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MERCOSUL: Motor Econômico Regional. Documento final de conclusões e propostas do Terceiro Foro Empresarial do MERCOSUL

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MERCOSUL: Motor Econômico Regional Documento final de conclusões e propostas do Terceiro Foro Empresarial do MERCOSUL

Caracas, 26 e 27 de julho de 2014

Durante os dias 26 e 27 de julho de 2014, representantes de mais de trezentas empresas dos países do MERCOSUL se reuniram na cidade de Caracas, na República Bolivariana da Venezuela, para levar a cabo o Terceiro Foro Empresarial do MERCOSUL, espaço que visa reunir à comunidade empresarial produtiva da região para reflexionar conjuntamente com os governos e as empresas públicas sobre o futuro do processo de integração.

As deliberações foram feitas em Mesas de Debate que se enfocaram em três temas:

Agenda Aberta Latino-americana de Responsabilidade Social. Em direção a uma Estratégia Regional de Formação e Capacitação.

Uma Nova Arquitetura Financeira Regional.

Os debates de cada mesa propuseram que a comunidade empresarial contribuísse diretamente com os esforços para aprofundar e consolidar o MERCOSUL.

Durante o desenvolvimento do Foro, destacou-se a participação de vinte e três delegados empresariais de dezoito estados da região caribenha, concretamente da Jamaica, da República Dominicana e de Trinidad e Tobago, como um marco no processo de aproximação entre o MERCOSUL e a zona econômica Alba-Petrocaribe, confirmando a vontade de avançar na integração produtiva da região latino-americana e caribenha.

Igualmente, destacou-se a sinergia entre as entidades venezuelanas organizadoras do evento: Fedeindustria e Bancoex. É

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por isso que, por uma parte, Fedeindustria é a encarregada de dar seguimento às conclusões e às propostas desta jornada, até realizar o traspasso respectivo às entidades que o governo argentino, no seu exercício da presidência pro tempore do MERCOSUL, delegue a responsabilidade da próxima edição do Foro Empresarial. Por outra parte, eleva-se a recomendação de incluir na organização das próximas edições do Foro Empresarial os Departamentos de Promoção Comercial (DPC) dos Estados Parte, em parceria com os grêmios empresariais, a partir do acertado auspício do Banco de Comercio Exterior da Venezuela.

Finalmente, este Foro é celebrado no quadro da XLVI Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum do MERCOSUL / Cúpula de Chefes de Estado, e os representantes empresariais participantes quiseram evidenciar o seu reconhecimento aos esforços dos governos dos países do MERCOSUL pela consolidação e pela expansão deste bloco de integração, que atualmente é o motor econômico regional mais importante, além de alentá-los para continuar esse trabalho histórico.

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CONCLUSÕES DAS MESAS DE DEBATE MESA 1:

Agenda Aberta Latino-americana de Responsabilidade Social - Os desafios sociais da região exigem ampliar a visão da Responsabilidade Social, fazendo com que seja possível desenvolver iniciativas de Responsabilidade Social desde a perspectiva da integração, superando assim os conceitos que a associam principalmente com isenções tributárias ou com melhoria da imagem corporativa.

- Neste sentido, foi proposta uma evolução do conceito de Responsabilidade Social que permita desenvolver uma visão ampla que identifique as empresas como agentes de transformação e mudança, apoiados e apoiando os seus governos, avançando em direção à incorporação de temas como a superação da pobreza e a inclusão social, visando acrescentar as contribuições das empresas para os esforços dos atores sociais e governamentais para alcançar a transformação social-produtiva integral, isto é, a Responsabilidade Social Ampliada.

- A Responsabilidade Social Ampliada é um conceito convocatório, já que propõe um olhar holístico e exige o desenvolvimento de uma cosmovisão integradora, como foi acordado no Primeiro Congresso Internacional de Responsabilidade Social, realizado em Buenos Aires, na República Argentina, em outubro de 2013.

- A Responsabilidade Social Ampliada inclui temas como Finanças Éticas, Sistema Bancário Sustentável, Garantias e Seguros, Inclusão Social, Trabalho Digno, Saúde e Prevenção, Economia Social e Solidária, Diversidade e Gênero e Direitos Humanos, que se juntam aos temas habituais de Educação, Ciência e Tecnologia, Ambiente, Arte e Cultura.

- A Responsabilidade Social Ampliada contribui ao desenvolvimento de uma agenda comum para a região que abranja todos os atores,

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partindo de conceitos tradicionais como políticas apropriadas de pessoal, estabilidade no trabalho, trabalho decente, jogo limpo com o consumidor, produtos de boa qualidade, preços razoáveis, desempenho ativo na luta pelo equilíbrio do meio ambiente e reforma do governo corporativo para alcançar a transparência.

- A Responsabilidade Social Ampliada deve, aliás, contribuir à formação de cadeias de valor e de integração produtiva, onde todos os setores sociais estejam envolvidos e com um olhar introspectivo, um olhar da realidade da Nossa América.

- A inclusão e a incorporação das comunidades que são impactadas por nossas empresa é fundamental para a Responsabilidade Social Ampliada, já que com o apoio desses núcleos, promove-se o desenvolvimento social e é preciso pensar em termos de unir esforços e criar valores compartilhados. Neste sentido, o compromisso social não choca com a eficiência econômico-produtiva da empresa. A união entre o econômico e o social vai permitir a construção de alianças em longo prazo.

- Igualmente, é preciso apoiar os produtores das cadeias de valor, através de projetos de desenvolvimento dos recursos naturais, otimização da produção, transferência tecnológica a produtores e diminuição da dependência das importações extra regionais.

- Além disso, é necessário que os valores morais e éticos de cada região sejam parte dos ativos produtivos dessa sociedade. Para que isso seja possível, esses valores devem favorecer os investimentos de cada país, o desenvolvimento em longo prazo e o crescimento inclusivo. Bem assim, deve existir um chamado à luta contra a corrupção e ao fortalecimento da transparência nas instituições públicas e privadas, bem como nos indivíduos que fazem parte da sociedade.

- Em consequência, é preciso gerar consciência da importância das universidades e dos institutos de pesquisa como atores

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transcendentais na Responsabilidade Social Ampliada, como produtores de profissionais que conheçam o tema.

- É conveniente promover convênios de pesquisa em médio e longo prazo, assim como gerar e fortalecer os espaços públicos e privados através do financiamento.

- Realizou-se uma proposta de participação de uma delegação no Segundo Congresso Internacional de Responsabilidade Social, em Buenos Aires, na República Argentina, no próximo mês de novembro, visando à promoção do conceito de Responsabilidade Social Ampliada e à proposta do lançamento de um Programa de Responsabilidade Social Ampliada e Integração Regional articulado com o MERCOSUL, a UNASUL e o CELAC. Igualmente, propôs-se a participação de uma delegação no Quarto Foro Multilateral de Negócios do MERCOSUL, em Manaus, na República Federativa do Brasil, no próximo mês de novembro.

- Em favor de avançar em direção a este Programa de Responsabilidade Social Ampliada e Integração Regional, realizou-se uma proposta de revisão dos quadros regulatórios dos países envolvidos. Igualmente, propôs-se gerar um entorno digital que possa garantir o acesso universal aos seus conteúdos.

- É preciso fazer um chamado à geração e ao desenvolvimento de projetos específicos de Responsabilidade Social Ampliada em articulação com os mecanismos de financiamento regionais existentes. Para isso, é conveniente promover e fortalecer as iniciativas de financiamento como o Fundo de Garantias do MERCOSUL, o Banco de Desenvolvimento da América Latina – CAF, o Banco do Sul, entre outros.

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MESA 2:

Em direção a uma Estratégia Regional de Formação e Capacitação

- A jornada iniciou com o reconhecimento da corresponsabilidade entre as empresas e o Estado, na formação e na capacitação dos trabalhadores, no entendimento de que não é possível completar nenhum processo produtivo sem a força de trabalho qualificada.

- Destacou-se que a dinâmica de formação deve ser constante no tempo. Neste sentido, apresentou-se a necessidade de conceber o trabalho como um processo social, saindo da tradicional visão do trabalho como simples atividade econômica.

- Realizou-se um chamado para sair da ideia de que a formação e a capacitação é um custo de produção, assumindo uma visão que apresenta a capacitação como o melhor investimento.

- Igualmente, destacou-se a necessidade de gerar políticas de formação acessíveis para todas as empresas, independentemente do seu tamanho.

- Avançou-se na formulação de uma visão de formação e de capacitação que inclua os conhecimentos desenvolvidos pelos próprios trabalhadores, onde é conveniente desenvolver uma política regional de proteção desses conhecimentos.

- Expressou-se a necessidade da formação e da capacitação serem assumidas de forma integral, até que cada trabalhador posse ter consciência do propósito do seu trabalho.

- Nessa ordem de ideias, é preciso desenvolver políticas de formação de instrutores.

- Finalmente, realizou-se um chamado à inclusão do tema de formação do meio ambiente.

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MESA 3:

Uma Nova Arquitetura Financeira Regional

- Inicialmente, reconheceu-se o funcionamento apropriado de mecanismos e instituições financeiras da região, como o Convenio de Pagamentos e Créditos Recíprocos da Associação Latino-americana de Integração – Aladi, o Banco de Desenvolvimento da América Latina – CAF, o Fundo Latino-americano de Reservas – FLAR, o Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL, o Banco do ALBA e o Sistema Unitário de Compensação Regional de Pagamentos – Sucre, entre outros; que tem gerado soluções e alternativas aos desafios que apresenta a economia global.

- Neste sentido, realizou-se um chamado para avançar com maior rapidez na aplicação de novas ferramentas financeiras que foram criadas na região, como o Banco do Sul, o Fundo Sul-americano de Reservas e o Fundo de Garantias do MERCOSUR. Igualmente, cumprimentou-se a iniciativa de promover uma aliança entre o recém-anunciado Banco de Desenvolvimento do BRICS e o novo Banco do Sul.

- Adicionalmente, ressaltou-se a necessidade de fornecer mecanismos de financiamento que permitam melhorar e equilibrar os fluxos comerciais entre os países da região.

- Evidenciou-se a necessidade de homologar os critérios regionais de qualificação das empresas em pequenas, médias e grandes. Atualmente, esses critérios são muito assimétricos dentro da região MERCOSUL.

- Apresentou-se a fragilidade da institucionalidade financeira de apoio às MPE, como elemento necessário para avançar na diminuição das assimetrias existentes no MERCOSUL.

- Realizou-se uma ênfase em assinalar a importância de desenvolver e fortalecer os mecanismos de pagamento em moeda local, através de pagos ágeis que facilitem a sua utilização geral na região.

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- Além disso, assinalou-se a necessidade de dar prioridade aos acordos para evitar a tributação dupla entre os países da região.

- Igualmente, expressou-se a necessidade de avençar na homologação dos elementos financeiros nos quais é sustentado o comércio regional, como cartas de crédito, fianças de adiantamento, de licitação e de cumprimento fiel, entre outros. Para alcançar este objetivo, assinalou-se a necessidade de gerar mudanças no funcionamento dos instrumentos atuais, proporcionando maior flexibilidade e integrando-os no âmbito MERCOSUL, para melhorar a competitividade diante outros mercados.

- Para finalizar, foi feita uma manifestação de solidariedade com a República Argentina, devido ao assédio dos chamados fundos abutres. Foi feita uma ênfase na necessidade de adequar a engenharia financeira regional para diminuir os efeitos nocivos das variáveis internacionais, através da aceleração da homologação das leis nacionais e regionais, visando proteger as economias da região.

Referências

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