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AULA 3. PortuguÊs. Prof. Carlos Zambeli

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Academic year: 2021

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PortuguÊs

Prof. Carlos Zambeli

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Português

AULA 3

Oi pessoal de casa! Nós vamos retomar os conceitos de análise sintática que vimos na última aula.

No título Análise Sintática, nós tínhamos escrito que é o que ele faz e também funções. Eu te mostrei que frase era qualquer coisa, oração tinha que ter verbo e período era um verbo (sim-ples) ou verbos (composto). No sujeito, anotamos que ele é a primeira coisa que buscamos na frase e vimos que o núcleo do sujeito é a coisa mais importante nele. Nós anotamos também que para achar o sujeito tem três perguntas: que/quem é que + verbo, que é que se + verbo. Vimos o sujeito simples, que é aquele que só tem um núcleo, e eu falei que ele não precisa estar sempre na frente do verbo, às vezes ele pode estar depois dele, não importa a ordem. No sujeito composto, vimos que ele tem mais de um núcleo. O sujeito indeterminado é o cara, nele nós temos o caso A e o caso B. No caso A nós anotamos “eles, só que não” e o caso B, que é o queridinho, tem o “se”, ele é o índice de indeterminação do sujeito, mas nem sempre o “se” será índice de indeterminação do sujeito. Nesse caso, nós perguntaremos para o verbo “que é que se” e a resposta é que eu não sei quem é.

Nas orações sem sujeito, nós temos os fenômenos da natureza – que não vai cair na prova. O verbo haver é o que vai cair na prova, ele é aquele que, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, vai ficar sempre no singular. Nas locuções verbais com esse caso de verbo “haver” em que ele fique na ponta, ele contaminará o cara do lado. Existe também o “fazer” em tempo e tempera-tura, o “ser” em data, hora e distância; o oracional, que é um pouco mais tenso.

Transitividade verbal foi o final da nossa aula, ela é a segunda coisa que nós vamos buscar na frase. Nós anotamos que ela vai depender do contexto. Vimos que existem os verbos intransi-tivos, que são aqueles verbos que não precisam de complemento, e antes eu mostrei adjunto adverbial, que é um acréscimo de informação não obrigatório, eu posso tirar ele da frase. Nos VI, quando eu digo “os colegas chegaram”, é só “uau”, se eu digo “os colegas chegaram agora”, continua sendo só “uau” a frase, porque “os colegas” é o sujeito e quem chega, chega, não tem mais o que dizer, o “agora” e o “na aula” são adjuntos.

Quando chegamos no VTD, ele tem um coração e anotamos que a pergunta dele é “o quê?” ou “quem?”. Vou te mostrar por que nós nos perdemos nele, se eu colocar “fizeram as perguntas” e “faltaram as perguntas”, os caras me perguntam se “as perguntas” exercem a mesma função sintática, e tem que ter cuidado porque os mais inocentes perguntam “fizeram o quê?” e “fal-taram o quê?”, aí tu achas que todo mundo é objeto direto. Mas lembra que tem uma ordem para a busca, primeiro o sujeito e depois a transitividade, então quando eu fui no “fizeram as perguntas”, pergunta para ele quem é o sujeito, “quem é que fez as perguntas?”, foram as per-guntas que fizeram? Não, então “as perper-guntas” não é o sujeito, alguém fez as perper-guntas e eu não sei quem é, então o sujeito é indefinido, indeterminado.

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Depois que eu defini o sujeito, eu vou para a transitividade e pergunto “fizeram o quê?”, “as perguntas” será objeto direto. O erro é perguntar “faltaram o quê?”, porque tu não fizeste a primeira etapa, eu tenho que perguntar “quem é que faltou?”, a resposta vai ser “as perguntas”, é o sujeito. E se as perguntas faltaram, elas faltaram, é VI. Então olha a diferença entre esses caras, um é sujeito indeterminado e o outro é sujeito simples, um é VTD e o outro é VI. O erro é olhar para essas frases e perguntar “o quê?”, porque vocês estão pulando etapas, primeiro descobre o sujeito e depois a transitividade, senão todo mundo é objeto direto.

Em “Restam alguns carros na estrada” e “Viram alguns carros na estrada”, a pergunta seria: “na es-trada” desempenha a mesma função sintática em ambas as frases? Sim, eles me dão uma ideia de lugar, então temos adjuntos adverbiais. “Quem é que restam?”, a resposta vai ser “alguns carros”, é o sujeito. Tu poderias pensar “mas resta onde?” e esse onde é o lugar, então é o adjunto adverbial, porque a essência do verbo se bastou. Na outra frase “quem é que viu?”, tu entende que não foram os carros que viram? Foi alguém que eu não sei quem, então o sujeito é indeterminado. Agora eu vou para a transitividade: “o que viu?”, então agora eu tenho um objeto direto, “alguns carros”. A lógica é primeiro o sujeito e depois a transitividade, por isso que colocamos que ela é o dois.

VTI é o contrário do VTD, se o VTD é sem preposição, o VTI vem ligado com preposição obrigató-ria. Vou te falar que aqui tem uma mentira que nós não nos damos por conta, nós estudamos a vida inteira que o VTI pede uma preposição, mas às vezes colocamos um pronome e ele repre-senta a preposição. Olha só a frase do Bob Marley, fica claro que o sujeito de “não podemos nos esquecer” é nós? Então eu digo “oi, nós não podemos nos esquecer” e a pergunta é “de quê?”. Tu entendes que esse “de” saiu do verbo? Então “do nosso passado” é o objeto indireto. O perigo é tu achares que sempre que tiver uma preposição vai ser objeto indireto, mas não, porque “nesse grande futuro” tem preposição também, é “em” mais “esse”, só que o verbo não pediu “em”, ele pediu “de”. Então se o verbo pede “de”, o “nesse grande futuro” vai ser um adjunto adverbial. Na teoria se eu tirar o adjunto, a frase segue, mas sabemos que ele dá a sacadinha, dá o lugar, o tempo, ele é melhor. Por exemplo, se eu disser “nesse grande futuro, não podemos nos esquecer”, se ficar só isso dá uma angústia, pede o “de que”. Mas se eu disser “não podemos nos esquecer do nosso passado”, ninguém pensou no quando, onde, porque o adjunto adverbial pode sair, na teoria, mas o objeto não, porque ele completa. O que eu quero mostrar para vocês é que ter preposição não é exclusivo de VTI, adjunto adverbial e várias outras coisas também podem ter preposição. Quantas orações eu tenho no período da segunda frase? Duas: pode confiar e vai se arrepen-der. Quem é o sujeito de “pode confiar”? “Você”. E “quem não vai se arrepender”? “Você”. Agora olha que legal, se você pode confiar, você pode confiar em alguém, este verbo pede a preposição “em”, então “em mim” veio do verbo, é objeto indireto. Quem não vai se arrepen-der, não vai se arrepender “de”, o “disso” é objeto indireto. A preposição vem do verbo porque ele precisa dela.

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MPU VIP – Português – Prof. Carlos Zambeli Na música do Marcelo Camelo, “vou sonhando” é uma locução verbal, o sujeito dela é “eu” e eu vou sonhando “com”, “com outros ares” é um objeto indireto. Quem sonha, sonha com. A pergunta nasce com a preposição, se eu digo “eu preciso”, a pergunta é “de que”. Ele é diferen-te do VTD, pois ele não diferen-tem a pergunta formada, cada um vai começar com uma preposição diferente, quem precisa, precisa de, quem necessita, necessita de, a lógica é essa.

Lembram que eu falei que o ideal é ter uma preposição, mas às vezes vai ter um pronome? Quando eu te digo “eu lhe obedecerei”, se eu fizer uma análise sintática, quem é o sujeito? O “eu”, um pronome reto. Na transitividade do verbo, quem obedece, obedece a alguém, é VTI, e a quem ele obedece? O “lhe”, ele representa um objeto indireto. A vida inteira nós estudamos que VTI tem preposição, só que nessa ele não tem preposição, pois ele foi representado por um pronome. Se eu falar “eu lhe obedecerei”, é igual a eu falar “eu obedecerei a você”, a diferença de “a você” e “lhe” é que um tem preposição que aparece e o outro não, mas os dois são obje-to indireobje-to. Se em uma prova perguntar se dá para reescrever, a frase ficaria “eu obedecerei a você”. A preposição está subentendida no “lhe”.

Se voltarmos para a aula 1, nos pronomes pessoais eu falei que eles se dividem em retos, oblí-quos e de tratamento, os retos geralmente ficam no lugar do sujeito e os oblíoblí-quos se referem aos objetos diretos e indiretos. Os oblíquos são me, te, o, a, lhe... Estão vendo o lhe? Ele é um oblíquo, ele serve de complemento de verbo, que é o OD e o OI. O “lhe” representa os indiretos e o “o” e o “a” representam os diretos.

Nas frases “Eu a adoro” e “Eu lhe obedeço”, o sujeito vai ser o mesmo, que é o “eu”, um prono-me reto. “Eu adoro o quê/quem?”, o “adoro” é VTD, pois não pediu preposição, portanto o “a” representa um objeto direto. “Eu obedeço a quem?”, o “obedeço” pede preposição, um objeto indireto, que é representado pelo “lhe”.

Existem verbos que aceitam dois complementos, um direto e um indireto. Anotem aí que “um verbo não repete a figurinha”.

Na música da Legião, quantos verbos eu tenho no período? Um: “explicava”. Quem é que expli-cava? A Mônica. A Mônica explicava o quê? “Coisa sobre o céu, a terra, a água e o ar”, objeto direto. Só que nesse contexto, quem explicava, explicava a alguém, ao Eduardo, então aqui está

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o indireto. Então esse verbo pediu dois complementos, um sem preposição e um com preposi-ção, por isso que ele é VTDI. Ele não poderá ter dois diretos ou dois indiretos.

Um perigo que às vezes as provas inventam é assim: “poderíamos reescrever a frase como ‘A Mônica explicava ao Eduardo sobre coisas sobre o céu, a água e o ar’”, não poderíamos por-que no momento em por-que tu colocar um “sobre”, tem dois indiretos. No começo do direto não pode ter preposição, dentro dele poderá. A prova vai perguntar “poderíamos colocar a palavra ‘sobre’ antes de ‘coisas’ sem prejuízo para o sentido e a correção”, aí o carinha vai ler “Mônica explicava ao Eduardo sobre coisas”. A banca está me dizendo “dá para dar um outro objeto indi-reto para ele?”, e a resposta é não, porque ele já tem um indiindi-reto.

Na frase “As decisões arbitrárias do Congresso...”, quantas orações eu tenho no período? Uma: indicaram. Quem é que indicou? “As decisões arbitrárias do Congresso”, tudo isso é o sujeito. As decisões arbitrárias do Congresso não indicaram o quê? “Boas notícias” é o objeto direto. Mas nesse contexto, quem indica, indica alguma coisa a alguém, que é o “lhe”, objeto indireto. O obje-to indireobje-to veio em forma de pronome e o objeobje-to direobje-to veio como substantivo e adjetivo.

Em “quero te contar um segredo em braile”, quem é o sujeito? Eu. Eu quero contar o que? “um segredo em braile”, esse “em braile” não é o modo como eu quero contar, é uma característica do “segredo”. Olha que legal essa pergunta: “em braile” é um adjunto adverbial? Ele trabalha para o “contar” ou para o “segredo”? Para o “segredo”, e ele é um nome, então “em braile” não é adjunto adverbial, nesse caso é adjunto adnominal. Se ele trabalhasse para o “contar” aí vocês poderiam dizer que é adjunto adverbial. O “segredo” não pede preposição, seria com-plemento se fosse “necessidade”, que é “necessidade de”, aqui ele apenas caracterizou o cara. Então “um segredo em braile” é o objeto direto. Mas nesse contexto, quem quer contar, quer contar a alguém, que é o “te”, um pronome oblíquo, o objeto indireto. Comparando esse “te” com o da frase “eu te amo”, poderíamos dizer que eles são classificados da mesma maneira? Sim, são pronomes oblíquos. Mas eles desempenham a mesma função sintática? Não, na frase do poema o “te” é um OI e em “eu te amo”, ele é OD, o “amo” é um VTD.

Voltando para os pronomes, nós temos que os oblíquos são divididos em átonos e tônicos, os tônicos utilizam a preposição “a”, então olha a maldade, a preposição não vem do verbo, ela vem dos pronomes. Não existem “mim” sozinho no mundo, só existe “a mim”, não existe “ti” no mundo, só “a ti”.

Olha a maldade, se eu reescrever “eu te amo” usando um pronome átono em vez do tônico, fica “eu amo a ti”, o “amo” continua sendo VTD e o “a ti” vai ser objeto direto. “Mas é um obje-to direobje-to que tem uma preposição?”, sim porque o objeobje-to direobje-to é quando o verbo não precisa de preposição, a preposição veio do pronome, é o “ti” que pede a preposição. Um dia tu já ouviste falar em objeto direto preposicionado e não fazia o menor sentido, mas tu entendes que ele é preposicionado porque a preposição não veio do verbo. É bem difícil cair em prova, só quando elas dão uma surtada.

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MPU VIP – Português – Prof. Carlos Zambeli

Tudo aquilo que vocês esqueceram de verbos, aqui é totalmente diferente, antes os verbos ti-nham transitividade, esse vai ter ligação, ele é diferente. O nome da característica e do estado que ele expressa se chama predicativo, é diferente de predicado, que é o que não é sujeito, o predicativo é o nome do estado ou da característica.

Lembra que um dia vocês decoraram os verbos de ligação no colégio? Daí vocês pensam “ah, que legal, Zambeli, vou decorar isso porque quando cair no dia da prova, eu acerto”, mas não é sempre assim, porque a transitividade depende do contexto. Tu vais precisar do contexto para entender que é esse cara é verbo de ligação ou não.

Eu vou te mostrar como é que se erra. Quando eu digo “a apostila é nova”, quem é que é nova? “A apostila” é o sujeito. Eu olho para o verbo e penso “é”, todos já pensaram “o quê?” e o verbo responde sem preposição, vocês “achei um objeto direto”, mas não, porque esse verbo não é uma ação, ele atribui uma característica. Essa característica vem de um verbo de ligação, que ganha uma coisa chamada de predicativo.

Em “André parece cansado”, quem parece cansado? André, então é o sujeito. O erro vai ser pa-rece o quê? Cansado, mas não, porque cansado é uma característica, é predicativo, e o verbo é de ligação.

Vocês sabem que predicado não é sujeito, né? Então vocês estão ligados que ele pode ser ver-bal e nominal? Um predicado verver-bal é quando eu tenho todos os transitivos (VI, VTD, VTI, VTDI) e o nominal é quando eu tenho o VL. Na frase “Tati está feliz”, “Tati” é o sujeito, “está” é o VL e “feliz” é o predicativo, mas o predicado – aquilo que não é sujeito – vai ser “está feliz”, ele é nominal por ter um verbo de ligação.

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Em “André anda depressa” e “André anda cansado”, quem é o sujeito das frases? André é o su-jeito em ambas. E o mesmo tipo de verbo? Quando eu digo que “André anda depressa”, indica uma ação, mas quando eu digo que “anda cansado” significa que ele caminha cansado? Não, significa que ele está cansado, parece cansado, continua cansado, então esses verbos “anda” não são o mesmo. Na primeira frase, quem anda, anda, então “depressa” não é complemento porque ele dá o modo como ele anda, ele é adjunto adverbial.

Lembram que o adjetivo flexiona e o advérbio não? Uma das formas de vermos se o cara é adjetivo ou advérbio é tentar jogar no plural: “André e Tati andam depressa”, o “depressa” não muda, ele é advérbio e todo advérbio é um adjunto adverbial. Na outra frase: “André e Tati andam cansados”, o “cansado” é adjetivo, não é o modo como eles andam, é como eles estão. Só para eu te mostrar o predicado, imagina que questão do mal se os caras falam assim: “anda depressa” é o mesmo tipo de predicado que “anda cansado”? Não são, porque um é predicado verbal e o outro é nominal.

Em “Tati continua doente” e “Tati continua o trabalho”, eu defini o sujeito, que é Tati, vou para o verbo: “Tati continua doente” é uma característica? Ela está doente, ela ficou doente, ela per-manece doente, então ele é um verbo de ligação e “doente” é predicativo. Em “Tati continua o trabalho”, isso não vai mais ser uma característica, “Tati” é o sujeito e “continua” vai pedir a pergunta “o quê?”, então o verbo é VTD e “o trabalho” é OD. Posso colocar nessa frase “no sá-bado”? Pode, daí vai ser adjunto adverbial de tempo.

Aposto e Vocativo

Aposto é detalhamento e vocativo é o que chama alguém. É mais fácil na prática:

Na música Trem-bala, o sujeito de “segura” é “tu”, “teu filho” é objeto direto e “no colo” é adjunto adverbial. “Estão” é um verbo de ligação? Verbos de ligação atribuem característica, “aqui” não é característica, é lugar, ou seja, um adjunto adverbial, então o verbo é VI, eu enten-do que não tem sentienten-do, só que tu deste um lugar para ele, um adjunto adverbial. É diferente quando eu digo “estou na sala” e “estou estressado”, eles não são o mesmo tipo de verbo, por-que “estressado” dá característica e o “na sala” não dá característica, ele é adjunto adverbial e o verbo “estou” não tem o que ser porque ele não tem mais nada, ele vai ser VI. O “estressado” é uma característica, então ele é predicado e o “estou” vai ser VL. Por isso é importante memo-rizar que a transitividade depende do contexto, temos o mesmo verbo, mas com transitivida-des diferentes.

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MPU VIP – Português – Prof. Carlos Zambeli

Dúvida da turma: sempre será VI nesse caso? Sim, sempre que tu não puderes dar mais nada

para ele, será VI.

Mas nós estávamos falando de vocativo. Na frase “que a vida é trem-bala, parceiro”, quem é o sujeito dela? A vida. E o “parceiro”? Ele é vocativo. Ele é diferente de sujeito. Dá para pegar esse vocativo e jogar ele para o início da frase? Sim, ele não tem lugar na frase, pode deixar ele andar.

Na frase “a morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso”, tu estás vendo que o “angústia de quem vive” caracteriza “a morte”? Então “a morte” é o sujeito da frase e “angústia de quem vive” é o aposto.

Nós vamos ver tudo isso novamente em pontuação, agora só preciso que tenham uma noção disso.

Adjunto Adnominal

Para terminar esse primeiro contato com a análise sintática, nós vamos ver uma coisa e eu que-ria que tu entendesses de outra forma. Olha só, a primeira coisa de uma frase é achar o sujeito, a segunda é pensar a transitividade e o seu complemento, a terceira é pensar no adjunto ad-verbial. De maneira geral, essas são as grandes estruturas e lá dentro, no núcleo, geralmente é um nome, no sujeito é um nome, no complemento é um nome, no adjunto adverbial pode ser um nome.

O nome é a menor estrutura frente às estruturas dos verbos, porque a estrutura do verbo é o sujeito, eu descubro ele perguntando para o verbo, o complemento e o adjunto adverbial tam-bém eu pergunto para o verbo, são as grandes estruturas. As menores estruturas têm a ver com os nomes, dentro do sujeito vão sobrar uns cacarecos e eles vão ficar junto do nome, dentro do complemento e do adjunto adverbial também. Para isso, nasce uma função sintática chamada adjunto adnominal. Olha a descrição dela:

Na prática vai ser bem mais fácil:

Quantas orações eu tenho nesse período? Um: serve. Quem é que serve? “Aquele restaurante de luxo”, tudo isso é o sujeito da frase. O que é que aquele restaurante de luxo serve? “Dois pratos lindíssimos”, isso é um objeto direto e o verbo é um VTD. “Durante as refeições” dá uma ideia de que para a frase? De tempo, então ele é um adjunto adnominal. Estamos diante das grandes estruturas.

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Vamos pensar nos núcleos agora. Quem é o núcleo do sujeito? “Restaurante”, ele é um substan-tivo. Quem é o núcleo do meu objeto direto? “Pratos”, ele é um substantivo também. Núcleo do adjunto adverbial? “Refeições”. Esses são os núcleos. O “aquele” sobrou, ele é um pronome, faz sentido eu falar que ele está junto do nome? Então olha a maldade, quem é o sujeito da frase? “Aquele restaurante de luxo”, e o que faz o “aquele” na frase? Fica adjunto do nome, é o que ele faz, não o que ele é, o que ele faz na frase é ficar junto do nome. Então tem uma função sintática dentro de uma função sintática, mas é diferente, porque a primeira tem a ver com os verbos e a segunda tem a ver com os nomes, que são os dois grupos que eu estou te falando desde a primeira aula.

Olha só então, os adjetivos fazem papel de ficar junto dos nomes, lindíssimo não é um adjetivo? Ele está junto do nome. Os artigos ficam junto do nome, os pronomes ficam junto do nome, como o “aquele”, os numerais, que é o “dois”, ficam junto do nome, e as locuções adjetivas, o “de luxo”, ficam junto do nome.

Dúvida da turma: por que ele não é um complemento nominal? Porque “restaurante” não

pede preposição. Sempre que caracterizar o carinha, vai ser adjunto adnominal. Complemento nominal eu vou falar na aula de regência.

O exercício da página 21 vai ficar de tema.

Concordância Nominal

Olha que legal, nós estávamos falando dos adjuntos adnominais e agora eu vou te falar que os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo. A palavra “café”, quando colocarmos um artigo, vai ser “o”, um pronome vai ser “teu”, um numeral é “um” e quando for adjetivo, “quente”. Lembram que estudamos agora que o artigo, o prono-me, o numeral, o adjetivo e a locução adjetiva ficam juntos do nome? A regra de concordância diz que o artigo, o pronome, o numeral e o adjetivo concordam com o nome, mas a locução adjetiva não.

Imagina que a frase é “Teu café quente caiu no chão”, o que nós estávamos estudando antes? O que caiu? Teu café quente. E se caiu, já era, porque “no chão” é um lugar, é adjunto adverbial. Agora o foco da aula é esquece tudo isso, eu só quero os nomes. O artigo, o numeral, pronome e adjetivo concordam com o substantivo, com o nome. Então se no lugar de “café” nós tivésse-mos “bebidas”, olha o que iria acontecer, nós iríativésse-mos dizer que “as tuas duas bebidas quentes de máquina”, o “de máquina” não concorda porque já está previsto na regra que as locuções adjetivas não concordam. O maior perigo disso está naquelas questões que dizem “se trocar-mos café por bebida, quantas outras palavras deveriam mudar para fim de concordância?”, e os caras vão dizer “tuas bebidas de máquinas”, vão contar “máquinas”, mas ela não vai para o plural porque faz parte da locução adjetiva.

Casos especiais

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Gêneros diferentes é quando um é masculino e o outro é feminino. Na primeira frase, nós te-mos “bolo” e “salgadinhos” masculino e “pizzas” feminino, dentro desse rolo todo, o adjetivo foi colocado antes e a regra é, se ele foi colocado antes, concorda com o mais próximo. Como “bolos” é masculino, fica deliciosos, se fosse “pizzas”, seria “deliciosas”, como na segunda frase.

Quando o adjetivo fica depois, ele concorda com o mais próximo ou com o masculino plural. Na primeira frase, “frango” é masculino e “costela” é feminino, quando ele fala “bem passados”, eu penso que tanto o frango quanto a costela e quando fala “bem passada” é só a costela. Aqui tem uma mudança de sentido, o louco é que se eu colocasse “costela e frango”, eu poderia co-locar “bem passado” – só o frango – ou “bem passados” – a costela e o frango – ele concorda no masculino plural.

Aí alguém vai me dizer “então eu nunca vou ter o feminino plural?”, só se fossem dois femininos, tipo “costela” e “alcatra”, eu teria “costela e alcatra bem passadas”, aí ele pode fazer os dois. O rolo é quando são gêneros diferentes, o masculino generaliza e o feminino vai particularizar. Aí começam umas regras meio nada a ver. Na aula 1, quando estudamos uma coisa que era adjetivo e advérbio, nós vimos que o adjetivo concorda, flexiona, e o advérbio não concorda. Então olha a regra, algumas palavras podem ser as duas coisas e aí tu vais saber que quando for adjetivo ele vai concordar e quando for advérbio ele não vai concordar. Por exemplo “anexo”, ele sozinho vai ser um adjetivo, mas se eu colocar “em anexo”, ele não concorda.

Antes nós estamos estudando assim: “quem é que seguem?”, “os anexos”. Agora é “anexos” concorda com quem? Com “contratos”, que é masculino plural e “anexos” vai ser masculino plural. Na segunda frase acima, “anexas” concorda com “cartas”, ambas são feminino plural. A lógica agora é só “quem trabalha para quem”.

E o “em anexo”, como é que funciona? Se na frase “as cartas anexas” eu trocar “cartas” por “car-ta”, quantas palavras mudam nessa frase? Três: a, anexa e deve. Se eu trocar em “as cartas em anexo”, seriam só duas: a e deve, o “em anexo” não entra na contagem porque ele não varia.

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O “só” pode ser um adjetivo e um advérbio, se for adjetivo vai ser “sozinho” e se for advérbio é “apenas”, “somente”.

Na frase “André e Ravazolo ficaram sós” tu podes interpretar a frase e pensar em “sozinhos”, mas também tu podes pensar que se o “sós” está no plural, então ele não é um advérbio, ele está concordando, é adjetivo. Se a prova pede para reescrever, eu poderia dizer que eles fica-ram “sozinhos”? Sim.

Em “Depois da guerra só restaram cinzas”, tu entende que esse só não está concordando com cinzas? Porque elas não ficaram sozinhas, é “apenas restaram cinzas”. Então aqui eu tenho um “apenas”.

Agora olha a frase “Eles queriam ficar só na sala”, o que significa? Quem eles queriam ficar so-zinhos? Não, que eles queriam ficar só na sala, que eles não iam para a cozinha, era apenas na sala.

A frase da Tati é uma frase ambígua, porque a Tati ficou apenas em casa ou ficou sozinha em casa? Tanto faz, vocês vão ter que ler a frase para entender, vai ter que ter mais coisa para ficar mais claro. Então essa frase é ambígua, mas as outras não têm ambiguidade.

A frase “enfim a sós” significa “enfim sozinhos”, pode ser também “enfim sós”. O louco é que não existe “a só”, no singular, então essa é a treta. Imaginem que não veio ninguém na aula, só está a Larissa, que é a nossa câmera, e eu digo “Lari, já chegou alguém?” e ela me diz “não, eu estou a sós”, o louco é que as pessoas perguntam “com quem?”, mas ela acabou de te dizer que está sozinha. Ela não pode te dizer “a só”, porque não existe, há apenas “a sós”.

Essa é para vida, cai nas provas às vezes, mas não faz sentido cair isso. O “obrigado” é adjetivo, ele concorda com quem fala, com quem agradece. Gurias, se vocês forem agradecer todas jun-tas vai ser “obrigadas”, porque seria “nós estamos obrigadas a retribuir este favor”. O que cai na prova, quando cai, é exatamente pedir o feminino plural.

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MPU VIP – Português – Prof. Carlos Zambeli Se fosse para toda a turma, que tem os dois gêneros, vocês iriam me dizer “muito obrigados”, é “nós, alunos, estamos obrigados a retribuir o favor”. Fiquem ligados pois existem os plurais masculino e feminino.

O “bastante” merece um coração, porque ele pode ser um adjetivo ou pode ser um advérbio. Tu poderias pensar assim no dia da prova: o “bastante” trabalha para “recebi”, que é um verbo, ou para “flores”, que é um substantivo? É eu recebi muito ou recebi várias flores? Várias flores, então ele trabalha para um nome, ele é um adjetivo.

Em “estudei bastante”, o “bastante” trabalha para o verbo e quem trabalha para o verbo é um advérbio, não concorda. Se eu colocar “conteúdos” no final da frase, vai ser “estudei bastantes conteúdos”, porque agora ele não é do verbo, ele é do nome, é um adjetivo. A lógica é ver para quem ele trabalha.

Dúvida da turma: Se tivesse um “tempo” no final de “estudei bastante”? Esse é o outro rolo.

Esse “bastante” é um adjetivo, eu posso trocar ele por “muito”, ele trabalha para “tempo”, que é um substantivo.

Essa merece um marca-texto, em 2018 ela apareceu em vários concursos. “Todo” e “toda” dá uma visão genérica e “todo o” e “toda a” dá uma visão de totalidade. É uma regra que se tu colocares o artigo, tu mudas todo o sentido da frase.

O rolo nas provas acontece assim: “poderíamos colocar um ‘o’ após o ‘todo’ sem prejuízo para o sentido e para a correção?”. Na primeira frase, nós temos que qualquer aluno tem dificulda-de, quando eu digo “todo o aluno”, estou dizendo que o aluno inteiro tem dificuldadificulda-de, a canela dele tem dificuldade. Entenderam o rolo? Não é ele inteiro, é qualquer. Então não dá para colo-car esse artigo. Da mesma forma, não pode omitir o “o”.

Dúvida da turma: E se colocar no plural? No plural é outra regra, tem que ter o artigo. O rolo é

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Essa regra aqui é bem difícil de cair. O determinante é se especificar o carinha, vai concordar, se não especificar, não concorda. Na primeira frase, quando coloca o “a” antes de “sabedoria”, eu especifiquei, mas se tirasse o “a” ficaria “sabedoria é necessário”. A grande chance de encon-trarmos isso em prova é na reescrita.

O maior exemplo é o do “proibida” e “proibido”. Em “é proibida a entrada”, se tirássemos o “a”, ficaria “é proibido entrada”.

Essa é a queridinha, merece um marca-texto. O rolo é que nós colocamos esse cara sempre na concordância, mas ele não tem concordância. Em “adicionei meia colher de açúcar”, fica claro para todo mundo que é metade da colher. Na frase “ela sempre fica meio nervosa”, ela não está “meia nervosa” porque não é metade dela, ela está mais ou menos nervosa.

O que eu acho legal para cair em prova seria assim: a palavra “meio” nas frases “isso pesa meio quilo" e “a porta estava meio aberta” são classificadas da mesma forma? A primeira frase está me dizendo que pesa metade do quilo, então ele é um adjetivo, o “meio” está concordando com quilo, que é masculino singular. Na segunda, a porta estava mais ou menos aberta, então o “meio” é advérbio. Quando é que a porta vai estar meia aberta? Se tu morares numa baia, por exemplo, lá é só metade da porta.

Vamos anotar só para não deixar passar, as seguintes palavras são invariáveis: menos, alerta (quando advérbio), quite.

Pessoal de casa, bons estudos, bom descanso para quem está na madrugada. A próxima aula será concordância nominal e regência verbal.

Referências

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