• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Rafaela Mascarenhas Rocha

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Rafaela Mascarenhas Rocha"

Copied!
43
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Rafaela Mascarenhas Rocha

ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS E DE MENÇÕES AO

PARTIDO NO HORÁRIO GRATUITO DE PROPAGANDA

ELEITORAL (HGPE) DO PT NA ELEIÇÃO DE 2004 EM CURITIBA

CURITIBA 2010

(2)

ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS E DE MENÇÕES AO

PARTIDO NA PROPAGANDA ELEITORAL DO PT NA ELEIÇÃO

DE 2004 EM CURITIBA

CURITIBA 2010

(3)

ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS E DE MENÇÕES AO

PARTIDO NA PROPAGANDA ELEITORAL DO PT NA ELEIÇÃO

DE 2004 EM CURITIBA

Monografia apresentada no curso de Ciências Sociais no Setor de Ciências Humanas Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Sociais.

Orientadora: Profª Drª Luciana Veiga.

CURITIBA 2010

SUMÁRIO

(4)

2 HISTÓRIA E TEORIA: A ORGANIZAÇÃO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES...11

2.1 HISTÓRICO DO PT...11 2.2 ORGANIZAÇÃO...14

3 A PROPAGANDA ELEITORAL DO PARTIDO DOS

TRABALHADORES...21 4 CONCLUSÃO...33 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...38

(5)

PLANILHA 1 – MENÇÃO AO PARTIDO E TEMAS...24

PLANILHA 2 – MENÇÃO AO PARTIDO E POSTURA ACIMA DA BRIGA...26

PLANILHA 3 – MENÇÃO AO PARTIDO E FORMATO...27

PLANILHA 4 – MENÇÃO A PARTIDO E ORADOR DOMINANTE...28

PLANILHA 5 – MENÇÃO AO PARTIDO E RETÓRICA UTILIZADA...29

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa trazer uma análise de discurso do Partido dos Trabalhadores (PT) na campanha eleitoral para a prefeitura municipal de Curitiba, em 2004. Tem-se, assim, a finalidade de captar a maneira como o PT construiu a estrutura de sua campanha eleitoral na capital paranaense.

A discussão deste trabalho gira em torno daquilo que se tornou uma marca específica da prática política no Brasil, principalmente em períodos eleitorais, a propaganda eleitoral. Com relação a partidos de esquerda, PT inclusive, tem-se uma particularidade. Neste trabalho, pressupõe-se que partidos de esquerda oferecem mais identidade ideológica, que terminam por alimentar a afinidade e a afetividade tão típicas em seus militantes. Como conseqüência, acredita-se que o PT tenha um caráter específico na hora de montar sua campanha eleitoral e também na hora de executar a gestão, pois colocaria um conteúdo afetivo e ideológico muito forte nas suas propostas e na hora de explicar a sua forma de fazer política, e a existência desse caráter e da presença ideológica no discurso eleitoral, que se pretende testar neste estudo.

(6)

Como objetivos específicos temos: a) identificar recursos discursivos na propaganda eleitoral do PT em Curitiba, 2004; b) avaliar situações de menção à ideologia e ao partido. Este trabalho será baseado na pesquisa do Prof° Dr° Luiz Ademir de Oliveira que estudou o pleito de 2000 nas cidades de Belo Horizonte e Salvador. Em sua pesquisa, OLIVEIRA (2004) buscou avaliar como o discurso baseado na avaliação com as administrações se junta aquele marcado pelo apelo mais ideológico nas campanhas. Com a diferença que na presente pesquisa não se terá o caráter comparativo entre capitais, mas sim de um estudo de caso.

A motivação para tal monografia surgiu a partir do trabalho organizado por

VEIGA, SOUZA e CERVI (2006). O referido trabalho problematiza o comportamento do PT nas três capitais em contextos distintos. O contexto político de Porto Alegre em 2004 era o seguinte: o PT estava à frente da prefeitura desde 1989. O prefeito Tarso Genro eleito em 2000, se licencia da prefeitura em 2002 para disputar o Governo do estado e seu vice fica encarregado de completar o mandato. Feito isso, o candidato indicado pelo partido para disputar a sucessão na prefeitura em 2004 foi o também petista Raul Pont, que perde a disputa em segundo turno para José Fogaça, do PPS. A conjuntura na cidade de São Paulo trazia a candidatura à reeleição da Prefeita Marta Suplicy, que foi derrotada em segundo turno pelo candidato do PSDB, José Serra. As duas capitais trabalhadas pelos professores trazem um cenário com o PT dentro do governo municipal, o que chamamos de mandatário, mas então, o que dizer sobre a capital paranaense? Mais adiante, neste trabalho, conteremos como se dava a conjuntura política da eleição de 2004 em Curitiba.

(7)

Trabalhar o PT de Curitiba em sua propaganda eleitoral, especialmente com sua propaganda eleitoral é importante para que se percebam alguns elementos vistos na campanha que possam ter afastado o eleitorado curitibano dos candidatos do partido, principalmente com relação ao cargo de prefeito. Porque a Câmara Municipal de Curitiba conta com vereadores do PT e a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná conta com deputados petistas da região de Curitiba, porém a legenda nunca alcançou o êxito à frente do Poder Executivo da capital.

É importante que se veja até que ponto o partido se utiliza de suas imagens numa campanha eleitoral, e mais especificamente no programa eleitoral de TV, para conseguir votos. Estudar o teor e o tom em que os programas são montados, a intensidade do uso de conteúdos ideológicos presentes nos mesmos, irá ajudar a ver como o PT trabalha a sua estratégia discursiva na eleição.

A especificidade da eleição de 2004 consiste em ser esta a primeira eleição para prefeitos depois que Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito Presidente da Republica em 2002. Deve-se lançar um olhar, também, para o comportamento que o PT teve com relação à política no âmbito nacional e como isso foi, caso tenha sido, exposto na propaganda eleitoral. Como está o posicionamento da campanha com relação ao governo federal e se o candidato a prefeito aqui estudado, usufrui de alguma maneira dessa liderança nacional.

A metodologia de pesquisa que será usada neste trabalho é a pesquisa quantitativa. Trata-se de uma coleta de dados a partir dos programas eleitorais dos dois turnos da campanha e posteriormente acompanhada de análise. Esses dados serão trabalhados de duas maneiras diferentes e as informações neles contidas servem tanto para o primeiro quanto para o segundo turno. Primeiramente se terá

(8)

dados analisados de acordo com um modelo apresentado por FIGUEIREDO (2000), que aponta quais são as visões de mundo e as perspectivas políticas apresentadas por cada campanha. E em seguida, a análise de planilhas que mostram a quantidade de vezes em que os partidos foram mencionados em cada segmento do programa, seja este segmento o tema apresentado no programa, ou qual tipo de orado foi mais usado, etc. E é através dessas metodologias que se irá perceber o andamento e o desenvolvimento de cada campanha aqui analisada.

O trabalho será estruturado de modo a trazer na primeira parte, um histórico do Partido dos Trabalhadores: sua construção, sua base social, seus propósitos da representação e seus projetos e realizações de governo. Em seguida, será feita uma revisão teórica sobre organização partidária com foco no petista. Será traçado um paralelo entre as duas linhas de pensamento distintas, são elas: partido e ideologia e partido e racionalidade eleitoral. Ademais serão consultados o Estatuto Interno do Partido dos Trabalhadores e ao Manifesto do Partido dos Trabalhadores, entre outros documentos encontrados no sítio do PT na internet. A segunda parte do trabalho trará o estudo da propaganda eleitoral do PT, com o uso da metodologia acima explicada. Para que então se perceba se a presença de elementos partidários e ideológicos é maior ou menor que a promessa de benefícios políticos, pós-eleitorais.

(9)

2. PARTIDO DOS TRABALHADORES

2.1 HISTÓRICO DO PT

O Partido dos Trabalhadores começou a ser organizado a partir das mobilizações e greves dos metalúrgicos das fábricas da região do ABC Paulista, no ano de 1978. No ano de 1979, o movimento pró-fundação do PT aprovou uma declaração política com os propósitos do novo partido a ser construído. Em fevereiro de 1980, este movimento, organizado em uma comissão provisória, aprovou o Manifesto do Partido dos Trabalhadores e, em junho, aprovou o estatuto do PT.

O momento político do Brasil, na época da fundação do partido, trazia a perspectiva de mobilização popular em torno de melhorias nas condições de vida, de trabalho, de educação, entre outros. E essa perspectiva é apontada no Manifesto do PT. De acordo com este documento, “o Partido dos Trabalhadores surge da necessidade (...) de intervir na vida social e política do país para transformá-la.”. (MANIFSTO DO PT, 1980, p. 1).

(10)

Essa “necessidade de intervir na vida social e política do país” de que fala o Manifesto, pode ser explicada como a vontade popular de não se ter mais um modelo econômico e político que, de acordo com o documento, estava sendo incapaz de resolver os problemas do país. Além dessa, outras necessidades são apontadas, tais como: a necessidade de independência política dos trabalhadores e a vontade de emancipação e autonomia sentida pelas massas.

As intenções no momento da fundação do PT eram de que ele fosse a “real expressão política de todos os explorados pelo sistema capitalista”. Em síntese, havia a idéia de organizar uma força política autônoma no cenário nacional.

Os objetivos que o PT traz para a sua atuação são de busca por liberdades civis, supressão de mecanismos autoritários e ditatoriais de governo e democratização da sociedade. Defende-se ainda no Manifesto, que os processos eleitorais e atividades parlamentares estarão subordinados às organizações e mobilizações das massas.

O movimento Pró-PT afirma sua vontade de que o povo decida sobre os rumos da riqueza produzida no país, que se conquiste a liberdade para o povo, alcançado, assim, uma sociedade igualitária sem explorados nem exploradores. Tais valores se aproximam da ideologia socialista. O Movimento mostra também que pretende alcançar a frente do governo e da direção do Estado para cumprir uma política democrática tanto no plano econômico quanto socialmente.

Com base em conceito de DUVERGER (1970), e que também é apontado por KINZO (1994), o PT pode ser classificado pela sua origem como um partido de base, na medida em que foi criado em um movimento que é exterior à política parlamentar. Os movimentos que culminaram na construção do partido, de acordo

(11)

com Kinzo, são os movimentos sindicais, tanto em entidades sindicais organizadas, quanto com trabalhadores militando de forma independente; como também alguns setores progressistas da Igreja Católica organizados nas chamadas Comunidades Eclesiais de Base (as CEBs), ainda contribuíram setores da esquerda do país ligado a grupos de intelectuais e militantes do movimento estudantil.

Uma parcela importante na construção do partido foram organizações ou partidos de esquerda com tendência marxista ou trotskista, deste grupo podem ser citadas as organizações a seguir: “O Trabalho” (originada de um jornal que existe até hoje e o grupo é parte do partido atualmente), o campo político chamado “Democracia Socialista” (DS) também bastante representativo dentre do PT atual. Além de grupos que depois saíram da legenda como é o caso da organização chamada “Convergência Socialista” – um dos grupos que veio dar origem ao

PSTU em 1994 – e do “Causa Operária”, grupo que originou o PCO1.

Ainda de acordo com KINZO (1994), o PT se colocou como um partido cujo perfil ideológico estava mais nítido naquela conjuntura. Recusando o rótulo de “social-democrata”, ele se fundou baseado num ideário de esquerda e se afirmou enquanto partido socialista.

KINZO (1994) aponta também, que o PT visava a “democracia participativa”, ou seja, os membros da organização participavam ativamente do processo decisório da mesma. Assim, o PT desenvolveu em seu estatuto os chamados núcleos de base. Eram mecanismos organizados pelas categorias profissionais, local de trabalho ou de moradia, etc., de seu membro e que tinham

(12)

como objetivo conectar o partido com a sua base, organizando a atuação política da legenda, propiciar democratização e educação política dentro do partido e estimular a militância na base partidária. Fato esse que o levou, no inicio de sua trajetória, a assumir um papel de mais movimento social que fazia reivindicações, do que em partido político estruturado. Os núcleos de bases organizados por setores profissionais, de moradia, etc., se assemelham um pouco às células conceituadas por DUVERGER (1970) e usadas por partidos comunistas, pois as mesmas tem reunião de membros e proporcionam formação política a eles

No estado do Paraná, o Partido dos Trabalhadores foi estruturado entre os anos de 1980 e 1981, tendo seu I Encontro Estadual no ano de 1981. O partido, naquele ano havia construído trinta Diretórios Municipais no estado e em 1982 disputou sua primeira eleição.

Com relação à composição social do partido no estado, esta se assemelha à composição nacional. Porque contou com a participação de organizações de esquerda existentes também no âmbito nacional (como as já citadas Convergência Socialista e DS), com as Comunidades eclesiais de Base e com setores dos movimentos sociais de muito destaque e efervescência no estado como o grupo de militantes em favor da luta pelo acesso à moradia na região sul de Curitiba e do Sindicato dos Bancários de Londrina. O primeiro presidente estadual do PT-Paraná a ser eleito em 1981 mesmo, foi o já falecido Manoel Izaías de Santana.

(13)

A partir da definição usada por DUVERGER (1970) sobre partidos de massa e partidos de quadros, podemos classificar o Partido dos Trabalhadores como uma organização com enquadramento de massas, pois foi criado externamente, isto é, criado fora do Parlamento. Esse tipo de organização se caracteriza por trabalhar com seções – mecanismo que traz amplitude e aglutina partidários em grande escala – e grupos de trabalho amplos, além disso, a educação política assume um caráter de alta relevância tal qual a disputa eleitoral. As seguintes características da legenda a aproximam da classificação de partido de massas em DUVERGER (1970): a) preocupação com a promoção da cultura política entre seus simpatizantes e filiados; b) envolvimento e proximidade com os movimentos populares; c) o uso de termos de compromisso no ato da filiação e sistema de contribuição financeira com carnês e carteirinha de filiado ou militante. Além disso, essas organizações usam boletins de adesão que são documentos escritos para formalizar a adesão de um membro. O processo de adesão pode tanto ser aberto, sem formalidades, contando com a assinatura do termo de adesão e pagamento da contribuição, como também pode ser uma adesão regulamentada, com um pedido formal por parte do interessado para ingressar na organização.

Ele possibilita a filiação direta e/ou individual de seus membros, diferente de algumas organizações em que só é possível filiar grupos já organizados de membros.

Internamente se percebe no PT uma descentralização ideológica, que para DUVERGER (1970) significa conceder certa autonomia às frações ou tendências internas do partido, como repartir o poder entre os escalões da direção. As tendências internas do PT, também chamadas de correntes, são componentes do

(14)

partido desde a sua fundação em 1980, elas são um direito adquirido pelos filiados e previsto no estatuto do partido. Este é uma organização construída através da união de algumas correntes políticas que atuavam de forma independente ou até clandestina em setores dos movimentos sociais. As tendências não podem se sobrepor à direção partidária, tem sua independência interna, mas todas estão sob a orientação e decisão final da direção. Mas são componentes essenciais da chamada democracia interna do partido, por contarem com possíveis organismos de comunicação e financiamento internos.

Geralmente os partidos de massa estão associados à organização do proletariado, e esse é o caso do PT, que traz um posicionamento de esquerda. O fato de ser uma organização de massas é um ponto que traz orgulho ao seu membro e é um fator componente da identidade do partido e de seus membros porque seu volume, a quantidade de membros e o poder de mobilização da sociedade são fatores que garantem a força de um partido e o convencimento político e ideológico de seu membro. Diferentemente dos partidos que não são considerados de massas – chamados partidos de quadros, que se especializam em disputar eleições basicamente, são mais restritos e não atuam muito em movimentos sociais – onde a garantia do acerto político se dá pelas escolhas que podem ser das alianças em eleições, de cargos, ou de medidas políticas e pelo prestígio e destaque individual de seus membros e onde as fortunas individuais são fundamentais. Tal atitude já aponta para o conceito de bens coletivos e bens seletivos distribuídos pelos partidos. Conceito com o qual trabalharemos mais adiante.

(15)

No Manifesto do PT, ocorrem passagens que o ligam aos conceitos de Duverger: partidos de massa e de descentralização ideológica, que foram explicados acima. São elas respectivamente: “O PT quer atuar não apenas nos momentos das eleições, mas, principalmente, no dia-a-dia de todos os trabalhadores (...).”, e também: “queremos construir uma estrutura interna democrática, apoiada em decisões coletivas e cuja direção e programa sejam decididos em suas bases.”. (MANIFESTO DO PT, 1980, p.1)

Sobre as organizações partidárias é possível dizer que elas são grupos que perseguem a obtenção de certos fins. Fins estes que podem ser tanto igualdade na distribuição de riquezas, quanto como um meio para agregar os membros da organização e possibilitar uma unidade na visão interna da mesma.

PANEBIANCO (1995) trabalha com a chamada Teoria dos Incentivos. Esses incentivos se caracterizam por serem benefícios ou promessas de benefícios futuros feitos por parte dos líderes partidários.

Existem dois tipos de incentivos: os incentivos coletivos e os incentivos seletivos. Os primeiros são benefícios ou promessas de benefícios que a organização deve distribuir a todos os seus membros de maneira igual, como por exemplo, a ideologia, as “bandeiras de luta”, a “causa” partidária. Os segundos são benefícios dados a alguns membros, uma distribuição desigual, como cargos e promoções, por exemplo. Os incentivos seletivos podem ser percebidos no comportamento das elites partidárias. Enquanto que os incentivos coletivos são vistos nos militantes de base ou nos eleitores fieis. Enquanto partido de massa, a princípio, o PT tem como predominante o uso de incentivos coletivos, acima definidos.

(16)

As organizações devem encontrar um equilíbrio entre os interesses individuais e o cuidado com a lealdade partidária. Um dos componentes da ideologia é a preocupação dual entre preservar a identidade partidária e se ocultar os incentivos seletivos. Caso um partido acabe por desequilibrar essa relação dos bens, visando mais bens seletivos que coletivos, acontece o risco de se perder a credibilidade na instituição partidária.

PANEBIANCO (1995) organiza dois modelos para explicar a relação desses

bens dentro do partido, primeiramente é importante explicar o que cada modelo significa. No Modelo Racional tem-se mais incentivos coletivos que é o programa do partido, existe uma ideologia manifesta, os dirigentes são “incumbidos de máxima responsabilidade na direção da organização (...)” (PANEBIANCO, 1995, p. 37). Neste caso, as organizações são instrumentos para a realização de fins específicos. No caso do Modelo Natural, há predomínio de incentivos seletivos, a ideologia é latente, os líderes partidários adquirem papel de mediadores nas relações internas e “necessitam de equilíbrio e ponderação diante das demandas da organização” (PANEBIANCO, 1995, p. 37).

Para PANEBIANCO (1995), os partidos são compreendidos a partir de seus objetivos e o que se tem percebido é que o crescimento de um partido no cenário eleitoral irá fazer com que ele faça um movimento migratório do modelo racional para o modelo natural. Fatores como a burocratização e a institucionalização são exemplos dessa migração. A transposição de um modelo para o outro acontece principalmente quando há substituição total ou parcial dos incentivos coletivos pelos seletivos. A ligação muito estreita com o poder público, ou casos em que se confunde o partido com o governo, se promove o enfraquecimento de pontos

(17)

ideológicos e o entusiasmo para disputa de cargos tanto interna como externamente.

O caso do PT mostra que desde a sua fundação em 1980, ele se posicionou como um partido mais radical à esquerda brasileira, diferente do PMDB, que nesta época mantinha uma postura de esquerda mais moderada e que estava entrando na disputa do poder. O que PANEBIANCO (1995) aponta é que o processo de institucionalização pode trazer uma moderação dos partidos mais radicais, na medida em que estes vão entrando no poder ocorre uma adaptação aos processos eleitorais, com o crescimento da organização. Na media em que ele vai crescendo, vai arrecadando filiados e se adaptando aos processos eleitorais, o partido se ajusta tanto com o meio externo – com mais predisposição para dialogar com outros partidos e a composição de alianças – quanto com o meio interno – com controle maior sobre as correntes e tendências internas.

Essa moderação aconteceu com o PT ao longo dos anos e das disputas eleitorais tendo inicio na eleição de 1989, quando o partido chegou ao segundo turno com Lula e daí em diante quando ele foi ganhando prefeituras em importantes capitais como em Belo Horizonte e em Porto Alegre, até a chegada ao poder federal em 2002. A partir da literatura de PANEBIANCO (1995) é entendido, ainda, como natural que alguns campos internos do PT que não conseguiram se ajustar a este processo, não se sentiram mais contemplados dentro da legenda, acabaram optando por manter uma postura mais radical e saíram montando novos partidos como o PSTU e o PSOL, por exemplo.

Mudanças que costumam ser apontadas dentro da organização do PT desde 1989 podem assim ser explicadas por teóricos como PANEBIANCO (1995). Isto

(18)

porque a trajetória experimentada pelo Partido dos Trabalhadores no Brasil se assemelha à outras ocorridas em outras democracias, resguardadas as particularidades contextuais. Não é intenção neste trabalho, mas cabe ainda lembrar a aproximação do PT com o Estado, ao ir assumindo cargos nos Executivos Municipal, Estadual e, finalmente, Federal. De acordo com MAIR (2003), os partidos tendem a se aproximar do Estado e se distanciar um pouco da sociedade. Desta maneira, as organizações acabam por assumir mais funções procedimentais, como a preocupação com a burocracia estatal, em detrimento de funções representativas como a propagação de sua ideologia. Esta seria outra tendência dos partidos em nível mundial com a qual o PT teria afinidade.

(19)

3. A ELEIÇÃO DE 2004 EM CURITIBA

Curitiba encontrava o seguinte cenário na eleição de 2004: o PT curitibano não era do campo de situação na prefeitura, era o que chamamos de campo desafiante na eleição. Tinha como candidato o deputado estadual Ângelo Vanhoni, que foi funcionário do Banco do Brasil e militante do Sindicato dos Bancários de Curitiba. Vanhoni já havia disputado a eleição de 2000 e perdido para o candidato a reeleição, Cássio Taniguchi, do PFL. Na eleição de 2000, o eleitorado curitibano havia levado a disputa para o segundo turno pela primeira vez na história da cidade e a disputa foi acirrada. Cássio Taniguchi foi par a disputa do segundo turno na frente da disputa, o resultado do primeiro turno foi 43% para o candidato do PFL e 35% para Vanhoni. O segundo turno chegou a mostrar pesquisas em que o candidato do PT estava à frente nos números. E a disputa foi decidida com incríveis 51,47% de votos para Cássio Taniguchi, que venceu a eleição. Na eleição de 2004, Vanhoni representava a mesma posição política do Governo Federal, e também contava com o apoio do Governo Estadual.

O candidato adversário do PT em Curitiba foi Beto Richa, do PSDB. E mesmo tendo sido vice-prefeito da gestão 2001-2005, rompeu a aliança com o

(20)

então prefeito Cássio Taniguchi e se lançou candidato tomando posicionamento de candidato de oposição, o que se costuma chamar de desafiante. Taniguchi, por sua vez, indicou para a disputa o candidato Osmar Bertoldi, do seu partido, o PFL.

Sendo assim, a eleição de 2004 contou com os seguintes candidatos: Ângelo Vanhoni (Coligação Tá na Hora Curitiba – PT/ PTB / PMDB / PSC / PCB / PC do B), nesta coligação estava contido o campo de oposição à prefeitura, e aliados ao governo federal e estadual. Beto Richa (Coligação Curitiba Melhor Pra você - PSDB / PSB / PDT / PP / PAN / PTN / PRONA / PSL), nesta coligação estava o campo que havia rompido alianças com o PFL, do então prefeito Cássio Taniguchi, este não chegava a ser uma coligação de oposição, mas o mesmo projeto político em outra frente política. Osmar Bertoldi (Sem Coligação - PFL), este era o candidato que foi considerado mandatário nesta eleição, responsável por dar continuidade na política de Taniguchi. E Rubens Bueno (Coligação Voto Limpo – PPS/PHS), este candidato apareceu como uma “novidade” no cenário eleitoral de Curitiba, Bueno já havia sido prefeito de Campo Mourão nos anos 1990, no interior do Paraná, e estava independente na disputa, somente apresentando propostas e se posicionando enquanto “um diferencial na disputa”. O resultado do primeiro turno trouxe como resultados oficiais: Ângelo Vanhoni com 31%, Beto Richa com 35%, Rubens Bueno com 20% e Osmar Bertoldi com 6% dos votos válidos.

(21)

No segundo turno, o resultado da eleição foi o seguinte: Ângelo Vanhoni levou 45% dos votos válidos e Beto Richa venceu a eleição com 54% dos votos válidos2.

4. A PROPAGANDA ELEITORAL

4.1 PROPAGANDA ELEITORAL E A TEORIA DA RACIONALIDADE

Para se compreender a construção da estrutura de uma campanha eleitoral por parte de um partido, é importante que se explique que papéis a propaganda eleitoral cumpre dentro de uma disputa política. De acordo com Oliveira, a propaganda eleitoral serve para que o eleitor conheça os candidatos que estão na disputa e para que ele possa decidir o seu voto. Enquanto que o papel dos partidos numa eleição é chegar ao poder. E para isso, o programa eleitoral tem como função “seduzir” o eleitorado, o convencendo de que a sua proposta é a melhor. Para Oliveira, o eleitor não estrutura seu pensamento político nem a escolha de seu voto em termos ideológicos, o eleitor vota naquele partido, ou candidato que lhe oferecer mais benefícios.

2 Fonte das coligações e dos resultados nos sites do TSE: www.tse.org.br e do TER Paraná: www.tre-pr.jus.br

(22)

O raciocínio adotado por OLIVEIRA (2004) está fortemente baseado na teoria desenvolvida por DOWNS (1999), autor que formula a teoria da Racionalidade entre os atores políticos, e que de acordo com esta, as eleições tem como função política dentro de uma democracia, selecionar um governo. Dentro da teoria de Racionalidade, existe o conceito de racionalidade eleitoral, que se refere aos processos de ação e de tomada de decisão por parte dos indivíduos, dos eleitores, não se refere aos fins gerados pelas decisões tampouco ao êxito ou não em se alcançar os fins desejáveis.

Ainda de acordo com DONWS (1999), cabe ao individuo racional tentar discernir o padrão subjacente da racionalidade, ou seja, descobrir quais são e a quem atende os fins aos quais seu comportamento levará. Para o eleitor, é importante, ou racional, encontrar um candidato ou partido que melhor atenda as suas necessidades, com um menor custo possível para a obtenção de informação. Será escolhida a proposta/partido que traga maior numero de benefícios ao cidadão e que lhe informe estes benefícios da maneira mais clara e acessível. Ou seja, o eleitor deseja ser atendido brevemente e ser informado sobre esse atendimento de maneira sucinta. Sobre as necessidades acima citadas, DONWS (1999) explica que apesar deste modelo estar baseado num axioma do interesse pessoal, individual, ele é um modelo que dá espaço para o pensamento altruísta, ao mesmo tempo. Porque as necessidades colocadas pelo indivíduo na hora de escolher a proposta/candidato, podem ser locais ou quase individuais como esgoto na rua do individuo, por exemplo, como também algo de âmbito mais geral e nacional como, por exemplo, a preocupação com o desemprego e a saúde pública. Quer dizer, o eleitor faz aquilo que é individualmente racional porque acredita ser

(23)

socialmente racional. Tomam decisões que irão lhe beneficiar, mas que também beneficiam uma coletividade.

Um outro modelo apresentado por DONWS (1999) dentro da teoria da racionalidade a ser acrescentado é o da racionalidade política, que por sua vez, fala sobre o comportamento racional dos governos e dos governantes e não dos eleitores como o modelo da racionalidade eleitoral, acima explicado. Sobre a racionalidade política, o autor fala que um comportamento racional no ponto de vista de um governo requer uma ordem social previsível e que este comportamento não é possível de ser cumprido sem a estabilidade ordenada que o governo proporciona.

No que se refere aos governos e aos partidos no governo, esse modelo diz que assim como o eleitor visa maximizar benefícios para si, um governo visa maximizar apoio político. Para isso, o objetivo principal do partido governante é garantir sua reeleição e a eleição do seu grupo de aliados. Num sentido mais amplo, os partidos - para o autor - constituem uma equipe de indivíduos, (equipe porque concordam com as metas estabelecidas), que busca controlar o governo obtendo cargos numa eleição. Os partidos formulam políticas para ganhar eleições e não ganham eleições a fim de formular políticas.

4.2 PROPAGANDA ELEITORAL PARA ALÉM DA TEORIA DA RACIONALIDADE

Embora FIGUEIREDO (2000) reconheça que a Teoria da Racionalidade seja muito bem desenvolvida e aceita, o autor apresenta um contraponto. Sua principal

(24)

argumentação é que a Teoria da Racionalidade pode negligenciar algumas disputas internas do partido e negligenciar também a capacidade que a legenda tem, enquanto uma organização que distribui benefícios, de reduzir ou aumentar poder. Por exemplo, uma organização de esquerda pode prestigiar mais ou menos seus filiados e simpatizantes, a depender do grau de benefícios coletivos distribuídos.

Neste trabalho busca-se identificar os discursos de campanha, tentando verificar as estratégias utilizadas pelos partidos – particularmente para o PT – para ganhar votos. Acreditamos que o apelo ao discurso mais pragmático - ou seja, mais racional - será predominante, mas buscamos verificar também até que ponto valores ideológicos ainda resistem nos discursos. Em síntese, nos utilizando de PANEBIANCO (1995), cabe perguntar até que ponto o Partido dos Trabalhadores se preocupa ainda em distribuir benefícios coletivos em sua campanha de TV. Serão considerados benefícios coletivos as menções diretas ao partido e a pessoas do partido.

4.3 ANÁLISE DA PROPAGANDA ELEITORAL: NOTAS METODOLÓGICAS

Nesta fase do trabalho serão analisadas as propagandas eleitorais do candidato do PT na eleição de 2004 em Curitiba – Ângelo Vanhoni – e de seu adversário no segundo turno, o candidato Beto Richa, do PSDB. O segundo turno foi escolhido por trazer mais tempo para cada candidato, sendo um total de dez

(25)

minutos para cada um. Tratam-se dos programas do dia 14 de outubro até o dia 29 de outubro, o que totaliza o numero de dezesseis programas3.

Essa análise dos programas do segundo turno será feita com base em conceitos de FIGUEIREDO (2000), que dizem sobre as visões de mundo transmitidas pelos candidatos em seus programas numa composição de estrutura discursiva. Essas “visões de mundo” são de natureza ficcional, significa que são construções da realidade local, são percepções diferenciadas da realidade. Os conceitos aqui apresentados serão os seguintes: a descrição de um mundo atual dentre os quais represente mais fielmente a condição de vida que a população está tendo; a descrição de um mundo futuro que seja desejável para a maioria do eleitorado; qual é “a melhor maneira de se construir o mundo futuro desejável é se fazer ‘x’” e, por ultimo, “a garantia de que ‘x’ será feito é através do candidato ao qual está ligado”.

Com respeito ao primeiro turno desta disputa, a analise será feita através de cinco planilhas montadas também com base em conceitos de FIGUEIREDO (2000), tais como quais foram os temas abordados nos programas, que tipo de

oradores foram usados nas propagandas, entre outros4. E juntamente com questões

apresentadas por PANEBIANCO (1995), como quantas vezes o partido é mencionado em um programa eleitoral e também o uso de bens coletivos (como a ideologia) nos programas, por exemplo.

3 As gravações foram cedidas pelo Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública da UFPR.

4 As planilhas foram desenvolvidas e aplicadas pelo Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública da UFPR.

(26)

O uso de tais questões se justifica porque se quer, aqui, medir a distribuição de bens coletivos e bens seletivos tais como já foram discutidos na revisão da literatura.

4.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO DAS PROPAGANDAS 4.4.1 Estrutura Principal do Discurso

De acordo com FIGUEIREDO (2000), as campanhas eleitorais se estruturam a partir de uma mensagem principal que é escorada nos conceitos de mundo atual, mundo futuro, o que fazer e garantia, já explicados acima.

Sobre a estrutura discursiva usada pelo PT, a estrutura foi apresentada da seguinte maneira:

• Mundo atual: “Está ruim. A cidade está há vinte anos seguindo a mesma linha política e este é o caminho errado para o seu desenvolvimento.”. • Mundo Futuro: “Vai ficar bom se o modelo mudar.”.

• O que é preciso ser feito? “É preciso mais participação popular nas ações da prefeitura e o melhor caminho para essa participação é o programa ‘Orçamento Participativo’, que é uma marca das gestões do PT nas prefeituras que ele gere.”.

• Garantia: Vanhoni e o PT são do campo que compõem os Governos Estadual e Federal. Seria como foi afirmado durante a campanha, o caso de se ter “uma prefeitura que não travasse disputas políticas com os poderes estadual e federal e sim que visasse a construção da cidade.”.

(27)

A estrutura discursiva utilizada pelo adversário de Vanhoni, o tucano Beto Richa, foi :

• Mundo atual: “Tem algumas coisas ruins na cidade ainda.”. • Mundo futuro: “As coisas vão melhorar.”.

• O que é preciso ser feito? “É preciso mais participação popular na prefeitura e mais ações da prefeitura nos bairros mais distantes do centro.”.

• Garantia: O histórico político na família de Beto Richa, com seu pai o ex-Governador do Paraná, José Richa.

4.4.2 Menções ao partido na Campanha de TV.

A seguir vamos analisar como o partido aparece nas campanhas de TV. Nota-se desde já que poucas foram as menções diretas às legendas, o candidato Vanhoni cita o PT em 14 vezes e o candidato Beto Richa menciona o PSDB em oito.

O primeiro passo de nossa análise é verificar em que situação as legendas aparecem quando associadas à temática utilizada pelos candidatos.

Planilha 1: Menção ao partido e temas.

Candidatos Vanhoni Ângelo Beto Richa

Numero de casos % Numero de casos %

Temas

Política Pública - Segurança Pública 1 7.1 0 0 Políticas públicas de modo geral 1 7.1 0 0

Imagem da cidade 2 14.3 0 0 Imagem do candidato 3 21.4 1 12.5 Imagem do partido 2 14.3 2 25 Imagem do eleitor 0 0 2 25 Metacampanha: cenas de campanha externa 2 14.3 1 12.5

(28)

Metacampanha: apelos ao engajamento do eleitor 2 14.3 2 25 Metacampanha: exposição de comícios 1 7.1 0 0 Total de menções 14 100 8 100

Fonte: Banco de dados Eleições 2004 – Curitiba. Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública

Com relação à planilha que mostra quantas vezes o partido foi mencionado pelo candidato dentro dos temas propostos nos programas, pode-se constatar que Ângelo Vanhoni usa mais menções de partido para falar de políticas públicas como a política de segurança pública. Diferente de Beto Richa, que não usa o partido em temática de proposições.

Já Beto Richa busca associar a imagem do partido ao seu prestígio político e familiar, tentando assim fortalecer o elo com os eleitores. Nesta situação ocorrem quatro casos, o que já somam 50% das citações ao partido quanto aos temas inseridos na campanha.

O que se pode perceber na campanha de Vanhoni, é que se tem uma preocupação em construir a imagem do candidato e tentar ligá-lo ao PT, a temática “imagem do candidato” é a mais usada na campanha de Vanhoni para mencionar partido, foram três casos de um total de 14. Assim como também é notável a preocupação em se construir a imagem da cidade e tentar colá-la ao PT, nesta temática foram duas citações de partido, num total de 14. Um exemplo disso é possível perceber na abertura do programa de Vanhoni, no qual se vê a Estrela do PT (símbolo do partido) como que “sobrevoando” o calçadão da Rua XV de Novembro, com efeitos gráficos. Visa-se, com isso, aproximar a cidade à figura do partido, a fim de romper alguns estranhamentos com o eleitorado, como por exemplo, a falta de costume, já histórica, dos curitibanos em votar no PT para

(29)

cargos executivos, e assim mostrar que este partido está preparado e tem as garantias necessárias para governar o município. No entanto, percebe-se que o partido é mencionado pela campanha do candidato oposicionista quando ele apresenta a sua leitura negativa da administração municipal e também quando apresenta propostas de melhorias para a cidade, que poderiam vir a ser implementadas pela administração do PT.

Ao usar a temática “Imagem do Partido” duas vezes, o programa de Vanhoni trouxe lideranças partidárias estaduais e nacionais, pois estas são os elementos que trazem a garantia do cumprimento daquilo que foi proposto na campanha, como já foi citado anteriormente.

O passo seguinte para análise do uso da menção a partido é verificar se a legenda foi utilizada para ataque, defesa ou se foi utilizada para postura acima da briga.

Planilha 2: Menção ao partido e postura acima da briga.

Candidatos Ângelo Vanhoni Beto Richa

Numero de casos % Numero de casos %

Postura acima da briga 12 85.7 4 50

Fonte: Banco de dados Eleições 2004 – Curitiba. Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública

Quando se fala em postura acima da briga, como traz a planilha 2, Figueiredo explica que esta é um dos tipos de estratégia tipicamente usada por candidato mandatário, ou seja, candidato da situação. Adotar predominantemente a postura

(30)

acima da briga significa que o candidato proferiu poucos ou nenhum ataque aos adversários durante a competição.

O que se observa na planilha 2, é que na campanha de Vanhoni, das 14 vezes que ele cita partido, doze delas não eram em uma situação de conflito com os adversários. Nas outras duas situações, Vanhoni usou a figura partidária para em um caso atacar Beto Richa e, no outro caso, para defender sua legenda. Nas doze vezes que Vanhoni se manteve acima da briga, o candidato apresentou vínculos com o Governo Federal buscando fortalecer a legenda e sua candidatura.

No caso da campanha de Beto Richa, das oito vezes em que ele faz menção a partidos, quatro vezes se tratavam de uma situação de conflito, as outras quatro não. Das situações de conflito, duas menções a partido foram usadas para atacar o adversário e as outras duas eram em defesa do PSDB.

Sobre formato entendemos que esta é a maneira pela qual a campanha se comunica com o eleitor, de acordo com a explicação de Figueiredo. Pretende-se, com isso, ver se a campanha traz pronunciamento do candidato; se o programa era apresentado por meio de um telejornal, ou com entrevistas ou debates com o candidato; se a mensagem vinha na forma de videoclipes, ou algum tipo de dramatização; ou até mesmo em depoimentos de populares, o chamado formato “Povo Fala”; ou também se o programa contém algum tipo de convite, alguma chamada para eventos de campanha.

Planilha 3: Menção ao partido e formato

Candidatos Ângelo Vanhoni Beto Richa

Numero de casos % Numero de casos %

(31)

Telejornal 3 21.4 0 0 Vídeo clipe/jinlge 2 14.3 2 25 Ilustração /animação 1 7.1 1 12.5 Depoimento 5 35.7 2 25 Chamada 2 14.3 1 12.5 Povo fala 0 0 1 12.5 Total de menções 14 100 8 100

Fonte: Banco de dados Eleições 2004 – Curitiba. Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública

O que se pode perceber da propaganda de Ângelo Vanhoni com relação ao formato usado e menção ao partido é que o candidato petista não menciona a legenda em relatos populares, mas o faz por meio de depoimentos, isso ocorre cinco vezes em seu programa. Das oito vezes que Vanhoni contou com a presença de líderes políticos no programa, para mencionar partido, cinco eram na forma de depoimentos. Como veremos a seguir, a presença de tais líderes partidários na propaganda de Vanhoni serviu para endossar a sua campanha.

Outro formato muito usado na campanha de Vanhoni foi o de “Telejornal”, o formato “telejornal” apareceu três vezes para mencionar partido no programa. Enquanto que o programa de Beto Richa não se utilizou deste formato. O formato de “telejornal” busca transmitir a noção de imparcialidade, sendo muito utilizado nas críticas à administração da cidade.

Ainda com base na planilha de temas, o uso que o programa de Beto Richa faz da temática “Imagem do Eleitor”, aqui na planilha relativa à Formato, Beto Richa também foi o único a usar o formato “Povo Fala” para mencionar partido. Porém, no caso do formato “Povo Fala”, este foi usado apenas uma vez e para atacar os adversários. É importante notar, também, a ocorrência do formato “Depoimento de lideranças políticas” com menção a partido, foram dois casos no programa tucano.

(32)

Planilha 4: Menção a partido e orador dominante.

Candidatos Ângelo Vanhoni Beto Richa

Numero de casos % Numero de casos %

Orador Candidato a prefeito 1 7.1 0 0 Âncora 2 14.3 0 0 Lider Partidário 3 21.4 1 12.5 Off (locutor) 4 28.6 3 37.5 Off ( cantor) 1 7.1 2 25 Personagem ficção 1 7.1 0 0 Personalidade 2 14.3 0 0 Popular 0 0 2 25 Total de menções 14 100 8 100

Fonte: Banco de dados Eleições 2004 – Curitiba. Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública

A planilha 4 é referente ao tipo de orador dominante nos programas. Ou seja, qual é o tipo de pronunciamento mais usado para se mencionar partidos na campanha. O orador dominante pode ser o próprio candidato; seu candidato a vice; algum patrono político, ou líder partidário; um locutor em off ou o cantor de jingles.

O tipo de orador mais usado em ambas as campanhas para citar partido foi o “Locutor em off”. A campanha de Beto Richa usa duas vezes um tipo de orador chamado “Popular”, que são depoimentos de eleitores. Este orador não foi usado na campanha de Vanhoni. Nestes dois casos de uso do orador “Popular”, um deles está encaixado no formato “Povo Fala” e o outro está no formato “Documentário”.

A campanha de Vanhoni se utilizou muito de um orador chamado “Líder Partidário” para mencionar partido. Isso mostra o engajamento e o esforço colocado pelo PT estadual e nacional na campanha de 2004. Existe um tipo de orador que Vanhoni usou para mencionar partido e fazer ataque ao adversário, foi o “Personagem Ficção”, ele aparece uma vez na propaganda do candidato do PT.

(33)

Outros dois tipos de orador dominante vistos na propaganda de Vanhoni para citar partido e que Beto Richa não usou foram “Âncora” e “Personalidade”. As duas vezes que ocorrem a fala das “Personalidades” foram dentro do formato “Depoimento”. E o orador de tipo “Âncora” foi usado no formato “Telejornal”.

A respeito da planilha número 5, que expõe o tipo de retórica usada em relação a menção ao partido, é importante dizer que não se trata da retórica da mensagem, que é a maneira como o candidato se expressa mais especificamente – se ele usa sedução, ameaça, etc. Mas trata-se do tipo de estratégia de comunicação usada pela campanha, ou seja, se o candidato usou um posicionamento típico de candidato mandatário, ou se era posicionamento típico de candidato desafiante, ou ainda um padrão de retórica comum, que usa um pouco de ataque ao adversário e traz também, presença de líderes partidários.

O que se percebe na eleição de 2004, é que nenhum dos dois candidatos analisados tomou posição de mandatário ao mencionar partido, nem mesmo Beto Richa, que era vice-prefeito da gestão em curso na época.

Mas ao mesmo tempo, os candidatos também não usaram partido para se posicionar enquanto desafiantes, não atacaram a administração em curso, nem foram ofensivos com relação aos temas propostos na campanha. Na verdade, o que se viu foram críticas de Vanhoni voltadas não especificamente à gestão Taniguchi, mas a um projeto de governo mais duradouro que prevalecia em Curitiba desde a gestão de Lerner e que perdurara pelos prefeitos ligados a este grupo e que, dentre eles, Beto Richa era apontado. Daí o ataque da parte de Vanhoni ser mais direcionado ao adversário, enquanto ele sendo pertencente ao grupo que havia se estabelecido no poder por anos.

(34)

Quanto à retórica comum considerando partido, se percebe que o candidato do PT faz um ataque ao adversário usando partido, as demais 13 menções a partido não são feitas em situação de conflito. Na propaganda de Beto Richa nota-se que houve dois ataques aos adversários mencionando partido e as outras nota-seis vezes em que o partido foi citado, não eram em ataques ao adversário.

Planilha 5: Menção a partido e retórica utilizada

Candidatos Angelo Vanhoni Beto Richa

Número de casos % Numero de casos %

Retórica usada

Retórica típica de

mandatários

Uso do cargo 0 0 0 0

Associação à administração 0 0 0 0

Endosso de patrono político 0 0 0 0

Retórica típica de

desafiante

Ataque à administração 0 0 0 0

Ofensiva em relação a tema 0 0 0 0

Retórica comum

Endosso de liderança

política 8 57.1 2 25

Ataque ao adversário 1 7.1 2 25

Fonte: Banco de dados Eleições 2004 – Curitiba. Núcleo de Comunicação Política e Opinião Pública

Sobre o elemento “Endosso de liderança política”, pode-se perceber que das 14 vezes que Vanhoni faz menção ao partido, oito delas havia endosso de liderança política. Esse endosso está constado no formato de depoimentos. Na campanha de Beto Richa, das oito menções a partido, duas traziam endosso de lideres políticos. Essas duas vezes também aparecem no formato “Depoimento”, mas apenas uma vez esse líder político foi orador dominante.

Para que se entenda a presença do partido em uma campanha eleitoral, é importante que se exponha a solidariedade entre os membros e simpatizantes deste.

(35)

Um elemento que pode mostrar a solidariedade entre os membros do PT na campanha de Vanhoni, está no programa do dia 28 de outubro, em que é apresentada a equipe que coordena a campanha e o plano de governo de Vanhoni, e que, além disso, terá espaço na construção de seu governo, caso vencesse o pleito. Era um vídeo que mostravam militantes, quadros históricos do partido no âmbito estadual trabalhando em mesas e pranchetas de arquiteto, eles exponham e discutiam projetos para a cidade com a voz do candidato ao fundo explicando o trabalho de seus partidários e o processo de escolha desta equipe. Nesse ponto, além de mostrar que a maneira de governar do PT é com base na união dos seus militantes, a campanha também deixou transparecer, aí, quem são os quadros petistas que serão contemplados com benefícios de cargos e chefias de setores, na futura gestão Vanhoni. O PT valoriza a união de seus quadros na hora de gerir um governo, mas também valoriza as potencialidades individuais dos militantes mais destacados.

Outro ponto que também mostra a solidariedade entre os partidários do candidato é o uso de lideranças partidárias falando a favor de Vanhoni no seu programa. São lideres petistas de nível nacional, como o ex-ministro Antonio Palocci, o Presidente Lula, o Senador Aloísio Mercadante, falando sobre a qualificação política de Vanhoni, o preparo que o candidato tem para assumir a prefeitura de Curitiba, e como ele segue a “cartilha” política do PT, o seu modelo de fazer política. Também falam que o fato de Vanhoni ser um militante histórico e ter uma importante participação na construção do partido. É importante perceber que nesta campanha, apesar de se ter diversos pronunciamentos de líderes comunitários e dos movimentos sociais, são os pronunciamentos de líderes

(36)

nacionais e estaduais do PT, que chamam mais a atenção para se pensar na comunidade partidária em que Vanhoni está inserido.

Ou seja, os depoimentos dos quadros partidários, que são ainda mais carregados do “romantismo” político e da paixão que se tem em “ser petista” é que irão marcar a campanha do PT e convencer o eleitorado da competência do candidato. É possível perceber, também, que a presença desses líderes nacionais representa o seguinte cenário: tais líderes nacionais são representantes internos de quadros estaduais, que estão através deles requerendo bens seletivos para si no futuro mandato do partido. É como se houvesse uma compensação, a presença de um quadro nacional no programa do candidato irá garantir um beneficio valioso ao quadro equivalente presente no estado.

(37)

5. CONCLUSÃO

O Partido dos Trabalhadores foi fundado em 1979 e teve sua formação externa ao Parlamento, ele foi construído com ajuda de setores progressistas da Igreja Católica e em meio aos movimentos sociais – sindical, estudantil, sem-terra, etc. O PT é um partido de massas e que tem descentralização ideológica, ou seja, livre trabalho de tendências internas. É um partido que se enquadra na ideologia socialista e uma forma de se verificar isso é usando um instrumento apresentado por DUVERGER (1970) e que mostra que a organização do PT se dá por meio de seções.

Na história da política brasileira, o PT sempre se posicionou à esquerda. Defendia a liberdade política, a livre participação dos cidadãos nas decisões do governo e uma política econômica igualitária.

Com o passar dos anos, a partir da eleição de 1989, quando o candidato Luiz Inácio Lula da Silva ficou e segundo lugar na disputa presidencial, o PT passou a

(38)

dar mais prioridade às eleições. A legenda encontrou um espaço confortável para cumprir sua proposta de governo na gestão de importantes capitais, como Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo sem, com isso, perder o foco da disputa presidencial.

Quando foi então que na eleição de 2002, o PT consegue eleger Luiz Inácio Lula da Silva Presidente. A eleição de 2004 para prefeito, caracterizou-se por ser a primeira disputa para prefeitos da chamada “Era Lula”, nessa eleição o PT marcou uma posição importante disputando com firmeza o pleito em diversas capitais. Uma delas é Curitiba que tinha como candidato petista o deputado estadual Ângelo Vanhoni, que já havia perdido a disputa em 2000, veio para a eleição de 2004 com fôlego renovado, mas novamente foi derrotado no Segundo turno, dessa vez pelo candidato Beto Richa, do PSDB.

A campanha de 2004 contou com os dois candidatos acima citados tomando um posicionamento de desafiantes. Ambas as campanhas criticavam as atuações da prefeitura na gestão Cássio Taniguchi, apontavam centralização do poder municipal, a desatenção a alguns bairros mais distantes e atraso na conclusão de algumas obras. Eram desenhos de mundo atual parecidos, com posicionamento crítico que expunham descontentamento e mostravam que a cidade estava longe do ideal as visões de mundo futuro apresentadas projetavam uma melhora, um avanço para a cidade em muitos aspectos.

As diferenças entre as campanhas são sutis. A campanha de Beto Richa era mais comedida na hora de tecer críticas à atual gestão, pois Beto Richa foi parte dela até o inicio de 2004, tendo ocupado a vice prefeitura e a Secretaria de Obras Públicas. As críticas mais explícitas eram dirigidas ao governo estadual, que tinha

(39)

à sua frente Roberto Requião, do PMDB, e que apoiava Vanhoni nessa disputa. Além de críticas dirigidas ao partido de seu adversário, o PT. As críticas de Vanhoni eram prioritariamente dirigidas ao grupo político que governava a cidade nos últimos anos e que tinha as suas prioridades, além da tentativa do candidato petista em associar a imagem de Beto Richa a tal projeto, que para ele, seria ultrapassado.

Os candidatos apontavam propostas muito parecidas, como a tomada de decisão por parte dos moradores dos bairros para a execução de obras. Isso, na campanha de Vanhoni se chamou “Orçamento Participativo”, com base no projeto que nasceu em Porto Alegre e se espalhou pelo país como uma marca dos governos petistas. Mas Beto Richa tinha uma proposta semelhante de participação popular,ao qual se dava outra denominação: audiência pública.

Acredita-se que o ponto de maior diferencial nas duas campanhas foi a “garantia” que cada um apresentou para o cumprimento de suas propostas. Beto Richa trouxe para a disputa como garantia o histórico familiar, o fato de seu pai José Richa já ter sido governador do estado. E seu pai, já falecido na época, aparecia muito na campanha no histórico do candidato, como patrono, aparecia também como garantia de competência do nome “Richa”, mas também vinha como um mecanismo de defesa do candidato, pois quando se acirravam os ânimos na disputa, Beto Richa acusava os adversários de “atacar a honra” de seu pai.

Por sua vez, Vanhoni fez uso da presença de líderes políticos, tanto do seu partido como da base aliada. Foram membros do governo do estado, membros do governo federal, presidentes de autarquias do Estado, senadores (ainda que de outro estado). E esses líderes se pronunciavam no seu programa, às vezes ao lado

(40)

do candidato, às vezes sozinhos Um desses pronunciamentos foi o do Presidente Lula. Todas essas aparições em favor da candidatura de Vanhoni mostravam a presença marcante de elementos partidários na campanha, e a importância que a legenda colocou nessa disputa.

Ao analisar as planilhas foi possível ver o uso de menções partidárias nas duas campanhas. Percebe-se que Vanhoni usa mais o partido que Beto Richa. Foram 14 menções do petista, contra oito menções do tucano em todos os segmentos da campanha. Constata-se que além do candidato do Partido dos Trabalhadores utilizar mais a legenda que seu adversário, há a preocupação em transmitir, em comunicar valores e imagens do PT no programa de TV.

Essa transmissão de valores ideológicos aos eleitores aparece quando se vê, na propaganda, o candidato Vanhoni falando da vontade que se tem de ver uma cidade “mais justa, mais humana”, quando ele fala sobre lutar por uma “vida melhor para as pessoas”. Vanhoni inclusive entra em um longo debate dentro da disputa, sobre transparência nas contas públicas da prefeitura, com a polêmica dos contratos para colocação de radares. Esses pontos significam a ideologia de política igualitária e de rigor com as contas publicas defendida pelo PT. Destaca-se que a eleição de 2004 precede o escândalo do mensalão, desta forma a transparência e rigor ainda eram marcas exclusivas do PT e que o diferenciavam do PSDB. Além dos já citados depoimentos de lideres partidários que comunicavam a qualidade e competência do partido em seus mandatos e ainda significavam coesão do grupo político e expunham a importância de eleger Vanhoni prefeito de Curitiba.

(41)

Com relação à transmissão de bens seletivos e bens coletivos, pode-se constatar, a partir da história do PT, que o partido migrou da figura de uma legenda transmissora de bens coletivos exclusivamente para passar a transmitir também bens seletivos. Essa migração começa a acontecer a partir da eleição de 1989, quando o partido percebe que pode ir além da atuação nos movimentos sociais e ao lançar Luiz Inácio Lula da Silva candidato a presidente vê que pode alcançar um segmento significativo do eleitorado. É então que o partido começa a disputar e ganhar prefeituras em cidades importantes, fazer alianças com partidos do campo da esquerda e de um campo próximo ao centro também, alem de adquirir postos públicos. Gradativamente, em sua história, o PT passou a incorporar a transmissão de bens seletivos, o que seria habitual mediante o seu crescimento na esfera de governos executivos. Mas a partir da análise dos Horários Eleitorais de 2004 em Curitiba não se constata a completa substituição de bens coletivos pelos bens seletivos, ainda que o número de menções ao partido tenha sido pequena – 14 - apenas.

Como menciona a literatura, os bens coletivos servem para fortalecer o laço

entre os partidários e reforçar a identidade ideológica. Ao longo do trabalho foi possível verificar a presença de mensagens que, ao mencionar partido, buscavam atender tal função. Destacam-se aquelas: mensagens de apoio de lideranças nacionais; o discurso com valores de justiça social; a preocupação com elaboração de políticas públicas que viesse a alcançar essa justiça social; e ainda na apresentação da equipe de governo com muitos partidários que governariam juntos caso o PT vencesse a eleição. Em síntese, havia poucas mensagens, mas elas ainda estavam presentes no programa.

(42)

5. Referencias Bibliográficas

DOWNS, Anthony. Uma teoria econômica da democracia. Tradução Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos. São Paulo: Ed. USP, 1999. (O original data de 1957), 336p.

DUVERGER, Maurice. Os Partidos Políticos. Rio de Janeiro: Zahar. 1970, 460p. (originalmente escrita em 1951)

FIGUEIREDO, Marcus. et al. Estratégia de persuasão em eleições majoritárias: uma proposta metodológica para o estudo da propaganda eleitoral. In: FIGUEIREDO, Rubens. Marketing político e persuasão eleitoral. São Paulo: Konrad Adenauer, São Paulo, 2000, p.147-201.

KINZO, Maria D’Alva. Radiografia do quadro partidário brasileiro. In:______Radiografia do quadro partidário brasileiro. São Paulo: Konrad Adenauer, 1994, p. 56-60.

OLIVEIRA, Luiz Ademir. As estratégias retóricas na construção dos mundos de natureza ficcional – Um estudo comparativo das campanhas de Belo Horizonte e

(43)

Salvador na eleição de 2000. 2004. Tese (Doutorado em Ciência Política) – IUPERJ, Rio de Janeiro, 2004.

MAIR, Peter. Os partidos políticos e a Democracia. Revista Análise Social. Lisboa, v.37, p.277-293. 2003.

PANEBIANCO, Ângelo. Modelos de partido. Madrid: Alianza Editorial, 1995 (originalmente escrita em 1976), p. 27-49.

VEIGA, Luciana F.; SOUZA, Nelson R. de. PT, mandatário, versus PSDB, desafiante: As estratégias de retórica na disputa pela Prefeitura de São Paulo em

2004. In: ENCONTRO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIENCIA

POLÍTICA, 5, Belo Horizonte, 2006. Site: www.pt.org.br Site: www.pt-pr.org.br Site: www.fpabramo.org.br Site: www.tse.org.br Site: www.pstu.org.br Site: www.pco.org.br Site: www.tre-pr.jus.br

Referências

Documentos relacionados

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

Fonte: elaborado pelo autor. Como se pode ver no Quadro 7, acima, as fragilidades observadas após a coleta e a análise de dados da pesquisa nos levaram a elaborar

Para Azevedo (2013), o planejamento dos gastos das entidades públicas é de suma importância para que se obtenha a implantação das políticas públicas, mas apenas

Nele contém perguntas a fim de entender melhor o gosto do público alvo, as referências estéticas seguidas por elas, qual caminho seguir abrangendo a cultura escolhida,

Por fim, na terceira parte, o artigo se propõe a apresentar uma perspectiva para o ensino de agroecologia, com aporte no marco teórico e epistemológico da abordagem

Outras possíveis causas de paralisia flácida, ataxia e desordens neuromusculares, (como a ação de hemoparasitas, toxoplasmose, neosporose e botulismo) foram descartadas,

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for