PREFEITURA MUNICIPAL DE VESPASIANO
Av. SEBASTIÃO FERNANDES, 479 – CENTRO
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LEI Nº 2.283/2009
Institui o Programa Municipal de Regularização Fundiária Sustentável de Vespasiano e dá outras providências.
O Povo do Município de Vespasiano, por seus representantes na Câmara Municipal, aprovou, e eu Prefeito Municipal, em seu nome sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
Art.1º - Fica instituído o Programa Municipal de Regularização Fundiária
Sustentável de Vespasiano, que dispõe sobre a Política de Regularização Fundiária para as ocupações irregulares consolidadas em áreas públicas e privadas no município de Vespasiano.
Parágrafo único - Compete à Secretaria Municipal de Planejamento implantar o
Programa Municipal de Regularização Fundiária Sustentável de Vespasiano, com a cooperação e participação das Secretarias Municipais de Governo, Obras, Meio Ambiente e Assistência Social.
Art.2º - Aplicam-se à matéria objeto desta Lei, subsidiariamente e onde
couberem, as disposições da legislação municipal constantes do Plano do Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Art.3º - O Programa Municipal de Regularização Fundiária Sustentável de
Vespasiano tem por finalidade orientar as ações do Poder Público e do setor privado, de modo a assegurar o acesso à moradia de forma regular.
Art.4º - Para efeitos desta Lei são adotadas, como referência, as datas de
30/06/2001 para as ocupações de áreas públicas, de 10/07/2001 para as ocupações de áreas de proteção permanente e de 31/12/2008 para as demais áreas objeto do presente Programa.
Art.5º - Para fins deste Programa de Regularização Fundiária são consideradas
áreas de interesse social, constantes do Anexo I desta Lei: Novo Horizonte, Nova Pampulha, Favela do Alho / Cruzeirinho, Vila Industrial, Área Verde Morro Alto, Santa Clara “2”, Vila Asa B, Vila Asa, Área Verde Ocupada no Bairro Jardim da Glória, Bernardo de Souza, Jardim Daliana, Angicos / Fazenda Barreiro, Condomínio Alameda dos Coqueiros, Gleba Dona Matilde, Imperial / Jane, Cipriano, Bela Vista, Jardim Bela Vista, Jardim Bela Vista 2ª Seção, Santa Cruz, Vila Bodé.
Parágrafo único - Excluem-se dessa condição as ocupações de áreas verdes, de
preservação permanente e de uso público, situadas ou não nos assentamentos citados, cuja declaração de área de interesse social deverá ser analisada caso a caso pelo Executivo.
Art.6º - Para subsidiar a definição das ações de regularização fundiária, as
parcelas da população a serem atendidas pelo Programa Municipal de Regularização Fundiária, deverão ser classificadas em 03 (três) grupos sócio-econômicos:
I. Grupo 1: famílias com renda mensal de um salário mínimo;
II. Grupo 2: famílias com renda mensal acima de um e até três salários
mínimos;
III. Grupo 3: famílias com renda mensal acima de três e até cinco salários
mínimos.
Parágrafo único - A avaliação da renda familiar será feita através de Cadastro
Sócio-Econômico.
Art.7º - As definições dos termos técnicos utilizados nesta lei, ressalvadas as
feitas no texto, são as constantes no Anexo II desta Lei.
CAPÍTULO II
DAS DIRETRIZES E DAS AÇÕES ESPECÍFICAS
Art.8º São diretrizes e ações específicas do Programa Municipal de
Regularização Fundiária de Vespasiano:
I. Para efeito exclusivo desta regularização fundiária poderão ser
estabelecidas diretrizes e parâmetros específicos de parcelamento, ocupação e uso do solo para as Zonas Especiais de Interesse Social e para as demais áreas constantes do Anexo I desta Lei;
II. Promover, junto aos órgãos do judiciário, instalados no Município, a
sensibilização para agilizar a conclusão das ações de inventários, principalmente quando fizerem parte da ação as famílias classificadas no art. 6º desta Lei;
III. Priorizar a situação que seja mais benéfica para as famílias atendidas por
este Programa de Regularização Fundiária;
IV. Realizar levantamento planialtimétrico das áreas incluídas no Programa
Municipal de Regularização Fundiária Sustentável de Vespasiano bem como realizar a atualização cartográfica planialtimétrica de todo o território municipal;
V. Nas ocupações e parcelamentos objeto do presente Programa, a partir do
levantamento planialtimétrico realizado, deverá ser delimitado o sistema viário e identificado os lotes e áreas condominiais;
VI. O sistema viário deverá contemplar os becos, alamedas e escadarias
existentes nas ocupações clandestinas;
VII. Somente serão aprovados lotes com acesso direto ao sistema viário; VIII. Deverão ser asseguradas as servidões de passagem;
IX. No caso das ocupações ocorridas até 31/12/2008 e que não atendam ao
previsto no inciso VII buscar-se-á a regularização na forma condominial;
X. As ações de regularização fundiária deverão identificar áreas objeto de
requalificação urbana, cujas ações serão condicionantes à regularização fundiária das mesmas;
XI. As ações de requalificação urbana compreendem a implantação ou
correção de sistema viário, melhorias habitacionais e ambientais, saneamento, implantação de áreas verdes, institucionais e de uso público;
XII. Nos casos de ocupações de áreas públicas será calculada a área média
dos lotes para cada área analisada, estabelecendo-se que a área titulável mínima equivale a 70,00m² e a área titulável máxima equivale a 250,00m²;
XIII. Para efeitos deste Programa de Regularização Fundiária serão
diferenciados os lotes das frações ideais, cujas definições constam no Anexo II desta Lei;
XIV. Fica mantida a isenção de IPTU para imóveis de até 70,00m², conforme
previsto no art. 111 da Lei Complementar 003/2007 de 18 de dezembro 2007, que Reformula as Normas de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo no Município de Vespasiano;
XV. A regularização de estabelecimentos comerciais e de serviços,
principalmente aqueles de apoio à moradia, localizados em área pública, depende da aplicação do instrumento de Concessão de Direito de Uso, conforme disposto no art. 13 da presente Lei;
XVI. A regularização fundiária em ocupações clandestinas, definidas no
Anexo II, somente poderá ser feita em um único imóvel de uso residencial ou misto;
XVII. Será permitida a regularização de um segundo imóvel quando este for
destinado ao uso não residencial e se constituir, comprovadamente, na fonte principal da renda familiar;
XVIII. Deverá ser realizado o cadastro sócio-econômico de todas as famílias
atendidas por este Programa de Regularização Fundiária, que servirá para definir a classificação dos grupos sócio-econômicos dispostos no art. 6º desta Lei;
XIX. No cadastro sócio-econômico também deverá constar todas as
informações necessárias para o registro da propriedade ou do título de domínio;
XX. Independentemente do estado civil do casal, a titulação do imóvel por
eles ocupado será conferida preferencialmente à mulher;
XXI. O reassentamento, quando necessário, deverá ser feito preferencialmente
em áreas próximas à atual moradia;
XXII. As ações de regularização fundiária poderão ser feitas individual ou
coletivamente;
XXIII. No caso de loteamentos com irregularidades ambientais associadas a
irregularidades fundiárias, o empreendedor deverá, às suas expensas, recuperar a área, providenciar o reassentamento da população ou destinar outra área para preservação ambiental;
XXIV. As associações de moradores e Organizações Não Governamentais
ligadas ao tema poderão ser parceiras do poder público nas ações que envolvem a regularização fundiária;
XXV. Deverá ser buscada a gratuidade do primeiro registro dos imóveis
situados nas áreas objeto deste Programa de Regularização Fundiária, conforme disposto no artigo 213, § 15, da Lei n º 6.015, de 31 de dezembro de 1973.
CAPÍTULO III
DAS SITUAÇÕES DE IRREGULARIDADE IDENTIFICADAS
Art.9º - O Programa Municipal de Regularização Fundiária Sustentável de
Vespasiano identifica as seguintes situações de irregularidade no Município:
I. Lote sem registro em loteamento regular;
II. Desdobro irregular de lote em loteamento regular;
III. Loteamento com irregularidade jurídica em função de inventário não
aberto ou não concluído;
IV. Loteamento com irregularidade urbanística:
a) Aprovado e executado em desconformidade com o projeto; b) Aprovado, não comercializado e ocupado irregularmente; c) Aprovado, parcialmente implantado e ocupado irregularmente; d) Superposição de projeto de parcelamento.
V. Loteamento clandestino:
a) Cuja origem do assentamento é anterior aos processos de aprovação
municipal, de 1950;
b) Executado à revelia do poder público; c) Com características de condomínio fechado; d) Com irregularidade jurídica;
VI. Desdobro de lote em loteamento irregular ou clandestino; VII. Ocupação de área remanescente em propriedade pública;
VIII. Ocupação em Área de Preservação Permanente de fundo de vale
localizada em propriedade particular;
IX. Ocupação em Área de Preservação Permanente de fundo de vale
localizada em propriedade pública;
X. Ocupação de área verde ou de área de uso público;
XI. Ocupação de área reservada para área verde ou de área de uso público em
loteamento irregular ou clandestino;
XII. Ocupação de logradouro público; XIII. Ocupação de área de risco.
CAPÍTULO IV DOS INSTRUMENTOS
Art.10 - Para fins do Programa Municipal de Regularização Fundiária
Sustentável de Vespasiano são utilizados os seguintes institutos jurídicos e políticos:
I. Adjudicação Compulsória; II. Apoio à abertura de inventário; III. Concessão de Direito de Uso;
IV. Concessão de Uso Especial para fins de moradia;
V. Convalidação de venda dependente de conclusão do inventário; VI. Doação;
VII. Usucapião;
VIII. Usucapião Especial de Imóvel Urbano;
IX. Usucapião Especial Coletiva de imóvel urbano. Art.11 - Adjudicação compulsória:
§ 1º - A adjudicação compulsória se aplica a casos em que o adquirente de um
imóvel, após quitar todas as parcelas previstas em contrato, não recebe o registro em seu nome por parte daquele que vendeu o imóvel.
§ 2º - O registro deverá ser obtido por sentença, através da transferência, pela via
judicial, do patrimônio adjudicado do vendedor para o adquirente.
§ 3º - Quando o proprietário inicial do lote for o mesmo a ação poderá ser feita
em caráter coletivo.
Art. 12 - Apoio à abertura de inventário:
Parágrafo único - No caso de irregularidade jurídica e fundiária constituída por
inventário não aberto ou não concluído, poderá o poder público apoiar as partes envolvidas no sentido de agilitar o processo.
Art.13 - Concessão de Direito de Uso:
I. Instituída para terrenos públicos ou particulares, remunerada ou gratuita,
por tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel;
II. A concessão de uso poderá ser contratada, por instrumento público ou
particular, ou por simples termo administrativo, e será inscrita e cancelada em livro especial;
III. Desde a inscrição da concessão de uso, o concessionário fruirá
plenamente do terreno para os fins estabelecidos no contrato e responderá por todos os encargos civis, administrativos e tributários que venham a incidir sobre o imóvel e suas rendas.
Art.14 - Concessão de Uso Especial para fins de moradia:
§ 1º - Instituído para aqueles que, até 30 de junho de 2001, possuam como seu,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinqüenta metros quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família.
§ 2º - Tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação
ao bem objeto da posse, aquele que não for proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.
§ 3º - A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma
gratuita ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 4º - O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo
§ 5º - Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito,
na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.
§ 6º - Para terrenos com área superior a 250,00m² e com mais de um possuidor,
há a possibilidade de Concessão coletiva a partir do estabelecimento de frações ideais, desde que os possuidores não sejam proprietários ou concessionários de outro imóvel urbano ou rural.
I. O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo,
acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas;
II. Na concessão de uso especial de que trata este artigo, será atribuída igual
fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os ocupantes, estabelecendo frações ideais diferenciadas;
III. A fração ideal atribuída a cada possuidor não poderá ser superior a
duzentos e cinqüenta metros quadrados.
§ 7º - A opção do exercício do direito de que trata esse artigo será garantida aos
ocupantes de imóveis públicos.
§ 8º - No caso das áreas de risco recomenda-se o reassentamento em outro local
na forma de concessão.
§ 9º - O Poder Público poderá Conceder o Uso Especial em outro local para os
casos de ocupações em imóveis:
I. de uso comum do povo;
II. destinado a projeto de urbanização; III. de preservação ambiental.
§ 10 - O título de concessão de uso especial para fins de moradia será obtido
pela via administrativa perante o órgão competente da Administração Pública ou, em caso de recusa ou omissão deste, pela via judicial.
§ 11 - A Administração Pública terá o prazo máximo de doze meses para decidir
o pedido, contado da data de seu protocolo.
§ 12 - Na hipótese de bem imóvel da União ou dos Estados, o interessado deverá
instruir o requerimento de concessão de uso especial para fins de moradia com certidão expedida pelo Poder Público municipal, que ateste a localização do imóvel em área urbana e a sua destinação para moradia do ocupante ou de sua família.
§ 13 - Em caso de ação judicial, a concessão de uso especial para fins de
moradia será declarada pelo juiz, mediante sentença.
§ 14 O título conferido por via administrativa ou por sentença judicial servirá
Art.15 - Convalidação de venda dependente de conclusão do inventário.
Parágrafo único - No caso de inventário não concluído, poderá ser buscada,
junto ao juiz responsável pelo inventário, a convalidação de venda efetuada, observada a legitimidade das partes.
Art.16 - Doação:
§ 1º - A doação é um contrato através do qual um indivíduo, por liberdade,
transfere de forma gratuita um bem a um donatário.
§ 2º - O poder público pode fazer a doação de bens imóveis, desde que estejam
desafetados do uso público, haja avaliação prévia, autorização legislativa e seja justificada por interesse público ou social.
§ 3º - A doação pode se dar de forma simples ou com encargos. Art.17 - Usucapião:
§ 1º - Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir
como seu um imóvel, adquire lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
§ 2º - O prazo estabelecido no parágrafo primeiro reduzir-se-á a dez anos se o
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
§ 3º - Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 4º - O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 5º - Poderá o possuidor requerer ao juiz que seja declarada adquirida, mediante
usucapião, a propriedade imóvel.
§ 6º - A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para o
registro no Cartório de Registro de Imóveis.
§ 7º - Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
§ 8º - Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido
adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
§ 9º - O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos
antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, com justo título e de boa-fé.
§ 10 - Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas
que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião.
Art.18 - Usucapião especial de imóvel urbano:
§ 1º - Aquele que tiver a posse, por cinco anos contínuos, sem oposição, de área
urbana de até 250,00 m2, para fins de moradia, sem ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural, adquire o direito real de propriedade da área.
§ 2º - Esse artigo não se aplica a imóveis públicos.
§ 3º - O morador poderá somar seu tempo de moradia ao de seu antecessor, para
efeito de comprovação do prazo de ocupação.
§ 4º - As ações de usucapião podem ser propostas pelos possuidores ou pela
associação de moradores, desde que regularmente constituída.
§ 5º - O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita,
inclusive perante o cartório de registro de imóveis.
Art.19 - Usucapião especial coletiva de imóvel urbano:
§ 1º - A Usucapião Especial de Imóvel Urbano poderá ser aplicada de forma
coletiva, para áreas com mais de 250,00m², e será declarada pelo juiz, mediante sentença que servirá de título para o registro no cartório.
§ 2º - A Usucapião Especial Coletiva de Imóvel Urbano tem o objetivo de
possibilitar, principalmente, a regularização fundiária de vilas e favelas.
§ 3º - O juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor,
independente da dimensão de terreno que cada um ocupe, salvo se houver acordo escrito entre os condôminos estabelecendo frações ideais diferenciadas.
CAPÍTULO V
DOS PROCEDIMENTOS BÁSICOS
Art.20 - São referenciais para a regularização fundiária os seguintes
procedimentos básicos, de acordo com cada situação de irregularidade identificada no artigo 8:
I. Levantamentos:
a) Apurar dimensões do lote original e das frações resultantes;
b) Elaborar planta de situação, comparando a situação original com
c) Elaborar planta de situação;
d) Verificar as condições de quitação do lote;
e) Verificar se o vendedor está em condições de transferir o título de
propriedade;
f) Levantamento topográfico; g) Levantamentos de campo;
h) Realizar selagem e contagem de domicílios; i) Realizar cadastro sócio-econômico;
j) Executar pesquisa cartorial;
k) Documentar o tempo de ocupação;
l) Documentar o tempo da ocupação, ressaltando-se que, para os
casos de ocupação de áreas públicas, só são passíveis de regularização as ocupações consolidadas até 30 de junho de 2001, conforme determinado pelo artigo 1º, da Medida Provisória 2220/2001;
m) Documentar o tempo da ocupação, ressaltando-se que, para os
casos de ocupação de áreas de proteção permanente, só são passíveis de regularização as ocupações consolidadas até 10 de julho de 2001, conforme determinado pelo artigo 9º, item V da Resolução CONAMA nº 369/2006.
II - Análises:
a) Verificar se as parcelas resultantes podem se configurar em lotes
independentes ou propriedades condominiais;
b) Cotejar a situação atual com a legislação incidente;
c) Propor ações de requalificação, apresentadas na escala de
desenho urbano;
d) Realizar análise ambiental quanto à permanência ou não das
moradias na APP;
e) Realizar estudos urbanísticos de modo a avaliar o impacto dessa
irregularidade sobre a circulação na região.
III - Ações:
a) Desdobro oficial do lote;
b) Caracterização de propriedade condominial;
c) Retificar as matrículas dos lotes e/ou frações ideais;
d) Efetuar o registro dos terrenos desdobrados ou propriedades
condominiais;
e) Efetuar ou atualizar as matrículas dos lotes e/ou frações ideais; f) Efetuar o registro do(s) lote(s) no Cartório de Registro de
Imóveis;
g) Decretação da Irregularidade por parte do poder público
municipal;
h) Consolidar desenho urbanístico da situação atual;
i) Aprovação do parcelamento contemplando as intervenções
necessárias;
j) Aprovação do parcelamento em suas condições atuais; k) Efetuar registro do parcelamento;
l) Retificar o registro do parcelamento;
n) Averbação de áreas verdes, institucionais e outras de uso público; o) Declaração de Área de Interesse Social;
p) Recuperação de área verde, de preservação permanente ou de uso
público;
q) Desafetação de área verde ou de uso público; r) Recuperação da função pública da área; s) Reassentamento da população;
t) Destinação de nova área para preservação ambiental; u) Remoção de ocupações de logradouros públicos.
Parágrafo único - No anexo III é apresentado quadro que atribui a cada situação
de Irregularidade Fundiária, identificada no artigo 9º, os procedimentos básicos a serem adotados.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art.21 - Os casos omissos ou controversos serão dirimidos pelo Conselho da
Cidade, cabendo recurso ao Chefe do Executivo.
Art.22 – O Poder Executivo deverá encaminhar ao Conselho da Cidade a ordem
de prioridades das áreas indicadas no Anexo I desta Lei.
Art.23 - Cabe à fiscalização municipal assegurar e impedir a ampliação das
irregularidades fundiárias no município.
Art. 24 - Essa lei entra em vigor na data de sua publicação.
Vespasiano, 04 de maio de 2009.
CARLOS MOURA MURTA PREFEITO MUNICIPAL
Anexo II: Glossário
1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – São áreas cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
2. ÁREAS DE RISCO - Áreas de risco são áreas de instabilidade geológica ou de outra natureza que levam à vulnerabilidade dos assentamentos humanos que nelas se dão. 3. ÁREAS VERDES, INSTITUCIONAIS E DE USO PÚBLICO - As áreas verdes, institucionais e de uso público são as áreas originalmente destinadas para tal fim nos projetos de parcelamento, de acordo com a legislação vigente.
4. ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS - São aqueles carentes de infra-estruturas, serviços urbanos básicos, baixo padrão construtivo e poucas condições de habitabilidade.
5. DESMEMBRAMENTO: É a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.
6. DESDOBRO OU REPARCELAMENTO DE LOTES - O desdobro se constitui na divisão da área do lote para formação novos lotes. Diferencia-se do desmembramento à medida que este se constitui na subdivisão da gleba, sendo o desdobro a subdivisão do lote.
7. FAIXAS DE DOMÍNIO - Faixas de domínio, aplicáveis a este plano, são áreas de segurança reservadas ao longo das rodovias e ferrovias.
8. FAIXAS DE SERVIDÃO - As faixas de servidão se situam ao longo das linhas de transmissão de energia elétrica, dutos de natureza diversa, dentre outros, visando a manutenção e a segurança.
9. FRAÇÃO IDEAL - Fração ideal é a parte ou cota da propriedade condominial pertencente a cada condômino.
10. IRREGULARIDADE JURÍDICA - A irregularidade jurídica existe quando não é realizado, por motivos diversos, o registro do imóvel em cartório.
11. IRREGULARIDADE URBANÍSTICA - Irregularidade urbanística se dá principalmente quando a implantação de um loteamento ocorre de maneira diversa do aprovado junto aos órgãos públicos competentes.
12. LOTE - Terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe.
13. LOTEAMENTO - É a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
14. LOTEAMENTO CLANDESTINO - Um loteamento é considerado clandestino quando implantado à revelia do poder público e à margem da legislação urbanística, ambiental, civil, penal e registraria, com abertura de ruas e demarcação de lotes sem aprovação de projeto pelo Poder Público.
15. LOTEAMENTO IRREGULAR - O loteamento será considerado irregular se for aprovado pela prefeitura e for implantado em desacordo com o projeto aprovado, ou não respeitar o cronograma de obras, ou ainda não for registrado no Cartório de Registro de Imóveis local. A irregularidade de um parcelamento pode ser de natureza jurídica e/ou urbanística.
16. LOTEAMENTO REGULAR - Um loteamento é considerado regular quando o seu projeto e demais requisitos tenham sido aprovados pelos órgãos públicos competentes, sua implantação corresponde ao projeto e ao cronograma de obras devidamente aprovado e tenha sido registrado no Cartório de Registros de Imóveis local.
17. PARCELAMENTO - Subdivisão ou junção de terrenos mediante loteamento, desmembramento ou remembramento;
18. PROPRIEDADE CONDOMINIAL - A propriedade condominial é o conjunto das frações que compõem o terreno para os casos de propriedade coletiva.
19. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTÁVEL - Processo que combina os aspectos jurídicos da titulação da propriedade, os aspectos urbanísticos requeridos pela legislação e necessários para a satisfatória condição de urbanização e habitabilidade, e os aspectos sociais, de participação da comunidade no processo e de ampliação das perspectivas de trabalho e renda.
20. REGULARIZAÇÃO JURÍDICA DOS LOTES - Processo que envolve apenas a titulação plena da propriedade individual dos mesmos, sendo limitado para situações de precariedade da urbanização e da ocupação do solo.
21. REGULARIZAÇÃO URBANÍSTICA - Processo que envolve ações visando fazer com que a área, em desconformidade com a legislação de parcelamento, possa atender a essa legislação.
22. REQUALIFICAÇÃO URBANA - Requalificação urbana é o conjunto de ações que têm como objetivo ampliar as condições de habitabilidade e, no caso deste plano, se atém principalmente aos assentamentos precários.
23. OCUPAÇÕES CLANDESTINAS - São aquelas realizadas sem a presença de um empreendedor e com características de implantação precárias, relativas tanto à infra-estrutura urbana quanto à qualidade das habitações.
Estratégias e Procedimentos
1) - Levantamentos
a) Apurar dimensões do lote original e das frações resultantes;
b) Elaborar planta de situação, comparando a situação original com a situação encontrada;
c) Elaborar planta de situação;
d) Verificar as condições de quitação do lote;
e) Verificar se o vendedor está em condições de transferir o título de propriedade; f) Levantamento topográfico;
g) Levantamentos de campo;
h) Realizar selagem e contagem de domicílios; i) Realizar cadastro sócio-econômico;
j) Executar pesquisa cartorial;
k) Documentar o tempo de ocupação;
l) Documentar o tempo da ocupação, ressaltando-se que só são passíveis de regularização as ocupações consolidadas até 30 de junho de 2001, conforme determinado pelo artigo 1º, da Medida Provisória 2220/2001.
m) Documentar o tempo da ocupação, ressaltando-se que só são passíveis de regularização as ocupações consolidadas até 10 de julho de 2001, conforme determinado pelo artigo 9º, item da Resolução CONAMA nº 369/2006;
2) - Análises
a) Verificar se as parcelas resultantes podem se configurar em lotes independentes ou propriedades condominiais;
b) Cotejar a situação atual com a legislação incidente;
c) Propor ações de requalificação, apresentadas na escala de desenho urbano; d) Realizar análise ambiental quanto à permanência ou não das moradias na APP.
e) Realizar estudos urbanísticos de modo a avaliar o impacto dessa irregularidade sobre a circulação na região;
3) - Instrumentos Legais
a) Adjudicação Compulsória; b) Apoio à abertura de inventário c) Usucapião;
d) Usucapião Especial de Imóvel Urbano;
e) Usucapião Especial coletiva de imóvel urbano
f) Convalidação da venda dependente de conclusão do inventário g) Concessão de Uso Especial para fins de moradia
h) Concessão de Direito de Uso i) Doação
4) - Ações
a) Desdobro oficial do lote
b) Caracterização de propriedade condominial;
c) Retificar as matrículas dos lotes e/ou frações ideais;
d) Efetuar o registro dos terrenos desdobrados ou propriedades condominiais; e) Efetuar ou atualizar as matrículas dos lotes e/ou frações ideais;
g) Decretação da Irregularidade por parte do poder público municipal; h) Consolidar desenho urbanístico da situação atual
i) Aprovação do parcelamento contemplando as intervenções necessárias; j) Aprovação do parcelamento em suas condições atuais;
k) Efetuar registro do parcelamento l) Retificar o registro do parcelamento;
m) Identificar as situações em condição de registro;
n) Averbação de áreas verdes, institucionais e outras de uso público; o) Declaração de Área de Interesse Social
p) Recuperação de área verde, de preservação permanente ou de uso público. q) Desafetação de área verde ou de uso público
r) Recuperação da função pública da área s) Reassentamento da população
t) Destinação de nova área para preservação ambiental u) Remoção de ocupações de logradouros públicos