• Nenhum resultado encontrado

CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL IMPORTÂNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DE RECICLÁVEIS EM FOZ DO IGUAÇU - PR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL IMPORTÂNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DE RECICLÁVEIS EM FOZ DO IGUAÇU - PR"

Copied!
60
0
0

Texto

(1)

CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e

aptos a promoverem as transformações futuras”

IMPORTÂNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DE

RECICLÁVEIS EM FOZ DO IGUAÇU - PR

LUCAS FORMIGHIERI BARROS

Foz do Iguaçu – PR 2020

(2)

LUCAS FORMIGHIERI BARROS

IMPORTÂNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DE

RECICLÁVEIS EM FOZ DO IGUAÇU - PR

Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Ambiental

Prof.ª Orientadora: Dr.ª Edneia Santos de Oliveira Lourenço

Foz do Iguaçu – PR 2020

(3)

B277i Barros, Lucas Formighieri

Importância da associação de catadores de recicláveis de Foz do Iguaçu - PR / Lucas Formighieri Barros - Foz do Iguaçu: UDC / 2020

Orientador: Dra. Edneia Santos de Oliveira Lourenço

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Centro Universitário Dinâmica das Cataratas

1. Resíduos sólidos. 2. Materiais recicláveis. 3. Cooperativa de agentes. 4. Centros de triagem.

CDU: 504

(4)

IMPORTÂNCIA DA ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DE RECICLÁVEIS EM FOZ DO IGUAÇU - PR

TRABALHO FINAL DE CONCLUSÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL

Acadêmico(a): Lucas Formighieri Barros

Orientador(a):Drª.Edneia Santos de Oliveira Lourenço

Nota Final

Banca Examinadora:

Prof. Drª. Cristiane Meinerz

Profª. Drª. Gláucia Soares Tolentino

(5)

Dedico este trabalho aos meus familiares que sempre me incentivaram.

(6)

Agradeço a todos que me ajudaram sempre com um incentivo ou algo positivo para agregar em minha formação.

Agradeço aos professores que sempre auxiliaram em todo meu processo de formação, especialemente minha orientadora Edneia Santos de Oliveira Lourenço, pelo incentivo e pela dedicação e por sempre estar presente para indicar a direção correta que o trabalho deveria tomar.

Agradeço a minha família por sempre me apoiar no caminho correto, aos amigos.

(7)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Resíduos gerados pelo Brasil...18

Figura 2 - Mapa de Foz do Iguaçu...29

Figura 3 - Localização dos centros de triagem...30

Figura 4 - Área interna do centro de triagem aterro sanitário...31

Figura 5 - Área interna e externa do centro de triagem vila c...32

Figura 6 - Área interna e externa do centro de triagem três lagoas...33

Figura 7 - Área interna e externa do centro de triagem Manoel da Silva...34

Figura 8 - Área interna e externa do centro de triagem Morumbi...35

Figura 9 - Área interna e externa do centro de triagem Rosana Lemos Turmina...36

Figura 10 - Área interna e externa do centro de triagem Profilurb...37

Figura 11 - Quantidade de trabalhadores por sexo...39

Figura 12 - Faixa etária dos catadores...40

Figura 13 - Escolaridade dos catadores...41

Figura 14 - Renda dos catadores...42

Figura 15 - Estado civil dos catadores...43

Figura 16 - Triagem inadequada de resíduos a céu aberto...46

Figura 17 - Caminhões da COAAFI...47

Figura 18 - Porcentagem dos tipos de resíduos comercializados pela COAAFI em 2018...48

Figura 19 - Porcentagem dos tipos de resíduos comercializados pela COAAFI entre outubro de 2019 a outubro de 2020...49

Figura 20 - Receita obtida pela COAAFI entre outubro de 2019 a outubro de 2020...51

(8)

LISTA DE ABREVIATURAS

ANAAM Associação Natureza de Agentes Ambientais

COAAFI Cooperativa de Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PMFI Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu

PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

(9)

FORMIGHIERI BARROS, Lucas. Importância da Associação de Catadores de

Recicláveis de Foz do Iguaçu - PR. Foz do Iguaçu, 2020. Trabalho Final de Graduação -

Centro Universitário Dinâmica das Cataratas.

RESUMO

A produção de resíduos sólidos vem aumento gradativamente nos últimos anos, como consequência disso, o tema sólido ganhou mais notoriedade em discussôes para que possa se estabeler estratégias e metas a fim de minimizar os impactos causados em decorrência desse aumento. Neste contexto, esta pesquisa objetivou analisar a importância social, ambiental e econômica da cooperativa de agentes ambientais de Foz do Iguaçu. Para tanto, foram selecionados os sete centros de triagem do Município, onde foi elaborado um questionário, para avaliar as condições sociais em que os catadores de reciclados se encontram e as condições de trabalho apresentada pelos centros de triagem. Além do questionário, realizou-se uma análise da quantidade gerada de resíduos coletadas e uma análise financeira dos materiais que são comercializados. O resultado obtido por meio do questionário, apontou que os catadores possuem na sua maioria idade entre 31 e 40 anos, com baixa escolaridade, mais de 90% não concluiram o ensino fundamental, a maioria são casados e recebem entre um a dois salários mínimos, a renda desses catadores são diretamente proporcional a sua produtividade, baseada na quantidade de resíduos triados nos barracões. Foi constatado que este serviço a sociedade que os catadores de materiais recicláveis executam, reduz aproximadamente 28% do volume total de resíduos que deixam de ir para o aterro sanitário, aumentando assim, a vida útil do mesmo. A coleta é fundamental também como fomento na geração de emprego, renda e também inclusão social desses catadores. Foi observado um aumento nos dois últimos anos em comparação a 2018, na quantidade de resíduos recicláveis comercializados, pois naquele ano, a quantificação era incompleta, pois faltava a quantificação de alguns resíduos, os quais foram contabilizados completamente no período de outubro de 2019 a outubro de 2020.

Palavras-chave: Resíduos sólidos, materiais recicláveis, cooperativa de agentes,

centros de triagem.

(10)

FORMIGHIERI BARROS, Lucas. Importance of the Association of Waste Pickers of Foz

do Iguaçu - PR. Foz do Iguaçu, 2020. Final Graduation Work - Centro Universitário

Dinâmica das Cataratas.

ABSTRACT

The production of solid waste has gradually increased in recent years, as a consequence, the subject of solid waste has gained more notoriety in discussions so that strategies and goals can be established in order to minimize the impacts caused by this increase. In this context, this research aimed to analyze the social, environmental and economic importance of the cooperative of environmental agents of Foz do Iguaçu. For this purpose, the seven sorting centers of the municipality were selected, where a questionnaire was elaborated, to evaluate the social conditions in which the collectors of recyclates find themselves and the working conditions presented by the sorting centers. Besides the questionnaire, an analysis of the amount of waste collected and a financial analysis of the materials that are commercialized were also made. The result obtained through the questionnaire, pointed out that the collectors are mostly between 31 and 40 years old, with low schooling, more than 90% did not finish elementary school, most are married and receive between one and two minimum wages, the income of these collectors are directly proportional to their productivity, based on the amount of waste sorted in the sheds. It was verified that this service to society that the collectors of recyclable materials perform, reduces approximately 28% of the total volume of waste that no longer goes to the landfill, this increasing its useful life. Collection is also essential as a means of generating employment, income and also social inclusion for these collectors. There was an increase in the last two years compared to 2018, in the amount of recyclable waste marketed, because in that year, the quantification was incomplete, as there was a lack of quantification of some waste, which were fully accounted for from October 2019 to October 2020.

(11)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...12 1.1 OBJETIVOS...13 1.1.1 Objetivo geral...13 1.1.2 Objetivos específicos...13 2 REFERENCIAL TEÓRICO...14 2.1 Resíduos sólidos...14 2.2 Gerenciamento de resíduos...16

2.3 Disposição dos resíduos sólidos...19

2.4 Reciclagem...21

2.5 Coleta seletiva...23

2.5.1 Coleta seletiva no Brasil...24

2.5.2 Coleta seletiva em Foz do Iguaçu...24

2.6 Plano diretor de Foz do Iguaçu, quanto aos resíduos sólidos...26

3 MATERIAL E MÉTODOS...28

3.1 Caracterização da área de estudo...28

3.2 Caracterização dos centros de triagem...29

3.2.1 Centro de triagem Aterro Sanitário...30

3.2.2 Centro de triagem Vila C...31

3.2.3 Centro de triagem Três Lagoas...32

3.2.4 Centro de triagem Manoel da Silva...33

3.2.5 Centro de triagem Morumbi...34

3.2.6 Centro de triagem Rosana Lemos Turmina...35

3.2.7 Centro de triagem Profilurb...36

3.3 Metodologia...37

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...39

4.1 Perfil socioeconômico dos catadores de materiais recicláveis...39

4.1.1 Gênero dos catadores...39

4.1.2 Faixa etária dos catadores...39

4.1.3 Escolaridade dos catadores...40

4.1.4 Renda dos catadores...41

4.1.5 Estado civil dos catadores...42

(12)

4.3 Aspectos sociais e condição de trabalho dos catadores de materiais recicláveis

...44

4.4 Caracterização da coleta e transporte de recicláveis...46

4.5 Quantidade gerada de resíduos sólidos...47

4.6 Geração econômica dos resíduos recicláveis...50

5 CONCLUSÃO...52

REFERENCIAS...53

APÊNDICE A...57

APÊNDICE B...58

(13)

1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, a produção de resíduos sólidos assume papel de grande relevância em nosso país e, consequentemente, o município de Foz do Iguaçu - PR, especialmente por conta da alta produção desses resíduos, exigindo que sejam tomadas atitudes urgentes, especialmente pela falta de capacidade desses sistemas de coleta. O grande problema está na ineficiência da administração pública desses resíduos pelos municípios, também conhecido na bibliografia como “gerenciamento de resíduos”, conforme utiliza Siman (2014).

Diante de um grande número de estudos realizados, os resultados mostram que o aumento de resíduos sólidos urbanos (RSU) nas cidades acaba gerando fortes impactos ambientais. Além dessa visão, podemos entender que todo esse lixo também pode ser visto como fonte de renda para outras pessoas (KIRCHNER, 2009). Dessa forma, mesmo com a marginalização da atividade, esses catadores de recicláveis acabam sendo os maiores responsáveis pelo processo de reciclagem em nosso país.

Apesar da legislação em vigor atuar diretamente com esses catadores de recicláveis e suas benfeitorias, ainda há pouca regulamentação e implementação da mesma na prática, além da falta de valorização desses profissionais essenciais diante desse contexto.

Assim, essa pesquisa assume como objeto de estudo a coleta seletiva de resíduos sólidos sob a perspectiva das associações dos catadores de recicláveis, sendo estabelecida também a contextualização histórica, especialmente através da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305/2010.

A proposta significativa dessa pesquisa visa compreender esse mundo dos catadores de recicláveis, pensando em benfeitorias que favoreçam tanto esse público, como a reciclagem e gestão desse recurso, ainda tão pouco utilizado.

O problema de pesquisa se embasa na seguinte pergunta: Como a geração de resíduos sólidos contribui para a efetividade do trabalho das associações dos catadores de materiais recicláveis no município de Foz do Iguaçu?

(14)

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar a importância social, ambiental e econômica da Cooperativa de Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu (COAAFI) no Munícipio de Foz do Iguaçu.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Avaliar as condições socioeconômicas dos catadores de resíduos recicláveis do Município Foz do Iguaçu – PR;

• Analise econômica e quantitativa dos materiais recicláveis que o Município gera;

(15)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

O homem sempre produziu lixo em sua vida, desde que mudou a vida nômade, por volta de 10.000 AC, quando passaram a viver na comunidade, a geração de lixo sólido aumentou. Ao longo dos séculos, as cidades se desenvolveram e algumas delas formularam políticas de saneamento, mas para muitas outras cidades, as ações são tomadas apenas quando os resíduos sólidos se tornam um problema de saúde que representa uma ameaça à sociedade (SOARES et al, 2016).

Após a revolução industrial, os resíduos começaram a se tornar cada vez mais importantes, principalmente para a saúde pública, mas desde 1970, os resíduos têm realmente um impacto ambiental nacional e internacional (DEUS et al, 2015).

Desde os anos de 1990 a grande problemática dos resíduos sólidos urbanos (RSU) está em voga em meio a muitas discussões. Em paralelo a essa grande temática, estão relacionados problemas como espaço físico para destinação desses resíduos e a gestão dos mesmos (FERREIRA; ANJOS, 2001).

Essa mudança destaca o interesse do município pela gestão de resíduos sólidos, além de evidenciar a tendência de mudança na composição dos resíduos. Ocorreu uma grande ressignificação do verbete antes “lixo” para “resíduo” dentro da contextualização histórica (CEZAR, 2015).

Por sua vez, Jacobi e Besen (2011) enumeram os principais impactos socioambientais diante de uma gestão inadequada dos resíduos sólidos: a degradação do solo, comprometimento dos corpos hídricos, intensificação de enchentes, contribuição para a poluição do ar, proliferação de vetores de importância sanitária e catação em condições insalubres nas ruas e áreas de disposição final.

Os países produzem cada vez mais resíduos, isso é fato, mas há oportunidades para resolver esse problema de gestão. Além de proporcionar às pessoas uma maior qualidade ambiental, as sociedades em desenvolvimento carecem de capacidade financeira e administrativa para tornar essa gestão mais eficaz (PIMENTEL, 2019).

Por meio da PNRS em seu inciso XVI, do art. 3º entende-se como resíduo sólido: Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder se está obrigado a proceder, nos estados sólidos ou semissólidos, bem como gases

(16)

contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (PNRS, 2010).

A NBR 10004/2004 classifica os resíduos sólidos, quanto à periculosidade em:

Resíduos - Classe I – Perigosos: aqueles que apresentam periculosidade, ou seja,

resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode apresentar: risco á saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; e riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Este tipo de resíduos é classificado segundo: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade;

Resíduos – Classe II – Não perigosos: aqueles que se caracterizam como não

perigosos, são subclassificados em Classe II a e Classe II B;

Resíduos – Classe II A – Não inertes: apresentam as seguintes propriedades,

biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

Resíduos – Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, submetidos a um contato

dinâmico e estático com a água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez e dureza.

O Quadro 1 apresenta os tipos de resíduos e a sua origem Quadro 1 – Tipos de Resíduos e sua Origem

Resíduo Origem

Resíduos hospitalares ou de serviços de saúde

Qualquer atividade relacionada com a área, geralmente incluindo seringas, agulhas, medicamentos, etc.

Resíduos domésticos

Os resíduos domésticos incluem resíduos alimentares, resíduos sanitários, papel, vidro, etc. Alguns desses resíduos são considerados perigosos, como baterias, lâmpadas, solventes, medicamentos

vencidos, etc.

Resíduos agrícolas Embalagens de agrotóxicos, resíduos orgânicos, fertilizantes,

medicamentos veterinários, etc. nas atividades agrícolas.

Resíduos comerciais:

Geralmente produzidos comercialmente, geralmente compostos por materiais recicláveis, como papel e papelão, principalmente

embalagens plásticas.

Resíduos industriais:

Os resíduos produzidos pelos processos industriais são muito diversos e são considerados perigosos na maioria dos casos. Estes incluem: óleo, cinzas, plástico, borracha, etc.

(17)

Entulho:

Quase todos os resíduos da construção civil e decoração são

reaproveitáveis e são compostos por madeira, tijolos, cimento, metal, etc.

Resíduos públicos:

os resíduos coletados em vias públicas, portanto, são constituídos por diversos materiais, que podem incluir: folhas, galhos, animais mortos, papel, plástico, madeira, etc.

Resíduos sólidos urbanos:

todos os tipos de resíduos (domésticos, públicos, entulhos e resíduos comerciais) gerados pela cidade e recolhidos pela secretaria

municipal. Resíduos de portos,

aeroportos, rodovias e centros ferroviários:

Os resíduos coletados nesses locais são considerados "esgoto séptico", pois podem conter fatores patogênicos trazidos de outras localidades. Materiais sem esse risco são considerados lixo

doméstico.

Fonte: PNRS (2012)

2.2 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

Segundo o Plano de Gestão Integrada de resíduos de Foz do Iguaçu (2012), esse gerenciamento dos resíduos consiste em todo o processo desde a geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, assim como a proteção à saúde pública.

Assim, o plano pontua que o ato de gerenciar significar englobar todas as formas disponíveis em um conjunto de ações articuladas que envolvem desde questões normativas e operacionais, sempre levando em consideração os critérios sanitários, ambientais e econômicos (OLIVEIRA; AMANCIO, 2018).

Em 2010 é sancionada a Lei nº 12.305 com a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a qual trazia a possibilidade de uma gestão mais eficiente desses resíduos (CAFURE; PATRIARCHA-GRACIOLLI, 2015).

Logo no início em seu art.1º, a Lei dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos para uma gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo a questão da responsabilidade sob esses resíduos tanto dos geradores, como do poder público (AGUIAR et al, 2017).

Dessa forma, podemos resumir que as principais propostas giravam em torno do reaproveitamento de resíduos na cadeia produtiva, a redução da geração de resíduos, o desperdício, incentivo aos insumos de menor agressividade ao ambiente e de maior sustentabilidade, produção e consumo de produtos derivados de materiais

(18)

reciclados ou recicláveis, estimulando as empresas com eficiência e sustentabilidade, além do incentivo às práticas de responsabilidade socioambiental (BRASIL, 2010a).

Assim, dentre os princípios que a lei trouxe, os mesmos encontram-se embasados em uma visão sistêmica na gestão dos resíduos, levando em consideração as questões ambientais e econômicas, além de compreender os resíduos recicláveis como fonte econômica e social, pontuando a responsabilidade compartilhada por todos os envolvidos no processo, desde sua fabricação até a limpeza urbana (PINHEIRO; DA SILVA, 2016).

No modelo de como os resíduos podem ser vistos: valores sociais, econômicos e culturais encontram fundamentação no art. 6º, no inciso VIII, o qual aponta o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável, segundo o texto de lei “um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania”. Assim, entre os princípios norteadores encontramos os princípios da prevenção e a precaução, poluidor-pagador e o protetor-recebedor, a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública, o desenvolvimento sustentável, a Ecoeficiência, a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o respeito às diversidades locais e regionais, o direito da sociedade à informação e ao controle social, a razoabilidade e a proporcionalidade (DA SILVA; et al, 2018).

Através desses princípios há um forte indicativo que a política pública estaria disposta a ir muito além do que apenas a regulação e a fiscalização ambiental, definindo os objetivos, diretrizes e instrumentos na elaboração de planos, além de caracterizar os sujeitos que fazem parte de todo o processo da gestão dos resíduos sólidos urbanos, pensando em variadas perspectivas, sejam através da esfera federal, estadual ou municipal, adaptando aos interesses e diversidades regionais (GUIMARÃES; MARCHI, 2020).

A Figura 1 apresenta a quantidade que o Brasil gera por anos de resíduos sólidos os quais são separados em papel, plástico, aço, alumínio, vidro.

(19)

Figura 1: Resíduos Gerados pelo Brasil

Fonte: Datasus et al, (2011)

Sete bilhões de pessoas produzem 1,4 bilhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), uma média de 1,2 kg por pessoa por dia. Quase metade do total vem de menos de 30 países, que é o país mais desenvolvido do mundo. Se esse número parece assustador, então pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial (Banco Mundial) apontam um cenário mais sombrio: em dez anos, chegará a 2,2 bilhões de toneladas por ano. Em meados deste século, se mantido o ritmo atual, serão 9 bilhões de moradores e 4 bilhões de toneladas de lixo urbano a mais (SILVA; DE OLIVEIRA, 2020).

Até então, a capacidade de produção de RSU era de dezenas de quilos por pessoa por ano. Hoje, a maioria dos países mais industrializados produz mais de 600 kg de lixo por pessoa a cada ano. Nos últimos 30 anos, a quantidade de resíduos gerados no mundo cresceu três vezes mais em comparação ao crescimento populacional. De acordo com o relatório do Banco Mundial, o índice de geração de resíduos per capita dos países mais ricos aumentou 14% desde 1990 e 35% desde 1980. De maneira geral, o aumento nessas taxas de crescimento é ligeiramente inferior à taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) (DOS SANTOS, et al. 2020).

Altos custos ambientais e econômicos foram pagos por isso. A maior parte dos resíduos sólidos urbanos gerados no mundo, cerca de 800 milhões de toneladas por

(20)

ano, é depositada em aterros. O Conselho de Pesquisa de Tecnologia de Geração de Resíduos dos Estados Unidos estima que, para cada dez toneladas de aterro, um metro quadrado de terra será desperdiçado para sempre (DA SILVA FARIAS, et al. 2020).

Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas mostra que na média global, de 20% a 30% dos orçamentos municipais tem sido dedicado à coleta e destinação final desses resíduos. Mas de acordo com a International Solid Waste Association (Iswa), a conta pode ser mais salgada porque apenas metade da população mundial é atendida por coleta. África, Sudeste Asiático e América Latina são as regiões com maior escassez de coleta de lixo. A mesma Iswa estima que sejam necessários investimentos de US $ 40 bilhões (aproximadamente R$ 94 bilhões) a cada ano apenas para garantir a coleta de resíduos nessas áreas (SOARES et al, 2016).

Além de prejudicar a economia, essa situação também traz riscos à saúde e ao meio ambiente. A falta de coleta ou descarte em locais inadequados poluirá o solo e o processo hídrico, a combustão descontrolada poluirá o ar e o baixo uso de materiais reciclados acelerará o consumo de recursos naturais (DEUS et al, 2015).

2.3 DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Há três formas básicas segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012). São eles: aterros controlados, aterros sanitários e lixões.

Aterro sanitário: É uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no

solo, é considerada a mais adequada, pois é a que menos causa danos a saúde e a segurança pública, o que acaba diminuindo os impactos ambientais. O método se utiliza de princípios de engenharia tais como: impermeabilização do solo, cercamento, ausência de catadores, sistema de drenagem de gases, águas pluviais e lixiviado, confinando os resíduos e rejeitos à uma área menor possível, reduzindo também seu tamanho físico, em termos de volume, sendo coberto com uma camada de terra na finalização.

Aterro controlado: É considerado inadequado como forma de disposição final

tanto de resíduos, como de rejeitos, já que a terra na finalização acaba se tornando o único cuidado com esse manuseio.

Lixão: Assim como, considerado inadequado, pois os resíduos são

(21)

Dessa forma, a partir da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos optou-se pela extinção dos lixões com a correta disposição dos resíduos nos aterros sanitários, desde que havendo uma impermeabilização do solo para que não ocorra a contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume.

Em 2018, o Brasil gerou 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, um aumento de 1% em relação ao ano anterior. Os dados fazem parte do "Panorama dos Resíduos Sólidos", da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Na comparação com os países da América Latina, o Brasil é o campeão em geração de resíduos, respondendo por 40% do total de resíduos gerados na região (segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, gera 541 mil toneladas por dia) (FERREIRA; ANJOS, 2001).

Tasistro (2019) pontua que a quantidade de resíduos que chega ao aterro de Foz do Iguaçu só aumenta, totalizando a marca de 88.832.655 toneladas no ano de 2018. Dessa forma, medidas de segregação do lixo são de extrema importância para que diminuam o lixo efetivo que chega a esse aterro sanitário, possibilitando, assim, a reciclagem desses materiais, além da implantação do processo de coleta seletiva, especialmente com os catadores e as recicladoras em que atuam, beneficiando uma rede e gerando renda.

Para evitar esse acumulo de lixo em aterros que podem prejudicar o meio ambiente, a compostagem é uma solução sustentável. A tecnologia tem ganhado cada vez mais adeptos em todo o mundo, incluindo resíduos reciclados (e outros alimentos), organismos livres de poeira (como vermes) e resíduos promovidos por microrganismos (geralmente frutas, vegetais e resíduos alimentares, serragem, etc.) (CEZAR, 2015).

Esse sistema de decomposição e reciclagem de alimentos, apesar de sua notoriedade nos últimos anos, é muito antigo. Por exemplo, na China, o composto é usado há centenas de anos, e isso também é verdade na Europa. Porém, foi devido à experiência do botânico britânico Albert Howard, o pai da agricultura, que esse método foi melhor desenvolvido e aperfeiçoado no ocidente. Na década de 1920, ele utilizava apenas um tipo de resíduo para essa tecnologia, mas concluiu que era necessário utilizar outros tipos de resíduos (PIMENTEL, 2019).

Atualmente, quando é cada vez mais necessário considerar o uso consciente dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente, a compostagem parece ser uma solução eficaz para reduzir o lixo doméstico que vai para aterros e produz odores

(22)

desagradáveis. Além de liberar gás metano (23 vezes mais prejudicial que o dióxido de carbono) e lama (líquido que polui o solo e a água) (OLIVEIRA; AMANCIO, 2018). Atualmente, na América Latina e no Caribe, 145.000 toneladas de lixo orgânico são jogadas em lixões e aterros controlados. Esse montante coloca em risco a saúde e a vida de 170 milhões de pessoas. Portanto, com o uso do composto, esses resíduos vão se tornar fertilizantes e melhorar o meio ambiente em todo o mundo. Além disso para diminuir o acúmulo de lixo muitos utilizam a incineração (CAFURE et al, 2015).

A incineração de lixo é uma prática sustentável desde que seja implementada de forma correta e dentro do escopo da lei, trazendo assim, uma série de benefícios ao meio ambiente. Além de reduzir resíduos, o processo de incineração também pode gerar energia. No entanto, nem todos os produtos podem ser incinerados com segurança. Em alguns casos específicos, a incineração não é recomendada porque causará uma série de danos ao meio ambiente e à saúde pública (AGUIAR; et al, 2017).

Segundo Pinheiro e da Silva (2016), existem dois tipos de resíduos mais adequados para incineração: resíduos hospitalares e resíduos industriais. Os resíduos hospitalares gerados em clínicas, necrotérios, hospitais e outros ambientes podem ser divididos em duas categorias:

Grupo A: substâncias com grande potencial de infecção e agentes biológicos

infecciosos que podem ser disseminados pelo contato. Por exemplo, são usadas luvas cirúrgicas no manuseio de resíduos pertencentes ao Grupo A.

Grupo B: São resíduos químicos, ou seja, seus ingredientes contêm

substâncias que podem causar doenças. Drogas que tratam o câncer e substâncias presentes em materiais de raios-X são exemplos do grupo B.

Finalmente, os resíduos altamente perigosos gerados no ambiente industrial também devem ser incinerados. Os pesticidas são resíduos industriais que devem ser incinerados. A incineração é um método muito eficaz de recomendar o descarte de resíduos perigosos, pois através deste processo, há uma grande redução de resíduos gerados e consequente transformação desses resíduos em calor e eletricidade (DA SILVA et al, 2018).

(23)

Reciclagem refere-se ao processo de reaproveitamento de resíduos que não mais atendem ao processo, alterando seu estado físico, físico-químico ou biológico, a fim de lhe dar características para torná-los matéria-prima ou produto novamente. No Brasil, cerca de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos são gerados a cada ano. Na mistura dos resíduos, apenas 1% desses resíduos podem ser reaproveitados e, quando devidamente separados, a taxa de aproveitamento passa a ser de 70% (GUIMARÃES; MARCHI, 2020).

Essas tecnologias vão desde a separação de materiais (plástico, papel, metal e resíduos de vidro) até a conversão final em outro produto. O Ministério do Meio Ambiente classifica a reciclagem como uma das alternativas mais vantajosas para a destinação de resíduos, pois reduz o consumo de recursos naturais, economiza energia e água, reduz a quantidade de resíduos e gera empregos para milhares de pessoas. Existem muitos materiais recicláveis e podemos separá-los em casa e no local de trabalho (SANTOS, et al. 2020).

Os materiais recicláveis são: vidro, papel, metal, plástico, tecido e componentes eletrônicos. Os materiais reciclados são transportados para cooperativas ou recolhidos em locais importantes, são limpos e reprocessados em novos materiais para a produção industrial (SILVA et al.2020)

Os benefícios para o meio ambiente e para os campos socioeconômicos são muitos. Em termos ambientais, reduz o acúmulo de resíduos e evita a produção de novos materiais, como a fabricação de papel, que exige o corte de árvores e a emissão de gases como metano e dióxido de carbono que consomem energia e poluí o solo, o ar e a água. Em questões socioeconômicas, a reciclagem ajuda a usar racionalmente os recursos naturais e a substituir os recursos reutilizáveis. A reciclagem também pode proteger as condições ambientais, melhorando a qualidade de vida das pessoas, e também gerar renda para quem vê nessa atividade uma oportunidade de negócio (SOARES et al, 2016).

Com a implantação do sistema de gestão ambiental ISO 14001, as empresas estão regulamentadas e certificadas na gestão eficaz dos resíduos sólidos e reciclagem. A ISO 14001, que tem como foco a gestão ambiental, oferece soluções para manter a empresa dentro das legislações relacionadas ao seu campo de atuação, fornecer um sistema de gestão ambiental eficaz e, assim, proporcionar a gestão de resíduos sólidos. Portanto, a reciclagem refere-se ao reaproveitamento de resíduos que não atendem mais ao processo, alterando seu estado físico,

(24)

físico-químico ou biológico para dar-lhes características e torná-los matéria-prima ou produto novamente.

2.5 COLETA SELETIVA

Segundo Uzuniam e Birner (2004) entende-se por coleta seletiva a separação e destinação apropriada de diversos resíduos, mesmo os considerados tóxicos tanto para o ambiente como para a comunidade de seres vivos.

Por sua vez, a Lei nº 12.305/2010, através do art. 3º em seu inciso V define a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme constituição ou composição (DEUS et al, 2015).

Assim, os planos municipais de resíduos sólidos podem estruturar sistemas de Coleta Seletiva em associações com cooperativas ou outras associações. Nesse viés, o art. 35 também estimula a coleta seletiva, estabelecendo que os municípios devem propor sistemas de coleta seletiva dentro de seus planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos, impondo de certa forma aos consumidores a responsabilidade sobre o que e como consomem, pensando na reciclagem como meio de devolução (FERREIRA; ANJOS, 2001).

Outro grande nó dessa legislação está na atuação do titular dos serviços públicos de limpeza urbana, já que a responsabilidade sobre a gestão desses resíduos sólidos urbanos é dos municípios. Pois não adianta os consumidores realizarem a separação, se o titular dos serviços de limpeza não dispõe de meios para o correto acondicionamento dos mesmos. Tornando esse ato cada vez com menos interesse desses consumidores (CEZAR, 2015).

Ainda contemplando o art. 36, o titular dos serviços públicos de limpeza terá de dar prioridade à organização e o funcionamento de cooperativas, ficando nítida inclusão social na PNRS. Por sua vez, o art. 42 traz instrumentos econômicos que são facilitadores da aplicabilidade dessa legislação, no qual todos os poderes, considerando desde a união até os municípios poderão instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, de forma prioritária a coleta seletiva, especialmente com parcerias com cooperativas ou mesmo outras formas de associação, além de empresas ligadas à limpeza urbana (PIMENTEL, 2019).

(25)

Segundo Tasistro (2019) a coleta seletiva é bem mais abrangente do que se imagina, já que faz parte de um ciclo de processos que se inicia desde a produção dos materiais até o retorno dos mesmos para a indústria e sua utilização novamente. Dessa forma, o mesmo (2019) pontua que esses materiais podem seguir caminhos distintos, ou são destinados de forma incorreta ou podem seguir em programas de coleta seletiva, gerando benefícios ambientais, econômicos e sociais.

Todavia, a implantação eficiente de um sistema de coleta seletiva em variadas prefeituras aponta dificuldades nesse serviço, especialmente pela baixa remuneração recebida pelos catadores de recicláveis (OLIVEIRA; AMANCIO, 2018).

Os benefícios da coleta seletiva são inúmeros: geração de emprego e renda para os que atuam diretamente nesse contexto, redução do uso de matéria prima virgem, economia de materiais, entre outros. Para que esses benefícios sejam realmente aproveitados, é necessário políticas públicas efetivas focadas nas cooperativas de reciclagem e desenvolvimento socioambiental dos cooperados.

2.5.1 Coleta seletiva no Brasil

O processo de coleta seletiva no Brasil é considerado recente, tendo seu início segundo Tasistro (2019) em Niterói, no Rio de Janeiro, através dos estudos trazidos da Alemanha pelo professor Emilio Eigenheer em 1985. Outro marco importante foi em Florianópolis, no ano de 1986, ambos envolvendo tentativas de soluções para a questão dos resíduos.

Segundo o CEMPRE (2018) após a elaboração do Plano Nacional de Gestão de Resíduos, o processo de coleta seletiva aumentou de forma considerável, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.

2.5.2 Coleta seletiva em Foz do Iguaçu

Antes da formalização do programa de Coleta Seletiva do Município de Foz do Iguaçu- PR e da construção do Aterro Sanitário da cidade, os catadores tiravam o seu sustento do lixão, de forma sub-humana. Posteriormente com o fechamento desse lixão e com o incentivo das legislações, a Prefeitura formou a COAAFI – Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu, com um programa de fato de coleta seletiva, através da estrutura de centros de triagem de materiais recicláveis e com a divisão igualitária dos valores arrecadados entre os catadores.

(26)

Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Foz do Iguaçu/PR (2012) o processo de coleta de lixo no município de Foz do Iguaçu inicia na década de 60, sendo o mesmo destinado ao lixão localizado no Bairro Arroio Dourado, com uma área de 145.981 m2, sendo fechado no ano de 1992.

O fechamento desse lixão ocorreu em virtude da implantação do Aterro Sanitário Municipal, sendo inicialmente denominado e operado como aterro controlado e ganhando essa denominação atual somente depois de recuperado em 2001, através de um licenciamento ambiental (PINHEIRO; DA SILVA, 2016).

No ano 2000 com o advento da Lei Municipal 2.356 o serviço foi ofertado para todo o município de forma mais ampla, envolvendo desde domicílios até o comércio em geral. Aconteceram inúmeras tentativas de adequar de forma mais completa a lei, todavia não houve êxito, especialmente por falta de continuidade dos governos (AGUIAR et al, 2017).

Pensando no processo natural de evolução tecnológica que várias cidades passaram e ainda transitam, especialmente com a produção cada vez maior de produtos industrializados tem gerado um grande problema com relação à produção de resíduos. A grande pergunta que se faz: O que fazer com o lixo gerado por nossas atividades diárias?

A partir dessa grande problemática o Plano Municipal de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos – PMGIRS surge para atender essa necessidade, especialmente do ponto de vista do poder público municipal com o intuito de reduzir tanto a geração como a destinação correta desses resíduos sólidos (DA SILVA et al, 2018).

Esse plano elaborado pelo município tem seu aporte teórico embasado na Lei de Saneamento Básico nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007, além da nova deliberação contida na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 com a nova política nacional de resíduos sólidos, dispondo sobre as diretrizes com relação à gestão integrada e ainda ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo a responsabilidade compartilhada, tanto dos geradores desses resíduos, como o poder público e suas ações (GUIMARÃES; MARCHI, 2020).

Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Foz do Iguaçu/PR (2012) foi apresentado o PMGIRS buscando adequar suas ações à política ambiental nacional, sem esquecer o desenvolvimento industrial e econômico do município, além da geração e destino final dos resíduos gerados. No presente plano

(27)

ainda são mencionados os aspectos legais, em todas as esferas, além de pontuar sobre os contratos relacionados à limpeza pública no município.

2.6 PLANO DIRETOR DE FOZ DO IGUAÇU, QUANTO AOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Foz do Iguaçu/PR (2012), através da Secretaria Municipal do Meio ambiente e Serviços Urbanos buscou no ano de 2001 uma estruturação para realização do “plano de gestão municipal da coleta seletiva de resíduos sólidos”, apresentando o mesmo para a concessionária responsável por todo o serviço de limpeza pública.

Com diversas discussões técnicas foi considerada que a presente proposta deveria estar ancorada em cinco pilares: realidade local, inclusão social, cooperativismo, conscientização da população e benefícios socioambientais, tendo em vista as pessoas que atuam diretamente com a catação dos materiais recicláveis, merecendo uma atenção pública, além das questões ambientais, mas também as sociais (SILVA; DE OLIVEIRA, 2020).

Dessa forma, toda essa discussão possibilitou o levantamento de pontos essenciais para o programa, incluindo ações pontuais e futuras também, visando maior celeridade e rendimento financeiro através dos resíduos: cadastro dos catadores em atividade no município de Foz, recuperação e construção de barracões municipais (Centros de Triagem), formação da cooperativa dos catadores Nova Califórnia – COCANC, programa Coleta Solidária: “Coleta Seletiva sem catador é lixo” (SANTOS, et al. 2020).

Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Município de Foz do Iguaçu (2016), o lixo domiciliar urbano constitui a maior parte dos resíduos coletados pelo município. A quantidade e característica estão ligadas diretamente à densidade demográfica por área e às atividades geradoras.

A gestão do Sistema de Limpeza Pública é da alçada da administração direta do Poder Público Municipal de Foz do Iguaçu. A Prefeitura Municipal é a responsável pela execução dos serviços e o faz por meio da Divisão de Limpeza Pública, órgão da Estrutura Organizacional do Poder Executivo Municipal. Essa divisão é integrante do Departamento de Serviços Urbanos, no âmbito da Secretaria Municipal de Obras.

Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Sustentável (2016), mais de 98% da população total gera uma quantidade de lixo domiciliar e comercial

(28)

de 230 toneladas/dia. A coleta do lixo atende 99% dos domicílios urbanos e os estabelecimentos comerciais. Na área central, a coleta residencial e comercial é diária. Em bairros de médio porte é feita 3 vezes por semana, e em bairros menores e favelas, a coleta ocorre 2 vezes por semana.

Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Município de Foz do Iguaçu (2016), a coleta de resíduos comuns e parte do reciclável é realizada por uma empresa terceirizada. As demais áreas do município não atendidas pela empresa terceirizada na coleta de lixo reciclável, é realizada pela Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu – COAAFI (fundada em 2002). A COAAFI possui em funcionamento 09 (nove) Centros de Triagem situados em regiões pré-estabelecidas no Programa Municipal de Coleta Seletiva de Foz do Iguaçu: Campos do Iguaçu, Profilurb II, Jardim Petrópolis, Cidade Nova, Jardim Califórnia, Jardim Canadá, Morumbi III, Vila C e Jardim Graúna.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Município de Foz do Iguaçu (2016) ainda pontua que há coleta de entulhos e de bens móveis inúteis, na quantidade de 90 toneladas/dia por empresas particulares de coleta de entulho por meio de caixas estacionárias.

A disposição final dos resíduos comuns é um aterro situado à uma distância de 14km do centro de Foz do Iguaçu que está situado entre os bairros Porto Belo e Jardim Califórnia. As instalações físicas são compostas por aterro dos lixos comercial e residencial, reciclagem, compostagem, inertes, centro de educação ambiental, tratamento do chorume e posto de lavagem (DA SILVA FARIAS et al, 2020).

O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Município de Foz do Iguaçu (2016) pontua que são encaminhadas diariamente 230 toneladas de lixo doméstico e comercial para o aterro controlado e 90 toneladas de lixo de entulhos para o aterro inertes. Lembrando que o aterro não recebe lixo de outros municípios e a operação do mesmo está a cargo da empresa que detém o contrato de concessão. O Município de Foz do Iguaçu cobra pelo serviço de limpeza urbana e coleta de lixo. Sendo o mesmo calculado anualmente para cada unidade imobiliária, em razão do uso, da frequência da coleta e por m² de construção. A cobrança é feita juntamente com o IPTU.

(29)

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Os centros de triagem estão localizados no Município de Foz do Iguaçu, que está geograficamente situado a 25º 32’ 55” de latitude sul e 54º 35’ 17” de longitude oeste, com altitude média de 173 metros, no extremo oeste do Estado do Paraná.

O município está limitado ao norte pela Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, considerando que a represa formou um lago de 1.350 km2 e dividiu o território municipal em duas áreas descontínuas. Ao Sul está limitado pelo Rio Iguaçu, que marca a fronteira com a Argentina e a cidade de Puerto Iguazú. A leste, pelos municípios de Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu, no estado do Paraná. A oeste, pelo Rio Paraná, que delimita a fronteira com o Paraguai e as cidades de Presidente Franco e Ciudad del Este.

A extensão territorial segundo dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, no ano de 1940 era de 8.132 km2, e atualmente, segundo o IBGE, com sucessivos desmembramentos, esta área é de 617,70 km2. A Figura 1 mostra a área da cidade

de Foz do Iguaçu.

(30)

Figura 2: Mapa de Foz do Iguaçu

Fonte: IPARDES, 2016.

A Tabela 1 mostra a área territorial da cidade de Foz do Iguaçu.

Tabela 1: Área Territorial

ÁREA TERRITORIAL

Área urbana 191,46Km²

Área rural 138,17Km²

Área do Parque Nacional do Iguaçu 138,60Km²

Área alagada pela U.H. de Itaipu 149,10Km²

Ilha Acaray 0,38 Km²

Área total 617,71 Km²

Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Município de Foz do

Iguaçu (2016).

3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CENTROS DE TRIAGEM

Todas as informações sobre os centros de triagem a seguir foram cedidas através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Foz do Iguaçu.

O município conta com sete barracões de triagem de resíduos recicláveis. Na Figura 3 é apresentada a localização em imagem de satélite dos centros de triagem espalhados pela cidade.

(31)

Figura 3 – Localização dos centros de triagem

Fonte: Google Earth

3.2.1 Centro de triagem Aterro Sanitário

Localizado na rua Ângela Aparecida Andrade, dentro da área do Aterro Municipal, essa unidade opera somente no período da manhã.

O barracão conta com 14 catadores, sendo eles oito mulheres e seis homens. A Figura 4 mostra a área interna do centro de triagem do aterro sanitário.

(32)

Figura 4 – Área interna do centro de triagem Aterro Sanitário.

Fonte: PMFI (2020)

3.2.2 Centro de triagem Vila C

Esse centro de triagem está localizado na rua Ouro Preto, n°12 no bairro Vila C. O barracão possuí uma balança, um elevador e três prensas.

O local possui seis catadores, sendo quatro mulheres e dois homens. A Figura 5 mostra a área interna do centro de triagem do aterro sanitário

(33)

Figura 5 – Área interna e externa do centro de triagem Vila C

Fonte: PMFI (2020)

3.2.3 Centro de triagem Três Lagoas

Localizado na avenida Otávio Ferreira Vaz, N°23, bairro Jardim Congonhas, essa unidade está equipada com uma balança e duas prensas.

O barracão possuí seis catadores, sendo cinco mulheres e um homem. A Figura 6 mostra a área interna do centro de triagem Três Lagoas.

(34)

Figura 6 – Área interna e externa do centro de triagem Três Lagoas

Fonte: PMFI (2020)

3.2.4 Centro de triagem Manoel da Silva

Esse centro de triagem está localizado na rua Lacanga, S/N, bairro jardim das palmeiras. A unidade possui os seguintes equipamentos: um elevador, uma balança e duas prensas.

Este barracão possui dezessete catadores, sendo quatorze mulheres e três homens. A Figura 7 mostra a área interna do centro de triagem Manoel da Silva.

(35)

Figura 7 – Área interna e externa do centro de triagem Manoel da Silva

Fonte: PMFI (2020)

3.2.5 Centro de triagem Morumbi

Localizado na rua Pavão, S/N, bairro Morumbi, esse barracão conta com uma balança, duas prensas e dois elevadores de equipamento.

O barracão possui oito catadores, sendo sete mulheres e um homem. A figura 8 mostra fotos da área interna e externa do centro de triagem Morumbi

(36)

Figura 8 – Área interna e externa do centro de triagem Morumbi

Fonte: PMFI (2020)

3.2.6 Centro de triagem Rosana Lemos Turmina

O endereço desta unidade é rua Ronaldo Lopes, S/N, bairro Jardim Europa. Esse centro de triagem possui os seguintes equipamentos: um elevador, uma balança, três mesas e duas prensas.

Esta unidade possui doze catadores, sendo dez mulheres e dois homens. A Figura 9 mostra a área interna do centro de triagem Rosana Lemos Turmina.

(37)

Figura 9 – Área interna e externa do centro de triagem Rosana Lemos Turmina

Fonte: PMFI (2020)

3.2.7 Centro de triagem Profilurb

Esta unidade está localizada na rua Cascudo, N°352, Profilurb II. Esta unidade está equipada com um desmanche de resíduos eletroeletrônicos e duas prensas.

A unidade possui onze catadores, sendo sete mulheres e quatro homens. A Figura 10 mostra a área interna do centro de triagem do centro de triagem Profilurb.

(38)

Figura 10 – Área interna e externa do centro de triagem Profilurb

Fonte: PMFI (2020)

3.3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a coleta de dados através de uma pesquisa qualitativa, quantitativa, exploratória e descritiva.

A metodologia inicialmente visava a realização do questionário com o maior número de catadores possíveis, verificar as condições de trabalho e condições estruturais de cada centro de triagem. Para isso foram solicitadas à diretoria da COAAFI visitações aos barracões. Porém, devido ao risco de exposição à COVID-19 e com as eleições municipais deste mesmo ano, a visita a esses barracões e a aplicação do questionário ao maior número de catadores possível não foi autorizada.

Devido a essas restrições, o questionário foi aplicado para três catadores de cada centro de triagem, contabilizando um total de 21 dos 73 catadores que trabalham nessas unidades.

(39)

O questionário buscou informações como: sexo, idade, estado civil, escolaridade, renda e perguntas referentes a condições de trabalho. O questionário está apresentado no Apêndice 1.

Devido a não autorização a visitação dos centros de triagem, todas as imagens contidas neste trabalho foram obtidas através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Foz do Iguaçu.

Para o desenvolvimento da pesquisa, foram solicitados à Prefeitura de Foz do Iguaçu dados referentes aos valores de materiais reciclados, bem como quantidade (Kg) gerada por tipo de material.

(40)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 DADOS DO QUESTIONÁRIO

4.1.1 Gênero dos catadores

A Figura 11 mostra os resultados da porcentagem de trabalhadores por sexo.

Figura 11 – Quantidade de trabalhadores por sexo

Fonte: O Autor (2020)

Dos entrevistados, 17 são mulheres, correspondendo a 81% dos trabalhadores e apenas 4 são homens, correspondendo a 19% (Figura 2). De acordo com MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis) as mulheres são a maioria, 70% de um total de 800 mil trabalhadores em atividade no país. Observamos que essa realidade também se reflete em Foz do Iguaçu.

4.1.2 Faixa etária dos catadores

A Figura 12 apresenta os resultados da faixa etária dos catadores. 0 20 40 60 80 100 Feminino Masculino

(41)

Figura 12 – Faixa etária dos catadores

Fonte: O Autor (2020)

A divisão da faixa etária é apresentada da seguinte forma: 71,42% dos entrevistados tèm entre 31 e 40 anos, 19,04% têm entre 20 e 30 anos e 9,54% têm entre 41 e 55 anos (Figura 3).

Segundo censo do IBGE (2010), a maior faixa etária média entre os catadores de recicláveis do sexo masculino é entre 20 e 29 anos e no sexo feminino é entre 35 e 44 anos.

4.1.3 Escolaridade dos catadores

Na Figura 13 é apresentado o resultado da escolaridade dos entrevistados.

0 5 10 15 ENTRE 41 A 55 ANOS ENTRE 31 A 40 ANOS ENTRE 24 A 30 ANOS ENTRE 18 A 23 ANOS

(42)

Figura 13 – Escolaridade dos catadores

Fonte: O Autor (2020)

Quanto à escolaridade, 81% possuem ensino fundamental, sendo que a metade dos entrevistados com essa escolaridade não concluiu o ensino fundamental, 14,28% são analfabetos e apenas 4,76% possuí ensino médio incompleto (Figura 4).

A baixa escolaridade é maior nas faixas etárias mais altas (SILVA, et al, 2013).

4.1.4 Renda dos catadores

Na Figura 14 é apresentado o resultado da renda dos catadores.

0 5 10 15 20 ENSINO SUPERIOR ENSINO MÉDIO ENSINO FUNDAMENTAL SEM ESTUDO

(43)

Figura 14 – Renda dos catadores

Fonte: O Autor (2020)

A renda dos trabalhadores é de um a dois salários mínimos. Segundo dados da diretoria da COAAFI, cada cooperado recebe uma comissão por produtividade e valor pago pela quantidade de cada material, então o salário varia entre esses dois limites.

Segundo censo do IBGE (2010), a renda média dos trabalhadores empregados sem carteira de trabalho assinada é de R$451,84, comparado a R$471,63 que trabalham por conta própria, a R$636,76 que são empregados pelo regime jurídico dos funcionários públicos, a R$669,47 que são empregados com carteira assinada e a R$2.600,88 que é empregador.

4.1.5 Estado civil dos catadores

Na Figura 15 é apresentado o resultado da renda do estado civil dos entrevistados.

0 5

10 15

20 25

MENOR QUE UM SALÁRIO DE UM A DOIS SALÁRIOS DE DOIS A TRÊS SALÁRIOS MAIS DE TRÊS SALÁRIOS

(44)

Figura 15 – Estado civil dos catadores

Fonte: O Autor (2020)

Dentre os entrevistados, a maioria é de casados ou mantêm união estável, somando 76,19%. Dos demais, 14,28% são viúvos e 9,52% são divorciados.

4.2 CARACTERÍSTICAS DA COPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

O município possuí atualmente uma associação e uma cooperativa: Associação Natureza de Agentes Ambientais – ANAAM. Localizada na rua Marechal Floriano Peixoto, N°75 – Centro) e a Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçu – COAAFI.

No entanto, o programa municipal de coleta seletiva abrange apenas a COAAFI, o qual possui regulamentação, ao contrário da Associação. Atualmente a cooperativa opera o programa da coleta municipal com seis unidades de valorização de resíduos e possui uma unidade que não está integrada ao programa, totalizando 7 unidades e são 73 catadores cooperados, com possibilidade de inserção de mais 266 catadores com as estruturas atuais.

O Programa de Coleta Seletiva visa a inclusão destes catadores autônomos nas associações ou cooperativas formalizadas, proporcionando condições mínimas de trabalho à estas pessoas.

0 5 10 15 20 VIÚVO DIVORCIADO CASADO SOLTEIRO

(45)

A coleta seletiva é realizada por meio de um termo de colaboração entre a Prefeitura Municipal e a COAAFI. O município custeia: INSS dos associados, combustível, uniformes, água e luz dos centros de triagem, motoristas e administração do sistema.

A cooperativa disponibiliza os coletores para a coleta seletiva, os quais são responsáveis pela triagem, separação e comercialização dos materiais recicláveis. Conforme informações da diretoria do COAAFI, cada cooperado recebe mensalmente de R$900,00 a R$1.600,00 mensais, dependendo da quantidade de resíduo comercializado, valor pago por cada material e a produtividade de cada cooperado.

Os sete centros de triagem, conforme diagnóstico anterior, estavam com estruturas precárias e deverão se adequar às normas trabalhistas e ambientais a fim de obterem o licenciamento ambiental, para poder proporcionar aos trabalhadores uma melhor qualidade de trabalho e renda.

O investimento no programa conta com parceria entre a Prefeitura Municipal, Itaipu Binacional e Instituto das Águas do Paraná. Cinco dos sete centros de triagem estão em fase de ampliação, reformas e além das obras de estrutura física, houve aquisição de equipamentos para triagem, enfardamento, acondicionamento, armazenamento e estocagem dos materiais recicláveis para oito unidades, houve também aquisição de oito caminhões para coleta de porta a porta, EPIs, uniformes e materiais de campanha educativa.

4.3 ASPECTOS SOCIAIS E CONDIÇÃO DE TRABALHO DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Segundo o Programa de Gestão Integrada de Resíduos Recicláveis, no ano de 2012 foi realizado um levantamento pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, nesse levantamento foi constatado que 1.208 pessoas vivem informalmente da catação de materiais recicláveis.

De acordo com a prefeitura, não há informações da quantidade total de catadores que atuam no município, pois há catadores e catadoras que trabalham de forma autônoma, isto é, não estão integrados à COAAFI ou em outra organização de catadores, até o momento inexistente no Município. Além disso, muitas pessoas, em virtude da situação econômica, fazem da coleta de recicláveis sua fonte de renda temporária.

(46)

Os trabalhadores que são organizados nas cooperativas trabalham em condições dignas, produzem com maior qualidade e produzem mais, o que permitem a eles manterem suas crianças na escola e longe do trabalho. O trabalho na cooperativa funciona sob regras de divisão igualitária dos lucros entre os grupos da coleta, transporte, triagem e enfardamento.

No entanto, no questionário realizado com três catadores de cada um dos sete centros de triagem do Munícipio, os catadores entrevistados se queixaram da demora do conserto dos equipamentos de trabalho que ocorre nos centros de triagem.

Dos catadores que pertencem ao sistema autônomo, ou seja, os que não trabalham nos centros de triagem, são diagnosticados alguns problemas quanto ao armazenamento doméstico de resíduos recicláveis, utilização de crianças e carroças no processo, além de percorrerem longas distâncias entre locais de coleta e armazenamento.

Esses catadores são responsáveis por coletar, separar e vender o que os comércios, residências e pequenas indústrias descartam, trabalhando de forma solitária e isolada.

Esta atividade acaba resultando em problemas socioambientais, tais como: acúmulo de sucatas em locais inapropriados, participação infantil nas atividades de catação e exploração financeira por parte de sucateiros e intermediários.

Os problemas oriundos da condição irregular são observados em lugares onde a triagem é feita a céu aberto, trazendo grandes riscos de poluição ambiental e principalmente para saúde humana. Um dos locais que apresenta esses problemas, encontra-se na Rua das Missões, na região central do município.

(47)

Figura 16 – Triagem inadequada de resíduos a céu aberto

Fonte: PMFI (2020)

4.4 CARACTERIZAÇÃO DA COLETA E TRANSPORTE DE RECICLÁVEIS

Os veículos usados para coleta foram adquiridos pela COAAFI através de investimentos do BNDES e Caixa Econômica Federal e os oito caminhões próprios adquiridos pelo programa RECICLO, que foi desenvolvido pelo Instituto Águas do Paraná.

Atualmente toda a área urbana de Foz do Iguaçu é atendida pelo programa com o sistema de coleta porta-a-porta e distribuição de sacos de ráfia, em parceria com a COAAFI. Atendendo além das residências, cento e noventa e sete prédios públicos e grandes geradores.

Na Figura 17 são apresentados os veículos da coleta seletiva de Foz do Iguaçu.

(48)

Figura 17 – Caminhões da COAAFI

Fonte: PMFI (2020)

4.5 QUANTIDADE GERADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Os dados referentes à quantidade de resíduos sólidos gerados na triagem pela COAAFI foram cedidos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Foz do Iguaçu. Os dados foram organizados em tabelas para facilitar a visualização simplificada da quantidade gerada de resíduos recicláveis.

O relatório da quantidade de resíduos recicláveis triados na COAAFI é apresentado nos apêndices B e C, demonstrando, assim, a quantidade total de resíduos recicláveis comercializados.

(49)

Figura 18 – Porcentagem dos tipos de resíduos comercializados pela COAAFI em 2018

Fonte: O Autor (2020)

A Figura 18 apresenta o quantitativo de resíduos comercializados no ano de 2018, essa figura nada mais é do que a representação quantitativa do apêndice B apresentada em porcentagem de resíduos comercializados na totalidade do ano de 2018.

No ano de 2018, 904,70 toneladas foram comercializadas. A média mensal foi de 75,4 toneladas neste ano. O mês com maior comercialização em 2018 foi o mês de março, com 86 toneladas. O mês com menor comercialização foi novembro, com 59,8 toneladas.

Neste contexto, temos o destaque do papelão, totalizando 41,39% do total comercializado neste ano, seguido da gráfica mista com 13,70% e da gráfica branca com 13,27%. Caixaria com 0,04%, cimento com 0,10% e rafia com 0,15% foram os produtos com menor comercialização deste ano.

A Figura 29 apresenta o quantitativo de resíduos comercializados entre outubro de 2019 a outubro de 2020. CAIXARIA 0,04% CIMENTO 0,10% COPINHO 0,73% CRISTAL 5,72% GRÁFICA BRANCA 13,27% GRÁFICA MISTA 13,70% PAPELÃO 41,39% PEAD 2,83% PET 5,18% PET ÓLEO 0,32% PLASTICO DURO 0,62% PVC 0,51% RAFIA 0,15% SACOLINHA 4,54% TETRA PACK 7,16% VIDROS INTEIROS 3,74%

(50)

Figura 19 – Porcentagem dos tipos de resíduos comercializados pela COAAFI entre outubro

de 2019 a outubro de 2020

Fonte: O Autor (2020)

A Figura 19 é a representação quantitativa do apêndice C apresentada em porcentagem de resíduos comercializados na totalidade do período entre outubro de 2019 a outubro de 2020.

No período entre outubro de 2019 a outubro de 2020, o total de resíduos comercializados pelo COAAFI foi de 1.380,58 toneladas. A média mensal entre outubro de 2019 a outubro de 2020 foi de 125,53 toneladas.

Entre outubro de 2019 a outubro de 2020 o mês com maior comercialização foi dezembro com 261,81 toneladas e mês com menor comercialização foi junho com apenas 53,64.

Com destaque ao papelão com 25,67%, seguido dos vidros com 27,23% e outros plásticos com 8,64%. Latinha com 0,16%, alumínio com 0,26% e sacolinha com 2,08% foram os produtos com menor comercialização do período.

Os resultados mostram (Figura 19), que houve um aumento significativo na quantidade de resíduos catalogados do ano de 2018 para o período que compreende entre outubro de 2019 a outubro de 2020, mesmo que nos meses de março e abril de

ALUMÍNIO 0,26% FERRO 3,66% GRÁFICA 4,01%

LATINHA 0,16% PAPELÃO 25,67% PET 4,45% PLÁSTICO DURO 3,62% PP/OS/PEAD 3,69% SACOLINHA 2,08% TERCEIRA 3,74% TETRA PACK 2,65% VIDROS 27,23% OUTROS METAIS 6,03%

OUTROS PAPÉIS 4,11% OUTROS

PLÁSTICOS 8,64%

(51)

2020 a contagem de resíduos tenha sido suspensa devido à pandemia mundial de Covid-19.

O que explica esse fato é que os dados fornecidos pela COAAFI referentes ao ano de 2018 não apresentaram dados mensais dos seguintes tipos de resíduos recicláveis: alumínio latinha, alumínio bloco, alumínio panela, baterias, cobre limpo, cobre sujo, chaparia, ferro, inox, motor, metal, placa marrom, placa, PET, rejeito, radial, sucata, celular e vidro (somente vidros inteiros). Diferentemente do período entre outubro de 2019 a outubro de 2020, em que esses resíduos foram contabilizados, então podemos dizer que os dados apresentados pela COAAFI referente à quantidade de resíduos recicláveis comercializados no ano 2018 estão incompletos, e que a contagem dos dados nos anos de 2019 e 2020 estão completos. Com esses resultados apresentados e com a quantidade de resíduos comercializados no período compreendido entre março de 2020 ao mês de julho de 2020 quando as medidas restritivas no combate a Covid-19 foram adotadas pela maioria das prefeituras e governos de estado do País, fica claro que a quantidade de resíduos caiu drasticamente nesse período, isso foi consequência do fechamento das principais atividades econômicas no país, como comércio e indústrias.

A partir do mês de julho de 2020 houve um aumento gradativo nos resíduos comercializados devido ao afrouxamento dessas medidas restritivas e reabertura gradativa das atividades econômicas.

4.6 GERAÇÃO ECONÔMICA DOS RESÍDUOS RECICLÁVEIS

O preço de comercialização dos materiais recicláveis de Foz do Iguaçu apresenta variações nas cotações em cada centro de triagem. Essas variações também ocorrem de um mês para o outro. As informações a respeito da receita obtida pela comercialização de resíduos recicláveis foram cedidas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Município de Foz do Iguaçu, no período compreendido entre outubro de 2019 a outubro de 2020.

Na Figura 20, é apresentada a receita obtida através da comercialização de resíduos recicláveis no período entre outubro de 2019 a outubro de 2020.

(52)

Figura 20 – Receita obtida pela COAAFI entre outubro de 2019 a outubro de 2020

Fonte: O Autor (2020)

A receita total obtida no período foi de R$655.266,89.

Nos meses de março e abril de 2020, assim como a quantificação dos resíduos foi suspensa devido à pandemia do Covid-19, da mesma forma procedeu com a quantificação das receitas obtidas nesses dois meses.

Os meses que tiveram maior receita e menor receita foram, respectivamente, janeiro de 2020 - com uma receita de R$108.329,41 - e junho - com uma receita de R$19.530,40. A média mensal da receita compreendida durante este período é de R$59.569,73. Mais uma vez, fica claramente demonstrada a influência da pandemia de COVID-19 na redução da quantidade de resíduos comercializados e consequentemente na receita gerada nos meses que sucederam as medidas restritivas.

Referências

Documentos relacionados

Não só o crack, mas também as drogas de modo geral, e incluem-se aqui também as chamadas drogas lícitas tais como álcool e tabaco, são considerados um

Nos Estados Unidos da América EUA, elas representam cerca de 133 milhões, as quais contribuem para 7 a 10% da mortalidade a cada ano, resultam num gasto dispendido para a saúde de

Para modelação e ajuste do viés arbitral foi usado regressão logística binária sendo “audiência” (público no estádio) e taxa de ocupação, posse de

A operacionalização da implantação do apoio matricial às equipes de Saúde da Família, segundo Relatório do Planejamento da Gestão atual da Saúde Mental se deu

Como hipótese, assumiremos que o desenvolvimento de um modelo matemático diferente do tradicional poderia, por permitir a criação de personagens com comportamentos adaptáveis a

Como consta do art.º 3.º, n.º 1 da CEAL, a Autonomia Local é não só o direito, mas também a capacidade efetiva das Autarquias Locais regularem e gerirem uma parte

Materials and Methods: In a cross-sectional study, the evaluation of p16 [sup]INK4a and Ki-67 immunohistochemistry was performed on 72 cervical biopsies of adolescents and young

Este estudo tem por objetivo geral: Analisar a percepção das usuárias quanto á assistência prestada para o planejamento familiar e como objetivos específicos: