivamente
.
Aepidermesedestacasob a forma defarinhafurfuracea, odeescamasmuilargasnoslugaresondeaepidermeémuidensa,comonasmãose nospés, cujafórma guardàomuitasvezes
.
Observa-
se muitas vezes quequando existeumacomplicaçãomiliar, a descamação começa pelas vesículas seccas. Quando amoléstia 6 ligeira, a descamaçãoé quasi imperceptivel.
Este periododura oitoaquinzedias, c póde em casosexcepcionaesdurar trinta até quarenta
.
Aomesmo tempo queadescamacão seopera,ealgumas vezesantesdessaépoca,seaatfecçãoébenigna, vé
-
seopulso perdersuafrequência, a pelleocalor, porém.conserva-
seasperaesecca; as partes que seachavãoentumoscidas se desinehao, e todosos outrœ symptomasgeraes diminuem gradualmenle , edcsappa
-recem completamente
.
Suorescopiosos,ourinas abundantes, evacuaçõesalvinas ou uma épistaxisvem indicar a terminação critica e feliz da
escarlatina
.
ESCARLATINA ANC
.
INOSA.
Ossymptoraas geraes que annunciào estaformadeescarlatinasãodesdeseucomeço mais pronunciadosdoque na fórma simples
.
Ella é assignalada por cephalalgia intensa, agitação, delírio, prostraçãoextrema,calor urenteda pelle,pulsomuitofrequentee pouco desenvolvido, voz guttural, coryza, tosse sem expectoração, algumas vezesépistaxis , embaraçonarespiraçãoedeglutição
.
Agarganta torna-
selogoasédedeumavivador, as amígdalas, ovéodo palladar e seuspiliaresseenlumescem, etomãoumacòr decarmesim,queinvade a toda mucosa buccal e lingual, cujas papillas se allongão c íicãosalientes
.
Aerupçãonãosemostrasemprecomamesmaregularidadee extensão,
como succédéá escarlatina benigna; ordinariamentenãoapparecosenão
noterceiro dia deinvasão
.
Ella consta demanchas de um rubro escuro ouarroxado;emlugar deestender-
seatoda superficie docorpo;limita-
se acertos pontos,como aodorso,aopescoço,aopeito,ásvizinhançasdas articulações,principalmenteaosvezesparareapparecer nos mesmos lugares ,ouemoutros, quo anterior
-mentenão occupava; a lace,asmuoseospésentumescemconsideravel
-mente ; asêde, as nauseas, eos vouiilos conlinuão pertinazes desdeo principiodamoléstia
.
~5a0 «$
-Aquisãosobretudo osphénomènesdaangina, que deve reclamar n
verdade, pelos seus progressos adeglutição a(tenção do pratico; na
torna
-
sediílicil,e mesmo impossível,sendoexpellidosos liquides,queodoente procura ingerir
.
Asglandtilas sub-
maxillaresapresenlão-
sealgu-de tal maneira engorgitadas, que o pescoço ganlia muitas vezesum volume enorme; provindo dalii <pie odoente encontra quasi
queimpossibilidade de virar o pescoço eabrira bocca;o seuhálito c fétido
.
Emalgunscasos este engorgilamento chegaa constituir uma complicaçãobastanteséria,poisaugmentaconsideravelmenteoembaraço darespiração, quejánãocpequeno,emconsequênciadograndevolume dasamigdalas; assimodoenteparalhe tornar maisfacilaaequisiçãodoar ,quedeveservir parasuarespiração ,cobrigadoaconservar
-
sesentadooucomocabeça elevada: independentedisso,cilacanhelante,accelerada eirregular;a boccaa*ha
-
socontinuamente entre-
aberta. Asamigdalas,ovéodopalladar,alucta eapartesuperiordo pharyngédeixãodistinguir em cimaumasubstancia pultacea, esbranquiçada, devida a uma exsu
-dação mucosa, que inuitas vezes transforma
-
se em falsas membranas,que ás vezes sãoexpedidas aos pedaços pelaboccaenariz,quando o
doentetosse ouescarra
.
mas vezesCasos lia emqueaangina tomao caractergangrenoso; então essas pseudo
-
membranasencobrem escaras,ulcerações mais ou menos profun-das.Oslábiossãogretados, sangrentosecobertos de crostas;das ventas igualmentecrostosascorre muitasvezesumliquidoamarellado ,ou san
-guinolentoefétido
.
Quando este terrível estado nãodecaliocom o tratamento , entãoo
doentesuccumbeemconsequência de congestõescerebraesoupulmonares,
quesobrevem devidasaoembaraçodarespiraçãoecirculação
.
Seporém com o tratamentoadequadoamoléstia cede, nósvamos vendo todososphenomenosdiminuir de intensidade,aló que a descamação tem
lugar;porém estaé,como aerupção, irregular
.
Ellaé quasi nullaquandoaerupçãodesapparece rapidamente , prolonga
-
sepelocontrarioquandooexanthemafoi muito intenso.
ESCARLATINA ATAXICA, NERVOSA
.
—
N esta fôrma operiodo deinvasãoéordinariamentede curtaduração; desdeseucomeçoodoentequeixa
-
se dcabatimento; experimentadesmaios; tem lebre quesedeclaraporfrios
violentos,seguidos dcumcalor urente muidoloroso paraodoente,eque
.
-
> 10*-omedico nãopóde pelolactoapreciar;lemcephalalgia muiintensa, sède viva,dures articulares,vomitos biliosos, cdiarrhea;upulso6muitofre
-quente;arespiraçãoélaboriosa eaccelerada,semqueapercussão cescu-tarão façãosuspeitar alteração dosorgãosthoracicos;a pelleéseccn e
urente emcertoslugares,e friacomogelo em outros, comona face,cnos
pés;osolhos sãofortemente injectados; afaceéalternativamenlc viva, inílammada epallida; sobrevem delirio, aprincipio intermittente,dejMois
continuo,acompanhado deconvulsõesoudecoma.
Aerupçãoéoraparcial,orageral; asmanchassãopallidas,ou violá
-ceas , espalhadassobrea pelle,queéinchadaedolorosaaomaisligeiro
contacto, equeparecesera séde deumacrysipela; a anginaé úsvezes
pouco pronunciada; outrasvezesmuitointensa , acompanhadado desen
-volvimento de falsas membranasnopharyngéefossas nasaes.
Os symptomas geraes exacerbão
-
sedurante o période deerupção; o pulso,de umafrequência excessiva,torna-
semuipequeno e irregular; a séde éinextingu ível,sobrevemparalysia;asevacuaçõeslornãoinvoluntá-riasaomesmo tempo queoventresemeteorisa; o hálito é fétido;a res
-piração cprecipitada cincompleta;apellecobre-
sede umacòrictérica geral,eamortevem pòrtermoa estascena.
Quando a moléstianãosegueamarchaacima indicada,equeella não é
caracterisadaporphenomenostãoassustadorescdetamanha intensidade,
chegaa seu terceiroperiodo; entãové
-
scqueadesçamação marchacom lentidão ,esefazpor pequenasescamas.
Esta forma deescarlatinaénotável, por isso queo exaniecadavérico r
.
aonos revela lesãoalgumacapazdeexplicaragravidadedosphenomenos •\mptomaticos,earapidezcomque sobrevema terminaçãofatal.ESCARLATINA TYPHOICA
.
—
Estaforma de escarlatina érarasvezesesporá -dica,équasisempreepidcmica;ellacomeçaalgumas vezes como a escarlatinabenigna , em poucashorasvé
-
sc ocaractertyphoico sedesenhar ; assim os traçosda physionomiadosdoentessealterão;elles senlera-
se pesados,comoqueseusmovimentos lhessão mais dilliccis;o pulsoé frequente, largoeresistente;ogostodaboceaémáo; haanorexia, sobrevemmuitas
vezos vomitos do materiabiliosaabundante,ou uma diarrhea acompanhada
de dõres pelo ventre,csubstitu ída cmalguns casos por constij>ação;a ourina é sedimentosa,sanguinolenta e algumas vezesnegra
.
Odoente-
5311 «$*'épistaxis, a hemoptyse, eaenterorrhagianãosão raras, sobretudodurante operiododeerupção; liaseccuradabocca , sedeintensa,falta deappetite,
cephalalgiaáqueseajunta umainsomniacontinua;a bocca e alinguaé
excessivamenterubra, ovéodopolladar, os seuspillaresc asamígdalas
seengorgilão; ocalorda pelle augmenta;ellaéseccaearida,úsvezes frangida
.
No Hm devinte c quatro horas, muitas vezesantes,vè
-
seapparecera erupção, aqualóabundanteeregulardas , purpureas, ouazuladas, pallidas e semeadas depetechias esuda
-mias.
0ventreapresentaumvolumesensivel;se selheapplicaoouvido, ouve-
seogargarejo na fossailíaca direita ; a lingua,oslábios e osdentes tornão-
se fuliginosos , seccos, áridos; as conjunctivas se injectão ; liasurdez;um corrimento fétidoao mesmo tempo tem lugarpelasfossas
nasaes;hagrandesensibilidadealuz;as evacuações diminuem deinten
-sidade emalguns indivíduos;em outrossão substitu ídas poruma cons
-tipação teimosa;efinalmente em outrostornão
-
seinvoluntárias; eacom -panhadasde umliquido turvo ouainarellado muifétido ,contendoalgu-mas vezes certaquantidadede sangue proveniente de hcmmorrhagias
inlestinaes
.
0doente vè-
seásvezesameaçado de sulFocação, quando quer ongulir algumliquido ; apparecemtremores, movimentos convulsivosemalguns,sobrcsalto detendões, carphologia ,avoz vai
-
seextinguindo ,arespiração seencurtando ,e odoente assim expiraou morreem profundo
coma
.
Bem poucossãoaquellcsque sobrevivema estes primeirosaccidentes ; estes tem ainda de lutarcom asconsequências«lainilammaçãodasvias
aerias ,eorgãosdigestivos, que persiste depoisdo exanthema.Escaras
gangrenosas se formão nos trocanteres esacro,esãoseguidas de largas ulcerações, que dilíicultáoa convalescência, queé ainda mui longa
.
Quandoessasulcerações coincidem com asinllammações intestinaessão sempre graves e algumas vezesmorlaes
.
ESCARLATINASI:M EXANTHEMA
.
Parecerá sem duvida extravagante aosolhos daquellcs que encarão esta moléstia como uma allecção local a idea de uma escarlatinasem exanthema. Consideradaentretantodebaixo
do ponto de vista de sua verdadeira natureza, istoé,comoumamo
-léstia geral, dependentedainfeceáode todaa economiaporumagente
morbiüco, cujos efleitos se fazem primeiro sentir nosenvoltorios te
--
>12<*-gumcntariosinterno cexterno, nãopoderemos deixar do conhecerque oexanthema cutâneo ó.unielementopalhologico secundário, cujaexis
-têncianão está inliraamentc ligada ú essencia da aflccçãoescarlatinosa. Ksta forma de escarlatina foi observada e admillida por Trousseau,
Bretonneau, Taupin,Camille Renaud,Graves , lluxam , Carrière, Auten
-rietli,Tissotcoutros.
DIAGNOSTICO.
Não sendo os plienomenos quecaracterisão o primeiro periodo da escarlatina bem distinctosdaquolles que precedem asoutrasfebreserup
-tivas,eamaiorparte«lasaffecções agudas, urndiagnosticocertoantes
daerupçãonãopódeserestabelecido.Abexiga, comodizemosautores,
é annunciada por voinitos e uma dòr lombar intensa; o sarampo é precedido desymptomascalarrbaes,queseobservãodo lado damucosa nasal, occular , e bronehica; estes prodromos não são entretanto
constantes nasmoléstias de quese trata, ede um outro ladopodem existir na escarlatina.
Quandoaescarlatinaseannuncia porfebre, cephalalgia,abatimento
ediarrhea,nãoé possíveldistingui
-
lada febre typhoide.
«Se a escarla-tina ,dizemGuerranteBlache, começapor delirio ou convulsões,nada adifférencia doprimeiro periododomeningite
.
»A certeza épois impossívelduranteainvasão, porém omedicopóde todavia recolher algumas probabilidades;deve crér depreferencia na escarlatina, se o indivíduo está collocado em umlugaronde reinauma
epidemia escarlatinosa , seémoço,se tem estado em contacto comalgum escarlatinoso;odiagnostico torna
-
se ainda maisseguro,seexistiruma angina offerecendo caracteresespeciacs,quemaisabaixoreferiremos.A erupção tira todasasduvidas:a fórma , a disposição, a côrdas manchas escarlatinosas , a presença da angina, são signaes pathogno
-monicos, que senãopóde desconhecer.
A angina escarlatinosa, quando nãoó acompanhado deexanthema, póde serconfundida com a pharyngo
-
amigdalite simples , e comaan -gina depbcterica; eis-
aqui as consideraçõesque servirãoaestabelecer-
>13<~
E’provávelquese trate(la angina escarlatinosase nmoléstiaseen
-eontrn emuma localidade,onde reina uma epidemiaoscarlnlinica,em
umindivíduomoço, que ainda nãoteve a escarlatina, que esteve em contactocomun«indivíduo affectndo desta moléstia.
Na angina simples nãoexiste uma coloração tãopronunciada, tão
geralmenteespalhada sobreas tonsillas, véo dopallndar,epharyngé;
muitasvezesuma sóamígdalaéa(Teclada ,osgangliossub
-
maxillaresnão são engorgitados.A distineçãoentreaanginaescarlatinosa e dephetericaé mais delicada.
Pesquisas de Bretonneau e Trousseau vierão elucidaresta importante
questão dodiagnostico,eindicarãoosprineipaescaracteres diíTerenciaes
seguintes : a escarlatina anginosa ésempre precedida de febre mui
, intensa, e deperturbações respiratórias mais pronunciadas, doque a angina depheterica , emqueessasperturbaçõessão pouco apreciáveis : naanginaescarlatinosa ha tumefaeçáo considerávelerubor mui vivo, que limita
-
seásduasamígdalas, oo véodo paliadar, á mucosa buccal elingual , aopassoquenadephetericalia tumefaeçãopoucoconsiderável deumadas amígdalas,ruborvivo em torno da concreçãopellicular,con -servandoovéo do palladar, a mucosa buccal elingualsuacòrnatural;alémdisto,aangina dephetericatende áchronicidade,entretantoque a
angina escarlatinosatem uma marchaaguda; aescarlatinaanginosa não temtendencia algumaainvadiroscanaesaeriformes;adepheteritea tem
emextremo; o tratamentotopico,quena escarlatinamodificaa angina, nãoencurtaa duração,nem diminue o perigodos doentes; ficão estes expostosa todos os accidentes consecutivos mais ou menosgraves; obser
-va
-
se o contrario quando o tratamento topico dissipa a inílammação depheterica , pois queasaudelogo se restabelece.
MARCHA , DURAÇÃOETERMINAÇÃO.
A regularidade da moléstia é constituída pela harmonia e ordem de
successão queapresentão os differentes symptomas morbidos
.
Estacmuito menoscommun), e menosmarcada na escarlatina do que no sarampo
.
~
>u
^
A escarlatina é umaa íTecçãoessencialmente variavelem seuscaracte
-res symptomaticos ,eemsuamarcha; os limites do periodode invasão
oscillèoentredozehoras equatro dias ; a duraçãodoperiodo deerupção
é ordinariamentede seisdias, porém ella pode ser, segundo muitos autores,dealgumashoras ou dequarenta dias; operiododedescamação
não passa algumas vezesde1resouquatrodias;porémellepódeprolongar
-sepor espaçodeummez. Finalmenteaduraçãototaldaescarlaíina varia
entre dez equarentadias.
Geralmentefallando, póde
-
sedizerque aescarlatina«leve ser conside -rada comoregular,quandoverificamos a existência de seustrèsperiodos deinvasão,deerupção e de descamação , qualquer que sejaaduraçãode cada umdestes1resperiodos;
—
quandooexanthemaégeral,de umacor vermelha framhroezada , que augmenta e diminue graduahnente; »
quandoexiste uma angina , cuja intensidadeestá emrelação comado
exanthema,semtodavia passarcertos limites,nemdeterminaraccidentes
Póde a escarlatinaterminar
-
se debaixodetrèsmaneiras: l.°,graves
.
pela suaresolução; 2.°, pelamorte; 3
.
°, pelaconversão em uma ou outramoléstia.
PROGNOSTICO
.
Variaoprognosticoda escarlatinasegundoofórma queellaapresenta;
assim elleé quasi sempre feliz, quandoella é benigna, e que atacaa
individuos bemconstituídos,equenãotem lidorecentementemoléstias
agudasouchronicas
.
ComDarwindeve-
sedizer que agravidadedaescar-latina varia segundo as epidemiase as complicações mais ou menos sériasque vem a ter lugar.
Aanginosa, posto que mais grave,termina bem, (piandonão reveste ocaracterpseudo
-
membranoso ,e sobretudogangrenoso.
A forma typhoicaómuito maisgrave, porém não énecessariamente
mortal applicando
-
se-
lheum tratamentoadequado.
A forma ataxica arrastaquasisemprea terminaçãofatal ; aqui,diz Rilliet eBarthez,é misterdistinguirasperturbações daintelligencia dossynip
-tomas fornecidospelo apparelho locomotor. Umindivíduoescarlatinoso , quetemagitação,delírio,que continuamentegrita,ouqueestáem coma,SEGUNDO
PONTO
.
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NATUREZA.DASESCROPIllLAS.
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ahumanoé destinadon trilhar todosos|
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EM-
rccaminhos que conduzemao erro, primeiro que acertecomt
^
^
A.iquelle que encaminha aoconhecimentodaverdade.
Estaspalavras,que encerráo uma bem triste realidade,podem ser
applicadasánatureza damoléstia,que occupa nossaattenção
.
Comf
ë
A'lelleito ésobreesteobjeetoque ospntliologistassetemdividido,tg
Çfciiyaltribuindouns estamoléstiaaumaalteraçãodos humores,outros aumaalteraçãodos solides.
Entreas opiniõesdos humoristas notamos adeHippocrates,que fazia
consistirestamoléstia napresençadeumhumor frio e pituitoso
.
A.
Parèo numaalteração particular da pituita , que torna-
se espessaeglutinosa ,edeuma natureza semelhante á dogesso; llufeland n uma acrimonia
especificadalympba; EttmultereHunter naexistência deumacidopar
-ticular,quedepoisBaumesjulgouseroacidophosphorico; ecomoestas
asdeBordeu,Charmenton,Peyrilhe,Poujol, RenardeCarnet,&c
.
, asquaes passareiemsilencio, visto <pieestãohojecompletamenteesque
-cidasna sciencia
.
Limitar-
me-
hei apenas á opinião deÀstruc,que foio primeiro queleveaidéa,de queasescrophulas dependiáo deumadege -nerescenciasyphilitica produzida por muitas transmissões hereditárias.Esta opinião foidepoisdisto ahraçadapor muitos pathologistes; porém nenhum tem apresentado documentosde valor real para decidir esta
questão; porconseguinte a influenciada syphilis sobre as escrophulas nãoéadmissível senão comopossibilidadeou
escrophula emcertaslocalidades, emqueasyphilisó muirara ,parece
serumpoderoso argumentocontraestaiuiluencia
.
Everdadeque estas28c4
-duasmoléstiasalacão depreferenciao systema lymphatico,eque dalii se
propagaaosmais tecidos,comosejãootecido osseo, operiosto ,apelle,
&.C.
,
porém ossymptomas são inteiramente differentes; elles toinãouma marcha aguda na syphilis primitiva,esesão elironicos comonos
accidentes secundários c terciários, nãoseassemelhãodeformaalgumaaos da escrophula
.
Além disto, a moléstia venerea é contagiosa no mais altogrão ,entretanto queaescrophula não oé.Passandoa tratar dasopiniõesdaquelles que encaravãoesta moléstia, comodependentede uma alteraçãodos solidos, diremosque nenhuma parece nos querer guiar ao conhecimento da verdadeira natureza da moléstia, como ade Giacomini. Portantoé sobre cila que vamos nos occupai
-
,deixando departeasdosoutrossolidistas.
Este autor, apoiando
-
se na observação das causas que concorrem áproducçãodasescrophulas ,bem como no tratamento iodado de que tanto
proveito tirão na praticaos pathologistas, chegaa dizer queasescro
-phulasconsistem emumainllammaçàochronica dosystema lymphatico
-glandular. Entrando na apreciação dessascausas, diz elle, diversaéa ordein dephenomenos,que sedesenvolvem segundo as escrophulas sãooriginadasjápela influenciadeuma atmosphera viciada, e jápela
influencia de uma má alimentação
.
Assim, quandoellassão determi-nadassoba influenciadeumaatmospheraviciada, osganglioslyrapha
-ticosda região cervical são os primeiros,que denunciáoaexistência desta moléstia. Tumores mais ou menos duros, indolentes,apresen-tandoirregularidade na sua forma ,e semmudança decòr na pelle,se deixãoahidivisar
.
Umaoutra ordem dephenomenosentretanto se declara quando as escrophulassãooccasionadas pela influencio de uma má alimentação. Assubstancias alimentaresobrão nãoporfalia de princí piosnutritivos, porém porsuamá qualidade,queos torna indigestos :ou entãoquando
aconteça que ellas sejão digeríveis,ochylo que fornecem é sempre mão, econtémquasisempre princípios estranhos
.
A' vistadisto,estas substancias devem obrar conseguintemente sobre o apparelho gastro-intestinal como agentes de irritação
.
Eentão que os symptomas queserevelão peloengorgita mento dosganglioslymphaticoscervicaes,quandoo ar viciado foia causo da moléstia , sepatentèão pelos desarranjos da
-
sa20«s-individuo quoso nclm nossoscircumstancias,emmagreco progressiva
-inonte, osou ventretorna-
seabaulado,enorme, suas paredes tensas, deixandoalgumas vezes descobrir pormeio da compressão aqui e ali pequenoscorposduros,ovoidesouredondos.
J\emsempre se dãoreunidas estos duos manifestaçõesdasescrophulas
om ummesmo individuo ; entretanto quando dá
-
se ocoincidência de ambas póde-
se asseverar,quesimultaneamente obrãoasduascausas,isto é, oarviciadoea má alimentação.
Comeífeito, quandooar viciado temsidoa causa desta moléstia, é muito natural, que ellevá aeluar sobre aquellaspartes ,que sejáo maisdescobertasesupcrúciaes,assim como dotadas deumatexturadelicada,eque por isso maisse resintãoessas partes desua impressão, comoacontece á cutisdo pescoço das mulberes, quesãoprincipalmenteasque dasescrophulassãoaíFectadas em consequência de estarem nesta condição favoravelaoseuappareci
-mento; alem disto,é essaa região, onde seencontragrande numero deganglios Iymphalicos , quedevemserosprimeirose muitas vezesos
únicos atacados
.
Quando asescrophulassãoproduzidaspelamáalimentação oengorgi
-tamento dos ganglios lymphaticos, que acompanha asescrophulas, é devido,segundo Giacomini, auramáocliylo,oqualcomeçandoporactuar sobreas primeiras ramificações lymphaticas,ahi determinaprimeiroo apparecimentoda moléstia.
Umoutrocortejo decaracteresmorbidos sedá nas escrophulas alémdos que mencionamos,comosão :a Ophtalmin,que frequentemente coincide com asescrophulas; dondeo nomedoescrophulosa; as inflammaçóes dos intestinos,do thorax, asperiostoses , osabscessos,caries,necroses, moléstiasestas que dão á escrophula um carácter tão grave, quea tornão muitasvezes refractariaao tratamento maisbem dirigido
.
Todas estas lesõesparecemprovara opinião doprofessordePadua,tantodebaixo do ponto de vista da natureza da moléstia, comodo modo deobrar desuas causasque,segundoelle,são irritantes
.
Osmeiosdequetem lançado mãoos pathologistespara combaterasescrophulas,o dequemelhores resultados tem elles alcançado sãoosanti-
phlogislicos ,comoporexemplo sejào:assanguesugas , as sangrias,as preparaçõesde ferro, do qui-nina ,dedigitalis ,o outras deigual natureza.Todos estes medicamentos saocollocadosporGiacomininaordem doshvposthenisantes,cuja theoria
—
>30eí-ó hoje por muitos medicos abraçada,por serellaaque mais soacha
em relação com osfactos,eque maissatisfaz aoespirito.
Reconhecidaaacçãohyposthcnisantedestesmeios,comquedireito,pois, havemosderejeitaresta mesma acçãoao mercúrioe iodo, que hojesão
considerados como medicamentos debastanteeíTicacia tantonotratamento
dasescrophulas,comoem outrasmoléstias , tacs quaes as dcrmatosas e syphiliticas?
Entretantoé fóra de duvidaquenemsempre todos esses medicamentos quese temempregadocontra asescrophulas tem sido corôadosdefelizes
resultados. Será porventura devidaesta anomalia úsditlerenles épocase
periodos, em que elles temsidoapplicados? Assim o julgamos , pois
quequando apparecem todos esses symptomas e alteraçõespathologicas
que caracterisàoas escrophulas,comosão: ostumores,asperiostoses,
asphlegmasiasintestinaesethoracicas,as necroses,jáamoléstia tem feito* progressos, teminvadido profundamente todooorganismo,eíinalmente
temjápassadoseuprimeiro periodo,quando omedicoconheceasprimeiras irrupções dasescrophulas.K’nessaépocaqueamoléstiatriumpha ,como lica dito, de todos os meiosquenosfornece aetualmcntea therapeu
-tica. A época mais propria e conveniente para que o medico possa tirar proveito do iodo, como de outro qualquer medicamento, é sem duvidaaquella quemarco o seu primeiro periodo; é debaixodoponto
de vistaclinicoomais importante,pois queé durante estetempo, que
as glondulas e osganglios lymphaticosdopescoçoresentein o acção do
ar atmospherico, que consiste namudança brusca de temperatura pro
-duzindoa reabsorpção dos humores, que deviãoser expedidos,ou na humidade, e em outros princípiosde sua composição , queentrãono organismo. E' assim que o máo chylo, que provémdealimentos de má natureza e arruinados, e que contém princí piosestranhos na sua
composição, affecta os vasos lymphaticosentero
-
mesentericos,osquaes recebendo-
o assimalteradosão os que em primeiro lugar devemexpe-rimentara acção irritante, quedellecerlamenteresulta.
Tendo o chylo provenientede alimentos taes qualidadesirritantes,
deve nessas ramificações Ivmphaticas entero
-
mesentericas engendrar umaphlogose.Estanão se reveste,segundoGiacomini,docortejodesymp -tomas tãofrancosepronunciados,comoacontece á de outros orgàos em consequência denãoseremaspartessobreque seasseslão asescrophulas.
-
•> 31<s*-tão providas do elementosindispensáveis para queainflaramação ahi se torne sensível
.
E’ carácter «le toda phlegmasia quequantomais rica dovasossan
-guíneose ramificaçõesnervosasó a parte que ella invade, tanto mais salientessãoosseussymptomas.
Como se sabe, osvstemalympliaticonão abunda de nervos,assim como osvasossanguíneos que ahi se distri -buemsãomuipequenos e delicados; de maneira que,segundo Giacomini,ó essa a razão porquenasescrophulas não notamoso rubor,a dure
ocalor; atumefacçáo, «pio é também um caracter infiaminatorio,não
seapresenta logo,segundoelle, visto que osvasos eganglios lympha
-ticos se acliãocollocados debaixo dapelle,eenterradosnotecidocellular; alémdisto,atenuidadeepequenhezdosvasos nãopormittindooalïluxoe a estagnaçãodos fiuidos emquantidadecapaz deproduzir promptamente ’ a tumefaeção, faz com que este plienomeno levetempoa 1er lugar
.
Ouando o indivíduo
.
que é atacado dasescrophulaschegaa esseestado, jáa moléstia tem feito estragos consideráveis; o doente tem já pormuito tempo estado debaixo da influencia de uma lymphadenite antes de serescrophuloso , segundoGiacomini ; e durante este tempocertos tecidos tem lido tempo de se engorgitar, de seespessar e«leseen
-durecer,desortequeaescrophulaquandoé reputadaverdadeiramentetal, deveria ser antesconsiderada comoo resultado «le umaphlogose glandular, do que como umamoléstia primitiva.
l
‘
arece-
nos muito judiciosa esta opinião de Giacomini..\a verdade, comosepoderá conceberoendurecimentoea tuberculisação dostecidos aflectados, sem admittir a existência«leumestado phlegmasico deter -minado oupela influenciadoarviciado, ou domáochylo,que pode-mos dizer ser as únicas causasdesta lymphadenite ?
Esteestado inflaminatoriotem uma marchachronica devida á na
-tureza do systema lympliatico ; estado este que é na opinião de Gia -comini aorigemdessas alterações ephases pathologicas, por que passãoas partes lesados.
A vista de taesconsiderações, julgamos razoavel a theoria deGia
-comini : muito mais quando ella c confirmada pela applicação domercúrio e iodo, que, segundo experiences «le medicos de grande
critério, tem uma acção liyposthenisante especialsobreoapparelbo lvm
-plwtico-
glandular , o qual é o que figura corno oprincipal elemento.
-
*i» 32<-namoléstia , que nosoccupa, pelas alterações patbologicas, queahise manifesto
.
So é verdode queessas alterações patbologicassãodevidas a causasemirientemente hyperstenicas , equeellassó por siexprimem a natureza phlogistica desta moléstia, concluiremos dizendo quenão duvidamosemabraçar a tbeoria de Giacomini,pois queé ella a quena época actual parece explicara natureza dasescrophulas
.
ETIOLOGIA
.
Causaspredisponentes
.
—
Entreasdiversas causas que figurãonodesen-volvimentodas escrophulas , éaherança uma dasque goza de grande papel
.
E’pormeio deliaque|>ais escrophulosos legãoa seus filhosuma *predisposiçãomaison menosfacil para contrabiresta moléstia, segundo
circumstanciasexteriores em queellesestiverem collocados
.
Otemperamento lymphalico temsido pormuitos autores considerado
comoumafortecausapredisponente ãsescrophulas
.
Ricberand clicga a dizer queestamoléstianãoé senãoaexageração destesystema.
Esta opi-niãonãonos parece verdadeira, porqueexperiencias feitas ultimamente
por Lebert provão que em umgrande numero deescrophulosos vistos por elle não se distinguião os caracteresottribuidos a este systema.
Porém de todos ostemperamentos éolymphalico quesemduvida deve
ser, eéconsiderado como tal.Aidade mais propria para contrabiras
escrophulas é , segundo observações doSr
.
d’Espine, a dos cinco aosquinze annos
.
O sexofemininoé assignalado , segundo Lepellelier, comomais pre
-disposto ás escrophulas; tantoque , segundo elle, estesexo está paraomasculino como5
:
3.
Causas determinantes
.
—
Aatmospheratemuma grande influencianoapparecimento das escrophulas
.
Ahabitaçãodos lugareshúmidos , frios oumal arejados,e emqueos raios solares custem a penetrar,é reputada comouma poderosacausa determinante dasescrophulas.
0arviciadoresultante de princípios estranhos , queentrem emsua composição, ou entãoquando elle édiflicilmenterenovado , comoacon
-tece nessasgrandes cidades , em que indivíduos se agglomeráosobo33<
-mesmo Iccto, ó também indicado como causa determinante das escropliulos
.
Unia máalimentação, que secompõedos farináceos, de legumes, de
assucaradas, contendoovoscmanteiga , e outros alimentos jul
-massas
gados máos; um alleitamento por uma ata má, sãocausas sufficientes para determinaroapparecimentodasescrophulas
.
SYMPTOMAT0LOGIA
.
Paramaismethodicatornarmosaexposição dossymptomas apresen
-tados pelosescrophulosos ,osdividiremos emduas ordens;aprimeira se
refereaohabito externo do doente;asegunda á alteração das funeções
•
em geral.
SYMPTOMAS RELATIVOS AO HABITO EXTERNO.
Osindivíduos escrophulosossereconhecem peloscaracteresseguintes: cabeça volumosa e ornada de eabellos louros ou castanhos; a frontecurta
eestreita; asfontescomprimidas;rostoinchado, coberto de umapelle
tina,alva, ligeiramenterosea, algumas vezes vermelha; osolhos ordi
-nariamente grandes,brilhantes,outrasvezeslanguidos , lacrymejantese cercados «le um semi
-
circulo azulado; assclerolicas azues; aspupillasdilatadas; aspalpebras edematosas,comasmargensvermelhas, muitas
vezes ulceradas, com os cilios agglutinados porcausa dasophtalmias paipehraes, que sãomui frequentes; o nariz muitas vezes vermelho,
tumefeitoc luzidio; asaberturas nasaes inchadas ,vermelhas,luzentes
e com escoriações; a pituitária muitas vezes inchada , espessa ,aponto
de fechar ás vezesa abertura das fossasnasaes; oslábios sãogrossos , sobretudoosuperior,edeumadurezanotável; aboccagrande ;osângulos
domaxillarinferior mais salientesquede ordinário;osdentes alvos,mui
hellosouamarellos,cariados,malcollocadoseseparadosunsdos outros;
o pescoçocurto egrosso(segundoKortuin),todaviaallongadoefino na maioriados casos.
Apelle docorpoé comoadorosto ,fina,alva,alguma cousatranspa
-rente ,erabaçadae semeada de vèas azuladas,algumasvezessecca e de
-
5»ZU «4-côr terrea, muitasvezeshúmida ccoberta desuoresquoespolhão um
cheiro desagradavele nauseabundo
.
A estatura do doente é baixa ; osmembros inferioressãodelgados; as articulações dosossosvolumosos;as
carnesabundanteseflaccidas; oventreproeminente , ás vezesdoloroso
.
As glandulaseganglios lymphatieos situadosna dobra dasarticulações, principalmentenasvizinhançasdo inaxillar inferiore pescoço,são maisdesenvolvidoseduros. Finalmentequandoa moléstiaescrophulosaganha grandeintensidade, abscessos seformão, não sónosganglios lymphali
-coscervicaes como em outras regiões do corpo; passão do estado de suppuraçãoao de ulcera ; os ossos tornão
-
secariados, necrosados,atéqueamorte vem pòr termo a estequadromedonho, dequesão viclimasos indivíduosescrophulosos.
SYMPTOMAS RELATIVOS ÁSFUNCÇÕES EM GERAL
.
Nosindivíduos escrophulosos observão
-
se perturbaçõesdadigestão; oappetiteé ordinariamenteirregular; ora nullo , ora muivivo; ha fre
-quentes indigestões, seguidas algumas vezes de diarrhea com ousem cólicas, oventreétensoedolorosoá pressão.
As secreçõessão ordinariamente poucoactivas, maximea perspiraçào cutanea, equando é augmentada por exercíciosforçados , osuorexhala um cheiro desagradavele nauseabundo; as secreçõesmucosasaugmen
-tão
-
semuitas vezes, ede ordinárionota-
senosescrophulososcorrimen-tosmucosos em um oumais pontosdosystemado mesmonome , por exemplo , em a mucosa occular , nasal, bronchica cintestinal , consti
-tuindo oquesechama catarrhos chronicos escrophulosos
.
Asecreção ourinarianão se afasta doestado normal emcertoscasos;ellacontém, segundoFourcrov, umagrande quantidadedephosphatode cal ,materia mucosa e poucauréa.
Bécquerel, examinando a ourina destes indiví-duos, encontrou
-
a com caracteresdifferentes,segundoaescrophulaera ounãoacompanhada defebre.
Quando a a íTccçãoerasemfebreaourinaerapallida , de umafraca densidade , transparente, acida ,ctendo em
suspensãouma nuvem mucosa, eás vezesdisposta a tornar
-
sepromp -tamentealcalina,não depositando acido urico , já espontaneamente , já-^35<
-cão era acompanhadade febre, aourina era diminuida de quantidade,
densa,colorida, mui acida,deixando depositar acido urico,jáesponta
-neamente, já pela addição de uni acido; em uma palavra, aourina
era febrilsegundoelle. A circulaçãoteuipouca actividade; osbatimen
-tosdocoração sãofracos,opulsoémolle epequeno
.
A respiração é também poucoactiva;osseusphenomenosmecânicos sefazem com diíliculdade; ohálitoéfétidoenauseabundo;a vozé ordi
-nariamentefanhosa,rouca csibilante.
Asfuncções locomotoras são mais ou menos alteradas ; os movimentos são difïiceis e lentos; cansãoosindividuos escrophulososcom o menor exercício, oquedetermina nelles aapathiaeo amordorepouso
.
Quantoásfuncçõesgenitaes ,osautores temnotado umagrande incli
-naçãopara osprazeresvenereos;cila manifesta
-
semuitasvezescedonos * meninos, queseentregaocomfurorámasturbação(Kortum).
Lugoldiz, quea evoluçãodosorgãos genitaesó retardadanosdous sexos; que suas funcçõessãopoucoactivas, que ostestículossãopouco desenvolvidos, ao passo queopeniscvolumoso.Osmenstruesserestabelecem com diíficul-dade, ou sãodemoradosnasmulheres escrophulosas;estassãomais sujeitas
queas outras aoaborto
.
Quantoásfuncçõesintellectuaes,dizKortum, osescrophulosossão no
-táveispelassingularidades que apresentão; assim os meninosaffectados dasescrophulassãoadmiráveispelavivacidade de seuespirito ,epelasuaaptidão para os trabalhos intellectuaes.Elles tornáo
-
se dignos de admira-çãopelafacilidade,quetemdeaprendertudo quantoselhesensina;alguns sãoalegreseamãooprazer , outrossãomorosos, rellectidos,eapresentão
umamadureza de raciocínioquefazpasmar;estes estãosempreemmovi
-mento;aquellesprocurãoorepousoea tranquillidade perfeitadocorpoedo espirito.
Nãoémisteremsummaligarsenãoumaminima importância aoscaracteresfornecidospela innervação
.
Comeffeito estasbrilhantes quali-dades deintelligenciasãomuitasvezessubstitu ídas pela estupidezouuma
-
>36<«ANATOMIAPATHOLOGICA
.
Lesõesmuidiversasseencontrãonosescropliulosos
.
Quasisempreveri-fica
-
seum desenvolvimentoinsolitodosgangliossub-
maxillares e dosdas partes lateraes dopescoço.A alteraçãosepropagaalgumasvezesaos gangliosbronchicos
.
Ella pódeoccuparigualmenteosdomesenterio,emais rara-mente talvezos«lealgumasoutraspartes,comoasaxillaseasverilhas
.
Osganglios doentes adquirem um volumequevaria desdeode umapequena
noz atéodeumgrandeovodegallinlia
.
Aalteração nãochegaportodaa parteaomesmo grão : em unsotecidoésómenteendurecidoouaver
-melhado;mais longe é compacto, assemelhando pela côre consistência á carnedevitellacozida e lavada. Quasisempreencontra
-
semateriatuber-
,
eulosaeinmaioroumenorquantidade,orasómente infiltrada, outrasvezes reunidaemmassasseparadasumasdas outrasportecidocellular lamelloso
.
Otecidodos ganglios é entãocompletamenlc destruído;ostubérculosse achãoemdiversos estados.Quandoamoléstiaestá avançada, ellessão
amollecidosemuma grande extensão ;muitossetransformão em abcessos,
queseabrem noexterior,everificão
-
seentãotrnjeetosfistulosos maisou menos longos, descolamentosconsideráveisda pelle,suppurações diffusas,induraçòeschronicas quedosganglios temganhoaspartesmolles circum
-vizinhas
.
Osossos,sobretudo os ossosesponjosos,e entre estesosdocarpo edometacarpo especialmente, assim comoosdotarso cdomelatarso,asphalangesdosdedosedos artelhos, oscorpos dasvertebras ,easextre
-midadesarticulares dos ossoslongos, sãoasédede ostéites,deperiostiles,«lecarieedenecrose; ahi encontra
-
semuitasvezesmateria tuberculosaemdiversosestados d«:desenvolvimento:é uma alteraçãosobre a«jual aspes
-qmsasdosSrs.NicheteNelaton tem lan çado nestesderradeirostempos
umaviva luz.E inútil dizertambémque noscscrophulosos« juesuccuin
-bemaumperíodoavançado,encontrão-
setubérculoscmmaioroumenor numerodeorgãos;assimencontrão-
se quasiconstanlementenospulmões.Collecçôesserosasseobservàojá nas
cavidades splanchnicas
.
TERCEIRO
PONTO
.
*TRATAR
DO
COBRE
E
SUAS COMBINAÇÕESEMPREGADAS EMMEDICINA E DA
MANEIRA
DE
CHUICAMENTE
AS
RECONHECER
.
OSL
<
ísOúcoriRF
.
c ummetalconhecido de tempo immemorial,eantesffedo
ferro; outr'ora elleentravacomo parteprincipalnacom-posição que serviaaosantigos para fabricarasarmaseosins
-»
&
g£
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g$lruinentoscortantes,que erãoordinariamentefeitoscomcobrejjUyrcontendo
estanho.
É da ilhadeChypre,dondevemonome deCyprium,queentão
Ig
&fdcu
nascimentoaodeCuprum,(pieosGregoseosRomanostiravãoamaiorparte do cobrepara fazeras suasarmas
.
Elleencontra
-
sena naturezanoestadonativooucrystallisadoemcubosou emoctracdros regulares;é deumacòrvermelha caracteristica;pela fric
-ção entre osdedos exhalaumcheirodesagradavel; é eminentementema
-leáveledúctil;podemos obtè
-
loem folhasc em fios mui delicados;depoisdoferroéomais tenaz detodososmetaes:umtiodecobre de dous millime
-tresde diâmetroexigeum peso de 137 kilogrammas para seromper;é
notavelmente mais duroqueoouroe aprata,tantoqueounimosa estes
dous metaesparaostornar maisresistentes; opeso especificodo cobre
varia de8,7 a8,%
.
0cobre funde
-
scnocalor vermelho pouco maisou menosa 27grãospyrometricos
.
Crystallisapeloresfriamento em rliomboedrosaopasso«piepor meio dahumidadecrystallisa em cubos
.
Quandoosubmellemosaumatemperatura muielevada lançavapores,
ecommunicaá chainmaumacòrverde;poréma perda queelle experi
-mentapela volatilisação,ainda mesmoquandoaacção do calor seja por
muito tempoprolongada,émuipequena,cporassim dizerinsensivel
.
Na temperaturaordinariaocobrenãosoIVrealteraçãoalguma pelocon
-tacto doarperfeitamente secco, masforma-
sefacilmente noar húmido-
>|/0ci-umsub
-
oxydo,o perdeassimumapartedo brilho metallico,de que édotado.
Namaioria«loscasosforma
-
senasuperficie do metalumacamada maisou menosespessadecõrverde,que pareceserum sub
-
carbonalo decobre hvdratado,conhecido vulgarmentepelonomedeverdete.Debaixo daacçãodeumatemperatura poucoelevadaocontacto do ar determina na superficie do metala formaçãodeumacamadavermelha
deprotoxydodecobre.Prolongando
-
seaacçãodooxigénio,oprotoxydo se transforma cmbioxydo,queé negro.0 cobrenãodecompõeaaguasenão emumatemperaturamuito superior á vermelha; não haacçãonenhumareciprocaa friomesmo em presença
dosácidososmaisfortes.
0 cobre tambémseoxyda empresençadosácidosorgânicos; o
mesr
çotemlugarcom assubstanciasgordurosaseoleosas que favorecemamesma
alteração.
Aaguaregiaodissolverapidamente.
0acido azolicooataca edálugaráformaçãodeazotatodebioxydode cobre, ea um desprendimentoabundante debioxydodeazotoqueem
contacto comoarsetransforma em acidohypo
-
azolico.0acidosulfurico nãotem acçãosobre o cobre senão quando está
concentradoefervente ; ha então formaçãode sulfato de cobreedes
-prendimentode acido sulfuroso.
0 acido chlorydriconão tem acçãosobreocobre na maiorpartedos casos; somentequandoelle está divididoéquese produzo proto
-
chlo-ruretodecobre.
A ammonia dissolve o cobre sob a influencia do oxygenio doar;
orma
-
sebioxydodecobre, que entra em dissoluçãona ammonia, e acoloraemazul.
Pódc
-
sefundironitro em um vaso decobre semoatacar sensivelmente; todavia emumatemperatura vermelhaocobre éoxydado pelo nitro.Asdissoluções de sal marinho dissolvem mui rapidamenteo cobre; aqucllas quesãoconcentradasnãotem sobre elle acçãosensivel
.
0enxofre,ophosphoro,oarsénico, obromo, ochloro,eamaior parte
dosmetaespodemcombinar
-
secom ocobre. Algumas destas combina -çõessefazemcomdesprendimentode calor e luz.—
>Ai<—
0oxvgenioformacomocobre trèscompostos:oprotoxydo, obioxydo tritoxydodecobre
.
0protoxidoseencontrana natureza algumasvezes crystallisadoemoctae
-dros regulares, cujacòré deumvermelho escuro,ou,quando elles são
transparentes,deumabella còrvermelha derubim
.
0bioxvdo se achaemalgumasminasdo cobre, e oblem
-
se já fazendoqueimar ocobrenoarlivre, ejá decompondoocarbonato dc cobre pela
calcinação
.
É deumacòr escuraquasi negra noestado secco, eazulnoestado de hydrato
.
Otritoxydoé de uma còraraarella escura; aagua quentebastaparao
decompor
.
Igual acção tem sobre elle osácidos,que facilmenteotrans-formão embioxydo de cobre,e emoxygcnioouaguaoxygenada
.
,
Destesoxydosoque tem mais tendência paraosácidos eformarsaeséobioxydo;os outros donssãopoucoestáveis, cemcombinação comos
ácidospassãofacilmenteasaes dobioxydo
.
Osoxydosdecobrenão temapplicaçãoalgumacmmedicina;portanto
nãonosoccuparemospormaistempocomelles.
Passemosentãoatratar das combinaçõesdo cobre empregadas era me
-dicina.Antes«listoconvém « piedigamosalgumas palavrasrelativamento úspropriedadeschimicasdossoes debioxydodecobre
.
Eis
-
aqui os caracteres prineipaes pelos« piaespóde-
se facilmente reco-nbecè
-
los.Os saes debioxydode cobrecrystallisadosou emdissoluçãosãocoloridos de azulouverde
.
Com apotassae asoda fazem nascer umprecipitadoazul debioxydo de cobre insolúvel em um excesso de alcali.Oprecipitadosedeshydratapela
ebulliçãoetorna
-
senegro.Coma ammonia dá umprecipitado verdesolúvelemum excesso de
ammonia,efaz immcdiatamenteolicòr tomar umabella còrazul
.
Esta dissolução ammoniacal ó precipitada nofim de certo tempo por um excesso de potassa.Como carbonatode potassa d á utn precipitado azul decarbonatode cobre,« juetorna
-
se negro pela ebullição.
Coinocarbonato deammonia
—
precipitadoverde solúvel em um excessode reactivo.
Comoacidooxalico
—
preciptadobranco-
verde deoxolatode cobre.
ESC*HL
.
eo
42<
-Com o cyanurcto de potássio e ferro
—
precipitadoescuro cor de castanha.Comosulfhydatro de ammonia
—
precipitado negro. Comoiodurelo de potássio—
precipitadobranco. Comochromato depotassa—
precipitadovermelhoFinalmente ossaes debiowdo de cobresãodecompostos facilmente pelo zinco eferro. Umalamina deferro,porexemplo,lançadaemuma dis
-soluçãode umdestessaes,cobre
-
serapidamentedeumacamadade cobro metallico.
ProlongandosuíFicientemenloaacção doferropóde-
sedeter -minara precipitação total do cobrecontidonolicor.Eesteeo cyanuretodepotássiocferroosmelhores rcactivos,«pietemosparareconhecer com facilidadeaexistência deunisal decobre
.
escuro
.
Passemosagoraás combinações de cobreempregadasemmedicina
.
Actualmenleos únicoscompostos de cobre empregadoscmmedicina sãoosulphatodebioxydode cobre,eosub
-
acetato de cobre.Entremosemsuasdescripçóes
.
SULPHATODEBIOXYDO DECOBRE
.
—
Estosal conhecido no commercio sob o nome decaparrosaouvitriolo azul por causa de suacòr, vitriolo de Chypre,vitriolo de cobre,é de umsaborstyptico ,solúvelemduas partes de aguafervente,eemquatropartesdeagua fria ; crystallisaemparal -lcpipedosoblíquos ,de um grande volume,de umabellacòr azul , trans-parentes,contendo cinco equivalentes de agua; sua densidade é de2,19. Exposto ao ar secco é ligeiramenteefllorescente ; perdeduas equiva
-lentes deagua e torna
-
se opaco ; a100®não conserva senão um só equivalente de agua ; a 200°se transforma em um póquasi branco ,
que é osulphato de cobreanhydro; este pó recobra a suacòr azul e se redissolve,quandoocollocamoscmcontactocomaagua;osulphato
submettidoa umatemperaturamuito elevadasedecompõecompletamente
cdeixa um residuo debioxydode cobre.
Quandomistura
-
sea uma dissolução desulphatode cobre cm grandeexcessosulphatodeferro,separão
-
scdélies pelaevaporação e resfriamentoparallepipedosoblíquosde umsulphatoduplo, no qual osulphato de cobre,emlugardecontercinco equivalentesde agua,encerrasete,como
-
ja 43«**-excessoosulpliatodecobre,contém destes doussacs ,naqual existe
como osulpliatodccobre cincoequivalentesdeagua.
Osulpliatode cobre existe na natureza, porém
alravézdas fontes de minas do cobre. em
ordinariamente em dissoluçãonasaguas quecorrem
Prepara
-
seosulpliatodecobre por váriosprocessos:Em certospaizes extralie
-
sepela evaporação dasaguas que o tem em dissolução.
Em outrospaizes queima
-
seosulphuretodecobrenosfornosa rever-bero, c trata
-
sedepois pela agua para dissolvero sulpliato formado ; decoa-
soentãoa massa, faz-
se evaporar o licòre obtein-
seo sal pela crvstallisação.
0 sulpliato de cobre obtidoporestes dousprocessoscontémsempreum
poucode sulpliato de ferroedczinco. Paraoobterpuro bastalançar cm
’ excesso bioxydode cobrenadissolução salina;todo ooxydodeferro e
zincoseprecipitaempouco tempo
.
Prepara
-
seainda este sal humedecendo cobre comacidosulpliuricofracoedeixandoometal sulphatisar
-
sc aocontacto doar.Também podemos obterestesal aquecendo cobrecomacidosulpliurico concentrado:2S0\HO
-
fOJ
=
21IO-
fCUO
,SO’
-
fSO
2.
Hoconlie
-
seestesal damaneira seguinte:Trata
-
seprimeiramentede dissolverosal,se équeelle existenoestado de crvstallisação.
Feito isto,lança-
sena dissolução aguadebaryta,que dáumprecipitadobrancodesulpliatodebaryta,insolúveln’agua, noacido nitricoe na ammonia. Depoistiltra
-
se, oudecanta-
seo liquidocadinho com a sexta parte de seupesode carvãoempó ;eleva
-
sefortementeatemperaturaporespaçodeumaouduas horas; no fimdasquacs todoo sulpliatodebarytaseachaconvertido emsulphuretodebario; lançando
-
se ahialgumas gottasde acido nitrico,sulpliuricoou hydrochlorico, des -prende-
seoacidohydro-
sulphurico com desenvolvimentodc umcheirode ovospodres.
Eisamaneirapela qualse reconheceaexistência deumsul-phato. Para chegarmosaoconhecimentodequeécomefieitodosulpliato
de cobre,do que se trata, lançaremos cmoutrasdissoluçõesd sal osreactivos propriosaossuesde bioxydode cobre,osquaesnosforne
-ceráô oscaracteres que lhes são peculiares.
emum
omesmo
SUB
-
ACETATO DECOBRE.
É pulverulento, deinsolúvelnagua ,e não se dccompoc pelo acido carbonico
.
còr verde pallida, uma