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MEI O A MBI E NT E AG RON EG ÓCIOS E N E RG IA

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Academic year: 2021

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MEIO AMBIENTE • AGRONEGÓCIOS • ENERGIA

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O RESULTADO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS AMERICANAS DEFINIRÁ NÃO APENAS

OS RUMOS INTERNOS DOS ESTADOS UNIDOS, MAS INFLUENCIARÁ DE MANEIRA

DETERMINANTE OS CONTORNOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS DO MUNDO NOS

PRÓXIMOS ANOS.

NESTA TERCEIRA EDIÇÃO DO ‘RELATÓRIO TRUMP VS BIDEN’, A AMCHAM BRASIL

E A PROSPECTIVA CONSULTORIA TRAÇAM UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO

POLÍTICA NOS ESTADOS UNIDOS ÀS VESPERAS DAS ELEIÇÕES E OS PRINCIPAIS

PONTOS DAS AGENDAS SOBRE MEIO AMBIENTE, AGRICULTURA E ENERGIA

PROPOSTAS PELOS DOIS CANDIDATOS.

NESTA PUBLICAÇÃO VOCÊ ENCONTRARÁ ANÁLISES E INFORMAÇÕES EXCLUSIVAS

QUE SE SOMAM ÀS DUAS PRIMEIRAS EDIÇÕES DO NOSSO RELATÓRIO, COM

O OBJETIVO DE DETALHAR A DINÂMICA ELEITORAL AMERICANA E SEUS

DESDOBRAMENTOS PARA O BRASIL.

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No momento em que a corrida para a Presidência dos Estados Unidos entra em sua reta final, as sondagens nacionais de intenção de voto continuam mostrando o ex-vice-presidente Joe Biden na frente do atual Presidente Donald Trump. A média das principais pesquisas calculada pelo site RealClearPolitics revela Biden 7,3 pontos percentuais (p.p.) à frente de Trump (27 de outubro), enquanto a média elaborada pelo site FiveThirtyEight mostra Biden liderando as intenções de voto por 9 p.p. (26 de outubro).

É importante notar que, nas duas sondagens, Joe Biden receberia mais de 50% dos votos, o que significa que os eleitores indecisos seriam insuficientes para fazer virar a votação popular para o lado de Trump. Com o diagnóstico da Covid-19 e sua internação hospitalar, alguns analistas acreditavam na possibilidade de recuperação das intenções de voto de Trump, mas ainda assim Biden seguiu obtendo bom comportamento nas pesquisas.

Nas sondagens em nível estadual, de acordo com a média das pesquisas analisadas pela Financial Times, que permite vislumbrar a divisão do Colégio Eleitoral dos Estados Unidos, os resultados também são mais favoráveis a Biden. Alguns dos principais Estados em disputa como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, também conhecidos como a antiga “Muralha Azul” – estados historicamente democratas, mas que votaram em Trump em 2016 – Biden lidera por uma vantagem superior a 5 p.p. No Alto Centro-Oeste, Biden está à frente por cerca de 7 p.p. em Minnesota, um Estado que foi quase perdido pelos Democratas em 2016. No “Cinturão do Sol”, Biden lidera por quase 3 p.p. no Arizona, tradicionalmente republicano e que passou a dar vitórias aos Democratas nos últimos anos. Em swing states mais tradicionais, Biden tem uma vantagem estreita na Flórida e na Carolina do Norte. Por outro lado, Trump lidera por pequena margem em Ohio.

Devido à natureza do sistema eleitoral norte-americano, um candidato pode ganhar no voto popular nacional, mas perder no Colégio Eleitoral, devido à forma como os votos dos delegados do Colégio Eleitoral são distribuídos por estado. Essa foi a situação em 2016, quando Hillary Clinton recebeu cerca de 3 milhões de votos a mais que Trump, mas conquistou menos votos no Colégio Eleitoral (apenas 227 contra 304 votos de Trump). Esse descolamento pode ser explicado principalmente devido à grande maioria de votos democratas em estados muito populosos como Califórnia e Nova York. Cada estado destina todos os votos de seus delegados para o vencedor do voto popular em nível estadual. Dessa forma, vitórias esmagadoras em estados populosos podem ser superadas por vitórias estreitas em um certo número de estados decisivos (swing states). A diferença entre o vencedor do voto popular e o vencedor do colégio eleitoral só aconteceu quatro vezes na história americana. No entanto, duas dessas instâncias foram recentes – em 2000, com a vitória de George W. Bush, e em 2016, com a vitória de Donald Trump.

A ampla vantagem de Biden nas sondagens nacionais e sua liderança ainda que um pouco mais estreita em diversos swing states sugerem ser provável uma vitória de Biden. No entanto, é importante ter presente que o cenário ainda pode sofrer alterações nesta reta final da corrida eleitoral, considerando as incertezas relacionadas a pesquisas, a dinâmica das eleições americanas, assim como a forte representatividade que a votação antecipada por correio ou presencialmente (early vote) terá no pleito deste ano.

MOMENTO ATUAL DA CAMPANHA

1

EVENTOS

CHAVE

PESQUISAS

Dia da Eleição

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Uma série de fatores ainda podem afetar os rumos da eleição presidencial, assim como várias disputas concorridas para o Senado, a Câmara dos Deputados e outras eleições em nível estadual. Esses fatores costumam ser chamados de “Surpresas de Outubro”, em razão de sua proximidade com as eleições.

Com a morte da juíza liberal Ruth Bader Ginsburg, o presidente Trump indicou a juíza Amy Coney Barrett para ocupar a Suprema Corte dos EUA. Barrett é uma juíza conservadora que, atualmente, está ligada ao 7º Circuito da Corte de Apelações dos EUA. Ela já trabalhou para o ex-juiz da Suprema Corte Antonin Scalia e tem uma perspectiva legal muito semelhante a ele em relação a interpretações formais da Constituição. Com a recente confirmação de Barrett pelo Senado, a Suprema Corte aumenta seu perfil conservador de 5–4 juízes para 6–3 juízes.

A nomeação de Barrett também representa a terceira indicação bem-sucedida do presidente Trump à Suprema Corte em apenas um mandato, em parte devido à vaga herdada do presidente Barack Obama após a morte do juíz Antonin Scalia em fevereiro de 2016. A indicação feita por Obama à época jamais chegou a ser considerada pelo Senado de maioria republicana sob o argumento de que um candidato da Suprema Corte não deveria ser apresentado em anos eleitorais. No entanto, a atual liderança republicana no Senado abandonou essa lógica na discussão presente envolvendo a indicação da juíza Barret.

As nomeações para a Suprema Corte são vistas como uma força galvanizadora para a base de um partido. Como o cargo é vitalício, cada nomeação é incrivelmente significativa. As pesquisas recentes sobre a indicação estavam muito polarizadas, com 83% dos republicanos apoiando Barret em contraste com apenas 8% dos democratas. Os independentes encontravam-se divididos igualmente em 42% a favor e 42% contra. Resta saber se a confirmação da Juiza Barrett terá algum efeito real sobre a corrida presidencial.

Vale lembrar que 37 pessoas que estiveram no evento realizado na Casa Branca, no final de setembro, para celebrar a nomeação de Barrett, testaram positivo para a COVID-19, incluindo o presidente Trump, a primeira-dama Melania Trump, bem como funcionários-chave, aliados políticos e jornalistas que cobrem a agenda presidencial. O presidente Trump anunciou seu teste positivo para a COVID-19 na manhã de sexta-feira, 2 de outubro, antes de ser levado ao Centro Médico Militar Walter Reed, em Maryland, no final daquela noite. Trump foi tratado e retornou à Casa Branca na segunda-feira, 5 de outubro.

No dia 07 de outubro, foi realizado o debate vice-presidencial. Ex-governador de Indiana, o vice-presidente Mike Pence continua sendo uma peça fundamental para a promoção do presidente Trump entre os eleitores evangélicos, um importante reduto eleitoral republicano. A senadora Kamala Harris (D-CA), candidata a vice-presidente de Biden, foi escolhida devido à sua forte presença em importantes redutos democratas, incluindo mulheres e eleitores negros. Embora ligeiramente mais à esquerda do que Biden, sua ideologia política permanece próxima ao centro do partido democrata, algo atrativo para grande parte do seu eleitorado.

O debate em si foi uma oportunidade para os candidatos a vice-presidente se apresentarem ao grande público, especialmente como possíveis sucessores dos atuais candidatos em 2024. Uma questão-chave à luz da recente crise da saúde do Presidente foi o debate em torno da invocação da 25ª Emenda, que transfere o poder para o vice-presidente no caso de incapacitação presidencial. Do ponto de vista eleitoral, o debate em si parece ter tido pouco efeito, não contribuindo para mudanças significativas nas pesquisas subsequentes.

FATORES DE INFLUÊNCIA

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FATORES DE INFLUÊNCIA

2

Outro tema presente é a possibilidade de um novo projeto de estímulo econômico ser aprovado antes de 3 de novembro. As atuais negociações sobre o estímulo estão ocorrendo entre a Câmara dos Deputados, sob a liderança da Presidente da Câmara Nancy Pelosi (D-CA), e o Secretário do Tesouro Steve Mnuchin. As conversas começaram com uma oferta de US$ 1,8 trilhão da Casa Branca em outubro, mas foram paralisadas devido a divergências em relação ao seguro-desemprego e ao financiamento da educação incluídos no projeto. Outro impasse anterior, em relação ao financiamento para testes e rastreamento de COVID-19, foi resolvido recentemente, com a Casa Branca concordando em aumentar o financiamento. Além das divergências nas negociações, a proximidade das eleições colocam mais obstáculos para a aprovação rápida de um projeto de estímulo. É improvável que o Senado, controlado pelos republicanos, convoque os senadores de volta a Washington para passar dias votando o projeto de estímulo durante os dias finais de uma campanha para manter a maioria no Senado. Assim, mesmo que as negociações entre a Casa Branca e a Câmara dos Representantes levem a um acordo sobre os

gastos com estímulos, as limitações processuais e o prazo extremamente curto antes das eleições tornam improvável que um projeto de lei seja aprovado nas duas

casas e assinado pelo presidente antes das eleições.

Devido aos efeitos da pandemia, grande parte dos votos para a eleição de 2020 não será depositada no dia da eleição, mas, sim, por meio de votação presencial antecipada ou por cédulas através dos serviços postais. Até o dia 27 de outubro, estima-se que 68,6 milhões de pessoas já tenham antecipado seu voto de acordo com US Elections Project. As decisões sobre o processo de votação durante a pandemia foram realizadas em nível estadual, com alguns estados enviando para todos os eleitores as cédulas pelo serviço postal, enquanto outros estados enviaram aos eleitores os formulários necessários para solicitar uma cédula. Alguns estados também criaram urnas para evitar sobrecarregar o serviço postal e outros expandiram a votação presencial antecipada para reduzir aglomerações nos locais de votação no dia 03 de novembro.

Desde o dia 9 de outubro, 19 estados iniciaram a votação presencial e outros 28 Estados disponibilizarão alguma forma de votação presencial antecipada até 29 de outubro.

As cédulas devem ser carimbadas até o dia da eleição para serem validadas e devem chegar para a apuração dentro de prazos determinados. Embora alguns estados permitam que as cédulas sejam recebidas até o final de novembro, aqueles mais relevantes para o pleito têm prazos para apuração até 9 de novembro, o que

significa que os resultados eleitorais devem ser conhecidos pouco tempo após a eleição.

ELEIÇÕES

ANTECIPADAS

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O resultado da corrida eleitoral trará efeitos importantes para a interação entre os Estados Unidos e o resto do mundo. No que diz respeito ao Brasil, os principais tópicos que tendem a dominar a relação bilateral incluem meio ambiente, agricultura e energia. A maneira pela qual uma segunda administração Trump ou uma nova administração Biden lidará com essas questões afetará diretamente o relacionamento com o Brasil nos

próximos anos. Nesse contexto, importa conhecer as principais diretrizes das políticas nessas áreas propostas pelos programas oficiais das campanhas de Trump e Biden.

O meio ambiente e a sustentabilidade, especialmente no que diz respeito à proteção da floresta amazônica, tem sido um tema importante nas relações internacionais brasileiras de forma ampla e deverá ganhar relevância particular em um eventual governo Biden. A percepção externa sobre a política ambiental brasileira tem causado atritos nas relações brasileiras com diversos parceiros, como a União Europeia (UE), em especial no que tange à assinatura e ratificação do acordo comercial Mercosul-UE. Interlocutores europeus têm sido enfáticos ao relatar que, dificilmente, o acordo será finalizado caso o Brasil não tenha um comprometimento claro com as questões ambientais, o que poderia ser uma indicação de como um eventual governo Biden lidaria com o Brasil ao associar as políticas ambientais à relação comercial.

Durante o primeiro debate presidencial, Biden afirmou que a comunidade internacional deveria trabalhar para oferecer um fundo de US$ 20 bilhões ao Brasil para proteger a floresta amazônica. Ao mesmo tempo, Biden destacou que, se a floresta tropical não estiver protegida, o Brasil deveria enfrentar consequências econômicas significativas, fato que gerou reação imediata do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

O plano climático de Biden tem múltiplas propostas que apoiam i) alcançar uma atividade

econômica baseada em energia 100% limpa e neutralização integral de emissões de carbono até 2050; ii) investir em projetos de infraestrutura ambientalmente sustentáveis; iii) engajar os países a assumir compromissos climáticos mais ambiciosos; e iv) abraçar a justiça ambiental para proteger minorias étnicas e comunidades de baixa renda. A terceira iniciativa alcançaria diretamente as relações EUA-Brasil, na medida em que significa levar a agenda de proteção ambiental para o centro das tomadas de decisão sobre política externa.

Biden comprometeu-se a voltar para o Acordo de Paris, ao mesmo tempo em que pretende solicitar compromissos mais ambiciosos para as principais nações emissoras de carbono, principalmente na cadeia de transportes. Outras medidas na plataforma de Biden incluem exigir a proibição mundial de subsídios a combustíveis fósseis, procurando constranger os principais poluidores globais por meio de ações comandadas pelo Departamento de Estado. Sob um eventual governo Biden, o Brasil seria pressionado a cumprir as normas globais de redução de emissões de carbono e a assumir compromissos efetivos para limitar o desmatamento e proteger a floresta amazônica. Políticas ambientais tenderiam a ser questão central na interação entre as administrações brasileira e americana e provavelmente seriam incluídas em qualquer discussão mais ampla sobre temas comerciais, em especial sobre um eventual acordo. Caso Biden vença, é possível que a liderança brasileira adote uma abordagem pragmática e abrace compromissos, ainda que simbólicos, para construir boas relações com os Estados Unidos. Uma oportunidade de cooperação pode estar presente na plataforma de energia limpa de Biden, com a relevância do Brasil na produção de etanol, assim como no aumento da produção de energia solar e eólica, como já estão fazendo alguns países europeus.

EFEITOS PARA O BRASIL

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MEIO

AMBIENTE

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Os planos dos candidatos para a política agrícola diferem em prioridade, mas ambos buscam apoiar seus produtores domésticos, no sentido de remover barreiras internacionais aos produtos norte-americanos e fomentar o setor de seguros e gerenciamento de riscos aos seus agricultores.

A agenda agrícola de Biden aborda as principais prioridades democratas, como a

proteção de espécies ameaçadas e de fontes de água limpa, por meio do estímulo às tecnologias agrícolas sustentáveis. Além disso, ela busca proporcionar, através do agronegócio, uma via mais próspera e com efetivo acesso à cidadania aos trabalhadores imigrantes ilegais.

A política agrícola de Trump se concentra nos interesses republicanos, com foco na

redução de restrições ambientais à produção agrícola adotadas no Governo Obama e simplificação do programa de vistos de trabalhador rural (H-2A).

As semelhanças entre os dois candidatos podem ser encontradas em suas promessas de combater barreiras ao comércio internacional e a prática de subsídios agrícolas por seus parceiros por meio de negociações bilaterais e de acordos comerciais.

A evolução da disputa comercial entre Estados Unidos e a China, que impulsionou o aumento recente de exportações do Brasil para o país asiático, continuará a influenciar de maneira relevante o comportamento internacional do setor agropecuário brasileiro. Biden, apesar de também oferecer uma retórica de enfrentamento com a China, tem enfatizado como a guerra comercial prejudicou as exportações americanas e poderia amenizar o conflito comercial direto entre os dois países, buscando apoio em alianças mais amplas na comunidade internacional. Por sua vez, a continuidade no uso de sobretaxas tarifárias no comércio entre Estados Unidos e China em um eventual segundo mandato

EFEITOS PARA O BRASIL

3

MEIO

AMBIENTE

AGRICULTURA

A política ambiental do presidente Trump tende a ser uma continuação das políticas

de seu primeiro mandato, uma vez que tanto sua campanha como o Republican National

Committee não desenvolveram até o momento novas plataformas sobre o tema. Trump

vê as regulamentações climáticas como algo oneroso para o ambiente de negócios e prioriza a busca pela redução dos seus impactos sobre a atividade empresarial. Caso ganhe a reeleição, Trump também deverá manter a promessa de retirar os Estados Unidos do Acordo climático de Paris, algo previsto para se efetivar oficialmente no dia 4 de novembro de 2020, conforme os prazos estabelecidos no artigo 28 do Acordo.

É improvável que uma nova administração Trump eleve cobranças sobre práticas ambientais do Brasil e o tema também tenderia a não fazer parte principal de discussões comerciais entre os dois países. Por outro lado, o apoio republicano para o aumento da produção doméstica de energia, incluindo o aumento do uso de combustíveis fósseis, especialmente por meio da produção de petróleo e gás a partir do xisto, deve seguir limitando a perspectiva de crescimento do etanol brasileiro em um portfólio de energia norte americano.

Com relação ao Congresso, caso o controle do Senado siga com os republicanos, um eventual novo mandato de Trump receberá apoio para aprofundar sua política de eliminação de regulamentações ambientais. Se o vencedor for Biden, é provável que ele encontre obstáculos para implementar uma agenda ambiental ambiciosa. Caso o controle do Senado mude para mãos democratas, Biden teria espaço para implementar sua agenda ambiental de forma mais completa. Um Senado democrata sob a reeleição de Trump pressionaria ainda mais o presidente.

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EFEITOS PARA O BRASIL

3

ENERGIA

Na política energética, Trump e Biden divergem significativamente sobre o papel desempenhado pelas fontes renováveis e pelos combustíveis fósseis na matriz energética norte-americana.

As políticas energéticas do governo Trump valorizaram a manutenção das fontes

atuais de produção de energia por meio da diminuição das regulamentações sobre o licenciamento para produção de combustíveis fósseis, aprovando projetos de oleodutos e suprimindo restrições ambientais. Embora Trump tenha sinalizado para a importância do crescimento do setor de energia renovável, as políticas efetivas têm sido direcionadas para eliminar restrições aos produtores de petróleo e gás.

O plano de energia de Biden idealiza metas de descarbonização já para 2025, ao

tempo que pretende investir fortemente em tecnologias de produção de energia solar, eólica e de sequestro de carbono. Biden chamou o “Green New Deal” de uma janela de oportunidades importante, mas se recusou a endossar totalmente o projeto, que tem sido defendido por alas mais progressistas no Partido Democrata. Biden pretende erradicar a emissão de carbono pelo setor elétrico até 2035 e zerar emissões líquidas de carbono até 2050.

Apesar das diferenças, um destaque do recente debate vice-presidencial foi o posicionamento de ambos os candidatos em relação ao “shale fracking”. Nenhum dos candidatos a vice-presidente se comprometeu a banir a técnica de extração de petróleo e gás que gera controvérsias e é subsidiada pelo governo americano.

Brasil e Estados Unidos são líderes globais na produção de etanol, sendo que o produto advindo da cana-de-açúcar brasileira tem um equilíbrio energético maior do que o etanol à base de milho que os Estados Unidos produzem, consumido principalmente no mercado interno. Um governo Biden comprometido em alcançar emissões líquidas zero pode olhar para o Brasil como um potencial parceiro na produção de energia renovável, proporcionando espaço para coordenação no plano internacional sobre desenvolvimento de novos mercados, bem como aumento da participação brasileira no mercado de etanol americano. Um governo Trump comprometido em aumentar a produção de petróleo e gás dos Estados Unidos para alcançar a independência energética e as exportações de energia tende a não oferecer a mesma oportunidade no mercado americano para o Brasil, o que não exclui a possibilidade de trabalho conjunto no plano internacional.

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FICHA

TÉCNICA

A M C H A M B R A S I L

PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Luiz Pretti

CEO

Deborah Vieitas

VICE PRESIDENTE EXECUTIVO

Abrão Neto

GERENTE EXECUTIVO DE RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS

José Luiz Pimenta Junior

SUPERINTENDENTE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING

Dirceu Pinto

AMCHAM BRASIL

Rua da Paz, 1431

Chácara Santo Antônio

CEP: 04713–001 – São Paulo – SP Tel.: (11) 4688–4102 www.amcham.com.br

P R O S P E C T I VA

Ricardo Mendes SÓCIO DIRETOR Mauricio Barbieri CONSULTOR Alexandra Martinez CONSULTORA

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Referências

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