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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA DIRETORIA DE CONTROLE DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES INSPETORIA 2 DIVISÃO 4

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

DIRETORIA DE CONTROLE DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES

INSPETORIA 2

DIVISÃO 4

PROCESSO

DIL 07/00251421

UNIDADE GESTORA

CENTRAIS ELETRICAS DE SANTA CATARIA

(Distribuição S/A)

INTERESSADO

Miguel Ximenes de Melo Filho

Diretor-Presidente

RESPONSÁVEL

Miguel Ximenes de Melo Filho

Diretor-Presidente

ASSUNTO

Inexigibilidade de Licitação 273/2006

Contratação de empresa especializada para

prestação de serviço de suporte e técnico,

manutenção de campo, reparo de unidades em

fábrica de call center para sistemas e

equipamentos da Nec do Brasil S/A

RELATÓRIO

DLC/INSP2/DIV4 N.º 438/2007

1 INTRODUÇÃO

A Unidade Gestora acima identificada encaminhou a esta Corte

de Contas, a Inexigibilidade de Licitação n.° 273/2006, em cumprimento a

Resolução TC - 06, de 3 de dezembro de 2001, nos termos da Instrução

Normativa n° 01, de 4 de novembro de 2002.

Inexigibilidade de Licitação N° 237/2006

Contrato S/n

Objeto Contratação de empresa especializada para prestação de serviço de suporte e técnico, manutenção de campo, reparo de unidades em fábrica de call center para sistemas e equipamentos da Nec do Brasil S/A

Contratado Nec do Brasil S/A

Valor R$ 2.601.870,00

Prazo 12 meses

(2)

Em 23 de julho de 2007, a Diretoria de Controle de Licitações e

Contratações emitiu o Relatório n.º 333/2007, às fls. 103 às 113.

Em 27 de julho de 2007, o Relator determinou a Audiência do Sr.

Eduardo Carvalho Sitônio

– Diretor Técnico da Celesc – Distribuição, o que foi

realizado através do ofício de n.º 11.150/2007, fls. 115.

Em 12 de setembro de 2007, o Sr. Eduardo Carvalho Sitônio

Diretor Técnico da Celesc – Distribuição, encaminhou os documentos às fls 116 a

120.

2 ANÁLISE

2.1 Ausência de definição clara e objetiva do objeto contratado,

em desconformidade com o artigo 55, inciso I; combinado com o artigo 7º,

parágrafos 2º, inciso II, 4º e 9º, da Lei nº 8.666/93

O item 2.3, do Relatório DLC n.º 333/2007:

O objeto da presente inexigibilidade de licitação é a Prestação de serviços de Suporte Técnico, Manutenção, Reparo e Call Center (7x24) para os sistemas e equipamentos cujo fornecimento tenha sido da Nec do Brasil S/A. para a Celesc, assim descrito na cláusula primeira do contrato:

Fornecimento de prestação de serviços de Suporte Técnico, Manutenção, Reparo e Call Center (7x24) para os sistemas e equipamentos cujo fornecimento tenha sido da Nec do Brasil S/A. para a Celesc, por um período de 12 (doze) meses.

PARÁGRAFO ÚNICO: Todos os detalhes deste atendimento, no que se referem aos equipamentos, serviços complementares para supervisão remota, estrutura básica da Nec, funcionamento do Call Center, manutenção em fábrica (reparo de unidades), tempo de retorno dos equipamentos, serviços não contemplados pelo suporte técnico e outros detalhes técnicos estão definidos no Anexo 01, Especificação de Serviços de Manutenção e Suporte Técnico.

(3)

Note-se que em se tratando de prestação de serviços, estes deveriam estar bem definidos, no entanto, denota-se a ausência de definição clara do objeto e seus elementos característicos.

O objeto foi definido de forma sucinta, sendo, no entanto, imperativa uma definição detalhada, primeiramente com a listagem de todos os sistemas e equipamentos sujeitos à supervisão pela contratada, bem como o detalhamento dos serviços de Suporte Técnico, Manutenção, Reparo e Call Center.

O anexo I, referido na cláusula primeira do contrato, não supre a carência de elementos para correta definição do objeto.

Ainda, a cláusula segunda do contrato firmado que define a cobertura geográfica, assim dispõe:

Todas as unidades da Celesc Distribuição S/A. onde foram instalados os equipamentos de fornecimento da NEC do Brasil S/A., conforme

Contrato nº 11.066/1995, no Estado de Santa Catarina (ver anexo II),

estão cobertas por este contrato. [...] (grifou-se)

Apesar de aludido na cláusula acima transcrita, não se verifica nos autos, cópia do Contrato nº 11.066/1995, bem como do Anexo II, impossibilitando, por conseqüência, a delimitação da área de abrangência do contrato e respectivos aparelhos e sistemas sujeitos à prestação de serviços de suporte técnico, Manutenção e reparo, objeto da presente licitação.

A ausência de definição clara e objetiva do objeto contrato, não permite aferir de forma indubitável o correto enquadramento da inexigibilidade, e está em desconformidade com a legislação vigente, em especial com o artigo 55, inciso I; combinado com o artigo 7º, parágrafos 2º, inciso II, 4º e 9º, da Lei nº 8.666/93:

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I - projeto básico; II - projeto executivo;

III - execução das obras e serviços. [...]

§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: [...]

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

[...]

§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

[...]

§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

O Sr. Eduardo Carvalho Sintônio, encaminhou sua resposta às

fls. 116 a 118, nos seguintes termos:

(4)

O objeto refere-se ao fornecimento de prestação de serviços de suporte técnico, manutenção corretiva, reparo e Call Center (7X24) envolvendo os seguintes sistemas e equipamentos cujo fornecimento tenha sido da NEC para a Celesc, consistindo das seguintes atividades.

Suporte Técnico: Prestação de esclarecimentos técnicos quanto ao funcionamento dos equipamentos, via meio de comunicação de voz e/ou dados, auxiliando remotamente técnicos de manutenção que estejam em campo para solução de problemas.

Manutenção Corretiva: serviços realizados por equipes da NEC, em campo, nas estações de telecomunicações da Celesc, buscando resolver defeitos que venham a ocorrer nos equipamentos e sistemas de telecomunicações.

Reparo: A contratada efetuará reparos, em nível de circuitos, em equipamentos, unidades, sistemas computacionais (hardwares e softwares) por ela instalados, até o limite de 200 reparos.

Call-Center: A Contratada deverá manter um serviço (7X24) para atendimento aos chamados da Celesc, quando da ocorrência de defeitos nos sistemas. As equipes que compõem estes serviços deverão acionar as equipes de manutenção e/ou suporte.

Serão considerados como equipamentos e sistemas passíveis de atendimento neste objeto, os seguintes equipamentos e plataformas: · Sistema de Rádio Ponto a Ponto RDA-2;

· Sistema de Rádio Multiacesso DRMASS;

· Multiplexadores de dados de baixa Velocidade NMDT; · Multiplexadores Flexíveis de 8Mbps NMCP3000;

· Sistemas de Gerência do DRMASS – Sistema Operacional e Software Proprietário;

· Sistema de Gerência INC 0-100 com os bancos de dados co-relacionados;

· PABX NEAX 2400 Sistema MAT; · Multiplexadores SDH;

· Sistemas de Gerência Windata SGA.

As unidades passíveis de reparos são as relacionadas nas folhas 43,44,45,46,47,48,49 e 50 do anexo I.

Os serviços não contemplados no objeto do contrato são os relacionados na página 63 do anexo I.

Assim entende-se que o objeto do contrato, bem com as informações constante do anexo 1, são precisas, claras e objetivas.

Quanto o não encaminhamento ao TCE/SC do anexo II do contrato 11.066/95, foi em função da existência de 09 (nove) volumes de processos, ou seja, haveria que encaminhar uma quantidade desnecessária de copias que onerariam os cofres públicos.

No mesmo item o TCE/SC, a firma que ausência de "a ausência de definição clara e objetiva do objeto contrato, não permite aferir de forma indubitável o correto enquadramento da inexigibilidade", pois bem no presente relatório do TCE/SC, na folha 105, assim se posiciona: "(...) no caso em tela há inviabilidade de competição já que a empresa contratada detém a exclusividade da prestação de serviço, conforme Atestado (...)".

Na hipótese (exame de futurologia) de não haver o correto enquadramento, mesmo assim trata-se de um processo de inexigibilidade.

(5)

A Instrução apontou a ausência de definição clara e objetiva do

objeto contrato, em desconformidade com o artigo 55, inciso I; combinado com o

artigo 7º, parágrafos 2º, inciso II, 4º e 9º, da Lei nº 8.666/93.

O Sr. Eduardo informou que as unidades passíveis de reparos

estão relacionadas nas folhas 43,44,45,46,47,48,49 e 50 do anexo I. Informou

ainda, que “os serviços não contemplados no objeto do contrato são os

relacionados na página 63 do anexo I”.

Entretanto, na primeira informação trazida acima, pelo Sr.

Eduardo, apontou as unidades passíveis de reparos, mas não indicou o lugar onde

estão localizadas essas unidades. Na segunda informação trazida, só confirmou o

apontado pela Instrução, quando confirma que há serviços não contemplados no

objeto do contrato, remetendo ao anexo I.

Portanto, a restrição permanece.

2.2 Ausência de justificativa de preços, não satisfazendo a

exigência contida no inciso III, do artigo 26, da Lei nº 8.666/93

Do item 2.4, do Relatório DLC n.º 333/2007:

O artigo 26, inciso III, da Lei Federal n.º 8.666/93, dispôs:

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

[...]

(6)

Não há no processo em análise qualquer justificativa de preço, contrariando o inciso III, do parágrafo único do art. 26, da Lei nº 8.666/93.

Segundo Marçal:

A validade da contratação depende da verificação da razoabilidade do preço a ser desembolsado pela Administração Pública.

A regra não se vincula precipuamente à contratação direta – afinal, não se admite, em hipótese alguma, que a Administração Pública efetive contratação por valor desarrazoado. (...)

Mas a questão adquire outros contornos em contratações diretas, em virtude da ausência de oportunidade para fiscalização mais efetiva por parte da comunidade e dos próprios interessados.

Diante da ausência de competição, amplia-se o risco de elevação dos valores contratuais. Bem por isso, o art. 25, §2º, alude à figura do “superfaturamento” como causa de vício da contratação. Eventualmente, a conduta dos envolvidos poderia caracterizar inclusive figura de natureza penal.

(...) JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 9º Ed. São Paulo: Dialética, 2002, 291/ 292 p. O TCU no Acórdão 1888/2006 que tratou do Relatório de Acompanhamento, feita em 2001, na Dataprev - TC 014.003/2001-2, registrou que:

70. Cabe lembrar que a elaboração da justificativa de preço - prevista no art. 26, parágrafo único, III, da Lei nº 8.666/93 - compete à Administração, devendo o gestor responsável cuidar para que fique evidenciada a razoabilidade do preço a ser desembolsado. Assim, a utilização da permissão legal para a contratação direta exige o cumprimento de formalidades que visam proteger o interesse público, daí a necessidade da Administração demonstrar a razoabilidade do preço e a adequação do fornecedor escolhido (Ata 41/2006 – Plenário / Sessão 11/10/2006 / Aprovação 13/10/2006 / Dou 16/10/2006 – Pág. 0) A justificativa do preço da contratação, inclusive já foi recomendada à Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. – CELESC, em processo similar DIL - 05/04131044, apreciado por esta Corte de Contas, na sessão plenária de 19/04/2006, onde restou lavrada a Decisão nº 1092/2006, nos seguintes termos:

O TRIBUNAL PLENO, diante das razões apresentadas pelo Relator e com fulcro nos arts. 59 da Constituição Estadual e 1º da Lei Complementar n. 202/2000, decide:

6.1. Conhecer da Dispensa de Licitação n. 066/2005, formalizada pela CELESC, cujo objeto é a contratação de empresa para reforma do auto-transformador Mitsubishi, instalado na Subestação IV, de Joinville, com valor máximo previsto de R$ 2.730.000,00, considerando seus termos em consonância com as determinações dos arts. 24, inciso IV, e 26, inciso I, da Lei Federal n. 8.666/93.

6.2. Recomendar à CELESC, nos termos do art. 6º, inciso II, da Instrução Normativa n. TC-01/2002, que adote medidas corretivas para cumprimento das normas legais pertinentes, em futuras contratações, acerca da justificativa do preço, previsto no art. 26 da Lei Federal n. 8.666/93, discriminando todos os serviços a serem executados, quantitativos e preços unitários, relativos à caracterização e enquadramento da licitação como o de dispensa de licitação, o que não desobriga a administração em observar o que dispõe a Lei Federal n. 8.666/93, arts. 6º, IX, alínea "f", 7º, § 2º, II, e § 4º, e 40, § 2º, II. (grifou-se).

(7)

O Sr. Eduardo Carvalho Sintônio, encaminhou sua resposta às

fls. 118 e 119, nos seguintes termos:

O Tribunal de contas de Santa Catarina argumenta que não existe estimativa de preços do processo 273/06, é transcreve as lições do Mestre Marçal sobre o assunto.

Não existe na Lei (8.666/93) e na doutrina um modelo padrão de justificativa de preço. Logo entende a Celesc que o MEMO: MI-527 de 20/12/2006 justifica o preço. Já que o mesmo aborda a série histórica de contratações e o ultimo preço praticado para os serviços, ou seja, o valor de R$ 997.200,00 (Novecentos e noventa e sete mil e duzentos reais). Na lição do mestre Marçal, complementando a doutrina utilizada pelo próprio TCE/SC sobre as explicações do preço assim explica que seja a razoabilidade:

"A razoabilidade do preço deverá ser verificada em função da atividade anterior e futura do próprio particular. O contrato com a Administração Pública deverá ser praticado em condições econômicas similares com as adotadas pelo particular para o restante de sua atividade profissional." (Comentários a Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 11' edição 2005, pág. 295). (grifo nosso)

Entendemos assim que o referido memo aborda a série histórica e os preços praticados por serviços semelhantes no mercado. Como o próprio Marçal nos ensina verificando o preço anterior praticado.

Assim como o preço contratado é menor do que o contrato anterior, entende-se que o preço esta dentro do que é razoável.

A Instrução apontou a ausência de justificativa de preços, não

satisfazendo a exigência contida no inciso III, do artigo 26, da Lei nº 8.666/93.

O Sr. Eduardo justificou que “a Celesc que o MEMO: MI-527 de

20/12/2006 justifica o preço. Já que o mesmo aborda a série histórica de

contratações e o ultimo preço praticado para os serviços, ou seja, o valor de R$

997.200,00 (novecentos e noventa e sete mil e duzentos reais)”.

O Sr. Eduardo apontou o Memo MI-527 de 20/12/2006 (ou

melhor – Memo. 567, de 20/12/2006) presente às fls. 12, dos autos, nos seguintes

termos:

Conforme solicitação de Vossa Senhoria, informamos os recursos financeiros destinados ao pagamento da execução do objeto do Contrato objeto do PCIL-273/2006 estão previstos no Orçamento Operacional, conta 21.215 (Serviços de Telecomunicação, Telecontrole e Teleproteção), sob gestão do Departamento de Operação do Sistema Elétrico. (DPOP).

(8)

Informamos também que a Nec mantém contratos desta natureza com outras empresas do ramo, sempre em bases semelhantes de preço da proposta da Nec do Brasil S/A anexa e este processo, definidos nos quadros de preços praticados e apresentados a Celesc de acordo com as tabelas de preços de serviços do seu Call Center.

Com a Celesc, a Nec vem desenvolvendo este tipo de serviço de Manutenção e Suporte Técnico desde 2005, através do Contrato nQ 36.794/2004 e seu respectivo aditivo n° 001/2005 assinado para o período 2006, com valores da ordem de R$ 997.200,00.

Face o exposto acima, solicitamos a sua análise e liberação para o andamento do referido processo, no sentido de manter as condições operacionais necessárias ao bom funcionamento do sistema de telecomunicações da empresa.

Destacamos os seguintes argumentos acima do Sr. Eduardo:

a)

“a Nec mantém contratos desta natureza com outras

empresas do ramo, sempre em bases semelhantes de preço da proposta da Nec

do Brasil S/A anexa

”.

Entretanto, não foram juntados os documentos para

comprovar os preços; e

b) “a Nec vem desenvolvendo este tipo de serviço de

Manutenção e Suporte Técnico desde 2005, através do Contrato nº 36.794/2004

e seu respectivo aditivo n° 001/2005 assinado para o período 2006, com valores

da ordem de R$ 997.200,00”.

A base do valor do contrato anterior não é

argumento, pois o contrato anterior celebrado com a própria empresa, o preço

dos produtos de informática já poderia estar acima do valor de mercado.

Advoga Jessé Torres Pereira Junior:

O critério do menor preço deve presidir a escolha do adjudicatário direto como regra geral, e o meio de aferi-lo está em juntar aos autos do

respectivo processo pelo menos três propostas (número que se

sugere por simetria com a exigência da lei quanto ao mínimo de habilitados que convalidada licitação mediante convite). PEREIRA JUNIOR. Jessé Torres. Comentários À Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública. 5. ed. Rio de Janeiro: renovar, 2002. 315p.) (grifou-se)

(9)

2.3 Não observância do prazo de envio do processo de

inexigibilidade de licitação, em desconformidade com o disposto no

parágrafo 1º, do artigo 2º, da Instrução Normativa TC-01/2002

Do item 2.5, do Relatório DLC n.º 333/2007:

A Instrução Normativa n. TC-01/2002 que estabeleceu procedimentos para exame de editais de concorrência, de dispensas ou de inexigibilidades de licitação de valor igual ao exigido para concorrência, e dos respectivos contratos e aditivos realizados pela Administração Pública do Estado e dos Municípios, determina no seu artigo 2º, o prazo de envio dos dados sobre os processos licitatórios lançados na modalidade de concorrência, inclusive concessão e permissão de serviços públicos, anexando arquivo eletrônico do edital e seus anexos, como segue:

Art. 2º Os titulares dos órgãos e entidades da Administração Pública do Estado e dos Municípios devem informar ao Tribunal de Contas, até o

dia seguinte à primeira publicação do aviso de realização da licitação prevista no art. 21, II, da Lei n. 8.666/93, no website do

Tribunal, na internet, os dados sobre os processos licitatórios lançados na modalidade de concorrência, inclusive concessão e permissão de serviços públicos, anexando arquivo eletrônico do edital e seus anexos previstos no § 2º do art. 40 da mencionada Lei.

§ 1º – As disposições deste artigo se aplicam aos avisos de dispensa

ou de inexigibilidade de licitação cujos valores de contratação

estejam enquadrados a partir do limite para a modalidade de

Concorrência, situação em que devem ser remetidos os elementos

previstos no parágrafo único do art. 26 da Lei Federal n. 8.666/93. (Grifou-se)

O descumprimento do disposto no artigo sobredito sujeita os responsáveis à aplicação de multa, conforme o artigo 16, c/c inciso VII, do artigo 70 da Lei Complementar n. 202, de 15 de dezembro de 2000, que instituiu a Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, conforme segue.

Art. 16. O descumprimento das normas desta Instrução Normativa sujeita os responsáveis às sanções previstas no art. 70 da Lei Complementar n. 202/00 (Lei Orgânica do Tribunal).

Art. 70. O Tribunal poderá aplicar multa de até cinco mil reais aos responsáveis por:

(...)

VII - inobservância de prazos legais ou regulamentares para remessa ao Tribunal de balancetes, balanços, informações, demonstrativos contábeis ou de quaisquer outros documentos solicitados, por meios informatizado ou documental.

O comunicado de Inexigibilidade de Licitação foi publicado no Diário Oficial do Estado nº 18.032, no dia 22 de dezembro de 2006 (fl. 91), sendo remetido a este Tribunal em 15 de janeiro de 2007, conforme protocolo de recebimento (fl. 02), pelo que não foi cumprido o prazo determinado pela Instrução Normativa.

(10)

O Sr. Eduardo Carvalho Sintônio, encaminhou sua resposta às

fls. 119, nos seguintes termos:

Procurando dar maior publicidade de seus atos a Celesc vem publicando a intenção da contratação e após este ato a publicação da ratificação da contratação.

Para o TCE/SC e a doutrina dominante só é necessário a publicação da ratificação. No caso em tela, esta publicação ocorreu no dia 03/01/07 através do Diário Oficial do Estado número 18035.

Como não tínhamos lembrança do ocorrido, consultamos por e-mail a Imprensa Oficial (Diário Oficial de Santa Catarina) o dia da circulação do referido diário. Em resposta foi informado que DOE n° 18035 circulou só no dia 12/01/07, uma sexta feira, logo o dia 15/01/07 era o primeiro dia útil para o encaminhamento ao TCE/SC do processo. Assim cumprimos a Instrução Normativa n° TC-01/2002, não existindo nenhum ato ilegal conforme documento anexo.

A Instrução apontou a não observância do prazo de envio do

processo de inexigibilidade de licitação. O Sr. Eduardo informou que a Instrução

Normativa foi cumprida tendo em vista que “DOE n° 18035, circulou só no dia

12/01/07, uma sexta feira, logo o dia 15/01/07 era o primeiro dia útil para o

encaminhamento ao TCE/SC do

processo”. Portanto, os esclarecimentos trazidos

e o documento juntado, às fls. 121, sanam a restrição.

2.4 Ausência de numeração identificadora do contrato,

contrariando o que determina o artigo 60, da Lei nº 8.666/93

Do item 2.6.1, do Relatório DLC n.º 333/2007:

Analisando o contrato em anexo, verifica-se que não há numeração identificadora do mesmo, contrariando o que determina o artigo 60, da Lei nº 8.666/93, que assim dispõe:

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

O Sr. Eduardo Carvalho Sintônio, encaminhou sua resposta às

fls. 120, nos seguintes termos:

(11)

O Contrato em questão possui os fundamentos necessários de validade, assim contrato administrativo é realizado por escrito, exceto nas hipóteses de pequenas compras de pronto pagamento, a teor do parágrafo único do art. 60.

A forma escrita garante a possibilidade de controle dos atos praticados pela Administração (JUSTEN FILHO, 2000, p. 537; MEIRELLES, 1996, p. 177).

Lembra HELY LOPES MEIRELLES (1996, p.177) que "é nulo o contrato administrativo omisso em pontos fundamentais, ou firmado sem licitação quando exigida, ou resultante de licitação irregular ou fraudada no julgamento".

Diante do exposto, e em resposta ao referido item, informamos que na página 100 do PCIL 273/06 encontra-se a numeração identificadora do contrato, assim cumprindo os preceitos do artigo 60 da Lei de Licitações, bem como as recomendações do TCE/SC. O numero que identifica o contrato é 039963.

A Instrução apontou a ausência de numeração identificadora do

contrato, contrariando o que determina o artigo 60, da Lei nº 8.666/93.

O Sr. Eduardo informou que “na página 100 do PCIL 273/06

encontra-se a numeração identificadora do contrato, assim cumprindo os

preceitos do artigo 60 da Lei de Licitações, bem como as recomendações do

TCE/SC. O numero que identifica o contrato é 039963”.

Segundo Marçal Justen Filho, “as exigências contidas no art. 60,

destinam-se a assegurar a possibilidade de fiscalização sobre cumprimento das

formalidades legais. Impõe-se a lavratura dos contratos por instrumento escrito,

na repartição interessada, arquivados em ordem cronológica, com restrito de seu

extrato. ...”. (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e

Contratos Administrativos, 9º ed. São Paulo: Dialética, 2002p. 485).

Segundo o artigo 107, do Código Civil, a validade da declaração

de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente

a exigir.

Entretanto, o número indicado, às fls. 102, dos autos, que

identifica o contrato não comprova o cumprimento da exigência do artigo 60,

portanto, a restrição permanece.

(12)

3 CONCLUSÃO:

Ante o exposto e com fulcro nos arts. 59 da Constituição Estadual

e 1º da Lei Complementar n. 202/2000, sugere-se:

3.1 Conhecer da Inexigibilidade de Licitação n.º 273/2006, lançada

pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A, cujo objeto é contratação de

empresa especializada para prestação de serviço de suporte e técnico,

manutenção de campo, reparo de unidades em fábrica de call center para

sistemas e equipamentos, recebida nesta Casa com fundamento no § 1º, do artigo

2º da Instrução Normativa 01/02, para considerá-la ilegal, com fundamento no art.

36, § 2º, alínea "a", da Lei Complementar n. 202/00, bem como do contrato dela

decorrente, em face da:

3.1.1 ausência de definição clara e objetiva do objeto contrato, em

desconformidade com o artigo 55, inciso I; combinado com o artigo 7º, parágrafos

2º, inciso II, 4º e 9º, da Lei nº 8.666/93 (item 2. 1, do Relatório, fls. 125 a 128);

3.1.2 ausência de justificativa de preços, contrariando o disposto

inciso III, do artigo 26, da Lei nº 8.666/93 (item 2.2, do Relatório, fls. 128 a 131); e

3.1.3

ausência

de

numeração

identificadora

do

contrato,

contrariando o disposto no artigo 60, da Lei nº 8.666/93 (item 2.4, do Relatório,

fls. 133 e 134).

3.2 Aplicar multa ao Sr. Miguel Ximenes de Melo Filho, Presidente

das Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A a época da contratação, com

fundamento no art. 70, II da Lei Complementar n. 202/00 (Lei Orgânica deste

Tribunal) c/c art. 109, II da Resolução TC-06/01 (Regimento Interno desta Corte),

haja vista as ilegalidades evidenciadas na Inexigibilidade de Licitação n.º

273/2006, apontadas no item 3.1 desta Conclusão.

(13)

3.3 Dar ciência do Relatório à Assembléia Legislativa do Estado,

para que adote as medidas necessárias à sustação do Contrato de Prestação de

Serviços firmado entre as Centrais Elétricas de Santa Catarina Distribuição S.A e

a NEC do Brasil S/A (19/26), nos termos do art. 30 da Lei Complementar n. 202/00

(Lei Orgânica deste Tribunal) e §1º do art. 59 da Constituição do Estado de Santa

Catarina.

É o Relatório.

DLC/INSP.2/DIV.4, em 24 de setembro de 2007.

Luiz Carlos Uliano Bertoldi Auditor Fiscal de Controle Externo

Em: ____ / ____ / _____

Mirian Teresinha Demonti Rosa Chefe de Divisão

Em ____ / ____ / ____

Otto Ferreira Simões Coordenador da Inspetoria 2

DE ACORDO

À elevada consideração do Exmo. Sr. Relator, ouvido

preliminarmente o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas.

TCE/DLC/INSP.2/DIV.4, em ____ / ____ / ____

Edison Stieven

Diretor da DLC

Referências

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