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TEXTOS APROVADOS Edição provisória. P9_TA-PROV(2021)0083 Semestre Europeu: Estratégia Anual para o Crescimento Sustentável 2021

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Texto

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Parlamento Europeu

2019-2024

TEXTOS APROVADOS

Edição provisória

P9_TA-PROV(2021)0083

Semestre Europeu: Estratégia Anual para o Crescimento Sustentável 2021

Resolução do Parlamento Europeu, de 11 de março de 2021, sobre o Semestre Europeu para a coordenação das políticas económicas: Estratégia Anual para o Crescimento Sustentável 2021 (2021/2004(INI))

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente os artigos 121.º, 126.º e 136.º e o Protocolo n.º 12,

– Tendo em conta o Protocolo n.º 1 relativo ao papel dos parlamentos nacionais na União Europeia,

– Tendo em conta o Protocolo n.º 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade,

– Tendo em conta o Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1175/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de novembro de 2011, que altera o Regulamento (CE) n.º 1466/97 do Conselho relativo ao reforço da supervisão das situações orçamentais e à supervisão e coordenação das políticas económicas1,

– Tendo em conta a Diretiva 2011/85/UE do Conselho, de 8 de novembro de 2011, que estabelece requisitos aplicáveis aos quadros orçamentais dos Estados-Membros2,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1174/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de novembro de 2011, relativo às medidas de execução destinadas a corrigir os desequilíbrios macroeconómicos excessivos na área do euro3,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1177/2011 do Conselho, de 8 de novembro de 2011, que altera o Regulamento (CE) n.º 1467/97 relativo à aceleração e clarificação

1 JO L 306 de 23.11.2011, p. 12. 2 JO L 306 de 23.11.2011, p. 41. 3 JO L 306 de 23.11.2011, p. 8.

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da aplicação do procedimento relativo aos défices excessivos1,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1176/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de novembro de 2011, sobre prevenção e correção dos desequilíbrios macroeconómicos2,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1173/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de novembro de 2011, relativo ao exercício eficaz da supervisão orçamental na área do euro3,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 473/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de maio de 2013, que estabelece disposições comuns para o

acompanhamento e a avaliação dos projetos de planos orçamentais e para a correção do défice excessivo dos Estados-Membros da área do euro4,

– Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 472/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de maio de 2013, relativo ao reforço da supervisão económica e orçamental dos Estados-Membros da área do euro afetados ou ameaçados por graves dificuldades no que diz respeito à sua estabilidade financeira5,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 20 de março de 2020, sobre a ativação da cláusula de derrogação de âmbito geral do Pacto de Estabilidade e Crescimento (COM(2020)0123),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 27 de maio de 2020 intitulada «A Hora da Europa: Reparar os Danos e Preparar o Futuro para a Próxima Geração» (COM(2020)0456),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 27 de maio de 2020, intitulada «Um orçamento da UE que potencia o plano de recuperação da Europa» (COM(2020)0442), – Tendo em conta a proposta da Comissão, de 28 de maio de 2020, de um regulamento do

Conselho que cria um Instrumento de Recuperação da União Europeia para apoiar a recuperação na sequência da pandemia de COVID-19 (COM(2020)0441),

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 17 de setembro de 2020, intitulada «Estratégia Anual para o Crescimento Sustentável 2021» (COM(2020)0575) e a Comunicação da Comissão, de 18 de novembro de 2020, intitulada «Relatório sobre o Mecanismo de Alerta de 2021» (COM(2020)0745),

– Tendo em conta o Relatório anual do Conselho Orçamental Europeu de 29 de outubro de 2019, a Declaração do Conselho Orçamental Europeu, de 24 de março de 2020, sobre a COVID-19 e a Avaliação do Conselho Orçamental Europeu, de 1 de julho de 2020, sobre a orientação orçamental adequada para a área do euro em 2021, – Tendo em conta o Acordo Interinstitucional, de 16 de dezembro de 2020, sobre a

1 JO L 306 de 23.11.2011, p. 33. 2 JO L 306 de 23.11.2011, p. 25. 3 JO L 306 de 23.11.2011, p. 1. 4 JO L 140 de 27.5.2013, p. 11. 5 JO L 140 de 27.5.2013, p. 1.

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disciplina orçamental, a cooperação em matéria orçamental e a boa gestão financeira, bem como sobre os novos recursos próprios, incluindo um roteiro para a introdução de novos recursos próprios1,

– Tendo em conta o documento da Comissão intitulado «European Economic Forecast: Winter 2021» (Previsões económicas europeias: Inverno 2021) (Institutional

Paper 144)2,

– Tendo em conta as recomendações do Conselho Europeu, de 10 e 11 de dezembro de 2020, sobre o QFP e o Next Generation EU, a COVID-19, as alterações climáticas, a segurança e as relações externas (EUCO 22/20),

– Tendo em conta o artigo 54.º do seu Regimento,

– Tendo em conta os pareceres da Comissão dos Orçamentos e da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar,

– Tendo em conta a carta da Comissão do Desenvolvimento Regional,

– Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários (A9-0036/2021),

A. Considerando que o Semestre Europeu desempenha um papel essencial na coordenação das políticas económicas, orçamentais e de emprego dos Estados-Membros, o que serve para assegurar a solidez das finanças públicas, para prevenir os desequilíbrios

macroeconómicos excessivos, para apoiar as reformas estruturais e para impulsionar o investimento, e constitui atualmente o quadro utilizado para orientar a União e os Estados-Membros através dos desafios da recuperação com base nas prioridades políticas da UE; considerando que, desde a crise da dívida soberana de 2008, a União está muito mais robusta para enfrentar uma crise, mas estão a surgir novos desafios à estabilidade macroeconómica;

B. Considerando que a União e os seus Estados-Membros se comprometeram a respeitar os valores fundamentais consagrados nos Tratados e a aplicar a Agenda 2030 das Nações Unidas, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais (PEDS) e o Acordo de Paris;

C. Considerando que os aspetos relacionados com o possível futuro do quadro orçamental da UE serão examinados pela revisão do quadro legislativo macroeconómico no relatório de iniciativa do Parlamento Europeu dedicado a esta questão; observa que o quadro será revisto e deve ser adaptado em função dos resultados da revisão;

D. Considerando que os aspetos sociais e relativos ao emprego da Estratégia Anual para o Crescimento Sustentável são examinados no âmbito do relatório gémeo do presente relatório intitulado «Semestre Europeu para a coordenação das políticas económicas: aspetos sociais e relativos ao emprego da Estratégia Anual para o Crescimento Sustentável 2021»;

E. Considerando que um nível elevado de dívida pública pode constituir um pesado

1 JO L 433 I de 22.12.2020, p. 28.

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encargo para as gerações futuras e travar a recuperação;

F. Considerando que a pandemia atingiu todos os Estados-Membros e criou um choque simétrico, mas a escala do impacto, as exposições económicas específicas e as condições iniciais, bem como o ritmo e a força da recuperação, variarão significativamente;

G. Considerando que os períodos em que a conjuntura é favorável têm de ser utilizados para fazer reformas estruturais, em particular com a adoção de medidas destinadas a reduzir o défice orçamental, a dívida pública e os empréstimos não produtivos, e para nos prepararmos para outra eventual crise ou recessão económica;

H. Considerando que as mulheres são desproporcionadamente afetadas por causa da crise e que a resposta proposta para a recuperação tem em conta os desafios relacionados com a crise da COVID-19 no setor da prestação de cuidados às pessoas idosas e os desafios específicos que as mulheres enfrentam;

I. Considerando que os Estados-Membros tomaram medidas orçamentais importantes para responder à pandemia (4,2 % do PIB em 2020 e 2,4 % do PIB em 2021); que o produto da economia europeia mal deve regressar aos níveis anteriores à pandemia em 2022; J. Considerando que os planos de recuperação e resiliência adotados pelos

Estados-Membros englobarão o seu programa nacional de reformas e investimentos elaborado de acordo com os objetivos políticos da UE, centrado nomeadamente nas transições ecológica e digital;

I. Crise da COVID, Mecanismo de Recuperação e Resiliência, ajustamento temporário do Semestre

1. Toma nota do facto de que o Semestre Europeu e o Mecanismo de Recuperação e Resiliência estão estreitamente interligados; regista que a avaliação dos planos de recuperação e resiliência (PRR) será feita em função de 11 critérios agrupados sob as rubricas de pertinência, eficácia, eficiência e coerência; convida a Comissão a examinar cuidadosamente os planos a fim de assegurar que a recuperação gere valor acrescentado europeu, melhore a competitividade a longo prazo e as perspetivas de crescimento sustentável dos Estados-Membros e oriente as economias europeias para enfrentar os desafios e colher os benefícios das transições ecológica e digital, do PEDS e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas;

2. Congratula-se, além disso, com a rápida e intensa resposta inicial à crise no domínio da política monetária e da política orçamental quer a nível da UE, quer a nível dos

Estados-Membros, bem como com a adoção do próximo QFP e do Next Generation EU (NGEU); solicita à Comissão e ao Conselho que acelerem a execução do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR), para que os financiamentos sejam desembolsados rapidamente; salienta que, para que as transições climática e digital sejam

bem-sucedidas, têm de ter as dimensões social e do mercado interno no seu centro; insiste em que os fundos e os recursos sejam canalizados para projetos e beneficiários que

despendam os recursos de modo responsável e eficaz e em projetos sustentáveis, viáveis, que gerem o maior impacto possível; recorda o papel que será desempenhado pelo Parlamento Europeu no diálogo sobre a recuperação e a resiliência estabelecido pelo Regulamento MRR, Parlamento este cujas comissões competentes examinarão

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também a relação entre o Semestre Europeu e o MRR ;

3. Assinala que o Mecanismo de Recuperação e Resiliência tem como objetivo tornar as economias e as sociedades dos Estados-Membros mais resilientes, visando ao mesmo tempo a sustentabilidade competitiva, a convergência e a coesão da UE; realça que a apropriação nacional e a transparência serão elementos essenciais para uma execução rápida e bem-sucedida do Mecanismo de Recuperação e Resiliência e dos planos de recuperação; considera, por conseguinte, essencial que se realizem debates nos parlamentos nacionais e que a Comissão coopere pró-ativamente com as autoridades nacionais e as partes interessadas pertinentes a fim de discutir os projetos de planos nacionais numa fase precoce, de modo a tornar possíveis soluções adaptadas e reformas específicas;

4. Congratula-se com o facto de que, para fazer face à crise sem precedentes causada pela COVID-19, os Estados-Membros e as instituições da UE tenham criado o NGEU para ajudar a recuperação; observa, por conseguinte, que o MRR cria uma oportunidade única para realizar as reformas e os investimentos necessários para que a UE esteja preparada para enfrentar os desafios atuais;

5. Entende que os efeitos simétricos da COVID 19 ampliaram na verdade a divergência socioeconómica entre os Estados-Membros da UE e as suas regiões;

6. Observa ainda que os prazos do Semestre Europeu se sobrepõem com os do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, o que exige um ajustamento temporário do processo do Semestre para lançar convenientemente o Mecanismo de Recuperação e Resiliência; salienta que a recuperação da UE oferece uma oportunidade única para fornecer orientações aos Estados-Membros sobre os domínios em que as reformas e os investimentos são mais necessários para acelerar a transição para uma UE mais sustentável, resiliente e inclusiva;

7. Apoia as orientações fornecidas pela Comissão aos Estados-Membros para que os seus PRR incluam investimentos e reformas em domínios emblemáticos que se coadunam com o objetivo da UE de que as transições climática e digital sejam justas;

8. Considera que a sustentabilidade social e ambiental, a produtividade, a equidade e a estabilidade, as quatro dimensões identificadas na Estratégia Anual para o Crescimento Sustentável 2020, deverão ser tidas em consideração na preparação dos planos de recuperação e resiliência dos Estados-Membros, que deverão centrar-se nos seis pilares definidos no Regulamento que cria o Mecanismo de Recuperação e Resiliência; reitera que, para assegurar a transparência, a Comissão transmitirá simultaneamente ao

Conselho e ao Parlamento Europeu os planos nacionais de recuperação e resiliência elaborados pelos Estados-Membros;

9. Sublinha que o Regulamento que cria o Mecanismo de Recuperação e Resiliência reconhece que as mulheres foram particularmente afetadas pela crise de COVID-19, na medida em que constituem a maioria dos trabalhadores do setor da saúde em toda a União e que asseguram o equilíbrio entre a prestação de cuidados não remunerada e as suas responsabilidades no emprego;

10. Considera que a adaptação temporária do ciclo deste ano não pode sobrepor-se ao objetivo e à função originais do Semestre Europeu, nem impedir a sua evolução de

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prosseguir; recorda que o ciclo do Semestre Europeu é um quadro bem estabelecido para os Estados-Membros da UE coordenarem as suas políticas orçamentais,

económicas, sociais e de emprego e que, após a crise da COVID-19, será mais do que nunca necessário um Semestre Europeu operacional para coordenar estas políticas a nível da União Europeia, mas observa também que, desde a sua criação, o Semestre foi alargado de modo a incluir, nomeadamente, as questões relacionadas com o setor financeiro e a tributação, bem como os fins dos ODS das Nações Unidas, dando a devida atenção às pessoas do nosso planeta na nossa política económica; observa que, para reforçar ainda mais a resiliência económica e social, a UE tem de cumprir os princípios do PEDS; recorda que promover um crescimento mais forte e sustentável de maneira sustentável significa promover políticas orçamentais responsáveis, as reformas estruturais, um investimento eficaz, a transformação digital e as transições ecológica e justa; convida os Estados-Membros e a Comissão a equilibrarem adequadamente a promoção de um investimento público e privado favorável ao crescimento que seja sustentável com as reformas estruturais nos planos de recuperação;

11. Entende que o exercício do Semestre Europeu de 2021 oferece uma excelente

oportunidade para melhorar a apropriação nacional, uma vez que os Estados-Membros estão a elaborar PRR específicos para responder às suas diferentes necessidades; está convicto, a este respeito, de que a legitimidade democrática deve ser garantida e finalmente aumentada, o que inclui o papel adequado do Parlamento Europeu na execução do Mecanismo que é previsto no Regulamento que cria o Mecanismo de Recuperação e Resiliência; solicita aos Estados-Membros que criem, se necessário utilizando o Instrumento de Assistência Técnica, a capacidade administrativa e de controlo necessária para darem garantias firmes da utilização correta e eficiente dos fundos, bem como de um elevado nível de capacidade de absorção; recorda que os PRR estão sujeitos aos requisitos horizontais de boa governação económica e ao regime geral de regras para a proteção do orçamento da União;

II. Perspetivas económicas da UE

12. Observa com grande preocupação a situação extremamente difícil das economias da UE e que, de acordo com as previsões económicas do inverno de 2021 da Comissão, o PIB registou uma queda sem precedentes quer na área do euro, quer no conjunto da UE; observa que se registou uma contração de 6,3 % do PIB da UE (6,8 % na área do euro) em 2020, enquanto se prevê uma recuperação económica de 3,7 % (3,8 % na área do euro) em 2021;

13. Salienta que a recessão económica sem precedentes em 2020 e as medidas tomadas em resposta à pandemia deverão elevar o rácio dívida/PIB da UE para um novo pico de cerca de 93,9 % (101,7 % na área do euro) em 2020, com a previsão de um novo aumento para cerca de 94,6 % (102,3 % na área do euro) em 2021; realça que persiste um elevado nível de incerteza e que as perspetivas económicas dependem em grande medida da rapidez com que a pandemia seja ultrapassada; está ciente, além disso, de que estes níveis de dívida podem ser sustentados por um crescimento económico suficiente; reitera a importância da sustentabilidade a longo prazo da dívida soberana; observa que muitos Estados-Membros entraram na atual crise numa situação de fraqueza orçamental, o que está a ser agravado pela pandemia;

14. Manifesta a sua preocupação com o impacto extremamente negativo da pandemia de COVID-19 na economia da UE, em particular nas pequenas e médias empresas (PME),

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no mercado único e na sua competitividade, e sublinha a importância da execução do Pacto Ecológico Europeu, do PEDS e dos ODS das Nações Unidas; entende, por conseguinte, que a coordenação da ação dos Estados-Membros é, entre outras medidas, um instrumento essencial para reduzir o referido impacto negativo; é de opinião que, se a UE não for capaz de dar uma resposta adequada à atual crise, então tanto a área do euro como a UE no seu conjunto correm o risco de se atrasarem ainda mais na

realização dos objetivos de sustentabilidade ambiental, de competitividade, de equidade e de estabilidade macroeconómica;

15. Reitera a importância de salvaguardar as condições de concorrência equitativas no mercado único, tendo ao mesmo tempo em conta as características físicas enfrentadas pelas regiões insulares, periféricas e escassamente povoadas da UE e a situação das regiões menos desenvolvidas da UE, o que é uma condição prévia necessária para promover, nomeadamente, a transformação digital e as transições ecológica e justa e a inovação e para acelerar a recuperação e a competitividade;

16. Solicita uma melhor implementação de finanças públicas responsáveis, reformas estruturais socialmente equilibradas que melhorem as perspetivas a longo prazo e investimentos públicos e privados de elevada qualidade que, nomeadamente, permitam realizar as transições ecológica e digital;

17. Manifesta a sua preocupação com o impacto das medidas de contenção da pandemia sobre o baixo crescimento da produtividade na UE e o declínio acentuado do

crescimento da produtividade na área do euro antes da pandemia; é de opinião que deve ser prosseguida uma estratégia equilibrada que promova o crescimento sustentável e um ambiente favorável ao investimento, melhorando ao mesmo tempo a sustentabilidade orçamental; salienta que deve ser dada especial enfâse aos investimentos e às políticas orientados para o futuro, especialmente no caso dos Estados-Membros que dispõem de margem de manobra orçamental para investir, a fim de promover um crescimento sustentável e inclusivo;

18. Congratula-se com o Pacto Ecológico Europeu, a nova estratégia de crescimento

sustentável da UE, que reúne quatro dimensões, ambiente, produtividade, estabilidade e equidade, estratégia esta tornada possível pelas tecnologias digitais e ecológicas, uma base industrial inovadora e uma autonomia estratégica;

III. Políticas orçamentais e sustentáveis responsáveis

19. Observa que, embora existam novos desafios em matéria de estabilidade

macroeconómica, a União Económica e Monetária está em muito melhor posição para enfrentar uma crise do que estava durante a crise financeira e económica de 2008; está convicto de que a promoção de uma recuperação económica resiliente e sustentável em conformidade com os objetivos políticos da UE, centrada nas transições ecológica, justa e digital, é uma das prioridades imediatas mais importantes; observa que a natureza dos meios para superar a atual crise exige uma política orçamental expansionista durante o tempo que for necessário;

20. Salienta que os Estados-Membros que tinham reservas orçamentais conseguiram

mobilizar pacotes de estímulo orçamental a um ritmo muito mais rápido e sem custos da dívida associados, o que ajudou a atenuar os efeitos socioeconómicos negativos da pandemia; reitera que a reconstituição das reservas orçamentais ao longo do tempo, de

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forma socialmente responsável, será importante para a preparação para crises futuras; insta, no entanto, os Estados-Membros, a Comissão e o Conselho a não repetirem os erros do passado em resposta à crise económica; partilha do ponto de vista do Conselho Orçamental Europeu de que uma rápida reversão da orientação orçamental não é aconselhável para a recuperação;

21. Observa que a Comissão tenciona formular recomendações relativas à situação orçamental dos Estados-Membros em 2021, conforme previsto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento; salienta que o quadro de governação económica deve também atender às realidades económicas atuais e ser coerente com as prioridades políticas da UE, melhorando ao mesmo tempo o cumprimento das regras orçamentais, que devem ser simplificadas, claras e práticas e que serão revistas e, em função dos resultados, adaptadas; solicita uma abordagem mais pragmática e sublinha a

necessidade de assegurar que o quadro seja mais rigoroso nos períodos em que a conjuntura económica é favorável e mais flexível nos períodos em que a conjuntura económica é desfavorável;

22. Salienta, sem prejuízo do resultado dos debates sobre a reforma do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que as atuais regras financeiras e orçamentais da UE oferecem a flexibilidade necessária em tempos de crise através da ativação da cláusula de derrogação geral prevista no Pacto de Estabilidade e Crescimento e permitem a todos os Estados-Membros adotar a orientação orçamental necessária para proteger as

economias da UE, demonstrando assim uma extraordinária anticiclicidade; 23. Espera que a cláusula de derrogação geral permaneça ativada enquanto existir a

justificação subjacente à sua ativação a fim de apoiar os esforços dos Estados-Membros para recuperar da crise pandémica e reforçar a sua competitividade, bem como a

resiliência económica e social; toma nota da opinião da Comissão de que, de acordo com as atuais indicações preliminares, a cláusula de derrogação geral deverá continuar a ser aplicada em 2022 e ser desativada em 2023; convida a Comissão a avaliar a

desativação ou a continuação da aplicação da cláusula de derrogação geral no âmbito do seu pacote sobre o Semestre Europeu com base nas suas previsões económicas da primavera de 2021; observa que a Comissão continuará a ter em conta a situação específica de cada país após a desativação da cláusula de derrogação geral;; 24. Toma nota da Comunicação da Comissão sobre a resposta em termos de política

orçamental à COVID-191, que expõe as suas considerações sobre como se deve

coordenar a condução da política orçamental a nível da UE, levando para a próxima fase a abordagem concertada de combater a pandemia, sustentar a economia, apoiar uma recuperação sustentável e manter a sustentabilidade orçamental a médio prazo; recorda que a cláusula de derrogação geral autoriza um desvio temporário dos

Estados-Membros relativamente à trajetória de ajustamento ao objetivo orçamental de médio prazo, desde que tal não ponha em risco a sustentabilidade orçamental a médio prazo e não conduza à suspensão dos procedimentos do Pacto; toma nota da avaliação da Comissão de que os riscos em matéria de sustentabilidade aumentaram devido ao grave impacto da crise, o que é suscetível de conduzir a trajetórias orçamentais e de

crescimento menos favoráveis a médio prazo; destaca o pedido da Comissão para que se

1 Comunicação da Comissão, de 3 de março de 2021, intitulada «Um ano após o início do

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utilizem da melhor forma a cláusula de derrogação geral e o Next Generation EU; 25. Solicita à Comissão que atue decisivamente contra a fraude fiscal, a elisão e a evasão

fiscais e o branqueamento de capitais, que desviam potenciais recursos dos orçamentos nacionais e prejudicam a capacidade de ação dos governos, nomeadamente para a recuperação da pandemia de COVID-19;

26. Observa que, até ao final de abril de 2021, a Comissão tenciona realizar análises aprofundadas para avaliar a situação dos desequilíbrios em determinados Estados-Membros; observa ainda que vários dos desequilíbrios macroeconómicos existentes estão a ser agravados pela crise da COVID-19;

27. Recorda a necessidade urgente de completar e reforçar a arquitetura da União Económica e Monetária através da conclusão da União Bancária e da União dos Mercados de Capitais, a fim de proteger os cidadãos e reduzir a pressão sobre as finanças públicas durante um choque externo de modo que os desequilíbrios sociais e económicos sejam ultrapassados;

IV. Reformas estruturais equilibradas e sustentáveis, favoráveis ao crescimento

28. Está consciente de que a crise da COVID-19 não será resolvida apenas pela atual orientação orçamental; sublinha, por conseguinte, a importância de implementar reformas estruturais concebidas especificamente para os casos concretos, profundas, favoráveis ao crescimento, equilibradas, sustentáveis e socialmente justas,

nomeadamente para gerar um crescimento sustentável e socialmente inclusivo e criar emprego, que possam apoiar eficientemente a recuperação, bem como apoiar a transformação digital e a transição ecológica, o emprego de qualidade, a redução da pobreza e os ODS das Nações Unidas, e impulsionar a competitividade e o mercado único, aumentando a convergência e um crescimento mais forte e sustentável na União e nos Estados-Membros; salienta que o potencial de crescimento a longo prazo das economias dos Estados-Membros em particular só pode ser reforçado através de melhorias estruturais; observa, no entanto, que a eficácia e o êxito do alinhamento das medidas políticas dos Estados-Membros dependerão da revisão do Pacto de

Estabilidade e Crescimento e, em função dos resultados desta revisão, da sua adaptação, bem como de uma maior apropriação pelos Estados-Membros da aplicação das

recomendações específicas por país;

29. Solicita à Comissão que comece a trabalhar na criação de um indicador climático para avaliar a discrepância entre a estrutura dos orçamentos dos Estados-Membros e o cenário consentâneo com o Acordo de Paris para cada um dos orçamentos nacionais; salienta a necessidade de este indicador fornecer aos Estados-Membros informações sobre a sua trajetória no quadro do Acordo de Paris a fim de assegurar que a Europa possa tornar-se o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050; espera que o indicador climático seja uma referência para as várias políticas da UE e, portanto, seja também usado como um guia para o Semestre Europeu, sem enfraquecer a sua

finalidade original;

30. É de opinião que o desenvolvimento das competências digitais é uma condição prévia para assegurar que todos os europeus possam participar na sociedade e aproveitar as vantagens da transição digital; chama a atenção para que tal exige reformas no domínio da educação, das competências e também da aprendizagem ao longo da vida para

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orientar um mercado de trabalho em transição e desenvolver e mobilizar tecnologias digitais essenciais e construir o futuro digital da Europa; chama ainda a atenção para que importa apoiar a igualdade no acesso transversal às infraestruturas, aos

equipamentos e às competências digitais para evitar uma fratura digital;

31. Solicita aos Estados-Membros e à Comissão que, no respeito da sustentabilidade orçamental e das boas regras orçamentais, criem um quadro regulamentar e de

governação que inclua regras de investimento ou outros instrumentos adequados, que sejam previsíveis e favoráveis aos investimentos públicos e privados, em conformidade com os objetivos da UE a longo prazo, garantindo simultaneamente a capacidade de resposta dos Estados-Membros a futuras crises;

32. Toma nota de que, no contexto do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, a

Comissão incentiva os Estados-Membros a apresentarem os seus programas nacionais de reformas e os seus PRR num só documento integrado;

33. Salienta que o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que presta apoio financeiro, pode ser uma oportunidade única para ajudar os Estados-Membros a enfrentarem os seus desafios identificados no quadro do Semestre Europeu;

34. Recorda que as reformas estruturais favoráveis ao crescimento, socialmente

equilibradas, nem sempre exigem margem de manobra orçamental, mas antes esforços políticos, legislativos e administrativos;

35. Salienta a necessidade de uma monitorização e de uma vigilância contínuas e que os Estados-Membros devem responder aos desequilíbrios emergentes com reformas que reforcem a resiliência económica e social e promovam a transformação digital e as transições ecológica e justa; congratula-se com o facto de que a Comissão continuará a acompanhar a execução pelos Estados-Membros das reformas propostas nas

recomendações específicas por país dos anos anteriores; considera que este processo deve ter em conta as perspetivas económicas e sociais dos Estados-Membros;

V. Investimento

36. Salienta que a UE enfrenta o desafio sem precedentes de atenuar as consequências económicas da pandemia, tendo em conta as estratégias da UE com o fim de ter um impacto duradouro na resiliência dos Estados-Membros, e entende que a recuperação económica deve ser conduzida através de um reforço do mercado único, da investigação e da inovação e em conformidade com o Pacto Ecológico Europeu, os ODS das Nações Unidas, a implementação do PEDS e a competitividade, aliviando simultaneamente a situação das PME e melhorando o seu acesso aos capitais privados; está convicto de que tal exige quer um aumento do nível de investimento económica, social, ambiental e digitalmente viável a longo prazo, quer um reforço da convergência e da coesão da UE e dos Estados-Membros;

37. Salienta a falta de investimento, uma vez que as projeções revelam a necessidade de uma expansão do investimento; realça que os investimentos públicos são limitados, uma vez que representam recursos escassos financiados na sua maioria pelos contribuintes; chama a atenção para que a dimensão do défice de investimento exige também

investimentos privados e públicos consideráveis, que criem um nível adequado de infraestruturas, bem como um ambiente empresarial previsível e favorável que seja

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propício a tais investimentos;

38. Salienta que os Estados-Membros devem centrar-se nos investimentos públicos e privados sustentáveis, direcionados, em infraestruturas orientadas para o futuro e

noutras áreas que reforcem ainda mais o mercado único, a transição para uma sociedade mais limpa, socialmente inclusiva, sustentável e digital e aumentem a competitividade e a autonomia estratégica da UE; é, pois, de opinião que deve ser dada prioridade aos projetos transfronteiras e plurinacionais;

39. Sublinha a necessidade de adotar políticas favoráveis ao investimento, de reduzir os encargos administrativos e de garantir condições de concorrência equitativas em

especial para as PME, que constituem a espinha dorsal da economia da UE e da criação de emprego; considera que tudo isto facilitaria a recuperação económica e criaria também condições favoráveis para o crescimento a longo prazo;

VI. Um Semestre Europeu mais democrático

40. Realça a importância de um debate cabal e da participação adequada dos parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu no processo do Semestre Europeu; reitera o seu apelo ao reforço do papel democrático do Parlamento Europeu no quadro da governação económica e solicita ao Conselho e à Comissão que tenham em devida conta as

resoluções aprovadas pelos parlamentos; convida a Comissão a manter o Parlamento Europeu e o Conselho, como colegisladores, igualmente bem informados sobre todos os aspetos relacionados com a aplicação do quadro de governação económica da UE, nomeadamente nas fases preparatórias;

41. Apela a uma coordenação empenhada com os parceiros sociais e outras partes interessadas pertinentes quer a nível nacional, quer a nível europeu com o fim de reforçar a responsabilidade democrática e a transparência;

42. Destaca o importante papel da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários através da sua ação para melhorar a prestação de contas ao Parlamento Europeu, já que a experiência acumulada até ao momento na aplicação do Semestre Europeu

demonstrou que o atual quadro de prestação de contas pode ser reforçado de modo a melhorar a sua legitimidade e eficácia;

43. Recorda que o Semestre Europeu é um exercício misto constituído pelos chamados semestres nacional e europeu ao longo do ano; relembra a importância dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade;

° ° °

44. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão.

Referências

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